Biossegurança - Lab Clinicos e Quimicos
Biossegurança - Lab Clinicos e Quimicos
Biossegurança - Lab Clinicos e Quimicos
Biossegurança
em laboratórios
clínicos e químicos
Natália Barth
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A biossegurança e a biosseguridade laboratoriais são muito importantes para
proteger os trabalhadores de laboratórios e a comunidade em geral contra exposi-
ções acidentais ou liberações não intencionais de agentes biológicos patogênicos.
Esses conjuntos de ações são implementados por meio da avaliação de risco e do
estabelecimento de uma cultura de segurança.
Nas últimas décadas, a conscientização e a expertise em biossegurança têm
melhorado significativamente graças ao lançamento do Manual de biossegurança
laboratorial da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, novas tecnologias,
como o uso de métodos moleculares, foram desenvolvidas e permitiram a redução
do número de atividades de diagnóstico que requerem a manipulação de agentes
biológicos altamente patogênicos (OMS, 1983, 1993, 2004, 2020).
2 Biossegurança em laboratórios clínicos e químicos
Neste capítulo, você vai ver como identificar os potenciais riscos a que os
profissionais estão expostos em laboratórios clínicos e químicos. Você também
vai conhecer as normas de biossegurança a serem seguidas para garantir boas
práticas laboratoriais. Além disso, vai explorar leiautes de laboratórios projetados
para minimizar o risco de acidentes e contaminação.
Risco à Profilaxia ou
Classe de risco Risco individual coletividade terapia eficaz
Níveis de biossegurança
Os níveis de biossegurança (NBs) dizem respeito à combinação de instala-
ções, equipamentos de segurança e práticas de laboratório. Em laboratórios,
existem quatro NBs, cada um oferecendo um grau específico de proteção aos
profissionais, ao meio ambiente e à comunidade. A seguir, são descritos os
quatro níveis existentes (Brasil, 2017).
1. Molhe as mãos.
2. Aplique sabão em toda a mão.
3. Esfregue as palmas das mãos.
8 Biossegurança em laboratórios clínicos e químicos
Descarte de resíduos
Todo o material potencialmente contaminado por agentes biológicos, sangue
ou secreções — utensílios descartáveis, luvas, gorros, máscaras, etc. — deve
ser descartado em recipientes com tampa (lixeiras) providos de saco branco
leitoso devidamente identificado como lixo infectante.
Seringas, agulhas, vidrarias e materiais perfurocortantes ou pontiagu-
dos devem ser descartados em caixa com paredes rígidas específica para
perfurocortantes, e a caixa deve ser devidamente identificada como lixo
infectante (ANVISA, 2004).
Equipamentos de segurança
Os equipamentos de segurança desempenham um papel crucial na proteção
dos profissionais de laboratório, bem como de outras pessoas e do meio
ambiente, contra agentes potencialmente perigosos. Esses equipamentos
podem ser classificados como equipamentos de proteção individual (EPIs) e
equipamentos de proteção coletiva (EPCs), atuando como barreiras primá-
rias ou medidas de contenção primária. Eles são amplamente utilizados no
setor de saúde para prevenir o contato com agentes infecciosos, tóxicos ou
corrosivos, calor excessivo, fogo e outros perigos. Além disso, esses equipa-
mentos têm a finalidade de evitar a contaminação do material utilizado em
experimentos ou na produção, conforme estabelece a NR 6, alterada pela
Portaria nº 194 da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), de 7 de dezembro
de 2010 (Brasil, 2022).
Materiais de construção
É importante considerar as características dos materiais de construção, reves-
timentos e acabamentos para controlar a disseminação de agentes biológicos
em laboratórios. O perímetro do laboratório deve ser devidamente vedado, e
os materiais utilizados em pisos, tetos, paredes, mobiliário (armários, mesas,
bancadas, estantes, etc.) e equipamentos devem ser lisos, com o menor nú-
mero possível de juntas, sem reentrâncias, com cantos arredondados, de cor
clara e fosca, impermeáveis e resistentes a produtos químicos (Brasil, 2004).
Em laboratórios de contenção NB-3 e NB-4, todo o perímetro de contenção
deve ser revestido com materiais contínuos, como aço inoxidável, resinas
ou similares. Tanto as paredes de alvenaria estruturada ou concreto quanto
as penetrações de linhas de serviço no piso, nas paredes e nos tetos devem
ser hermeticamente vedadas, para fins de descontaminação (Brasil, 2004).
As esquadrias, incluindo portas, janelas e visores, devem ser construídas
com materiais e acabamentos que retardem o fogo e proporcionem boa
vedação. Elas devem ser lisas, não porosas, de fácil limpeza e manutenção.
As janelas podem ter dispositivos de abertura, desde que sejam afastadas
das áreas de trabalho e de equipamentos sensíveis, como CSBs e balanças.
Quando necessário, as janelas devem ser mantidas abertas, desde que pro-
tegidas por telas contra insetos.
Além do que já foi abordado, existem aspectos comuns que devem ser
contemplados em todos os laboratórios. Veja a seguir.
Projeto arquitetônico
No exemplo apresentado na Figura 1, pode-se observar a configuração de
um laboratório de análises clínicas específico para hospitais de porte médio.
Referências
ABNT. NBR 14725: produtos químicos – informações sobre segurança e meio ambiente,
parte 1–4. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
ABNT. NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
ANVISA. RDC n. 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o regulamento técnico
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2004. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/
res0306_07_12_2004.html. Acesso em: 1 ago. 2023.
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Diretrizes para projetos físicos de laboratórios
de saúde pública. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2004. Disponível em: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_lab_saude.pdf. Acesso em: 1 ago. 2023.
BRASIL. Lei n. 8.666 de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Cons-
tituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1993. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 1 ago. 2023.
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BRASIL. Portaria MTP n. 2.175, de 28 de julho de 2022. Aprova a nova redação da Norma
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