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EDIÇÃO SUPLEMENTAR 4

SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA ARTIGO ORIGINAL

Infecção por HIV em gestantes e os desafios para o cuidado pré-natal


HIV infection in pregnant women and its challenges for the prenatal care
Infección por VIH en embarazadas y los desafíos para la atención prenatal

RESUMO
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da infecção pelo HIV em gestantes. Métodos: Estudo
Lidiane de Nazaré Mota TrindadeI
analítico com abordagem quantitativa. Resultados: A taxa de HIV em gestantes aumentou de
ORCID: 0000-0003-2202-8138 1,5 em 2010 para 3,3 casos/mil nascidos vivos em 2017. Verificou-se associação significante entre
Laura Maria Vidal NogueiraI o prénatal e as variáveis escolaridade (p < 0,0001), ocupação (p = 0,0105), idade gestacional
(p < 0,0001) e tipo de parto (p < 0,0001). A taxa média de adesão ao tratamento antirretroviral
ORCID: 0000-0003-0065-4509
no pré-natal foi de 68,8% (DP = ± 3,7). Conclusão: As elevadas taxas de detecção de HIV em
Ivaneide Leal Ataide RodriguesI gestantes remetem à necessidade de intensificação do cuidado às mulheres durante o pré-
natal, com garantia de integralidade da assistência, diagnóstico precoce e aprimoramento
ORCID: 0000-0001-9968-9546
de estratégias para a melhoria da adesão ao tratamento antirretroviral visando à supressão
Angela Maria Rodrigues FerreiraI viral materna no momento do parto e redução do risco de transmissão vertical.
ORCID: 0000-0001-6321-7512 Descritores: Infecções por HIV; Gestantes; Cuidado Pré-Natal; Transmissão Vertical de Doença
Infecciosa; Saúde Pública.
Gracileide Maia CorrêaI
ORCID: 0000-0003-0562-9572 ABSTRACT
Natasha Cristina Oliveira AndradeI Objective: To analyze the epidemiological profile of HIV infections in pregnant women.
Methods: Analytical study with a quantitative approach. Results: The HIV rate in pregnant
ORCID: 0000-0001-8396-3723 women increased from 1.5/1000 babies born alive, in 2010, to 3.3/1000 in 2017. There was a
significant association between the prenatal and the variables educational level (p<0.0001),
occupation (p=0.0105), gestational age (p < 0.0001), and type of delivery (p < 0.0001). The
mean rate of adherence to the antiretroviral treatment in the prenatal was 68.8% (DP = ±
I
Universidade do Estadodo Pará. Belém, Pará, Brasil. 3.7). Conclusion: The high rates of HIV detection in pregnant women suggest the need to
intensify the health care to women during the prenatal, guaranteeing an integral care, early
Como citar este artigo: diagnoses, and enhancing the strategies to improve the adherence to the antiretroviral
Trindade LNM, Nogueira LMV, Rodrigues ILA, Ferreira AMR, treatment, aiming to achieve the viral suppression of the mother by the time of childbirth,
Corrêa GM, Andrade NCO. HIV infection in pregnant thus diminishing the risk of a vertical transmission.
women and its challenges for the prenatal care. Descriptors: HIV infections; Pregnant Women; Prenatal Care; Infectious Disease Transmission,
Rev Bras Enferm. 2021;74(Suppl 4):e20190784. Vertical; Public Health.
doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0784
RESUMEN
Objetivo: Analizar el perfil epidemiológico de la infección por VIH en embarazadas. Métodos:
Autor Correspondente: Estudio analítico con abordaje cuantitativo. Resultados: La tasa de VIH en embarazadas
Lidiane de Nazaré Mota Trindade aumentó de 1,5 en 2010 para 3,3 casos/mil nacidos vivos en 2017. Se verificó relación
E-mail: lnmtrindade@gmail.com significante entre el prenatal y las variables escolaridad (p < 0,0001), ocupación (p = 0,0105),
edad gestacional (p < 0,0001) y tipo de parto (p < 0,0001). La tasa media de adhesión al
tratamiento antirretroviral en el prenatal fue de 68,8% (DP = ± 3,7). Conclusión: Las elevadas
tasas de detección de VIH en embarazadas remiten a la necesidad de intensificación de
EDITOR CHEFE: Dulce Barbosa
la atención a las mujeres durante el prenatal, con garantía de integridad de la asistencia,
EDITOR ASSOCIADO: Elucir Gir diagnóstico precoz y perfeccionamiento de estrategias para la mejoría de la adhesión al
tratamiento antirretroviral objetivando a la supresión viral materna en el momento del parto
Submissão: 27-01-2020 Aprovação: 03-10-2020 y reducción del riesgo de transmisión vertical.
Descriptores: Infecciones por VIH; Embarazadas; Atención Prenatal; Transmisión Vertical de
Enfermedad Infecciosa; Salud Pública.

http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0784 Rev Bras Enferm. 2021;74(Suppl 4): e20190784 1 de 7


Infecção por HIV em gestantes e os desafios para o cuidado pré-natal
Trindade LNM, Nogueira LMV, Rodrigues ILA, Ferreira AMR, Corrêa GM, Andrade NCO.

INTRODUÇÃO MÉTODOS

O aumento progressivo de casos de HIV/aids em mulheres Aspectos éticos


em idade reprodutiva contribuiu para o incremento nas taxas de
transmissão vertical, apresentando-se como importante desafio O estudo é parte da dissertação de mestrado intitulada “Padrões
para as políticas públicas de saúde(1-3). espaciais da infecção pelo HIV em gestantes indígenas e não
A região Norte do Brasil destaca-se no cenário nacional como indígenas e sua relação com os determinantes socioeconômicos”;
a que detém maior crescimento nos coeficientes de detecção de e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Curso de
HIV em gestantes nos últimos dez anos. Dentro desse panorama Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará
epidemiológico, o estado do Pará apresentou a quarta maior taxa (UEPA), conforme as recomendações da Resolução 466/12 do
do país de detecção de HIV em gestantes, registrando índice de Conselho Nacional de Saúde.
3,4 casos/mil nascidos vivos em 2017(1).
O HIV na gestação afeta a qualidade de vida das mulheres e traz Desenho, local do estudo, período
repercussões negativas para o binômio mãe-filho, principalmente
quando o diagnóstico é realizado tardiamente, tornando a elimina- Trata-se de um estudo analítico, transversal, com abordagem
ção da transmissão vertical do HIV algo cada vez mais distante(4-5). quantitativa, realizado com casos de HIV em gestantes residentes
Estudos demostraram que o risco de transmissão do HIV du- no estado do Pará, notificados ao Sistema de Informações de
rante o trabalho de parto é bastante expressivo, correspondendo Agravos de Notificações (SINAN), no período de 2010 a 2017. O
a cerca de 65%, ao passo que tal risco no decorrer da gestação estado localiza-se na região Norte do Brasil, é constituído por
e amamentação é de 35% e 22%, respectivamente. Entretanto, 144 municípios e configura-se como o segundo maior estado do
a implementação de medidas profiláticas ao longo da gestação país em extensão territorial, com 1.248.042,515 km² e população
e parto reduz o risco de transmissão materno-infantil a índices estimada de 8.602.865 habitantes em 2019(13).
menores que 2%(6-7).
Os principais fatores associados a essa via de transmissão População do estudo; critérios de inclusão e exclusão
refere-se sobretudo à alta carga viral materna, não utilização de
antirretrovirais, ruptura da membrana amniótica superior a quatro A população-alvo do estudo constituiu-se por 2.400 casos de
horas, via do parto, prematuridade da criança e uso de drogas(4,8-9). HIV em gestantes, sendo adotados como critérios de inclusão:
Mulheres jovens, com baixo padrão socioeconômico e com ser residente no estado do Pará e ter o caso notificado ao SINAN
poucos anos de estudo apresentam-se como grupo vulnerável no período de 2010 a 2017.
para a infecção perinatal, seja pelo desconhecimento dos fatores Excluíram-se as notificações duplicadas e aquelas cujas variá-
relacionados à infecção, seja pela possibilidade de gestações veis do estudo apresentavam incompletudes e inconsistências.
consecutivas sem acompanhamento pré-natal adequado(4-10-11).
Nesse sentido, a realização de testes para detecção do HIV du- Protocolo do estudo
rante o pré-natal é uma oportunidade para a triagem sorológica.
O conhecimento do diagnóstico positivo para o vírus direciona Os dados foram solicitados à Coordenação Estadual de IST/aids
ações de saúde, tais como a escolha da terapia antirretroviral e Hepatites Virais da Secretaria de Saúde Pública do Pará (SESPA),
(TARV) adequada, o planejamento do tipo de parto e o início disponibilizados no formato de banco de dados. Os casos de HIV
precoce da profilaxia para os recém-nascidos expostos, a fim de em gestantes foram exportados para o programa Microsoft Office
minimizar os fatores de riscos da infecção pelo HIV da mãe para Excel® 2010 e posteriormente organizados segundo as variáveis
o filho e desfechos pós-natais desfavoráveis(8-9). do estudo: ano de notificação, idade, escolaridade, raça/cor,
Pelo exposto, a prevenção da transmissão vertical do HIV con- ocupação, realização do pré-natal, evidência laboratorial para o
figura-se como um desafio importante para a equipe de saúde HIV, uso de antirretrovirais durante o pré-natal, idade gestacional
no âmbito do acompanhamento pré-natal, de modo especial no momento da notificação e tipo de parto.
para a assistência de enfermagem, tanto pela complexidade
que envolve a atenção a essa gestante quanto pelo cuidado di- Análise dos resultados e estatística
ferenciado demandado ao binômio mãe-filho(12). Logo, torna-se
imprescindível a análise do HIV nesse público feminino de forma Procedeu-se ao cálculo da taxa de detecção de HIV em ges-
mais ampla, levando em consideração as especificidades locais e tantes (por mil nascidos vivos), segundo ano de notificação.
a adesão às estratégias no pré-natal para a prevenção e controle Para a composição dos denominadores, utilizou-se o número
da transmissão vertical do vírus da aids. de nascidos vivos fornecidos pelo Sistema de Informação sobre
Nascidos Vivos (SINASC). As variáveis foram analisadas por meio do
OBJETIVO software Bioestat 5.3. Para verificar a associação entre a realização
do prénatal e as demais variáveis do estudo, foram empregados
Analisar o perfil epidemiológico da infecção pelo HIV em os testes G e qui-quadrado de Pearson, considerando o nível de
gestantes. significância de 5% (p < 0,05).

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Infecção por HIV em gestantes e os desafios para o cuidado pré-natal
Trindade LNM, Nogueira LMV, Rodrigues ILA, Ferreira AMR, Corrêa GM, Andrade NCO.

RESULTADOS Considerando a evidência laboratorial do HIV, os resultados


demonstraram que 50,3% das gestantes descobriram sua condição
A análise das variáveis sociodemográficas, apresentada na Ta- sorológica durante o pré-natal, e 31,9% já tinham conhecimento
bela 1, denota prevalência na faixa etária de 20 a 29 anos (59,8%). dessa condição antes da gravidez. Ressalta-se o percentual signi-
Ainda, identificou-se que 50,1% das gestantes relataram ter ensino ficativo (16,5%) de casos notificados durante o parto (Tabela 2).
fundamental e 89,8% declararam ser pardas, e foi este o fenótipo
com maior representatividade entre os casos notificados. Quanto Tabela 2 – Distribuição de casos de HIV em gestantes, segundo evidência
à ocupação, a maior parte (46,8%) referiu ser dona de casa. laboratorial, Pará, Brasil, 2010-2017

Tabela 1 – Características sociodemográficas de gestantes com HIV, segundo Evidência laboratorial N = 2400 %
realização do acompanhamento pré-natal, Pará, Brasil, 2010-2017
Antes do pré-natal 765 31,9
Durante o pré-natal 1.207 50,3
Acompanhamento Valor Durante o parto 396 16,5
Variáveis Total pré-natal Após o parto 32 1,3
de p
n (%) Sim (%) Não (%) Fonte: SINAN/SESPA/CE IST-AIDS, 2019.
Idade
< 15 17 (0,7) 16 (0,7) 1 (0,4) Quanto à taxa de utilização de TARV durante o pré-natal
15 a 19 376 (15,7) 348 (16,0) 28 (12,2) (Figura 2), observa-se sensível declive na adesão ao tratamento
20 a 29 1.436 (59,8) 1.290 (59,4) 146 (63,8) 0,5747* pelas gestantes no decorrer da série temporal. O ano de 2012
30 a 39 542 (22,6) 491 (22,6) 51 (22,3)
40 a 49 29 (1,2) 26 (1,2) 3 (1,3) registrou o maior percentual de utilização da terapia para o HIV
Escolaridade entre mulheres que realizaram acompanhamento pré-natal, com
Analfabeto 19 (0,8) 10 (0,5) 9 (3,9) 75,5% (X = 68,8 e S = ± 3,7).
Ensino fundamental 1.202(50,1) 1.058 (48,7) 144 (62,9)
Ensino médio 763 (31,8) 723 (33,3) 40 (17,5) < 0,0001*
Ensino superior 57 (2,4) 57 (2,6) 0 (0) 90
Ignorado/branco‡ 359 (15,0) 323 (14,9) 36 (15,7)
80
Raça/Cor
TARV no pré-natal (%)

70
Branca 104 (4,3) 99 (4,6) 5 (2,2)
Preta 118 (4,9) 105 (4,8) 13 (5,7) 60
Amarela 15 (0,6) 13 (0,6) 2 (0,9) 0,3149* 50
Parda 2.156 (89,8) 1.947 (89,7) 209 (91,3) 40
Indígena 7 (0,3) 7 (0,3) 0 (0) 30
Ocupação 20
Dona de casa 1.124 (46,8) 1.016 (46,8) 108 (47,2)
Empregada doméstica 367 (15,3) 323 (14,9) 44 (19,2) 10
Estudante 126 (5,3) 121 (5,6) 5 (2,2) 0,0105† 0
Outras 120 (5,0) 115 (5,3) 5 (2,2) 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Ignorada/em branco‡ 663 (27,6) 596 (27,5) 67 (29,3) Ano
Fonte: SINAN/SESPA/CE IST-AIDS, 2019. Fonte: SINAN/SESPA/CE IST-AIDS, 2019.
Nota: *Teste G; † Teste qui-quadrado (X2) de Pearson; ‡ Não incluídos na análise estatística. Figura 2 – Taxa de utilização de TARV durante o pré-natal, segundo ano de
notificação, Pará, Brasil, 2010-2017
A análise bivariada das variáveis sociodemográficas e realização
do pré-natal apresentou associação estatisticamente significante Na Tabela 3, consta a análise das variáveis obstétricas das
com escolaridade (< 0,0001) e ocupação (0,0105). gestantes com HIV em relação ao pré-natal. Os resultados reve-
No estado, a taxa de detecção de HIV em gestantes vem laram que 67% encontravam-se no 3º trimestre de gestação no
apresentando tendência de aumento nos últimos anos, com momento da notificação, com significância estatística entre a
crescimento médio anual de 0,8%. O coeficiente passou de 1,5 idade gestacional e a realização do pré-natal (< 0,0001).
casos/mil nascidos vivos em 2010 para 3,3 casos/mil nascidos
vivos em 2017 (Figura 1). Tabela 3 – Variáveis obstétricas das gestantes com HIV, segundo realização
do acompanhamento pré-natal — Pará, Brasil, 2010-2017
4.0
Taxa de detecção (x 1000 NV)

y = 0,302x + 0,9396
3.5 R2 = 0,8981 Acompanhamento
3.0 pré-natal Valor
Variáveis Total
2.5 de p
n (%) Sim (%) Não (%)
2.0
1.5 Idade gestacional
1º trimestre 304 (12,7) 280 (12,9) 24 (10,5)
1.0
2º trimestre 447 (18,6) 432 (19,9) 15 (6,6)
0.5 < 0,0001
3º trimestre 1.608 (67,0) 1.423 (65,5) 185 (80,8)
0.0 Ignorada/não se aplica‡ 41 (1,7) 36 (1,7) 5 (2,2)
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Tipo de parto
Ano Vaginal 319 (13,3) 246 (11,3) 73 (31,9)
Cesárea eletiva 395 (16,5) 371 (17,1) 24 (10,5)
Fonte: SINAN/SESPA/CE IST-AIDS, 2019.
Nota: NV = Nascidos Vivos. Cesárea de urgência 1.124 (46,8) 1.020 (47,0) 104 (45,4) < 0,0001
Figura 1 – Taxa de detecção de HIV em gestantes, segundo ano do parto, Ignorada/não se aplica‡ 562 (23,4) 534 (24,6) 28 (12,2)
Pará, Brasil, 2010-2017 Nota: Teste qui-quadrado (X2) de Pearson; ‡ Não incluídos na análise estatística.

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Trindade LNM, Nogueira LMV, Rodrigues ILA, Ferreira AMR, Corrêa GM, Andrade NCO.

A análise residual evidenciou que mulheres assistidas no HIV durante o pré-natal, reforçando a importância do acompa-
pré-natal conheciam seu diagnóstico para o HIV mais preco- nhamento para a triagem sorológica, a fim de garantir o início da
cemente quando comparadas àquelas que não realizaram o TARV para controle da carga viral, e consequentemente, redução
acompanhamento (Tabela 3). dos riscos da transmissão vertical para a criança(4-6-24).
Em relação ao tipo de parto, a cesárea de urgência foi mais Do mesmo modo, estudo realizado no Rio Grande do Norte
frequente, com 46,8% do total de casos (Tabela 3). Identificou-se observou que 44,3% das gestantes descobriram seu status
diferença significante entre o tipo de parto e a realização do sorológico durante o pré-natal(25). A gestação é um momento
pré-natal (< 0,0001). Por meio da análise de resíduo, foi possível delicado, quando a mulher se encontra em fase de desenvolvi-
identificar que o parto vaginal é mais frequente entre mulheres mento biológico, psicológico e social, tendo como uma das suas
que não realizaram o pré-natal (31,9%) do que entre aquelas que principais preocupações gerar uma criança saudável. Contudo, a
foram acompanhadas pela equipe de saúde (11,3%). gestação acompanhada do HIV traz à tona situações de conflitos
pessoais, familiares, sentimentos de indignação e até indiferença,
DISCUSSÃO pois muitas mulheres não se percebem vulneráveis ao HIV até
terem seu diagnóstico revelado pelo profissional de saúde(5-25-27).
Os resultados descritos demonstraram crescimento significativo Por isso, o enfermeiro tem papel importante nesse cenário, pois
no coeficiente de detecção do HIV em gestantes no estado do participa ativamente do cuidado dessas mulheres na realização
Pará, ao longo dos anos do estudo, registrando índice bastante de consulta pré-natal, orientando sobre a terapia antirretroviral
expressivo em 2017, quando comparado à taxa nacional para o materna, suspensão da amamentação, inibição da lactação e
mesmo ano(1). cuidados ao recém-nascido(21-28-29).
O incremento no número de casos de infecção nessa popula- Um achado preocupante diz respeito ao número de casos
ção ratifica a necessidade de redefinição de ações programáticas confirmados de HIV durante o parto, apontando: necessidade
no estado, bem como o reconhecimento dos condicionantes da de ampliação da cobertura pré-natal; fragilidade na assistência
vulnerabilidade feminina diante do contexto do HIV/aids, tendo prestada; e oportunidades perdidas de realização de testes
em vista a redução e prevenção efetiva de casos de HIV entre rápidos para HIV(11-21-30).
gestantes, as quais apresentam risco potencial para a transmissão Sabe-se que o pré-natal de qualidade contribui para queda
vertical do vírus(8-9-11,14). nos indicadores de morbimortalidade materno-infantil por meio
No Brasil, o perfil epidemiológico da infecção em gestantes da identificação do risco gestacional e condução adequada da
tem sido caracterizado pelo aumento do número de casos em gestante(31). Para tanto, a disponibilização de testes rápidos para
mulheres jovens, com baixo nível de escolaridade e que não detecção do HIV e outras infecções mostra-se como importante
exercem atividade remunerada, resultados semelhantes aos instrumento ao diagnóstico precoce, de preferência no primeiro
encontrados neste estudo(5-10). trimestre, a fim de garantir tratamento de infecções em tempo
A associação significante entre as variáveis escolaridade e oportuno e implementação de medidas de intervenção que
ocupação das gestantes com a realização do pré-natal sugere a impactem a redução da transmissão vertical(10-24-32-33).
necessidade de análise mais ampla de fatores socioeconômicos A análise da idade gestacional no momento da notificação
que potencializam o risco de exposição ao vírus da aids. revelou prevalência de mulheres no terceiro trimestre. Esse dado
Admite-se que o baixo grau de instrução possui relação com demonstra captação tardia das gestantes e retardo no início
aumento do número de casos de HIV em países em desen- da profilaxia antirretroviral, fatores contribuintes para a pouca
volvimento(4-15). Tal fato justifica-se, possivelmente, pela maior efetividade na prevenção da transmissão vertical(4-34).
dificuldade de compreensão das informações disponibilizadas A região Norte do país apresenta um dos menores índices de
pelos profissionais de saúde e reconhecimento da suscetibili- realização do primeiro teste de HIV no pré-natal durante o primeiro
dade em relação à infecção pelo HIV, refletindo na não redução trimestre de gestação, apontando para falhas no cumprimento
de comportamentos de risco e consequentemente na piora da do protocolo de prevenção da transmissão vertical preconizado(3).
qualidade de vida do indivíduo(16-17). Estudos dão conta de que a principal causa para a não supres-
Outrossim, a baixa escolaridade tende a dificultar a inserção são viral do HIV no momento do parto é a adesão insuficiente, e
no mercado de trabalho(18), o que explicaria os resultados encon- isso reforça que a identificação tardia do vírus é fator dificultador
trados, segundo os quais a maior parte das gestantes (46,8%) para que medidas profiláticas sejam implementadas de forma
relatou não exercer atividade remunerada. Estudos semelhantes efetiva e segura, garantindo carga viral indetectável no momento
evidenciaram predomínio do HIV em donas de casas e em mulheres do parto(4-10-11).
que exerciam atividades com baixas remunerações(2,4-19-20). Diferenças significantes foram observadas ao se analisar idade
Vale ressaltar ainda que a ausência de atividade remunerada gestacional e realização do pré-natal, daí se inferindo que mu-
propicia a dependência financeira dessas mulheres em relação lheres com esse tipo de assistência durante a gestação tendem
aos seus cônjuges(21), o que pode impactar o poder de negociação a identificar o HIV mais precocemente quando comparadas às
referente ao uso do preservativo durante as relações sexuais, que não realizam o acompanhamento.
tornando-as vulneráveis à exposição ao HIV e outras doenças No tocante ao tipo de parto, os resultados identificaram
sexualmente transmissíveis(16,22-23). que a cesárea de urgência foi a principal via de nascimento. Em
Quanto à evidência laboratorial, os dados mostram que a outro estudo que avaliou a cascata de cuidado na prevenção da
maioria das gestantes teve acesso ao diagnóstico positivo para transmissão vertical do HIV nos estados do Rio de Janeiro, Rio

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Infecção por HIV em gestantes e os desafios para o cuidado pré-natal
Trindade LNM, Nogueira LMV, Rodrigues ILA, Ferreira AMR, Corrêa GM, Andrade NCO.

Grande do Sul, Espírito Santo, Amazonas, Ceará e Distrito Federal, Limitações do estudo
a principal via foi a cesárea eletiva, com índices expressivos nas
três últimas unidades da federação(35). A limitação do estudo refere-se ao uso de fonte secundária
É importante lembrar que as recomendações do Ministério da que pode apresentar subnotificações, inconsistências e incom-
Saúde para a prevenção da transmissão vertical não contraindicam pletudes em razão do preenchimento inadequado das fichas de
o parto vaginal em gestantes vivendo com HIV/aids, desde que notificação e da alimentação no Sistema de Informação.
sua carga viral esteja dentro de parâmetros seguros. O protocolo
reforça que a cesárea eletiva é via indicada apenas para gestantes Contribuições para a área da enfermagem, saúde ou
com carga viral desconhecida ou maior que 1.000 cópias/mL(36). política pública
Nesse sentido, os percentuais significativos de cesáreas eletivas
e de urgência encontrados neste estudo alertam para um possível A pesquisa contribuiu para a análise e discussão da problemática
acompanhamento inadequado no pré-natal, com comprometi- do HIV em gestantes no estado do Pará. Os resultados possibilitaram
mento da adesão à TARV pelas gestantes, principal motivo para ainda o reconhecimento das alterações no perfil epidemiológico da
a não supressão viral no momento do parto(4,20-37). infecção nos últimos anos, promovendo subsídios para avaliação
A adesão ao tratamento promove a melhoria do estado de da assistência pré-natal oferecida às gestantes e planejamento das
saúde e da sobrevida das pessoas vivendo com HIV/aids, fato- ações de controle da transmissão vertical do HIV.
res que podem favorecer a maternidade e diminuir o risco de
transmissão vertical, motivo pelo qual está indicada para toda CONCLUSÃO
gestante com HIV independentemente de sua condição clínica
e deve ser mantida mesmo após o parto(36). O aumento significativo da taxa de detecção do HIV em ges-
A média de utilização de TARV durante o pré-natal corresponde tantes nos últimos anos reforça a necessidade de redefinição de
a 68,8%, percentual aquém do esperado quando comparado a estratégias para o enfrentamento da infecção pelo HIV/aids, bem
taxas de adesão descritas na literatura científica(7-11-35). Tal fato como de aprimoramento de políticas públicas direcionadas à
evidencia os desafios enfrentados no estado do Pará para o cum- prevenção da infecção e voltadas para as mudanças evidenciadas
primento da meta de eliminação da transmissão vertical do HIV(38). no cenário epidemiológico.
Algumas hipóteses têm sido levantadas para justificar a não Torna-se imprescindível a abordagem precoce da gestante a
adesão à TARV durante o prénatal, dentre elas: a dificuldade de fim de realizar tanto o diagnóstico do HIV em tempo oportuno
acesso aos serviços de saúde, a ausência de identificação precoce quanto o tratamento de forma segura e eficaz, com vista à su-
do diagnóstico, a burocratização do sistema de referência para pressão da carga viral materna.
o serviço especializado e a falta de qualificação profissional na Nesse sentido, as ações efetivas para o controle da transmissão
assistência à gestante com HIV/aids(39). Esses fatores repercutem na vertical devem ser pautadas na intensificação das estratégias
qualidade do pré-natal e atuam sinergicamente para o aumento de prevenção, ampliação do acesso ao diagnóstico, descentra-
do número de casos de HIV/aids em menores de 5 anos(4,16-19-32). lização dos serviços de atenção às pessoas vivendo com HIV/
Pelo exposto, depreende-se que o diagnóstico precoce, o aids e investimento na qualificação profissional. Essa última
acompanhamento adequado durante o pré-natal e o cuidado ação refere-se especialmente ao enfermeiro, por exercer papel
de enfermagem qualificado com vistas à atenção integral da fundamental na assistência pré-natal e nas demais fases da linha
gestante e de suas necessidades mostram-se importantes para do cuidado (parto e puerpério). Com isso, busca-se garantir a
a adesão ao tratamento durante o período gravídico e, por sua melhoria da qualidade da assistência à saúde dessas mulheres
vez, para a redução dos coeficientes de transmissão vertical(10-21). e de seus recém-nascidos.

REFERÊNCIAS

1. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das
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