Aula 5 - Legislacao Ambiental
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AULA 5
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A água é em elemento natural, conforme é encontrada na natureza e não
está relacionada a nenhum uso. O recurso hídrico é a água superficial ou
subterrânea que pode ser utilizada para um determinado uso ou atividade,
podendo ser um bem econômico. Portanto, “todo recurso hídrico é água, mas
nem toda água é recurso hídrico” (Embrapa, 2022).
O aumento do uso da água e sua utilização de forma econômica, em maior
escala, fez com que a água passasse a ser reconhecida como um recurso
hídrico. São considerados recursos hídricos os rios, nascentes, lagos, córregos,
lençóis freáticos, entre outros. A água é considerada um recurso finito, escasso
e de valor econômico. Segundo Setti et al. (2001), a importância desse recurso
é tão grande que pode definir o quanto uma região, um país ou uma sociedade
pode se desenvolver.
A água é extremamente necessária para praticamente todas as atividades
humanas e ainda compõe a paisagem e o meio ambiente. Seu valor não pode
ser estimado e é um bem que deve ser protegido e conservado da melhor forma
possível.
A água está inserida em um ciclo, que é o chamado ciclo hidrológico. Ele
demonstra como a água circula entre os compartimentos da atmosfera e
litosfera, principalmente por meio da energia solar. De maneira simplificada, a
energia do sol promove a evaporação da água, que sobe até a atmosfera e se
condensa, caindo na forma de precipitação, a chuva. A evapotranspiração das
plantas também contribui para a transferência da água para a atmosfera. Ao cair
sobre a superfície, a água pode infiltrar, abastecendo os lençóis freáticos ou
escoar superficialmente, chegando até os rios, acumulando-se em lagos, ou
desaguando no mar. A rede de corpos hídricos que recebe esse escoamento
superficial proveniente da precipitação é a bacia hidrográfica, que é definida por
Tucci (2001) como
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Em outras palavras, a bacia hidrográfica é uma área que recebe a
precipitação, são diversos corpos d’água interligados formando a rede de
drenagem, e todos os escoamentos dirigem-se para o mesmo ponto final, o
exutório, devido ao relevo natural. Um desenho esquemático da bacia
hidrográfica é apresentado na Figura 1.
Crédito: stihii/Shutterstock.
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Figura 2 – Exemplos de uso da água para irrigação de culturas e geração de
energia elétrica
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É importante destacar também que a demanda por água no país vem
crescendo, havendo um aumento estimado de cerca de 80% nos últimos 20
anos. Prevê-se ainda que até 2030 o aumento da demanda seja de 24% (ANA,
2019). Fatores que podem levar ao aumento da demanda são o crescimento da
população, o aumento de áreas irrigadas, o desenvolvimento da indústria, o
aumento da necessidade de geração de energia elétrica, entre outros.
Por outro lado, a poluição dos recursos hídricos, a degradação da bacia
hidrográfica e as alterações climáticas são fatores que podem alterar a
disponibilidade hídrica, ou seja, a oferta. Sendo assim, apesar de o Brasil ter
cerca de 12% da água doce do mundo, podem existir problemas sérios de oferta
para os diferentes usos (Braga et al., 2008), principalmente devido à diferença
entre a oferta e a demanda e também em função da qualidade da água, que vem
sendo comprometida cada vez mais.
Segundo Braga et al. (2008), essas dificuldades aumentam o custo para
atender às demandas urbanas em regiões metropolitanas, devido à necessidade
de buscar água em locais mais distantes. Com base nisso, entende-se que tanto
a má distribuição dos corpos hídricos por regiões quanto a aglomeração da
população, que se concentra principalmente em grandes capitais, são fatores
que contribuem para a escassez hídrica.
Outra consideração importante é a ineficiência da utilização da água
extraída de diversas fontes para as atividades humanas, ou seja, o desperdício
que ocorre. De acordo com Setti et al. (2001), na irrigação, por exemplo,
aproximadamente 60% da água retirada acaba se perdendo pela evaporação. A
indústria e os sistemas de abastecimento também podem apresentar altos
índices de perdas. De acordo com o Ranking do Saneamento, publicado pelo
Instituto Trata Brasil, o índice de perdas na distribuição de água no país é em
média 35,6%, variando de 3,8% até valores elevadíssimos, como 83,8%, em
diferentes cidades do Brasil (Trata Brasil, 2021).
De fato, pode ser considerado um desafio disponibilizar água em
quantidade e qualidade adequadas para grandes populações considerando os
diversos usos. Portanto, a gestão dos recursos hídricos torna-se essencial. A
gestão dos recursos hídricos tem como objetivo resolver as questões de
escassez e utilizar os recursos de maneira adequada e otimizada, trazendo
benefícios para a sociedade (Setti et al., 2001).
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Segundo Braga et al. (2008), o Brasil tem um dos mais modernos sistemas
de gestão de recursos hídricos do mundo, que foi implementado com a Lei n.
9.433/97, que veremos adiante.
2.1 Fundamentos
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Como exemplo, pode-se pensar em um reservatório, construído para a
geração de energia elétrica, que também é utilizado para dessedentação de
animais e para a recreação, por exemplo. Nesses casos, a qualidade da água
deve atender a todos os usos previstos.
Em seguida, no fundamento cinco é apresentada a bacia hidrográfica
como unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos. Ou seja, todo o planejamento e gestão dos recursos hídricos é feito
baseando-se em cada bacia hidrográfica.
O fundamento 6 está totalmente relacionado ao anterior, pois afirma que
a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada, ou seja, distribuída nas
unidades que são justamente as bacias hidrográficas, devendo contar com a
participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. Para essa
gestão descentralizada são instituídos os comitês de bacias hidrográficas. Os
comitês são formados por um grupo com representantes de diversos setores.
2.2 Objetivos
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2.3 Diretrizes gerais
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uso racional da água; melhora na qualidade a aumento da disponibilidade; ações
que devem ser realizadas a fim de atender às metas; prioridades para outorga e
critérios para a cobrança do uso da água (Brasil, 1997).
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insignificantes. A outorga deve atender ao que for definido como prioridade no
plano de recursos hídricos, respeitar a classe determinada no enquadramento,
preservar o uso múltiplo e manter as condições do transporte aquaviário, se
existir (Brasil, 1997).
Em alguns casos, a outorga pode ser suspensa, de forma parcial, total,
definitiva ou por prazo determinado. Isso pode ocorrer caso não sejam cumpridas
as determinações da outorga, caso não ocorra uso em três anos consecutivos,
caso ocorra necessidade da água por situação de calamidade, para prevenir ou
reverter um dano ambiental, caso seja necessário atender a um uso prioritário
coletivo, para o qual não exista outra alternativa, ou, ainda, para manter as
condições de navegação em um corpo hídrico (Brasil, 1997).
O prazo máximo de uma outorga é de 35 anos, podendo ser renovável, e
ela não implica transferência do bem para o outorgado, tendo em vista que é um
bem coletivo, mas apenas o seu direito ao uso.
A seção IV da PNRH trata sobre a cobrança do uso da água, que é
instituída para os casos em que a outorga se faz necessária. Os objetivos da
cobrança são reconhecer que a água é um bem econômico e indicar o valor real
ao usuário, incentivar o uso racional da água e obter recursos para promover
melhorias previstas nos planos de recursos hídricos (Brasil, 1997).
Para definir os valores a serem cobrados, devem ser observados os
volumes captados ou lançados, e no caso dos lançamentos, também as
características dos efluentes. Os valores arrecadados podem ser utilizados em
estudos, programas ou obras previstos nos planos de recursos hídricos ou para
pagar despesas dos órgãos do sistema nacional de gerenciamento de recursos
hídricos, limitado a 7,5% dos valores arrecadados (Brasil, 1997).
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O SNIRH tem como objetivos reunir e divulgar dados sobre as condições
dos recursos hídricos no Brasil, tanto de qualidade quanto de quantidade. Além
disso, pretende manter atualizados os dados sobre disponibilidade e demanda
de água no país e dar suporte para a elaboração dos planos de recursos hídricos
(Brasil, 1997).
Atualmente, está disponível o Portal do SNIRH na internet, em que estão
disponíveis relatórios sobre os rios e as bacias hidrográficas brasileiras, mapas
interativos, que abordam os temas de divisão hidrográfica, quantidade de água,
qualidade da água, usos da água, balanço hídrico, eventos hidrológicos críticos,
comitês e agências de bacia, planos e enquadramento, regulação e fiscalização
e programas. Além disso, são apresentados painéis de indicadores, como a rede
de monitoramento de Covid nos esgotos, usos consuntivos da água no Brasil,
valores cobrados e arrecadados com a cobrança e indicadores do ODS6
(objetivos do desenvolvimento sustentável), que é referente à água limpa e
saneamento. Ou seja, é grande a quantidade de dados e informações
disponíveis para o acesso de todos, o que contribui para difundir os
conhecimentos sobre os recursos hídricos.
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Após a publicação da Lei 9.433/97, com o passar do tempo, o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos foi se estruturando e se
organizando. Um esquema da organização do sistema atual é apresentado na
Figura 3. Os órgãos dividem-se em normativos e deliberativos, que são aqueles
que criam as normas e tomam decisões, e os órgãos executivos, que executam
ou colocam em prática a Política Nacional de Recursos Hídricos. Os órgãos
subdividem-se ainda em âmbito federal e em âmbito estadual, cada um com suas
responsabilidades e funções.
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possíveis conflitos no uso da água, implementa a Política Nacional de Recursos
Hídricos, controla e contribui para a preservação dos recursos hídricos e
implementa o instrumento da cobrança pelo uso da água. Os detalhes dos
principais órgãos que compõem o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos serão apresentados na sequência.
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As competências dos comitês de bacias são similares às do Conselho
Nacional de Recursos Hídricos, sendo que algumas em comum são a resolução
de conflitos, a aprovação e o acompanhamento da execução do plano de
recursos hídricos e o estabelecimento da cobrança pelo uso da água. Além
disso, é previsto o lançamento de propostas de acumulações, desvios,
captações e lançamentos de pequena relevância, que devem ser isentos de
outorga; a criação de critérios e a divisão dos custos de obras que envolvam
usos múltiplos, de interesse comum ou coletivo; e a promoção de debates nas
questões envolvendo os recursos hídricos e o relacionamento com as entidades
atuantes (Brasil, 1997).
A composição dos comitês de bacias é dada por representantes do
governo federal, dos estados, dos municípios, dos usuários e das entidades civis.
Caso a bacia tenha rios de fronteira, que atravessem ou façam a divisa entre
dois ou mais estados, o comitê deve ter um representante do Ministério das
Relações Exteriores, e caso esteja em territórios indígenas, deve incluir um
representante da Fundação Nacional do Índio. Os comitês devem ter um
presidente e um secretário eleitos pelo próprio grupo (Brasil, 1997).
A Agência Nacional de Águas (ANA) foi criada com a Lei n. 9.984 no ano
2000, com o caráter de órgão executor, para fazer cumprir os objetivos e
diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas. Mais tarde,
no ano de 2020, foi incluída com a Lei n. 14.026/20 a competência referente ao
saneamento básico, e a Agência Nacional de Águas se tornou Agência Nacional
de Águas e Saneamento Básico (ANA, 2022).
A ANA, como é chamada, atua na regulação, com o acesso e uso dos
recursos hídricos que são de domínio da União, ou seja, federais, e regula a
irrigação e a adução de água bruta. Emite e fiscaliza o cumprimento de normas,
edita normas para a regulação do saneamento básico, fiscaliza outorgas e
segurança de barragens (ANA, 2022).
A atuação da ANA ainda se estende para o monitoramento, com a
coordenação da Rede Hidrometereológica Nacional, cujos dados auxiliam no
planejamento do uso da água e na prevenção de eventos críticos. Com o
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a ANA define as regras para a
operação dos reservatórios das usinas hidrelétricas (ANA, 2022).
Por fim, a ANA atua na aplicação da Política Nacional de Recursos
Hídricos, dando apoio a programas, projetos e órgãos gestores na instalação de
comitês de bacias, e como etapa de planejamento, participa de estudos, como
os planos de bacias ou relatórios, em parceria com outros órgãos (ANA, 2022).
4.5 Infrações
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São outras infrações: perfurar poços para extrair água subterrânea ou
operar poços existentes sem autorização, fraudar ou declarar de forma errada
as medições de volumes de água utilizados, infringir normas e regulamentos
estabelecidos pelos órgãos competentes e bloquear ou dificultar a fiscalização
de atividades relacionadas ao uso dos recursos hídricos (Brasil, 1997).
As penas que podem ser aplicadas são a advertência por escrito, com
prazos para regularização; multa simples ou diária, variando de cem reais a
cinquenta milhões de reais; embargo provisório ou definitivo de obras e serviços
que estejam descumprindo ou acarretando revogação da outorga. Caso
aconteça reincidência, a multa será aplicada em dobro (Brasil, 1997).
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Com o passar do tempo, entendeu-se que essa divisão não era suficiente
para abordar de forma detalhada todos os aspetos regionais e, portanto, em
2010 foi lançada a Resolução n. 109, com a proposta para delimitação das
Unidades de Gestão de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas (UGRHs).
Esse processo foi finalizado em 2020, na fase de planejamento do novo PNRH.
Foram então definidas 47 UGRHs de bacias interestaduais e 17 de bacias
estaduais (ANA, 2022). As análises e informações levantadas no PNRH são
baseadas nessa divisão.
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O PNRH apresenta ainda dados que mostram como a capacidade de
armazenamento de água tem crescido no Brasil ao longo dos anos, quais as
capacidades que os reservatórios têm de armazenar água, como as chuvas e as
vazões dos corpos hídricos tem se comportado recentemente e como isso
impactou nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional.
A disponibilidade da água subterrânea também é avaliada e estima-se
que seja em torno de 13.205 m³/s e que existam no Brasil cerca de 2,6 milhões
de poços que retiram por volta de 1.083 m³/s. No entanto, ressalta-se que o
cenário local pode ser diferente (ANA, 2022).
Complementando os dados de disponibilidade hídrica ou quantidade de
água estão os dados de qualidade da água, também essenciais para a definição
dos usos, principalmente o abastecimento humano, a recreação, a produção de
alimentos e a indústria. De maneira similar ao monitoramento quantitativo, o
monitoramento qualitativo conta com uma rede de qualidade da água superficial,
que monitora diversos parâmetros como pH, temperatura, oxigênio dissolvido,
turbidez e condutividade elétrica, por meio de sondas e também parâmetros que
precisam de análises laboratoriais, como DBO, fósforo e coliformes.
De maneira geral, foram relatados no PNRH valores baixos de oxigênio
dissolvido em locais como o rio Caboclo, no Rio de Janeiro, e no rio Beberibe,
em Recife, por exemplo. Valores de DBO acima de 10 mg L-1 foram encontrados
principalmente em corpos hídricos de São Paulo, Ceará e Rio Grande do Norte.
Valores elevados de fósforo também foram encontrados em diversos corpos
hídricos do país, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Rio
Grande do Norte. Por outro lado, altos índices de coliformes foram identificados
principalmente em corpos hídricos de São Paulo e Minas Gerais (ANA, 2022).
O Índice de Qualidade da Água (IQA) é outra informação interessante que
é calculada com base nos dados dos parâmetros OD, DBO, temperatura, pH,
coliformes termotolerantes, nitrogênio, fósforo, sólidos e turbidez, que recebem
pesos diferentes. O índice é dividido nas classes ótima, boa, regular, ruim e
péssima, de acordo com as pontuações obtidas. Felizmente, a maioria dos
pontos monitorados foram classificados com boa qualidade da água, e poucos
corpos hídricos obtiveram a classificação péssima (ANA, 2022).
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5.2 Usos da água
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Com relação aos Comitês de Bacias Hidrográficas implantados, tem-se
que os números vêm crescendo e, atualmente, existem 228 comitês estaduais e
dez interestaduais. São apresentadas também informações sobre os membros
que participam dos conselhos e dos comitês de bacias, para que se obtenha uma
representatividade igualitária (ANA, 2022).
A análise dos instrumentos de gestão é interessante, pois dá uma ideia
do avanço de uma bacia em relação à outra, dependendo da implementação e
do funcionamento dos instrumentos. Muitas vezes, a implantação de um
instrumento depende do funcionamento de outro.
Os planos de gestão de recursos hídricos, primeiro instrumento da PNRH,
são muito importantes para garantir a qualidade e a quantidade da água no
contexto dos usos múltiplos. O plano pode ser nacional, estadual, interestadual
ou de bacias. Até 2020, o levantamento dos dados apontou a existência de 12
planos de bacias interestaduais, 169 planos de bacias estaduais e 26 Planos
Estaduais de Recursos Hídricos. Alguns outros foram revisados ou estão
passando por processo de revisão (ANA, 2022).
O enquadramento dos corpos hídricos em classes de qualidade é
baseado nas Resoluções do Conama n. 357/2005 para águas superficiais e na
n. 396/2008 para as águas subterrâneas, e deve estabelecer metas progressivas
para atender aos principais usos. Enquanto não são aprovados os
enquadramentos de cada bacia, as águas doces são consideradas classe 2, e
as salinas e salobras, classe 1. O enquadramento é um instrumento que ainda
não está muito avançado nas bacias hidrográficas, apenas 3 possuem a
aprovação do enquadramento, mas ainda passíveis de revisão, as bacias do São
Francisco, Paraíba do Sul e Paranapanema. Por outro lado, 13 estados possuem
normativas que apresentam o enquadramento total ou parcial. Ressalta-se que
o enquadramento não é uma simples classificação do estado em que o corpo
hídrico se encontra, mas sim um instrumento de planejamento, que deve
apresentar metas intermediárias e finais, que serão atendidas progressivamente
(ANA, 2022b).
O Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos registrou até 2020
mais de 350 mil interferências e mais de 280 mil interferências válidas, entre
captações, usos não consuntivos, barragens e lançamentos. Para a outorga dos
recursos hídricos foram emitidas mais de 12 mil outorgas de água superficial pela
União e cerca de 44 mil outorgas estaduais, além de mais de 96 mil outorgas
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estaduais subterrâneas. Foram emitidos, ainda de 2018 a 2020 pela ANA,
aproximadamente 4.500 declarações de regularidade, para quando os usos são
considerados insignificantes e não exigem outorga (ANA, 2022).
A cobrança pelo uso da água em corpos hídricos da União encontrava-se
implementada até 2020 em seis URGHs (Unidades de Gestão de Recursos
Hídricos de Bacias Hidrográficas): Paraíba do Sul, PCJ, São Francisco, Doce,
Verde Grande e Paranaíba. Em relação aos corpos hídricos estaduais, a
cobrança existe na totalidade dos estados do Ceará, Rio de Janeiro e Paraíba e
em algumas unidades de São Paulo, Minas Gerais e Paraná (ANA, 2022). Os
valores arrecadados com a cobrança também são apresentados.
FINALIZANDO
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A PNRH instituiu também o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, cujos principais órgãos são o Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, a Agência Nacional de Águas e os Comitês de Bacias
Hidrográficas. Todos atuam na implementação da PNRH e contribuindo,
consequentemente, para a preservação dos corpos d’água.
O primeiro Plano Nacional de Recursos Hídricos foi aprovado em 2006,
com horizonte até 2020 e, portanto, um novo plano foi elaborado e
disponibilizado em 2022, com horizonte até 2040. Os principais dados de
diagnóstico e usos dos recursos hídricos no Brasil foram apresentados.
Como considerações finais, ressalta-se a complexidade encontrada na
gestão de recursos hídricos, que é, no entanto, essencial para a manutenção da
qualidade de vida e preservação do meio ambiente.
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REFERÊNCIAS
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