Cap 13 Flotação
Cap 13 Flotação
Cap 13 Flotação
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.. CAPÍTULO 13 – ENSAIOS DE FLOTAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
O interesse industrial pela técnica de flotação teve inicio por volta de
1920. Após alguns desenvolvimentos importantes, o uso dessa técnica
intensificou-se e consolidou-se, sendo hoje predominante na área de
concentração de minérios (Fuerstenau, 2007; Lynch, 2007). Afora sua aplicação
na indústria mineral, a flotação tem sido utilizada em outras áreas como:
Representatividade da Amostra
Da mesma forma que ocorre com outros ensaios de laboratório, todas as
amostras utilizadas nos testes de flotação devem ser representativas da
amostra global do minério, da amostra do depósito mineral em estudo ou de
parte selecionada do mesmo.
A obtenção de uma amostra representativa de um depósito mineral não
é uma tarefa trivial. A dificuldade está na pequena quantidade da amostra em
relação ao volume de minério que deve representar. A amostra usada em
laboratório pode ser cerca de 100.000 vezes menor ou mais, em relação àquela
usada na unidade industrial. Diante dessas peculiaridades, pode-se recorrer a
240 Ensaios de Flotação
A agitação da célula também pode ser mais intensa do que aquela usada
na flotação, a fim de possibilitar melhores condições de contato partículas-
reagentes. A busca do melhor tempo de condicionamento para cada reagente é
objeto da pesquisa, e o valor otimizado deve ser registrado na caderneta do
operador.
Na indústria, em geral, o contato do minério com os reagentes é feito em
tanques agitadores conhecidos como condicionadores. No entanto, há sempre
Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais – CETEM/MCT 243
Sendo, Me = Na ou K
A adição é feita de forma escalonada, considerando-se o tempo de
condicionamento necessário a cada reagente. Inicialmente, adicionam-se os
modificadores (regulador de pH, dispersante, depressor, ativador, etc.), em
seguida, o coletor e, por último, o espumante. Em alguns casos, mais de um
modificador pode ser adicionado ao mesmo tempo.
A ordem de adição deve ser objeto do planejamento do teste. Essa
organização no procedimento não só evita atraso à alimentação, na célula, de
cada reagente, como assegura uma adição correta.
Controle do pH
O pH da polpa pode influenciar a:
(i) carga elétrica superficial das partículas (as espécies OH- e H+ são
determinantes de potencial para a maioria dos minerais);
(ii) ação dos reagentes e o estado de dispersão da polpa;
(iii) ação das espécies químicas presentes na água de processo.
Portanto, o pH pode ter uma influência fundamental, tornando-se mais
evidente nos sistemas que utilizam coletores que se adsorvem fisicamente,
como as aminas (Ralston, 2007).
Tempo de Flotação
Considera-se como “tempo de flotação” o período em que o minério
permanece na célula sob ação da agitação e da aeração. Nas células de
laboratório, o controle do tempo de flotação é absolutamente preciso já que
todas as partículas não flotadas permanecem na célula até o momento em que
a mesma é desligada. Nos circuitos industriais, no entanto, o tempo de
flotação está relacionado ao volume útil do banco (conjunto de células). Na
verdade, obtém-se um tempo médio de permanência, com algumas partículas
podendo passar rapidamente pelo circuito e outras permanecendo por longo
período. O tempo de flotação tem grande influência tanto no teor como na
recuperação do mineral de interesse (Thompson, 2002).
A velocidade com que uma partícula flota depende da proporção da
área superficial que se encontra hidrofobizada. Como conseqüência, as
partículas liberadas têm uma maior cinética de flotação devido ao fato de
estarem com um maior percentual da superfície coberta com o coletor. Isso
explica porque a cinética de flotação das partículas mistas diminui, à medida
que aumenta a proporção de minerais de ganga na superfície. Por sua vez, a
água contida na espuma arrasta continuamente partículas hidrofílicas. Os dois
fatores contribuem para que o teor do concentrado, retirado na espuma,
diminua à medida que a flotação prossegue. Por outro lado, é intuitivo que a
recuperação aumente com o tempo de flotação.
Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais – CETEM/MCT 247
Teste 2
Peso Al2O3 (%) SiO2 (%) Fe2O3 (%)
PRODUTOS (%) Teor Dist Teor Dist Teor Dist
Conc. 2,48 24,72 88,71 63,61 1,60 3,09 66,26
Rougher
Teste 3
Peso Al2O3 (%) SiO2 (%) Fe2O3 (%)
PRODUTOS (%) Dist Teor Dist Dist Teor Dist
Conc. 2,31 9,81 67,82 85,09 1,98 0,51 28,71
Rougher
Teste 4
Peso Al2O3 (%) SiO2 (%) Fe2O3 (%)
PRODUTOS (%) Dist Teor Dist Dist Teor Dist
Conc. 1,38 13,59 73,10 73,81 1,02 1,42 49,87
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Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais – CETEM/MCT 251