Aps de Saúde Do Idoso
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Não. A conceituação de "doença única" onde um único problema pode decifrar todos os sinais e
sintomas, não se aplica à pessoas idosas, pois, essas frequentemente apresentam uma somatória de
sinais e sintomas, resultado de diversas doenças concomitantes, onde a insuficiência de um sistema pode
levar à insuficiência de outro, o que costuma ser nomeado "efeito cascata".
Necessita-se fazer uma extensa avaliação dos antecedentes diagnósticos, com ênfase nas doenças
crônicas que mantêm-se ativas. Dada sua prevalência, têm-de ser sempre investigadas sistematicamente,
para serem excluídas afecções cardiovasculares, em especial doença hipertensiva; diabetes e suas
complicações; déficits sensoriais (auditivo e visual); afecções osteoarticulares; déficits cognitivos.
Acuidade Visual
O processo natural de envelhecimento associa-se à uma redução da acuidade visual devido às alterações
fisiológicas das lentes oculares, déficit de campo visual e doenças de retina. Cerca de 90% das pessoas
idosas necessitam do uso de lentes corretivas para enxergar adequadamente. Ao avaliar essa função,
pergunte à pessoa idosa se ela sente dificuldade ao ler, assistir televisão, dirigir ou para executar
qualquer outra atividade da vida cotidiana.
Acuidade Auditiva
Cerca de um terço das pessoas idosas referem algum grau de declínio na acuidade auditiva. A
presbiacusia - perda progressiva da capacidade de diferenciar os sons de alta frequência - é uma das
causa mais comuns relacionadas a essa queixa. Muitas vezes, o idoso pode não perceber essa perda e,
por essa razão, não referi-la.
Alimentação e Nutricão
A antropometria é muito útil para o diagnóstico nutricional dos idosos. É um método simples, rápido, de
baixo custo e com boa predição para doenças futuras, mortalidade e incapacidade funcional, podendo ser
usada como triagem inicial, tanto para diagnóstico quanto para o monitoramento de doenças.
Depressão
É um dos transtornos psiquiátricos mais comuns entre as pessoas idosas e sua presença necessita ser
avaliada. As mulheres apresentam prevalências maiores que os homens na proporção de 2 : 1. Pessoas
idosas doentes ou institucionalizadas também apresentam prevalências maiores. A depressão leve
representa a presença de sintomas depressivos frequentemente associados com alto risco de
desenvolvimento de depressão maior, doença física, maior procura pelos serviços de saúde e maior
consumo de medicamentos. É essencial que seja feita a diferença entre tristeza e depressão, uma vez
que os sintomas depressivos podem ser mais comuns nessa faixa etária ocorrendo, com frequência, no
contexto de desordens médicas e neurológicas.
Mobilidade
APS DE SAÚDE DO IDOSO
A grande predisposição da pessoa idosa à instabilidade postural e à alteração da marcha aumenta o risco
de quedas e, por essa razão, equilíbrio e marcha devem ser avaliados constantemente. As alterações na
mobilidade e quedas podem ocorrer por disfunções motoras,de sensopercepção, equilíbrio ou déficit
cognitivo. A dinâmica do aparelho locomotor sofre alterações com uma redução na amplitude dos
movimentos, tendendo a alterar a marcha, passos mais curtos e mais lentos com tendência a arrastar os
pés. A amplitude de movimentos dos braços também diminui. A base de sustentação se amplia e o centro
de gravidade corporal tende a se adiantar, em busca de maior equilíbrio.
Quedas
Quedas representam um grande problema para as pessoas idosas e estão associadas à elevados índices
de morbimortalidade, redução da capacidade funcional e institucionalização precoce. O profissional deve
questionar a ocorrência e frequência de quedas, registrando na Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa.
Vacinação
A influenza (gripe) é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, altamente contagiosa que acomete
o trato respiratório e onde a ocorrência se observa em maior intensidade ao final do outono e durante o
inverno. Embora tipicamente de pouca relevância em sua forma não complicada, é uma doença que se
dissemina rapidamente e apresenta elevada morbimortalidade em grupos de mais vulneráveis. As
pessoas idosas, especialmente aquelas institucionalizadas ou as portadoras de doenças crônicas de
base, são mais sucetíveis a sérias complicações relacionadas à gripe (pneumonia primária viral pelo vírus
da influenza, pneumonia bacteriana secundária, pneumonia mista, exacerbação de doença pulmonar ou
cardíaca e óbito).
Avaliação Cognitiva
A avaliação cognitiva deve fazer parte da avaliação clínica, porque ajuda na identificação das principais
alterações na saúde mental das pessoas idosas. O desempenho físico e social do idoso depende da
integridade de suas funções cognitivas. A perda de memória recente e a habilidade de cálculo são
indicadores sensíveis de redução dessas funções. A avaliação da perda de memória recente é
considerada como mais adequada, tendo em vista que a escolaridade pode influenciar na avaliação da
habilidade de cálculo.
Incontinência Urinária
A presença de incontinência urinária deve ser avaliada, pois, cerca de 30% das pessoas idosas não
institucionalizadas costumam apresentá-la e nem sempre a referem na avaliação clínica ou por vergonha
ou por acharem ser isso normal no processo de envelhecimento. A frequência e a importância do evento
estão associadas às repercussões emocionais e sociais.
Muitas das causas são reversíveis - delírio, restrição de mobilidade, retenção urinária, infeccão e efeito
medicamentoso - e devem ser investigadas. Perguntar diretamente se a pessoa idosa perdeu urina
recentemente ou sentiu-se molhada é uma forma rápida de verificar o problema.
Se a resposta for afirmativa, investigue possíveis causas.
Sexualidade
A sexualidade da pessoa idosa também deve ser integrada a avaliação. A identificação de disfunção
nessa área pode ser indicativa de problemas psicológicos, fisiológicos ou ambos. Muitas das alterações
sexuais que ocorrem com o avançar da idade podem ser resolvidas com orientação e educação. Alguns
problemas comuns também podem afetar o desempenho sexual: artrites, diabetes, fadiga, medo de
infarto, efeitos colaterais de fármacos e álcool. Por mais que a atividade sexual possa mudar ao longo da
vida, problemas na capacidade de desfrutar prazer nas relações sexuais não devem ser considerados
como parte normal do envelhecimento.
Avaliação Funcional
A avaliação funcional, preconizada pela Política Nacional de Saúde da Pessoa
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