Aula 11 Sobrealimentacao
Aula 11 Sobrealimentacao
Aula 11 Sobrealimentacao
Sobrealimentação;
Supercompressores;
Turbocompressores;
Temperaturas do Compressor;
Válvula Westgate;
Compressor de Geometria Variável;
Intercooler;
Passos para a Escolha de um Turbocompressor.
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11. Sobrealimentação
Uma das maneiras mais garantidas de se obter mais potência de um motor é
aumentar a quantidade de ar e de combustível que ele pode queimar. Uma
forma de se fazer isso é adicionando cilindros ou tornando maiores os cilindros
existentes. Porém, algumas vezes, essas alterações não são possíveis. Um
compressor pode ser uma forma mais simples e compacta de adicionar
potência.
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11. Sobrealimentação
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11. Sobrealimentação
Existem vantagens e desvantagens em ambos os sistemas.
Teoricamente um turbocompressor é mais eficiente porque
utiliza a energia "desperdiçada" no fluxo de escape, isto é a
entalpia dos gases queimados, como fonte de energia. Por
outro lado, um turbocompressor causa um pouco de contra
pressão no sistema de escape e tende a fornecer menos ar
adicional até que o motor funcione em rotações mais elevadas.
Os compressores são mais fáceis de instalar, mas normalmente
são mais caros.
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11.1 Supercompressor
O supercompressor (também conhecido como supercharger ou
blower) é um compressor de ar usado para forçar a entrada de ar
nos cilindros de um motor de combustão interna. Porém, um
supercompressor é ligado à cambota do motor por uma correia
(geralmente dentada) e duas polias, é instalado entre o sistema de
alimentação (carburador, injeção mecânica ou injeção eletrônica) e o
colector de admissão. A sua finalidade é muito semelhante à do
turbocompressor, mas um turbocompressor é accionado pela
energia dos gases de escape gerados no motor para girar uma
turbina.
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11.1 Supercompressor
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11.1 Supercompressor
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11.1 Supercompressor
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11.1 Supercompressor
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11.1 Supercompressor
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11. Turboalimentação
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11.1 Supercompressor
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11.1 Supercompressor
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11.2 Turboalimentação
Turbocompressor, superalimentador de ar e turbina são apenas
alguns dos nomes mais utilizados para o sistema que foi
inventado pelo suiço Alfred Büchi em 1905, na busca por
melhorar a performance de motores a combustão interna. Sua
primeira aplicação foi em locomotivas à gasóleo, e em 1920, a
companhia norte-americana General Eletric, passou a aplicar a
tecnologia em aviões com motores Pratt & Whitney,
evidenciando o desenvolvimento de equipamentos militares.
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11.2 Turboalimentação
Sensor HFM Corpo de Borboleta
Válvula controle
do turbo
Filtro de
ar
Bobinas
Comando
variável
Turbo
Intercooler
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11.2 Turboalimentação
Os turbocompressores são um tipo de sistema de indução
forçada. Eles comprimem o ar que entra no motor. A vantagem
da compressão do ar é que isso permite ao motor receber mais
ar dentro de um cilindro - e mais ar significa que mais
combustível pode ser adicionado. Obtém-se, portanto, mais
potência das explosões em cada cilindro. Um motor
turboalimentado produz mais potência do que o mesmo motor
sem este dispositivo, o que pode melhorar significativamente a
relação peso/potência do motor.
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11.2 Turboalimentação
Para conseguir a compressão do ar, o turbocompressor
utiliza o fluxo dos gases de escape do motor para girar uma
turbina, que por sua vez, gira um compressor. A turbina no
turbocompressor gira a velocidades até 200 mil rotações
por minuto (rpm), aproximadamente 40 vezes mais rápida
do que a maioria dos motores de automóveis, e como está
ligada ao escape, as temperaturas dentro dela também são
bem elevadas.
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11.2 Turboalimentação
Com a turboalimentação espera-se um ganho de 50% na
potência do motor mas, por não haver eficiência na mesma
proporção, é normal atingir-se um ganho de 30% a 40%.
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11.2 Turboalimentação
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11.2 Turboalimentação
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11.2 Turboalimentação
1 - Carcaça compressora e rotor do
compressor: O compressor de ar centrífugo
tem a função de aspirar o ar atmosférico e
comprimi-lo para o interior do cilindro,
chegando a atingir até três vezes a pressão
atmosférica.
2 - Carcaça central: recebe óleo lubrificante
do próprio motor e serve de sustentação ao
conjunto eixo da turbina e rotor do
compressor que flutuam sob mancais radiais.
3 - Eixo e carcaça da turbina: a turbina
centrípeta é accionada pela energia térmica
dos gases de escape e tem a função de
impulsionar o compressor centrífugo.
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11.2 Turboalimentação
O turboalimentador é composto por um
compressor de ar centrífugo, directamente
ligado a uma turbina centrípeta.
O rotor do compressor e o rotor da turbina
estão ligados por um eixo suportados por
mancais flutuantes, alojados em uma carcaça
central. O compressor centrífugo consiste de
uma carcaça de alumínio e um rotor. A turbina
centrípeta é formada por uma carcaça de
ferro fundido e pelo eixo rotor. A carcaça
central incorpora o prato do compressor,
protector térmico, freios dos mancais, mancais
radiais, mancal de encosto, colar centrifugo,
anéis de pistão e anel de vedação.
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11.2.1 Temperaturas do Turbo
As temperaturas de funcionamento num turbo são muito diferentes, tendo em conta que a parte
dos componentes que estão em contacto com os gases de escape pode alcançar temperaturas
muito altas (650 ºC a 750ºC), enquanto os que estão em contacto com o ar da aspiração só
alcançam 80 ºC.
Estas diferenças de temperatura concentrada numa mesma peça (eixo comum) determinam
valores de dilatação diferentes, o que comporta dificuldades na hora do design de um turbo, na
escolha dos materiais que suportem estas condições de funcionamento adversas.
O turbo refrigera-se em parte pelo óleo de lubrificação e pelo ar de aspiração, cedendo uma
determinada parte do seu calor ao ar que força a passagem pelo rodete do compressor. Este
aquecimento do ar não é nada benéfico para o motor, já que não só dilata o ar da admissão de
forma que altera a sua massa específica e por isso riqueza em oxigénio, como além disso, um ar
demasiado quente no interior do cilindro dificulta a refrigeração da câmara de combustão
durante o enchimento da câmara ao entrar ar a uma temperatura superior à do próprio líquido
refrigerante.
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11.2.1 Temperaturas do Turbo
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11.2.1 Temperaturas do Turbo
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11.2.2 Válvula Wastegate
É uma válvula existente na grande maioria dos motores com turbo sem
geometria variavel. Está válvula reage à pressão do turbo fazendo com que
apenas uma parte dos gases de escape passe pela turbina, de modo a
controlar a pressão máxima. Com menos gases a passar pela turbina, o
compressor gira mais lentamente estabilizando a pressão do turbo. A
Wastegate reencaminha os restantes gases para o colector de escape. Existem
wastegates internas ou externas ao turbo. Normalmente quando os motores
estão equipados com estas válvulas e se aumenta a pressão máxima de
funcionamento, o mecanismo de actuação da wastegate pode não ser
suficiente para funcionar a essas pressões e tem que se trocar a válvula. A
mola do mecanismo de controlo da válvula tem um papel importante no
correcto funcionamento e actuação da wastegate, daí a escolha ser bastante
importante. A grande divulgação dos turbos de geometria variável que não
necessitam destas válvulas para o controle da pressão faz com estas possam
ser cada vez menos necessarias.
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11.2.2 Válvula Wastegate
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11.2.2 Válvula Wastegate
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11.2.3 Turbo de Geometria Variável
O turbo VTG (Geometria Variável) diferencia-se do turbo convencional pela
utilização de um prato ou coroa no qual estão montadas umas alhetas moveis
que podem ser orientadas (todas em conjunto) num ângulo determinado,
mediante um mecanismo de vareta e alavanca empurradas por uma cápsula
pneumática, sistema parecido com o utilizado na Válvula Wastegate.
Para conseguir-se a máxima compressão do ar a baixas rotações da cambota
devem fechar-se as alhetas, já que diminuindo a secção entre elas, aumenta a
velocidade dos gases de escape que incidem com mais força sobre as pás do
rodete da turbina (menor secção = maior velocidade). Quando o motor
aumenta de rotações e aumenta a pressão no colector de admissão, a cápsula
pneumática detecta-a através de um tubo ligado directamente ao colector de
admissão e transforma-o num movimento que empurra o sistema de
comando das alhetas, para que estas se movam para uma posição de abertura,
que faz diminuir a velocidade dos gases de escape que incidem sobre a turbina
(maior secção = menor velocidade).
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11.2.3 Turbo de Geometria Variável
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11.2.3 Turbo de Geometria Variável
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11.3 Intercooler
O intercooler é um permutador de calor. A sua utilização faz-se
em motores sobre alimentados, ou seja, que utilizam turbo ou
compressor mecânico.
O ar, ao ser comprimido, aumenta a sua temperatura diminuindo a
sua massa específica, então a função do intercooler é diminuir a
temperatura do ar comprimido, de modo a que volte a aumentar
a sua massa específica.
Como num certo volume de ar quente a massa específica é
menor (existem menos partículas), então a quantidade de
combustível injectada vai ser menor, levando a uma potência
limitada, face ao mesmo volume de ar frio, visto que o a relação
ar-combustível é fixa.
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11.3 Intercooler
Deve-se considerar também
que com a introdução do
intercooler o turbo (ou
compressor) ficam com um
maior volume para pressurizar
então o intercooler aumenta o
turbo lag e causa perdas de
pressão. Em peças de boa
qualidade as perdas não devem
ultrapassar 10% da pressão
máxima. O design interno do
intercooler é um factor que
influencia muito na quantidade
das perdas.
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11.3 Intercooler
Em geral, um bom intercooler apresenta uma eficiência maior
que 70%. Um bom meio de "ajudar" o intercooler quando o
fluxo de ar é baixo, é instalar-se um ventilador elétrico
(ventoinha) para forçar a passagem de ar.
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11.3 Intercooler
De acordo com a lei dos gases Ideais (Pv = mRT) quando se faz a compressão de
um gás a sua temperatura aumenta. Para um fluido perfeito, desprezando as
reversibilidades, isto é para uma eficiência adiabática de 100%, a temperatura no fim
da compressão é dada por:
k 1
P2 k
(11.1)
T2 T1
P1
Onde:
T1 - é a temperatura a entrada do compressor
T2 - é a temperatura a saída do compressor
P2 – é a pressão a saída do compressor
P1 - é a pressão a entrada do compressor
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11.3 Intercooler
Pelo facto dos compressores não serem máquinas adiabáticas ideais, estes também
adicionam calor a carga, então a sua eficiência determina-se de:
T2 T1
comp (11.2)
T2 T1 real
Onde:
T1 - é a temperatura a entrada do compressor
T2 - é a temperatura a saída do compressor
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11.3 Intercooler
A relação das massas específicas à entrada e a saída do compressor
determinam-se de :
2 P2 T1
(11.3)
1 T2 P1
Onde:
ρ1 - é a massa específica à entrada do compressor
ρ2 - é a massa específica à saída do compressor
T1 - é a temperatura a entrada do compressor
T2 - é a temperatura a saída do compressor
P2 – é a pressão a saída do compressor
P1 - é a pressão a entrada do compressor
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11.3 Intercooler
T2 T3
t (11.4)
T2 T4
Onde:
T2 – é a temperatura de saída do compressor;
T3 – a temperatura de saída do ar do termopermutador
T4 – a temperatura de saída do fluído refrigerante do termopermutador
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11.3 Intercooler
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Parati Turbo 1.0 16V
Efeito do Intercooler sobre Densidade do Ar
160 160
Aumento de Densidade [%]
ANTES DO INTERCOOLER
Temperatura [ºC]
120 120
80 80
APÓS INTERCOOLER
40 40
80 100 120 140 160 180 200
Velocidade [km/h]
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11.4 Passos para escolha de um turbo-
compressor
1. calcula-se a razão de pressões entre a entrada e a saída do
compressor pela expressão:
Onde:
Ptur – Pressão de saída do Compressor
Pent – Pressão de entrada no Compressor
Psaid – Pressão de saída do Compressor
Pterm – Pressão das perdas no intercooler ~ 0,8 kPascal
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11.4 Passos para escolha de um turbo-
compressor
2. calcula-se a densidade do ar que sai do compressor pela
expressão:
Ptur
(11.6)
RT
Onde:
Ptur – Pressão de saída do Compressor
T – temperatura média dos gases no compressor ~ 80ºC
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11.4 Passos para escolha de um turbo-
compressor
3 . calcula-se a massa de ar que sai do compressor pela expressão
(8.29)
(11.7)
Onde:
Vd – volume deslocado
N – Número de rotações da cambota do motor
2 – Para motores de quatro tempos
1 – para motores de dois tempos
ρa – densidade do ar (mistura)
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11.4 Passos para escolha de um turbo-
compressor
4 . calcula-se a massa real de ar que sai do compressor pela
expressão (2.35)
Pent Tent
mreal ma (11.8)
Pnor Tnor
Onde:
Pent – Pressão de entrada
Pnor – Pressão de norma (736,3-9,65 mmHg)
Tent – Temperatura de entrada
Tnor – Temperatura de norma (29,4ºC)
ma – massa do ar (mistura)
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11.4 Passos para escolha de um turbo-
compressor
5 . Calcula-se o número real de rotações do compressor pela
expressão
N
N real (11.9)
Tent
Tnor
Onde:
N – Número de rotações do turbo
Tent – Temperatura de entrada
Tnor – temperatura de norma
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11.4.1 Mapas de Compressores
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11.4.2 Linha de Pulsação
Linha de pulsação é o limite esquerdo do mapa do compressor. A operação a
esquerda desta linha ocorre numa região de instabilidade de fluxo. Esta região
é caracterizada pela transição da vibração suave para uma flutuante com um
ruído vindo do compressor. A operação continua nesta região pode levar à
danificação prematura do turbo devido à excessiva pressão de carga.
A pulsação acontece geralmente quando uma das duas situações ocorrem: A
primeira e mais prejudicial é o aumento da carga que pode ser um indício de
que o compressor é demasiado grande.
A pulsação geralmente também pode ocorrer quando o acelerador é fechado
repentinamente depois de uma grande aceleração. Isso ocorre porque o fluxo
de massa é drasticamente reduzido quando a borboleta do acelerador é
fechada, mas o turbo ainda está a girar e gerar impulso o que desloca
imediatamente o ponto de operação para o lado esquerdo do mapa
compressor, ficando a linha do surge a direita.
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11.4.2 Linha de Choque
A Linha de Choque, é o limite lateral direito do mapa do
compressor. Para mapas Garrett, a linha é normalmente
definida pelo ponto onde a eficiência do compressor cai
abaixo de 58%. Além da rápida queda da eficiência do
compressor abaixo desta linha, a velocidade do turbo
também será próxima ou superior ao limite admissível. Se
a sua operação real estiver para além desse limite, é
necessário um compressor maior.
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