Aços Carbono e Baixa Liga Aplicações

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Aços ao Carbono e

Baixa Liga

Classificação quanto à aplicação e


correlação com suas propriedades.

Material elaborado por Engenheiro Metalúrgico Patrich Damasseno


patrich.silveira@senairs.org.br
IST Mecatrônica

1
Índice:
1. Aços Estruturais;
1.1. Chapas e Tubos
1.2. Baixa Liga (HSLA)
2. Aços para Construção Mecânica;
3. Aços para Embutimento e Estampagem;
4. Aços para Molas;
5. Aços para Arames e Fios;
6. Aços de Usinagem Fácil;
7. Aços para Fundição;
8. Aços para Cementação;
9. Aços para Nitretação;
10. Aços Resistente ao desgaste;

2
Introdução:

Uma vez selecionado o material, seu fornecimento pode ser controlado através de testes com requisitos definidos
por normas técnicas e clientes, sendo então destinados para aplicações distintas.
Na escolha de uma determinada liga de aço, deve-se avaliar não só as propriedades necessárias para o
uso, mas também o processo de fabricação que será necessário para produzir o componente e a sua determinada
utilização.
Além disso, é melhor comparar propriedades mecânicas ou de fabricação do que composição química
das ligas;
Nesta parte do curso vamos discutir sobre as seguintes ligas de aço:

➢ Aços Estruturais (chapas/tubos, baixa liga);


➢ Aços para Fundição;
➢ Aços para Embutimento e Estampagem;
➢ Aços para Nitretação;
➢ Aços para Construção Mecânica;
➢ Aços para Cementação;
➢ Aços para Molas;
➢ Resistentes ao Desgaste;
➢ Aços para Arames e Fios;

➢ Aços para Usinagem Fácil;

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AÇOS ESTRUTURAIS

Os produtos tem origem normalmente no processo de Laminação, a partir de aços lingotados (parcialmente
desoxidado elaborados em conversores (menor custo, uso de desoxidantes encarece o produto), sendo este processo o
que permite uma maior economia na produção das seções envolvidas.
Nesta classe está o consumo maciço de aços e a relação resistência/preço é um fator decisivo na
seleção.

Resistência à Tração.

→ 2500 MPa Tipo:

➔ Aços ao carbono (laminados à quente) com baixo teor de


elemento de liga e boa resistência:

→ 200 MPa
* 1 MPa ≈ 1 N/mm2 ≈ 10,19 kgf/mm2

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AÇOS ESTRUTURAIS

Os principais requisitos (propriedades) para os aços estruturais são:

➢ Elevado valor de relação de Resistência à Tração para Limite de Escoamento; A tensão de escoamento é a

propriedade a ser considerada em cálculos e dimensionamento de estruturas de projetos mecânicos. Objetivo é

prevenir a deformação plástica generalizada.

➢ Elevada Tenacidade: Prevenção a fratura catastrófica (frágil);

➢ Boa Soldabilidade; A alteração na junta soldada (MB, ZTA e ZF) devem ser as menores possíveis, exigindo o

mínimo de cuidados operacionais assim como permitindo montagens rápidas e simples.

➢ Boa Ductilidade para ser Conformado;

➢ Homogeneidade estrutural: Reduzir as variações de propriedades em função do local;

➢ Baixo custo;

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AÇOS ESTRUTURAIS

AÇOS ESTRUTURAIS BAIXO CARBONO (Propriedades).

➢ A resistência aumenta com o aumento do teor de Carbono consequentemente a ductilidade diminui;

➢ São aços de relativa baixa dureza;

➢ Oxidam-se facilmente;

➢ Suas propriedades deterioram-se a baixas e altas temperaturas;

Classificação AISI-SAE

1XXX - Aço-carbono

10XX - Aço-carbono comum

Fonte: Guia do aço: AcelorMittal.

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AÇOS ESTRUTURAIS

AÇOS ESTRUTURAIS BAIXO CARBONO (Aplicações).

➢ Chapas automobilística, perfis estruturais e placas utilizadas na fabricação de tubos, construção civil
(vergalhões), pontes e latas de folhas-de-flandres, entre outras...

Chapas e perfis:
Fornecidos por siderúrgicas ou fabricados (no caso de perfis
dobrados ou soldados). Perfis são especificados de acordo com a NBR
7007. A ductilidade para processos de conformação a frio é muito
importante.

Perfis estruturais

Vergalhões:

São especificados segundo a Norma NBR 7480, sendo designados CA XX, onde os algarismos

representam o limite de escoamento mínimo em kgf/mm2.

Ex: CA 25, CA 50, etc…

Para concreto protendido a NBR 7482 designa os aços CP XXX, o último x da características de

soldagem.
http://www.saudenalata.com/evolucao-da-lata/

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AÇOS ESTRUTURAIS PARA CHAPAS E TUBOS

Propriedades:
➢ Excelente Deformabilidade;
➢ Boa Soldabilidade;
➢ Boa Ductilidade;
➢ Baixo custo;
➢ Dependendo do tipo de aplicação, alta resistência à corrosão e de fácil revestimento;
➢ Superfície sem defeitos;

Tipo:

• O tipo mais comum Aços ao Carbono comuns (Carbono menor que 0,2%);

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AÇOS ESTRUTURAIS

AÇO ESTRUTURAL BAIXO CARBONO: < 0,3% C

Microestrutura: Estrutura é usualmente ferrítica e perlítica;

Micrografia de um Aço baixo carbono SAE 1020 Micrografia de um Aço baixo carbono SAE 1020
Laminado. Aumento 100X. Fonte: Patrich Damasseno. Laminado. Aumento 200X. Fonte: Patrich Damasseno.

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AÇOS ESTRUTURAIS BAIXA LIGA

HSLA (High Strength Low Alloy) - Alta Resistência Baixa Liga

Eles contém outros elementos de liga como o cobre, o vanádio, o níquel e o molibdênio, em

concentrações combinadas.

Propriedades:

➢ Possuem maiores resistências do que os aços carbono comuns com baixo teor de carbono. A maioria pode ter sua
resistência aumentada por tratamento térmico que confere limites de resistência superiores a 480 MPa.
➢ Adicionalmente são dúcteis;
➢ Conformáveis e usináveis;
Em atmosferas normais são mais resistentes a corrosão que os aços carbono comuns;

Aplicações:
Pontes, torres, colunas de suporte em prédios elevados, vasos de pressão….

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AÇOS ESTRUTURAIS BAIXA LIGA

HSLA (High Strength Low Alloy) - Alta Resistência Baixa Liga

Micrografia de um Aço HSLA LNE 380. Micrografia de um Aço HSLA LNE 380.
Aumento 100X. Fonte: Patrich Damasseno.. Aumento 200X. Fonte: Patrich Damasseno.

Fonte:http://www.armco.com.br/wp/wp-content/uploads/2011/11/AcoAltaResistencia
BaixaLiga_especificacoestecnicas.pdf

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HSLA (High Strength Low Alloy) - Alta Resistência Baixa Liga (ARBL)

Propriedades obtidas no ensaio de tração e Aplicações:

Tensão Máxima Alongamento


Liga Tensão de
Convencional específico Aplicações Típicas
(AISI/SAE/ASTM) escoamento (MPa)
(MPa) (%)

A 440 (0,28%C e 1,35 Mn) 290 435 21 Estruturas aparafusadas ou rebitadas...

A 633 Classe E (0,22%C e


1,35% Mn) 380 520 23 Estruturas usadas em temperaturas ambiente baixa.

A 656 Classe 1 (0,18%C e


1,60% Mn) 552 655 15 Chassis de caminhões e vagões de trem...

*1020 205 380 25 Tubos, estruturas e chapas...

*A36 220 400 23 Estrutural (pontes, edificações…)

Melhorias em comparação aos aços carbono:

➢ Da soldabilidade através da redução do carbono equivalente reduzindo a possibilidade de trincas a frio;


➢ Da Tenacidade e conformabilidade (depende o tipo) bem como uma maior isotropia da ductilidade (controle da quantidade de inclusões)

Fonte: Ciência e Engenharia de Materiais. Pg. 261.

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AÇOS ESTRUTURAIS BAIXA LIGA

Aços Estruturais: Baseado na norma ABNT NBR 7008 - 3. Aços estruturais.


Classificação segundo a Norma:
ZAR = Aços Zincados de alta resistência ligados. São aços ligados que podem apresentar altos valores de resistência
mecânica, porém reduzida capacidade de conformação. Ex: ZAR - 230, ZAR - 320, ZAR 550, etc….
ZARIF = Aços Zincados de alta resistência ligados extra-baixo carbono. Possuem resistência mecânica aumentada através

da adição de elementos de liga que apresentam boa conformabilidade. Ex: ZARIF - 160, ZARIF - 240, ZARIF 270, etc…

Composição Química: Os elementos Nb, Ti, V, Zr, Ta, e B podem ser adicionados isoladamente ou combinados desde que seu somatório não ultrapasse 0,25%.

Grau do AÇO % C máx % Si máx % Mn máx % P máx % S máx % Al máx % Ti máx % Nb máx

ZAR 230 0,20 - - 0,040 0,040 - - -

ZAR 320 0,20 - - 0,100 0,040 - - -

ZAR 550 0,20 - - 0,200 0,040 - - -

ZARIF 160 0,01 0,10 0,50 0,060 0,025 0,010 0,10 0,05

ZARIF 240 0,01 0,20 1,60 0,080 0,025 0,010 0,10 0,05

ZARIF 270 0,01 0,20 1,60 0,100 0,025 0,010 0,10 0,05

Fonte: ABNT NBR 7008 - 3. Aços estruturais. 2012.

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AÇOS ESTRUTURAIS BAIXA LIGA

Propriedades Mecânicas:

Limite de Escoamento (MPa) Alongamento Mínimo


Grau do AÇO Limite de Resistência (MPa)
Total (%)

ZAR 230 230 Mínimo 310 Mínimo 22

ZAR 320 320 Mínimo 390 Mínimo 14

ZAR 550 550 Mínimo 570 Mínimo -

ZARIF 160 160 - 240 270 - 350 36

ZARIF 240 240 - 320 350 - 440 31

ZARIF 270 270 - 340 360 - 460 30

Fonte: ABNT NBR 7008 - 3. Aços estruturais. 2012.

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AÇOS ESTRUTURAIS BAIXA LIGA

Microligados: Classificação ABNT 7008 - 6: Aços Microligados

Grau do AÇO % C máx % Si máx % Mn máx % P máx % S máx % Al máx % Ti máx % Nb máx

ZARBL 260 0,10 0,50 0,60 0,025 0,025 0,010 0,10 0,05

ZARBL 380 0,12 0,50 1,50 0,025 0,025 0,010 0,10 0,05

ZARBL 460 0,13 0,60 2,00 0,030 0,025 0,010 0,10 0,08

Limite de Escoamento (MPa) Alongamento Mínimo


Grau do AÇO Limite de Resistência (MPa)
Total (%)

ZARBL 260 260 - 360 340 - 460 26

ZARBL 380 380 - 500 440 - 580 19

ZARBL 460 460 - 580 500 - 670 15

Fonte: ABNT NBR 7008 - 6. Aços Microligados. 2012.

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Aços-carbono e Microligados para Barras e Perfis Laminados a Quente para uso estrutural – ABNT
NBR 7007

As tabelas abaixo mostram as propriedades mecânicas dos graus definidos na NBR 7007 e a similaridade com as normas
ASTM:

NBR 7007 ASTM

Fonte: Guia do aço: AcelorMittal.


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Aços-carbono e Microligados para Barras e Perfis Laminados a Quente para uso estrutural – ABNT
NBR 7007

A composição química dos aços, em análise efetuada na corrida, deve ter os teores indicados na tabela abaixo:

*Nb + V ≥ 0,010%.
**Para cada redução de 0,01% no teor máximo de carbono especificado, um aumento de 0,06% no teor de
manganês será permitido até o limite máximo de 1,50%.
***Não especificado.

Fonte: Guia do aço: AcelorMittal.


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Aços-carbono e Microligados para Barras e Perfis Laminados a Quente para uso estrutural – ABNT NBR
7007

O grau AR 350 COR possui resistência à corrosão atmosférica superior à dos graus MR 250, AR 350 e AR 415. As propriedades
mecânicas dos aços no estado de entrega são determinadas conforme a norma específica, onde:
➔ MR = média resistência e AR = alta resistência.
Soldabilidade: os aços desta norma são considerados soldáveis por métodos normais de fusão quando o carbono equivalente da análise química do
produto for menor ou igual a 0,55%, calculado segundo a seguinte equação:
Carbono equivalente: %Ceq = %C + %Mn / 6+ (%Cr+%Mo+%V) / 5+(%Ni+%Cu) / 15

Micrografias ZAR 230, região de solda (MB, ZTA e ZF).


Aumento 50X. Ataque Nital 3%. Patrich Damasseno.

Informações adicionais: requisitos de dobramento, Ensaio Charpy e especificação de tamanho de grão podem ser exigidos, desde que definidos na
ordem de compra.

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Estudo de caso: Análise do Aço do Titanic.

No dia 14 de abril de 1912 o Titanic bateu no iceberg, afundando no gelado oceano atlântico em menos de três horas. O titanic incorporava o que havia de mais
moderno para a época, foi o primeiro a ter divisórias transversais seladas que cruzavam toda a embarcação perpendicularmente ao eixo longitudinal, com portas operadas
eletricamente. Para a construção do navio foram usados três milhões de rebites de aço e ferro forjado.
Metalurgistas canadenses realizaram as análise em amostras do aço das placas e rebites retirados do fundo do mar. De acordo com a análise química o aço do
Titanic era classificado na época como “aço macio”, com teor máximo de 0,35%C. Os resultados da análise de composição química do aço do navio e a comparação
com um aço moderno podem ser visualizados a seguir.

➔ Análise da Composição Química:

%C %Mn %P %S %Si Cu O N MnS


(relação Mn/S)

Aço
0,21 0,47 0,045 0,069 0,017 0,024 0,013 0,0035 6,8:1
Titanic

Navio Titanic: Projeto Arquiteto naval


ASTM
0,20 0,55 0,012 0,037 0,007 0,01 0,079 0,0032 14,9:1 Thomas Andrews construído no
A36
estaleiro irlandês Harland and Wolff.

Amostra extraída da placa do casco

O alto teor de oxigênio e também alto teor de enxofre e fósforo no aço indicam que ele foi parcialmente desoxidado, ou
semi-aglomerado. Isto, aliado ao baixo teor de manganês – resultando em uma baixa relação Mn:S – tende a fragilizar o aço a baixas
temperaturas.

Fonte:https://www.passeidireto.com/arquivo/17999691/estudo-de-caso-a-os
19
Estudo de caso: Análise do Aço do Titanic.
➔ Análise Metalográfica: É visível o “bandeamento microestrutural” na seção longitudinal,
e a presença de grandes quantidades de partículas de MnS, nas placas e
De acordo com as metalografia quantitativa a seguir podemos notar o menor rebites.
tamanho de grão apresentado pelos aços modernos.

Aço Titanic Aço Moderno


ASTM A36

Microestrutura

Tamanho de Grão ASTM 6 = 42 um = 499 grãos/mm2 ASTM 7,5 = 26 um = 1402 grãos/mm2


Médio ASTM

Fonte: Material de aula Professor Dr. Jaime Alvarez


MEV
Spim Jr. UFRGS/RS. 2010. Com adaptações.

Estudo dos rebites: Tim Foecke, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA, e, em seguida,
Jennifer Hooper McCarty, da Universidade Johns Hopkins, também dos EUA 20
Estudo de caso: Análise do Aço do Titanic.

➔ Análise das Propriedades Mecânicas:


Resultados do Ensaio de Tração.

Aço Moderno
Propriedade Aço Titanic (1020)
(ASTM A36)

Tensão de Escoamento 190 MPa 205 MPa

Tensão Máxima 420 MPa 380 MPa

Alongamento 29% 26%

De acordo com os resultados do ensaio de tração é possível comparar as propriedades de resistência (tensão ao escoamento e máxima) e a
propriedade de ductilidade, representada pelo cálculo do alongamento do material.
A diferença de valores na tensão de escoamento não se apresenta de maneira significativa, o ASTM A 36 apresenta somente 15 MPa a mais que o aço do titanic
embora apresente uma tensão máxima maior.
O aço do navio ainda apresenta um alongamento maior que o ASTM A36.

21
Estudo de caso: Análise do Aço do Titanic.

➔ Análise das Propriedades Mecânicas: ➔ Análise da Fratura (MEV):


Resultados do Ensaio de Impacto Charpy.

Temperatura da
água do mar

Conclusões:
Aço do Titanic
➢ Baixa Tenacidade
Temperatura de transição: ➢ Grãos grosseiro
TTransição ASTM A36 = -27 °C ➢ Altas Impurezas (P e S)
TTransição Aço Titanic aproximadamente 32°C para
os cascos longitudinais e transversais.

22
AÇOS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA

Enquanto aços estruturais são normalmente fornecidos em função dos requisitos mecânicos (com alguns limites de
composição química com vistas na soldabilidade, por exemplo) aços para construção mecânica são usualmente são fornecidos
para atender faixas de composição química.

Classificação ABNT – AÇOS BAIXA LIGA

2XXX → Aço ao Níquel

3XXX → Aço ao Níquel e Cromo

4XXX → Aço ao Molibdênio

40XX → Mo 0,15-0,3%

41XX → Mo, Cr

43XX → Mo, Cr, Ni

5XXX → Aço ao Cromo

6XXX → Aço ao Cromo e Vanádio

8XXX → Aço ao Níquel, Cromo e

Molibdênio

9XXX → Outros

Fonte: Catálogo de Aços Gerdau.


23
AÇOS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA

Além dos algarismos de classificação tradicionalmente empregados podemos encontrar letras principalmente o “H” que
indica temperabilidade garantida e “B” que indica a presença de Boro para aumento da temperabilidade.
Por exemplo um aço 8620H é um aço com resposta ao tratamento térmico mais consistente que o 8620, sendo que suas
propriedades ficam na parte superior de dureza do 8620.
Do mesmo modo, o aço 10B46 é essencialmente um aço com 0,46%C) ao qual adiciona-se um mínimo de 5 ppm de B, o que
melhora a Temperabilidade.

➢ A seleção destes aços é realizada normalmente com base na sua Temperabilidade. Quando a resistência ou a
combinação de resistência e tenacidade exigidas em uma peça não podem ser atingidas pelos aços no estado Forjado,
Recozido ou Normalizado, emprega-se os processo de Têmpera e Revenido.
➢ Da mesma forma, peças que poderiam ser produzidas em aços simples e normalizados, podem se tornar mais leves
(devido ao aumento de resistência utilizando aços temperados e revenidos).

24
AÇOS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA

Fonte: Guia do aço: AcelorMittal.


25
AÇOS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA - BAIXA LIGA

APLICAÇÕES DOS AÇOS BAIXA LIGA

✔ Os aços-liga, por serem uma família bastante ampla de diferentes tipos de aços com propriedades bastante distintas, encontram
aplicações igualmente vastas.

✔ Podem ser encontrados em praticamente todos os segmentos industriais, desde a construção civil até a construção naval,
passando pela indústria petrolífera, automobilística e aeronáutica.

26
AÇOS LIGADOS x AÇOS CARBONO

Quando temperados e revenidos para a mesma dureza, aços ao carbono ou ligados, em geral, possuem a mesma
resistência à tração.
Em uma peça a resistência é controlada pela profundidade de zona temperada - estando neste parâmetro a maior
diferença entre aços ligados e ao carbono.

Fonte: Kwitinievisk. C, F,; Metalografia e Tratamentos Térmicos. Editora UFRGS. 2012.


27
Análise Química:
AÇOS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA - BAIXA LIGA
%C %Mn %Si %P %S %Cr %Ni %Mo

Caso prático: Análise da Têmpera dos Aços SAE 1045 e 8640.


Barra Laminada ⦽= 1” 1045 0,46 0,66 0,18 0,02 0,02 - - -

Temperatura de aquecimento = 850°C


t=1h
8640 0,35 0,83 0,24 0,02 0,01 0,53 0,42 0,16

Análise Metalográfica:

MIcrodureza das fases:


Ensaio de Tração:

Micrografia SAE 1045 Micrografia SAE 8640


Laminado. Nital 2%. 500X Laminado. Nital 2%. 500X

Dureza:

Micrografia SAE 1045 Micrografia SAE 8640


Resfriado em óleo. Nital resfriado em óleo. Nital
2%. 500X 2%. 500X

Fonte: Patrich Damasseno


28
AÇOS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA - BAIXA LIGA

Microestruturas:

Micrografia Aço baixa liga SAE 5160, Temperado em Micrografia Aço baixa liga SAE 4140, Temperado em
óleo, aumento 1000x. Ataque Nital 3%. Fonte: Patrich óleo, aumento 1000x. Ataque Nital 3%. Crédito Airton
Damasseno. Morasi.

29
Comparação entre propriedades mecânicas - Ensaio de Tração:

Tensão
Tensão de Alongamento
Máxima Estricção
Metal Base Liga Processamento escoamento específico
Convencional (%)
(MPa) (%)
(MPa)

0,22 % de C * 402 597 25 65

Convencional 205 - 275 345 - 450 40 - 30 --


Vergalhão
HSLA 275 - 550 450 - 620 30 - 15 70 - 40

Recozido à 815 °C
Aço 472 745 22 -

Normalizado à 870 °C 862 1280 12 -


SAE 4340

Temperado em óleo e 1620 1760 12 -


revenido à 315 °C

Laminado a frio 524 579 18 45


SAE 1112

Fonte: Garcia. A, ; Spim Jr. Jaime Alvares,. Ensaios dos Materiais. LTC. 2012. Pg. 50.

30
Propriedades mecânicas exigidas em peças de automóveis e tratores.
Arvore de Árvore de
Junta
Peças Braço e ponta de eixo Eixo Estabilizador manivela manivela
Universal
(caminhão) (diesel)

Tensão de
escoamento 850 1250 1250 1250 850 1000 1000 700
(MPa) a a a a a a a a
1100 1400 1400 1400 1200 1200 1200 850

1340 1330, 3140, 1340


4317 4068 4142
3130 4337 4063, 4140 4349 5046
Aço 4047 9840 4640, 8640 8653
4617 4140 4340
5145
8720 5145 5145
4053 8740 9840

Parafuso sem fim e setor de Pino do pistão e bucha Válvula Eixo de bomba Eixo intermediário
Peças
direção

Tensão de 800 1200 800 850 850 850 1200


escoamento a a a a a a a
(MPa) 1100 1750 1100 (núcleo) 1100 1100 1100 (núcleo) 1700 (núcleo)
(núcleo) (núcleo) (núcleo)

4220
5120 5120 Nitralloy 5120
Aço 8620
5132
6120
8740
8550 8620
5134
8720

Fonte: Chiaverini, V. Aços e Ferros Fundidos. Editora ABM, 1996.

31
Propriedades mecânicas exigidas em ENGRENAGENS:

Emprego Automóveis, caminhões e tratores leves Caminhões e tratores pesados

Tensão de
escoamento (MPa) 750 a 1050 1050 a 1400 _ 1750 a 2100 750 a 1050 1050 a 1400

1320, 4023, 4140, 4340, 2340, 4140, 2317, 2515,


4320 2515, 3310,
Aço 4620, 5120,
4815
5135, 8640, 4340. 8640, 4620, 8620,
4320, 4820
8615, 8720 8740, 9840 8740 8720

Máquinas operatrizes e equipamentos


Emprego Aviões
pesados

Tensão de
escoamento 1200 a 1750
(MPa) 850 a 1400 1050 a 1680 750 a 1050 1050 a 1400

31 40, 4140
2512, 4620 2517, 3310 2313, 2512 2517, 3310
Aço 8615 9310 4620, 8720 4820, 9310
4340, 8640
8740, 9840

Fonte: Chiaverini, V. Aços e Ferros Fundidos. Editora ABM, 1996.

32
Estudos de Caso: Ensaio de Dureza:

Aço: Não analisado.


Processo: Têmpera por Indução.
Autor : Patrich Damasseno. 2012.

Análise Metalográfica:

33
AÇOS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA - AÇOS ULTRA RESISTENTES.

Propriedades: A indústria aeronáutica por exemplo tem um demanda por aços de ultra resistência, com tensão de escoamento

superior a 1400 MPa, com tenacidade e resistência à fadiga e soldabilidade aceitável.

Tipos:

Aço (0,3 - 0,4 % de carbono) ligados com Si e Co

Ex: SAE 4330 ou 4330 modificado com até 1,5% de Si; SAE 4137 + Co, etc…

Aplicações: Indústria aeroespacial em fixadores de alta resistência, carcaças de motores e mísseis, estruturas de trens de pouso,

etc…. onde relação resistência/peso é fundamental na seleção.

34
AÇOS PARA EMBUTIMENTO E ESTAMPAGEM

Estas operações de conformação a frio costumam ser bastante severas para os materiais
submetidos. Além disto, dependendo do acabamento desejado estrias e outros defeitos não são aceitáveis.
Apesar de diversos testes terem sidos desenvolvidos para determinar o grau de estampabilidade aceitável pelo
material, é bastante difícil correlacionar a severidade do teste com a da operação.
Classificação segue a ABNT NBR 7008 - 2: Aços de qualidade comercial para estampagem.

Em geral devem possuir:

➢ Excelente Ductilidade para ser Conformado;

➢ Composição química controlada a fim de evitar inclusões, etc...;

➢ Homogeneidade estrutural: Reduzir as variações de propriedades em função do local;

35
AÇOS PARA MOLAS

De pequenas dimensões normalmente enroladas a frio e tratadas posteriormente (1050, 1080, 1095,
6150 e 9254).
Molas que devem ser conformadas a quente e depois tratadas termicamente geralmente são
fabricadas de 5150, 5160, 51B60H, 6150, 6150 H, 9850….
As durezas se situam, após o revenimento, normalmente entre 40 - 48 HRC

Propriedades:

➢ Elevado Limite de Elasticidade;

➢ Elevada Resistência à Fadiga;

➢ Elevada Resistência ao Choque;

Tipo:

• Aço carbono (0,5 - 1,2% de carbono):

• Para algumas aplicações usa-se aço liga (Si - Mn, Cr - V)

Exemplos: 6150 (Cr-V) e 9260 (Si-Mn), 5160 (Cr), etc...

36
Amostra 3: Após Revenido (T=590°C), t = 1 h.
Caso prático:
Análise da variação nas propriedades mecânicas em função da modificação estrutural da
liga de aço SAE 5160.
Empresa AESA - Molas e equipamentos.
Autor : Patrich Damasseno. 2010. Indentação de microdureza, 460
HV 200g aumento: 1000x. Dureza:
Amostra 2: Após Têmpera (T= 870°C) em “óleo”. 432 HB ≈ 46 HRC
Curva Tensão x Deformação

Indentação de microdureza, 840 Indentação de microdureza, 660


3 HV 200g aumento: 1000x. Dureza: HV 200g aumento: 1000x. Dureza:
730 HB ≈ 61 HRC 615 HB ≈ 59 HRC

Amostra 1: Estado como recebido “forjada”.


1

Indentação de microdureza, 414 Indentação de microdureza, 380


HV 200g aumento: 1000x. Dureza: HV 200g aumento: 1000x. Dureza:
390 HB ≈ 42 HRC 371 HB ≈ 40 HRC

37
Caso prático: Análise da variação nas propriedades mecânicas em função da
modificação estrutural da liga de aço SAE 5160.
Curvas Tensão x Deformação Convencionais,
Empresa AESA - Molas e equipamentos.
comparação da amostra revenida na empresa (590°
Autor : Patrich Damasseno. 2010.
C) com as temperaturas de revenimento analisadas.

TREVENIDO = 590°C

TREVENIDO = 540°C TREVENIDO = 560°C TREVENIDO = 580°C

Após Têmpera (T= “870°C”) em “óleo”.

38
PROPRIEDADES DOS AÇOS MÉDIO CARBONO

AÇO MÉDIO CARBONO → 0,3 - 0,8% C


➢ São aços de boa temperabilidade em água;

➢ Apresentam a melhor combinação de tenacidade e ductilidade e resistência mecânica e dureza;

➢ São os aços mais comuns, tendo inúmeras aplicações em construção : rodas e equipamentos ferroviários, engrenagens, virabrequins e
outras peças de máquinas que necessitam de elevadas resistências mecânica e ao desgaste e também tenacidade;

Micrografia do Aço SAE 1045, no estado Normalizado, Ferrita (clara) Micrografia do Aço SAE 1050, no estado Recozido, Ferrita (clara) e
e Perlita. Aumento 500x. ataque Nital 3%. Crédito: Airton Morasi. Perlita. Aumento 500x. ataque Nital 3%. Crédito: Airton Morasi.

39
Caso Prático:
Caracterização de uma Barra cilíndrica (d= 1”) - Aço SAE 1045.
Autor: Marcelo Lopes
Dureza:

Análise Química:

Elemento C Si Mn Cr P S

Teores [%] 0,44 0,15 0,62 0,02 0,02 0,01

Análise Metalográfica:

Ensaio de Tração:

Micrografia aço SAE 1045. Micrografia aço SAE 1045. Micrografia aço SAE 1045.
Análise de inclusões. Seção Longitudinal. Aumento Seção Transversal. Aumento
Aumento 100x. Sem ataque. 100x. Ataque Nital 3%. 100x. Ataque Nital 3%.

40
Caso prático: Análise do meio de Têmpera do Aço SAE 1045.
Barra laminada (1”)
Autor : Patrich Damasseno. 2007.
Ferrita

Têmpera Perlita Têmpera


T= T=
t=1h t=1h
Meio de resfriamento = Água Meio de resfriamento = Óleo

Perlita

Martensita

Martensita

41
Caso prático: Análise de Têmpera do Aço SAE 1045 - Peça Cremalheira
Autor : Patrich Damasseno. 2007.

Martensita revenida e ferrita livre, ataque Nital Martensita revenida e ferrita livre, ataque Nital
3%, 100x 3%, 1000x

42
Caso prático: Análise do Aço SAE 1030 -
Autor : Patrich Damasseno. 2007.

Peça Fornecedor 1 Peça Fornecedor 2

Ataque Nital 5%, aumento 100x, Ataque Nital 5%, aumento 100x, Ataque Nital 5%, aumento 100x, Ataque Nital 5%, aumento 100x,
dureza 171 HB, tamanho de grão 6-8 dureza 170 HB, tamanho de grão 6-8 dureza 176 HB, tamanho de grão 7-8 dureza 170 HB, tamanho de grão
ASTM orientados. ASTM. ASTM orientados. 7-8 ASTM.

43
PROPRIEDADES DOS AÇOS ALTO CARBONO

AÇO ALTO CARBONO → > 0,8% C


➢ Apresentam baixa conformabilidade e tenacidade;

➢ Apresentam alta dureza e elevada resistência ao desgaste;

➢ Quando temperados são frágeis;

Micrografias de um aço 1080 - no estado Recozido e Temperado em Óleo respectivamente. Perlita grosseira na primeira
imagem, e na segunda Martensita (marrom clara) e Bainita (escura) Aumento 1000X. Ataque Nital 3%. Crédito Airton Morasi.

44
AÇOS PARA ARAMES E FIOS

Propriedades:
➢ Excelente resistência à tração (depende da aplicação);

➢ Boa ductilidade para ser conformado;

Tipo:
• Aço baixo Carbono;

• Aço médio Carbono;

• Aço alto Carbono (0,8-0,95% de C);

Fio de música ou corda de piano Resistência à tração de 280 Kgf/mm2

45
AÇOS DE USINAGEM FÁCIL (aplicação)
Padrão de usinagem:

Propriedades: 1112:

➔ %C: no máx. 0,13;


Depende da composição e
➢ Elevada Usinabilidade: microestrutura ➔ %Mn: 0,7-1,0;

➔ %S: 0,16-0,23;

Tensão de
Tensão
Alongamento ➔ %P: 0,07-0,12;
Metal Máxima Estricção
Liga Processamento escoamento específico
Base Convencional (%)
(MPa) (%)
(MPa)

402 597 25 65
0,22 % de C *
Aço
SAE 1112 Laminado a frio 524 579 18 45

Tipo:
➔ Aços com alto teor de enxofre, fósforo e manganês;

➔ Adição de metais moles como o Chumbo e Bismuto facilitam a usinagem (série especial);

46
AÇOS PARA FUNDIÇÃO

Propriedades:
➢ Boa Resistência, Ductilidade e Tenacidade;

➢ Boa Usinabilidade;

➢ Adequada Soldabilidade;

➢ Boa Fluidez;

➢ A maioria é suscetível à Têmpera e Revenido;

Tipos:

➔ Aços baixo, médio e alto carbono;

➔ Aços-liga de baixo e alto teor de liga*;

47
AÇOS FUNDIDOS: Comparação entre propriedades mecânicas - Ensaio de Tração:

Tensão de Tensão Máxima Alongamento


Metal Base Liga Processamento escoamento Convencional específico Estricção (%)
(MPa) (MPa) (%)

Laminado 205 330 30 75


Comercialmente
puro
Trefilado 650 690 - -

Ferro Fundido Fundido


Ferro Cinzento 55 - 275 125 - 415 0

Ferro Fundido Recozido


Nodular 60 - 40 - 18 276 414 18 -

Ferro Fundido Fundido


Nodular 80 - 55 - 06 379 552 6 -

Fundido Tratado Termicamente 205 - 620 415 - 860 33 - 14 65 - 20


Aço
Alta resistência * 1040 1168 40 - 30 66

Fonte: Garcia. A, ; Spim Jr. Jaime Alvares,. Ensaios dos Materiais. LTC. 2012. Pg. 50.

48
AÇOS PARA FUNDIÇÃO

Os produtos de aço obtidos por fundição são dos mais variados tipos, desde peças grandes como cilindros de laminadores
como diversos componentes de máquinas.

Aplicações:

AÇOS BAIXO CARBONO:

• Equipamentos elétricos, engrenagens,...

AÇOS MÉDIO CARBONO:

• Indústrias automobilística, ferroviária, naval, tratores, armas...

AÇOS ALTO CARBONO:

• Matrizes, cilindros de laminadores, partes de máquinas,...

Aço 1020 – Microfundido

49
AÇOS PARA CEMENTAÇÃO

Com enriquecimento superficial de carbono, através de sua adição na superfície do aço, é possível
produzir uma superfície de alta dureza e resistência ao desgaste suportada por um núcleo tenaz.

A princípio dois fatores devem ser considerados ao se escolher um aço para cementação:
➢ Meio de resfriamento utilizado na têmpera após a cementação;
➢ Tipo e grau de tensões que a peça possa estar sujeita.

Tipos de aços para cementação:


➔ Aços carbono (0,08 e 0,25%), tipo padrão SAE 1020, podendo conter variações no Mn por apresentar
melhor usinabilidade e facilidade de endurecimento. https://lh3.ggpht.com/-yI0VFzHQfn0/Uki029_XV
jI/AAAAAAAACgU/F_a26p5ukP0/Surface_Hard
ening2.jpg.w300h309%25255B1%25255D.jpg?i
Peças podem atingir 690 MPa (corretamente preparadas). mgmax=800

➔ Aços liga de baixo teor de liga; Ex: 8115, 8620, 8627, 8822, 94B15 e 94B17
➔ Aços liga com teor de liga mais elevado, temperabilidade bastante elevada. Ex: 3310, 4320, 4620, 4820…

Aplicações Típicas: Pinos, pequenas engrenagens, alavancas, eixo de comando de válvulas, fusos, roletes….

50
AÇOS PARA CEMENTAÇÃO

Variação das propriedades e estrutura:

Macrografia peças cementadas.


Crédito:https://sites.google.com/site/portaldametalografia/

Micrografia aço SAE 1010 cementado. Aumento 1000x.


Ataque Nital 3%. Crédito Airton Morasi.
Camada cementada efetiva = 50 HRc (513 HV) ou 0,4%C

51
Esta barra de aço SAE 4320
AÇOS PARA CEMENTAÇÃO apresentou dureza de 81,3 ± 5,3
HRB após execução de cinco
medições na escala Rockwell B.
Variação nas propriedades e estrutura:
Estudo de Caso: ANÁLISE DA CEMENTAÇÃO SÓLIDA EM ENGRENAGENS
Perfil de microdureza amostra a) = 2,4 h Perfil de microdureza amostra a) = 5,5 h
CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS DE AÇO SAE 4320.

Perfil de microdureza amostra a) = 10,8 h

Imagens do estereoscópio nas amostras 1, 2 e 3 – indicações a), b) e c)


para cementação sólida com cerca de 2,4h, 5,5h e 10,8h, respectivamente

Fonte: ANÁLISE DA CEMENTAÇÃO SÓLIDA EM ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS DE AÇO SAE 4320
http://creaprw16.crea-pr.org.br/revista/Sistema/index.php/revista/article/view/381 52
AÇOS PARA NITRETAÇÃO

Através da adição e formação de Nitretos de natureza complexa na superfície de certos aços, é possível obter uma
camada com dureza excepcionalmente elevada e com alta resistência ao desgaste, capaz de manter a dureza em
temperaturas da ordem de 550°C, e ainda, resistirem certos tipos de processos corrosivos.

A princípio dois fatores devem ser considerados ao se escolher um aço para cementação:
➢ Meio de resfriamento utilizado na têmpera após a cementação;
➢ Tipo e grau de tensões que a peça possa estar sujeita.

Tipos de aços para nitretação:


➔ C elevado e com elementos de liga como: Al e Cr, formadores de nitretos(Al3N3 e Cr2N, CrN) facilitando a formação da camada nitretada;
Mo, que reduz a fragilização ao revenido); e Ni, para se obter um núcleo mais tenaz.
◆ Aço grafítico: (1,25 e 1,50 % de C e 1,25 e 1,50 de % Si) com Cr, Al e Mo;
◆ Nitralloy: 0,35 a 0,8 %C, com Cr e Al
◆ Classe H: H11 (0,35% C, 5,00% de Cr, 0,40 % V e 1,50 Mo = Dureza superficial = 65 a 70 HRC e Núcleo com 50 HRC
◆ Baixa Liga (4140 e 4340); e Aços Inox;

Aplicações Típicas:
Ferramentas diversas, lâminas de corte, matrizes e moldes, ….

53
AÇOS PARA NITRETAÇÃO
Estudo de caso: Efeitos da cementação e da nitretação no custo e na qualidade de engrenagens produzidas com aços abnt 4140 e 8620
Autores: Claudio José Leitão, Paulo Roberto Mei e Rodolfo Libardi.
Fonte: http://dx.doi.org/10.4322/tmm.2012.036

A austenitização das engrenagens de aço ABNT 4140 foi feita em um


forno de banho de sais a 850°C e o resfriamento em banho de sal
Durferrit AS-140 a 180°C.(6)
O revenimento foi feito a 600°C por 2 horas para estabilizar a estrutura
dos aços antes do processo de nitretação, ou seja, garantir que todas
as transformações ocorram neste processo, visto que as nitretações
ocorreram em temperaturas menores (565°C na nitretação líquida e
510°C na nitretação gasosa).

As engrenagens foram fabricadas com aços ABNT


4140 e 8620 e submetidas a três tipos de tratamentos .
Cada uma das três engrenagens foi identificada pelas siglas:
BNL: Engrenagem beneficiada e submetida a nitretação
líquida. Aço ABNT 4140.
BNG: Engrenagem beneficiada e submetida a nitretação
gasosa. Aço ABNT 4140.
CTR: Engrenagem submetida a cementação seguida de
têmpera e revenimento a 180°C. Aço ABNT 8620.

A engrenagem de aço ABNT 8620 foi cementada a 925°C por


4 horas em um forno de banho de sal, utilizando o sal
Durferrit C-97, com potencial de carbono de 0,8%, As engrenagens de aço ABNT 4140 foram usinadas após o
beneficiamento e a engrenagem de aço ABNT 8620 foi usinada após
seguindo-se um resfriamento em banho de sal Durferrit
forjamento e normalização, antes da cementação + têmpera +
AS140 a 180°C. O revenimento foi feito a 180°C por 2 horas revenimento
para manter a dureza acima de 60 HRC.

54
AÇOS PARA NITRETAÇÃO
Estudo de caso: Efeitos da cementação e da nitretação no custo e na qualidade de engrenagens produzidas com aços abnt 4140 e 8620
Autores: Claudio José Leitão, Paulo Roberto Mei e Rodolfo Libardi.
Fonte: http://dx.doi.org/10.4322/tmm.2012.036
Microestruturas observadas nos processos de nitretação gasosa (BNG) e líquida (BNL):
CB: camada branca; ZD: zona de difusão; ZT: zona de transição e N: núcleo (metal base).
Ataque: nital 3%.

Portanto, os valores encontrados, tanto para a nitretação gasosa (5 a 14 μm) quanto


para a nitretação líquida (9 a 18 μm), atendem aos parâmetros da qualidade classe “B”
A cementação produz uma dureza superficial maior que a (abaixo de 20 μm).

nitretação líquida ou a gasosa (792, 725 e 670 HV,


respectivamente) e uma profundidade de camada endurecida,
com dureza acima de 500 HV, muito maior que a nitretação
gasosa e líquida (>1,1; 0,3 e 0,1 mm, respectivamente).

55
AÇOS PARA NITRETAÇÃO
Estudo de caso: Efeitos da cementação e da nitretação no custo e na qualidade de engrenagens produzidas com aços abnt 4140 e 8620
Autores: Claudio José Leitão, Paulo Roberto Mei e Rodolfo Libardi.
Fonte: http://dx.doi.org/10.4322/tmm.2012.036

Comparação dos custos envolvendo a confecção de


engrenagens de acordo com os tipos de tratamentos térmicos e
termoquímicos utilizados.

Em relação às engrenagens fabricadas com os aços ABNT 8620


(cementada, temperada e revenida)e ABNT 4140 (temperada, revenida e nitretada)
conclui-se que:
• Os processos de nitretação líquida e gasosa são mais adequados que a
cementação quando se objetiva a diminuição das deformações em
engrenagens, além de serem cerca de 30% mais econômicos;
• O processo de cementação, ao mesmo tempo em que apresenta a
maior profundidade endurecida e a maior dureza superficial, apresenta
também a maior deformação e o maior custo; e
• O processo de nitretação líquida, por outro lado, apresenta o menor
Resumo das propriedades relativas
custo e a menor deformação, porém a menor profundidade endurecida.
das engrenagens nas
três condições de tratamento.

56
AÇOS PARA RESISTÊNCIA AO DESGASTE
Resistência ao desgaste depende dos seguintes fatores:
➢ Dureza, que deve ser elevada;
➢ Resistência mecânica e tenacidade elevadas, que dificultam o arrancamento de partículas
metálicas.

Tipos de aços:

➔ Aços Manganês austeníticos:= Hadfield (pode ter adição de Cr, Ni, Cu): Elevados teores de Carbono (1 e
1,4%) e Mn (10 e 14%), alta resistência mecânica, alta ductilidade, além de excelente resistência ao desgaste.
➔ Usinabilidade complexa (encruamento);

➔ Aços Carbono Cromo: Empregados em mancais de esfera ou de rolete:


O aço manganês austenítico é
Tipo: SAE 52100 (0,98 a 1,10 de %C e 1,60 a 1,70 de % Cr), 51100 e 50100. um tipo de aço inventado por Sir
Robert Abbott Hadfield, em 1882
(GOUSSELAND 1974).
Macrografia: Patrich Damasseno

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Referências Bibliográficas:

Kwitinievisk. C, F,; Metalografia e Tratamentos Térmicos. Editora UFRGS. 2012.

Spim Jr. Jaime Alvares. C. R. Frick, F.; Dick, L.F. Técnicas Metalográficas de Microscopia óptica e eletrônica. ABM. 2011

Spim Jr. Jaime Alvares. Fundição Aplicada. UFRGS/ABM. 2010.

Garcia. A, ; Spim Jr. Jaime Alvares,. Ensaios dos Materiais. Editora LTC. 2012.

Jr. Callister. W. D. Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução. Editora LTC. 2016.

Silva. A. L. C; Mei. P. R. Aços e Ligas Especiais. Editora Blucher. 3° edição. 2010.

Chiaverini, V. Aços e Ferros Fundidos. Editora ABM, 1996.

Garcia N. G.; Lopes, K. P. E; Pimenta. J. S. Análise da cementação sólida em engrenagens cilíndricas de dentes retos de aço sae 4320 –

parte 1. Revista Técnico Científico do Parana CREA.

Leitão, C. J. ; Mei, P. R.; Libardi, R. Efeitos da cementação e da nitretação no custo e na qualidade de engrenagens produzidas com aços

abnt 4140 e 8620. Revista Tecnol. Metal. Mater. Miner., São Paulo, v. 9, n. 3, p. 257-263, jul.-set. 2012.

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