Agravo de Petição - DPJ
Agravo de Petição - DPJ
Agravo de Petição - DPJ
ADVOGADO
Processo nº 0100107-36.2018.5.01.0077
MARCELLO ANDREUCCI LIMA MOREIRA SANTONI, com CPF de nº 082.841.337-17, endereço eletrônico
andreucci.santoni@gmail.com, nos autos do Incidente de desconsideração da personalidade jurídica que lhe
move Cristina Villela de Oliveira, vem respeitosamente, em defesa própria e perante a V. Exa., com fulcro no
artigo 855-A, inciso II, da CLT, apresentar
em face da sentença proferida pelo juízo a quo em sede de Incidente de Desconsideração da Personalidade
Jurídica (Id. 05710a7 e 2956650), requerendo o seu recebimento, processamento e encaminhamento ao E. TRT
da 01ª Região.
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2022.
Processo nº 0100107-36.2018.5.01.0077
Colenda Turma,
Trata-se de Agravo de Petição interposto pelo sócio retirante da sociedade reclamada, Marcello
Andreucci Lima Moreira Santoni, em face da decisão de Id. 2956650, proferida em sede de Incidente de
Desconsideração da Personalidade Jurídica, objetivando, preliminarmente, a nulidade dos atos praticados a
partir do despacho de Id. 2956650, inclusive da decisão recorrida, a atribuição de efeito suspensivo ao recurso, e,
no mérito, a reforma da sentença no tocante à desconsideração da personalidade jurídica do Agravante
enfatizando:
Nulidade da Sentença por falta de apresentação dos motivos de convencimento do juízo (ID 2956650);
É sócio retirante da empresa com responsabilidade subsidiária à empresa e seus atuais sócios (Doc 02 e
ID 24af6a5;
Um IDPJ foi aberto em face dos sócios atuais e do sócio retirante, ora agravante.
Após, a execução prosseguiu com apenas uma penhora pelo convênio BACEN-JUD, id 6c59fb2,
datada de 09/06/2020.
Desde então, nenhum outro esforço para penhorar bens da empresa foi desferido, nem sequer
por meio de outros convênios e pesquisa de apoio à efetividade da execução trabalhista, hoje disponíveis ao
Judiciário.
E, para dificultar os termos deste agravo de petição, a decisão agravada não especificou os
seus fundamentos que levaram o juízo a decidir de tal jeito trazendo prejuízo para a defasa porque não se sabe
exatamente o que se está defendendo.
Se tentará provar, diante da dificuldade em entender a sentença, que a empresa e seus atuais
sócios possuem bens que foram levados a leilão e, além disto, várias penhoras on-line obtiveram sucesso (Doc
05), sendo desnecessária a Desconsideração de PJ da empresa.
A sentença não esclarece os motivos que levaram o juízo a quo sobre seu convencimento e não
examina os pontos de defesa do impugnante, ora agravante, quando da impugnação ao IDPJ.
Se limita a informar que a empresa não possui bens livres, que ela é uma empresa inidônea
econômica e financeiramente, e proclama a insuficiência de bens da empresa.
Fato que se prova com documentos anexados (Doc 05) em que ocorreram diversas penhoras
on-line nas contas da empresa e de seus atuais sócios, tendo, inclusive, um leilão em que se arrematou um bem
da empresa executada no valor de 60 mil reais.
“…
D E C I D O.
A Executada, regularmente citada para a execução, não mais possui bens livres e
desembaraçados para garantia do crédito exequendo.
…” (ID 2956650)
No caso dos autos existe prejuízo do Agravante porque não se sabe qual fato, realidade ou
documento fundamentou a decisão do juízo.
Da mesma forma cabe nulidade da referida sentença porque não examinou todos os pontos
levantados pelo ora Agravante em sede de impugnação ao IDPJ.
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NULIDADE. É nula a decisão de primeiro grau quando o órgão
julgador deixa de pronunciar-se sobre os motivos que lhe formaram convencimento, como se verifica na
ausência de fundamentação sobre a impugnação à ata de audiência. Ainda que os registros contidos na
ata de audiência gozem de presunção de veracidade tendo em vista a fé publica do magistrado, não
poderia o Juízo de primeiro grau deixar de analisar a impugnação à ata de audiência tempestivamente
oposta pela recorrente, sob pena da nulidade por ausência de fundamentação, o que permaneceu na
sentença proferida em embargos de declaração que, integrando a decisão anterior, seguiu desprovida de
fundamentação. (http://bibliotecadigital.trt1.jus.br/jspui/handle/1001/3004339) (0100432-
70.2017.5.01.0004 - DEJT 2022-06-22, Antônio Paes Araujo)
Assim, se requer a nulidade da sentença para que o juízo a quo profira novo julgamento, desta
vez motivando sua decisão com as informações colhidas no processo.
Apenas uma penhora não traduzem a certeza de que houve no processo sinais de que o
devedor esteja ocultando patrimônio, ou dificultando a execução.
Desde modo, caso o Tribunal entenda que não se trata de nulidade da sentença, o agravante
requer que a execução seja direcionada à empresa porque ela possui patrimônio e bens.
O Agravante é sócio retirante, não faz parte do quadro social da empresa conforme a 7ª
alteração contratual (Doc 02 e ID 24af6a5), e, nos moldes do artigo 10-A da CLT sua responsabilidade deve ser
afastada caso outros meios de execução da empresa ré, das empresas que compõe o Grupo econômico ou de
seus sócios remanescentes forem efetivados.
Art. 10-A.CLT O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas
ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a
modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência:
I - a empresa devedora;
II - os sócios atuais; e
III - os sócios retirantes.
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na
alteração societária decorrente da modificação do contrato.
Diante desse artigo a ordem de responsabilidade deve ser PRIMEIRO a EMPRESA RÉ, a qual não
se esgotou os meios de execução disponibilizados pelos convênios com o Banco Central, Detran, Jucerja, entre
outros, SEGUNDO pelos SÓCIOS REMANESCENTES, e por último pelo sócio retirante.
AGRAVO DE PETIÇÃO. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO RETIRANTE. ART 10-A CLT. APLICABILIDADE IMEDIATA.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. ORDEM DE PREFERÊNCIA. Em obediência à ordem do art.
10-A da CLT, os sócios atuais devem ser executados prioritariamente , pois já esgotados os meios de execução
em face da 1ª ré. Somente se não encontrados os bens dos referidos sócios, passa-se a execução dos sócios
retirantes. O agravante, Grupo Prol, consta no contrato de ID.3b92740 juntamente com outro sócio Rise do Brasil
Participações Ltda. Demais disso, a lei exige a demonstração do preenchimento dos requisitos para a
desconsideração da personalidade jurídica, vale dizer, vale dizer, aqueles previstos no art. 28 do CDC. Havendo
comprovação de que os meios executórios em face da empresa devedora tenham restado infrutíferos, deve-se
acolher o Incidente, haja vista que no âmbito trabalhista prevalece a teoria da desconsideração da personalidade
jurídica. Dá-se provimento, por ora, ao agravado do ex administrador, visto que prematura a sua
responsabilização neste momento, e nega-se provimento ao agravo do sócio. (TRT-1 AP:
01002709720185010050 RJ. Relator EDUARDO HENRIQUE RAYMUNDO VON ADAMOVICH. Data de julgamento:
30/06/2021, Terceira Turma, Data de Publicação: 28/07/2021)
V – CONCLUSÃO E PEDIDOS
3 Que a execução seja direcionada à Empresa Ré, imediatamente, ou para seus sócios atuais
após efetivamente esgotados os meio de execução da empresa Ré;
5 Requer que as publicações sejam dirigidas ao agravante, em auto defesa, OAB/RJ 114.455,
com endereço à Av. Epitácio Pessoa, nº 3.734, apto 501.