TCC Layla e Andressa VERSÃO FINAL
TCC Layla e Andressa VERSÃO FINAL
TCC Layla e Andressa VERSÃO FINAL
Goiânia
2020
1
ANDRESSA MORAES DE LIMA
LAYLA MYLENA NERES DE OLIVEIRA
http://lattes.cnpq.br/9654341422818254
http://lattes.cnpq.br/4092001747875332
http://lattes.cnpq.br/1655462345908495
Goiânia
2020
RESUMO
2
INTRODUÇÃO: Os direitos sexuais e reprodutivos são reconhecidos em leis
nacionais e internacionais O Planejamento Familiar poder ser realizado
individualmente pelo homem, pela mulher ou pelo casal, independente de união
estável e da opção de constituir ou não família. O termo Planejamento Familiar vem
sendo substituído, atualmente, por Planejamento Reprodutivo, por tornar-se um
conceito mais abrangente, pois baseia-se no respeito aos direitos sexuais e aos
direitos reprodutivos de cada cidadão . A Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, em
seu 7º art. regulamenta o Programa de Planejamento Familiar (PPF) no país.
Dentro do PPF o Enfermeiro pode atuar na organização, execução, coordenação e
avaliação das ações do programa, como também as consultas e prescrições.
OBJETIVO: Elencar junto a bibliografia científica, as atribuições dos Enfermeiros no
Programa de Planejamento Familiar na Atenção Primária em Saúde do Brasil.
METODOLOGIA: Se trata de uma Revisão Integrativa, empreendida nas bases de
dados SCIELO, BDENF, Periódicos CAPES, Google Acadêmico, Materiais do
Ministério da Saúde, Portarias, Normativas. Utilizamos como critérios de inclusão
artigos publicados após a normatização da Lei 7.498 de 25 de junho de 1986 e
textos disponíveis na íntegra. Não foram incluídos na busca artigos em línguas
estrangeiras, Teses, Dissertações e Monografias. Os critérios de exclusão se
basearam na adequação das resenhas realizadas a temática abordada. A análise
de dados desse estudo foi realizada por Categorização dos conteúdos em vista de
suas similaridades. RESULTADOS: As autoras realizaram 64 resenhas críticas,
dessas emergiram 37 estudos que permearam a temática e nortearam os resultados
e discussão dessa pesquisa, houve duplicidade de 2 artigos entre as resenhas e
totalizou 27 artigos excluídos. Foi realizado também a busca de Manuais e
Normativas das Entidades Federativas do Brasil, como o MS, COFEN e COREN GO
encontrando 14 documentos. DISCUSSÃO: Foram selecionadas e discutidas as
seguintes Categorias: Documentos normatizadores que subsidiam a prática
profissional; Enfermeiro frente ao Programa de Planejamento Familiar; Métodos
Contraceptivos mais disponibilizados nos serviços públicos de saúde no Brasil;
Percepções de profissionais e usuários sobre a efetivação do PPF; e Importância
das ações de educação em saúde. CONCLUSÃO: O estudo concluiu que as
atribuições dos Enfermeiros frente ao PPF são assistenciais, de promoção,
prevenção e de educação em saúde. Realizam consultas clínicas, prescrições de
métodos contraceptivos segundo protocolos específicos de cada UBS, dispensação
3
dos métodos ofertados na Atenção Primária, orientações tanto quanto a saúde
reprodutiva como a saúde sexual, incluindo a prevenção de IST e canceres dos
órgãos genitais. Estes direcionados para as mulheres, homens, casais e
adolescentes. Apresenta ainda, a importância de buscarmos mais conhecimentos
acerca da atuação do Enfermeiro na Atenção Primária para ampliar a autonomia e o
embasamento teórico científico, mais especificamente no PPF.
Palavras-chave OU DECS:
Enfermeiros; Planejamento Familiar; Atenção Primária a Saúde; Educação em
Saúde; Assistência à Saúde; Métodos Contraceptivos; Condutas na Prática de
Enfermeiros.
ABSTRACT
4
INTRODUCTION: Sexual and reproductive rights are popular in national and
international laws. Family planning can be carried out individually by the man, the
woman or the couple, regardless of a stable union and the option of forming or not a
family. The term Family Planning has been replaced, nowadays, by Reproductive
Planning, as it has become a more encompassed concept, as it is based on respect
for sexual rights and reproductive rights of each citizen. Law No. 9,263, of January
12, 1996, in its 7th art. regulates the Family Planning Program in the country. Within
the Family Planning Program, the Nurse can act in the organization, execution,
coordination and evaluation of the program's actions, as well as consultations and
prescriptions. OBJECTIVE: To list with the scientific bibliography, according to the
duties of Nurses in the Family Planning Program in Primary Health Care in Brazil.
METHOD: This is an Integrative Review, undertaken in the databases SCIELO,
BDENF, CAPES journals, Google Scholar, Materials from the Ministry of Health,
Ordinances, Regulations. We used as inclusion criteria the articles published after
the normalization of Law 7,498 of June 25, 1986 and texts available in full. They
were not included in the search for articles in foreign languages, Theses,
Dissertations and Monographs. The exclusion criteria were based on the adequacy
of the reviews carried out on the topic addressed. Data analysis was performed by
categorizing the contents in view of their similarities. RESULTS: As authors carried
out 64 critical reviews, of these 37 studies emerged that permeated the theme and
guided the results and discussion of this research, there were two articles duplicated
between reviews and totaled 27 excluded articles. There was also a search for
Manuals and Regulations of the Federative Entities of Brazil, such as the MS,
COFEN and COREN GO, finding 14 documents. DISCUSSION: The following
categories were selected and discussed: Standardizing documents that support
professional practice; Nurse in front of the Family Planning Program; Contraceptive
methods most available in public health services in Brazil; Perceptions of
professionals and users about the effectiveness of the PPF; and Importance of
health education actions. CONCLUSION: The study concluded that the nurses'
duties in relation to the Family Planning Program are assistance, promotion,
prevention and health education. They carry out clinical consultations, prescriptions
of contraceptive methods according to specific criteria of each UBS, dispensation of
the methods offered in Primary Care, guidance on reproductive health as well as
5
sexual health, including STI prevention and genital organ cancers. These targeted at
women, men, couples and teenagers. It also presents the importance of seeking
more knowledge about the role of Nurses in Primary Care to expand autonomy and
the theoretical scientific basis, more specifically in the Family Planning Program.
Keywords OR DECS:
6
LISTA DE SIGLAS
7
UBS - Unidades Básicas de Saúde
USF - Unidade de Saúde da Família
8
LISTA DE QUADROS
9
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................11
2. OBJETIVOS.........................................................................................................................15
2.1 Objetivo Geral...................................................................................................................15
2.2 Objetivos Específicos.......................................................................................................15
3. METODOLOGIA........................................................................................................................16
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS...............................................................................18
5. DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS...................................................................................33
6. CONCLUSÃO...............................................................................................................................56
REFERÊNCIAS:................................................................................................................................58
10
1. INTRODUÇÃO
12
anticoncepcionais orais (ACO) e a esterilização feminina, são os métodos mais
comuns (CORRÊA et al., 2017).
A mesma Lei, em seu art. 9º, destaca que para o exercício direito ao
Planejamento Familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção
e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a
saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção (BRASIL, 1996).
A Lei Nº 7.498, de 25 de junho de 1986, em seu Art. 11, nº II, letra c, dispõe
que o Enfermeiro pode exercer a prescrição de medicamentos estabelecidos em
Programas de Saúde Pública e em rotina aprovada pela Instituição de Saúde
(BRASIL, 1986). Segundo ALMEIDA et al., (2016) há outras normativas que
permitem os Enfermeiros realizarem prescrições de métodos contraceptivos.
13
Após esses documentos, a inserção do DIU estava respaldada oficialmente
para os Enfermeiros capacitados para tal, contudo, foi lançada a Nota Técnica nº 38
de 2019 pelo MS suspendendo a realização desse procedimento pelos Enfermeiros,
posterior a classe médica criticar duramente o ato. Desde então, não houve mais
posicionamento do MS acerca do assunto (BRASIL, 2019).
14
2. OBJETIVOS
15
3. METODOLOGIA
16
normatizadores que subsidiam a prática profissional; Enfermeiro frente ao Programa
de Planejamento Familiar; Métodos Contraceptivos mais disponibilizados nos
serviços públicos de saúde no Brasil; Percepções de profissionais e usuários sobre
a efetivação do PPF; e Importância das ações de educação em saúde.
17
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
QUADRO 1. Relação dos artigos selecionados (n 37), destacando o ANO, TÍTULO, OBJETIVO e
CONCLUSÃO (GOIÂNIA, 2020).
18
grupais. A pílula, o preservativo
masculino e o injetável foram os MACs
mais conhecidos das mulheres
entrevistadas, seguidos pelo DIU, a
tabela e o aleitamento materno.
Planejamento Permitir aos indivíduos planejamento familiar é de primordial
2004 familiar: uso dos espaçarem e limitarem as importância para a experiência de vida
serviços de saúde gestações de acordo com sexual e reprodutiva saudável,
por jovens com seu desejo, com impacto especialmente entre adolescentes e
experiência de direto em sua saúde e bem- jovens que devido aos
gravidez estar, bem como sobre o comportamentos de risco estão mais
resultado de cada gestação, expostos às consequências negativas
uma vez que permite seu de práticas sexuais inseguras, sejam
espaçamento adequado, elas no âmbito biológico, psicológico
e pode atrasar a gravidez em ou social faz-se necessário engajá-los
mulheres jovens, reduzindo os precocemente nos serviços de
riscos de planejamento familiar, antes da
problemas de saúde e de ocorrência e recorrência de gravidez,
mortalidade materna e infantil. para que possam ter capacidade de
prevenir uma indesejada, bem como,
controlar sua fecundidade ao número
de filhos que desejam. E que estes
venham de forma planejada, em
contexto socioeconômico favorável
para seu nascimento e
desenvolvimento
Planejamento Analisar a percepção de A pesquisa ainda mostrou que, se a
2004 familiar: trabalhadores de nível escolha do método contraceptivo é
autonomia ou Superior de ESF consideradas uma iniciativa geralmente feminina,
encargo feminino? de referência no município de sem o suporte adequado do Estado,
João Pessoa/Paraíba acerca as mulheres pobres se valem de
do objeto de iniciativas próprias para evitar a
trabalho na ESF. gravidez indesejada, arcando com o
ônus financeiro e os danos para a
própria saúde.
Competência Avaliar a competência técnica Em conclusão, o que se percebeu foi a
2005 profissional e de profissionais que atuam no falta de sistematização do trabalho em
assistência em cuidado em anticoncepção. equipe, com determinação de
anticoncepção. atribuições e tarefas. Assim, sugere-se
o Instrumento da Metodologia de
Melhoria da Qualidade como uma
ferramenta de apoio ao processo de
educação continuada em
anticoncepção. Além disso, estudos
futuros devem ser desenhados com
vistas a discutir a competência
profissional na perspectiva de um
trabalho em equipe, que proponha a
divisão de tarefas e a assistência final
integrada e resolutiva.
2006 Qualidade da Avaliar a Qualidade do As vozes dessas mulheres permitiram
assistência em planejamento familiar a partir reconhecer a importância de valorizar
planejamento das opiniões de usuários do a escuta aos usuários e recomendar
familiar na opinião Programa Saúde da família. às equipes de PSF, em geral.
das usuárias do
Programa Saúde
da Família.
2006 Direitos Investigar o conhecimento e a A orientação ao planejamento familiar
Reprodutivos: O prática dos profissionais deve, além da informação em relação
Discurso e a enfermeiros envolvidos na ao método contraceptivo, abranger a
19
Prática dos atenção à saúde da mulher orientação no concernente a
Enfermeiros sobre sobre “Direitos Reprodutivos” sexualidade, reforçando a autonomia
Planejamento tendo como foco o da mulher e respeitando sua
Familiar. Planejamento Familiar necessidade em saúde. A dissonância
entre o discurso e a prática que vem
sendo desenvolvido nas Unidades
Locais de Saúde pelos profissionais
enfermeiros, a respeito de direitos
reprodutivos voltados para o
planejamento familiar, reflete que
estes têm trabalhado com a demanda
espontânea, não concretizando o que
evidenciam como importante para a
saúde da mulher, que é a sua
autonomia como sujeito capaz de
escolher e decidir por si mesma.
Atenção ao Avaliou-se a disponibilidade de Verificou-se que as ações de
2006 planejamento métodos anticoncepcionais planejamento familiar, com frequência,
familiar no Brasil nas Unidades Básicas de são executadas de forma isolada e
hoje: reflexões saúde de municípios que os profissionais das equipes de
sobre os brasileiros, e características da saúde da família não entendiam o
resultados de uma atenção ao planejamento planejamento familiar como parte da
pesquisa. familiar e a articulação com a atenção básica e não se consideravam
estratégia de saúde da família. capacitados para prestar assistência
nessa área. A atenção ao
planejamento familiar continua a ser
marcada pela indisponibilidade de
métodos anticoncepcionais nos
serviços públicos de saúde.
Qualidade da Avaliar a qualidade da As participantes apontaram os
2006 assistência em assistência em planejamento seguintes elementos como
planejamento familiar a partir de opiniões de determinantes da qualidade de
familiar na opinião usuárias do Programa de serviços de planejamento familiar:
de usuárias do Saúde da Família (PSF). orientação/informação aos clientes,
Programa Saúde envolvendo o casal; divulgação do
da Família. serviço e captação das pessoas;
continuidade e oferta dos métodos
anticoncepcionais que as mulheres
desejam; serviço próximo de onde as
pessoas vivem; facilidade no
recebimento do método; bom
tratamento a clientela; equipe de PSF
permanente; e cuidado diferenciado às
mulheres de risco. A voz dessas
mulheres permitiu reconhecer a
importância de valorizar a escuta aos
usuários e recomendar às equipes de
PSF, em geral, que criem condições
para esta iniciativa.
Dinâmica do Identificar a dinâmica do É sugerido que a dinâmica do
2007 atendimento em atendimento em planejamento atendimento em planejamento familiar
planejamento familiar e verificar barreiras no contexto do PSF seja
familiar no voltadas ao atendimento e redimensionada, de maneira a facilitar
Programa Saúde entrega dos métodos o acesso dos usuários aos métodos
da Família no anticoncepcionais, na anticoncepcionais, promovendo maior
Brasil. perspectiva de uma rede participação do auxiliar de
apropriada de serviços. enfermagem e dos ACS nas ações e
estabelecendo parcerias com várias
instâncias da comunidade para
funcionar como ponto de entrega de
20
métodos. Sugere-se que ações de
planejamento familiar no contexto do
PSF rompam com o simples ato de
entrega de anticoncepcionais e
promovam relações familiares,
comunitárias e sociais mais saudáveis.
Escolha dos Este artigo teve como Com relação à caracterização dos
2007 métodos objetivos caracterizar a participantes do Grupo de
contraceptivos de população que participa do Planejamento Familiar, observou-se
um grupo de planejamento familiar de uma que 96% eram do sexo feminino; 37%
planejamento Unidade Básica de Saúde está na faixa etária de 21 a 30 anos;
familiar em uma (UBS) do município de 51% dos entrevistados não concluíram
UBS de Guarulhos e identificar os o ensino fundamental e têm em média
Guarulhos. métodos contraceptivos dois filhos. Com relação aos métodos
utilizados e os mais contraceptivos mais utilizados, 56% e
procurados. 44% dos entrevistados usam
preservativos masculinos e
contraceptivo oral respectivamente. Os
métodos contraceptivos mais
procurados pela população estudada
foram: a esterilização feminina com
59% dos participantes; 37% desejam
implantar o Dispositivo Intrauterino
(DIU) e 4% pretendem realizar a
esterilização masculina.
Processo de (re) Objetivou-se relatar a As estratégias utilizadas na
2007 construção de um experiência vivida na qual se (re)construção do grupo, permitiram
grupo de processou a (re)construção de uma inter-relação dialógica entre as
planejamento um grupo de Planejamento usuárias, as agentes comunitárias e a
familiar: uma Familiar numa Unidade Básica equipe de saúde. Os resultados
proposta de de Saúde num bairro do alcançados demonstram que esta
educação município do Rio Grande - RS, forma de trabalhar permitiu superar o
popular em saúde. com base em conceitos de modelo normativo e autoritário,
educação popular em saúde. substituindo-o pelo democrático
participativo, porque possibilitou, a
cada participante, o direito de
expressar-se, livremente, e assim
reconstruir seus valores e conceitos, a
partir de uma conscientização
dialógica e crítica. Observou-se que o
processo de (re)construção do grupo
de planejamento familiar , trabalho
anteriormente realizado através de
palestras e do simples fato da oferta
de medicamentos, para uma
abordagem coletiva do ser na sua
individualidade, possibilitou expressar
suas angustias, seus pesares, seus
desejos, suas preocupações, suas
expectativas e oportunizou
opções/escolhas/decisões conscientes
e responsáveis que vieram ao
encontro de suas necessidades.
Planejamento Investigar características Foi evidente a maior participação no
2008 familiar: socioeconômico-culturais e programa de Planejamento Familiar de
importância do métodos contraceptivos mulheres, tanto na população como na
conhecimento das adotados em população amostra do estudo. A baixa
características da assistida no programa de participação masculina foi coerente
clientela para planejamento familiar de com dados nacionais. Isso confirma a
implementação de uma unidade de atenção necessidade de haver maior
21
ações de saúde. básica de Estratégia Saúde da investimento em ações programáticas
Família. e de pesquisas sobre o tema homens
e saúde reprodutiva.
Política de Saúde Investigar as dificuldades Sugere-se a criação de protocolo
2010 do Planejamento enfrentadas pelos enfermeiros assistencial, capacitações
Familiar na Ótica para efetivação da Política de continuadas, participação do médico
do Enfermeiro. Saúde do Planejamento na assistência regular às mulheres,
Familiar oferta em quantidade e diversidade
dos métodos contraceptivos para
amenizar as dificuldades de retorno
das usuárias e inserção do homem ao
programa.
Planejamento O objetivo deste estudo foi Pode-se concluir, por este estudo, que
2010 familiar em identificar a assistência há necessidade de capacitação em
Unidade de Saúde oferecida pelos profissionais planejamento familiar para os
da Família. de saúde que atuam em profissionais da Unidade de Saúde da
planejamento familiar, em uma Família, além de incremento na oferta
Unidade de Saúde da Família, de ações educativas em grupo para os
no município de Ribeirão clientes, de forma contínua, incluindo
Preto, São Paulo. homens e todos os profissionais da
equipe de saúde nas ações
educativas. Os profissionais da
Unidade de Saúde da Família
reconhecem algumas deficiências da
assistência oferecida em planejamento
familiar e cogitam ações para transpor
as fragilidades.
Avaliando a Avaliar o acolhimento e a Sugere-se aos enfermeiros que
2010 consulta de qualidade das consultas atendem em PF: melhor acolhimento
enfermagem em subsequentes de PF dos clientes, escutando suas
planejamento realizadas pelo enfermeiro, demandas de cuidado e maior
familiar: estudo utilizando o IMD. cumprimento dos cronogramas de
descritivo. atendimento no programa de PF. Aos
enfermeiros supervisores do serviço
de PF, enfatiza-se a necessidade de
educação permanente sobre a
temática PF e humanização da
assistência entre os enfermeiros;
criação de um prontuário em PF, a
nível municipal, para
acompanhamento dos usuários e,
intervenção junto aos gestores, para
adequação da infra-estrutura de
algumas UBS, permitindo maior
privacidade do profissional e cliente,
bem como a regularidade dos insumos
para as unidades.
Gênero e Os objetivos do estudo Atualmente, o programa do
2011 planejamento constituíram-se em planejamento familiar encontra-se
familiar: uma caracterizar as atividades implementado como ação educativa e
abordagem ética desenvolvidas pelos clínica nas instituições estudadas,
sobre o profissionais de saúde, sendo a ação educativa realizada por
compromisso especialmente os(as) enfermeiras e assistentes sociais. O
profissional enfermeiros(as), na execução compromisso com uma ação
para a integração do Programa de Planejamento libertadora é demonstrado por aqueles
do homem. Familiar; analisar a conduta que vislumbram a possibilidade de
dos profissionais de saúde mudar, atuando mais com a família,
quanto à integração do envolvendo parceiros, mulheres,
homem nessas atividades e adolescentes e até idosos, que atuam
discutir a dimensão ética como multiplicadores das informações.
22
dessa conduta para a Alguns profissionais de saúde,
integração do homem no envolvidos com a ação educativa, não
programa. reconhecem a diferença entre inclusão
e integração, na medida em que
trabalham para o grupo, mais do que
com o grupo. A integração desse
homem é uma questão que exige o
compromisso de todos: Estado,
família, escola, grupos e sociedade
para um mundo melhor e sustentável.
Atuação do O estudo teve como objetivo As informações analisadas no
2013 Enfermeiro na conhecer e analisar a atuação presente estudo permitiram observar
prescrição de do enfermeiro na prescrição que o profissional precisa estar
contraceptivos dos contraceptivos hormonais capacitado durante a prescrição do
hormonais na reversíveis na Rede de anticoncepcional escolhido pela
rede de atenção Atenção Primária a Saúde. cliente. Isto só se torna possível a
primária em partir da aquisição de conhecimento
saúde. técnico-científico sobre as principais
reações adversas, indicações e
contraindicações e formas de
orientação por parte do enfermeiro
quanto ao uso de contraceptivos
hormonais, sendo está uma das
principais atividades desse
profissional. A utilização de protocolos
clínicos proporcionará uma melhora na
qualidade da assistência prestada pelo
profissional de Enfermagem durante
as consultas de Planejamento
Familiar.
Orientação Tem por objetivo abordar O melhor método contraceptivo será
2013 contracepção na alguns temas práticos em aquele que a adolescente utilizar de
adolescência: relação à orientação da forma regular, acertada e segura. A
critérios médicos contracepção na adolescência equipe de saúde que participa desse
de elegibilidade. dando destaque aos critérios processo preventivo e assistencial
médicos de elegibilidade. deve acompanhar a adolescente
periodicamente para se esclarecer
dúvidas, reafirmar o compromisso do
uso correto do método escolhido e
acompanhar qualquer problema que
tenha uma repercussao clínica ou
psicossocial na vida sexual das
adolescentes.
Características da O objetivo do estudo foi Os dados deste estudo sugerem que a
2014 oferta de descrever as características rede de saúde se encontra,
contracepção de da utilização da contracepção majoritariamente, preparada para a
emergência na de emergência (CE) em oferta do método às mulheres. A não
rede básica de Unidades de Saúde da Família existência da prática sistemática da
saúde do Recife, (USF) da cidade do Recife orientação e divulgação da CE pelos
Nordeste do entre março e setembro de serviços de saúde ou a forma tímida
Brasil. 2011. ou restrita como esta ação possa estar
ocorrendo pode contribuir com o uso
incorreto ou com a busca da CE nas
farmácias privadas sem orientação
adequada. A não aceitabilidade plena
do método pelos profissionais de
saúde demanda maior investimento
por parte da gestão para sensibilizar
estes profissionais no sentido de
incorporarem tal prática na rotina do
23
atendimento ofertado às mulheres.
Além disso, consideram que a
influência religiosa pode interferir na
decisão da prescrição e no uso da CE
pelas mulheres.
Planejamento Analisar o uso de serviços de A vida sexual e reprodutiva saudável,
2014 familiar: uso dos planejamento familiar por especialmente entre adolescentes e
serviços de saúde jovens com experiência jovens que devido aos
por jovens com de gravidez. comportamentos de risco estão mais
experiência expostos às consequências negativas
de gravidez. de práticas sexuais inseguras, sejam
elas no âmbito biológico, psicológico
ou social.
Fatores Estimar a prevalência de Cerca de 20,0% de mulheres
2015 associados ao uso contraindicação ao uso de brasileiras apresentaram alguma
contraindicado anticoncepcionais orais condição que contraindica o uso de
de contraceptivos e os fatores associados em ACO. Essa proporção foi menor
orais no Brasil. mulheres brasileiras. (11,7%) em mulheres usuárias de
ACO. A principal condição para uso
contraindicado foi HAS, seguida da
idade maior que 35 anos concomitante
ao tabagismo.
2015 Planejamento Objetivou avaliar a qualidade O planejamento familiar constitui um
familiar: avaliação da assistência do aspecto importante da assistência à
da qualidade nas planejamento familiar nas saúde que não deve ser
dimensões da unidades da ESF nas negligenciado. Esse estudo
estrutura, dimensões estrutural, possibilitou identificar, de forma geral,
organização e organizacional e assistencial. a qualidade do planejamento familiar
assistência. como intermediária. Para atingir a
excelência faz-se necessário que as
ESFs, em sua maioria, se adéquem
para que possam oferecer aos clientes
um atendimento apropriado e que
valorize a dignidade humana.
Processo de Objetivou relatar a experiência Verificou-se progresso para a
2016 readequação de na qual se processou a Unidade, posto que o atendimento se
um planejamento readequação do modelo de tornou mais rápido e eficaz, e as
familiar: assistência ao planejamento mulheres que participam do
construção familiar de uma Unidade planejamento familiar passaram a ser
de autonomia Básica de Saúde (UBS) de um coparticipantes no processo de
feminina em uma município do Ceará. escolha do método contraceptivo.
Unidade Básica Além disso, começaram a
de Saúde no compreender os fatores de risco para
Ceará. uma relação desprotegida e o que
acontece em seu corpo com o uso dos
hormônios. Assim, essa nova forma de
abordagem permitiu superar o modelo
de rotina, e tornou-o mais dinâmico,
participativo e expressivo. Percebeu-
se que esse processo de (re)
construção fugiu do simples fato de
entregar medicamentos contraceptivos
e ampliou sua abordagem, com vistas
ao autocuidado, à autoestima, à
autonomia, à maior oportunidade de
decisões e escolhas, além do espaço
de difusão das dúvidas, angústias,
desejos e anseios.
A Puérpera Analisar a percepção da Torna-se necessário a efetividade de
2016 Internada Frente à puérpera em relação ao ações com o intuito nos direitos
24
Prevenção planejamento reprodutivo. sexuais e reprodutivos, com o foco no
da Gravidez: planejamento reprodutivo e nos
Possibilidades e direitos das mulheres, direitos esses
Limites da conquistados pela luta do movimento
Enfermagem. feminista quanto ao controle de seu
próprio corpo quanto às gestações.
2016 Planejamento Lidar com conflitos inerentes a A sexualidade pode ser compreendida
familiar: do que esse duplo enfoque: o melhor como a mais radical expressão e
estamos falando. interesse manifestação da identidade de
da mãe e da criança. alguém; dinamismo revelador da
Discutimos sobre a própria intimidade e simultaneamente
congruência desses busca do outro. Vivenciada numa
interesses, conjugal idade saudável, é ao mesmo
por acreditar que usualmente tempo posse do outro e entrega de si
a mãe quer o melhor para seu mesmo.
filho e que
nenhuma sociedade deseja o
aborto por si mesmo.
2016 Atenção em Analisar a atenção em saúde, A construção de uma atenção em
Saúde no empregada por enfermeiros, saúde que atue nas premissas da
Planejamento no qualidade, efetividade e equidade
Reprodutivo: planejamento reprodutivo, por poderão contribuir para uma
Atitudes e meio de equipes de saúde da enfermagem mais autônoma e
Práticas de família de Juazeiro, Bahia. condizente com as necessidades da
Enfermeiros. população no planejamento
reprodutivo.
2016 Planejamento Intuito principal do estudo foi O planejamento familiar é o direito que
Familiar: responder a pergunta toda pessoa tem de optar em ter ou
importância das norteadora: qual a não ter filhos, por meio de uma
práticas importância das práticas assistência especializada e com
educativas em educativas em saúde para informação. Estas informações são
saúde para atrair os jovens e ofertadas por intermédio da atenção
jovens e adolescentes para o básica durante o programa de
adolescentes na planejamento familiar na planejamento familiar. Englobar os
Atenção Básica. atenção básica. adolescentes no planejamento familiar
é uma tarefa de grande importância,
sendo que neste período os jovens
estão despertando em si a
sexualidade. Por meio de estudos já
realizados observa-se que há um
despreparo da equipe de enfermagem
para abordar esses usuários
Grupo Educativo Relatar a experiência da É fundamental que as atividades
2017 em Planejamento realização de um grupo de educativas implementadas em
Reprodutivo: planejamento reprodutivo; unidades de atenção básica sejam
Experiência informar os métodos mais valorizadas e em constante
Durante a contraceptivos de barreira e busca de estratégias para a captação
Residência em debater sobre a utilização dos de homens, mulheres e casais.
Enfermagem mesmos, identificando e
Obstétrica. sanando dúvidas dos
participantes.
Planejamento Compreender o papel e a As mudanças em relação aos papéis
Familiar e Papéis participação de mulheres e feminino e masculino na família, as
2017 Parentais: O homens no quais são indiscutíveis, basta voltar à
Tradicional, a planejamento familiar, a partir atenção para as transformações
Mudança e os do ponto de vista das econômicas e históricas pelas quais a
Novos Desafios. mulheres, uma vez que sociedade passou para refletir sobre
essa é uma ação que contribui como estas afetaram e tem afetado
para o exercício dos papéis homens e mulheres. Contudo, tais
parentais mudanças não ocorrem de forma
25
responsáveis. abrupta e homogênea para todos os
seguimentos sociais, não sendo
possível se generalizar tal situação.
Ações de Conhecer as ações em O planejamento reprodutivo não
2017 enfermeiras em planejamento reprodutivo ocorre da forma como é preconizada
planejamento realizadas por pelo Ministério da Saúde no município
reprodutivo na enfermeiras na atenção em foco e, que sua implementação
atenção primaria a primária à saúde em um não depende somente da enfermeira.
saúde. município no interior do É necessário empreender esforços
estado do Rio Grande do Sul. onde a gestão dos serviços de saúde,
juntamente com profissionais
comprometidos com a saúde sexual e
reprodutiva, dentre eles a
enfermagem, se proponham a
visualizar o espaço de educação em
saúde em planejamento reprodutivo
como instrumento de promoção à
saúde.
2017 Atuação do Objetivou discutir a atuação do Os resultados deste estudo
Enfermeiro Acerca enfermeiro acerca das práticas evidenciaram que os enfermeiros da
das Práticas educativas na Estratégia de Atenção Básica atuam desenvolvendo
Educativas na Saúde da Família. ações voltadas ao modelo assistencial
Estratégia de de prestação de cuidados à saúde da
Saúde da Família. família e comunidade, direcionando
suas ações à promoção da saúde e
prevenção de doenças, por meio da
orientação relacionada à mudança de
comportamentos da população. Nesse
sentido, o indivíduo e/ou população
são receptores dos conhecimentos e
informações repassadas pelos
profissionais de saúde.
O planejamento Analisar o acesso da Revela-se, por meio da análise da
2018 familiar para população masculina aos literatura quanto ao acesso de homens
homens. métodos de no planejamento familiar, a existência
planejamento familiar. de barreiras a serem transpostas,
incluindo os aspectos culturais
marcados pelo machismo.
2018 Planejamento Este estudo objetivou A heteronormatividade no contexto
Reprodutivo em identificar a percepção do/a dos cuidados em saúde ainda
Casais enfermeiro/a da Estratégia representa um forte influenciador do
Homossexuais na Saúde da Família acerca do cuidado, sendo que, muitas vezes,
Estratégia Saúde significado de família durante as ações programáticas da
Da Família. homoafetiva e a necessidade Estratégia Saúde da Família, inclusive
de planejamento reprodutivo frente ao Programa de Planejamento
em casais homossexuais. Reprodutivo, atitudes discriminatórias
dos/as enfermeiros/as em razão da
orientação sexual do usuário tornam-
se evidentes, elevando nestes, a
suscetibilidade a agravos.
2018 Participação do Descrever o conhecimento Partindo do pensamento que a
homem no científico sobre a participação concepção é resultado natural e
planejamento do homem no planejamento sexual entre homem e mulher, é
reprodutivo: familiar. imprescindível que continuemos a
revisão trabalhar isso em todos os espaços de
integrativa. ações educativas, principalmente no
planejamento reprodutivo, para que
possamos construir a igualdade de
gênero na escolha do método
contraceptivo.
26
Percepção das Esse artigo tem como objetivo Buscou entender a percepção das
2018 mulheres a analisar a percepção das mulheres sobre a participação dos
respeito da mulheres a respeito da homens no planejamento familiar. O
participação participação masculina na planejamento reprodutivo é um direito
masculina na consulta de planejamento da mulher, do homem e do casal ao
consulta de familiar. acesso à assistência e aos recursos
planejamento que permitam a opção livre e
familiar. consciente quanto a ter ou não ter
filhos e a escolha do método
contraceptivo sem discriminação nem
coerção
Tecnologia Descrever conhecimentos e Constatou-se que os enfermeiros têm
2019 educacional sobre práticas de enfermeiros no conhecimento e domínio com relação
contracepção oral: contexto da contracepção oral à contracepção oral e suas práticas
construção e construir, de forma são pertinentes ao que está
compartilhada compartilhada, uma tecnologia preconizado pelo Ministério da Saúde.
com enfermeiros educacional (TE). Foi muito gratificante a participação
da assistência dos enfermeiros durante a construção
reprodutiva. da TE, além do apoio e encorajamento
prestado por estes com o
reconhecimento de que a TE é uma
importante ferramenta no trabalho de
educação em saúde realizado na
Atenção Primária e de que o seu uso
permitirá uma melhor qualificação
dessas atividades.
27
A fim de consolidar legalmente as atribuições dos Enfermeiros no Programa
de Planejamento Familiar, foi realizado a busca de Manuais e Normativas das
Entidades Federativas do Brasil, como o Ministério da Saúde e o Conselho
Profissional Nacional e Regional (COFEN, COREN GO) que sustentam essa prática
assistencial.
QUADRO 2. Relação dos Manuais e Normativas (n 14), que sustentam a prática assistencial do
Programa de Planejamento Familiar (GOIÂNIA, 2020).
28
COFEN/ CTLN. realizarem procedimentos com
Medicamentos e Insumos para Planejamento
Familiar Reprodutivo”.
2011 COFEN Resolução nº 381 de Normatiza a execução, pelo Enfermeiro, da
18/07/2011. coleta de material para colpocitologia
oncótica pelo método de Papanicolaou.
2012 MINISTÉRIO Política Nacional de Atribuições do Enfermeiro na Atenção
DE SAÚDE Atenção Básica. Básica: realizar consulta de enfermagem,
procedimentos, atividades em grupo e
conforme protocolos ou outras normativas
técnicas estabelecidas pelo gestor federal,
estadual, municipal ou do Distrito Federal,
observadas as disposições legais da
profissão, solicitar exames complementares,
prescrever medicações e encaminhar,
quando necessário, usuários a outros
serviços.
2014 COREN-GO Protocolo de Protocolo de Enfermagem na Atenção à
Enfermagem na Saúde da Mulher.
Atenção Primária à
Saúde no Estado de
Goiás.
2017 COFEN PARECER DE Resposta do pedido de Parecer do Ministério
CONSELHEIRA da Saúde sobre Viabilidade dos Enfermeiros
RELATORA Nº Realizarem Procedimentos com
278/2017. Medicamentos e Insumos Para
Planejamento familiar e Reprodutivo.
2018 MINISTÉRIO Nota técnica 5/2018- Colocação de Dispositivos Intrauterinos
DA SAÚDE CGSMU/DAPES/SAS/M (DIU) por enfermeiros (as).
S.
2019 MINISTÉRIO NOTA TÉCNICA Nº Trata-se da Revogação de Notas Técnicas
DA SAÚDE 38/2019-DAPES/SAPS/ (Nota Técnica COSMU/DAPES nº 5/2018).
MS.
29
Podemos perceber que a maior parte dos documentos legislativos, foram
publicados há muitos anos, sendo que as discussões sobre o PPF e o Enfermeiro
iniciaram-se com a lei regulamentadora em 1986 e a Constituição Federal em 1988.
Todavia, as publicações estudadas independente do ano de lançamento possuem
sua aplicabilidade nos dias de hoje.
30
E para ampliar o entendimento dos direitos e deveres dos cidadãos no PPF,
foi criada a lei Nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996. Esta que em seu Art. 3 relata que
esse Programa é parte do conjunto de ações que proporciona uma saúde integral,
seja para a mulher, homem ou o casal. Dispõe que o SUS deve ofertar assistências
básicas, como a concepção e contracepção; o controle das ISTs; e o tratamento e
prevenção dos cânceres cérvico-uterino, de mama, de próstata e de pênis (BRASIL,
1996).
31
Básica em 2012, estes que abordam a assistência efetiva no PPF e o papel do
Enfermeiro nesse contexto (BRASIL, 2010a; BRASIL, 2012).
A participação dos Enfermeiros no PPF muitas vezes foi alvo de críticas pela
classe médica, fazendo com que os Conselhos de Enfermagem publicassem
Pareceres e Notas respaldando e norteando essa atuação. O Parecer Nº 17/2010/
COFEN/ CTLN é um deles, que encaminha documentos ao MS para análise acerca
da viabilização dos Enfermeiros realizarem procedimentos com os métodos do PPF
(COFEN, 2010).
A fim de esclarecer ainda mais essa prática dos Enfermeiros, em 2018 foi
publicado o Manual Técnico para Profissionais de Saúde – DIU com cobre, e em
seu Anexo 2 traz a Nota técnica 5/2018-CGSMU/DAPES/SAS/MS que tem como
assunto a realização do procedimento de inserção do DIU de cobre pelos
Enfermeiros. Segundo a Nota, esses profissionais são capazes conforme suas
atribuições citadas na Lei do Exercício Profissional, na Resolução do COFEN 358
de 2009 e na Política Nacional de Atenção Básica. Solicitando apenas, que as
32
Instituições locais mantenham educação continuada sobre o tema com esses
trabalhadores (BRASIL, 2018).
33
encaminhamentos, como em casos de laqueadura e vasectomia; realização de
exames preventivos do útero e mama; ações nas escolas com os adolescentes; e o
treinamento dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) (COSTA e CRISPIM, 2010;
LINDNER et al., 2006).
34
métodos anticoncepcionais, mas alguns encaminhavam os pacientes de primeira
consulta para os médicos. Dos profissionais que prescreviam, eles utilizavam a
maioria dos métodos disponíveis, exceto o injetável hormonal. Observa-se assim,
quais situações os Enfermeiros pedem auxilio dos médicos, tornando a assistência
mais completa.
35
alguns afirmaram não ser capazes porque os métodos estão sempre atualizando,
assim necessitando de um manejo mais criterioso.
Moura e Silva (2005), traz nos depoimentos dos Enfermeiros, dois pontos já
citados em outros estudos, como a dificuldade de manuseio das pacientes
hipertensas que querem utilizar as pílulas hormonais e a falta de interesse dos
médicos diante ao programa, muitas vezes deixando como responsabilidade apenas
do Enfermeiro.
36
Lindner et al. (2006) questionaram os Enfermeiros sobre quais são os direitos
reprodutivos, eles responderam ser o direito de conhecer os métodos contraceptivos
disponíveis, a opção de escolher o que melhor lhe convêm, isto dentro das
orientações técnicas, o acesso facilitado a estes itens na rede de saúde e a livre
escolha de gerar ou não filhos, assim como sua quantidade. Ao questionados
acerca da lei do programa do planejamento, não se recordam, mas deduzem o que
nela esteja imposto. E declaram a necessidade de mais envolvimento da
comunidade nessas ações de saúde, para resolução das deficiências.
Para Lindner et al. (2006), o programa de PPF deve possuir um caráter mais
geral em relação aos assuntos abordados, como a sexualidade e não somente a
caráter de reprodução humana. Sendo primeiramente desenvolvido a autonomia
das mulheres, que elas confiem nas orientações e tratamentos, assim tenha uma
adesão correta e resultados efetivos na sua realidade. E como já enfatizado em
37
tantos outros estudos, é necessário realizar a aplicação da educação continuada
para aprimorar os serviços à população.
38
Silva et al. (2016) afirma que, por meio de estudos já realizados observa-se
que há um despreparo da equipe de enfermagem para abordar os adolescentes.
Acredita-se que a abordagem de novas pedagogias de ensino baseadas na arte e
criatividade poderá atrair os jovens e adolescentes ao programa.
39
O método mais comumente disponível é o preservativo, este que é um
método de barreira, sendo que o masculino é o mais solicitado (ALMEIDA, et al.
2016). Disponível também o Dispositivo Intrauterino (DIU); diafragma, método de
barreira; anticoncepcional injetável, oral e pílula de emergência, que são métodos
temporários; o coito interrompido, um método comportamental; e a laqueadura e
vasectomia, métodos definitivos (LINDNER et al., 2006; SOUSA et al. 2016;
PIERRE e CLAPIS, 2010).
Segundo Hayashi e Nogueira (2007), dos indivíduos que fazem uso rotineiro
dos contraceptivos, 56% se tratava dos preservativos e 44% das pílulas orais. Isto
se explica por serem os métodos mais disponibilizados no serviço de saúde público.
Além disso, ressalta-se que estes são métodos comportamentais, que necessitam
de disciplina e conhecimento para atingir a eficácia desejada.
40
Na pesquisa de Osis et al. (2006), os profissionais afirmaram que as
mulheres recebem informações acerca de todos os métodos anticoncepcionais
disponíveis, orientadas pelos Enfermeiros e Médicos. No entanto, muitas vezes já
escolhem o método antes das consultas, o que refleti a influencia de familiares e
amigos nessas condutas, o que pode ser equivocado.
De acordo com Spinelli et al. (2014) 73% dos profissionais afirmaram que a
oferta da Contracepção de Emergência (CE) ocorria pelos prescritores médicos e/ou
Enfermeiros, já 12% deles, referiram que a oferta acontecia por não prescritores,
técnico de enfermagem ou farmacêuticos. E na maioria das vezes eram
dispensados apenas o comprimido da CE e não o “kit saúde da mulher”. Além disso,
85% dos profissionais já haviam realizado essa prescrição, porém 8,5% acreditavam
ser um direito das mulheres.
41
Neste estudo afirma-se que as Unidades de Saúde estão aptas a ofertar esse
método de contracepção as mulheres. E refleti sobre a assistência tímida em
relação a orientação e divulgação deste uso para a população, podendo contribuir
para uso indiscriminado das pílulas de farmácia privada (SPINELLI et al., 2014).
Para alguns profissionais de saúde a CE não é um método “correto”, assim esses
conceitos próprios atrapalham a rotina de atendimentos, necessitando de um melhor
planejamento da gestão.
42
subsidiar as Políticas Públicas quanto à adequação ao uso e da disponibilidade para
a população.
43
O PPF tem como um dos princípios, instigar a liberdade do quantitativo de
filhos que os indivíduos desejam obter, através do uso dos métodos
anticoncepcionais e este fato deve ser discutido como casal, por isso a enorme
importância do homem, tanto para conhecer os processos de saúde como para
auxiliar e apoiar sua companheira (NOGUEIRA et al., 2018).
44
Ao reduzir as taxas de gravidez indesejada, o Planejamento Familiar reduz a
necessidade de abortos inseguros, que responde por 13% da mortalidade materna
global. Repercute também no aspecto social, haja vista a maternidade na juventude
estar relacionada com educação precária, baixa inserção no mercado de trabalho,
baixa autoestima e falta de perspectiva de vida (MOURA e GOMES, 2014).
45
Isso se dá por motivos de reuniões de equipe, participação em eventos
profissionalizantes, poucos Enfermeiros nas Unidades, campanha de vacinação,
mudanças no calendário e baixa procura pelo planejamento familiar.
Osis et al. (2006), na etapa qualitativa do seu estudo iniciou uma discussão
acerca dos aspectos estruturais da Saúde da Família e o PPF. Segundo eles o PPF
estava, na maioria das unidades, em segundo plano quando se tratava da saúde da
mulher, que os cuidados grávido-puerperal eram prioridades para os profissionais.
46
neste contexto, é de orientar acerca do planejamento estrutural familiar para receber
uma criança e sobre o uso dos preservativos para prevenção de Infecções
Sexualmente Transmissíveis.
De acordo com Moura e Silva (2006) as usuárias do PPF, que são em sua
maioria mulheres, elencaram diversos pontos que refletem a qualidade deste
Programa para elas. Sendo, oferta de conhecimento/orientação, que envolva o casal
e as torne empoderadas para escolher; este também, que não possua ausência de
insumos para oferta, tendo os métodos que são mais desejados por elas; que
proporcionem acessibilidade quanto a distância da comunidade; que sejam tratadas
adequadamente; seja uma equipe permanente; e reforcem os fatores de risco nas
prescrições.
47
Segundo Santos et al. (2016), um dos principais motivos das usuárias
prevenirem a gravidez era o fator econômico. Elas queriam gerar os filhos no
momento ideal para o casal e após a equipe de saúde despertar a autonomia nas
pacientes, foi de suma importância nas suas vidas e para consolidar um dos
objetivos do PPF.
48
que esses dados representam que a metade das mulheres não utilizam
contracepção (CARVALHO, 2019).
49
meio de palestras e roda de conversa, utilizando vários materiais, como cartazes e
álbuns seriados. Este fato enfatiza uma das principais funções dessa classe
profissional na saúde primária, a promoção de educação em saúde.
50
(SILVA et al., 2016). É consensual que os países que adotam princípios da Atenção
Primária geram os melhores resultados de adesão as medidas de prevenção e
promoção da saúde.
51
Um relato de experiência realizado por Pereira et al. (2007) em uma UBS do
Rio Grande (RS), apresentou a reconstrução de um grupo de PF e entre os
assuntos abordados neste grupo, estavam a saúde da mulher, IST, prevenção de
colo de útero, métodos contraceptivos, sexualidade, saúde da família, relação de
cônjuges, educação e cuidados com os filhos e assuntos relacionados ao bem-estar
próprio, como autoestima.
52
suscetíveis a gravidezes indesejadas e danos à saúde como IST. Portanto, é
necessário incentivo para realização de novos estudos a cerca deste tema dentro da
enfermagem.
6. CONCLUSÃO
53
o primeiro contato dos usuários com esses serviços, assim constroem vínculos mais
sólidos proporcionando uma assistência mais eficaz.
54
REFERÊNCIAS:
55
(MG), v 21, n 1, pág. 104-111. 2018. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/brasil/resource/pt/biblio-970169 . Acesso em: 28 mai.
2020.
56
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Capitulo 1 - Direitos, Saúde Sexual e Reprodutiva: Marcos Legais e
Políticos. IN: Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva. Cadernos de Atenção Básica,
nº 26. 2010a. pg 11-20. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf. Acesso em:
03 fev. 2020.
57
COFEN. Parecer Nº 17/2010/ COFEN/ CTLN. Conselho Federal de Enfermagem.
2010. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/parecer-n-172010-cofen-
ctln_6148.html. Acesso em: 27 set. 2020.
58
contraceptivos hormonais na rede de atenção primária em saúde. Revista
Brasileira de Enfermagem: Brasília (DF), v 66, n 6, pág. 827-832. 2013. Disponível
em: https://www.scielo.br/pdf/reben/v66n6/03.pdf. Acesso em: 29 jul. 2020.
59
MOREIRA, MARIA HELENA CAMARGO; ARAÚJO, JOSÉ NEWTON GARCIA.
Planejamento familiar: autonomia ou encargo feminino? Piscologia em Estudo:
Maringá (PR), v 9, n 3, pág. 389-398. 2004. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/icse/2017nahead/18075762icse1807https://www.scieo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141373722004000300007&lang=pt.
Acesso em: 03 out. 2020.
MORSE, JESSICA E.; MOSS, MERRY-K. Reproductive Life Planning: Raising the
Question. Maternal and Child Health Journal: USA, v. 22, pág. 439–444. 2018.
Diposnível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29512053. Acesso em: 05
mar. 2020.
60
MOZZAQUATO, CAROLINE DE OLIVEIRA; ARPINI, DORIAN MÔNICA.
Planejamento Familiar e Papéis Parentais: O Tradicional, a Mudança e os Novos
Desafios. Psicologia, Ciência e Profissão: Brasília (DF), v 37, n 04. 2017.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/19823703001242016. Acesso em: 13 abr.
2020.
61
PEREIRA, QUELI LISIANE CASTRO; SILVA, CLÁUDIA BEATRIZ DEGANI
CARDOSO DE AGUIAR; PELZER, MARLENE TEDA; LUNARDI, VALÉRIA LERCH;
SIQUEIRA, HEDI CRECENCIA HECKLER. Processo de (re) construção de um
grupo de planejamento familiar: uma proposta de educação popular em saúde.
Texto e Contexto – Enfermagem: Florianópolis (SC), v 16, n 2. 2007. Disponível
em:https://www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S0104070720070002
00016&lang=pt. Acesso em: 22 jun. 2020.
RIBEIRO, PAULA DE JESUS; BARROS, KARLA HELENA S.; REIS, ROSA ALVES;
CAMPINAS, LUCIA DE LOURDES SOUZA LEITE. Planejamento familiar:
importância do conhecimento das características da clientela para implementação
de ações de saúde. O mundo da Saúde: São Paulo (SP), v 32, n 04, pag. 412-419.
2008. Disponível em:
http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/65/01%20Planejamento_baixa.pdf.
Acesso em: 21 mai. 2020.
62
SILVA, KARLA RONA.; SOUZA, ALESSANDRA DOS SANTOS; PIMENTA,
DÉBORA JANAINA; SILVA, ROSEANA; LIMA, MARINA DAYRELL DE OLIVEIRA.
Planejamento Familiar: importância das práticas educativas em saúde para jovens e
adolescentes na Atenção Básica. Revista Eletrônica Gestão & Saúde: Brasília
(DF), n 1, pág. 327-342. 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/icse/2017nahead/1807-5762-icse-1807.Acesso em: 01 out.
2020.
63