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Ciclo de Vida

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Ciclo de vida em diferentes culturas

A maioria dos seres humanos, se não todos, provavelmente já se perguntaram


sobre o sentido da vida, de onde viemos e para onde vamos. As respostas a
tais questionamentos são o que dá sentido a vida de muitas pessoas, de
culturas e crenças diferentes em todo o mundo. Por essa razão, o estudo do
ciclo de vida em diferentes culturas é fundamental para compreendermos suas
cosmovisões.

De acordo com o dicionário ciclo de vida, ou biociclo, trata-se de um “conjunto


de etapas por que passa um determinado ser vivo, do nascimento à morte”.
Cada cultura lida com as transições da vida de uma maneira, podendo ser cada
etapa mais intensa e significativa para uns do que para outros.

A pergunta “de onde viemos?” leva-nos a identificar o que ‘concepção’ e


‘nascimento’ representam para os povos. Como cada ser vivo é gerado?
Existem povos que acreditam que um recém-nascido é, na verdade, o espírito
de um antepassado reencarnado, como acontece entre os ilhéus de Trobriand.

Entre o povo Bassani, do Togo, há um mito sobre o primeiro Bassani, que se


casou com as “filhas dos homens”, que eram impuras. Por conta disso, todos
do povo Bassani adquirem esse pecado, pois o mesmo reside na mulher e é
transmitido por ela. Dizem que o fracasso do homem está em seu nascimento e
casamento por causa da mulher. Se não fosse assim, os homens não
pecariam.

Quanto aos nomes de cada criança, para alguns povos tem um significado
muito importante. Em certas culturas, como a dos ciganos romanis, é realizado
um batismo onde o bebê é de modo formal, considerado um ser humano, e se
confirma o seu nome. Alguns amuletos são usados para proteção de espíritos
malignos. Nas tribos dos Konkombas a criança recebe um nome temporário
para sua proteção em seus primeiros anos de vida, pois se acredita que um
espírito de morte, chamado Libuln, pode atacar e até matar as crianças
pequenas e frágeis.

Na cosmovisão bíblica, o nome era significativo, como vemos no nascimento


de Samuel. Ana, sua mãe, lhe concedeu esse nome por ter sido ouvida por
Deus quando pediu por um filho (1 Sm 1:20). Em Gênesis, lemos Rebeca
dando o nome do seu primeiro filho de Esaú, por ser peludo e de Jacó por ter
agarrado o calcanhar de seu irmão (Gn 25:25-26).

O rito da puberdade ou de iniciação é relevante em muitas culturas. Trata-se da


transição da infância para fase adulta. Para nós brasileiros, por exemplo, é
comum acontecerem festas de 15 anos para as meninas. Em outros povos,
porém, esse é um rito obrigatório. Entre os Xhosas, acontece a circuncisão
com meninos para tornarem-se um homem e para constituir uma família. Esses
jovens são levados para um local onde a circuncisão é feita por uma faca ou
navalha e depois eles ficam em um abrigo até que a ferida seja curada.
Rapazes aborígenes australianos e da tribo Okiek do Quênia também passam
pela circuncisão.

Outra etapa da vida muito importante é o casamento que, de acordo com cada
cultura, pode ser uma aliança familiar, por escolha, por promessa, troca ou
dote.

Algo que deve ser observado ao estudar uma cultura é “o que causa a morte?”,
“ela é recompensa ou punição”, “há propósito na morte?”, “é uma passagem ou
um fim?”. Cada povo se comporta de determinada maneira dependendo de
como lida com essas perguntas. Para alguns, uma pessoa deixa de viver na
sociedade e passa a morar em outro mundo, enquanto que outros povos creem
que a pessoa que morreu continua presente entre eles, como acontece entre
os chineses.

Os Konkombas anseiam por morrerem idosos, com muitos filhos, tendo um


funeral cheio de pessoas dançando. Ao longo da vida, adquirem cabras, vacas
e galinhas e as guardam, para que, caso alguém morra, esses animais sejam
sacrificados ao espírito temido Grumadii, livrando assim o espírito do falecido
das mãos de Grumadii.

Por fim, o estudo da história e dos comportamentos contribui para


compreensão da “procedência da vida, seu propósito e limitações, seus
temores e tabus, seu destino” e, portanto, a cosmovisão de cada povo.
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