Manual Programa Nacional Vitamina A 2edicao

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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Manual de Condutas Gerais


do Programa Nacional de
Suplementação de Vitamina A

2ª Edição

Brasília – DF
2013
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica

Manual de Condutas Gerais


do Programa Nacional de
Suplementação de Vitamina A

2ª Edição

Brasília – DF
2013
© 2013 Ministério da Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada
a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. Venda proibida. Distribuição gratuita. A
responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica. A coleção
institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do
Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>.

Tiragem: 2ª edição – 2013 – 10.000 exemplares


Elaboração, distribuição e informações Gisele Ane Bortolini
MINISTÉRIO DA SAÚDE Karine Oliveira Daud
Secretaria de Atenção à Saúde Karla Lisboa Ramos
Departamento de Atenção Básica Maria Fernanda Moratori Alves
Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição
SAF Sul, Quadra 2, lotes 5/6, Edifício Premium, bloco II, Coordenação editorial
auditório, sala 8 Marco Aurélio Santana da Silva
CEP: 70070-600 – Brasília/DF Sheila de Castro e Silva
Tel.: (61) 3315-9004
Fax: (61) 3315-8849 Diagramação e Projeto Gráfico
Site: dab.saude.gov.br Marco Aurélio Santana da Silva
E-mail: cgan@saude.gov.br
Normalização
Editor Geral Delano de Aquino Silva – CGDI/Editora MS
Heider Aurélio Pinto Marjorie Fernandes Gonçalves - SAS/MS

Coordenação Técnica Geral Impresso no Brasil / Printed in Brazil


Patrícia Constante Jaime

Colaboração
Ana Maria Cavalcante de Lima
Élida Amorim Valentim

Ficha Catalográfica

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Manual de condutas gerais do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A / Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. - Brasília : Ministério
da Saúde, 2013.
38 p. : il.

ISBN 978-85-334-2034-2

1. Vitaminas. 2. Suplementação alimentar. 3. Manual de Procedimentos Operacionais Padrões


(MPOP). I. Título.

CDU 604.4:577.161.1

Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2013/0371

Títulos para indexação


Em inglês: Operational manual of the National Program of Vitamin A Supplementation
Em espanhol: Manual operacional del Programa Nacional de Suplementación de Vitamina A
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 7
1 INTRODUÇÃO 8
2 VITAMINA A 10
2.1 Conceito 10
2.2 Deficiência de Vitamina A 10
2.3 Quem precisa da vitamina A 12
2.4 Recomendação de ingestão diária de vitamina A 12
3 PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE
16
VITAMINA A
3.1 Suplementação de vitamina A em crianças 17
3.1.1 Passos para administração de vitamina A em crianças 17
3.1.2 Registro da administração de vitamina A em crianças 18
3.2 Suplementação de vitamina A em puérpera 21
3.2.1 Passos para administração de vitamina A em puérpera 21
3.2.2 Registro da administração de vitamina A em puérpera 22
3.2.3 Cadastramento de hospital/maternidade para distribuição
23
da vitamina A para puérperas
3.3 Cuidados ao administrar a megadose de vitamina A 24
3.4 Armazenamento dos suplementos de vitamina A 25
3.5 Funcionamento operacional do programa 26
3.6 Sistema de gestão do Programa Nacional de Suplementação
26
de Vitamina A
3.7 Responsabilidade do coordenador do Programa Nacional
27
de Suplementação de Vitamina A
4 ATIVIDADES DE INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E
29
COMUNICAÇÃO
REFERÊNCIAS 30
GLOSSÁRIO 32
ANEXOS 33
Anexo A – Mapa diário de administração de vitamina A
33
em crianças – UF
Anexo B – Mapa diário de administração de vitamina A
34
em puérperas – UF
Anexo C – Consolidado Mensal de Administração de
35
vitamina A
Anexo D – Consolidado Mensal de Perdas de Cápsulas de
36
vitamina A
Anexo E – Ficha de Acompanhamento Individual 37
A
PRESENTAÇÃO

A deficiência de vitamina A é considerada uma das mais importantes


deficiências nutricionais dos países em desenvolvimento, sendo a principal
causa de cegueira evitável.

A suplementação oral de vitamina A constitui-se na estratégia mais


eficaz para prover vitamina A em indivíduos com riscos para a deficiência.

No Brasil, o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina


A foi instituído por meio da Portaria nº 729, de 13 de maio de 2005,
cujo objetivo é reduzir e controlar a deficiência nutricional de vitamina A
em crianças de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós-parto imediato
(antes da alta hospitalar).

Desde a década de 80, fazem parte do programa todos os municípios


da Região Nordeste. Em 2010 o programa foi ampliado para os municípios
que compõem a Amazônia Legal e em 2012, com o lançamento da Ação
Brasil Carinhoso, o programa foi expandido para todos os municípios da
Região Norte, e 585 municípios integrantes do Plano Brasil Sem Miséria
das Regiões Centro Oeste, Sul e Sudeste e todos os Distritos Sanitários
Especiais Indígenas.

A Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/


DAB/SAS) do Ministério da Saúde elaborou este manual de condutas
gerais com objetivo de orientar os gestores e profissionais de saúde de
estados e municípios para a implementação do Programa Nacional de
Suplementação de Vitamina A.

7
1 INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece


que a deficiência de vitamina A (DVA) afeta, em nível mundial,
aproximadamente 19 milhões de mulheres grávidas e 190 milhões de
crianças em idade pré-escolar e a maioria está localizada nas regiões da
África e Sudoeste da Ásia (OMS, 2011).

No Brasil, a DVA era considerada um problema de saúde pública,


sobretudo na Região Nordeste e em alguns locais da Região Sudeste e da
Região Norte. Contudo, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da
Criança e da Mulher (PNDS-2006) traçou o perfil das crianças menores de
5 anos e da população feminina em idade fértil no Brasil e apontou que o
problema se estende para todas as regiões brasileiras. Nessa pesquisa, foi
observado que 17,4% das crianças e 12,3% das mulheres apresentavam
níveis inadequados de vitamina A. Em crianças, as maiores prevalências
foram encontradas no Sudeste (21,6%) e Nordeste (19,0%) do País. A
maior idade materna (>35 anos) também foi associada à maior ocorrência
de crianças com níveis deficientes de vitamina A. Nas mulheres, as
prevalências nas regiões foram: Sudeste (14%), Centro-Oeste (12,8%),
Nordeste (12,1%), Norte (11,2%) e Sul (8%) (BRASIL, 2009).

Evidências acerca do impacto da suplementação com vitamina


A em crianças de 6 a 59 meses de idade apontam uma redução do
risco global de morte em 24%, de mortalidade por diarreia em 28%
e de mortalidade por todas as causas, em crianças HIV positivo, em
45%. Com isso, a OMS recomenda a administração de suplementos
de vitamina A para prevenir a carência, a xeroftalmia1 e a cegueira de
origem nutricional em crianças de 6 a 59 meses. Segundo a OMS, a
suplementação profilática de vitamina A deve fazer parte de um conjunto
de estratégias para a melhoria da ingestão desse nutriente, portanto,
associado à diversificação da dieta (OMS, 2011).

¹ A xeroftalmia e a cegueira noturna são manifestações clínicas da deficiência grave de


vitamina A.

8
O Ministério da Saúde, em parceria com as secretarias estaduais
e municipais de saúde, desenvolvem, desde 2005, o Programa Nacional
de Suplementação de Vitamina A, com outras ações de prevenção da
DVA, em áreas consideradas de risco.

Até o primeiro semestre de 2012, o programa atendia a Região


Nordeste, municípios do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (Estado de
Minas Gerais) e alguns municípios da Amazônia Legal (Região Norte
e Estado de Mato Grosso) e alguns Distritos Sanitários Especiais
Indígenas. A partir do segundo semestre, o programa foi ampliado para
todo o País (todos os municípios da Região Norte e Distritos Sanitários
Especiais Indígenas e municípios prioritários do Plano Brasil Sem
Miséria das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul).

Medidas importantes de prevenção da deficiência de vitamina A:

1. Promoção do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e


complementar até dois anos de idade ou mais com a introdução dos
alimentos complementares em tempo oportuno e de qualidade;

2. Promoção da alimentação adequada e saudável, assegurando


informações para incentivar o consumo de alimentos fontes em vitamina
A pela população;

3. Suplementação profilática periódica e regular das crianças de 6 a 59


meses de idade, com megadoses de vitamina A;

4. Suplementação profilática com megadoses de vitamina A para


mulheres no pós-parto imediato (puérpera), antes da alta hospitalar2.

² A suplementação de mulheres no pós-parto imediato acontece somente na Região


Nordeste e em alguns municípios localizados na Região Norte, Estado de Minas
Gerais e Mato Grosso.

9
2 VITAMINA A

2.1 Conceito

A vitamina A é um micronutriente encontrado em fontes de origem


animal (retinol) e vegetal (provitamina A). Entre os alimentos de origem
animal, as principais fontes são: leite humano, fígado, gema de ovo e
leite. A provitamina A é encontrada em vegetais folhosos verdes (como
espinafre, couve, beldroega, bertalha e mostarda), vegetais amarelos
(como abóbora e cenoura) e frutas amarelo-alaranjadas (como manga,
caju, goiaba, mamão e caqui), além de óleos e frutas oleaginosas (buriti,
pupunha, dendê e pequi) que são as mais ricas fontes de provitamina A.
Um benefício das provitaminas é a conversão em vitamina A ativa e a
ação como potentes antioxidantes.

2.2 Deficiência de vitamina A


O corpo humano não pode fabricar vitamina A, portanto, toda a
vitamina A de que necessitamos deve vir dos alimentos. O corpo pode
armazenar vitamina A no fígado, garantindo uma reserva, que será utilizada
na medida de sua necessidade.

Se essa reserva está reduzida e não ingerimos alimentos que contêm


vitamina A suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais do nosso
corpo, ocorre a deficiência. A deficiência de vitamina A pode se manifestar
como deficiência subclínica ou como deficiência clínica.

A DVA clínica (xeroftalmia) é definida por problemas no


sistema visual, atingindo três estruturas oculares: retina, conjuntiva
e córnea, tendo, como consequência, a diminuição da sensibilidade à
luz até cegueira parcial ou total. A primeira manifestação funcional é a
cegueira noturna, que constitui a diminuição da capacidade de enxergar
em locais com baixa luminosidade.

10
Figura 1 – Fotos de sinais clínicos da deficiência de vitamina A

Xeroftalmia
Xerose Mancha de Bitot Ulceração de córnea

Fonte: Mcauliffe et al., 1991.

A deficiência de vitamina A (DVA) subclínica é definida como


uma situação na qual as concentrações dessa vitamina estão baixas
e contribuem para a ocorrência de agravos à saúde, como diarreia e
morbidades respiratórias. A medida em que as reservas de vitamina
A diminuem, aumentam as consequências de sua deficiência. Nesta
fase, a suplementação com vitamina A pode reverter a condição
subclínica e impedir o avanço da deficiência para a forma clínica.

A RESERVA ADEQUADA DE VITAMINA A EM CRIANÇAS


AUXILIA NA REDUÇÃO EM 24% DA MORTALIDADE
INFANTIL E 28% DA MORTALIDADE POR DIARREIA.

Alguns casos merecem investigação, pois podem evidenciar a


deficiência da vitamina A:

• Criança ou gestante com dificuldade para enxergar à noite ou


em baixa luminosidade (cegueira noturna);
• Presença de alguma alteração ocular sugestiva de xeroftalmia
(ressecamento do olho);
• Ocorrência frequente de diarreia;
• Crianças com desnutrição energético-protéica.

11
2.3 Quem precisa da vitamina A

Todas as pessoas necessitam de vitamina A para proteger sua


saúde e visão. Porém, alguns grupos populacionais, pelas características
da fase da vida em que se encontram, necessitam de atenção especial, pois
são mais vulneráveis à deficiência de vitamina A:

• Crianças que passam a receber outros alimentos, além do


leite materno, a partir do 6º mês, precisam de quantidades
adequadas da vitamina, pois ela é essencial para o crescimento
e o desenvolvimento saudáveis;

• Mulheres que amamentam (nutrizes ou lactantes) necessitam


de mais vitamina A para manter a sua saúde.

2.4 Recomendação de ingestão diária de vitamina A

No quadro a seguir, encontram-se as recomendações da


Organização Mundial da Saúde (OMS) de ingestão diária de vitamina A
por grupo etário.
Quadro 1 – Recomendações da OMS de ingestão diária de vitamina A por grupo
etário
Equivalência de Equivalência em Unidades
Grupo
Retinol - µg Internacionais - UI
Crianças
0–6 meses 400 1.333
6–12 meses 500 1.667
1–3 anos 300 1.000
4–8 anos 400 1.333
Mulheres
9–13 anos 600 2.000
14–70 anos 700 2.333
> 70 anos 700 2.333
continua

12
conclusão
Grupo Equivalência de Equivalência em Unidades
Retinol - µg Internacionais - UI
Homens
9–13 anos 600 2.000
14–70 anos 900 3.000
> 70 anos 900 3.000
Mulheres
grávidas
14–18 anos 750 2.500
19–50 anos 770 2.567
Nutrizes
14–18 anos 1.200 4.000
19–50 anos 1.300 4.333
Fonte: Dietary Reference Intakes, 2001.

Como consumir a recomendação diária por meio de alimentos


saudáveis?

O leite materno fornece a quantidade de vitamina A que a


crianças precisam nos seis primeiros meses de vida quando é oferecido
de forma exclusiva, ou seja, quando a criança recebe apenas o leite
materno, sem nenhum outro alimento, chá ou água. As quantidades
são suficientes para garantir a saúde, permitir crescimento normal e
saudável, e para a manutenção de estoques suficientes da vitamina no
fígado.

Durante os seis primeiros meses de vida, a média de consumo


de leite materno é de 750ml/dia, o que fornece aproximadamente
375µg RE de vitamina A/dia. Dos 7 aos 12 meses, o leite materno
continua sendo uma importante fonte de vitamina A. Nessa idade,
as crianças que ainda mamam no peito, ingerem aproximadamente
650ml de leite materno/dia, o que fornece em torno de 325µg RE de
vitamina A/dia. A alimentação complementar tem papel importante
nessa idade e deve complementar as inúmeras qualidades do leite

13
materno. Crianças que não mamam no peito ou ingerem menor
quantidade de leite materno devem receber alimentos que forneçam
boas quantidades de vitamina A.

A alimentação complementar saudável deve ser oferecida


assim que a criança completar 6 meses de vida e, a partir dessa idade,
deve receber uma fruta no meio da manhã, uma refeição salgada no
almoço e uma fruta no meio da tarde e leite materno em livre demanda.
Ao completar 7 meses, a criança já pode receber a segunda refeição
salgada que deve ser oferecida no final da tarde. Todas as frutas devem
ser oferecidas para a criança, mas se deve dar preferência às frutas da
estação. Sempre que possível as frutas e as refeições devem conter
alimentos ricos em vitamina A.

A Organização Mundial da Saúde ressalta que a dieta materna é


fator determinante para a concentração da vitamina A no leite materno,
assim, recomenda que as mulheres no pós-parto devam receber nutrição
adequada dessa vitamina (2011).

A inadequação do consumo de vitamina A é muito alta em todas


as regiões do País, o que reflete a baixa qualidade da dieta do brasileiro,
segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009).
Dados da última POF mostram que 72% das mulheres em idade fértil
têm consumo inadequado de vitamina A, o que reforça a necessidade de
suplementação profilática em grupos prioritários.

É importante que o profissional de saúde oriente a família para


aumentar o consumo de alimentos que são ricos em vitamina A.

Quadro 2 – Lista de alimentos e quantidade de vitamina A fornecida por alimentos


usualmente consumidos
ALIMENTOS DESCRIÇÃO PORÇÃO VIT. A (RE)
Fígado bovino
1 bife médio 100g 10.318.764
cozido
Ovo cozido 1 unidade pequena 50g 95.5
continua

14
conclusão
ALIMENTOS DESCRIÇÃO PORÇÃO VIT. A (RE)
Leite de vaca
1 copo requeijão 250ml 77.5
integral
2 colheres sopa
Abóbora cozida 72g 178.56
cheia
Mamão papaya ½ unidade média 155g 68.2
Manga 1 unidade média 140g 301.0
Cenoura cozida 1 colher sopa cheia 25g 55.75
2 colheres sopa
Cenoura crua 24g 675.12
cheia
Acerola 10 unidade 120g 278.4
Goiaba 1 unidade média 170g 59.5
Melão 1 fatia média 90g 165.6
Pitanga 10 unidades 100g 78
Tomate 4 fatias médias 60g 27
Agrião 4 folhas médias 20g 45.8
Alface lisa 3 folhas médias 30g 55.2
Brócolis cozido 3 ramos médios 60g 78.6
Espinafre cozido 2 colheres sopa 50g 94.0
2 colheres sopa
Couve refogada 40g 76.8
cheia
Rúcula 4 folhas 20g 63.4
Fonte: Sonia Tucunduva Philippi. Tabela de Composição de Alimentos para Suporte
nutricional. 2ª edição. 2002. Delia B. Rodriguez-Amaya. Fontes Brasileiras de
Carotenóides (Tabela Brasileira de Composição de Carotenóides em alimentos) 2008.

15
3
S 3 PROGRAMA NACIONAL DE
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A

O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A


consiste na suplementação profilática medicamentosa para crianças de
6 a 59 meses de idade e mulheres no pós-parto por não atingir, pela
alimentação, a quantidade diária necessária para prevenir a deficiência
dessa vitamina no organismo.

A composição da megadose de vitamina A distribuída pelo


Ministério da Saúde é: vitamina A na forma líquida, diluída em óleo de
soja e acrescida de vitamina E. O Programa Nacional de Suplementação
de Vitamina A distribui cápsulas em duas dosagens: de 100.000 UI e de
200.000 UI, acondicionadas em frascos, contendo, cada um, 50 cápsulas
gelatinosas moles. As cápsulas apresentam cores diferentes, de acordo
com a concentração de vitamina A.

Figura 2 – Megadoses de vitamina A em cápsulas

Frasco de Vitamina A em Cápsulas de Vitamina A Cápsulas de Vitamina A


cápsulas – 50 unidades com 200.000 UI com 100.000 UI
Fonte: CGAN/DAB/SAS.

Os suplementos são distribuídos, gratuitamente, nas unidades


básicas de saúde (UBS) que formam a rede SUS.

16
3.1 Suplementação de vitamina A em crianças

3.1.1 Passos para administração de vitamina A


em crianças

Passo 1: Triagem

A partir do 6º até o 59º mês de idade, todas as crianças que residam


em municípios contemplados pelo programa devem receber doses de
vitamina A. Para tanto, é preciso verificar na Caderneta de Saúde da
Criança a data da última administração do suplemento de vitamina A.

O coordenador local (estadual ou municipal) irá definir


a estratégia de distribuição de vitamina A que mais se adequa à sua
realidade, podendo ser na rotina dos serviços de saúde (demanda
espontânea ou programada, visita domiciliar e busca ativa) ou junto à
Campanha Nacional de Imunização.

Passo 2: Dosagem

Para que se tenham bons resultados, a suplementação de vitamina


A deve seguir o calendário de administração abaixo:

Quadro 4 – Esquema para administração de vitamina A em crianças

IDADE DOSE FREQUÊNCIA


Crianças:
100.000 UI Uma dose
6 – 11 meses
Crianças:
200.000 UI Uma vez a cada 6 meses
12 – 59 meses
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 729, de 13 de maio de 2005.

17
3.1.2 Registro da administração de vitamina A
em crianças

O registro é parte importante de qualquer atividade dos serviços


de saúde. Da mesma forma que se registram as vacinas aplicadas,
devem-se registrar os suplementos de vitamina A administrados.

No serviço de saúde, é preciso anotar no Mapa Diário


de Administração de Vitamina A (Anexo A) o número de doses
administradas para se ter o controle de quantas crianças recebem a
megadose de vitamina A. Esse mapa possibilita, de maneira rápida e
simples, o monitoramento do programa. Certifique-se de que os mapas
diários de administração estão disponíveis diariamente em todas as
unidades básicas de saúde do município.

A seguir as orientações para registro do Mapa Diário de


Administração de vitamina A em crianças:

• Preencher todo o cabeçalho do mapa diário (município,


unidade de saúde, mês/ano, responsável, rotina ou campanha).
• Para o registro da suplementação de crianças de 6 a 11
meses, marque na coluna correspondente um “x” a cada dose
administrada.
• O registro do quantitativo de crianças de 12 a 59 meses
de idade suplementadas está dividido em 1ª e 2ª dose do
ano vigente. Por exemplo, uma criança que apresente 8
meses, no primeiro semestre do ano, deve receber a dose
de 100.000 UI no primeiro semestre e a primeira dose de
200.000 UI no segundo semestre. Para as crianças maiores
de 12 meses, e a dose administrada no primeiro semestre do
ano, será a primeira dose de 200.000UI e a administrada no
segundo semestre do ano será a segunda dose de 200.000 UI.
Lembrando que, na Caderneta de Saúde da Criança há um
campo para registrar a data e as doses que a criança recebeu
ao longo de sua vida.

18
• No fim do dia ou semana, verifique o número de doses
administradas, as doses perdidas (que caíram no chão, se
romperam, venceram etc.) e o saldo.
• No final de cada mês, encaminhe o mapa diário de
administração ao coordenador municipal do programa, para
que este realize a inserção dos dados no Sistema de Gestão
do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A.

Caderneta de Saúde da Criança:

É importante reforçar o registro da data e da dose de vitamina


A administrada na Caderneta de Saúde da Criança, onde existe espaço
para registro da data de doses administradas e do retorno da criança.

É muito importante orientar a mãe ou responsável pela criança a


voltar à Unidade Básica de Saúde sempre que for marcado o retorno de
administração de vitamina A.

Caso o município utilize uma Caderneta de Saúde da Criança que


não possua espaço específico para anotar a administração da vitamina
A, poderá utilizar os espaços em branco para este fim, ou anexar a ficha
de acompanhamento individual (Anexo E). Neste caso, deve-se também
anotar a dose de vitamina A, a data da administração e o retorno para a
próxima dose.

IMPORTANTE!
OS PAIS OU RESPONSÁVEIS DEVEM SER ORIENTADOS A
RETORNAR COM A CRIANÇA NA UNIDADE BÁSICA DE
SAÚDE PARA RECEBER A PRÓXIMA DOSE DE VITAMINA A, NO
PERÍODO ADEQUADO. DEVE-SE ANOTAR NA CADERNETA
DE SAÚDE DA CRIANÇA a data de retorno OU FIXAR
UM LEMBRETE AOS PAIS PARA O RETORNO.

19
Questões importantes:

Com que frequência é preciso administrar suplementos de vitamina A?


Os suplementos de vitamina A devem ser oferecidos às crianças de 12 a
59 meses de idade de seis em seis meses. O intervalo seguro entre uma
administração e outra é de, no mínimo, quatro meses.

– Qual a via de administração dos suplementos de vitamina A?


Os suplementos de vitamina A são administrados por via oral e não
devem ser administrados por via intramuscular ou endovenosa.

– Como é a rotulagem dos suplementos de vitamina A?


A concentração dos suplementos de vitamina A é indicada em unidades
internacionais, geralmente abreviadas como UI. O rótulo dos frascos
que contêm os suplementos indica qual a concentração da vitamina:
100.000 UI (cor amarela) ou 200.000 UI (cor vermelha).

– Quais podem ser as reações adversas?


A vitamina A é bem tolerada. Geralmente, não há efeitos colaterais para
as dosagens recomendadas pelo programa, mas é possível que a criança
coma menos durante o dia da administração, vomite ou sinta dor de
cabeça. Avise à mãe que isso é normal, que os sintomas passarão e que
não é preciso nenhum tratamento específico.

– Qual o procedimento em caso de superdosagem?


Em caso de superdosagem, pode ocorrer hepatotoxicidade, dor de
cabeça, náusea, tontura, sonolência, irritabilidade, delírio, vômitos,
diarreia e eritema cutâneo. Pode ocorrer hipertensão intracraniana
benigna, seus sintomas: dor de cabeça, abaulamento de fontanela e
papiledema simétrico, geralmente se resolvem em poucos dias, com
exceção do papiledema que pode durar até meses. Não há descrição de
implicações neurológicas. É importante que a equipe de saúde faça o
acompanhamento dessa criança até que cessem os sintomas.

20
– Existem contraindicações dos suplementos de vitamina A?
Recomenda-se não suplementar a criança que faz o uso diário de
polivitamínico com vitamina A ou qualquer outro suplemento isolado
de vitamina A.

3.2 Suplementação de vitamina A em puérperas

3.2.1 Passos para administração de vitamina A


em puérpera

Passo 1: Triagem

Mulheres grávidas ou em idade fértil:

As mulheres grávidas ou em idade fértil, que podem estar na


etapa inicial da gravidez sem saber, não devem receber a megadose
de vitamina A. Os suplementos de vitamina A em grandes doses
administradas no início da gravidez podem causar problemas de má-
formação fetal (teratogenicidade).

Mulheres no pós-parto imediato (puérperas), ainda na maternidade:

Só é seguro fornecer suplementos de vitamina A em megadoses


(200.000 UI) a puérperas, antes da alta hospitalar, ainda na maternidade.
Nesse período, é certo que a mulher não esteja grávida. Os suplementos
de vitamina A fornecidos às puérperas logo após o parto, em áreas onde
ocorrem deficiências de vitamina A, contribuem para a melhor nutrição
materna.

Passo 2: Dosagem

As puérperas devem receber uma única dose de vitamina A na


concentração de 200.000 UI, imediatamente após o parto, na maternidade
ou hospital.

21
Quadro 5 – Esquema para administração de vitamina A em puérperas
Via de
Período Dose Frequência
administração
Somente no pós-
parto imediato, antes 200.000 UI oral Uma vez
da alta hospitalar
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 729, de 13 de maio de 2005.

obs: A suplementação de mulheres no pós-parto imediato acontece somente na Região


Nordeste e em alguns municípios localizados na Região Norte, estados de Minas
Gerais e Mato Grosso.

3.2.2 Registro da administração de vitamina A


em puérpera

Somente as puérperas no pós-parto imediato, residentes nos


locais onde se realiza essa ação, devem receber a megadose ainda na
maternidade, antes da alta hospitalar. Para que seja evitado o risco
de teratogenia do feto, caso haja nova gravidez em curso. Assim, as
mulheres não devem receber suplementação em outros locais (Unidade
Básica de Saúde, por exemplo) ou em outros períodos de sua vida
reprodutiva.

O registro é parte importante de qualquer atividade dos serviços


de Saúde e, portanto, os suplementos de vitamina A administrados
às puérperas também devem ser registrados. O Mapa Diário de
Administração (Anexo B) é uma maneira rápida e simples de apresentar
resultados da administração da megadose de vitamina A na maternidade.

Certifique-se de que os mapas diários de administração estão


disponíveis diariamente na maternidade/hospital.

Para preencher o mapa diário de administração, é importante que:


• Preencher todo o cabeçalho do Mapa diário;
• A cada dose administrada, faça um “x” na área apropriada;
• No fim do dia ou semana, verifique o número de doses
administradas, as doses perdidas (que caíram no chão, se
romperam, venceram etc.) e o saldo;
22
• No final de cada mês, encaminhe o mapa diário de
administração ao coordenador municipal do programa, para
que este insira os dados no sistema de gestão.

A PUÉRPERA DEVE SER ORIENTADA QUANTO À UMA


ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL E SOBRE A
IMPORTÂNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DA MEGADOSE
DE VITAMINA A PARA REPOSIÇÃO DE SUAS RESERVAS
CORPORAIS.

Registro no Cartão da Gestante

No cartão da gestante, existe espaço para registro da dose de


vitamina A administrada, caso o município utilize um modelo de cartão
da gestante que não possua espaço específico para anotar a administração
da vitamina A, utilize a ficha de acompanhamento individual (Anexo E)
para realizar este procedimento e fixe-o no cartão da gestante.

3.2.3 Cadastramento de hospital/maternidade para


distribuição da vitamina A para puérperas
Recomenda-se inicialmente reunir os gestores/profissionais de
Saúde das maternidades que tenham um esquema de rotina bem definido
e que estejam dispostas a desenvolver o programa. Cada estado deverá
estabelecer sua meta nas unidades habilitadas para a implantação do
programa. Assim, a operacionalização será da seguinte forma:

• Localizar em cada maternidade/hospital o local mais


apropriado para o armazenamento e administração das
cápsulas de vitamina A;
• Identificar os profissionais responsáveis pelo controle da
administração, estoque e registro das doses administradas
nos mapas de acompanhamento;
• Estabelecer critérios para a triagem do público a ser atendido
(puérperas de bebês vivos, mortos e abortamentos);
• Estabelecer rotina de encaminhamento da puérpera para
o recebimento do suplemento. A suplementação só será
realizada período em que a mãe se encontra na maternidade/
23
hospital. Caso a puérpera tenha alta e não recebeu a vitamina
A, ela não poderá receber em outro momento;
• Realizar o registro da administração do suplemento
(prontuário e cartão da gestante);
• Informar a puérpera sobre a importância do suplemento;
• Divulgar na maternidade/hospital as diretrizes gerais do
programa e a importância da suplementação de vitamina A;
• Manter informados o Ministério da Saúde e as coordenações/
referências estaduais de alimentação e nutrição, sempre
que tiver a inserção de novas maternidades/hospitais no
programa.

3.3 Cuidados ao administrar a megadose de vitamina A

• Verifique o rótulo do frasco para confirmar a dose de vitamina


A contida em cada cápsula (100.000 UI ou 200.000 UI);
• Verifique a data de validade do suplemento (descarte as
cápsulas vencidas e registre a perda no sistema de gestão do
Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A;
• Para abrir a cápsula, torça a ponta da cápsula e puxe para
cima;
• Não use alfinetes para abri-las ou outros objetos
perfurocortantes, evitando, assim, ferir os dedos e contaminar
o produto;
• Peça à criança para abrir a boca, suspenda levemente o queixo
da criança e segure-o, apertando firmemente com a outra mão
os lados da cápsula até derramar todo o conteúdo;
• O profissional de Saúde que administrar a dose de vitamina A
na criança deve ficar atento para garantir que ela engula todo
o conteúdo da cápsula e não derrame nenhuma gota;
• Caso a criança cuspa o produto, não se deve administrar
outra cápsula;
• Coloque as cápsulas usadas no recipiente apropriado para descarte;
• Caso o município opte por administrar as vitaminas junto às
campanhas e/ou salas de vacinação, recomenda-se, primeiro
administrar as vacinas e depois o suplemento de vitamina A.

24
ATENÇÃO!

NA FALTA DE QUALQUER MEGADOSE NA UNIDADE


BÁSICA DE SAÚDE, NÃO DEVE DOBRAR A DOSE DE 100.000
UI PARA DAR UMA DOSE DE 200.000 UI OU ENTÃO DAR
SOMENTE UMA GOTA DE 200.000 UI PARA OFERECER A
DOSE DE 100.000 UI.

3.4 Armazenamento dos suplementos de vitamina A

Os suplementos de vitamina A são mais estáveis que as vacinas.


Contudo para manter a qualidade e eficácia, alguns cuidados devem ser
observados no armazenamento do suplemento:
• Não deve ficar exposto à luz do sol e a claridade;
• Deve ser mantido em local fresco e arejado;
• Não deve ser refrigerado nem congelado.
Nessas condições, as cápsulas terão validade de 2 anos.

ATENÇÃO!

É MUITO IMPORTANTE QUE OS FRASCOS CONTENDO


CÁPSULAS DE 100.000 UI SEJAM GUARDADOS
SEPARADAMENTE DAS DE 200.000 UI E QUE ESTEJAM
CLARAMENTE IDENTIFICADOS PARA QUE NÃO OCORRA A
MISTURA DAS DOSES.
SUPLEMENTAÇÃO DE MEGADOSE ACIMA DO
RECOMENDADO PARA A FAIXA ETÁRIA PODE OCASIONAR
SÉRIOS RISCOS À SAÚDE DA CRIANÇA.

IMPORTANTE: NÃO USE O MEDICAMENTO COM O PRAZO


DE VALIDADE VENCIDO!

25
3.5 Funcionamento operacional do programa
As cápsulas de vitamina A serão enviadas, preferencialmente, à
central de medicamentos/almoxarifado da secretaria estadual de saúde
e, assim, os produtos deverão ser distribuídos às regionais de saúde ou
direto às secretarias municipais de saúde.

Cabe ao coordenador local (estadual ou municipal) definir a estratégia


de distribuição de vitamina A que mais se adequa à sua realidade. Sugerimos
implementar a suplementação de vitamina A na rotina dos serviços de saúde
(demanda espontânea ou programada, visita domiciliar e busca ativa).

Outras estratégias complementares podem ser utilizadas, tais


como:

• Campanha específica para suplementação da vitamina A (“O


dia da vitamina A”).
• Juntamente à Campanha Nacional de Imunização.

A partir do 6º até o 59º mês, todas as crianças, preferencialmente


as que residam em municípios contemplados pelo programa, devem
receber doses de vitamina A nos serviços de Saúde. Todas as idas
da criança ao serviço de Saúde devem ser aproveitadas para que o
profissional de Saúde verifique se as doses estão sendo administradas
corretamente, além de orientar a mãe ou responsável pela criança sobre
a importância dessa ação. Também é importante a orientação sobre
alimentação adequada e saudável e alimentos fontes em vitamina A.

3.6 Sistema de gestão do Programa Nacional de


Suplementação de Vitamina A
O Programa Vitamina A Mais deverá ser acompanhado pelo
sistema de gestão que está disponível na página do Departamento de
Atenção Básica <http://www.saude.gov.br/dab> (ambiente restrito). O
objetivo desse sistema é realizar o monitoramento do programa, por meio
do acompanhamento do número de crianças e puérperas suplementadas
e quantidade de doses administradas.

26
O sistema de gestão do programa poderá ser acessado de qualquer
computador conectado à internet, basta o coordenador municipal ter a
senha do ambiente restrito. Caso o seu município ainda não tenha a
senha de acesso ao sistema, solicite ao email: <cgan@saude.gov.br>.

ATENÇÃO!

O COORDENADOR LOCAL TERÁ ATÉ O DIA 30 DO MÊS


SEGUINTE PARA CONSOLIDAR TODAS AS INFORMAÇÕES
SOBRE A SUPLEMENTAÇÃO DO MUNICÍPIO E INSERI-LAS
NO SISTEMA DE GESTÃO.

3.7 Responsabilidade do coordenador do Programa Nacional


de Suplementação de Vitamina A
• Cadastrar-se no sistema de gestão <http://www.saude.
gov.br/dab>, utilizando o usuário (código do IBGE do
município) e a senha disponibilizada pela Coordenação-
Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN), por meio do
email: <cgan@saude.gov.br>;
• Definir o processo de operacionalização do programa em
nível municipal, de acordo com a realidade local, desde o
processo de distribuição dos produtos para unidades de
saúde até a identificação e acompanhamento do público a
ser assistido;
• Prover ações educativas e de orientação alimentar e
nutricional, com ênfase na promoção de hábitos alimentares
adequados e saudáveis e alimentos fontes de vitamina A;
• Consolidar os dados de acompanhamento mensalmente e
inserir no sistema de gestão do programa;
• Controlar o estoque de produtos disponíveis no município e
informar à Coordenação Estadual de Alimentação e Nutrição
quando os estoques estiverem acabando, excedendo as
necessidades do município, ou quando estiverem com prazo
de validade a expirar, possibilitando o remanejamento do
produto.

27
NOTA AOS COORDENADORES MUNICIPAIS!

EXAMINE O PREENCHIMENTO DO MAPA DIÁRIO DE


ADMINISTRAÇÃO DE VITAMINA A COM O PROFISSIONAL
DE SAÚDE RESPONSÁVEL PELO PROGRAMA PARA SANAR
EVENTUAL DÚVIDA DE PREENCHIMENTO.

APRESENTE OS RELATÓRIOS DOS RESULTADOS A TODOS


OS PARCEIROS ENVOLVIDOS NO PROCESSO: SAÚDE DA
CRIANÇA, PROGRAMA DE IMUNIZAÇÕES, ENTRE OUTROS.
VERIFIQUE SEMANALMENTE OS ESTOQUES DISPONÍVEIS
DE VITAMINA A PARA SOLICITÁ-LA E DISTRIBUÍ-LA AOS
ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE.

IMPORTANTE: A REPRODUÇÃO DOS MAPAS DE


ACOMPANHAMENTO É DE RESPONSABILIDADE ESTADUAL
E MUNICIPAL.

28
4
ATIVIDADES DE INFORMAÇÃO,
EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Para a prevenção da deficiência de vitamina A, é necessário que


as famílias reconheçam essa deficiência como um problema de saúde e
assumam a corresponsabilidade pela adoção de medidas preventivas.

Para alcançar modificações consistentes na dieta alimentar,


é preciso implantar atividades de informação e educação alimentar e
nutricional para a comunidade e assumir a família um lugar central
nesse contexto.

Para maior efetividade, as atividades de informação, educação


e comunicação deverão estar de acordo com os hábitos culturais e
regionais da comunidade, utilizando os alimentos regionais fontes em
vitamina A.

A educação alimentar e nutricional possui papel importante em


relação à formação de hábitos alimentares saudáveis desde a infância. O
profissional de Saúde pode proporcionar à população os conhecimentos
necessários e a motivação necessária para a promoção da alimentação
saudável da população.

Atividades educativas podem ser realizadas com as famílias,


com a comunidade ou com responsáveis pelas famílias. A mulher
tem papel central na maioria das famílias no quesito alimentação, por
isso, programas educativos com a participação ativa das mães e/ou
responsáveis, que ensinem a comprar, cozinhar e consumir alimentos
ricos em vitamina A podem influenciar o comportamento alimentar de
toda a família, levando à sua transformação à medida que essas ações
ocorram regularmente e por longo período.

29
R EFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Centro Brasileiro de Análise e


Planejamento. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da
Criança e da Mulher – PNDS 2006: dimensões do processo
reprodutivo e da saúde da criança. Brasília, 2009.

______. Ministério da Saúde; FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ.


Memento terapêutico Brasília, 2006.

______. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM nº 729, de 13 de maio


de 2005. Institui o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina
A e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, n. 92, 16 maio 2005. Seção 1.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação
e Nutrição. Brasília, 2012.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Vitamina A Mais: Programa Nacional
de Suplementação de Vitamina A: condutas gerais. Brasília, 2004.

COORDENAÇÃO GERAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO


(CGAN). [Site]. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.saude.
gov.br/nutricao>. Acesso em: 12 ago. 2012.

DIETARY Reference Intakes (DRIs): Recommended Dietary


Allowances and Adequate Intakes, Vitamins. Food and Nutrition
Board, Institute of Medicine, National Academies, 2001.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA


(IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: análise do
consumo alimentar pessoal no Brasil. Brasília, 2011.

30
MCAULIFFE, J. et al. A deficiência de vitamina A e estratégias para
seu controle: um guia para as Secretarias Municipais de Saúde. Project
HOPE. 1991.

ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD (OMS). Directriz:


administración de suplementos de vitamina A a lactantes y niños 6–59
meses de edad. Ginebra, 2011.

31
G LOSSÁRIO

Abaulamento de fontanela: curva para fora ou inchaço da moleira.


Eritema cutâneo: coloração avermelhada da pele.
Hepatotoxidade: agravo causado no fígado.
Hipertensão intracraniana: transtorno neurológico que é caracterizado
por um aumento da pressão intracraniana.
Náusea: sensação de desconforto no estômago com uma vontade
urgente de vomitar.
Papilema simétrico: definido como um edema da cabeça do nervo óptico
(dentro do olho), consequente a um aumento da pressão intracraniana.
Xeroftalmia: olho seco é uma doença caracterizada pela não produção
de lágrimas e por dificuldades de visão, principalmente durante à noite.

32
A NEXOS

Anexo A – Mapa diário de administração de vitamina A


em crianças – UF
Unidade de Saúde/Local: Mês/Ano:
Município:
Responsável:
Rotina  Campanha 
100.000 UI 200.000 UI
Crianças de 6 a 11 meses* Crianças de 12 a 59 meses
1 2 3 4 1ª dose (no ano) 2ª dose (no ano)
5 6 7 8 1 2 3 4 1 2 3 4
9 10 11 12 5 6 7 8 5 6 7 8
13 14 15 16 9 10 11 12 9 10 11 12
17 18 19 20 13 14 15 16 13 14 15 16
21 22 23 24 17 18 19 20 17 18 19 20
25 26 27 28 21 22 23 24 21 22 23 24
29 30 31 32 25 26 27 28 25 26 27 28
33 34 35 36 29 30 31 32 29 30 31 32
37 38 39 40 33 34 35 36 33 34 35 36
41 42 43 44 37 38 39 40 37 38 39 40
45 46 47 48 41 42 43 44 41 42 43 44
49 50 51 52 45 46 47 48 45 46 47 48
53 54 55 56 49 50 51 52 49 50 51 52
57 58 59 60 53 54 55 56 53 54 55 56
61 62 63 64 57 58 59 60 57 58 59 60
65 66 67 68 61 62 63 64 61 62 63 64
69 70 71 72 65 66 67 68 65 66 67 68
73 74 75 76 69 70 71 72 69 70 71 72
77 78 79 80 73 74 75 76 73 74 75 76
81 82 83 84 77 78 79 80 77 78 79 80
85 86 87 88 81 82 83 84 81 82 83 84
89 90 91 92 85 86 87 88 85 86 87 88
93 94 95 96 89 90 91 92 89 90 91 92
97 98 99 100 93 94 95 96 93 94 95 96
Marcar um “X” a cada 97 98 99 100 97 98 99 100
criança suplementada. Marcar um “X” a cada Marcar um “X” a cada crian-
criança suplementada. ça suplementada.

Informe o número de cápsulas perdidas com o motivo


Prazo de Perda da Utilização Acondicionamento Extravio Violação
DOSE
Validade Administração Indevida Inadequado de Frasco
100.000 UI
200.000 UI

OBS: O registro do quantitativo de crianças de 12 a 59 meses de idade suplementadas está dividido em 1ª e 2ª


dose do ano vigente. Por exemplo, uma criança que apresente 8 meses no primeiro semestre do ano deve receber
a dose de 100.000 UI no primeiro semestre e a primeira dose de 200.000 UI no segundo semestre. Para as crian-
ças maiores de 12 meses, a dose administrada no primeiro semestre do ano, será a primeira dose de 200.00 UI e
a administrada no segundo semestre do ano será a segunda dose de 200.000 UI. Lembrando que, na caderneta
de saúde da criança há um campo para registrar a data e as doses que a criança recebeu ao longo de sua vida.

33
Anexo B – Mapa diário de administração de vitamina A em
puérperas – UF
Município: Maternidade:
Mês/Ano:
Responsável:

ADMINISTRAÇÃO DE VITAMINA EM PUÉRPERAS NO PÓS-PARTO


IMEDIATO
(ANTES DA ALTA HOSPITALAR) - 200.000 UI

Em caso de nativivo Em caso de natimorto Em caso de abortamento


1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
5 6 7 8 5 6 7 8 5 6 7 8
9 10 11 12 9 10 11 12 9 10 11 12
13 14 15 16 13 14 15 16 13 14 15 16
17 18 19 20 17 18 19 20 17 18 19 20
21 22 23 24 21 22 23 24 21 22 23 24
25 26 27 28 25 26 27 28 25 26 27 28
29 30 31 32 29 30 31 32 29 30 31 32
33 34 35 36 33 34 35 36 33 34 35 36
37 38 39 40 37 38 39 40 37 38 39 40
41 42 43 44 41 42 43 44 41 42 43 44
45 46 47 48 45 46 47 48 45 46 47 48
49 50 51 52 49 50 51 52 49 50 51 52
53 54 55 56 53 54 55 56 53 54 55 56
57 58 59 60 57 58 59 60 57 58 59 60

Informe o número de cápsulas perdidas com o motivo


Prazo de Perda da Utilização Acondicionamento Extravio Violação
DOSE Validade Administração Indevida Inadequado de
Frasco

200.000 UI

Obs: A suplementação de mulheres no pós-parto imediato acontece somente na Re-


gião Nordeste e em alguns municípios localizados na região Norte, estado de Minas
Gerais e Mato Grosso.

34
Anexo C – Consolidado Mensal de Administração de
vitamina A
Unidade Básica de Saúde
UF:
Profissional responsável:
Mês de referência:
Data: ____/____/_____

Consolidado Mensal de Administração de Vitamina A – CRIANÇAS


Número de doses administradas
Concentração Rotina Campanha
100.000 UI
1ª dose
200.000 UI
2ª dose
Hospital/Maternidade
UF:
Profissional responsável:
Mês de referência:
Data: ____/____/_____

Consolidado Mensal de Administração de Vitamina A – PUÉRPERAS


Número de doses administradas
DOSE NATIVIVO NATIMORTO ABORTAMENTO
200.000 UI

35
Anexo D – Consolidado Mensal de Perdas de Cápsulas
de vitamina A
Unidade Básica de Saúde
UF:
Profissional responsável:
Mês de referência:
Data: ____/____/_____

Informe o número de cápsulas perdidas com o motivo


Prazo de Perda da Utilização Acondicionamento Extravio Violação
DOSE Validade Administração Indevida Inadequado de
Frasco
100.000 UI
200.000 UI

Hospital/Maternidade
UF:
Profissional responsável:
Mês de referência:
Data: ____/____/_____

Informe o número de cápsulas perdidas com o motivo


Prazo de Perda da Utilização Acondicionamento Extravio Violação
DOSE Validade Administração Indevida Inadequado de
Frasco
200.000 UI

Consolidado Mensal de Perdas: unidade básica de saúde e maternidade/hospital


Mês de referência:
Data: ____/____/_____

Informe o número de cápsulas perdidas com o motivo


Prazo de Perda da Utilização Acondicionamento Extravio Violação
DOSE Validade Administração Indevida Inadequado de
Frasco
100.000 UI
200.000 UI

36
Anexo E – Ficha de Acompanhamento Individual
PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A
Ficha de Acompanhamento Individual – CRIANÇA

Nome:
Data: Data: Data:

 100.000 UI  100.000 UI  100.000 UI

 200.000 UI  200.000 UI  200.000 UI


Data: Data: Data:

 100.000 UI  100.000 UI  100.000 UI

 200.000 UI  200.000 UI  200.000 UI


Data: Data: Data:

 100.000 UI  100.000 UI  100.000 UI

 200.000 UI  200.000 UI  200.000 UI

PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A


Ficha de Acompanhamento Individual – PUÉRPERAS

Nome:
DOSE NATIVIVO NATIMORTO ABORTAMENTO
200.000 UI

37
COLOFÃO
(INFORMAÇÕES DA GRÁFICA)

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