Mat322583 Idapost3069 V1
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Fios
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Fios
1.
Absorvíveis: categute simples, categute cromado, poliglecaprone (Monocryl® e Caprofyl®),
polidioxanona (PDS®) e poliglactina (Vicryl®).
2.
Inabsorvíveis: algodão (Polycot®), linho, poliamida (Mononylon®), polipropileno (Prolene®), poliéster
(Ethibond®), seda e aço inoxidável.
Agulhas
1.
Atraumáticas: também chamadas de cilíndricas ou não cortantes. Mais utilizadas em vasos, vísceras e
estruturas delicadas.
2.
Traumáticas: também chamadas de triangulares ou cortantes. Mais utilizadas em pele, ossos e
estruturas de elevada resistência.
Instrumental
1.
Diérese: bisturi e tesoura.
2.
Síntese: porta-agulhas.
3.
Hemostasia: Kelly, Crille, Halsted e Mixter.
4.
Preensão: pinça dente-de-rato, pinça anatômica, Duval, Allis, Babcock, Foerster, Backhaus e Cheron.
5.
Afastadores: Farabeuf, Doyen, valva suprapúbica, Deaver, Gillies, Balfour, Gosset e Finochietto.
Dispositivos de hemostasia
1.
Eletrocautério: monopolar e bipolar.
2.
Pinças seladoras: Ligasure® e Precise®.
3.
Lasers: fotocoagulação e endoscopia.
4.
Plasma de argônio: coagulação superficial.
5.
Energia ultrassônica: bisturi harmônico (Ultracision® e Sonicision®) e aspirador ultrassônico (CUSA®).
6.
Clipadores: ligadura de vasos visíveis em cirurgia videolaparoscópica.
1.
Sondas e cateteres: Levine, Fouchet, Foley, Nelaton e Dobb-Hoff.
2.
Drenos: Penrose, Kehr, dreno de tórax, Hemovac® e Blake.
1.
Indicações: após desbridamento cirúrgico de feridas, tratamento de úlceras do pé diabético e em
cirurgias de reconstrução.
2.
Contraindicações: exposição de estruturas vitais, infecção ativa, presença de tecido neoplásico, pele
frágil, alergias e feridas isquêmicas.
Telas
1.
Sintéticas: polipropileno (Marlex®), poliéster, PTFE e combinadas.
2.
Biológicas: Surgisis®.
Grampeadores
1.
De pele.
2.
Anastomose gastrointestinal (GIA).
3.
Anastomose gastrointestinal endoscópica (Endo-GIA).
4.
Anastomose terminoterminal (GIA circular®).
Videolaparoscopia
1.
Vantagens: redução da resposta endócrina e metabólica ao trauma, preservação da imunidade celular
inata, preservação da função pulmonar, menor íleo paralítico, menor índice de infecção de feridas,
menor risco de hérnia incisional, menor incidência de aderências, redução do TEV e recuperação
precoce no período pós-operatório.
2.
Desvantagens: visão em duas dimensões, risco de perfuração iatrogênica durante a introdução dos
acessos, visualização do campo cirúrgico depende do auxiliar, prejuízo no tato, maior custo quando
comparada a laparotomia convencional e necessidade de treinamento específico.
Robótica
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Robótica
1.
Vantagens: visão tridimensional possibilitada pelo uso de duas câmeras concomitantes, ausência de
limitação pelo efeito fulcro* da laparoscopia, maior liberdade instrumental, maior ergonomia e
possibilidade de se operar à distância.
2.
Desvantagens: ausência da percepção tátil, alto custo, baixa disponibilidade e necessidade de
treinamento de equipe.
A verdade é que, assim que começamos a residência em cirurgia, nos vemos afogados no meio de
tantos novos conceitos para os quais, até então, nunca tínhamos dado importância durante o
internato. Um bom exemplo disso são os materiais cirúrgicos. Bisturis, grampeadores, telas e
pinças de energia são bons exemplos de materiais que precisamos conhecer logo nas primeiras
semanas como residente sem nunca termos tido contato prévio. Chegamos a pensar: "se ao menos
existisse algum tipo de manual do tipo 'Tudo aquilo que um R1 de cirurgia precisa saber', minha
vida seria mais fácil."
Pensando nisso, elegemos esta como nossa apostila inaugural na sua preparação para o R+! Além
de contemplar perguntas dificílimas em provas, também será útil no seu dia a dia como residente
e cirurgião. Mais animado agora? Então, vamos nessa!
Os fios inabsorvíveis são aqueles que permanecem por um tempo maior nos tecidos, sendo envolvidos por
uma cápsula fibrosa com o decorrer do tempo. Os principais materiais dentro dessa categoria são: algodão
(Polycot®), linho, poliamida/náilon (Mononylon®), polipropileno (Prolene®), poliéster (Ethibond®), seda e
aço inoxidável.
De acordo com sua estrutura física, os fios podem ser monofilamentares ou multifilamentares. Os
primeiros consistem em apenas um filamento e costumam ser menos maleáveis (mais memória) do que os
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primeiros consistem em apenas um filamento e costumam ser menos maleáveis (mais memória) do que os
multifilamentares, o que gera uma maior dificuldade de confecção do nó. Todavia, traumatizam menos os
tecidos e carreiam menos micro-organismos, porque são impermeáveis à água e, consequentemente, aos
líquidos corpóreos. Os principais monofilamentares são: polidioxanona, polipropileno, aço inoxidável,
poliglecaprone e náilon. Os multifilamentares são formados por vários filamentos e apresentam mais fácil
manuseio e maior flexibilidade (menos memória). No entanto, estão associados à maior trauma tecidual
causado pelo atrito de seus filamentos ao passar pelos tecidos. Os principais fios deste grupo incluem:
categute simples e cromado, algodão, linho, seda, poliéster e poliglactina com a maioria dos seus derivados.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES – UFRN – HUOL
Os materiais de síntese podem ser divididos, conforme seu comportamento biológico, em fios absorvíveis e
inabsorvíveis. Sobre os fios absorvíveis:
a)
MOSTRAR RESPOSTA
Quanto ao calibre, a ideia geral é: quanto mais "zeros" o fio possuir, menor será seu calibre. Por exemplo,
um fio 000 (ou 2–0) é mais fino do que um fio 0. Muito cuidado para não achar que o calibre 00 representa
um fio 20. Se assim fosse, 1–0 e 0 seriam sinônimos, o que não acontece na prática! Seguindo essa definição,
temos os seguintes calibres descritos de duas formas diferentes:
Calibre 0;
Calibre 00 ou 1–0;
Agora vamos falar um pouco sobre a utilização prática de cada um desses que citamos anteriormente.
POLIPROPILENO (PROLENE®)
As especialidades que mais o utilizam são a cirurgia geral vascular e cardíaca. Muito utilizado para
estruturas delicadas, como anastomoses em geral e suturas sob tensão, como aponeuroses, além de servir
também na fixação da tela em hernioplastias. Não costuma ser utilizado em vias urinárias (rim, ureter,
bexiga e uretra) pois propicia a formação de cálculos e possui longa meia-vida, o que não quer dizer que
seja proibido!
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
(CIRURGIA)
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – HCG
Um paciente do sexo masculino, de 30 anos, deu entrada no pronto-socorro do Hospital das Clínicas,
apresentando ferimento corto-contuso em braço direito com lesão da artéria braquial. O cirurgião optou por
tratamento operatório e anastomose primária da artéria braquial, utilizando fio de polipropileno (Prolene®).
O fio utilizado tem como característica:
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O fio utilizado tem como característica:
a)
Inabsorvível, monofilamentar e sintético.
b)
Absorvível, monofilamentar e sintético.
c)
Absorvível, multifilamentar e natural.
d)
Inabsorvível, multifilamentar e natural.
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POLIGLACTINA (VICRYL®)
Todas as especialidades utilizam muito o Vicryl ®, mas em especial a cirurgia geral, urologia, ginecologia,
ortopedia e oftalmologia. Cardíaca e vascular o utilizam mais para síntese de subcutâneo. Por ser
absorvível e possuir uma baixa resistência à tensão, é mais utilizado para suturas sem tensão, fechamentos
em geral e mucosas. Muito utilizado em vias urinárias por ser absorvível e causar pouca reação
inflamatória, diminuindo, assim, a formação de cálculos.
Exemplos: fechamento de aponeuroses com pouca tensão, síntese de subcutâneo, ligaduras e sutura de
episiotomia, suturas em vias urinárias (bexiga, ureter e pelve renal), ligamentos, tendões, conjuntiva,
esclera e fixação de músculos extraoculares (calibre 6–0 e 7–0).
POLIDIOXANONA (PDS®)
Por ser mais delicado e resistente que os outros absorvíveis (Vicryl®, Monocryl® e categute), o PDS® pode
ser utilizado nas mais diversas situações. Gostamos de brincar que o PDS é o fio "bom pra tudo"! Ganhou
importância especial na urologia por ser um fio, ao mesmo tempo, delicado e resistente, podendo, portanto,
ser utilizado para sutura de vias urinárias sem aumentar a formação de cálculos urinários.
Exemplos: fechamento de aponeuroses com tensão, sutura de ligamentos e tendões, anastomose vascular,
anastomose gastrointestinal, anastomose biliodigestiva e, principalmente, vias urinárias.
POLIAMIDA (MONONYLON®)
O famoso nylon é mais conhecido por ser o fio da pele, mas também pode ser utilizado em outras regiões,
como a córnea e nervos (microcirurgia). Utilizado por todas as especialidades, mas principalmente pela
cirurgia plástica e oftalmologia.
Exemplos: síntese da pele, sutura uterina, ligadura, fechamento do peritônio e sutura na cúpula vaginal.
Exemplos: síntese da parede e pele de doadores cadavéricos, sutura de tendões, introflexão escleral
(calibre 5–0) e fechamento da brecha mesentérica em cirurgia de by-pass gástrico em Y de Roux.
CATEGUTE OU CATGUT
Cada vez menos utilizado devido à variedade de opções que temos no mercado. Ainda não foi aposentado
porque é um fio de baixo custo, sendo, por vezes, o único disponível em alguns locais. Atualmente, é
utilizado para situações em que não temos o Vicryl® disponível ou precisamos "economizar" recursos.
Exemplos: síntese do subcutâneo, suturas em ginecologia (ligadura, rafia uterina e sutura em mucosa
vaginal), urologia (vantagem de ser absorvido e diminuir a incidência de litíase em vias urinárias), pele
(apesar do alto índice de infecção, tem a vantagem de ser uma sutura que não precisa ser removida),
anastomoses gastrointestinais, cirurgias oftalmológicas e de orofaringe (rafia de loja amigdaliana).
SEDA
Atualmente, é mais utilizado em procedimentos odontológicos e oftalmológicos. Por ser um fio
multifilamentar, também possui elevada maleabilidade e pouco atrito, diminuindo a incidência de
lacerações na mucosa oral. Muitos utilizam também o algodão (Polycot®) nessa região com a mesma
justificativa. Na oftalmologia, é utilizada para fixação de válvula antiglaucomatosa (Ahmed) na esclera e
sutura da conjuntiva.
Muita atenção! Apesar da maioria dos fios naturais ser absorvível, a seda é INABSORVÍVEL. Esta pegadinha
já apareceu em provas anteriormente e pode se repetir.
a)
O fio de seda é feito a partir do bicho Bombyx mori.
b)
Os fios de algodão são fibras trançadas de algodão e poliéster.
c)
A polidioxanona é um fio sintético trançado, sendo de absorção lenta.
d)
Os fios de ácido poligaláctico são ideais para a síntese cutânea.
e)
O fio de Catgut é feito a partir do intestino de gatos de laboratório.
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AÇO (ACIFLEX®)
As especialidades que mais o utilizam são a cirurgia cardíaca, torácica, bucomaxilo e ortopedia. É o mais
resistente de todos e também o que causa menor reação tecidual.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS – HNMD
Paciente traumatizado apresentando trauma de bexiga com indicação de abordagem cirúrgica. Entre as
opções abaixo, o fio mais indicado para a rafia é:
a)
Seda.
b)
Linho.
c)
Algodão.
d)
Polipropileno.
e)
Catgut cromado.
AGULHAS
O que realmente precisamos saber sobre as agulhas é o tipo de ponta que ela apresenta e a sua curvatura.
Quanto ao tipo de ponta, podemos classificar as agulhas em cortantes (traumáticas) e não cortantes
(atraumáticas). As agulhas cortantes são utilizadas para realizar suturas firmes através de tecidos mais
brutos como a pele, fáscia e músculos. Na sutura de estruturas mais delicadas, como vasos, vísceras e
aponeuroses sob tensão, preferimos agulhas do tipo não cortante (Figura 2_).
O tamanho da agulha também possui importância prática. Imagine uma sutura dentro de uma cavidade.
Figura 3.
As agulhas também podem ser divididas, quanto ao formato, em retas e curvas. As retas podem ser
utilizadas no trato gastrointestinal, na reconstrução de tendões e na sutura da pele, inclusive, facilitando (e
muito!) a confecção dos trabalhosos pontos de Donatti e intradérmicos. A curvatura das agulhas varia de 1/4
a 5/8 de circunferência. A escolha depende da função e do espaço de manobra.
SUTURAS INTERROMPIDAS
Possuem a vantagem de que, se um ponto romper, os outros continuarão mantendo a tensão na ferida.
Além disso, são pontos menos isquemiantes e deixam menor quantidade de corpo estranho no interior do
ferimento. Possuem resultado estético melhor do que as suturas contínuas (à exceção da sutura
intradérmica). Como os pontos são realizados individualmente, demandam tempo para sua realização. Seus
principais representantes são ponto simples, ponto Donatti, em "U" e em "X". Vamos a eles:
Figura 4.
É o ponto mais usado em cirurgia. Deve ser do domínio de todo médico. Após a passagem da agulha pelos
lados simétricos de uma ferida adequadamente coaptada, é dado um nó de cirurgião seguido por nós de
segurança. Devemos atentar para os seguintes detalhes:
A sutura deve ter profundidade maior que sua largura. Isso permite leve eversão dos bordos, levando a
melhores resultados estéticos (Figura 5_);
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melhores resultados estéticos (Figura 5_);
A tensão no fio deve ser suficiente para aproximar os bordos da ferida sem isquemiá-los. Um erro comum é a
realização de pontos pouco profundos com tensão excessiva, gerando isquemia, deiscência ou cicatrização
ruim. Outro erro seria um ponto muito profundo, gerando eversão exacerbada (FIGURAS 6A_ e 6B_);
Nos primeiros pontos passe a agulha separadamente pelos dois lados da ferida. Quando houver coaptação
satisfatória a agulha, pode ser passada diretamente;
Procure suturar sempre dividindo a ferida em metades. Essa postura evita erros na aproximação dos bordos
(FIGURA 7_);
Figura 7.
Não existem regras definidas sobre quanto um ponto deve distar do outro. A distância entre os pontos deve
equivaler à largura das suturas, geralmente 1 cm;
Quando não for possível fechar o espaço morto no subcutâneo, deve-se efetuar o fechamento do mesmo com
fio absorvível e somente depois realizar o fechamento simples da pele.
O ponto Donatti é o famoso ponto "longe-longe, perto-perto". A primeira passagem da agulha é feita a uma
distância maior do que 0,5 cm da borda, e a segunda passa entre 2 ou 3 mm da borda. É capaz de aproximar
pele e subcutâneo simultaneamente, diminuindo o espaço morto. É utilizado para aproximar áreas de
grande tensão. Apesar de ser menos isquemiante, apresenta piores resultados estéticos. Para permitir que
os bordos fiquem nivelados, não devemos exercer muita pressão na confecção do nó.
É uma sutura que promove uma leve eversão se colocada de maneira apropriada. Ela forma um quadrado
perfeito, com ambas extremidades de sutura saindo pelo mesmo lado ou borda da ferida. No entanto, de
forma diferente do Donatti, os orifícios de entrada e saída não estão dispostos na mesma altura da ferida
(mais detalhes no módulo prático). Está indicada para suturar feridas sob tensão moderada.
Figura 10.
SUTURAS CONTÍNUAS
São confeccionadas mais rapidamente que as suturas interrompidas, abrangendo áreas maiores em um
tempo menor. Possuem a seguinte desvantagem: se houver ruptura do fio, toda a sutura perderá a tensão.
Essa falha pode ser parcialmente contornada pela interrupção frequente da sutura. As técnicas mais
comumente empregadas são:
CHULEIO SIMPLES
_
Figura 11.
Pode ser realizada com extrema rapidez por um cirurgião experiente e deve ser usada na parede de órgão
que não apresenta tensão. É realizado um ponto simples inicial que não é seccionado. Com o mesmo fio,
outros pontos simples são passados de forma contínua. O orifício de entrada e de saída é sempre do mesmo
lado. No final, é realizado novo nó.
CHULEIO ANCORADO
_
Distribui a pressão adequadamente ao longo da sutura. Pode ser utilizada no fechamento de aponeuroses e
fáscias. Para sua realização é necessário que um auxiliar mantenha a tensão no fio. Ele nada mais é do que
uma adaptação do chuleio simples. Ou seja, em cada passagem pela ferida, o fio é cruzado.
A sutura inicia como um ponto isolado simples e avança aproximadamente 1 a 2 cm, e uma segunda
passagem é feita através dos tecidos perpendiculares à incisão. Após a saída dos tecidos, a agulha avança de
1 a 2 cm e é inserida perpendicularmente à linha de incisão, no mesmo lado da saída do fio, na direção
contralateral.
É usada em situações em que o órgão (pulmão e estômago) está clampeado após secção e precisa ser
suturado antes de retirar o clampe. Dessa forma, realiza-se a sutura em barra grega em toda a extensão da
área seccionada, contornando a pinça clampe, e em seguida traciona-se as duas extremidades da mesma no
momento em que se remove o clampe. Para finalizar, em geral, realiza-se uma nova sutura em chuleio
contínuo, no sentido oposto da inicial, com o intuito de "amarrar" as duas pontas dos fios.
SUTURA INTRADÉRMICA
_
É a sutura contínua mais indicada para o fechamento da pele e possui bons resultados estéticos. Em geral,
aproxima-se o subcutâneo com fio absorvível (poliglactina ou categute) antes da confecção da sutura
intradérmica da pele. Podem ser utilizados pontos simples ou adesivos para diminuir a tensão no fio e o
risco de deiscência. A sutura é retirada toda de uma vez. Nos casos em que a retirada é problemática
(crianças), podemos utilizar fios absorvíveis.
Ao contrário das demais suturas contínuas, aqui não é necessário um ponto simples no início. Quando
utilizamos fio inabsorvível (Mononylon®), realizamos nós de fixação em "asas de borboleta" no início e no
final da sutura.
SUTURA DE LEMBERT
É um tipo de ponto utilizado para invaginar as bordas da ferida, sendo utilizado em situações onde não
existe preocupação estética, como no fechamento de vísceras ocas. Dessa forma, consegue-se evitar, por
exemplo, o extravasamento do conteúdo visceral para a cavidade peritoenal (fístula). Podemos realizá-la
tanto em sutura interrompida, quanto contínua.
E apesar de pouco utilizado na prática, acredita que já foi cobrado recentemente em prova? Veja
a questão abaixo.
a)
Usada na sutura do parênquima pulmonar.
b)
Invaginante.
c)
Adequada para síntese hepática.
d)
Usada em coledocorrafias.
e)
MOSTRAR RESPOSTA
SUTURA DE CONNELL
_
SUTURA DE CUSHING
_
BOLSA DE TABACO
_
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
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INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
Este é um tema vasto, quase impossível de ser dominado na íntegra até mesmo pelo mais experiente dos
cirurgiões. Mas fique calmo… Afinal de contas, nada disso costuma aparecer muito em provas!
De qualquer forma, tudo isso faz parte do seu dia a dia e, para quem ainda não conhece, vale a pena a
leitura. Para facilitarmos a compreensão inicial, iremos dissecar alguns dos principais instrumentos
cirúrgicos utilizados na cirurgia geral, dividindo-os de acordo com os três princípios básicos das técnicas
operatórias: diérese, hemostasia e síntese.
Diérese: são as técnicas de abertura, incisão, divulsão, secção, divisão e perfuração de diferentes tecidos. Os
principais instrumentais deste tempo cirúrgico são: bisturi, tesouras, bisturi elétrico (eletrocautério).
Síntese: é o oposto da diérese. Trata-se da recomposição dos tecidos por suturas ou grampeamento,
alinhando e aproximando as estruturas anatômicas, facilitando a cicatrização. Para isso, utilizamos porta-
agulhas, agulhas e fios cirúrgicos.
Para a realização destas ações principais, é necessário ainda o auxílio e o campo cirúrgico ideal. E, para isso,
temos outros instrumentos auxiliares, como os de preensão e os afastadores:
Preensão (apreensão): ex.: pinça anatômica, dente-de-rato, Backhaus (de campo), Allis, Foerster, Kocher,
Cheron, Duval, Babcock etc. É importante observar que esta classificação não é estanque e que algumas
pinças hemostáticas, especialmente as mais grosseiras, também podem servir para preensão e serem
classificadas em alguns manuais desta forma;
Afastadores: ex.: Farabeuf, Doyen, Volkmann, ortostáticos de Gosset, Balfour, Finochietto etc.
Vamos agora atentar para cada um destes instrumentais. Fique atento e procure relacionar o nome com a
imagem e a função.
BISTURI
É o principal instrumento de diérese. Constituído por um cabo de tamanho e formato diferenciados em que
se encaixam as lâminas descartáveis. Os cabos de número 3 são indicados para incisões mais delicadas,
suportando lâminas de números 10 a 15, sendo as de números 12, 13 e 14 as menos utilizadas. Já os de cabo
número 4 recebem lâminas maiores, de 20 a 25, sendo que as 23 e 25 são menos utilizadas.
Outros cabos maiores ainda podem ser encontrados, bem como os bisturis inteiramente (cabo/lâminas)
descartáveis.
A incisão é iniciada com a ponta da lâmina e continuada com a parte cortante (a barriga da lâmina),
geralmente da esquerda para a direita e em direção ao cirurgião.
TESOURAS
São utilizadas na secção, dissecção, divulsão e desbridamento de tecidos, além de cortarem os fios durante a
cirurgia. Apresentam diversos formatos que variam de acordo com a ponta (romba ou fina) e se são curvas
ou retas.
As tesouras curvas favorecem a dissecção e são utilizadas pelo cirurgião. O principal exemplo é a tesoura de
Metzenbaum (tesoura do cirurgião).
As tesouras retas geralmente são utilizadas pelo assistente para cortar os fios utilizados na cirurgia, por isso
também são chamadas de tesoura de fio. O principal exemplo é a tesoura de Mayo.
Obs.: para preservar o fio das tesouras de dissecção, devemos evitar o seu uso para cortar estruturas duras
ou fios! Por isso é que existem as tesouras de fios (Mayo).
PORTA-AGULHAS
Os porta-agulhas diferem das pinças hemostáticas por apresentarem uma parte preensora mais curta e
larga com um reticulado na parte interna e uma fenda central longitudinal. Esses aspectos facilitam a
imobilização da agulha durante a sutura. O mais utilizado é o porta-agulhas de Mayo-Hegar. Outro porta-
agulhas utilizado em suturas de tecidos que não oferece resistência é o de Mathieu, em que não existem
anéis e são utilizados presos na palma da mão.
O porta-agulhas com vídia ou widia (abreviatura da expressão alemã "Wie diamant", que significa duro
como diamante) nada mais é do que um reforço de tungstênio na superfície interna da ponta do
instrumento. Este promove aumento na vida útil, retardando o desagaste da superfície, e melhora a
fixação com a agulha.
PINÇAS HEMOSTÁTICAS
São instrumentos portadores de travas que permitem o pinçamento de diversas estruturas. As hemostáticas
apresentam cremalheiras que garantem a preensão entre duas pás serrilhadas.
Alguns dos instrumentais utilizados são as pinças de Mixter, Halstead (mosquito), Rochester, Kelly e Crile.
Crile: ranhuras transversais em toda a extensão da parte preensora. Uma pinça similar, porém mais forte e
grosseira, é a Rochester.
Kelly: semelhante à Crile, embora as ranhuras ocupem apenas 2/3 da extensão da parte preensora. Tem uma
porção "lisa" na ponta. A Kelly reta difere da Kelly tradicional por não apresentar a curvatura.
Halstead (mosquito): pinça também semelhante à Crile, porém menor (boa para vasos de pequeno calibre).
Mixter: pinça de preensão hemostática, também serrilhada, no entanto com curvatura mais acentuada.
Utilizada para dissecção de pedículos vasculares como o pedículo hepático e o hilo renal.
PINÇAS DE PREENSÃO
Os principais exemplos são as pinças de anatômica e as pinças dentes-de-rato. Elas são úteis no auxílio de
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Os principais exemplos são as pinças de anatômica e as pinças dentes-de-rato. Elas são úteis no auxílio de
todos os movimentos básicos (diérese, hemostasia e síntese). Outras bastante utilizadas são a Adson e Adson
com dente.
Temos também as pinças para apreensão tecidual, com extremidades mais elaboradas, em forma de arco,
triângulo ou "coração", utilizadas na tração de vísceras. A pinça de Allis é para tecidos mais delicados,
friáveis e escorregadios, com mínima lesão, já que as hastes não se tocam, exceto pelas extremidades com
dentículos. Já as pinças de Duval, Collin, Foerster ou Babcock são mais usadas para preensão de estômago,
intestinos, vesícula, bexiga, tuba uterina etc.
Por fim, outras duas muito utilizadas, mas que não se encaixam em nenhuma das classificações anteriores
são:
Backhaus: pinça de campo. Muitos também a utilizam para preensão do umbigo durante o acesso da
videolaparoscopia;
Cheron: entre outras, preensão de gaze e drenos. Muito utilizada para antissepsia em ginecologia e
proctologia.
AFASTADORES
São instrumentos utilizados para afastar as bordas da incisão, as estruturas e órgãos para se obter um
campo cirúrgico claro e acessível. O principal representante destes instrumentos é o afastador de Farabeuf,
que é dinâmico e apresenta dimensões variáveis. Temos afastadores maiores, utilizados para afastar órgãos
abdominais, como o Doyen, Deaver e a valva suprapúbica. Além disso, temos os menores, indicados para
cirurgias mais superficiais e delicadas, como o de Gillies, Volkmann, entre outros.
Além destes, temos ainda os afastadores estáticos, que mantêm o campo aberto sem que os cirurgiões o
segurem. São exemplos: Balfour, Gosset e Finochietto (toracotomia).
_
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_
a)
Finochietto.
b)
Volkmann.
c)
Balfour.
d)
Doyen.
e)
Farabeuf.
MOSTRAR RESPOSTA
DISPOSITIVOS DE HEMOSTASIA
Colocamos neste grupo os materiais que utilizamos com o intuito de controlar as mais diversas formas de
sangramento. Entre eles, temos o bisturi elétrico em seus diferentes módulos (monopolar, bipolar,
Ligasure® etc.), pinças de energia, lasers, argônio, crioablação e ablação com micro-ondas. Logo abaixo,
vamos fazer um pequeno resumo sobre cada um deles, chamando atenção para os conceitos de
A verdade é que esse é um tema que acaba não aparecendo muito em provas, mas isso não quer
dizer que NUNCA apareça! Por exemplo, veja essa questão abaixo.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – AMP
A eletrocauterização e a eletrocirurgia são ferramentas indispensáveis nos procedimentos cirúrgicos,
proporcionando segurança e rapidez aos procedimentos. Em relação a estes dispositivos cirúrgicos, analise
as assertivas abaixo:
I)
No método de coagulação, a eletrocauterização gera menos calor em frequência mais lenta, com potência de
maior difusão lateral de calor.
II)
A eletrocauterização no método de coagulação promove desidratação dos tecidos e trombose dos vasos.
III)
A eletrocauterização no método de corte gera muito calor de forma relativamente rápida sobre o alvo com
mínima difusão lateral de calor.
IV)
A eletrocauterização bipolar gera calor que só afeta o tecido dentro do círculo, proporciona coagulação
térmica mais precisa.
Estão CORRETAS as assertivas:
a)
I e II apenas.
b)
I e III apenas.
c)
II e IV apenas.
d)
I, III e IV apenas.
e)
Todas assertivas estão corretas.
MOSTRAR RESPOSTA
Como a eficácia da conversão de energia elétrica em calor é inversamente relacionada à área de contato
(quanto maior a área, menor a conversão em calor), o eletrodo de aplicação é projetado para ser pequeno
(ponta da caneta de bisturi), enquanto o eletrodo de retorno é projetado para ser grande, dispersando a
energia e evitando ferimentos por queimaduras. O calor gerado depende de três outros fatores além do
tamanho da área de contato:
1.
A potência da corrente;
2.
O tempo de ativação; e
3.
Se a forma de onda liberada pelo gerador é contínua (modo CUT) ou intermitente (modo COAGULATION).
Se a intenção é incisar, devemos usar o modo CUT (onda contínua e alta frequência) e, para coagular, o
modo COAGULATION (onda intermitente e baixa frequência). No modo CUT, muito calor é gerado de forma
relativamente rápida sobre o alvo, com mínima dispersão térmica lateral. Como resultado, o dispositivo
corta o tecido sem coagular os vasos e tecidos subjacentes. Em contraste, no modo de coagulação, o
eletrocautério gera menos calor em uma frequência de onda mais lenta, aumentando o potencial de
dispersão térmica lateral. Essa propagação resulta em desidratação tecidual e trombose dos vasos. Uma
forma de onda que "mistura" o CUT com o COAGULATION (modo BLEND) pode ser escolhida para
aproveitar os benefícios de ambos os modos. Importante lembrar que a placa de aterramento deve ser
colocada e fixada com segurança no paciente para que o dispositivo unipolar funcione adequadamente e
não ocorram lesões térmicas próximas ao eletrodo de retorno.
Figura 41. Exemplo de queimadura devido à fixação inadequada da placa de aterramento. O paciente
não pode estar em contato com mais nenhuma estrutura metálica que conduza corrente elétrica.
O sistema bipolar estabelece um curto-circuito entre as pontas (ou pás) do instrumento, normalmente uma
pinça, sem a necessidade de uma placa de aterramento. O tecido preso entre as pontas do instrumento
completa o circuito. A geração de calor afeta apenas o tecido dentro do curto-circuito, aumentando, assim, a
precisão da coagulação. Esse sistema pode ser utilizado como eletrocautério bipolar ou pinças seladoras
(Ligasure®), uma espécie de "bipolar inteligente" muito utilizada em cirurgias delicadas como
tireoidectomia e colectomia videolaparoscópica. É mais efetivo que o instrumento monopolar para
coagulação de vasos, porque adiciona a vantagem da compressão mecânica do tecido entre as pontas do
instrumento e a coagulação térmica. Particularmente útil quando se realiza um procedimento no qual a
dispersão térmica lateral deve ser evitada.
É importante reforçar que o sistema bipolar pode ser utilizado tanto no eletrocautério quanto nas pinças
seladoras, sendo esses sistemas diferentes. Não é correto utilizar o termo eletrocautério bipolar para se
referir a uma pinça seladora!
LASERS
O s lasers usam fótons para excitar as moléculas do cromóforo dentro do tecido-alvo e gerar energia
cinética, que é liberada como calor. Esse calor causa desnaturação proteica e necrose da coagulação. Uma
vantagem é que este efeito ocorre com pouco dano ao tecido circundante. Pode ser aplicado na superfície
do tecido-alvo, ou intersticialmente, com uma sonda de fibra ótica guiada com imagem.
A energia gerada e a profundidade da penetração do tecido podem ser variadas com a configuração de
potência selecionada e o fóton escolhido para a tarefa específica. O efeito do laser pode ser aprimorado por
agentes de fotossensibilização. Os lasers mais comuns em uso são os de argônio, dióxido de carbono e
neodímio (Nd-YAG). A profundidade de penetração no órgão-alvo é superficial com o laser de argônio,
moderada com o de dióxido de carbono e profunda com o laser de Nd-YAG.
A fotocoagulação a laser intersticial é uma tecnologia de tratamento mais recente. Com uma fibra ótica
precisamente posicionada dentro do tecido-alvo, a luz é liberada e absorvida pela estrutura e tecido
adjacentes. O grau de absorção dentro e ao redor do tecido-alvo depende do comprimento de onda
escolhido e das propriedades ópticas específicas do tecido. As propriedades ópticas de diferentes tumores
ou tecidos são distintas e dependem da sua composição, densidade tecidual, grau de fibrose
parenquimatosa, vascularização e presença ou ausência de necrose.
ARGÔNIO
O plasma de argônio cria um circuito elétrico monopolar entre uma sonda portátil e o tecido-alvo,
estabelecendo um fluxo constante de elétrons através de um canal de gás de argônio eletricamente ativado
e ionizado. Este gás argônio conduz corrente elétrica ao tecido-alvo e coagula os tecidos. Sua ação térmica
no tecido é bem superficial, variando de frações de 1 até 6 mm. Três fatores influenciam na sua ação:
1.
Potência ajustada;
2.
Distância entre a sonda e o alvo (quanto mais próximo, maior a potência); e
3.
Duração da aplicação.
Na sonda de aplicação, existe um controle manual que permite centralizar a coagulação em determinadas
áreas ou vasos identificados. É mais comumente usado para tratar a hemorragia parenquimatosa de
vísceras sólidas, particularmente o fígado, mas pode ser usado no baço, rim ou qualquer outro órgão sólido
com exsudação superficial.
BISTURI HARMÔNICO
O bisturi harmônico utiliza a tecnologia do ultrassom para dissecar e coagular tecidos, garantindo um dano
mínimo aos tecidos laterais. O dispositivo vibra em alta frequência para cortar tecidos. Essa alta frequência
aumenta a vibração das moléculas do tecido-alvo, gerando calor e atrito, que levam à desnaturação da
proteína. Devido a essa capacidade única de dissecar e coagular pequenos vasos sanguíneos de uma só vez
com transferência mínima de energia para o tecido adjacente, o dispositivo caiu no gosto da maioria dos
cirurgiões e vem competindo com as "pinças seladoras" (Ligasure®). Tem sido muito utilizado em cirurgia
minimamente invasiva e tireoidectomias por permitir uma dissecção e ligadura vascular mais precisa. Veja
um exemplo de como esse conceito pode aparecer em provas:
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO
Ao realizar uma tireoidectomia total, você deve optar por fazer a hemostasia com:
a) Coagulador de argônio.
b) Eletrocautério bipolar.
c) Eletrocautério monopolar.
d) Bisturi frio.
e) Bisturi harmônico.
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ASPIRADOR ULTRASSÔNICO
O aspirador cirúrgico ultrassônico, também chamado de dissector ultrassônico ou CUSA, utiliza energia
ultrassônica de baixa frequência para fragmentar e dissecar tecidos com baixo teor de fibra, ou seja, no
meio do parênquima. É basicamente uma sonda de ultrassom combinada com um aspirador, por isso
funciona como um vibrador acústico e dispositivo de sucção simultaneamente. É muito utilizado em
ressecções hepáticas e pancreáticas, pois não causa danos ao tecido circunjacente. Em comparação com
outros instrumentos de dissecção, como o bisturi elétrico, as vantagens deste dispositivo são uma menor
perda de sangue, melhor visibilidade do sítio cirúrgico e menor lesão colateral do tecido por dispersão
térmica. Também tem sido usado para nefrectomia parcial, esplenectomia de resgate, procedimentos de
cabeça e pescoço e tratamento de tumores ginecológicos.
CLIPADORES
A técnica operatória essencial determina que vasos de até 1 mm de diâmetro devem ser controlados com
bisturi monopolar, bipolar ou dispositivos ultrassônicos. Vasos mais calibrosos, em particular, não devem
ser apenas amarrados ou selados, mas também submetidos à sutura. Como nem sempre isso é possível, a
aplicação de clipes cirúrgicos é aceitável, especialmente em sítios com espaço reduzido. Por exemplo, em
cirurgias videolaparoscópicas, onde a realização do nó não é tão simples e rápida como nas técnicas
convencionais, o uso de clipes se tornou uma importante ferramenta de hemostasia e ligadura de
estruturas tubulares, como o ducto cístico.
Figura 45. Clipador permanente para cirurgia videolaparoscópica. A colocação dos clipes é manual e
feita fora da cavidade abdominal. Muito utilizado em colecistectomias.
Figura 46. Clipador descartável para cirurgia videolaparoscópica. Normalmente possui um número
predeterminado de clipes disponíveis em seu cartucho, sendo recarregado automaticamente. Mais
utilizado em cirurgias com maior complexidade, como colectomias, adrenalectomias e esofagectomias.
Sonda nasogástrica (Levine): é a mais utilizada. Útil para situações em que se objetiva a descompressão
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Sonda nasogástrica (Levine): é a mais utilizada. Útil para situações em que se objetiva a descompressão
gástrica, seja no intraoperatório, ou em pacientes com obstrução intestinal e distensão gástrica.
Sonda orogástrica calibrosa (Fouchet): a mais calibrosa de todas. Usada para lavagem gástrica em
intoxicações e em paciente com estenose pilórica. Além disso, também serve como molde gástrico durante
cirurgias bariátricas.
Cateter de nutrição enteral (Dobb-Hoff): é um cateter de pequeno calibre utilizado para nutrição enteral
por ser resistente ao pH ácido e básico. Repare que sua ponta é metálica para facilitar a identificação de
sua posição final no controle radiográfico pós-procedimento.
Cateter vesical (sonda de Foley): utilizada com dois lúmens para cateterismo vesical de demora ou alívio,
com o intuito de esvaziamento vesical ou monitoramento do débito urinário, e triplo lúmen para irrigação
vesical, onde existe uma via que leva o sorbitol ou soro para dentro da bexiga e outra que drena a urina
para o coletor.
Sonda de aspiração (Nelaton): é idêntica à sonda nasogástrica, mas com comprimento e calibre menores.
Costuma ser usada para aspiração de secreções da oro e nasofaringe. Em alguns serviços, também é
utilizada para cateterização dos ureteres durante procedimentos urológicos (ex.: prostatectomia aberta).
DRENOS
Os drenos são materiais que têm o objetivo de eliminar secreções acumuladas durante o ato operatório,
como linfa, seroma, sangue, pus e bile. Como as situações são diversas, foram desenvolvidos diversos tipos
de drenos, os quais podem ser classificados quanto ao seu mecanismo de funcionamento.
Capilaridade: as secreções são direcionadas da ferida para o dreno pela diferença entre as forças de adesão
e coesão dos fluidos, gerando a chamada ação capilar. Tal mecanismo é responsável por fazer um líquido
subir ou descer um tubo extremamente fino. Ex.: dreno de Penrose (látex ou silicone) e curativo com gaze
simples.
Gradiente de pressão/gravidade: as secreções são direcionadas por diferença de pressão entre dois pontos
do sistema de drenagem e/ou coluna d’água. Ou seja, a região a ser drenada deve possuir uma pressão maior
do que o sistema coletor, permitindo que os fluidos e gases sejam direcionados para fora do corpo. Ex.: dreno
de tórax, Kehr e sonda de Foley com sistema fechado.
Sucção: é um tipo especial de sistema por gradiente de pressão. As secreções são direcionadas por um
sistema de aspiração contínuo, seja por aspirador ou sistema de válvula de fole. Ex.: Hemovac®/Portovac® e
Blake.
Segue abaixo um pequeno resumo sobre cada um dos principais drenos utilizados no dia a dia.
Sua utilização pode ter caráter profilático ou terapêutico, dependendo do objetivo inicial e da estratégia do
cirurgião. De uma maneira geral, os drenos terapêuticos devem ser posicionados onde existiu uma coleção
prévia, servindo como um tratamento para a mesma, enquanto os profiláticos são posicionados em regiões
de grandes descolamentos de pele, linfadenectomias e locais com alto risco de formação de fístulas, como
em cirurgias de câncer de reto, pâncreas e fígado.
DÚVIDAS ACADÊMICAS
Ótima pergunta! Eles são extremamente semelhantes, pois ambos são drenos de sucção com
reservatório em forma de "pera". Porém, o dreno de Blake apresenta sua fenestras internas como
fendas longitudinais e onduladas, já as fenestras do dreno de Jackson Pratt são orifícios laterais.
CURATIVO À VÁCUO
O uso da pressão negativa no fechamento de feridas, também chamado de fechamento assistido a vácuo
(VAC: Vacuum-Assisted Closure), apesar do seu elevado custo, vem sendo cada vez mais utilizado no
manejo de feridas agudas e crônicas. Seu mecanismo gira em torno da aplicação de uma pressão negativa
na superfície da ferida de maneira contínua.
O sistema é composto por: esponja de poliuretano, cobertura adesiva, sistema de coleta de fluidos e bomba
de sucção.
A ação esperada é acelerar a cicatrização. Isso se dá por mecanismos diretos e indiretos decorrentes da
pressão negativa. Veja alguns efeitos abaixo.
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pressão negativa. Veja alguns efeitos abaixo.
EFEITOS DIRETOS
1.
Manutenção do meio úmido que favorece a cicatrização;
2.
Sucção constante reduz o edema da ferida;
3.
Deformação da ferida (estímulo para a remodelação tecidual) favorecendo o fechamento ou a adesão de
enxertos e retalhos.
EFEITOS INDIRETOS
1.
Aumento do fluxo sanguíneo (atenção: pressão negativa excessiva → 175 mmHg — diminui o fluxo
sanguíneo);
2.
Redução da resposta inflamatória;
3.
Redução da carga bacteriana;
4.
Estímulo à chegada de células envolvidas na cicatrização.
INDICAÇÕES
Exemplos clássicos de indicação são após desbridamento cirúrgico de feridas agudas ou crônicas (úlceras
por pressão), úlceras do pé diabético e cirurgia de reconstrução (queimaduras, enxerto de pele, retalho
muscular).
CONTRAINDICAÇÕES
O VAC não deve ser utilizado nas seguintes situações:
1.
Exposição de estruturas vitais: ossos, vasos sanguíneos ou enxertos vasculares. Nestes casos, o ideal é
esperar a formação de uma camada de granulação ou a realização de um enxerto ou retalho;
2.
Presença de infecção contínua*: infecção ativa deve ser tratada previamente (lembrar que o tecido
desvitalizado aumenta o risco de infecção);
3.
Presença de tecido neoplásico: assim como nos tecidos normais, o VAC estimula o crescimento do tecido
neoplásico;
4.
Presença de pele frágil: o uso do VAC deve ser evitado em paciente com pele frágil, como idosos e usuários
crônicos de corticoide;
5.
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5.
Alergia ao adesivo: assim como ocorre para qualquer medicamento ou substância;
6.
Feridas isquêmicas: não foi demonstrada efetiva melhora nessas lesões, por isso é considerada uma
contraindicação relativa.
Geralmente, as complicações são observadas quando o curativo VAC é aplicado em paciente cujas feridas
apresentam tecido desvitalizado ou estruturas expostas, como vasos sanguíneos ou órgãos.
COMPLICAÇÕES
1.
Sangramento: é a complicação mais grave. Costuma acontecer durante a troca do curativo e em geral se
resolvem com simples compressão;
2.
Infecção: geralmente ocorre na presença de infecção prévia que não foi devidamente controlada
previamente (desbridamento e antibioticoterapia);
3.
Fístula enterocutânea: muito cuidado, pois alguns relatos sugerem que o VAC possa acelerar o fechamento
de algumas fístulas pós-operatórias. No entanto, alguns autores acreditam que o VAC pode atuar como um
fator de perpetuação da fístula, sendo um ponto ainda não muito bem definido na literatura.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES – UFRN – HUOL
As terapias a vácuo para feridas abdominais abertas vêm ganhando espaço no tratamento de abdomes
hostis. Nesse contexto, o curativo de Barker constitui uma opção de tratamento caracterizado por:
a)
Baixo custo e pronta disponibilidade na maioria dos serviços.
b)
Baixa efetividade em casos de trauma e peritonite.
c)
Custo elevado e alta efetividade em situações de abdome aberto.
d)
Alta efetividade, porém, com necessidade de longo treinamento especializado.
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Esse assunto será novamente visto na apostila de cirurgia plástica, já que os curativos à vácuo são muito
utilizados no tratamento de úlceras de pressão.
TELAS
As telas surgiram para revolucionar o tratamento de correção de hérnias e outros defeitos de parede.
Materiais sintéticos: vários produtos de malha sintética estão disponíveis. As características desejáveis de
uma malha sintética incluem causar pouca reação tecidual, ser resistente ao estresse mecânico, possuir
elevada adesão, ser esterilizável e não carcinogênica. Até o momento, ainda não podemos afirmar que
existe a malha ideal. Ao selecionar a malha apropriada, o cirurgião deve considerar a posição da tela, se
estará em contato direto com as vísceras e se há a presença ou risco de infecção. As construções em malha
podem ser classificadas com base no peso do material, tamanho do poro, interação com a água (hidrofóbica
ou hidrofílica) e se existe uma barreira antiadesiva presente. Ao colocar uma tela na posição
extraperitoneal, sem o risco de erosão intestinal, uma malha macroporosa desprotegida é apropriada.
Tanto o polipropileno quanto o poliéster já foram utilizados com sucesso nessa posição. A tela de
polipropileno é uma malha macroporosa hidrofóbica que permite o crescimento de fibroblastos nativos e a
incorporação na fáscia circundante. É semirrígida, um tanto flexível e porosa. Não devemos utilizar a tela
de polipropileno em uma posição intraperitoneal, em contato direto com o intestino, devido ao risco de
formação de fístulas. Recentemente, uma malha de polipropileno mais leve foi introduzida para resolver
algumas das complicações de longo prazo da malha pesada (dor crônica, restrição de mobilidade e
migração da tela). A tela de malha leve é definida por possuir < 50 g/m2 e as pesadas > 80 g/m2.
Esses produtos de malha leve geralmente têm um componente absorvível de material que fornece
estabilidade de manuseio, normalmente composta de Vicryl® (poliglactina) ou Monocryl® (poliglecaprone).
TABELA 1
_
Para a utilização intraperitoneal, temos como opções o PTFE (politetrafluoretileno) e telas que combinam
barreiras absorvíveis e antiadesão temporárias, como a celulose, ácidos graxos ômega 3 ou hidrogéis de
colágeno. Contudo, atualmente não existem testes em humanos avaliando a capacidade desses materiais
compostos de resistir à formação de aderências.
GRAMPEADORES
Os grampeadores cirúrgicos mudaram a prática da cirurgia de maneira profunda, principalmente no
campo da tecnologia minimamente invasiva. Vários dispositivos diferentes estão disponíveis para
grampeamento, sendo os mais famosos:
1.
De pele;
2.
Anastomose gastrointestinal aberta;
3.
Anastomose gastrointestinal endoscópica;
4.
Anastomose terminoterminal.
Uma modificação do grampeador GIA para uso laparoscópico, o Endo-GIA, tem uma utilidade
particularmente ampla. Ela pode facilitar a ligadura e a transecção dos pedículos vasculares, como na
realização de esplenectomia, nefrectomia ou hepatectomia, e a transecção do parênquima de órgãos
sólidos, como em pancreatectomias. Em toracoscopias, ela pode auxiliar na ressecção em cunha de um
pulmão lesionado ou doente. O grampeador GIA (Endo-GIA ou versão padrão) também pode auxiliar na
transecção do mesentério espesso ou endurecido durante a ressecção intestinal em pacientes com doença
inflamatória intestinal.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFU – UFU
Você está em uma hepatectomia esquerda videolaparoscópica através de acesso glissoniano*. Após
adequada determinação dos pontos de entrada do endogrampeador no parênquima hepático, você solicita
para a instrumentadora uma carga vascular, padronizada com a cor:
a)
Branca.
b)
Dourada.
c)
Verde.
d)
Roxa.
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ACESSOS VASCULARES
Existem diversos tipos de acessos vasculares, entre eles o periférico, o central, as fístulas arteriovenosas etc.
Contudo, o objetivo desse tópico é discutir apenas os cateteres venosos centrais, que são os que podem
aparecer em provas de residência médica.
Resumidamente, podemos classificar os cateteres centrais pelo tempo (curto x longo prazo) e pela
implantação (semi x totalmente implantável), sendo essa última relacionada apenas aos cateteres de longo
prazo.
TEMPO
Curto prazo (temporário): permanência de até 30 dias.
■
Situações de uso: politrauma, cirurgias de grande porte, UTIs e temporário para hemodiálise (cateter de
Shilley*).
IMPLANTAÇÃO
Externos ou semi-implantáveis: o portal de administração do cateter fica totalmente ou parcialmente fora
da pele. Existem vários modelos, sendo os mais utilizados os de Hickman*, Broviac®*, Permcath® e
Intracath®. Todos são muito semelhantes entre si.
■
Situações de uso: nutrição parenteral, tratamento de leucemias agudas e outras doenças hematológicas,
transplante de medula óssea, transplantes, hemodiálise crônica, administração de antibióticos e suporte a
pacientes graves.
■
Vantagens: inserção por anestesia local e fácil remoção.
■
Desvantagens: maior risco de trombose venosa, menor fluxo de administração (mais longo e fino) e
desconforto estético (fica visível).
Totalmente implantáveis: o portal de administração do cateter fica totalmente abaixo da pele. Além disso,
esse tipo de cateter possui um reservatório* (ou port) que pode ser de plástico e/ou metal. Um exemplo de
cateter totalmente implantável que é muito utilizado é o Port-a-cath®.
■
Situações de uso: quimioterapia ambulatorial, tratamento do mieloma múltiplo e linfomas, administração
de drogas e nutrição parenteral em crianças.
■
Vantagens: segurança, conforto, estética (port abaixo da pele), menor risco de infecção e maior durabilidade
(até 2.000 punções).
■
Desvantagens: implantação e retirada em centro cirúrgico.
A preferência da via a ser canulada sempre será a veia jugular interna direita ou a veia subclávia.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – HCPA
Associe os tipos de cateteres venosos centrais (coluna da esquerda) às situações clínicas apresentadas
(coluna da direita).
1.
Cateter monolúmen;
2.
Cateter duplo-lúmen;
3.
Cateter de Hickman de 3 vias;
4.
Cateter totalmente implantável do tipo Port-a-cath;
5.
Cateter de Schilley.
( ) Paciente com indicação de quimioterapia ambulatorial intravenosa;
( ) Paciente com indicação de transplante de medula óssea alogênico;
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( ) Paciente com indicação de transplante de medula óssea alogênico;
( ) Paciente com indicação de antibioticoterapia intravenosa sem rede venosa periférica puncionável.
A sequência numérica CORRETA, de cima para baixo, da coluna da direita, é
a)
2 − 3 − 5.
b)
3 − 2 − 1.
c)
3 − 5 − 2.
d)
4 − 3 − 1.
e)
4 − 5 − 2.
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TÉCNICA DE IMPLANTAÇÃO
Os cateteres externos são encontrados isoladamente ou acompanhados de um kit de introdução, que
consiste de agulha de punção, seringa, fio-guia, tunelizador e introdutor com bainha. Em geral, os
cirurgiões preferem utilizar a anestesia combinada (local + sedação) e sempre sob a supervisão de um
anestesista. O paciente deve ser colocado em posição de Trendelenburg (cabeça e ombros mais baixos que
os membros inferiores). A inserção é percutânea, seguindo a técnica de Seldinger.
Nos totalmente implantáveis, os mesmos princípios e técnicas deverão ser usados. Um detalhe essencial é a
escolha do local do reservatório (port), que deve ser implantado na região infraclavicular ou peitoral
medial nos adultos. Nas crianças, o melhor local é a região lateral do tórax, no espaço natural delimitado
pela borda lateral do músculo peitoral maior, pela borda anterior do músculo grande dorsal e pela fossa
axilar.
VIDEOLAPAROSCOPIA
Chegamos ao assunto mais importante da apostila. Só para que você tenha uma ideia, a cada dez questões
que aparecem em prova sobre esta apostila, seis são referentes a conceitos em videolaparoscopia.
Precisamos de mais alguma justificativa para provar que esse tema é importante? Então vamos lá!
A videolaparoscopia é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, possibilitada pela introdução de uma
endocâmera e pinças adaptadas para cavidade abdominal. Agora, para que seja possível a visualização das
estruturas e os movimentos cirúrgicos, é necessário "criar" o espaço. Para isso, é confeccionado o
pneumoperitônio, que nada mais é do que a insuflação de gás dentro da cavidade peritoneal. Além disso,
uma fonte de luz é acoplada à câmera para garantir uma adequada iluminação das estruturas.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DE MINAS GERAIS –
IPSEMG
O gás utilizado nas videocirurgias é o CO2 devido, EXCETO:
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Existem várias maneiras de se confeccionar o pneumoperitônio. As duas principais técnicas são: FECHADA
(às cegas) x ABERTA (minilaparotomia). A técnica fechada ainda é a mais popular, mas ambas apresentam o
mesmo grau de complicação.
Fechada: introduzimos uma agulha às cegas, e, quando penetramos a cavidade peritoneal, o CO2 é insuflado.
Como assim, uma agulha? Calma… É uma agulha específica para este procedimento. A famosa agulha de
Veress possui um mecanismo de segurança com um estilete rombo acionado por mola, escondendo a
superfície perfurante após a violação da cavidade peritoneal. Como a técnica é às cegas, para se assegurar
que a mesma penetrou a cavidade peritoneal, pode ser realizado o teste de insuflação e aspiração com
seringa e soro.
Aberta: realiza-se uma minilaparotomia na região umbilical, e a dissecção é feita até a abertura do
peritônio. Daí, sob visualização direta, o trocarte é introduzido.
a)
Insuflador.
b)
Trocater.
c)
Agulha.
d)
Pinça.
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A maioria das complicações associadas a videolaparoscopia ocorre durante esta etapa. A introdução às
cegas, tanto da agulha de Veress quanto do primeiro trocarte, está relacionada a perfurações de vísceras e
vasos sanguíneos. A colocação dos demais portais possui risco próximo a zero, pois, a partir daí, a colocação
é feita com a óptica já introduzida, ou seja, sob visualização direta.
Com o pneumoperitônio, a Pressão Intra-Abdominal (PIA) se eleva para valores em torno de 12–15 mmHg.
Esse aumento da pressão é mais bem tolerado por pacientes saudáveis, no entanto, naqueles com
comprometimento da função cardiopulmonar, esse aumento da PIA pode gerar repercussões preocupantes.
O momento mais delicado é no início da insuflação do CO2, por isso, o fluxo de entrada do gás inicial não
deve ultrapassar 1,5–3,0 litros/minuto. Tal fluxo é mantido até que se chegue à pressão final (12–15 mmHg).
Além do aumento da PIA, a absorção excessiva de CO2 também pode gerar repercussões. Veja as principais
na tabela abaixo.
TABELA 2
Local
Repercussão
Sistema Respiratório
Sistema Cardiovascular
Sistema Urinário
Sistema Nervoso
Embolia Gasosa
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – UERJ
A arritmia cardíaca mais comumente ocasionada pela videolaparoscopia é o (a):
a)
Taquicardia.
b)
Bradicardia.
c)
Extrassistolia.
d)
Bloqueio atrioventricular.
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a)
Diminuição da pré-carga.
b)
Aumento da pós-carga.
c)
Diminuição do débito cardíaco.
d)
Diminuição da renina plasmática.
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*Obs.: ainda existe discussão sobre a videolaparoscopia e a ocorrência de eventos embólicos! Entenda:
1.
Com o pneumoperitônio, o retorno venoso dos MMII é prejudicado. Com isso, há estase venosa, o que
propicia a ocorrência de TVP;
2.
A videocirurgia está relacionada a uma deambulação precoce e à menor resposta metabólica ao trauma
(menos hipercoagulabilidade pós-operatória).
Comparando esses dois pontos, a maioria dos autores e estudos defendem que, no final, a incidência de
eventos tromboembólicos é menor com a laparoscopia.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO ESTADO DE MINAS GERAIS –
IPSEMG
São consideradas vantagens da videolaparoscopia, EXCETO:
a)
Menor resposta endócrino-metabólica ao trauma.
b)
Menor dor pós-operatória devido ao menor dano tecidual.
c)
Maior taxa de hérnia incisional devido à instalação do pneumoperitônio que aumenta a pressão abdominal.
d)
Realimentação e alta hospitalar mais precoce.
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Mas não vá achando que tudo são flores. Também temos algumas desvantagens, sendo as principais:
Note que as complicações são muito mais prevalentes no início da curva de aprendizagem, sendo, muitas
vezes, a habilidade do cirurgião um fator limitante.
TABELA 3
Absolutas
Impossibilidade técnica;
Doença cardiopulmonar grave;
Instabilidade hemodinâmica;
Relativas
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO – SES-RJ
O uso do portal único já é considerado padronizado de alto-volume para o procedimento de:
a)
Nefrectomia.
b)
Prostatectomia.
c)
Pancreatectomia distal.
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CIRURGIA ROBÓTICA
_
O conceito de cirurgia robótica é usar as características dos robôs para melhorar as capacidades do
cirurgião. Em contraste com o uso da robótica na indústria, o robô não funciona autonomamente, mas sim
como uma interface entre o cirurgião e o paciente. Nesta relação mestre-escravo, o cirurgião (mestre) senta
em um console, em uma posição ergonômica e confortável, e usa as mãos e pés para controlar o movimento
da câmera e instrumentos (escravo). O sistema robótico utiliza um laparoscópio com dois sistemas ópticos
que proporcionam uma visão binocular (ou seja, tridimensional). Os movimentos das mãos do cirurgião
podem ser reproduzidos pelos instrumentos sem as limitações usuais do efeito de fulcro observado nos
instrumentos laparoscópicos tradicionais. Os graus de liberdade do instrumento são aumentados,
facilitando a realização de manobras quando comparado à videolaparoscopia tradicional. O cirurgião pode
trabalhar de dentro da sala de cirurgia ou remotamente, porque não há contato direto entre console e
instrumentos, como na figura acima. Uma consequência dessa interface é que o cirurgião não tem senso
tátil dos tecidos e deve adaptar-se, usando informações visuais.
DÚVIDA ACADÊMICA
Já na cirurgia robótica, este efeito não ocorre devido à presença da articulação nas pinças que
obedecem e simulam os comandos do cirurgião à distância.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
(CIRURGIA)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ
As cirurgias realizadas por meio de robôs vêm ganhando progressivamente mais espaço, e,
consequentemente, mais cirurgiões se habilitam para os procedimentos. São duas grandes vantagens da
cirurgia robótica:
a)
Ausência do efeito fulcro.
b)
Necessidade de menos portos.
c)
Ausência de sensação tátil.
d)
Dispensa a presença de auxiliares.
MOSTRAR RESPOSTA
A cirurgia robótica abriu o conceito de telecirurgia. Teoricamente, com ela o cirurgião poderá operar
pacientes à distância. No entanto, a equipe treinada ainda seria necessária no local para preparar o
paciente, inserir as portas, montar o robô, trocar instrumentos e intervir para tratar complicações ou
situações inesperadas. Antes que a cirurgia remota possa ser aplicada na prática, questões de
licenciamento e responsabilidade devem ser abordadas, e atrasos latentes entre o movimento do cirurgião
e o movimento do instrumento (delay) devem ser resolvidos. Quanto maior a distância pela qual os dados
precisam ser transmitidos do console para o paciente, maior o atraso delay. Atrasos de mais de 250 ms
podem ter um impacto significativo na qualidade da cirurgia.
A cirurgia robótica oferece outras oportunidades interessantes para melhorar o desempenho cirúrgico.
Como existe uma interface entre o cirurgião e os instrumentos efetores, é possível modular a relação entre
o movimento do cirurgião e o movimento do instrumento eletronicamente. O robô pode ajustar o ganho ou
a escala do movimento. Desta forma, o cirurgião pode fazer movimentos maiores para efetuar movimentos
finos da ponta do instrumento; isso pode ser útil para cirurgias que exigem movimentos precisos e
delicados, como suturar pequenos vasos. Algoritmos também podem ser incorporados para amortecer o
tremor.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
(CIRURGIA)
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – HCG
Analise a imagem a seguir. No tipo de cirurgia representada:
_
a)
Há automação dos atos cirúrgicos.
b)
O cirurgião trabalha de forma mais ergonômica.
c)
A visão é bidimensional.
d)
Há contraindicação para cirurgiões com tremores finos.
RESIDÊNCIA MÉDICA R+
FUNDAÇÃO JOÃO GOULART – HOSPITAIS MUNICIPAIS – FJG
Nos últimos anos houve um desenvolvimento muito grande da cirurgia robótica. Entre as alternativas
abaixo, a que apresenta apenas vantagens da cirurgia robótica sobre a cirurgia laparoscópica convencional
é:
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RESIDÊNCIA MÉDICA R+
FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – ABC
Em relação à cirurgia minimamente invasiva por robótica podemos afirmar que seus benefícios são:
a)
Melhor visualização do campo cirúrgico e manipulação dos instrumentos cirúrgicos.
b)
Menor tempo de cirurgia e melhora da sensação tátil das estruturas.
c)
Menor custo e tempo de internação.
d)
Menor tempo de cirurgia e maior precisão na manipulação das estruturas.
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