Lista 12
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Lista de exercícios 12
Exercício 1
Para cada uma das cônicas abaixo, faça o que se pede.
√ √
(a) 9x2 − 4xy + 6y2 = 30 (e) x2 − 6xy − 7y2 + 10 10x + 2 10y = 9
√ √ √ √
(b) 3x2 + 2 3xy + y2 + 2x − 2 3y = 0 (f) 9x2 +y2 +6xy−10 10x+10 10y = −90
√ √
(c) 2x2 − 4xy − y2 = −24 (g) 5x2 + 5y2 − 6xy − 30 2x + 18 2y = −82
√ √ √
(d) x2 + y2 + xy + 5 2x + 4 2y = −1 (h) 5x2 + 12xy − 12 13x = 36
Exercício 2
Determine as coordenadas xy do(s) foco(s) de cada uma das cônicas abaixo.
√ √
(a) x2 + y2 + 2xy + 2 2x + 6 2y − 4 = 0
√ √
(b) x2 − y2 + 2 3 xy + 2 3 x + 2 y = 0.
√ √
(c) 5x2 − 4xy + 8y2 + 4 5x − 16 5y + 4 = 0
Respostas
O resultado abaixo reúne algumas propriedades muito usadas nessa parte do curso.
Teorema: Seja A uma matriz simétrica n × n com coeficientes reais. Então
(i) Todos os autovalores de A são reais.
(ii) Autovetores associados a autovalores distintos são ortogonais.
(iii) A dimensão do autoespaço associado a um autovalor é igual à multiplicidade algé-
brica desse autovalor como raiz do polinônomio característico.
(iv) Existe uma base ortonormal de Rn formada por autovetores de A.
(v) A é diagonalizável através de uma matriz de mudança de coordenadas ortogonal P:
a matriz P cujas colunas são os autovetores (ortonormais) de A é tal que
Pt AP = P−1 AP = D,
em que D é uma matriz diagonal cujas entradas da diagonal principal são os au-
tovalores de A dispostos na mesma ordem que seus respectivos autovetores foram
colocados em P.
Ex. 1
" #
9 −2
(a) (i) A matriz simétrica associada é A = , e a equação matricial da cônica é
−2 6
h i " 9 −2 # " x #
x y = 30.
−2 6 y
(ii) Temos que P é a matriz cujas colunas são autovetores ortonormalizados da matriz A. Por
outro lado, D corresponde à matriz cuja diagonal são os autovalores de A, dispostos na mesma
ordem com que foram colocados os respectivos autovetores em P. Calculando os autovalores
de A através de seu polinômio característico p(λ) = det(A − λI) = (λ − 5)(λ − 10), obtemos
λ1 = 5 e λ2 = 10. Resolvendo os sistemas homogêneos (A − 5I)X = 0̄ e (A − 10I)X = 0̄,
obtemos os autovetores ~v1 = (1, 2), associado a λ1 , e ~v2 = (−2, 1), associado
a λ2 . Como
os autovetores são ortogonais, normalizando-os obtemos u1 = √5 , √5 e u2 = − √25 , √15 .
1 2
que corresponde a
(x0 )2 (y0 )2
5(x0 )2 + 10(y0 )2 = 30 ⇐⇒ + = 1.
6 3
(iv) Neste caso não é necessário transladar.
(v) Trata-se de uma elipse.
"√ #
3 3
(b) (i) A matriz simétrica associada é A = √ , e a equação matricial da cônica é
3 1
√ #" #
i" 3 √ i x
" #
h 3 x h
x y √ + 2 −2 3 = 0.
3 1 y | {z } y
K
" √ # " #
3/2 −1/2 4 0
(ii) Temos que P = √ eD= .
1/2 3/2 0 0
(iii) Visto que P é uma matriz ortogonal e det(P) = 1, então P é uma matriz de rotação. De acordo
com o item (i), a equação matricial da cônica é X t AX + KX = 0. Substituindo A = PDPt nessa
equação, obtemos X t (PDPt )X + KX = 0. Fazemos então a mudança de variáveis X 0 = Pt X
(que é equivalente a X = PX 0 ) para reescrevermos essa equação como
(iii) Visto que P é uma matriz ortogonal e det(P) = 1, então P é uma matriz de rotação. De acordo
com o item (i), a equação matricial da cônica é X t AX + KX = −1. Substituindo A = PDPt
nessa equação, obtemos X t (PDPt )X = −1. Fazemos então a mudança de variáveis
" 0#
x
X = P X (que é equivalente a X = PX ), em que X = 0 ,
0 t 0 0
y
para reescrevermos essa equação como
que corresponde a
3 02 1 02
(x ) + (y ) + 9x0 − y0 = −1 ⇐⇒ 3(x0 )2 + (y0 )2 + 18x0 − 2y0 = −2
2 2
⇐⇒ 3[ (x0 )2 + 6x0 ] + [ (y0 )2 − 2y0 ] = −2.
" #
1 −3
(e) (i) A matriz simétrica associada é A = , e a equação matricial da cônica é
−3 −7
i " 1 −3 # " x # h √ √ i x
h " #
x y + 10 10 2 10 = 9.
−3 −7 y | {z } y
K
" √ √ # " #
1/ √10 −3/ √10 −8 0
(ii) Temos que P = eD= .
3/ 10 1/ 10 0 2
(iii) Visto que P é uma matriz ortogonal e det(P) = 1, então P é uma matriz de rotação. De acordo
com o item (i), a equação matricial da cônica é X t AX + KX = 9. Substituindo A = PDPt nessa
equação, obtemos X t (PDPt )X + KX = 9. Fazemos então a mudança de variáveis X 0 = Pt X
(que é equivalente a X = PX 0 ) para reescrevermos essa equação como
que corresponde a
(iv) Consideremos a translação x00 = x0 − 1 e y00 = y0 − 7, de forma que a equação acima pode ser
reescrita nas coordenadas x00 y00 como
(x00 )2 (y00 )2
− + = 1.
99/8 99/2
" #
9 3
(f) (i) A matriz simétrica associada é A = , e a equação matricial da cônica é
3 1
i" 9 3 #" x # h √ √ i x
h " #
x y + −10 10 10 10 = −90.
3 1 y | {z } y
K
" √ √ # " #
1/ √10 3/ √10 0 0
(ii) Temos que P = eD= .
−3/ 10 1/ 10 0 10
(iii) Visto que P é uma matriz ortogonal e det(P) = 1, então P é uma matriz de rotação. De acordo
com o item (i), a equação matricial da cônica é X t AX + KX = −90. Substituindo A = PDPt
nessa equação, obtemos X t (PDPt )X + KX = −90. Fazemos então a mudança de variáveis
X 0 = Pt X (que é equivalente a X = PX 0 ) para reescrevermos essa equação como
que corresponde a
0(x0 )2 + 10(y0 )2 − 40x0 − 20y0 = −90 ⇐⇒ −40x0 + 10[ (y0 )2 − 2y0 ] = −90.
(iv) Consideremos a translação x00 = x0 − 2 e y00 = y0 − 1, de forma que a equação acima pode ser
reescrita nas coordenadas x00 y00 como
(y00 )2 = 4(x00 )2 .
" #
5 −3
(g) (i) A matriz simétrica associada é A = , e a equação matricial da cônica é
−3 5
i" √ √ i x
#" # " #
h 5 −3 x h
x y + −30 2 18 2 = −82.
−3 5 y | {z } y
K
" √ √ # " #
1/ √2 −1/ √2 2 0
(ii) Temos que P = eD= .
1/ 2 1/ 2 0 8
(iii) Visto que P é uma matriz ortogonal e det(P) = 1, então P é uma matriz de rotação. De acordo
com o item (i), a equação matricial da cônica é X t AX + KX = −82. Substituindo A = PDPt
nessa equação, obtemos X t (PDPt )X + KX = −82. Fazemos então a mudança de variáveis
X 0 = Pt X (que é equivalente a X = PX 0 ) para reescrevermos essa equação como
que corresponde a
2(x0 )2 + 8(y0 )2 − 12x0 + 48y0 = −82 ⇐⇒ 2[ (x0 )2 − 6x0 ] + 8[ (y0 )2 + 6y0 ] = −82.
(iv) Consideremos a translação x00 = x0 − 3 e y00 = y0 + 3, de forma que a equação acima pode ser
reescrita nas coordenadas x00 y00 como
(x00 )2 (y00 )2
+ = 1.
4 1
" #
5 6
(h) (i) A matriz simétrica associada é A = , e a equação matricial da cônica é
6 0
" √ √ # " #
3/ √13 −2/ √13 9 0
(ii) Temos que P = eD= .
2/ 13 3/ 13 0 −4
(iii) Visto que P é uma matriz ortogonal e det(P) = 1, então P é uma matriz de rotação. De acordo
com o item (i), a equação matricial da cônica é X t AX + KX = 36. Substituindo A = PDPt
nessa equação, obtemos X t (PDPt )X + KX = 36. Fazemos então a mudança de variáveis
X 0 = Pt X (que é equivalente a X = PX 0 ) para reescrevermos essa equação como
que corresponde a
(x00 )2 (y00 )2
− = 1.
4 9
(v) Trata-se de uma hipérbole.
Ex. 2
√ √
(a) A equação x2 + y2 + 2xy + 2 2x + 6 2y − 4 = 0 pode ser expressa como
h i" 1 1 #" x # h √ √ i x
" #
x y + 2 2 6 2 − 4 = 0. (1)
1 1 y | {z } y
K
| {z }
A
1−λ
" #
1
O polinômio característico da matriz A é p(λ) = det = λ2 − 2λ = λ(λ − 2). Daí, os
1 1−λ
autovalores de A são λ1 = 0 e λ2 = 2.
Autoespaço associado a λ1 :
"
#" # " #
1 1 x 0 n
Temos que (A − λ1 I2 )X = 0̄ ⇔ = ⇔ x + y = 0, que tem conjunto solução
1 1 y 0
Wλ1 = {(−α, α) | α ∈ R} = ger[~v1 ], em que ~v1 = (−1, 1). É imediato que {~v1 } é uma base para o
autoespaço Wλ1 .
Autoespaço associado a λ2 :
Como A é uma matriz simétrica de ordem 2 e v~2 = (1, 1) é um vetor ortogonal a ~v1 , pois ~v1 · ~v2 = 0,
então Wλ2 = ger[~v2 ], isto é, {~v2 } é uma base para o autoespaço Wλ2 .
( ! !)
1 1 1 1 1 1
Desse modo, ~u1 = ~v1 = − √ , √ , ~u2 = ~v2 = √ , √ é uma base ortonormal para
||~v1 || 2 2 ||~v2 || 2 2
− √1 1
√
2 2
R2 formada por autovetores da matriz A. Assim, a matriz P = [~u1 ~u2 ] = diagonaliza
1 1
√ √
2 2
A ortogonalmente. Ocorre que P não representa uma rotação, uma vez que det(P) < 0. Por essa
1
√ − √1
2 2
razão, tomamos P = [~u2 ~u1 ] = a fim de que P corresponda a uma rotação, isto é, P
1 1
√ √
# 2 2
cos θ − sen θ
"
1 1
seja da forma para um ângulo θ tal que cos θ = √ e sen θ = √ . Em particu-
sen θ cos θ 2 2
lar, essas duas últimas equações são simultaneamente satisfeitas para θ = 45◦ .
" # " 0 #
2 0 x
Como P AP =
t
, definindo X = PX , em que X =0 0
, a equação (1) fica
0 0 y0
2 0 x0 x0
X 0 t (Pt AP)X 0 + KPX 0 − 4 = 0 ⇔ x0 y0
+ − 4 = 0
8 4
0 0 y0 y0
Portanto, a equação dada representa uma parábola que, relação ao sistema x0 y0 , possui eixo de sime-
1
tria paralelo ao eixo y0 , concavidade para baixo, pois p = − < 0, vértice em V = (−2, 3) e foco em
! ! 2
1 5
F = −2, 3 − = −2, .
2 2
Autoespaço associado a λ1 :
√ #" # " #
√
"
−1 3 x 0 n
Temos que (A − λ1 I2 )X = 0̄ ⇔ √ = ⇔ x − 3y = 0, cujo conjunto solução
3 −3 y 0
n √ o √
é Wλ1 = 3α, α α ∈ R = ger[~v1 ], em que ~v1 = ( 3, 1). Pode-se verificar facilmente que {~v1 } é
uma base para o autoespaço Wλ1 .
Autoespaço associado a λ2 :
√
v~2 = − 3, 3 é um vetor ortogonal a ~v1 , já que ~v1 · ~v2 = 0. Uma vez que A é uma matriz simétrica
de ordem 2, concluímos que Wλ2 = ger[~v2 ]. Daí, {~v2 } é uma base para o autoespaço Wλ2 .
√ √
1 3 1 1 1 3
~ = ~ = , , ~ = ~ = ,
Desse modo, u v u v − é uma base ortonormal para R2
1 1 2 2
||~v1 || 2 2 ||~v2 || 2 2
√
3 1
−
2 2
composta de autovetores da matriz A. Portanto, a matriz P = [~u1 ~u2 ] = √ diagonaliza A
1 3
2 2
ortogonalmente. Ademais,
√ como det(P) > 0, P representa uma rotação correspondente a um ângulo
3 1
θ tal que cos θ = e sen θ = , como, por exemplo, θ = 30◦ .
2 2
"
#
2 0
Fazendo X = PX , como P AP =
0 t
, a equação (2) pode ser expressa como
0 −2
2 0 x0 x0
X 0 t (Pt AP)X 0 + KPX 0 = 0 ⇔ x0 y0 0 + 4 0 0
= 0
0 −2 y y
⇔ 2x0 2 − 2y0 2 + 4x0 = 0 ⇔ x0 2 − y0 2 + 2x0 = 0
⇔ x0 2 + 2x0 − y0 2 = 0 ⇔ x0 2 + 2x0 + 1 − y0 2 = 1
⇔ (x0 + 1)2 − y0 2 = 1 ⇔ (x0 − (−1))2 − y0 2 = 1.
√
Logo, a equação dada descreve uma hipérbole com parâmetros a = b = 1 e c = 2 e que, com
relação ao sistema de coordenadas x0 y0 , possui centro em C = (−1, 0) e eixo real (ou focal) paralelo
√ com referência ao sistema x y , os coordenadas dos focos são F1 =
ao eixo√coordenado x0 . Ainda 0 0
5 − λ −2
" #
O polinômio característico de A é p(λ) = det = λ2 − 13λ + 36. Assim, os autovalo-
−2 8 − λ
res de A são λ1 = 4 e λ2 = 9.
Autoespaço associado a λ1 :
#" # " # "
1 −2 x 0
O autoespaço é o conjunto solução do sistema (A − λ1 I2 )X = 0̄ ⇔ = ⇔
−2 4 y 0
n n o
x − 2y = 0, que é dado por Wλ1 = (2α, α) α ∈ R = ger[~v1 ], em que ~v1 = (2, 1). É imediato que
{~v1 } é uma base para Wλ1 .
Autoespaço associado a λ2 :
Temos que v~2 = (−1, 2) é um vetor ortogonal a ~v1 , posto que ~v1 · ~v2 = 0. Como A é uma matriz
simétrica de ordem 2, concluímos que Wλ2 = ger[~v2 ], ou seja, {~v2 } é uma base para o autoespaço
Wλ2 .
( ! !)
1 2 1 1 1 2
Por conseguinte, ~u1 = ~v1 = √ , √ , ~u2 = ~v2 = − √ , √ é uma base ortonormal
||~v1 || 5 5 ||~v2 || 5 5 2
√ − √1
5 5
para R constituída de autovetores da matriz A. Desse modo, a matriz P = [~u1 ~u2 ] =
2
1 2
√ √
5 5
diagonaliza A ortogonalmente. Além disso, P é uma rotação pois det(P) > 0.
" #
4 0
Definindo X = PX , uma vez que P AP =
0 t
, a equação (3) nas variáveis x0 e y0 fica
0 9
4 0 x0 x0
X 0 t (Pt AP)X 0 + KPX 0 + 4 = 0 ⇔ x0 y0
+ + 4 = 0
−8 −36
0 9 y0 y0
e
2 1 √
2
√ − √ 1 + 5
5 5
= 5 + √5
.
1 2
2 √
√ √
5 5 5
√ √
5 + 5
5 − 5
Isto é, F1 = −2, √ e F2 = 2, √ .
5 5
Referências
[1] SANTOS, R.J. Um curso de Geometria Analítica e Álgebra Linear. Belo Hori-
zonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2013. Disponível em https://regijs.
github.io/livros.html. Acesso em 29/10/2020. .
[2] ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra Linear com Aplicações. 8 ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
[3] STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P.; Geometria Analítica. 2 ed. São Paulo: Pearson
Makron Books, 1987.
[4] https://www.geogebra.org/