Perguntas e Respostas - Cont. Pública

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Resolução Parte Teórica Contabilidade Pública

1ª Frequência 2015/2016
1.
1.1 Cabimento e Compromisso
Cabimento é a reserva de dotação disponível para o processo de despesa que se
pretende realizar. O seu registo tem suporte num documento interno, pelo montante dos
encargos prováveis, e visa assegurar a existência de dotação para a assunção do
compromisso, fundamentando a autorização da despesa.
Compromisso é a assunção perante terceiros da responsabilidade por um possível
passivo, em contrapartida do fornecimento de bens e serviços ou da satisfação de outras
condições, implicando alocação de dotação orçamental, independentemente do
pagamento. Os compromissos consideram-se assumidos quando é executada uma ação
formal pela entidade, como seja a emissão de ordem de compra, nota de encomenda ou
documento equival

1.2 Ciclo orçamental da despesa de ciclo orçamental da receita


O ciclo orçamental da receita deverá obedecer às seguintes fases executadas de
forma sequencial: inscrição de previsão de receita, liquidação e recebimento, sem
prejuízo de eventuais anulações de receita emitida que corrijam a liquidação ou de
eventuais reembolsos e restituições que corrijam o recebimento e, eventualmente, a
liquidação. A liquidação pode exceder a previsão de receita, sendo que só poderão ser
liquidadas as receitas previstas em orçamento.
O ciclo orçamental da despesa deverá obedecer às seguintes fases executadas de
forma sequencial: inscrição de dotação orçamental, cabimento, compromisso, obrigação
e pagamento, sem prejuízo de eventuais reposições abatidas aos pagamentos que para
além de corrigirem os pagamentos podem igualmente corrigir todas as fases a montante
até ao cabimento. O cabimento não pode exceder a dotação disponível, assim como o
compromisso não pode exceder o respetivo cabimento. A obrigação não pode exceder o
valor do compromisso, assim como o pagamento não pode exceder o valor da obrigação.
Os limites definidos devem ser aferidos por transação ou evento e segundo as
classificações orçamentais vigentes.

2. Apresente a estrutura do Setor Público português e as formas de autonomia que os


diferentes organismos podem deter. Justifique.
Na estrutura jurídico-administrativa do setor público português (admin. pública)
podemos distinguir a administração do Estado e a administração autónoma. A primeira
divide-se em administração Direta (a periférica e a central) e administração Indireta
(institutos públicos e empresas públicas). Por sua vez, a administração autónoma divide-
se em base territorial (regiões autónomas e autarquias) e em base associativa (associações
públicas).
Relativamente à administração central, podemos distinguir os serviços autónomos
e os fundos autónomos. Os serviços autónomos é quando se trata de serviços
administrativos que prestam toda uma gama de utilidades materiais, utilizando os meios
financeiros, por exemplo, hospitais e universidades. Os fundos autónomos é quando se
trata de serviço cuja atividade consiste exclusiva ou predominantemente na gestão de
meios financeiros (monetários ou creditícios).
Em sentido lato, do Estado fazem parte a administração central (serviços
integrados, administração central autónoma), a segurança social, a administração regional
e a administração local (freguesias e municípios).
No que toca às formas de autonomia, distingue-se a autonomia administrativa da
autonomia financeira.
Segundo Marcelo Caetano, a autonomia administrativa consistirá no poder
conferido aos órgãos de uma pessoa coletiva de direito público de praticar atos
administrativos definitivos que serão executórios desde que obedeçam a todos os
requisitos para tal efeito exigidos por lei”. Por sua vez, a autonomia financeira verifica-
se quando os rendimentos do património da pessoa coletiva e outros que a lei lhe permite
cobrar sejam considerados receita própria, aplicável livremente, segundo o orçamento
privativo, às despesas ordenada por exclusiva autoridade dos seus órgãos.
Podemos distinguir três tipos de serviços em relação à autonomia: serviços com
autonomia financeira, que são serviços e fundos autónomos com orçamento próprio
sujeito ao Orçamento do Estado e com receitas próprias (ainda que insuficientes); serviços
com autonomia administrativa, que são serviços que pagam as suas despesas e procedem
ao controlo próprio das mesmas, na sua contabilidad; e, por fim, serviços simples, que
são serviços que têm a gestão financeira assegurada pela administração do Estado (no
âmbito da RAFE estes serviços deixaram de existir).
De referir ainda que existem quatro formas de autonomia financeira: autonomia
patrimonial, que tem como pressuposto ter personalidade jurídica, ter património próprio
e tomar decisões relativas à gestão desse património público; autonomia orçamental, que
é o poder de ter orçamento próprio e gerir as correspondentes despesas e receitas (ou seja
decidindo em relação a elas); autonomia de tesouraria que é o poder de gerir
autonomamente os recursos monetários próprios, em execução ou não do orçamento; e
autonomia creditícia, que é o poder de contrair dívidas e responsabilizar-se pelo seu
pagamento.

3. Diga quais são as bases de mensuração de ativos e passivos existentes na estrutura


conceptual do SNC-AP
A mensuração é o processo de determinar as quantias monetárias através das quais
os elementos das demonstrações financeiras são reconhecidos e mostrados nas mesmas.
Este processo envolve a seleção de bases específicas de mensuração.
Uma das bases de mensuração de ativos existente na estrutura conceptual do SNC-
AP é o custo histórico. O custo histórico de um ativo é o valor de aquisição, produção
ou de desenvolvimento desse ativo, que corresponde à quantia necessária de caixa ou
equivalentes de caixa no momento da sua aquisição, produção ou desenvolvimento.
O valor corrente dos ativos pode ser proporcionado através da adoção de quatro
bases de mensuração distintas: Valor de mercado; Custo de reposição; Valor
realizável (ou de liquidação); e, Valor de uso. O valor de mercado é a quantia pela
qual um ativo pode ser trocado entre duas partes conhecedoras e dispostas a negociar,
numa transação entre partes independentes. O custo de reposição é o custo económico
exigido para a entidade substituir o potencial de serviço de um ativo (incluindo a quantia
que receberia pelo respetivo valor residual, no final da vida útil desse ativo), com
referência à data do relato financeiro. O valor realizável (ou de liquidação) de um ativo
consiste no valor que a entidade pública obteria pela venda do mesmo à data do relato
financeiro, após dedução dos custos inerentes a essa venda. O valor de uso é o valor
presente, calculado com referência à data do relato financeiro, do potencial de serviço ou
de benefícios económicos futuros do ativo, para a entidade pública, na medida em que o
ativo continue a ser utilizado pela mesma, acrescido do valor que a entidade pública
espera obter do seu desreconhecimento no final da sua vida útil.
A mensuração de passivos decorre em princípios similares à dos ativos, exigindo,
no entanto, uma adaptação da terminologia.
Custo histórico - os passivos são reconhecidos pela quantia da transação
que origina a assunção da obrigação.
Custo de cumprimento - o custo de cumprimento refere-se ao valor
corrente necessário para cumprir as obrigações associadas a determinado passivo.
Valor de mercado - O valor de mercado é a quantia pela qual um passivo
será liquidado entre duas partes conhecedoras e dispostas a negociar, numa transação
entre partes independentes.
Custo de libertação - O custo de libertação refere-se à quantia a despender
que permitiria a extinção imediata da obrigação. O custo de libertação consiste no mais
baixo de entre a quantia que o credor aceitaria, para liquidação imediata, e a quantia que
um credor aceitaria, para assumir esse passivo
Preço de assunção - O preço de assunção é referido no contexto dos
passivos como o equivalente ao custo de reposição nos ativos. O preço da assunção refere-
se à quantia que a entidade pública estaria disposta a aceitar em troca da assunção de um
determinado passivo, já existente como obrigação de um terceiro.

4. Diga por que demonstrações é constituído um conjunto completo de:


4.1 Demonstrações orçamentais
Demonstrações previsionais: - O orçamento, enquadrado num plano orçamental
plurianual; - O plano plurianual de investimentos;
Demonstrações de relato: - Uma demonstração do desempenho orçamental; Uma
demonstração de execução orçamental da receita; Uma demonstração de desempenho
orçamental da despesa; Uma demonstração da execução do Plano Plurianual de
Investimento (PPI); O anexo às demonstrações orçamentais.
Demonstrações orçamentais consolidadas: - Uma demonstração consolidada do
desempenho orçamental; Uma demonstração consolidada de direitos e obrigações por
natureza

4.2 Demonstrações financeiras


Estrutura e conteúdo do Balanço, Demonstração dos resultados por naturezas,
Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração das Alterações no Património Líquido
e do Anexo.
5. Refira-se ao processo de reconhecimento dos custos de empréstimos obtidos, de
acordo com a NCP 7- custos dos empréstimos Obtidos. Fundamente.
Os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como um gasto no período
em que são suportados independentemente de como esses empréstimos são aplicados.
Os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição,
construção ou produção de um ativo que se qualifica devem ser capitalizados como parte
do custo desse ativo.
Estes custos são capitalizados como parte do custo do ativo quando for provável que
deles resultem benefícios económicos futuros ou potencial de serviço para a entidade e
os custos possam ser mensurados com fiabilidade.
O tratamento deve ser aplicado de forma consistente a todos os custos de empréstimos
obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de todos
os ativos que se qualifica da entidade.
Quando uma entidade contrai empréstimos com o fim específico de obter um
determinado ativo que se qualifica, os custos de empréstimos obtidos que estejam
diretamente relacionados com esse ativo podem ser prontamente identificados.
Na medida em que os empréstimos sejam contraídos especificamente com a
finalidade de obter um ativo que se qualifica, a quantia dos custos de empréstimos obtidos
elegíveis para capitalização nesse ativo deve corresponder aos custos reais suportados
durante o período menos qualquer rendimento relativo ao investimento temporário desses
empréstimos.

6. Exponha, justificando, como se efetua a mensuração (inicial e subsequente) dos


inventários previstos na NCP 10- Inventários.
Os inventários, segundo a NCP 10, devem ser mensurados pela quantia mais baixa
entre o custo e o valor realizável líquido.
Quando os inventários forem adquiridos através de uma transação sem
contraprestação, devem ser mensurados pelo justo valor à data de aquisição.
Quando os inventários forem detidos para distribuir sem contrapartida ou com uma
contrapartida simbólica, ou para consumir no processo de produção de bens para
subsequentemente distribuir sem contrapartida ou por uma contrapartida simbólica,
devem ser mensurados pela quantia mais baixa entre o custo e o custo de reposição
corrente.
7.Defina e distinga os seguintes conceitos
7.1Orçamento de gerência e orçamento de exercício
Orçamento da gerência
Orçamento no qual se preveem as receitas que o Estado irá cobrar e as despesas que o
Estado irá pagar durante o período financeiro. É uma previsão das receitas e das despesas
na sua fase terminal de cobranças e de pagamentos.
Orçamento do exercício
Orçamento em que se preveem as receitas que o Estado irá cobrar e as despesas que irá
pagar em virtude dos créditos e das dividas que irão surgir a seu favor e contra si durante
o período financeiro. É uma previsão de receitas e de despesas na sua fase inicial de
créditos e de dividas.

7.2Valor realizável líquido e justo valor.


O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que uma entidade espera
realizar com a venda do inventário no decurso normaldas operações. O justo valor reflete
a quantia pela qual o mesmo inventário poderia ser trocado no mercado entre compradores
e vendedores conhecedores, independentes e dispostos a transacionar. O primeiro é um
valor específico de uma entidade; o segundo já não é. O valor realizável líquido dos
inventários pode não ser equivalente ao justo valor menos custos de vender.

8. Refira os princípios e regras orçamentais definidos na Lei do Enquadramento


Orçamental (LEO)
Princípios orçamentais
Princípio da Unidade e da Universalidade
O art.º 9 indica o princípio da unidade e universalidade. Ou seja, que apenas existe um
Orçamento ao nível do Estado (sem prejuízo da independência de Orçamentos das
Regiões e das Autarquias), E que esse orçamento contempla todas as receitas e despesas,
quer da Administração Central, quer da Segurança Social. Também os orçamentos
regionais e locais devem contemplar todas as suas receitas e despesas.
Princípio da estabilidade orçamental e Princípio da sustentabilidade
orçamental
O art.º 10 determina como princípio de estabilidade orçamental o cumprimento
das regras orçamentais numéricas estabelecidas no capítulo III da nova Lei, sem prejuízo
das regras previstas nas leis de financiamento regional e local. Este artigo é
complementado pelo art.º 11, que define o conceito de sustentabilidade das finanças
públicas. Define-se por sustentabilidade a capacidade de financiar todos os
compromissos, assumidos ou a assumir, com respeito pela regra de saldo orçamental
estrutural e da dívida pública, conforme estabelecido na presente lei.
Princípio da solidariedade recíproca
O art.º 12 estabelece o princípio da solidariedade reciproca, isto é, todos os subsetores,
através dos respetivos serviços e entidades, devem contribuir proporcionalmente para a
realização da estabilidade orçamentalreferida no artigo 10.º e para o cumprimento da
legislação europeia no domínio da política orçamental e das finanças públicas.
Princípio da equidade geracional
De acordo com o art.º 13 atividade financeira do setor das administrações públicas está
subordinada ao princípio da equidade na distribuição de benefícios e custos entre
gerações,de modo a não onerar excessivamente as gerações futuras,salvaguardando as
suas legítimas expectativas através de uma distribuição equilibrada dos custos pelos
vários orçamentos num quadro plurianual.
Princípio da anualidade e plurianualidade
O art.º 14 estabelece o princípio da anualidade e plurianualidade. O princípio da
anualidade estabelece que o exercício orçamental é anual (sendo que esse ano económico
coincide com o ano civil, mesmo nos casos em que o Orçamento do Estado é entregue já
com o ano a decorrer). No entanto estabelece-se que a existência de um período
complementar de execução orçamental.
Princípio da não compensação
O art.º 15 estabelece o princípio da não compensação, ou seja, que todas as receitas são
previstas pela importância integral em que foram avaliadas, sem dedução alguma para
encargos de cobrança ou de qualquer outra natureza. A importância integral das receitas
tributárias corresponde à previsão dos montantes que, depois de abatidas as estimativas
das receitas cessantesem virtude de benefícios tributários e os montantes estimados para
reembolsos e restituições, são efetivamente cobrados. No entanto, o nº3 do supracitado
artigo permite algumas exceções
Princípio da não consignação
O art.º 16 da presente Lei estabelece o princípio da não consignação. Este princípio refere
que não pode afetar-se o produto de quaisquer receitas à cobertura de determinadas
despesas. Contudo, o nº2 deste artigo prevê algumas exceções: a) As receitas das
reprivatizações; b) As receitas relativas aos recursos próprios comunitários tradicionais;
c) As receitas afetas ao financiamento da segurança social e dos seus diferentes sistemas
e subsistemas,nos termos legais; d) As receitas que correspondam a transferências
provenientes da União Europeia e de organizações internacionais; e) As receitas
provenientes de subsídios, donativos e legados de particulares, que, por vontade destes,
devam ser afetados à cobertura de determinadas despesas; f) As receitas que sejam, por
razão especial, afetas a determinadas despesas por expressa estatuição legal ou contratual.
Contudo, o nº3 do supracitado artigo estabelece que as normas que, nos termos da alínea
f) do número anterior, consignem receitas a determinadas despesas têm caráter excecional
e temporário.
Princípio da especificação
O art.º 17 estabelece o princípio da especificação, ou seja, que as despesas são
estruturadas por programas, por fonte de financiamento e por classificadores orgânico,
funcional e económico.
Já as receitas são especificadas por classificador económico e por fonte de financiamento.
Princípio da economia, eficiência e eficácia
O art.º 18 estabelece o princípio da Economia, eficiência e eficácia Este princípio
estabelece que a assunção de compromissos e a realização de despesa pelos serviços e
pelas entidades pertencentes aos subsetores que constituem o setor das administrações
públicas estão sujeitas ao princípio da economia, eficiência e eficácia.
Princípio da transparência orçamental
O art.º 19 implica a disponibilização de informação sobre a implementação e a execução
dos programas, objetivos da política orçamental, orçamentos e contas do setor das
administrações públicas, por subsetor.
A informação disponibilizada deve ser fiável, completa, atualizada, compreensível e
comparável internacionalmente, de modo a permitir avaliar com precisão a posição
financeira do setor das administrações públicas e os custos e benefícios das suas
atividades, incluindo as suas consequências económicas e sociais, presentes e futuras.
Regra do Saldo Orçamental
O art.º 20 estabelece uma regra do saldo orçamental anual, cujo objetivo
orçamental de médio prazo é aquele que for definido no âmbito e de acordo com o Pacto
de Estabilidade e Crescimento. Também determina, no nº2 do supracitado artigo, que a
trajetória de convergência é definida no Programa de Estabilidade.
Já o nº3 estabelece que o saldo estrutural corresponde ao saldo orçamental das
administrações públicas, definido de acordo com o Sistema Europeu de Contas Nacionais
e Regionais,corrigido dos efeitos cíclicos e líquido de medidas extraordinárias e
temporárias.
Este saldo estrutural não pode ser inferior ao objetivo de médio prazo constante
do Programa de Estabilidade, tendo por objetivo alcançar um limite de défice estrutural
de 0,5 % do produto interno bruto (PIB) a preços de mercado.
Já o nº5 do art.º 20 da Lei 151/2015 transpõe o disposto no art.º3, nº1, alínea d):
“sempre que a relação entre a dívida pública e o PIB a preços de mercado for
significativamente inferior a 60% e os riscos para a sustentabilidade a longo prazo das
finanças públicas forem reduzidos, o limite para o objetivo de médio prazo pode atingir
um défice estrutural de, no máximo, 1 % do PIB”.
De acordo com o art.º 21,com a aprovação da LEO, o Governo fica obrigado a
utilizar os excedentes orçamentaisque se possam vir a verificar no futuro na amortização
da dívida pública enquanto se verificar o incumprimento do limite de 60% do PIB.

9. Diga quais as condições exigidas pela NCP 13- Rendimento de transações com
contraprestação, para o reconhecimento de uma venda.
O rendimento da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem sido
satisfeitas todas as condições seguintes:
a) A entidade tiver transferido para o comprador os riscos e vantagens
significativos da propriedade dos bens;
b) A entidade não mantiver envolvimento continuado na gestão a um nível
usualmente associado à propriedade, nem o controlo efetivo sobre os bens
vendidos;
c) A quantia do rendimento puder ser mensurada com fiabilidade;
d) For provável que os benefícios económicos ou potencial de serviço associados
à transação fluirão para a entidade; e
e) Os gastos suportados ou a suportar relativos à transação puderem ser
mensurados com fiabilidade.

10. Diga quais são os principais objetivos da contabilidade orçamental, segundo a NCP
26- Contabilidade e relato orçamental.
O principal objectivo da contabilidade orçamental é o acompanhamento do Orçamento
do Estado.
A contabilidade orçamental visa: Conhecer os cabimentos registados, bem como o
montante daqueles que ainda não se converteram em compromisso; Conhecer os compromissos
assumidos e o montante daqueles que ainda não se converteram em contas a pagar (obrigações);
Conhecer as obrigações assumidas perante terceiros por natureza da despesa, e o respetivo valor
de obrigações por pagar; Conhecer o montante dos pagamentos líquidos (expurgado de reposições
abatidas aos pagamentos) do ano e de anos findos permitindo aferir o grau de execução orçamental
( do ano e de anos anteriores); Conhecer os compromissos a transitar no final do período de relato
(os que não deram origem a obrigações); Conhecer as obrigações a transitar no final do período
de relato (não pagas no exercício corrente). Conhecer os compromissos e obrigações relativos a
períodos futuros que devem ser registados no momento da assunção da responsabilidade.
Conhecer o montante de liquidações emitidas por natureza da receita, bem como o montante
daquelas que estão por cobrar; Saber o montante de receita que ainda falta liquidar; Conhecer a
receita liquidada que transita para o período seguinte; Conhecer as liquidações referentes a
períodos futuros que devem ser registadas no momento do reconhecimento do direito.

11. Tendo em consideração a NCP 14- Rendimento de transações sem Contraprestação,


diga como se podem classificar as “especificações”. Fundamente.
Especificações sobre ativos transferidos - são os termos impostos, por lei,
regulamento ou um acordo vinculativo, sobre o uso de um ativo transferido por entidades
externas à entidade que relata. Podem ser:
Condições - As condições sobre ativos transferidos (doravante designadas por
condições) exigem que a entidade ou consuma os benefícios económicos futuros ou
potencial de serviço do ativo conforme especificado, ou restitua esses benefícios
económicos futuros ou potencial de serviço ao cedente, no caso de as condições serem
violadas.
Restrições - As restrições sobre ativos transferidos (doravante designadas por
restrições) não incluem um requisito de que o ativo transferido, ou outros benefícios
económicos futuros ou potencial de serviço, deva ser devolvido ao cedente caso o ativo
não seja utilizado conforme especificado.

12. Um ativo que se qualifica é:

13. Na mensuração subsequente dos inventários a NCP 10 preconiza que:


Sejam mensurados pelo custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o mais
baixo

14. Modelo do custo e modelo da revalorização (NCP 5 – Ativos Fixos tangíveis)


Modelo do custo: após reconhecido como um ativo, um bem ativo fixo tangível, deve
ser registada pelo seu custo, menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por
imparidade acumuladas, devendo aplicar-se esta medida a uma classe inteira de ativos fixos
tangíveis.
Modelo da Revalorização: em algumas circunstâncias , os ativos fixos tangíveis podem
ser objeto de revalorização de acordo com critérios e parâmetros a definir em dispositivo legal
adequado. A revalorização pressupõe a determinação da vida útil remanescente do ativo.
15. Refira-se aos principais aspectos da Reforma da Administração Financeira do
Estado (RAFE)
A RAFE foi uma reforma administrativa do Estado que teve três campos de ação: na
gestão orçamental, na contabilidade pública e no Tesouro. Esta reforma teve em conta
as seguintes metas: uma unidade orçamental, uma unidade de tesouraria e um sistema de
informação.
Como objetivos da RAFE podemos referir que esta reforma visava por uma
melhor gestão orçamental com uma unidade orçamental e uma integração de fundos,
uma centralização e integração da informação e uma melhor gestão do orçamento nos
programas. De mencionar também uma auditoria orçamental, um conhecimento mais
atempado das despesas e das receitas. Uma maior eficácia e eficiência económica
passando por uma descentralização da gestão e diminuição da burocracia, uma maior
autonomia e responsabilização dos serviços e também um novo papel do gestor público.
No âmbito da contabilidade criaram-se novas bases: contabilidade de
compromisso, caixa e analítica. Na tesouraria do estado criou-se informação mais
atempada sobre as necessidades de tesouraria e de arrecadação de receitas e o Tesouro
passou a ser a entidade bancária centralizadora da emissão dos meios de pagamento, o
que resultou numa maior rapidez na arrecadação das receitas do Estado e no seu
controlo.
Para implementação da RAFE nos Serviços e no sentido de dar resposta aos
conceitos expendidos pelo legislador no artigo 17º da Lei nº 8/90, é necessária a
existência de meios informáticos, como sejam: o SIC – Sistema de Informação
Contabilística; o SGRH – Sistema de Gestão de Recursos Humanos; o SGP – Sistema
de Gestão Patrimonial e o SGR – Sistema de Gestão de Receitas.
Estes sistemas permitiram a gestão económico-financeira e social da
Administração Pública, facultando um conjunto de informações para tomada de decisão,
acerca da situação económica, financeira e patrimonial das entidades públicas, bem
como para gestão do social.

16.De acordo com a NCP 3 – Ativos intangíveis, explique como se efetua o


reconhecimento de um item como ativo intangível.
Um ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física
O reconhecimento de um item como ativo intangível exige que uma entidade
demonstre que o item satisfaz: A definição de um ativo intangível; e Os critérios de
reconhecimento. Este requisito aplica-se ao custo mensurado no reconhecimento (o custo
de uma transação com contraprestação ou de um ativo intangível gerado internamente, ou
o justo valor de um ativo intangível adquirido numa transação sem contraprestação) e aos
custos suportados subsequentemente para adicionar, substituir uma parte ou dar
assistência ao mesmo.
Os ativos intangíveis podem ser adquiridos ou gerados internamente.
17. A NCP 8 – Propriedades de Investimento preconiza na mensuração subsequente
dois modelos. Diga quais são esses modelos e caraterize cada um deles.
Uma entidade deve escolher como sua política contabilística ou o modelo do justo valor
ou o modelo do custo, devendo aplicar essa política a todas as suas propriedades de
investimento.
Modelo do justo valor
Após o reconhecimento inicial, uma entidade que opte por utilizar o modelo do justo
valor deve mensurar todas as suas propriedades de investimento ao justo valor, exceto se
for incapaz de o mensurar com fiabilidade.
Um ganho ou uma perda proveniente de uma alteração no justo valor de propriedades
de investimento deve ser reconhecido nos resultados do período em que ocorre [663
(perda) ou 773 (ganho)].
O justo valor das propriedades de investimento é o preço pelo qual tais propriedades
podem ser trocadas numa transação entre partes conhecedoras, dispostas a negociar e
sem relacionamento entre si.
O justo valor deve refletir as condições de mercado à data de relato, dado que o justo
valor é específico numa determinada data, pois as condições de mercado podem variar
Modelo do custo
Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolha o modelo do custo deve
mensurar todas as suas propriedades de investimento de acordo com os requisitos da
NCP 5 – Ativos Fixos Tangíveis, isto é, ao custo menos depreciação acumulada e perdas
por imparidade acumuladas.

18. De acordo com a nova Lei do Enquadramento Orçamental (LEO) refira os


principios que devem ser tidos em consideração na execução orçamental das
receitas e das despesas públicas.
Nenhuma receita pode ser liquidada ou cobrada sem que, cumulativamente:
a) Seja legal;
b) Tenha sido objeto de correta inscrição orçamental;
c) Esteja classificada
A liquidação e a cobrança de receita podem ser efetuadas para além dos valores
previstos na respetiva inscrição orçamental
Nenhuma despesa pode ser autorizada sem que cumulativamente:
a) Disponha de inscrição orçamental no programa e no serviço ou na
entidade, tenha cabimento e identifique se os pagamentos se esgotam
no ano ou em anos futuros no período previsto para o programa;
b) Satisfaça os requisitos de economia, eficiência e eficácia
c) O facto gerador da obrigação respeite as normas legais aplicáveis
As operação de execução do orçamento das receitas e das despesas obedecem ao
princípio da segregação das funções de liquidação e de cobrança, quanto às
primeiras, e de autorização da despesa e do respetivo pagamento, quanto às
segundas.
19. Refira-se à importância dos princípios da Economia, eficiência e eficácia e da
Transparência contidos na LEO.
Este princípio estabelece que a assunção de compromissos e a realização
de despesa pelos serviços e pelas entidades pertencentes aos subsetores que
constituem o setor das administrações públicas estão sujeitas ao princípio da
economia, eficiência e eficácia.
A economia, a eficiência e a eficácia consistem: Na utilização do
mínimo de recursos que assegurem os adequados padrões de qualidade do
serviço público; Na promoção do acréscimo de produtividade pelo alcance de
resultados semelhantes com menor despesa; Na utilização dos recursos mais
adequados para atingir o resultado que se pretende alcançar.
O art.º 19 implica a disponibilização de informação sobre a
implementação e a execução dos programas, objetivos da política orçamental,
orçamentos e contas do setor das administrações públicas, por subsetor.
A informação disponibilizada deve ser fiável, completa, atualizada,
compreensível e comparável internacionalmente, de modo a permitir avaliar com
precisão a posição financeira do setor das administrações públicas e os custos e
benefícios das suas atividades, incluindo as suas consequências económicas e
sociais, presentes e futuras.

20. Tendo em consideração a Lei dos compromissos e dos Pagamentos em atraso


diga o que são fundos disponíveis e o modo como se determinam.
Fundos disponíveis são as verbas disponíveis a muito curto prazo, que incluem, quando
aceitável e desde que não tenham sido comprometidos ou gastos:
i) A dotação corrigida líquida de cativos, relativa aos 3 meses seguintes;
ii) As transferências ou subsídios com origem no Orçaento do Estado,
relativos aos 3 meses seguintes;
iii) A receita efetiva própria que tenha sido cobrada, incluindo a receita de
ativos e passivos financeiros, ou recebida como adiantamento;
iv) A previsão da receita efetiva própria que tenha sido cobrada, incluindo a
previsão de receita de ativos e passivos;
v) O produto de empréstimos contraídos nos termos da lei;
vi) As transferências ainda não efetuadas decorrentes de programas e
projetos do Quadro de Referência Nacional (QREN) cujas faturas se
encontrem liquidadas, e devidamente certificadas ou validadas;
vii) Outros montantes autorizados nos termos do artigo 4º

21. Provisão e passivo contingente (NCP 15 – Provisões, Passivos contigentes e


Ativos contigentes).
Provisão é um passivo de momento ou quantia incerta
Passivo contigente é uma obrigação possível que decorre de acontecimentos
passados e cuja existência apenas será confirmada pela ocorrência ou não de um ou
mais acontecimentos futuros incertos, que não estão totalmente sob controlo da
entidade;
22. Reconhecimento e desreconhecimento (Estrutura conceptual)
O Reconhecimento é o processo de incorporar, numa demonstração
financeira adequada, um determinado item que cumpre a definição prevista de
elemento e que pode ser mensurado com fiabilidade, em conformidade co os
critérios previstos na presente Estrutura Conceptual. Os critérios de
reconhecimneto são: O item satisfaz a definição de um elemento; e o item pode
ser mensurado de uma forma que assegure as caraterísticas qualitativas e tome
em consideração os contrangimentos à informação financeira.
O Desreconhecimento consiste no processo de avaliação sobre a
ocorrência de alterações que no momento atual justifiquem a remoção de um
item das demobstrações financeiras. A avaliação da incerteza, no processo de
desreconhecimento, não difere, na essência, da que é efetuada no processo de
reconhecimento inicial.

23. “Princípio da não compensação” e “princípio da não consignação”.


O art.º 15 da LEO estabelece o princípio da não compensação, ou seja, que todas as
receitas são previstas pela importância integral em que foram avaliadas, sem dedução alguma
para encargos de cobrança ou de qualquer outra natureza. A importância integral das receitas
tributárias corresponde à previsão dos montantes que, depois de abatidas as estimativas das
receitas cessantesem virtude de benefícios tributários e os montantes estimados para
reembolsos e restituições, são efetivamente cobrados.
O art.º 16 da presente Lei estabelece o princípio da não consignação. Este princípio
refere que não pode afetar-se o produto de quaisquer receitas à cobertura de determinadas
despesas. Contudo, o nº2 deste artigo prevê algumas exceções:
a) As receitas das reprivatizações;
b) As receitas relativas aos recursos próprios comunitários tradicionais;
c) As receitas afetas ao financiamento da segurança social e dos seus
diferentes sistemas e subsistemas,nos termos legais;
d) As receitas que correspondam a transferências provenientes da União
Europeia e de organizações internacionais;
e) As receitas provenientes de subsídios, donativos e legados de particulares,
que, por vontade destes, devam ser afetados à cobertura de determinadas despesas;
f) As receitas que sejam, por razão especial, afetas a determinadas despesas
por expressa estatuição legal ou contratual.
Contudo, o nº3 do supracitado artigo estabelece que as normas que, nos termos da
alínea f) do número anterior, consignem receitas a determinadas despesas têm caráter
excecional e temporário.
24.”Reposição abatida no pagamento” e “Reposição não abatida no pagamento”.
Nos casos em que ocorre por parte da entidade pública um pagamento indevido
ou por um valor que se revela excessivo, a entidade procede à emissão de nota de
débito. A cobrança pode contudo ocorrer:
No mesmo período contabilístico do pagamento que se pretende corrigir
(reposição abatida no pagamento RAP);
Em período contabilístico posterior ao do pagamento que pretende
corrigir, caso em que o respetivo influxo será considerado como receita cobrada
(reposição não abatida no pagamento – RNAP).

25. Impostos e transferências.


Impostos são benefícios económicos ou potencial de serviço obrigatoriamente
pagos ou a pagar a entidades públicas, de acordo com disposições legais adequadas,
criados para proporcionar rendimento às administrações públicas. Para efeitos da NCP
14 os impostos incluem as contribuições e quotizações obrigatórias para regimes de
segurança social, mas não incluem multas ou outras penalidades aplicadas por violações
de disposições legais.
Transferências são influxos de benefícios económicos futuros ou potencial de
serviço provenientes de transações sem contraprestação que não sejam impostos. As
transferÊncias icluem transferências financeiras, subsídios, perdões de dívida, multas, e
outras penalidades, legados, ofertas, doações e bens e serviços em espécie.

26. Diga o que entende por autonomia administrativa e autonomia administrativa e


financeira, incluindo as respetivas modalidades. Fundamente.
Autonomia administrativa consistirá no poder conferido aos órgãos de uma
pessoa coletiva de direito público de praticar atos administrativos definitivos que serão
executórios desde que obedeçam a todos os requisitos para tal efeito exigidos por lei.
Autonomia administrativa e financeira acontece quando ao que foi dito
anteriormente se junta a condição de que os rendimentos do património dessa pessoa
coletiva pública seja considerados receita própria
Dentro destas podemos distinguir 3 formas:
1- serviços com autonomia administrativa
2- serviços com autonomia financeira
3- serviços simples.
E podemos ainda distinguir 4 modalidades da autonomia financeira:
1- patrimonial
2- orçamental
3- tesouraria
4- creditícia
27. Diga quais são as carateristicas qualitativas a que deve obedecer a informação
financeira pública. Fundamente bem a sua resposta.
As carateristicas qualitativas da informação incluída no relato financeiro são os
atributos que fazem com que essa informação seja útil para os utilizadores das
demonstrações financeiras e atinja os objetivos do relato financeiro.
As carateristicas qualitativas principais são a relevância, a fiabilidade, a
compreensibilidade, a oportunidade, a comparabilidade e a verificabilidade.
A informação financeira e naõ financeira é relevante se for capaz de fazer a
diferença no alcance dos objetivos do relato financeiro, isto é, quando tiver valor
confirmativo, valor preditivo ou ambos.
Para ser útil, a informação financeira deve ser uma representação fiel dos
fenómenos económicos e outros que pretende representar. Consegue-se ua
representação fiel quando a descrição dos fenómenos é completa, neutra e isenta de
erros materiais.
A compreensibilidade é a qualidade da informação que permite aos utilizadores
das demonstrações financeiras compreenderem o seu significado. A compreensibilidade
é melhoradda quando a informação é classificada, caraterizada e apresentada de forma
clara e concisa.
A oportunidade significa ter a informação disponível para os utilizadores das
demonstrações financeiras antes de deixar de ser útil para efeitos de responsabilização
pea prestação de contas e tomada de decisões.
A comparabilidade é a qualidade da informação que permite que os utilizadores
das demonstrações financeiras identifiquem semelhanças e diferenças entre dois
conjuntos de fenómenos.
A verificabilidade é a qualidade da informação que ajuda a assegurar aos
utilizadores que a informação incluída no relato financeiro representa os fenómenos
económicos e outros que pretende representar.

28. Diga quais os requisitos necessários para a realização de despesas e cobrança de


receitas públicas. Fundamente a sua resposta.
Despesas públicas
-afectação de recursos correntes a uma determinada finalidade (dispêndio de
dinheiro)
-o sujeito tem de ser uma entidade pública (Estado ou outro ente dotado de
poder de autoridade)
-satisfação de necessidades sociais.
Receitas públicas
- A realização de despesas pressupõe que o Estado tem recursos que as
financiam, ou seja, que tem receitas.
-O Estado moderno tem à sua disposição uma grande variedade de meios para
assegurar o financiamento dos encargos públicos.
-Receita pública – qualquer recurso mediante o qual um sujeito público pode
cobrir as suas necessidades. Receita pública: Atribuição definitiva de uma soma de
numerário;
- Feita em benefício de um sujeito público ou a ele equiparado;
-Com a finalidade de servir para a cobertura de despesas públicas.
- Receitas públicas – podem genericamente ser definidas como qualquer recurso
obtido durante um dado período financeiro, mediante o qual o sujeito público pode
satisfazer as despesas públicas que estão a seu cargo.
Receitas

29. Em relação à NCP 2 – Políticas contabilísticas, Alterações em estimativas


contabilísticas e Erros, distinga cada uma das suas vertentes em matéria de
reconhecimento contabilístico e respetiva aplicação (retropectiva ou prospectiva)
As demonstrações financeiras não estão em conformidade com as NCP se contiverem erros
materiais ou erros imateriais feitos intencionalmente para alcançar uma determinada
apresentação da posição financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa de uma entidade.
Porém, por vezes são descobertos erros materiais num período subsequentee estes erros de
períodos anteriores são corrigidos na informação comparativa apresentada nas demonstrações
financeiras desse período subsequente.
Uma entidade deve corrigir erros materiais de períodos anteriores retrospetivamente no
primeiro conjunto de demonstrações financeiras autorizado para emissão após a sua
descoberta: Reexpressando as quantias comparativas do período anterior apresentado; ou
Se o erro ocorreu antes do período anterior apresentado, reexpressando os saldos de abertura
dos ativos, passivos e património líquido desse período anterior apresentado.
Limitações à aplicação retrospetiva
Quando for exigida a aplicação retrospetiva, uma alteração na política contabilística deve ser
aplicada retrospetivamente exceto até ao ponto em que seja impraticáveldeterminar quer os
efeitos específicos de um período quer o efeito acumulado da alteração.
Quando for impraticável determinar os efeitos específicos num período da alteração numa
política contabilística, a entidade deve aplicar a nova política contabilística às quantias
registadas de ativos e passivos no início do períodomais antigo relativamente ao qual a aplicação
retrospetiva seja praticável, que pode ser o período corrente, e deve fazer o correspondente
ajustamento no saldo de abertura de cada componente do património líquido afetado desse
período.
Quando uma entidade aplicar uma nova política contabilística retrospetivamente, deve
aplicá-la à informação comparativa para períodos anteriores tão antigos quanto possível.
A quantia do consequente ajustamento relativo a períodos anteriores aos apresentados
nas demonstrações financeiras é feito no saldo de aberturade cada componente do património
líquido afetado do período anterior apresentado.
Geralmente, o ajustamento é feito aos resultados acumulados.
Limitações da reexpressão retrospetiva
Um erro de um período anterior deve ser corrigido por reexpressão retrospetiva
exceto até ao ponto em que seja impraticável determinar quer os efeitos específicos de um
período quer o efeito acumulado do erro.
Quando for impraticável determinar os efeitos específicos num período de um erro na
informação comparativa do período anterior apresentado, a entidade deve reexpressaros
saldos de abertura de ativos, passivos e património líquido do período mais antigo
relativamente ao qual a reexpressãoretrospetiva é praticável (que pode ser o período
corrente).
A correção de um erro de um período anterior é excluída dos resultados do período
em que o erro é descoberto.
30. Diga se a cobrança de impostos por parte do Estado é um rendimento de transações
com contraprestação ou sem contraprestação e refira-se às normas de contabilidade
pública que regulam o seu reconhecimento.
R.: A cobrança de imposto por parte do Estado é um rendimento de transações sem
contraprestação que é regulada pela NCP 14- rendimento de transações sem
contraprestação. Esta Norma aborda as matérias relacionadas com o reconhecimento e
mensuração do rendimento dessas transações, incluindo a identificação de contribuições
dos proprietários.
Um influxo de recursos provenientes de uma transação sem contraprestação
reconhecido como um ativo deve ser reconhecido como rendimento, exceto até ao ponto
em que for também reconhecido um passivo relativo ao mesmo influxo.
Assim que uma entidade satisfizer uma obrigação presente reconhecida como um
passivo com respeito a um influxo de recursos proveniente de uma transação sem
contraprestação, deve reduzir a quantia escriturada do passivo reconhecido e reconhecer
uma quantia de rendimento igual a essa redução.
O rendimento de transações sem contraprestação deve ser mensurado pela quantia
do aumento no ativo reconhecido pela entidade (a menos que seja também exigido
reconhecer um passivo.)
A quantia reconhecida como um passivo deve ser a melhor estimativa da quantia
necessária para liquidar a obrigação presente à data de relato.
Impostos
Uma entidade deve reconhecer um ativo relativo a impostos quando o acontecimento
tributável ocorrer e os critérios de reconhecimento do ativo forem satisfeitos.
Os recursos provenientes de impostos satisfazem a definição de ativo quando a
entidade controla os recursos em consequência de um acontecimento passado (o
acontecimento tributável) e espera que desses recursos resultem benefícios económicos
futuros ou potencial de serviço.
O rendimento proveniente de impostos só surge para a entidade sujeito ativo do
imposto e não para outras Entidades (p. ex. agentes como a AT – operações de tesouraria).
Os impostos não satisfazem a definição de contribuições dos proprietários para o
património líquido porque o pagamento de impostos não dá aos contribuintes o direito de
receber distribuições de benefícios económicos futuros ou potencial de serviço da
entidade durante a sua vida, nem o pagamento de impostos proporciona aos contribuintes
um direito de propriedade sobre o Estado que possa ser vendido, trocado, transferido ou
remido.
Os recursos relativos a impostos recebidos antes da ocorrência do acontecimento
tributável são reconhecidos como um ativo e um passivo (adiantamentos de
recebimentos) porque o acontecimento que dá origem ao direito do sujeito ativo sobre os
impostos ainda não ocorreu e os critérios para reconhecimento do rendimento por
impostos não estão ainda satisfeitos não obstante a entidade já ter recebido um influxo de
recursos.
Quando o acontecimento tributável ocorrer, o passivo é eliminado e o rendimento
reconhecido.
31. Programas e medidas orçamentais
Os programas orçamentais inclue as receitas e as despesas inscritas nos
orçamentos dos serviços e das entidades dos subsetores da administração central e da
segurança social.
Os programas orçamentais correspondem ao conjunto de ações, de duração
variável, a executar pelas entidades previstas anteriormente, tendo em vista a realização
de objetivos finais, associados à implementação de políticas públicas e permitem a
aferição do custo total dos mesmos

32. Descreva os principais objetivos da Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em


atraso (LCPA), a que entidades se aplica e como se calculam os fundos disponíveis.
A (LCPA) destina-se a todas as entidades públicas do Serviço Nacional de Saúde,
a todos os serviços e entidaddes dos subsetores da administração central, regional, local
e da segurança social que não tenham natureza e forma de empresa, de fundação ou de
associações públicas.
O objetivo central da LCPA foi o de evitar a acumulação de pagamentos em atraso
nos organismos das Administrações Públicas, ao estabelecer que a execução orçamental
não pode conduzir, em momento algum, ao aumento dos pagamentos em atraso, sob pena
de reduzir os fundos disponíveis, através da diminuição da receita que neles pode ser
incluída.
“Fundos disponíveis” são as verbas disponíveis a muito curto prazo, que incluem,
quando aplicável e desde que não tenham sido comprometidos ou gastos:
i) A dotação corrigida líquida de cativos, relativa aos três meses seguintes;
ii) As transferências ou subsídios com origem no Orçamento do Estado, relativos
aos três meses seguintes;
iii) A receita efetiva própria que tenha sido cobrada, incluindo a receita de ativos
e passivos financeiros, ou recebida como adiantamento;
iv) A previsão da receita efetiva própria cobrada nos três meses seguintes,
incluindo a previsão de receita de ativos e passivos;
v) O produto de empréstimos contraídos nos termos da lei;
vi) As transferências ainda não efetuadas decorrentes de programas e projetos do
Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) cujas faturas se encontrem
liquidadas, e devidamente certificadas ou validadas;

33. Distinga fase de pesquisa de fase de desenvolvimento e explicite o seu modo de


reconhecimento, de acordo com a NCP 3 – Ativos intangíveis. Fundamente
Não deve ser reconhecido qualquer ativo intangível decorrente de pesquisa (ou
da fase de pesquisa de um projeto interno). Os dispêndios em pesquisa (ou na fase de
pesquisa de um projeto interno) devem ser reconhecidos como um gasto quando
suportados, dado que uma entidade não pode demonstrar que existe um ativo intangível
que gerará prováveis benefícios económicos futuros ou potencial de serviços. São
exemplos de atividades de pesquisa:
a) Atividades visando a obtenção de novos conhecimentos;
b) A procura, avaliação e seleção final de aplicações de resultados de
pesquisa ou de outros conhecimentos;
c) A procura de alternativas para materiais, aparelhos, produtos,
processos ou de conhecimentos;
d) A formulação, concepção, avaliação e seleção final de possíveis
alternativas para materiais, aparelhos, produtos, processos, sistema ou
serviços, novos ou melhorados.
Um ativo intangível decorrente de desenvolvimento (ou da fase de
desenvolvimento de um projeto interno) deve ser reconhecido se, e apenas se, uma
entidade puder demonstrar cumulativamente tudo o que se segue:
(a) A viabilidade técnica de concluir o ativo intangível para estar disponível
para uso ou venda;
(b) A sua intenção de concluir o ativo intangível e usá- -lo ou vendê-lo;
(c) A sua capacidade de usar ou vender o ativo intangível;
(d) A forma como o ativo intangível gerará prováveis benefícios económicos
futuros ou potencial de serviço. Por exemplo, a entidade pode demonstrar a existência
de um mercado para os produtos do ativo intangível, ou para o próprio ativo intangível
ou, se for para uso interno, a sua utilidade;
(e) A disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros
para concluir o desenvolvimento, e para usar ou vender o ativo intangível;
(f) A sua capacidade de mensurar com fiabilidade os dispêndios atribuí.

34. A NCP 9 – Imparidade de ativos estabelece os procedimentos que uma entidade


deve aplicar para se assegurar que os seus ativos estão registados na
contabilidade por valores que não excedam a sua quantia recuperável. Diga o
que entende por imparidade de um ativo e distinga este conceito do de
depreciação.
Imparidade um ativo é uma perda de benefícios económicos futuros ou
potencial de serviço de um ativo, para além do reconhecimento sistemático da
perda dos benefícios económicos futuros ou potencial de serviço desse ativo por
via da depreciação.
Depreciação é a imputação sistemática da quantia depreciável de um
ativo durante a vida útil. (Quantia depreciável é o custo de um ativo, ou de outra
quantia substituta do custo, menos o seu valor residual).

35.Refira-se ao reconhecimento e mensuração das provisões no contexto da NCP 15 –


Provisões, passivos contigentes e ativos contigentes.
Uma provisão deve ser reconhecida quando, cumulativamente:
a) Uma entidade tem uma obrigação presente (legal ou construtiva)
como resultado de um acontecimento passado; b)
b) É provável que seja exigido um exfluxo de recursos incorporando
benefícios económicos ou potencial de serviço para pagar essa
obrigação;
c) Pode ser feita uma estimativa fiável da quantia dessa obrigação.
d) No caso extremamente raro em que nenhuma estimativa fiável possa
ser feita, existe um passivo que não pode ser reconhecido e, nesse
caso, esse passivo é divulgado como um passivo contingente.
Os acontecimentos futuros que possam afetar a quantia exigida para liquidar
uma obrigação devem ser refletidos na quantia de uma provisão quando haja evidência
objetiva suficiente de que ocorrerão.
Os ganhos da alienação esperada de ativos não devem ser tomados em
consideração ao mensurar uma provisão, mesmo que a alienação esperada esteja
associada ao acontecimento que deu origem à provisão.
Quando se espera que uma parte ou a totalidade dos dispêndios exigidos para
liquidar uma provisão sejam reembolsados por uma outra parte, o reembolso deve ser
reconhecido quando, e somente quando, for praticamente certo que o mesmo será
recebido se a entidade liquidar a obrigação. Tal reembolso deve ser tratado como um
ativo separado.

36. Tendo em consideração as Normas do Rendimento (NCP 13 e NCP 14) diga quais
são os principais aspectos que as diferenciam.
Transações com contraprestação - São transações pelas quais uma entidade
recebe ativos ou serviços, ou extingue passivos, e dá diretamente em troca um valor
aproximadamente igual (principalmente na forma de dinheiro, bens, serviços, ou uso de
ativos) a uma outra entidade. Exemplos: A compra ou venda de bens ou serviços; ou A
locação de ativos fixos tangíveis a preços de mercado.
Transações sem contraprestação - São transações que não sejam transações com
contraprestação. Numa transação sem contraprestação, uma entidade ou recebe valor de
uma outra entidade sem dar diretamente em troca valor aproximadamente igual, ou dá
valor a uma outra entidade sem receber diretamente em troca valor aproximadamente
igual. Exemplos: Impostos; e Transferências (sejam de caixa ou não) incluindo
transferências financeiras (correntes e de capital), subsídios, perdão de dívidas, multas e
outras penalidades, legados, ofertas, doações e bens em espécie e a parte não
transacionada em mercado de empréstimos bonificados.
Ao distinguir rendimentos com e sem contraprestação, deve ser considerada a
substância das transações em vez da sua forma.

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