Apostila BS - Baterias Aplicadas A Sistemas Híbridos - Vol 02
Apostila BS - Baterias Aplicadas A Sistemas Híbridos - Vol 02
Apostila BS - Baterias Aplicadas A Sistemas Híbridos - Vol 02
SUMÁRIO
1 Objetivo ................................................................................................................ 4
2 Armazenadores de energia ................................................................................... 4
3 Baterias de íon-lítio ............................................................................................... 7
3.1 História da bateria de íon-lítio ....................................................................... 7
3.2 Tipos de Baterias de Íons-Lítio ....................................................................... 7
3.2.1 Óxido de lítio cobalto (LiCoO2) – LCO ....................................................... 8
3.2.2 Óxido Lítio Manganês (LiMn2O4) – LMO .................................................. 8
3.2.3 Óxido de Lítio Níquel Manganês Cobalto (LiNiMnCoO2) – NMC................ 9
3.2.4 Fosfato de Lítio Ferro (LiFePO4) – LFP .................................................... 10
3.2.5 Óxido de Lítio Níquel Cobalto Alumínio (LiNiCoAlO2) – NCA ................... 11
3.2.6 Titanato de Lítio (Li4Ti5O12) – LTO ........................................................ 12
3.2.7 Comparação entre os tipos de bateria.................................................... 13
3.3 Cuidados com as baterias de íon-lítio........................................................... 13
3.4 Datasheet de baterias .................................................................................. 16
3.4.1 Bateria LFP Dyness ................................................................................. 16
3.4.2 Bateria LFP BYD ..................................................................................... 17
3.4.3 Bateria NMC Victronenergy ................................................................... 17
3.4.4 Bateria NMC MG Energy System ............................................................ 18
3.5 Associação de baterias ................................................................................. 18
3.5.1 Associação em série ............................................................................... 18
3.5.2 Associação em paralelo.......................................................................... 19
3.5.3 Associação série/paralelo ...................................................................... 20
3.5.4 Cuidados ao se associar baterias ............................................................ 20
4 Instalação ............................................................................................................ 20
4.1 Formas de instalação.................................................................................... 21
4.1.1 Acoplamento em inversores separados .................................................. 21
4.1.2 Acoplamento em inversor híbrido .......................................................... 23
5 Analisador de carga ............................................................................................. 24
1 OBJETIVO
Nesta unidade didática serão estudados os principais equipamentos que
compõem o sistema híbrido e as arquiteturas mais utilizadas para esses sistemas.
2 ARMAZENADORES DE ENERGIA
Sistemas de armazenamento são sistemas que mantêm a energia guardada de uma
forma que podem ser convertidas para a elétrica quando necessário. Esses sistemas
podem ser divididos em três categorias:
Fonte 1 – IRENA
3 BATERIAS DE ÍON-LÍTIO
Vantagens
o Alta energia específica e alta capacidade de carga com células de energia
o Ciclo longo e vida útil prolongada; livre de manutenção.
o Alta capacidade, baixa resistência interna,
o Algoritmo de carga simples e tempos de carga razoavelmente curtos
o Baixa autodescarga (menos da metade daquela de NiCd e NiMH).
Desvantagens
o Requer circuito de proteção para evitar fuga térmica em caso de estresse
o Degrada em alta temperatura e quando armazenada em alta tensão
o Nenhuma carga rápida é possível em temperaturas de congelamento (<0 ° C)
o Regulamentações de transporte exigidas ao enviar em grandes quantidades
Novos eletrólitos e aditivos permitem carregar até 4,4 V / célula para aumentar
sua capacidade.
NMC tem bom desempenho geral e se destaca em energia específica. Essa bateria
é a candidata preferida para o veículo elétrico e tem a taxa de autoaquecimento mais
baixa.
Há uma tendência para íons de lítio combinados com NMC, pois o sistema pode
ser construído de maneira econômica e atinge um bom desempenho. Os três materiais
ativos de níquel, manganês e cobalto podem ser facilmente misturados para se
adequarem a uma ampla gama de aplicações para automóveis e sistemas de
armazenamento de energia (EES) que precisam de ciclos frequentes.
As principais características são:
Óxido de lítio níquel manganês cobalto:
Catodo de LiNiMnCoO2 e anodo de grafite
Abreviatura: NMC
Tensão Nominal: 3,60V (3,70V)
Faixa de operação típica 3,0-4,2V/célula, ou superior.
Energia específica (capacidade): 150-220Wh/kg
Carga: 0,7-1C até 4,20V, algumas baterias atingem 4,30V; tempo típico de carga 3 horas. A
corrente de carga acima de 1C reduz a duração da bateria.
Descarga: 1C; 2C é possível em algumas células; tensão de corte de 2,50V.
Vida útil 1000 a 2000 ciclos (relacionado à profundidade de descarga, temperatura)
Fuga térmica típica 210°C. Alta carga promove fuga térmica
Aplicações e-bikes, dispositivos médicos, veículos elétricos, industrial.
automóveis. Quatro células em série produzem 12,80V, uma tensão semelhante a seis
células de chumbo-ácido em série que produzem 12V.
Os veículos carregam as baterias de chumbo-ácido até 14,40V (2,40V/célula). Com
quatro células de li-fosfato em série, cada célula com tensão máxima de carga em 3,60V,
tem-se a mesma tensão máxima de carga das baterias de chumbo-ácido que é de
14,40V.
A bateria de li-fosfato é tolerante a alguma sobrecarga; entretanto, manter a
tensão em 14,40V por um tempo prolongado, como a maioria de veículos faz em uma
movimentação longa, poderia forçar a bateria. O arranque em temperatura a frio
também pode ser um problema com o li-fosfato como uma bateria de arranque.
A bateria de li-fosfato tem excelente segurança e longa vida, mas moderada
energia específica e autodescarga elevada.
As principais características são:
Fosfato de lítio ferro:
Catodo LiFePO4 e anodo de grafite.
Abreviatura: LFP ou li-fosfato.
Tensão Nominal: 3,20V (3,30V)
Faixa de operação típica: 2,5-3,65V/célula
Energia específica (capacidade): 90-120Wh/kg
Carga: 1C típico até 3,65V
Tempo de carga típico: 3 horas
Descarga: 1C típica, 25C em algumas células; pulsada 40A (2s) com tensão de corte de 2,50V
(menor que 2V causa danos).
Vida útil: 1000-2000 ciclos (relacionado à profundidade de descarga, temperatura).
Fuga térmica 270°C. Bateria muito segura, mesmo que totalmente carregada. Um dos
sistemas íon-lítio mais seguros.
Autodescarga elevada.
Longa vida, carga rápida, ampla faixa de temperatura, mas baixa energia específica e cara.
Está entre as baterias íon-lítio mais seguras.
menor for a descarga, mais tempo durará a bateria. Se possível, evite descargas
completas e carregue a bateria com mais frequência entre os usos. Descarga parcial no
íon-lítio está bem. Não há efeito memória e a bateria não precisa de ciclos de descarga
completos periódicos para prolongar a vida. As tabelas 1 e 2 mostram as tendências
gerais de envelhecimentos de algumas baterias de íon-lítio.
Tabela 1 – Ciclos de vida em função de profundidade de descarga
Ciclos de Descarga
Profundidade de Descarga
NMC LFP
100% ~300 ~600
80% ~400 ~900
60% ~600 ~1500
40% ~1000 ~3000
20% ~2000 ~9000
10% ~6000 ~15000
Fonte 3 https://batteryuniversity.com/index.php/learn/article/how_to_prolong_lithium_based_batteries
A maioria dos íons de lítio carrega até 4,20 V / célula, e cada redução na tensão de
carga de pico de 0,10 V / célula é considerada como o dobro do ciclo de vida. Por
exemplo, uma célula de íon-lítio carregada a 4,20 V / célula normalmente fornece 300–
500 ciclos. Se carregado com apenas 4,10 V / célula, a vida útil pode ser prolongada para
600–1.000 ciclos; 4,0 V / célula deve fornecer 1.200–2.000 e 3,90 V / célula deve
fornecer 2.400–4.000 ciclos.
Do lado negativo, um pico de tensão de carga mais baixo reduz a capacidade
armazenada pela bateria. Como orientação simples, cada redução de 70mV na tensão
de carga reduz a capacidade geral em 10%. Aplicar a tensão de pico de carga em uma
carga subsequente restaurará a capacidade total.
3000 120%
110% 105% 2400
2500 100% 100%
90% 85%
2000 80% 80%
70%
1500 1200 60% 60%
1000 850 40%
600
300 400
500 150 200 20%
0 0%
4,3 4,25 4,2 4,15 4,1 4,05 4 3,9
Descarte: baixa toxicidade. Pode ser descartado em baixo volume. Melhor reciclar.
grandes contorna a célula com falha para permitir o fluxo contínuo de corrente, embora
em uma tensão de cadeia mais baixa.
A figura 10 apresenta o esquema de duas baterias da Victron Energy de 24V no qual
se obteve 48V de saída.
Figura 9 Associação bateria em série
4 INSTALAÇÃO
A instalação de inversores híbridos em aplicações com a rede elétrica pode ser feita
de diversas formas. Vários fabricantes apresentaram diversas soluções com níveis
diferentes de segurança, flexibilidade e controlabilidade.
Os inversores iterativos convencionais dependem de uma rede que possa ser
monitorada para garantir que a tecnologia PWM gere uma forma de onda que possa ser
injetada na mesma sem que ocorram grandes problemas, garantindo nível de tensão,
forma de onda senoidal, sequência de fase, baixo nível de harmônicos e etc.
Fonte 15 Autor
5 ANALISADOR DE CARGA
Para muitas aplicações de sistemas de armazenamentos em baterias, é
imprescindível o conhecimento prévio do comportamento elétrico da unidade analisada
em relação à demanda horária. Esse conhecimento vai te possibilitar dimensionar um
sistema que seja adequado àquela unidade. Um sistema superdimensionado terá um
custo de implantação maior que não será convertido em benefícios; por sua vez um
projeto subdimensionado não será otimizado para a determinada aplicação.
Todavia, os comportamentos dos consumidores podem variar bastante de
residência para residência, comércio para comércio e indústria para indústria. Nesse
sentido aliado ao tipo de consumo da unidade, fazer uma análise horária da carga torna-
se uma ferramenta útil. Analisadores de carga como o vestem na figura 16 fabricada
pela Sultech, entre outras similares, é um aliado a esse objetivo.
Figura 16 Analisador de carga