Trabalho Derivativos
Trabalho Derivativos
Trabalho Derivativos
2024, Junho
1
1 Introdução e Revisão Bibliográfica
Uma estratégia de venda coberta (covered call) envolve a venda de uma opção
de compra enquanto se mantém uma posição comprada no ativo subjacente, com o
objetivo de gerar rendimento adicional através do prêmio recebido pela venda da
call, ao mesmo tempo que se continua a participar dos ganhos do ativo até o preço
de exercício da opção vendida. Por outro lado, a compra de opções de proteção
(protective puts) consiste na aquisição de uma opção de venda para proteger uma
posição comprada, funcionando como uma espécie de seguro que limita as perdas
caso o preço do ativo subjacente caia abaixo de um determinado nível. A combinação
dessas duas estratégias resulta em uma estratégia collar, onde se vende uma call e se
compra uma put. Essa combinação limita tanto o potencial de perda quanto o de
ganho, proporcionando uma proteção mais robusta ao portfólio.
Essa estratégia é considerada especialmente útil em cenários de mercado
volátil onde a proteção contra perdas significativas é priorizada em detrimento de
ganhos adicionais. Estudos, como o de (El-Hassan 2019), indicam que estratégias de
venda coberta podem gerar melhores retornos ajustados ao risco em comparação
com manter posições longas descobertas no ativo subjacente. Além disso, conforme
apontado por (Dublin 2010), as estratégias collar são eficazes na redução do risco
total e do risco de perda, tornando-se uma ferramenta valiosa para gerentes de
portfólio que buscam estabilidade e proteção contra quedas acentuadas do mercado.
2 Metodologia
Para a estruturação da estratégia de collar assumiremos uma posição com-
prada em um ativo subjacente, uma posição vendida em uma call com preço de
exercício Kc , e uma posição comprada em uma put com preço de exercício Kp , onde
Kp < S < K c .
Diante da fórmula de Black-Scholes para a precificação de uma call e uma
put:
Onde:
ln(S/K) + (r + σ 2 /2)T
d1 = √ (3)
σ T
√
d2 = d1 − σ T (4)
Sendo as variáveis:
O valor da estratégia é a combinação do valor do ativo subjacente, menos o
valor da call vendida, mais o valor da put comprada:
2
Tabela 1 – Variáveis utilizadas
Variável Interpretação
S Preço atual do ativo subjacente
K Preço de exercício
T Tempo até o vencimento
σ Volatilidade implícita
r Taxa de juros livre de risco
N (·) Função de distribuição acumulada normal
SσN ′ (d1 )
Θcall = − √ − rKe−rT N (d2 ) (6)
2 T
SσN ′ (d1 )
Θput = − √ + rKe−rT N (−d2 ) (7)
2 T
Para a estratégia collar, o theta é a soma do theta da opção put comprada e
do theta da call vendida, ajustado pela posição comprada no ativo subjacente:
3 Questão 1
3.1 Valor da Operação Ao Longo do Tempo
O gráfico mostra a evolução do valor de uma operação estruturada ao longo do
tempo em uma estratégia collar, em função do preço do ativo subjacente (St ). O eixo
horizontal representa o preço do ativo subjacente (St ) e o eixo vertical representa o
valor da operação estruturada (Vt ). Cada linha colorida ilustra o valor da operação em
diferentes momentos no tempo (t), variando de t = 0 a t = 1 em frações de T (tempo
total até o vencimento). No início (t = 0), o valor da operação é mais baixo, refletindo
os custos das opções. Para preços do ativo subjacente abaixo de aproximadamente
75, a put está no dinheiro, proporcionando proteção contra quedas adicionais. Para
preços acima de aproximadamente 125, a call está no dinheiro, limitando os ganhos.
À medida que o tempo avança (t = 0.25T , t = 0.50T , t = 0.75T ), o valor da operação
aumenta gradualmente para preços do ativo entre os preços de exercício da put e
da call, devido à depreciação temporal das opções e ao comportamento do ativo
subjacente. No vencimento (t = 1.00T ), o valor da operação atinge seu pico para
3
Figura 1 – Valor de Mercado da Operação Estruturada ao longo do Tempo
preços do ativo subjacente entre 100 e 125, onde as opções estão fora do dinheiro ou
no dinheiro, oferecendo proteção limitada contra quedas (put) e limitando os ganhos
(call). Acima do preço de exercício da call (Kc ), os ganhos são limitados, e o valor
da operação permanece constante. Abaixo do preço de exercício da put (Kp ), as
perdas são limitadas, e o valor da operação não cai significativamente. Este gráfico
ilustra como a estratégia collar protege contra quedas significativas no preço do ativo
subjacente enquanto limita os ganhos potenciais, com o valor da operação evoluindo
conforme as mudanças no preço do ativo subjacente e a passagem do tempo.
4
Figura 2 – Delta da Operação Estruturada ao longo do Tempo
5
Figura 3 – Valor de Mercado da Operação Estruturada ao longo do Tempo (3D)
6
Figura 4 – Delta da Operação Estruturada ao longo do Tempo (3D)
4 Questão 2
4.1 A
A Figura 5 apresenta o payoff da estratégia Collar (Payoff (VT)) e o valor
do portfólio hedgedeado (Hedged Portfolio (HT)) em função do preço do ativo
subjacente ST na maturidade.
Primeiramente, a linha azul representa o payoff da estratégia, que consiste
na compra do ativo subjacente, complementar à compra de uma opçaõ de venda
(put) com strike Kput = 90 e da venda de uma opção de compra (call) com strike
Kcall = 110.
• Quando ST está entre Kput e Kcall , nem a put nem a call serão exercidas,
resultando em um payoff linear de ST − S0 .
7
Assim, os payoffs descritos e expressos no gráfico 5 explicitam a principal
característica da estratégia Collar, que consiste na limitação dos riscos de perda
paralela à ganhos potenciais limitados. Ou seja, a venda da opção de compra para
financiar a compra da opção de venda representa posição conservadora em cenários
de votalitidade moderada e incertezas de mercado.
4.2 B
A Figura 6 mostra o erro de hedge ϵT = HT − VT , ou seja, a diferença entre
o valor do portfólio replicante e do payoff da estratégia, em função do preço do
ativo subjacente ST na maturidade. Os pontos verdes representam erros de hedge
positivos (onde o valor do portfólio hedged HT é maior que o payoff da estratégia
VT ), enquanto os pontos vermelhos representam erros de hedge negativos, onde o
valor do portfólio hedged HT é menor que o payoff da estratégia VT .
Primeiramente, observa-se que os erros de hedge estimados estão concentrados
em torno de zero, o que indica que a estratégia de hedge utilizada foi, em grande parte,
bem-sucedida em neutralizar as variações adversas no preço do ativo subjacente.
Ademais, vale notar uma dispersão significativa especialmente em valores extremos
de ST .
8
Além disso, ao realizar a análise da Figura 6, observa-se maior concentração
da distribuição dos erros de Hedge com sinal negativo, o que pode indicar que o
Portfólio Replicante, em geral, tende a subestimar a valorização do preço do ativo
subjacente, não sendo suficiente para proteger o investidor completamente contra
a volatilidade de mercado (3). Além disso, por se estenderam até o Lower Bound
do gráfico em maior intensidade, os erros de Hedge negativos podem ser entendido
como mais severos, além de mais frequentes, em relação aos erros com sinal positivo.
Figura 6 – Caption
4.3 C
A Figura 7 mostra os percentis dos erros de hedge ϵT calculados. O erro de
hedge no percentil 0 (mínimo) é de aproximadamente -5, indicando que, no pior
cenário, o portfólio hedged foi significativamente menor que o payoff da estratégia.
O percentil 50 (mediana) do erro de hedge é ligeiramente negativo, indicando que,
em metade das simulações, o portfólio hedged foi ligeiramente inferior ao payoff
esperado. Os percentis mais altos (90 e 95) são positivos, sugerindo que em alguns
casos extremos o hedge resultou em um valor do portfólio maior que o esperado.
9
Figura 7 – Caption
10
4.4 Erro de hedging e número de rebalanceamentos
Feito o delta hedging para a estratégia, adicionamos à análise o número de
rebalanceamentos da estratégia (n_steps). A fim de determinar o número de passos
ideal, foram calculados os erros de hedging para cada combinação de percentil de
hedging e número de passos. A Tabela 3 ilustra essa relação, onde os percentis de
hedging são as colunas da tabela e os números de passos são as linhas.
Observamos que o erro mínimo (percentil 0%) representa o pior caso de erro
de hedging, com valores bastante negativos, indicando grandes desvios em alguns
casos. À medida que n_steps aumenta, o valor absoluto do erro mínimo tende a
diminuir, mas há variações. O erro mediano (percentil 50%) representa o erro de
hedging típico e é próximo de zero, sugerindo que, para a maioria das trajetórias,
a estratégia de hedging é relativamente precisa. O erro máximo (percentil 100%)
representa o melhor caso de erro de hedging, com valores positivos que diminuem
com o aumento de n_steps, refletindo uma melhora na precisão do hedging com
mais rebalanços.
Padrões específicos na Tabela 3 mostram que os percentis inferiores (como
0%, 5%, 10%) exibem um decréscimo acentuado à medida que n_steps aumenta de
10 para 50, indicando que um número maior de rebalanços reduz os casos extremos de
grandes erros de hedging. Após n_steps = 75, os percentis intermediários (25%, 50%,
75%) mostram menor variação, sugerindo que a melhoria incremental na redução do
erro de hedging se estabiliza após este ponto. Notamos também um leve aumento
nos erros de hedging para n_steps muito altos (como 225 e 250) em alguns percentis
(e.g., 5%, 10%, 25%), possivelmente devido ao aumento dos custos de transação ou
ao ruído na estratégia de hedging.
Os gráficos gerados ajudam a visualizar a variação do erro de hedging com
diferentes números de passos. Primeiramente, foi gerado o gráfico que inclui todos
os percentis (0% a 100%), encontrado na Figura 8. Ele mostra claramente como os
extremos (0% e 100%) apresentam comportamentos distintos. O percentil 0% exibe
uma diminuição acentuada do erro de hedging até cerca de 75 passos, seguido por
11
uma leve flutuação. Esse comportamento reflete a redução dos piores casos de erro
com rebalanços mais frequentes. O percentil 100% apresenta um comportamento
semelhante, onde os melhores casos de erro de hedging melhoram significativamente
com mais rebalanços, estabilizando após cerca de 75 passos.
Os percentis intermediários (5%, 10%, 25%, 50%, 75%, 90%, 95%) mostram
uma tendência geral de melhoria com o aumento de n_steps, o que era esperado, mas
com menores incrementos após 75 passos. Isso sugere que os rebalanços adicionais
além desse ponto oferecem ganhos marginais.
12
Figura 9 – Percentis de Erro de Hedging em Função do Número de Passos
Essa análise pode ser complementada com o uso de gráficos dos custos,
encontrados nas Figuras 10 e 11.
13
Figura 10 – Percentis de Erro de Hedging en Função do Número de Passos
A Figura 10, que ilustra o Custo Médio de Transação vs. Número de Passos,
mostra um aumento quase linear nos custos de transação com o número de passos de
reequilíbrio. Isso é esperado, já que cada reequilíbrio incorre em um custo de transação
fixo, levando a custos cumulativos mais altos com reequilíbrios mais frequentes.
Já a Figura 11, Custo Total Médio vs. Número de Passos, mostra uma queda
significativa no custo total médio à medida que o número de passos de reequilíbrio
14
aumenta de 0 para 75. Isso indica que, inicialmente, aumentar a frequência de
reequilíbrio reduz substancialmente o erro de hedging, superando os custos de
transação associados. Por volta da marca de 75 passos, a curva começa a achatar,
sugerindo retornos decrescentes ao aumentar ainda mais o número de passos. Além
desse ponto, passos adicionais de reequilíbrio contribuem minimamente para a
eficiência de custos, já que a redução no custo total médio se torna insignificante.
Combinando essas observações, o número ótimo de passos de reequilíbrio é
determinado como 75. Nesse ponto, o trade-off entre a redução do erro de hedging e o
aumento dos custos de transação é equilibrado, minimizando o custo total médio. Em
conclusão, escolher 75 passos de reequilíbrio atinge o melhor equilíbrio entre reduzir
erros de hedging e controlar custos de transação, resultando em uma estratégia de
hedging eficiente e economicamente vantajosa.
Essa minimização do custo total médio no ponto de equilíbrio garante que a
estratégia seja eficaz e eficiente em termos de custos. A cobrança calculada para o
cliente, 3.624854, reflete esse custo total otimizado, cobrindo tanto o erro de hedging
minimizado quanto os custos de transação incorridos em 75 passos. O cálculo do
valor cobrado ao cliente é apresentado abaixo na equação 9:
5 Questão 3
5.1 A
A fim de traçarmos a estratégia replicante do derivativo, simulamos 10.000
trajetórias do Movimento Browniano Geométrico com Montecarlo para o preço do
underlying. Para cada uma das 10.000 trajetórias simuladas, os rebalanceamentos da
estratégia replicante da operação estruturada vendida ao cliente ocorrerão quando
a diferença absoluta entre o delta calculado pelos modelos analíticos e o delta
atualmente em uso na carteira for superior a 5% do valor absoluto do delta analítico.
Ao considerarmos o alfa de 5% e o µ = 0, 15, podemos concluir alguns pontos
sobre a estratégia de hedging obtida. Em intervalos específicos de St entre 100 e 200,
a estratégia foi relativamente eficaz, ao observarmos as dispersões em relação ao Vt .
Porém, nos extremos de St , a estratégia falhou em algumas trajetórias, causando
grandes desvios entre Ht e Vt . Além disso, a variabilidade significativa nos valores
15
do portfólio hedgeado (HT) indica que o rebalanceamento periódico baseado em um
threshold pode não ser suficiente para capturar todas as nuances do movimento do
preço subjacente, especialmente em condições extremas de mercado.
5.2 B
Os gráficos mostram a dispersão dos erros de hedging (ϵt ) em função do preço
do ativo no vencimento (St ), para diferentes valores do percentual de rebalanceamento
α.
16
Com α = 1% (Figura 14), o rebalanceamento é mais frequente, o que leva a
uma menor variabilidade nos erros de hedging. Quando aumentamos o α para 5%
(Figura 13), o rebalanceamento é menos frequente, resultando em maior variabilidade
e mais extremos nos erros de hedging.
17
Além disso, ao compararmos com os gráficos anteriores (onde µ=0.15), po-
demos observar que um aumento na taxa de retorno contínua esperada (µ = 0.20)
tende a aumentar a variabilidade dos preços no vencimento St . Isso é esperado, pois
um menor µ implica em um crescimento esperado maior do preço do ativo subjacente
ao longo do tempo. A maior variabilidade dos preços no vencimento St também
resulta em maior variabilidade nos erros de hedging, tanto para α = 5%, quanto
para 1%.
5.3 C
Tabela 4 – Percentis do Erro de Hedging
• 0%: O erro de hedge mais baixo é -3.371, indicando que em pelo menos uma
trajetória, o portfólio hedgeado foi significativamente menor do que o valor da
operação estruturada. Isso representa uma subestimação extrema do risco.
• 5%: O erro de hedge nesse percentil é -0.333, ainda negativo, mostrando que
em 5% das trajetórias, o portfólio hedgeado subestimou o valor da operação
estruturada.
• 25%: O erro de hedge é 0.448, positivo, indicando que em 25% das trajetórias,
o portfólio hedgeado superestimou o valor necessário para cobrir a operação.
• 50%: O erro de hedge é 0.826, indicando que a mediana dos erros de hedge
é positiva, mostrando uma tendência geral de superestimação do risco pela
estratégia de hedge.
18
Percentis Altos (75% - 100%):
• 75%: O erro de hedge é 1.253, indicando que em 75% das trajetórias, o portfólio
hedgeado superestimou o valor da operação estruturada.
• 90%: O erro de hedge é 1.777, indicando uma superestimação ainda maior.
• 95%: O erro de hedge é 2.154, mostrando que em 95% das trajetórias, a
estratégia de hedge gerou um portfólio com valor significativamente maior do
que o necessário.
• 100%: O erro de hedge mais alto é 6.134, indicando uma superestimação
extrema do risco em pelo menos uma trajetória.
19
5.4 D
Os custos de transação desempenham um papel crucial na estratégia de
delta hedging, pois afetam diretamente a eficácia e o custo total da estratégia.
Em um cenário ideal sem custos de transação, o delta hedging pode ser ajustado
continuamente para manter uma posição neutra em relação às variações do preço
do ativo subjacente. No entanto, na realidade, cada ajuste de posição incorre em
custos de transação, que podem ser significativos. Esses custos incluem taxas de
corretagem, spreads de compra e venda, e outros custos operacionais. A inclusão
de custos de transação torna a estratégia de hedging mais complexa, pois requer
um balanço entre a frequência dos ajustes de delta e o custo total desses ajustes.
Aumentar a frequência de ajustes (reduzindo o valor de α) pode diminuir o erro de
hedging bruto, mas aumenta os custos de transação acumulados, enquanto diminuir a
frequência de ajustes (aumentando o valor de α) pode reduzir os custos de transação,
mas aumentar o erro de hedging devido ao desvio do delta ideal.
A adição de custos de transação no modelo de delta hedging é feita incorpo-
rando esses custos a cada ajuste de delta. No modelo de simulação, os custos de tran-
sação são calculados como uma porcentagem do valor negociado (transaction_cost =
cost_percent × |∆new − ∆| × Snew ). Esse custo é então subtraído do valor em caixa
(cash) a cada rebalanceamento necessário, ajustando o total de custos acumulados
(total_cost). A estratégia é ajustada somente quando a diferença entre o delta atual
e o delta ideal excede um limite definido (α), para evitar custos excessivos. Assim, o
valor final da carteira de hedge (hedge_portfolio) é ajustado para refletir os custos
de transação incorridos ao longo do período de hedge.
Partindo para uma análise do efeito dos alphas no erro de hedging, é impor-
tante entender como a frequência de rebalanceamento (definida pelo parâmetro α)
impacta os custos de transação e a precisão da estratégia de delta hedging. Na teoria,
alphas menores implicam em rebalanceamentos mais frequentes, o que reduz o erro
de hedging bruto, mas aumenta os custos de transação acumulados. Por outro lado,
alphas maiores reduzem a frequência de rebalanceamento, diminuindo os custos de
transação, mas aumentando o risco de desvios significativos do delta ideal, resultando
em um erro de hedging maior.
Os custos de transação são calculados como uma porcentagem do valor
negociado e subtraídos do valor em caixa a cada ajuste de delta. A estratégia é
ajustada apenas quando a diferença entre o delta atual e o delta ideal excede um
limite definido por α, para evitar custos excessivos.
Os resultados da simulação para diferentes valores de α são apresentados na
Tabela 5. Esta tabela mostra os percentis do erro de hedging (ϵT ) para diferentes
valores de α.
Os resultados obtidos mostram que:
Alphas Menores (0.01 a 0.05): Têm erros de hedging predominantemente
negativos, indicando que os custos de transação acumulados superam os benefícios
da precisão no rebalanceamento. O erro diminui em magnitude conforme α aumenta,
mas ainda permanece negativo nos percentis mais baixos.
20
α 0% 5% 10% 25% 50% 75% 90% 95% 100%
0.01 -5.666406 -3.110634 -2.6537588 -1.78417296 -1.08451682 -0.5175089 -0.2141369 -0.02990528 2.397467
0.025 -5.147870 -2.505180 -2.0953366 -1.27795905 -0.58405339 -0.1042262 0.2395755 0.45001351 2.702314
0.05 -4.776257 -2.011273 -1.5495691 -0.78589561 -0.15369019 0.3054546 0.6741933 0.93144841 2.913426
0.075 -4.410976 -1.707873 -1.2271696 -0.49740448 0.09441395 0.5532988 1.0104099 1.23623556 3.542811
0.1 -3.972410 -1.443302 -1.0416251 -0.32654756 0.20263603 0.7497285 1.2421161 1.57548199 3.762485
0.125 -3.714377 -1.427878 -0.9998202 -0.29022730 0.35020630 0.9013793 1.3844406 1.80591619 3.804962
0.15 -3.982178 -1.292290 -0.8954878 -0.18629026 0.44365720 1.0139405 1.5903521 1.99047456 4.130865
0.175 -3.657893 -1.299940 -0.8503297 -0.18072988 0.52408798 1.1853857 1.7687348 2.15898574 4.165254
0.2 -4.661332 -1.273696 -0.8057567 -0.12092404 0.58080459 1.2657243 1.8843656 2.39231991 4.387224
0.225 -4.171819 -1.414829 -0.9044696 -0.06168625 0.65329752 1.3619678 1.9995842 2.39585672 5.339173
0.25 -4.217131 -1.568788 -0.9853901 -0.11476372 0.65113691 1.4607951 2.1372320 2.52787642 5.395316
5.5 E, F e G
Partindo para uma tentativa de melhor visualização desses resultados, para
observar de fato qual aparentaria ser o alpha e preço mais coerentes, temos que:
Para determinar o α ótimo para a estratégia de delta hedging com custos
de transação, é essencial encontrar um equilíbrio que minimize a soma do erro de
hedging e os custos de transação. O α ótimo (α∗ ) é aquele que proporciona o menor
erro de hedging ajustado pelos custos de transação, equilibrando a frequência dos
rebalanceamentos com os custos associados. A análise gráfica dos percentis do erro
de hedging para diferentes valores de α ajuda a identificar esse ponto ótimo. Por
exemplo, se a análise mostra que a combinação do erro de hedging e os custos de
transação são minimizados em α = 0.1, então esse valor será considerado o α ótimo.
Para definir o valor a ser cobrado do cliente pela operação estruturada em um
mercado competitivo, deve-se considerar o custo. Esse preço deve ser transparente e
competitivo, garantindo a cobertura de todos os custos e proporcionando um pequeno
retorno sobre o risco assumido. Assim, o preço final a ser cobrado do cliente refletirá
precisamente os custos incorridos, mantendo a viabilidade econômica da operação.
21
Figura 18 – Custo de Transação Médio para Diferentes Valores de Alpha
22
Figura 20 – Custo Total Médio
6 Questão 4
Em vista dos resultados obtidos, é prudente comparar os dois modelos de
Delta Hedging a fim de determinar seus pontos positivos e negativos.
Primeiramente, o modelo de utiliza a variação do t para rebalancemaneto
(Modelo 1) realiza o rebalanceamento em intervalos de tempo fixos. Essa abordagem
oferece menos flexibilidade para responder às mudanças rápidas do mercado. Já
o modelo que utiliza o alpha (Modelo 2) realiza o rebalanceamento sempre que a
23
diferença entre o delta atual e o delta ideal ultrapassa um certo limiar (alpha). Isso
permite maior flexibilidade e resposta às mudanças no preço do ativo subjacente.
Já em relação aos erros de hedging, nota-se por meio dos resultados obtidos
nota-se que a dispersão dos erros no Modelo 1 é maior, especialmente em condições
de alta volatilidade do mercado. Além disso, os erros negativos são mais frequentes,
indicando que esse modelo tende a subestimar o valor do portfólio hedgeado em
relação ao payoff da estratégia. Isso significa que, em períodos de alta volatilidade,
a estratégia pode não ajustar o delta de forma eficiente, resultando em maiores
discrepâncias. Enquanto isso, no Modelo 2 a dispersão dos erros de hedging tende
a ser menor, especialmente com alphas menores (os erros de hedging são mais
concentrados), resultando em uma estratégia de hedge mais precisa.
Portanto, considerando a eficácia da estratégia de Delta Hedging conclui-se
que o Modelo 1 é menos eficiente em capturar rapidamente as mudanças no preço
do ativo subjacente. Embora ofereça simplicidade e previsibilidade nos custos de
transação, sua precisão é comprometida em condições de mercado mais voláteis.
Já o Modelo 2 oferece maior precisão no hedging devido à capacidade de ajustar
rapidamente a posição de delta. A análise dos percentis do erro de hedging sugere
que um alpha intermediário é ideal para equilibrar custos de transação e precisão.
7 Autoavaliação
• Ana Letícia Peruque: 6,5
• Beatriz Cendon: 7
• Cecília de Brito: 7
• Manuela Outsubo: 7
• Vitória Venturini: 7
Referências
DUBLIN, R. The varying cost of options and implications for choosing the right
strategy. Journal of Financial Planning, p. 62–70, 2010. Citado na página 2.
EL-HASSAN, N.; HALL, A.; TULUNAY, I. Methods and analysis of collar strategies.
Journal of Applied Business and Economics, v. 23, n. 8, 2021. Citado na página 9.
24