A Revolta Camponesa de Porecatu
A Revolta Camponesa de Porecatu
A Revolta Camponesa de Porecatu
Angelo Priori
Luciana Regina Pomari
Silvia Maria Amâncio
Veronica Karina Ipólito
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A revolta camponesa de Porecatu
Introdução
Nas décadas de 1940 e 1950, aconteceu, no Estado do Paraná,
um conflito de terras de impacto nacional, denominado pela imprensa
da época de ‘a guerra de Porecatu’. O conflito ocorreu em uma região
encravada no extremo Norte do Estado do Paraná, situada no vale do
rio Paranapanema. A colonização dessa região começou no final dos
anos 1930 e início dos anos 1940, no contexto da nova política de terras,
implementada pelo Governo Vargas e conhecida como ‘Marcha para o
Oeste’.
As Ligas camponesas
O embrião da resistência armada dos camponeses de Porecatu tem
origem na fundação de Ligas Camponesas na região. A primeira notícia
que se tem da formação de uma Liga Camponesa no Estado do Paraná
ocorreu em 1944. Nesse ano dois acontecimentos marcaram o início do
movimento organizado dos posseiros de Porecatu e região. Na localidade
conhecida como Ribeirão do Tenente, um grupo de 270 famílias fundou
uma Liga Camponesa em que foram escolhidos os posseiros Herculano
Alves de Barros, Hilário Gonçalves Padilha e José Billar como seus
representantes. Em Guaraci, outro grupo de famílias também formou
uma Liga, sendo que o representante escolhido para defender os interesses
na defesa de suas terras foi o posseiro Manoel Marques da Cunha. Um
único objetivo pautou a atuação dessas duas ligas: legalizar a posse da terra
(PRIORI, 2011).
Considerações finais
O movimento dos camponeses de Porecatu permite-nos repensar
a atuação da esquerda no campo, principalmente a atuação do PCB. A
atuação desse partido, nos inícios dos anos 1950, foi motivada pela nova
linha política formulada pelos manifestos de janeiro de 1948 e agosto de
1950 (PRIORI, 2003).
É verdade que essa linha política teve, internamente, várias
resistências. A militância e algumas lideranças, principalmente a sindical,
faziam dupla atuação, ora acatando, ora não, a linha política do Partido.
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que aquela aproximação poderia se desfazer tão rapidamente como ela foi
realizada.
Referências
FELISMINO, T. A guerra de Porecatu: a história do movimento armado pela posse da
terra que sacudiu o Norte do Paraná. Folha de Londrina, Londrina, 14 a 28 jul. 1999.
PRIORI, A. O levante dos posseiros: a revolta camponesa de Porecatu e a ação do Partido
Comunista Brasileiro no campo. Maringá: Eduem, 2011.
PRIORI, A. O PCB e a questão agrária: os manifestos e o debate político acerca dos
seus temas. In: MAZZEO, A. C.; LAGOA, M. I. (Org.). Corações vermelhos: os comunistas
brasileiros no século XX. São Paulo: Cortez, 2003. p. 61-82.
VINHAS, M. O partidão: a luta por um partido de massas. São Paulo: Hucitec, 1982.
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