UF-3907-ANQ MF 02 - Planeamento de Obra
UF-3907-ANQ MF 02 - Planeamento de Obra
UF-3907-ANQ MF 02 - Planeamento de Obra
PLANEAMENTO DE OBRA
UFCD 3907
P2016_227
Autoria: CICCOPN
Revisão e atualização: António Magalhães e Mª. José Bianchi – para CICCOPN
ÍNDICE
I – PROJETO EM CONSTRUÇÃO
O estudo do projeto é essencial antes do começo da obra, para evitar atrasos durante a
execução, por falta de pormenorização ou falta de informação. É um processo técnico que
contém todos os elementos necessários para a execução de uma obra. A organização de uma
obra implica que se saiba o que se vai construir e como se vai construir.
1. DEFINIÇÃO DE PROJETO
Um projeto pode ser considerado definido quando houver respostas para as seguintes
questões:
O QUÊ? – uma realização de unidade, possui um objetivo;
PARA QUEM, PORQUÊ? – responde a uma necessidade sentida;
QUANDO? – possui um início e um final bem determinado;
QUANTO? – possui um orçamento bem definido;
COM QUÊ, COM QUEM? – utiliza recursos devidamente classificados (em qualidade e
quantidade).
Os objetivos principais da gestão de um projeto são:
Gerir o custo – o custo de execução do projeto não pode ser superior ao orçamento
previsto;
Gerir o tempo – o prazo de execução do projeto não pode ser superior ao previsto;
Gerir a qualidade – assegurar que o projeto vai satisfazer as necessidades e
expetativas para o qual foi criado.
II – PLANEAMENTO
1. INTRODUÇÃO
Para planear a execução de uma obra, é necessário dispor de um projeto completo e bem
elaborado, que seja considerado definitivo por todos os intervenientes, donos da obra,
projetistas e executantes.
2. NOÇÕES DE PLANEAMENTO
DADOS BASE
Os dados de base a determinar em qualquer planeamento são os seguintes:
Listagem de tarefas;
Duração das tarefas;
Encadeamento das tarefas;
Para cada tarefa, determinar:
– mão-de-obra necessária;
– equipamento necessário;
– custos.
PRODUTIVIDADE
Consideremos que uma equipa executa 100 m2/dia de um determinado trabalho.
Dizemos, então, que esta equipa tem uma produtividade de 100 m2/dia.
Exemplos de produtividade: 100 m2/dia; 20 m3/hora; 200 ml/semana.
Podemos definir produtividade como o quociente entre a quantidade de um determinado
trabalho e o tempo que demora a sua execução.
RENDIMENTO
O inverso da produtividade é o rendimento. O rendimento é dado pela razão entre o
tempo que dura a execução de uma unidade de trabalho.
Exemplos de rendimento: 10 h/m2; 0,07 h/kg; 0,2 h/m.
Rendimento é a quantidade de tempo necessário para executar uma unidade de tarefa.
Consideremos uma parede de 16,00 x 2,50 m2 que vai ser rebocada. Observando a execução
do trabalho, verificou-se que demorou 1 dia.
− Calcular a produtividade e o rendimento desta operação:
Quantidade de trabalho: Q = 16,00 x 2,50; Q = 40 m2
Prazo de execução: t = 1 dia; t = 8 h
Produtividade Rendimento
Depois de obtidos os dados base, a listagem das tarefas, o seu encadeamento e a respetiva
duração, estamos aptos a iniciar finalmente a planificação. Assim, por tudo o anteriormente
exposto, é evidente que convém adotar um método de representar a planificação que conduza
a um registo gráfico, facilmente interpretável e capaz de sofrer alterações quando se torne
necessário uma nova planificação.
Fim – Início (a tarefa B pode iniciar-se x unidades de tempo após a conclusão da tarefa A
– x pode ser positivo ou negativo, ou seja, B pode começar x dias após a conclusão de A
ou x dias antes da conclusão de A).
Fim - Início A A tarefa B pode iniciar-se desde
que a tarefa A esteja concluída
Fim – Fim (o fim da tarefa B deverá ocorrer x dias/semanas/meses após o fim da tarefa A).
Fim - Fim A O fim da tarefa B deve ocorrer x
unidades de tempo após o fim da
tarefa A.
B
3. TÉCNICAS DE PLANEAMENTO
O gráfico de Gantt, mais conhecido como cronograma (ou gráfico de barras horizontais), foi
criado por Henry Laurence Gantt, engenheiro mecânico norte-americano.
O diagrama de Gantt é constituído por um sistema de eixos coordenados, representando-se
no eixo das ordenadas as diversas atividades a executar e no eixo das abcissas o tempo
correspondente à sua realização. Este pode ser definido em termos de dias, semanas ou
meses, nas suas utilizações mais correntes. Determina-se a duração prevista para cada tarefa
e listam-se todas as tarefas ordenadas cronologicamente.
Geralmente é feita uma correspondência entre os dias úteis e os dias de calendário, a fim de
facilitar a leitura do quadro.
Na primeira coluna, à esquerda, são inscritas as tarefas que constituem a listagem e, por
vezes, numa segunda coluna faz-se a descrição sumária das mesmas. Em seguida, cada
tarefa é materializada por uma barra – daí o nome do processo, cujo comprimento é
proporcional ao número de dias do seu tempo de execução e que é desenhada na linha
correspondente, de forma a ser respeitado o encadeamento estabelecido.
Esta representação contém as seguintes informações:
Lista de todas as tarefas;
Prazo total da obra, decomposto em prazos para a realização de cada tarefa;
Encadeamento (ligação) entre tarefas, o que significa que uma dada tarefa só pode
começar quando terminar outra tarefa ou parte;
Caminho crítico da obra, no qual se tem de ter um redobrado cuidado, para que o prazo
final não seja alterado. O caminho crítico é constituído pelas tarefas que não se podem
atrasar.
Vantagens do diagrama de Gantt:
Planeamento fácil, simples e claro;
Se existirem desvios que conduzam a um maior prazo, devem ser analisados quais os
recursos que estão a atrasar a obra.
PLANO DE TRABALHOS
Valor dos mai-15 jun-15 jul-15 ago-15
DESIGNAÇÃO/SEMANAS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 jun-15 jul-15
Trabalhos
BETÃO ARMADO
100%
Caso os desvios tenham sido causados por falta de máquinas, deve-se aumentar a sua
quantidade, a não ser que seja um custo muito elevado e, por isso, seja mais económico
trabalhar mais tempo.
Previsão de faturação
Valor mensal 8% 21.218,56 € 25% 66.308,00 € 32% 84.874,24 € 25% 66.308,00 € 10% 26.523,20 €
Acumulado 8% 21.218,56 € 33% 87.526,56 € 65% 172.400,80 € 90% 238.708,80 € 100% 265.232,00 €
INTRODUÇÃO
A sigla CPM constitui a abreviatura de “Critical Path Method”, que pode traduzir-se por Método
do Caminho Crítico.
Este método foi concebido nos Estados Unidos da América por técnicos ligados a duas
empresas distintas, a Dupont de Nemours e a Remington Rand Univac, por volta de 1957.
Quase ao mesmo tempo, em 1958, e independentemente dos trabalhos que conduziram à
criação do CPM, um gabinete ligado às forças armadas daquele país (gabinete de projetos
especiais da Armada Americana) desenvolveu e aplicou com êxito ao planeamento da
construção dos mísseis “Polaris” um novo método, atualmente conhecido pela sigla PERT,
que representa as palavras “Program Evaluation and Review Technique”, o que pode
traduzir-se por Técnica de Avaliação e Controlo de Programas. Tal como o CPM, o método
PERT apenas começou por considerar o fator tempo, tendo aparecido posteriormente
diversas variantes aos métodos originais, onde foram introduzidos fatores respeitantes a
custos e mesmo à qualidade.
As técnicas PERT e CPM são bastante semelhantes e, por isso, é comum referenciar-se em
conjunto como PERT/CPM. Estas técnicas utilizam o tratamento estatístico para a
determinação da duração das atividades.
O método CPM considera apenas uma estimativa, a mais provável, enquanto o método PERT
calcula a média entre três estimativas: a otimista, a pessimista e a mais provável.
O método CPM é um modelo que não utiliza tempos aleatórios para a duração das atividades,
enquanto o PERT é um modelo probabilístico, por utilizar conceitos de probabilidade na
estimativa da duração das atividades.
A diferença entre as duas técnicas pode ser considerada irrelevante.
Convém alertar os possíveis utilizadores destes métodos de planificação que eles não são
aplicáveis a todas as situações nem resolvem toda a gama de problemas. De facto, em
indústrias de produção em fluxo contínuo, terão de ser usados outros processos e, por outro
lado, as decisões a tomar pelos responsáveis pela planificação serão, quando muito,
suscitadas pela correta interpretação do resultado do controlo que estes métodos implicam.
A grande vantagem destes métodos reside na representação simples do projeto, através de
uma rede, na simplicidade dos conceitos que envolvem, no grande campo de aplicação que
permitem, no precioso auxiliar que constituem para a definição correta das necessidades em
meios de produção (mão-de-obra, materiais, equipamentos e capitais) e, finalmente, na
facilidade com que se podem introduzir alterações na planificação sempre que surgem
imprevistos (o que, embora possível no diagrama de barras, acarreta um razoável trabalho).
NOÇÕES FUNDAMENTAIS
De uma forma geral, um projeto é o conjunto ordenado de operações que concorrem para a
realização de um dado objetivo. No caso particular de um projeto completo de construção,
trata-se de um conjunto de documentos escritos e desenhados que define, unívoca e
inequivocamente, as caraterísticas a que deve obedecer a obra a realizar, de acordo com as
funções específicas que vai desempenhar e onde se integram projetos parcelares de
especialidade que, ou o condicionam, ou são por ele condicionados.
As relações de dependência entre as tarefas, que atrás designamos como encadeamento,
serão representadas sob a forma de uma rede, que não é mais do que uma representação
gráfica do projeto obedecendo a certa lógica e satisfazendo certas regras.
A realização de qualquer tarefa implica um início e um fim, constituindo aquilo a que
chamaremos acontecimentos e que, como é óbvio, não consomem tempo nem recursos.
Em resumo, temos o projeto como conjunto ordenado de tarefas representado por uma rede,
tendo cada uma delas um início e um fim, a que chamaremos acontecimentos. O projeto deve
ser constituído por um conjunto bem definido de operações que, terminadas, conduzam à
obtenção do objetivo desejado. As operações devem poder ser iniciadas e interrompidas
independentemente umas das outras, em sequência determinada por questões tecnológicas,
de segurança, de recursos ou de direção.
Diagrama PERT/CPM
Por sua vez, cada acontecimento é balizado por duas datas: A DMC – Data Mais Cedo – e a
DMT – Data Mais Tarde – do acontecimento.
Aproveitando as funcionalidades da folha de cálculo do programa Excel da Microsoft,
podemos representar cada acontecimento por:
E, se a tarefa F tiver como sucessora a tarefa G, então o acontecimento final da tarefa F será
o acontecimento inicial da sua sucessora G. O acontecimento 5 é o acontecimento final da
tarefa F e o acontecimento inicial da tarefa G.
13 F-3 16 G-4 20
4 5 6
42 45 49
A tarefa E não tem sucessoras. Neste caso, 5 é o acontecimento final do projeto e tem a data
de 13 unidades. O prazo de execução do projeto é, pois, 13 e a DMT do acontecimento é
também 13.
EXEMPLO 1
A tarefa A antecede as tarefas C e D e a tarefa B antecede a tarefa D. As tarefas A e B têm o
mesmo acontecimento inicial:
Notemos que a tarefa D tem como acontecimento inicial os acontecimentos finais das tarefas
A e B (já que, por hipótese, lhes sucede). Estas, por sua vez, têm o mesmo acontecimento
inicial.
Repare-se que, seguindo este método de representação, não temos o problema corretamente
resolvido. De facto, estávamos a estabelecer uma sequência que não pertence aos dados do
exemplo, ao obrigar a tarefa C a suceder à tarefa B, quando tínhamos afirmado que a tarefa C
sucede à tarefa A.
A resolução deste exemplo implica a utilização de um novo tipo de representação (seta
tracejada), dado que envolve o recurso a um novo conceito: o de tarefa fictícia. Vejamos qual
a sua razão de ser. Não faz sentido, neste tipo de representação, que duas tarefas diferentes
A e B, tendo os mesmos acontecimentos iniciais e finais, sejam representadas por dois arcos
ou por duas retas paralelas, tal como se indica na figura seguinte.
Uma situação destas, corrente em planificação, deve ser resolvida pelo recurso a uma tarefa
especial, chamada tarefa fictícia, que tem a particularidade de não consumir tempo nem
meios de produção e se destina a permitir representar graficamente, entre outros, o caso em
apreço. Dito isto, o exemplo terá a seguinte representação:
EXEMPLO 2
A tarefa A antecede as tarefas B e C, a tarefa B antecede as tarefas D e E, a tarefa C
antecede a tarefa E e as tarefas D e E antecedem a tarefa F.
EXEMPLO 3
Suponhamos uma tarefa A que antecede uma outra B, mas admitamos que a primeira pode
ser decomposta em partes, A1, A2, A3 e A4, referentes à conclusão de um quarto, metade,
três quartos e a totalidade da tarefa. Se duas novas tarefas C e D puderem iniciar-se quando
estiverem concluídos, respetivamente, um quarto e metade de A, a rede que representa este
encadeamento é o da figura seguinte.
Tarefas imediatas
Tarefas Duração L.R.
Antecessoras Sucessoras
A C, I 10 I
B G, H 10 I
C A D, E, F 23 II
D C, G K 12 III
E C, G, H K 14 III
F C, G, H 30 III
G B D, E, F 15 II
H B E, F 17 II
I A J, L 13 II
J I K 12 III
K D, E, J 9 IV
L I M 1 III
M L 8 IV
Vejamos como traçar por partes a rede pedida, atendendo à 5.ª coluna da tabela 1 e
recordando que, para cada tarefa, sabemos qual a linha onde deve começar e, examinando
qual/quais a(s) sua(s) sucessora(s), onde deve terminar.
À tarefa A seguem-se as tarefas C e I, ambas começando na LR II; à tarefa B seguem-se as
tarefas G e H, que, tal como C e I, começam na LR II. Isto quer dizer que, começando A e B
de LR I, é fácil concluir que elas terminarão na LR II, já que daí “arrancarão” as sucessoras.
I II III
I
2
A
C
1
G
B 3
H
I II III IV
2 I 4 L
A J
C
1 5 D
G E
B F
3
H
Para finalizar a totalidade das tarefas que partem da LR II, falta ver o que se passa com a
tarefa H. Ora, H tem como sucessoras as tarefas E e F, as quais, como se vê na figura
anterior, sucedem a C e G. Neste caso, como sabemos, há que recorrer a uma tarefa fictícia,
deslocando as tarefas E e F para a sequência imediata de H e ligando C a G com elas através
da tarefa fictícia.
I II III IV
2 I 4 L
A J
C
5 D
1
G E
B
3 6
H F
Analisando as tarefas que partem da LR II, vemos que a D, E e J se segue a tarefa K, a qual
começa na LR IV, pelo que é de traçado imediato. À tarefa F nenhuma outra se segue, pelo
que, como atrás se disse, termina na 5.ª linha de referência.
I II III IV IV
2 I 4 L 7 M
A
C J
5 D 8 K 9
1
G E
B F
3 6
H
Para acabar o traçado da rede, reparemos que as tarefas K e M não têm sucessoras, pelo
que acabarão no acontecimento onde já acabava a tarefa F.
I II III IV IV
2 I 4 L 7
A M
C J
5 D 8 K 9
1
G E
B F
3 6
H
Traçada a rede representativa do projeto, que, como vimos, se consegue à custa de dois dos
três dados base, vamos agora introduzir o terceiro: a duração das tarefas. Costuma indicar-se
o tempo de execução de uma tarefa logo a seguir à sua designação, sobre a seta que a
representa, tal como se vê na figura abaixo, onde a tarefa X tem um tempo de execução n
(dias, horas, etc.).
Seguidamente, atribui-se uma numeração aos acontecimentos, os quais, como sabemos, são
representados pelas circunferências. Para isso, começando pelo número um, numeram-se da
esquerda para a direita segundo a ordem natural e para que cada seta aponte sempre do
número menor para outro maior.
A rede está agora pronta para o cálculo das datas mais cedo e mais tarde em que podem
ocorrer os acontecimentos.
Admitamos, para início de execução do projeto, o instante zero ou, por outras palavras, que a
data mais cedo (DMC) para o acontecimento 1 é zero.
Partindo do acontecimento inicial e percorrendo os diversos caminhos da rede, no sentido do
desenvolvimento dos trabalhos, vamos obtendo as DMC para cada acontecimento, somando
o tempo de duração das tarefas ao valor das DMC do respetivo acontecimento inicial. Estes
valores são registados em “caixas” apropriadas colocadas sobre cada acontecimento.
Vejamos com um exemplo simples como se calculam as DMC de uma rede.
EXEMPLO 1
Como o projeto representado na rede se inicia no instante zero (DMC do acontecimento 1), o
acontecimento 2 poderá começar ao fim de 5 dias (0 + duração de A), o acontecimento 3 ao
fim de 12 dias e o acontecimento 4 ao fim de 14 dias.
EXEMPLO 2
O cálculo das DMC para os acontecimentos 1, 2, 3 não oferece dificuldade: como o projeto se
inicia no instante zero (DMC do acontecimento 1), os acontecimentos 2 e 3 ocorrerão ao fim
de 2 e 3 dias, respetivamente. Porém, tal não acontece com o cálculo da DMC do
acontecimento 4. De facto, seguindo o caminho 1-2-4, teríamos para DMC de 4 o
valor: 0+2+1=3 dias; seguindo o caminho 1-3-4, seríamos conduzidos ao valor 0+3+5=8 dias.
Qual dos dois valores representa, de facto, a DMC do acontecimento 4? É óbvio que terá de
ser o maior dos dois valores, 8 dias, já que estabelecemos como regra básica da lógica da
rede que nenhuma tarefa (e, consequentemente, o seu acontecimento inicial) pode começar
sem que todas as que lhe antecedem acabem. Por outras palavras, sempre que haja dois ou
mais caminhos que conduzam a um dos acontecimentos, a sua DMC é o maior dos valores
das somas da duração desses caminhos com a DMC do acontecimento que está na sua
origem.
A aplicação desta regra aos caminhos 4-5 e 3-5 conduz ao valor 10 para a DMC do
acontecimento 5. Finalmente, o acontecimento 6 terá como DMC o valor 16 dias.
Se tomarmos como tempo de duração do projeto o valor da DMC do seu acontecimento final,
a data de ocorrência deste acontecimento é a chamada data mais tarde (DMT). Para calcular
as DMT dos restantes acontecimentos da rede, temos de percorrer todos os caminhos
existentes, mas agora do fim para o princípio. Vejamos com os dois exemplos atrás
apontados como o fazer.
EXEMPLO 3
Sendo 14 a DMT do acontecimento 4 (que, como vimos, poderia ocorrer o mais cedo nessa
data), as DMT de 3, 2 e 1 serão, respetivamente, 14-2=12, 12-7=5 e 5-5=0.
EXEMPLO 4
Definidas as DMC e DMT para cada acontecimento, é agora fácil definir datas análogas para
as tarefas. Trata-se das datas de início mais cedo e mais tarde (DIMC e DIMT) e das datas de
fim mais cedo e mais tarde (DFMC e DFMT).
As datas de início mais cedo e fim mais tarde (DIMC e DFMT) de uma tarefa serão, como é
óbvio, coincidentes, respetivamente, com a DMC e DMT de ocorrência dos seus
acontecimentos inicial e final.
A data de início mais tarde (DIMT) de uma tarefa será igual à diferença entre a sua DFMT e a
sua duração.
A data de fim mais cedo (DFMC) de uma tarefa será igual à soma entre a sua DIMC e a sua
duração.
Resumindo:
DIMC. de uma tarefa = DMC do seu acontecimento inicial
DFMT de uma tarefa = DMT do seu acontecimento final
DIMT de uma tarefa = DFMT da tarefa – duração
DFMC de uma tarefa = DIMC da tarefa + duração
Vamos aproveitar o exemplo do capítulo anterior para calcular as quatro datas agora
definidas, inscrevendo-as de seguida na tabela 2. De notar que as DMC para os
acontecimentos números 1, 2, 3, 4 e 7 são de cálculo imediato. Para os restantes
acontecimentos (5, 6, 8 e 9), há que aplicar a regra atrás enunciada.
Quanto às DMT para os acontecimentos 9, 7 e 8, calculam-se imediatamente. Para os
restantes, há de novo que optar entre dois ou mais valores e escolher aquele que esteja de
acordo com a regra estabelecida. As “caixas” são preenchidas como se indica na figura.
Conhecidas as DMC e DMT, é fácil, utilizando as definições atrás dadas, preencher a tabela
onde constam as DIMC, DIMT, DFMC e DFMT relativas a cada tarefa.
Da análise da tabela 2 constatámos que há tarefas que têm datas de início mais cedo e mais
tarde com o mesmo valor e, embora diferente destes, valores iguais para as datas de fim mais
cedo e mais tarde. Verificámos também estarem estes pares de valores relacionados através
da duração das tarefas.
Tal é o caso das tarefas A, C fictícia e F. Se atentarmos ao significado das datas,
concluiremos que essas tarefas não têm hipótese de começar ou acabar mais tarde do que as
suas datam mais cedo (já que as suas datas mais cedo coincidem com as correspondentes
mais tarde). Se nos dermos ao trabalho de verificar as durações de todos os caminhos
possíveis existentes entre os acontecimentos 1 e 9, veremos que elas constituem o mais
comprido – então elas constituem o chamado caminho crítico.
Para estas tarefas pertencentes ao caminho crítico não há atrasos possíveis nem tempos de
duração mais demorados, pois, caso isso aconteça, o projeto demorará mais tempo (o
aumento de tempo é igual à soma dos atrasos verificados nessas tarefas).
Para as restantes tarefas é possível calcular o tempo de que dispõem a mais, isto é, que lhes
permitirá começar mais tarde do que o previsto e/ou demorar a executar um tempo superior
ao fixado inicialmente.
A este tempo chamaremos margem.
Chama-se margem total (MT) de uma tarefa ao atraso total que lhe é permitido sem que se
alongue o tempo de duração do projeto. Este atraso pode ocorrer na data de início da tarefa
(não começando na sua DIMC), na duração mais longa do que o previsto ou em ambos os
factos ao mesmo tempo. É evidente que, utilizando o tempo referente a esta margem,
podemos impedir a(s) tarefa(s) sucessora(s) à considerada de se iniciare(m) na sua data de
início mais cedo. Porém, como foi dito, não alongaremos o tempo de duração do projeto.
TABELA 2
TAREFAS IMEDIATAMENTE Data de
Data de fim Data de início Data de fim Margem Margem
TAREFAS DURAÇÃO início mais
Antecessoras Sucessoras mais cedo mais tarde mais tarde total total
cedo
A C-I 10 0 10 0 10 0 0
B G-H 10 0 10 6 16 6 0
C A D-E-F 23 10 33 10 33 0 0
D C-G K 12 33 45 42 54 9 2
E C-G-H K 14 33 47 40 54 7 0
F C-G-H - 30 33 63 33 63 0 0
G B D-E-F 15 10 25 18 33 8 8
H B E-F 17 10 27 16 33 6 6
I A J-L 13 10 23 29 42 19 0
J I K 12 23 35 42 54 19 12
K D-E-J - 9 47 56 54 63 7 7
L I M 1 23 24 54 55 31 0
M L - 8 24 32 55 63 31 31
FICTÍCIA C-G E-F 0 33 33 33 33 0 0
Chama-se margem livre (ML) de uma tarefa ao atraso que pode sofrer para não impedir o
“arranque” na DIMC da(s) tarefa(s) que lhe sucede(m). Como é evidente, tal margem é,
quando muito, igual à margem total e, por maioria de razão, o seu uso não pode alongar o
tempo de execução do projeto.
Calcula-se a margem livre de uma tarefa subtraindo à DIMC da(s) tarefa(s) sucessora(s) a
duração da tarefa em causa e a respetiva DIMC, ou subtrair à DMC do seu acontecimento
final a duração e a DMC do seu acontecimento inicial.
Exemplo – tarefa G e J da rede que vimos utilizar (ver tabela 3).
Tarefa G: ML = 33 -15 - 10 = 8
Tarefa J: ML = 47 - 12 - 23 = 12
Para terminar o exemplo, falta realçar graficamente o caminho crítico. Isso costuma fazer-se
duplicando as setas representativas das tarefas que a ele pertencem ou, em alternativa,
representando-as a outra cor.
Tal como temos feito em relação aos restantes valores, calculemos e inscrevamos na tabela 2
os valores das margens total e livre.
Resolução:
Começaremos por preencher a coluna 1 da tabela seguinte (linhas de referência), o que nos
facilitará o traçado da rede.
Notemos que se pode utilizar os círculos representativos dos acontecimentos para inscrever,
além do seu número, as datas mais cedo e mais tarde, dispensando-se, assim, o traçado das
“caixas” de tempo.
Uma vez calculadas as datas, é possível preencher as colunas 5, 6, 7 e 8 da tabela e calcular
as margens total e livre, que inscrevemos nas colunas 9 e 10.
O traçado do diagrama de barras executa-se tendo em atenção que se considera o início das
tarefas nas suas datas mais cedo. De notar que se representaram primeiro as tarefas do
caminho crítico e se estabeleceram as ligações entre tarefas que correspondem às
sequências existentes. Marcaram-se ainda as margens total e livre, as quais, como é óbvio,
só existem em tarefas não críticas.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Tarefas
L.R. Tarefas Imediatamente Duração DIMC DFMC DIMT DFFMT MT ML MI
Antec. Sucess.
I A B-C-D 10 0 10 0 10 0 0 0
II B A E 20 10 30 10 30 0 0 0
II C A F-H-I 40 10 50 28 68 18 0 0
II D A J 28 10 38 66 94 56 50 50
III E B G 8 30 38 30 38 0 0 0
III F C J 10 50 60 84 94 34 28 10
IV G E H-I 30 38 68 38 68 0 0 0
V H C-G J 20 68 88 74 94 6 0 0
V I C-G K 24 68 92 68 92 0 0 0
VI J D-F-H L-M-N 10 88 98 94 104 6 6 6
VI K I L-M-N 12 92 104 92 104 0 0 0
VII L K-J O 10 104 114 104 114 0 0 0
VII M K-J P 6 104 110 112 118 8 8 8
VII N K-J O 6 104 110 108 114 4 4 4
VIII O L-N P 4 114 118 114 118 0 0 0
IX P M -O - 4 118 122 118 122 0 0 0
Programa de trabalhos
Esta técnica de planeamento consiste em representar as atividades nos nós. A função das
setas que este método utiliza é apenas fazer a associação das tarefas com as suas
sucessoras. Este método foi desenvolvido por Bernard Roy e é bastante popular pelo facto de
tornar mais fácil a elaboração dos grafos ou diagramas PERT/CPM. Acresce que as
definições obtidas para as tarefas são exatamente as mesmas que se obtém pelo método
anterior (atividades nas setas).
Considerem-se válidos para este método os vários conceitos anteriormente focados, tais
como: tarefas antecessoras, tarefas sucessoras, margem ou folga total, margem livre, DIMC
(data de início mais cedo), DFMC (data de fim mais cedo), DIMT (data de início mais tarde),
DFMT (data de fim mais tarde), tarefas críticas e caminho crítico.
Cada tarefa tem a seguinte configuração, ou seja, cada nó é composto por seis retângulos
onde serão colocadas as várias informações de uma tarefa:
Duração Margem
Tarefas Antecessoras Sucessoras DIMC DFMC DIMT DFMT
(dias) Total
A - D 4
B - D, E 3
C - D 5
D A, B, C F 2
E B F 5
F D, E - 3
Do mesmo modo, são também tarefas iniciais as tarefas B e C, pelo que as suas
representações serão:
Estão, deste modo, encontradas as DIMC, as DFMC e traçado o diagrama PERT/CPM com a
notação das atividades nos nós, também conhecido como método PDM ou Roy.
De seguida, vamos calcular as datas mais tarde, tanto de início como de fim (DIMT e DFMT).
Sabemos que a data final do projeto é a DFMT de todas as tarefas finais. Para calcular as
datas mais tarde, vamos partir do fim do projeto.
Exercícios propostos:
EXERCÍCIO 1
TAREFAS IMEDIATAMENTE TAREFAS IMEDIATAMENTE
TAREFAS DURAÇÃO L.R.
Antecessoras Sucessoras
A D 4
B D–E 3
C D 1
D F 2
E F–G 5
F H 3
G H 2
H FINAL 5
EXERCÍCIO 2
EXERCÍCIO 3
TAREFAS IMEDIATAMENTE TAREFAS IMEDIATAMENTE
TAREFAS DURAÇÃO L.R.
Antecessoras Sucessoras
A B–C 1
B D–E 5
C E 6
D F–G 4
E F–G 4
F H–I 2
G H–I–J 3
H FINAL 5
I FINAL 4
J FINAL 4
EXERCÍCIO 4
Traçada a rede e calculados os tempos, o caminho crítico e as margens das tarefas, vimos
que o traçado de um diagrama de barras, admitindo as tarefas a começar nas respetivas
datas mais cedo, nos dava uma boa imagem de execução, além de facilitar o controlo. Por
outro lado, sabemos que, ao determinar o tempo de execução de cada tarefa, se deve entrar
em linha de conta com a equipa de pessoal que lhe estará afeta e com o equipamento
necessário para a realizar, podendo determinar-se com facilidade as diferentes espécies e
quantidades de material que empregarão.
Conjugando a representação gráfica por diagrama de barras com as quantidades de
mão-de-obra e equipamentos necessárias a cada tarefa, é possível traçar uma curva que
represente a variação desses fatores de produção com o tempo (em valores globais ou por
especialidades). Se o fizermos, verificamos, na generalidade dos casos, que as curvas
apresentam traçados irregulares ou demonstram incompatibilidades em relação aos recursos
disponíveis. As irregularidades implicam, para a mão-de-obra, admissões ou despedimentos
frequentes ou, recusando-os, desocupação de pessoal. Para o equipamento, aluguer ou
compra com utilização deficiente. Em qualquer dos casos, contudo, é possível tentar melhorar
este estado de coisas, usando os processos que a seguir veremos com a ajuda de exemplos
simples.
Para além dos dados base referentes à planificação de uma pequena obra, a tabela 5 contém
três colunas onde se indicam os quantitativos e as especialidades de mão-de-obra
necessários à realização das tarefas que a compõem.
TABELA 5
TAREFAS MÃO-DE-OBRA
DURAÇÃO
Designação Antecessora Sucessora Capataz Servente Trolha
A E 8 1
B G 3 1
C D-F-H 5 6
D C E 5 12
E A-D 6 2 6
F C G 3 10
G B-F 3 4 4
H C 8 4
Anteces- Duração
Tarefas Sucessoras DIMC DFMC DIMT DFMT Margem Total
-soras (dias)
A - E 8 0 8 2 10 2
B - G 3 0 3 10 13 10
C - D,F,H 5 0 5 0 5 0
D C E 5 5 10 5 10 0
E A, D - 6 10 16 10 16 0
F C G 3 5 8 10 13 5
G B, F - 3 8 11 13 16 5
H C - 8 5 13 8 16 3
PROGRAMA DE TRABALHOS
Categorias
Tarefas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Profissionais
A
B
C
D
E
F
G
H
Total Capataz 2 2 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Servente 6 6 6 6 6 22 22 22 16 16 6 2 2 2 2 2
Trolha 0 0 0 0 0 4 4 4 8 8 8 4 4 0 0 0
Total 8 8 8 7 7 27 27 27 24 24 14 6 6 2 2 2
Margem ou Folga
As últimas três linhas da figura anterior (além do total) representam, por especialidades, a
quantidade de operários necessária para a realização das diferentes tarefas e a sua variação
semana a semana. Traçando o gráfico de variação correspondente a esses valores, obtemos
a figura representada a seguir, que nos mostra a irregularidade de ocupação do pessoal, a
qual, como atrás foi dito, é insustentável e há que procurar melhorar.
25
20
15
Capataz
10
Servente
5
Trolha
0
1 2 3
4 5 6
7 8 9 10 11 Capataz
12 13 14
15 16
Um dos processos utilizados para esse fim baseia-se na possibilidade de as tarefas não
críticas terem de se deslocar no tempo, aproveitando as margens de que dispõem.
Analisado o gráfico, verificamos que o nivelamento das cargas de capataz nas tarefas A e B é
de fácil solução. Como as tarefas têm ambas margens, resulta que, se não forem iniciadas na
DIMC (data de início mais cedo), não comprometerão a data de conclusão do projeto, desde
que esse adiamento não seja superior à margem da tarefa. Contudo, o adiamento do início da
tarefa A não tem interesse, pelo facto de a sua margem ser inferior ao prazo da obra. Se
adiarmos a data de início da tarefa B, de modo a que seja iniciada após a conclusão da tarefa
A, obtemos uma carga contínua e total de um capataz, desde o início do projeto até à
conclusão das duas tarefas que preveem este recurso.
No que toca aos serventes e trolhas, o nivelamento pode ocorrer através do adiamento das
atividades F e G, como se mostra adiante no Plano de Trabalhos e respetivo gráfico de
mão-de-obra.
PROGRAMA DE TRABALHOS
Categorias
Tarefas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Profissionais
A
B
C
D
E
F
G
H
Capataz 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0
Servente 6 6 6 6 6 12 12 12 12 12 12 12 12 6 6 6
Total
Trolha 0 0 0 0 0 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Total 7 7 7 7 7 17 17 17 17 17 17 16 16 10 10 10
Margem ou Folga
15
10
Capataz
5
Servente
0 Trolha
1 2 3
4 5 6 7 8 9 10 11 Capataz
12 13 14
15
A comparação dos dois gráficos é, só por si, esclarecedora da melhoria real da situação da
mão-de-obra.
De notar, contudo, que o número de tarefas sem margens aumentou em duas unidades
(tarefas F e G), ao mesmo tempo que a margem da tarefa B diminuiu substancialmente
(de 10 para 2).
Ao deslocarmos as tarefas, impusemos novas relações entre elas, pelo que devemos ver qual
a rede que representa agora o diagrama de barras traçado. Para isso, vamos estabelecer uma
nova tabela (tabela 6) e, seguidamente, traçar a rede correspondente.
Efetuando os cálculos da rede, concluiremos que aparece um novo caminho crítico
englobando as tarefas F e G, tal como tínhamos previsto. O método que usamos para
replanificar a mão-de-obra (e que poderíamos aplicar ao equipamento) baseia-se na atuação
das tarefas pelas datas mais cedo. Noutros casos, quando as tarefas só dispõem de margens
5. CPM – CUSTOS
No orçamento da obra devem ser adicionados ao somatório dos custos diretos, indiretos e de
estaleiro o lucro da empresa e o risco decorrente do investimento.
Todos os orçamentos deverão ser afetados de uma percentagem relativa ao IVA, conforme as
taxas em vigor.
A variação dos custos diretos com o tempo tem, teoricamente, a forma representada na figura
abaixo, que corresponde à existência de dois valores extremos – o custo normal e duração
normal e o custo acelerado e duração acelerada –, bem como a uma variação contínua entre
eles.
Na prática, esta variação aproxima-se muito da que é representada pela reta que os une e, na
maior parte dos casos, resume-se a um pequeno número de pontos, uma vez que é difícil, se
não impossível, fazer variar de forma contínua os fatores de produção (mão-de-obra e/ou
equipamentos).
𝐶𝐴−𝐶𝑁
Repare-se que o valor 𝐷𝐴−𝐷𝑁
dá-nos a variação do custo por unidade do tempo, valor de que
adiante necessitaremos.
𝐶.𝐴.−.𝐶.𝐴.
Variação de custo por unidade de tempo: P = 𝐷.𝑁.−𝐷.𝐴.
Os custos indiretos, pelo contrário, variam de forma a serem mínimos para a duração curta e
crescendo à medida que o tempo de duração das atividades aumenta.
Sendo a realização de uma obra o somatório da realização das diversas atividades que a
constituem (ainda que saibamos que podem realizar-se simultânea ou sucessivamente), é de
esperar que as curvas de custos diretos, indiretos e de
estaleiro para o projeto tenham andamentos
semelhantes àqueles que verificamos para as tarefas,
podendo, portanto, calcular-se uma curva de custos
totais (custo diretos + custo indiretos + custos de
estaleiro) para a realização do projeto em função do
seu tempo de duração. É o que se encontra
representado na figura ao lado.
Baseado no que foi dito, é possível, conhecendo os custos diretos, indiretos e de estaleiro da
tarefa, da execução da obra, determinar a solução de custos totais mínimos.
Traçada a rede representativa de um projeto e definido o seu caminho crítico, é evidente que
só poderá encurtar-se o seu tempo de duração total diminuindo a duração das tarefas que
pertencem a esse caminho. De entre elas, haverá diferentes “preços” por cada unidade de
tempo de redução, pelo que devemos começar por encurtar as mais baratas.
Vimos atrás que este preço de encurtamento era dado, para cada tarefa, pelo
quociente p=CA-CN/DN-DA, razão pela qual não há dificuldade de opção.
As obras planeadas executadas em prazos muito curtos tornam-se mais caras, porque:
a equipa de operários deve ser maior;
muitas atividades vão ser realizadas em simultâneo, o que produz folgas e
interferências;
são utilizados equipamentos mais caros, que garantam a realização dos trabalhos nos
prazos definidos.
Considera-se que se encontra o limite da redução de prazos quando o aumento de mais
meios já não contribui para uma diminuição da duração da construção.
Quando os prazos são demasiadamente longos, é preciso considerar os gastos indiretos que
provocam um gasto constante.
Se terminarmos mais cedo, podemos ter tempo para executar outra obra. Será preciso
encontrar a duração precisa para obter os maiores benefícios económicos.
Metodologia a usar para obter a curva de custos totais do projeto – traçado da curva CDP –
regras de encurtamento:
1.ª Consideramos todas as tarefas com a sua duração DN; traçamos e calculamos a rede
correspondente, obtendo o primeiro ponto (DNP, CDN);
2.ª Para traçar a rede seguinte, usamos a tarefa crítica (ou conjunto de tarefas críticas)
com menor custo por dia de aceleração;
3.ª E assim sucessivamente, até se obter um programa de execução ótimo.
Dias encurtados
0 12 12 32 32 38
Encurtamento
encurtamento
encurtamento
ΔC Custo/dia
A 12 C 20 D 6
Sucessora
MARGEM
Custo do
0 12 12 32 32 38
Duração
Tarefa
DFMC
DFMT
DIMC
DIMT
A C 12 0 12 0 12 0 100 9 0 10 10 20
B E 10 0 10 18 28 18 300 6 B 10 E 10
C D 20 12 32 12 32 0 200 10 18 28 28 38
D - 6 32 38 32 38 0 - -
E - 10 10 20 28 38 18 400 1
Custo total do encurtamento 0,00
Para acelerar o projeto, vamos começar por acelerar as tarefas com Δc mais pequenas.
Conseguimos encurtar o prazo do projeto de modo mais económico.
Aceleramos a tarefa A nos dias possíveis (9) e, a seguir, a tarefa C em 9 dias.
Dias possíveis de
Dias encurtados
Encurtamento
encurtamento
encurtamento
ΔC Custo/dia
0 3 3 14 14 20
Sucessora
MARGEM
Custo do
A 3 C 11 D 6
Duração
Tarefa
DFMC
DFMT
DIMC
DIMT
0 3 3 14 14 20
A C 12 0 3 0 3 0 100 9 9 900
B E 10 0 10 0 10 0 300 6 0 0 0 10 10 20
C D 20 3 14 3 14 0 200 10 9 1800 B 10 E 10
D - 6 14 20 14 20 0 - - 0 - 0 10 10 20
E - 10 10 20 10 20 0 400 1 0 0
Custo total do encurtamento 2700,00
Se acelerássemos a tarefa C nos dias possíveis, iríamos gastar 2 900,00 unidades de custo,
sem que o prazo tivesse sido alterado, pois o caminho crítico iria ser B-E, com 20 dias.
Dias possíveis de
Dias encurtados
Encurtamento
encurtamento
encurtamento
ΔC Custo/dia
0 3 3 13 13 19
Sucessora
MARGEM
Custo do
A 3 C 10 D 6
Duração
Tarefa
DFMC
DFMT
DIMC
DIMT
0 3 4 14 14 20
A C 12 0 3 0 3 0 100 9 9 900
B E 10 0 10 0 10 0 300 6 0 0 0 10 10 20
C D 20 3 13 4 14 1 200 10 10 2000 B 10 E 10
D - 6 13 19 14 20 1 - - 0 - 0 10 10 20
E - 10 10 20 10 20 0 400 1 0 0
Custo total do encurtamento 2900,00
A partir desta situação, para acelerar o projeto teremos de intervir nos dois caminhos:
Dias possíveis de
Dias encurtados
Encurtamento
encurtamento
encurtamento
ΔC Custo/dia
Sucessora
MARGEM
Custo do
Duração
Tarefa
DFMC
DFMT
DIMC
DIMT
0 3 3 13 13 19
A 3 C 10 D 6
A C 12 0 3 0 3 0 100 9 9 900 0 3 3 13 13 19
B E 10 0 9 0 9 0 300 6 1 300
C D 20 3 13 3 13 0 200 10 10 2000
D - 6 13 19 13 19 0 - - 0 - 0 9 9 19
E - 10 9 19 9 19 0 400 1 0 0 B 9 E 10
Custo total do encurtamento 3200,00 0 9 9 19
No caminho A-C-D, todas as tarefas foram aceleradas nos tempos possíveis. No caminho
B-E, a tarefa B foi encurtada em 1 dia, quando podia ter sido de maior margem.
Consideremos 2 dias de encurtamento. O resultado será:
Dias possíveis de
Dias encurtados
Encurtamento
encurtamento
encurtamento
ΔC Custo/dia
0 3 3 13 13 19
Sucessora
MARGEM
Custo do
A 3 C 10 D 6
Duração
Tarefa
DFMC
DFMT
DIMC
DIMT
0 3 3 13 13 19
A C 12 0 3 0 3 0 100 9 9 900
B E 10 0 4 5 9 5 300 6 6 1800 0 4 4 14
C D 20 3 13 3 13 0 200 10 10 2000 B 4 E 10
D - 6 13 19 13 19 0 - - 0 - 5 9 9 19
E - 10 4 14 9 19 5 400 1 0 0
Custo total do encurtamento 4700,00
Conseguimos reduzir o caminho B-C, mas sem resultados práticos, pois o prazo de execução
do projeto não foi beneficiado.
RESOLUÇÃO:
7 17
E 10 17 22
4 7 10 20 I 5
B 3 20 25
7 10 25 29
9 13 L 4
F 4 25 29
0 4 4 9 15 19
A 4 C 5
0 4 10 15 19 25
9 11 J 6
G 2 19 25
4 11 17 19
D 7
4 11
11 19
H 8
11 19
Duração Acelerada
Custo Acelerado
Duração Normal
Dias encurtados
Custos directos
Encurtamento
Custo Normal
Antecessoras
ΔC Custo/dia
Sucessora
MARGEM
Tarefa
DFMC
DFMT
DIMC
DIMT
O caminho a seguir será abreviar o caminho crítico e, neste, atuar nas tarefas com custos de
aceleração mais baixos.
A tarefa mais “barata” é a tarefa I (20). Contudo, não pertence ao caminho crítico.
A tarefa seguinte em custo de aceleração é a tarefa A, que pertence ao caminho crítico. Por
ser a única tarefa inicial do projeto, podemos desde logo atuar nesta tarefa e verificamos o
seguinte:
− O preço inicial do projeto para 29 dias era de 3 870 UM;
− Se A for acelerada em 1 dia, o prazo do projeto passa a 28 dias e o preço desce
para 3 820;
− Se A for acelerada em 2 dias, o prazo do projeto passa a 27 dias e o preço desce
para 3 770.
A tarefa seguinte deverá ser a tarefa crítica de mais baixo preço de aceleração – Tarefa J –, a
qual pode baixar 2 dias, com os seguintes resultados:
− 1 dia – Prazo 26 dias e custo 3 725;
− 1 dia – Prazo 26 dias e custo 3 680.
5 15
E 10 15 20
2 5 7 17 I 5
B 3 17 22
4 7 22 26
7 11 L 4
F 4 22 26
0 2 2 7 13 17
A 2 C 5
0 2 8 13 17 22
7 9 J 5
G 2 17 22
2 9 15 17
D 7
2 9
9 17
H 8
9 17
III – MS PROJET
1. INTRODUÇÃO
2. INICIAR O MS PROJECT
Esta é a vista por defeito que o programa apresenta. Como se verá, o MS Project apresenta
inúmeras visualizações, cada uma das quais com um objetivo específico.
Nesta visualização – Gráfico de Gantt (Gantt Chart) – são inseridas as tarefas na coluna Task
Name (Nome da Tarefa).
Nesta fase, é importante definir os seguintes pontos:
Data de início estimada do projeto;
Calendário (horário) do projeto;
Âmbito detalhado do projeto;
Atividades;
Selecionar: File > Options > Advanced Properties (Ficheiro > Opções > Avançadas) e
preencher os campos para definir as propriedades do projeto.
Após este passo, deve ser gravado o ficheiro. Para gravar, escolher File > Save as
(Ficheiro > Gravar como) e indicar o nome do projeto.
Um dos primeiros passos deve ser a definição do início do projeto: Project > Project
Information (Projeto > Informação do Projeto), para aceder à janela de visualização:
Um projeto pode ser definido a partir do início, ficando ativa a possibilidade de inserir a data
de início, ou a partir da data de conclusão, ficando ativa a janela de inserção da data de
conclusão do projeto.
4. CALENDÁRIO DO PROJETO
A tarefa Parede, agendada manualmente, não tem nenhuma definição acerca da duração,
início ou conclusão e não aparece qualquer barra no local do Gráfico de Barras. Na coluna
‘Modo de’, aparece o ícone representativo das tarefas agendadas manualmente.
A tarefa Muro, agendada automaticamente, tem, por defeito, a duração de 1 dia, com início e
conclusão no mesmo dia.
Após estes passos, podemos então inserir as atividades. Após esta inserção, o aspeto será o
seguinte:
6. FOLHA DE RECURSOS
Para inserir os recursos do projeto, deve ser aberta uma Folha de Recursos:
Ficheiro > Folha de Recursos.
Os recursos podem ser: Trabalho (Work), Material (Material) ou Custo (Cost).
Foram inseridos os recursos ‘Pedreiro’, ‘Cimento’ e ‘Viagem’. Podemos observar os campos
abertos em cada tipo de recurso, depois de o termos classificado. Atente-se na figura
seguinte.
No recurso ‘Trabalho’ vai ser necessário definir o respetivo calendário, a taxa normal e a taxa
de trabalho extra; no recurso ‘Material’ deve ser introduzido o rótulo do material (unidade de
medida); no recurso ‘Custo’ não é possível inserir o respetivo valor – ele será inserido quando
o afetarmos às tarefas.
Surge a seguinte visualização:
Também podíamos visualizar a Folha de Tarefas (Ficheiro > Folha de Tarefas) e o modo de
afetar o recurso à tarefa seria igual.
Contudo, uma das formas mais práticas de atribuir recursos é através de Recursos
(Resources) > Atribuir Recursos (Assign Resources), na visualização Folha de Tarefas ou
Gráfico de Gantt:
8. LINHA BASE
Quando dermos por terminado o planeamento, devemos criar uma Linha Base:
Projeto > Definir Linha Base (Baseline). Com este procedimento estamos a transmitir a
informação de que o planeamento está concluído.
A partir deste momento, estamos a executar o projeto.
BIBLIOGRAFIA
Botelho, Ana Emília Vieira: 2009. Modelo de Controlo de Custos de uma Obra Pública, do
Ponto de Vista do Dono da Obra. Instituto Superior Técnico (ISP).
Branco, José Paz: s/d. Organização de Estaleiros da Construção Civil. Escola Profissional
Gustave Eiffel.
Faria, José Amorim: s/d. Planeamento de Obras. Apontamentos da Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto (FEUP) (ano letivo 2009/2010).
Gouveia, Luís Manuel Borges: s/d. Gestão de Projetos.
Martínez, Jenaro Fernández; Argote, Alfredo Martínez; Azkorreta, Karle Olalde: 1999. Gestión
de Proyectos. Grafos.
Mendes, Décio José Teles: s/d. Construção de Edifícios – Preparação Inicial de Obra –
Estudo de Caso. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (dissertação
submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de Mestre em engenharia civil
– especialização em construções civis).
Silva, Márcio: 2001. Microsoft Project 2010. FCA Editora.
WEBLIOGRAFIA
Branco, José Paz: s/d. Organização de Estaleiros da Construção Civil. Escola Profissional
Gustave Eiffel: http://orcamentos.eu/rendimentos-de-mao-de-obra-jose-paz-branco/
Introdução ao MS Project (Bookboon): http://bookboon.com/en/project-2010-introduction-part-
i-ebook (20.janeiro.2016)
Introdução ao MS Project (Bookboon): http://bookboon.com/en/project-2010-introduction-part-
ii-ebook (20.janeiro.2016)
MS Project Avançado (Bookboon): http://bookboon.com/en/project-2010-advanced-ebook
(20.janeiro.2016)
Pedro Junqueira: MS Project 2013: www.youtube.com/watch?v=Z4o5DnBs-
VA&list=PLGzr5PC9lQ3-nP9qRXWM-4WOZRobaxd_P
Tutoriais de formação Microsoft Project 2010:
www.youtube.com/playlist?list=PLzj7TwUeMQ3gqJHJlpp8oSq-KDXiKyEtm