Ibn Battuta o Viajante Do Isla
Ibn Battuta o Viajante Do Isla
Resumo
1. OS PERSONAGENS
1
Vera Lúcia Maciel Barroso. “Ciências & Letras: História da África: do continente à diáspora.”. FAPA 44. p.
21.
2
mais de 120 mil quilômetros ( o triplo de Marco Pólo) e passando por 44 países do
Atlas atual.2 Desconhecido praticamente no mundo ocidental, é um herói em sua
terra natal. Thomas J. Abercromble relata que “próximo ao estádio de Tanger, um
globo moderno marca a pequena Praça Ibn Battuta. Encontrei o Hotel Ibn Battuta na
Rue Magellan fechado para reforma, mas logo adiante comi um Ibn Battuta búrguer
no Café Ibn Battuta. Dali se avista a balsa amarela Ibn Battuta chegando da
Espanha, a apenas 30 quilômetros, na outra margem do estreito de Gilbratar.”3
Fonte:
http://explorermikaelstrandberg.files.wordpress.com/2009/08/ibnbattuta.jpg
2. RIHLAT
2
Thomas J. Abercromble. “National Geographic: Grandes Exploradores”. 1991. p. 40.
3
Thomas J. Abercromble. “National Geographic: Grandes Exploradores”. 1991. p. 41.
3
4
Maria Cândida Ferreira de Almeida. “Palavras em viagem: um estudo dos relatos de viagens medievais
muçulmanos e cristãos”. Afro-Ásia (UFBA), art. Cit., pp. 87.
5
Maria Cândida Ferreira de Almeida. “Palavras em viagem: um estudo dos relatos de viagens medievais
muçulmanos e cristãos”. Afro-Ásia (UFBA), art. Cit., pp. 88-89.
6
Fátima Roldan, “El viaje en el mundo araboislâmico durante la Edad Media: la peregrinación y la búsqueda del
saber”, in P. Beneito e F. Roldán, Al-Andalus y el norte de África: Relaciones y influencias (Sevilla, El Monte),
2004. p. 225.
7
Vera Lúcia Maciel Barroso. “Ciências & Letras: História da África: do continente à diáspora.”. FAPA 44. p.
20.
4
Fonte: http://www.sangam.org/taraki/articles/2006/images/mpibvoya.jpg
8
Vera Lúcia Maciel Barroso. “Ciências & Letras: História da África: do continente à diáspora.”. FAPA 44. p.
23.
5
3. A VIAGEM
9
Ibn Battuta. “ A través del Islam.” Alianza Editorial. 1987. pp. 767-768.
10
Ibn Battuta. “ A través del Islam.” Alianza Editorial. 1987. p. 792
6
Um dos aspectos mais importantes do texto diz respeito aos julgamentos que
Ibn Battuta faz dos povos encontrados. Encontra virtudes e defeitos. Em Iwalatan,
além do comportamento já citado em que a mulher é compartilhada com o amigo,
Battuta diz que os homens são muçulmanos, praticam as orações, aprendem a lei,
estudam o Corão, porém suas mulheres não usam véu, embora cumpram com a sua
11
Ibn Battuta. “A través del Islam.” Alianza Editorial. 1987. p. 768
12
Ibn Battuta. “A través del Islam.” Alianza Editorial. 1987. p. 771
13
Ibn Battuta. “A través del Islam.” Alianza Editorial. 1987. p. 770
7
Esta face de Ibn Battuta fica exposta nas suas ameaças de citação dos
nomes de quem seria mesquinho com ele. Parece ser o caso claro do Rei Mansa
Sulayman que é adjetivado de “avariento del que no se puede esperar regalo de
valor.”15
Objetivo maior de sua viagem, o contato com sábios e soberanos, Ibn Battuta
se apresenta em cerimônias, audiências e festas diante de reis e autoridades.
Descreve pormenorizadamente o ambiente dos recintos, as vestes, as cerimônias,
os rituais e os elementos que estão em volta do rei. Fala em tecidos, escravos,
músicos, guerreiros, cavalos, disposição das pessoas no recinto, governadores,
juizes, etc. O relato das audiências, o uso de interlocutores, abanadores,
14
Ibn Battuta. “A través del Islam.” Alianza Editorial. 1987. p. 774.
15
Ibn Battuta. “A través del Islam.” Alianza Editorial. 1987. p. 775.
8
ornamentos que demonstram toda a pujança do rei de Mali. Ibn Battuta chega a
detalhes de gestos utilizados, a forma de caminhar e de se sentar ao trono. Mais
uma vez o nosso viajante tece o julgamento sobre o comportamento dos súditos do
rei afirmando: “Los negros son la gente más sometida a su soberano y la que más
se humila ante él”16. Em seguida faz um longo relato onde os seguidores do rei tiram
roupas, jogam terra e cinzas pelo corpo. Battuta certamente se equivoca ao não
perceber o verdadeiro alcance destes rituais, confundindo com atitudes humilhantes
e extrema submissão. Critica também os poetas e o seu “estilo bufonil”, não
entendendo também o aparato utilizado pelos mesmos e os gestos junto ao rei, só
informando se tratar de um costume anterior ao Islã.
Fonte: http://www.sfusd.k12.ca.us/schwww/sch618/IBn_Battuta/Catlanmap.jpg
16
Ibn Battuta. “A través del Islam.” Alianza Editorial. 1987. p. 778.
17
Ibn Battuta. “A través del Islam.” Alianza Editorial. 1987. p. 783.
9
4. CONCLUSÃO
Este texto apresenta uma breve análise da viagem de Abn Battuta ao Mali.
Muitas passagens não mencionadas reforçam as idéias apresentadas e a riqueza de
informações. A Rihlat de Battuta apresenta um ecletismo nas abordagens e
assuntos apresentados, possuem uma universalidade que abrange fatos pitorescos
que levam ao riso o nosso narrador, um guia prático de viagens, informações triviais
de culinária, mas também alcança reflexões sérias nas questões da fé e da prática
religiosa. O texto deixa transparecer o objetivo da transmissão do conhecimento, a
importância e alcance da experiência adquirida e o relacionamento com homens
sábios e da fé. O relato linear da narrativa nos dá uma importante situação histórica
e contextual no período da idade média, é possível traçar um paralelo com o mundo
cristão ocidental, com os acontecimentos derradeiros do império bizantino e a
presença dos Turcos no Islã. O alcance do relato de Ibn Battuta ultrapassa o caráter
científico da obra e chega ao mais descompromissado leitor com sua narrativa com
a presença de milagres e de situações estranhas como as “preferências” alimentares
dos canibais.
De tudo o que foi exposto, o caráter mais extraordinário que deve ser frisado
é a amplitude de visão do muçulmano, sua capacidade de “romper com a cegueira
humana diante de suas potencialidades espirituais”,18 o que parece contraditório
para os nossos conceitos atuais, calcados em uma idéia ocidental de
fundamentalismo religioso pelos adeptos do Islã, o que talvez nos impeça de
apreciar os maravilhosos relatos de um Ibn Battuta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
http://explorermikaelstrandberg.files.wordpress.com/2009/08/ibnbattuta.jpg, em
09/12/2009.
http://www.sangam.org/taraki/articles/2006/images/mpibvoya.jpg, em 09/12/2009.
Maria Cândida Ferreira de Almeida. “Palavras em viagem: um estudo dos relatos de viagens medievais
18
http://www.sfusd.k12.ca.us/schwww/sch618/IBn_Battuta/Catlanmap.jpg, em 09/12/2009.
Beatriz Bissio. “A viagem no medievo Islâmico: o exemplo de Ibn Battuta” in: José
Rivair Macedo. “Viajando pela África com Ibn Battuta. pp. 67-82
José Rivair Macedo e Roberta Porto Marques. “6 – Os povos do Antigo Mali vistos
por Ibn Battuta” in: “Viajando pela África com Ibn Battuta. pp. 83-84
Ibn Battuta. “A través del Islam.” Alianza Editorial. 1987. pp. 766-793.