DISSERTAÇÃOCERTA - Orkut
DISSERTAÇÃOCERTA - Orkut
DISSERTAÇÃOCERTA - Orkut
CAMPINA GRANDE - PB
2011
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CAMPINA GRANDE - PB
2011
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É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma impressa como
eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e
científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da
dissertação.
Digitado.
Dissertação (Mestrado em Literatura e
Interculturalidade) – Universidade Estadual da
Paraíba, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, 2012.
“Orientação: Prof. Dr. Sebastien Joachin,
Departamento de Letras e Artes”.
DEDICO.
5
AGRADECIMENTOS
Se não fosse a Deus, não haveria agradecimento algum. Primeiro a ele e por ele.
Por ele ter me dado a força e coragem de seguir lutando para conquistar meus
objetivos e nunca desistir. Em nome dele, agradeço aos meus pais e irmãos, os
meus deuses aqui na terra.
Ao professor Sebastién Joachin por ter apostado e acreditado em mim todo o tempo
e ter sido sempre tão compreensivo;
Aos demais professores do MLI, que de alguma forma contribuíram com meu
desenvolvimento acadêmico e de meu trabalho;
Aos amigos da turma que enfrentaram as batalhas e dificuldades do curso juntos e
dispostos uns a ajudarem aos outros;
Ao amigo Marcelo Rodrigo por ter sido meu maior incentivador no meu mestrado, me
ajudando em todos os passos e sendo um porto seguro a quem eu recorri todas as
vezes que precisei para tirar dúvidas ou simplesmente para estar ao meu lado
ouvindo todas as minhas queixas misturadas a esperança;
A Walquíria Maria, Walter Galvão e Fernanda Souza, por acreditarem no meu
propósito e me permitirem a minha mudança para Campina para me facilitar a
conclusão das aulas;
Ao amigo Álisson Arruda por dar um novo fôlego a minha vontade de terminar a
dissertação, sendo um grande parceiro nos momentos finais e mais cruciais desta
„jornada‟;
A Maísa por sua insistência ininterrupta e atenção todo o tempo, para me ouvir e me
incentivar nos estudos, apostando em meu potencial e não me deixando desistir.
Aos demais amigos e companheiros que direta ou indiretamente estiveram do meu
lado e de alguma forma fazem parte do meu crescimento: Luiz Custódio, Marco
Antônio, Carol Toscano, Alan Guimarães, Daniel de Oliveira, Pedro Felipe, Dayra
Teixeira, Eva Dízya, Dona Dalva e seu Walmir.
6
RESUMO
RÉSUMÉ
Les technologies sont en train de passer par un processus permanent de mise à jour
et de réformulation, conduisant à des changements significatifs dans les relations
entre l‟être humain et les machines. Dans l'espace virtuel, les écrits acquièrent une
nouvelle liberté non permise dans son support primaire, le livre. Toutefois, avec
l'addition d'autres éléments au texte, comme l'image et le son, et la possibilité de
publication et diffusion immédiates, les constructions textuelles virtuelles se
répandent dans des segments divers et n‟importe quel internaute peut devenir un
écrivain potentiel, étant donné la portée du cyberespace. La distance qu‟il y avait
entre celui qui écrit et celui qui lit est sublimée par l'interactivité proportionné par la
télématique. Avec cela, le travail cherche à identifier comment se configure la
littérature produite dans l'espace virtuel, en prenant comme corpus de l'analyse le
site de relations Orkut, cherchant a vérifier de quelle façon elle peut se configurer
comme un véritable art virtuelle ou si ce n‟est q‟une transposition vers le milieu
virtuel. Les productions dans l‟Orkut se révèlent comme un nouveau genre littéraire,
remodelant non seulement l‟écrit, mais sa forme de publication, édition et lecture.
L'oralité et le désordre d'une logique séculaire sont les principales marques de ce
nouveau genre qui peut contribuer pour la réinvention de l‟Institution Littéraire.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1:…......…………………………………….............................................................…… 53
Figura 2:…......…………………………………………............................................................. 54
Figura 3:…......…………………………………………............................................................. 59
Figura 4:…......…………………………………………............................................................. 65
Figura 5:…......…………………………………………............................................................. 68
Figura 6:…......…………………………………………............................................................. 74
Figura 7:…......…………………………………………............................................................. 76
Figura 8:…......…………………………………………............................................................. 93
Figura 9:…......…………………………………………............................................................. 94
Figura 10:…......…………………………………………........................................................... 96
Figura 11:…......…………………………………………........................................................... 96
Figura 12:…......…………………………………………........................................................... 99
Figura 13:…......…………………………………………......................................................... 100
Figura 14:…......…………………………………………......................................................... 102
Figura 15:…......…………………………………………......................................................... 102
Figura 16:…......…………………………………………......................................................... 103
Figura 17:…......…………………………………………......................................................... 103
Figura 18:…......…………………………………………......................................................... 104
Figura 19:…......…………………………………………......................................................... 106
Figura 20…......………………………………………….......................................................... 107
Figura 21:…......…………………………………………......................................................... 107
Figura 22:…......…………………………………………......................................................... 108
Figura 23…......………………………………………….......................................................... 109
10
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------- 12
INTRODUÇÃO
1. Cyberpunk: Termo cunhado pelo escritor norte-americano Bruce Bethke, em 1983, em sua
short-story homônima. É visto como uma visão de mundo atual que engloba literatura,
música, cinema, teorias, a cultura jovem e a cultura da MTV e do computador. A visão
cyberpuk reconhece o enfraquecimento do espaço público e o aumento da privatização da
vida social, na qual os laços pessoais fortes não existem mais. Para os autores, nesse
espaço público as pessoas são tecnologizadas e reprimidas ao mesmo tempo, sendo a
tecnologia que media nossas vidas sociais.
16
Assim como numa pintura que pode sofrer interferências diversas a partir do
olhar de cada um dos seus observadores, toda criação expressa em ambiente virtual
passa a ter um caráter coletivo, distanciando-se cada vez mais do ideal romântico do
artista-gênio, sendo agora, segundo Levy, considerados iniciadores de um processo
de criação, sem fim previsível e determinado. O autor é o idealizador da obra, mas
sem controle nenhum sobre seu produto final.
O que pensava o autor ao construir sua obra e o significado que o texto passa
a adquirir, mais à frente, deixam de coincidir, pois apesar do discurso do autor e o
que ele deseja expressar, o sentido passa a ser dado por quem o lê, que pode
interpretá-lo de maneiras bastante distintas umas das outras.
Capítulo 1
DA ESCRITA EM PAPEL À ESCRITA VIRTUAL: A FORMAÇÃO
DE UMA NOVA SOCIEDADE
séculos se formando, vê agora uma nova fase de avanços, que ocorrem de forma
mais intensa e veloz, transpondo para o suporte virtual, todas as variáveis e gêneros
possíveis no suporte impresso do livro, para uma nova realidade, altamente
influenciada por esta criação em desenvolvimento.
Chartier (2001) afirma que o livro, a leitura e o autor são categorias que
passaram por transformações ao longo dos últimos anos, dissolvendo características
indispensáveis na sua estrutura e modo de ser, como no caso da leitura, que
segundo ele, mesmo em espaços públicos nem sempre foi uma prática
compartilhada, e os escritos, no caso, textos literários, identificavam-se, em primeiro
lugar com um nome próprio, com um autor, o que hoje pode ocorrer de forma plural.
Para o universo e história da escrita e leitura, o avanço permitido pelas novas
tecnologias fez surgir a cultura eletrônica, ainda à margem, porém que vem ao longo
de anos e de diversos processos, conduzindo uma nova economia da escrita, como
observa Marcuschi (2005, p. 14). Ele acrescenta que este fenômeno pode ser
definido como um „letramento digital‟, e que está, por sua vez, radicalizando o uso da
escrita.
por isso na medida em que é um agente, um personagem, uma voz” (Mey, 2001, p.
27). Sendo assim, a orquestração da sociedade se fundamenta nas vozes dos
humanos como instrumentos. As personagens sociais e agentes podem inventar e
estruturar a maneira como querem viver, mas da mesma forma, elas se sujeitam às
suas próprias criações.
A formação da sociedade não é, portanto, o trabalho de seres humanos
individuais, nem o efeito de condições econômicas, políticas, ecológicas,
tecnológicas, etc, mas sim aquilo que nós, seres humanos ativos e perceptivos,
podemos promover, dadas certas condições temporais e espaciais e no interior do
quadro de natureza e cultura, história e visões que nos cercam. Dado isso, podemos
observar de que forma as condições possibilitadas pelo ciberespaço influenciam
também na formação de uma nova sociedade, desta vez, virtual, na qual os agentes
estruturam novas formas de arte e a elas se sujeitam.
para o qual ele esteja orientado. Isso pode ser percebido no que Bakhtin chama de
“endereçamento” (addressivity), traduzida do russo obrashchënnost. A lìngua em
uso tem necessariamente um elemento de direcionamento, quando a usamos
sugerimos a existência de alguém a quem se dirigir, um parceiro no diálogo.
Um enunciado requer tanto um falante como um ouvinte (ou um
escritor e um leitor), que tenham a propriedade conjunta do mesmo.
Dito de outra forma, o “endereçamento” é uma caracterìstica
consistente, necessária a cada enunciado, „sua qualidade de estar
direcionado para alguém‟... sem isso (o endereçamento) o enunciado
não existe e não pode existir”. (MORSON e EMERSON apud MEY,
2001, p.108)
Desta forma, Koch define que o texto não é totalizador do sentido, mas sim
uma ferramenta para se chegar a este objetivo. Através do texto, o leitor pode se
deparar com pistas que levem ao sentido, através da utilização de estratégias
cognitivas e interacionais. Segundo Koch (2003), as estratégias cognitivas são
estratégias de uso do conhecimento e não se baseiam apenas nas construções e
características dos textos, mas também nos leitores. Elas se relacionam a objetivos,
informações que o texto oferece e questões relacionadas à personalidade do leitor,
como opiniões e atitudes.
Deste modo, de forma que um texto não expõe uma informação pronta, mas
sim caminhos que podem auxiliar na construção de sentidos, cada leitor pode
adicionar à produção textual, seus sentidos próprios de conhecimento e isso torna-
se maximizado quando se trata de escritos publicados no ciberespaço, onde a
possibilidade de intervenção nos textos é maior.
Ao se discutir o texto, um ponto que não deve ser ignorado e que é visto com
bastante frequência no Orkut, demais redes sociais e com mais liberdade em toda a
rede que em outros suportes, é a intertextualidade. Ou seja, as permutações e
conexões que acontecem entre dois textos.
Isso significa que todo texto é um objeto heterogêneo, que revela
uma relação radical de seu interior com o seu exterior; e, desse
exterior, evidentemente fazem parte outros textos que lhe dão
origem, que o predeterminam, com os quais dialoga, que retoma, a
que alude, ou a que se opõe. (KOCH, 2003, p.59)
1.4 - Intertextualidade
A interação entre textos é um fator importante e constituinte de novos textos e
Koch (2003) afirma que todo e qualquer texto pode fazer referência ou conversar
com outro, através da intertextualidade, que ocorre em sentido amplo ou restrito. A
intertextualidade em sentido amplo é chamada de interdiscursividade, apontando
que um texto não se constrói sozinho, mas que vários textos se relacionam e são
mediadores entre si. Já a intertextualidade em sentido restrito é a relação que um
determinado texto faz com outros já produzidos anteriormente. Este segundo tipo,
vale salientar, é o mais comumente utilizado pelos usuários do Orkut.
Esta intertextualidade pode se dar em relação ao conteúdo, quando os textos
falam de um mesmo assunto, explicitamente, quando o texto com o qual faz
intermédio é citado, ou implicitamente, quando não ocorre citação, semelhanças ou
diferenças para argumentação e outros intertextos de mesma autoria ou de outro
autor. “Todas essas manifestações da intertextualidade permitem apontá-la como
fator dos mais relevantes na construção da coerência textual”. (KOCH e
TRAVAGLIA, 1989 apud KOCH, 2003, p. 64).
Ainda dentro da intertextualidade, há o conceito de polifonia. Bakhtin
concebeu duas modalidades no estudo de prosa romanesca: o monológico e o
polifônico. Estão associados ao conceito de monológico, o monologismo,
autoritarismo e acabamento enquanto que a categoria de polifônico apoia-se nos
conceitos de realidade em formação, inconclusibilidade, não acabamento,
dialogismo e polifonia. Como gênero em formação, sujeito a novas mudanças, cujas
personagens são sempre representadas em um processo de evolução que nunca se
conclui decorrem a inconclusibilidade e o não acabamento. Ao autoritarismo se
associa a indiscutibilidade das verdades veiculadas por um tipo de discurso, ao
33
polifonia é a posição do autor como regente do grande coro de vozes que participam
do processo dialógico.
O fato de ser ouvido, por si só, já estabelece uma relação dialógica. A palavra
quer ser ouvida, compreendida, respondida e quer, por sua vez, responder a
resposta. Nesse diálogo, o sentido não tem fim, pois está em eterno curso. O
discurso, até atingir seu objetivo que é o de persuadir e construir sentidos, baseia-se
nas relações que mantêm com o Outro, com o interlocutor. Na produção de um
discurso, as palavras são sempre escolhidas levando-se em consideração as
palavras do Outro. Essas palavras, que já foram ditas em algum lugar da história e,
por isso, impregnadas de valores ideológicos, modificam-se de sentido quando
postas em uso de novo. A teoria polifônica de Bakhtin afirma a existência de uma
pluralidade de vozes que compõem um discurso, sem que uma delas se sobressaia
ou julgue as demais.
35
Ducrot (1980 apud KOCH 2003, p. 64) assinala que o termo polifonia é
utilizado
1.5 - A Heterogeneidade
Capítulo 2
DOS TIPOS ESTÁVEIS DE ENUNCIADOS IMPRESSOS AOS ELETRÔNICOS: A
FORMAÇÃO DE NOVOS GÊNEROS TEXTUAIS
Ainda segundo Marcuschi (apud Crystal, 2005, p. 19), do ponto de vista dos
gêneros realizados na internet, ela “transmuta de maneira bastante complexa
gêneros existentes, desenvolve alguns realmente novos e mescla vários outros”.
Segundo ele, a noção de que cada nova tecnologia renova o mundo por completo é
uma ilusão, mas influenciam e podem possibilitar mudanças, principalmente em
nossas relações com elas. Foi Bakhtin (2005) quem designou o processo
„transmutação‟ de gêneros primários em novos gêneros, quando do surgimento de
novas esferas, com estilo similar ao domínio discursivo que o absorveu.
42
Bakhtin (2005) observa que a modalidade da língua escrita vem passando por
um contínuo processo de transmutação e criação de novos gêneros, já que muitos
daqueles considerados primários estão saindo de suas esferas de origem para
outras.
Estas modificações em grande parte estão relacionadas a adaptações ou
atualizações de modelos comunicacionais já existentes e que podem se tornar
obsoletos, devido à emergência de novos suportes e suas especificidades de
velocidade, interação e participação. Desta forma, a tecnologia dos computadores
oferece novas perspectivas para o uso da escrita no meio eletrônico, com novas
possibilidades de inovação.
Dentre as novidades está o hibridismo entre a escrita e outros suportes como
o do som, da imagem e da animação, numa profusão semiótica de novos
significados, que ainda assim mantém a produção textual fundamentalmente
baseada na escrita. O que se modifica, com mais clareza em relação ao texto verbal
é no que tange à ortografia, que apela para o uso abundante de gírias, siglas e
abreviações.
Aliado a adição de outros elementos ao texto, como a imagem e o som, e a
possibilidade de publicação e divulgação imediata, as construções textuais virtuais
transitam por diversos segmentos e qualquer internauta pode se tornar um potencial
escritor, dada a abrangência do ciberespaço. O distanciamento que existia entre
quem escreve e quem lê é sublimado pela interatividade proporcionada pela
telemática.
Salvos dos altos custos de edição, impressão e divulgação, além do
necessário reconhecimento pelo senso comum do ser „escritor‟ e de seus escritos
serem „literários‟, a Internet abriu espaço para os autores marginalizados e pessoas
que, sem o intuito de se tornar „best sellers‟, alcançaram um meio para se expressar
e garantiram leitores.
De forma que a cultura é algo vivo, formado por hábitos mutáveis, como
aborda Warnier (2000, p. 23), “as lìnguas e as culturas mudam, pois estão imersas
nas turbulências da história”. Estas identidades suprimem as fronteiras geográficas
46
2. Os ambientes MUD, sigla para “multi-user domains”, foram criados no final dos anos 1970, como um
tipo de sistema que permitia a participação de muitos usuários na criação colaborativa e interativa de
textos, também conhecida por narrativas interativas. O sistema ganhou destaque como o precursor dos
ambientes para jogos de imaginação e fantasia. Eles também são utilizados para fins educacionais, tais
como o desenvolvimento de habilidades de composição literária.
47
2.2 - Email
2.4 - Blog
O objetivo maior dos escritos genuinamente virtuais talvez seja apenas o de
se expressar ou mesmo falar de si a quem interessar. Os escritos íntimos e diários
pessoais ganharam espaço e se multiplicaram, através dos blogs de pessoas
comuns que decidiram escrever na rede, opiniões, preferenciais, gostos ou o que
fazem. O diário na internet teve início, no Brasil, por volta do início do ano 2000,
embora já existisse em outros países. Segundo Schittine (2004), o fenômeno
recebeu o nome de blog, a partir de uma contração entre „web‟ (página na internet) e
„log‟ (diário de bordo).
3. Homepage é definida como a página principal, página inicial ou página de entrada de um site, que
geralmente compreende uma apresentação do site e de todo seu conteúdo.
50
4. O Facebook é uma rede social semelhante ao Orkut e foi fundada em 2004 por Mark Zuckerberg.
Inicialmente tinha como alvo apenas os estudantes da universidade Harvard, mas progressivamente foi
permitindo a inscrição de estudantes de outras escolas, até que em 2006, se tornou disponível para
todos.
5. Twitter é uma rede social baseada em mensagens instantâneas curtas, de até 140 letras e foi o primeiro
site a popularizar o conceito de „microblogging‟. A ideia inicial era de permitir que os usuários
informassem, de maneira rápida, o que estavam fazendo no momento em que navegavam pela Internet.
Atualmente, a ferramenta é usada também para coberturas jornalísticas em tempo real e por
personalidades do meio artístico, cultural, político e empresas
51
Capítulo 3
DO CIBERESPAÇO AO ORKUT: A FORMAÇÃO DE UMA NOVA COMUNIDADE
DA ESCRITA
Figura 01
6. O Youtube é o site que popularizou o compartilhamento de vídeos na Internet. Ele foi criado em 2005 e
se tornou fenômeno de acessos da rede e, em 2006, foi comprado pelo Google. Nele o internauta pode
cadastrar suas produções, criar listas de reprodução e comentar material de outros usuários.
54
sobretudo as mais jovens. A opção por essa rede representa 53,48% do total de
participantes, entre 18 e 25 anos, segundo os dados disponibilizados no site e
14,99%, entre usuários de 26 a 30 anos. Entre os interesses ao se associar à rede
social, destaca-se a busca por fazer novas amizades ou encontrar amigos reais na
rede, para 44,04% dos usuários. Além disso, entre os que revelam, 24,76% dos
usuários são solteiros.
Figura 02
Tendo em vista a grande adesão pelo público brasileiro, pouco mais de quatro
anos após seu lançamento, o Google anunciou que sua filial no Brasil passaria a ter
o controle mundial sobre a rede social, dividindo a responsabilidade com a Índia,
outro país com grande número de usuários. A partir de então, o site buscou ganhar
55
7. O Myspace é uma comunidade ligada à música e que impulsiona a interação social por meio de uma
experiência personalizada em torno do entretenimento e conectando pessoas à música, celebridades,
TV, cinema e jogos. As experiências estão disponíveis por meio de plataformas múltiplas, inclusive
aplicativos on-line e eventos off-line. Nele também é possível hospedar músicas e através de um
catálogo de conteúdo de áudio e vídeo transmitidos gratuitamente para usuários e com ferramentas
para artistas famosos, independentes ou autônomos, atingem um novo público.
56
mais de cinco milhões de usuários, a “Adoro ler antes de dormir”, que tem pouco
mais de 700 usuários e a maior comunidade em português sobre literatura, que tem
esse mesmo nome e possui mais de 65 mil membros.
Como se pode perceber, as comunidades tentam agregar o máximo de
pessoas em torno de um tema em comum entre os usuários, tendo este objetivo
mais facilmente alcançado quando versam sobre personalidades queridas (ou
mesmo odiadas) por um grande número de pessoas, programas de TV, música,
bandas, filmes e seriados, animais de estimação, cidades e costumes, entre outros
de uma infinidade ímpar, de acordo com a criatividade de cada usuário.
Sobre comunidades, Raquel Paiva afirma:
Figura 03
da comunidade e/ou pessoas designadas por ele, para assumir este papel, a função
de decidir pela permanência ou não do tópico de debate deslocado, no fórum.
A criação literária comum nas comunidades que abordam o assunto levantam
a questão da função do autor enquanto criador de uma obra baseada em uma
determinada realidade e peculiaridades dele enquanto ator social. Como criador de
uma obra, o autor torna-se responsável por todas as respostas dadas a
questionamentos relacionados aos seus escritos. É ele o detentor deste saber
fundador do seu discurso.
Nas comunidades, a criação coletiva dizima esta responsabilidade e não
transfere para ninguém uma explicação, se é que esta deveria ser dada, para o que
está escrito. As personagens possuem características voláteis e não carregam uma
carga significativa oriunda de um único criador, bem como toda a obra, que é
produzida de forma a-sequencial e descriteriosa. Não cabe às obras virtuais, tendo
em vista a infinidade de mãos que participaram de sua produção, tentar definir ou
encontrar semelhanças entre as personagens e seu autor.
Para ele, esta noção possui cunho romântico e está atualmente superada,
pois a obra exige necessariamente a presença do artista criador. Mas como
compreender então se no Orkut, um usuário sugere a participação coletiva para a
produção de uma obra literária, na qual cada pessoa contribui com uma frase ou
64
Figura 04
Sobre a revolução provocada pelo texto eletrônico, Chartier (1999) afirma que
ela diz respeito tanto ao modo de produção quanto à reprodução dos textos.
“Correm o risco de serem pulverizadas as noções de autor e distribuìdor, que mal se
puderam fixar, numa época bastante recente, que coincide com a industrialização do
livro” (CHARTIER, 1999, p.16).
Figura 05
termos foram discutidos por Vilas Boas a partir dos estudos de Norma Denzin e Cole
e Knowles.
Vilas Boas (2008) chama de regra da „transparência‟, a necessidade que os
autores têm de explicar como aprenderam uma coisa e porque acreditam nela, de
forma a fazer com que o público também possa fazer a mesma coisa. Assim, os
biógrafos precisam ser transparentes e afirmar quais e quantos documentos foram
consultados para embasar a obra, quantas entrevistas foram feitas e quais
informações foram coletadas para conferir autenticidade à biografia contada.
No entanto, o autor deixa claro que neste jogo, o leitor não é claramente
informado sobre quais assuntos ficaram por debaixo do tapete, o que o biógrafo
decidiu omitir. Certo é que para se escrever sobre alguém, há inicialmente a empatia
com a pessoa biografada e um ritual de conhecimento ou descobrimento desta
pessoa, que leva o escritor a justamente decidir omitir fatos e histórias que possam
de alguma forma prejudicar a biografia do personagem. Isso deve ocorrer talvez
baseado no fato de que ao revelar a vida do outro, o biógrafo também revela um
pouco de sua vida. “A narrativa sobre o biografado reflete elementos da vida do
biógrafo, embora esses elementos nunca sejam explicitados” (Vilas Boas, 2008, p.
180).
Tendo isso em vista, o que se pode observar nas produções realizadas pelos
usuários do Orkut, aproxima-se de relatos biográficos e autobiográficos, na medida
em que apresentam relatos, descrições de momentos e histórias vividas, envolvendo
tanto o autor dos textos, quando as pessoas a quem os textos estão sendo dirigidos.
O espaço do Orkut determinado para os depoimentos, já citado anteriormente, onde
as pessoas prestam homenagens umas as outras, confunde de forma mais profunda
os relatos com trechos biográficos.
Neste espaço, o relacionamento entre os usuários, aquele que homenageia e
o homenageado, influencia e determina o que será escrito no depoimento, de modo
a um emocionar o outro. Assim sendo, a intenção do espaço, que não é a de contar
toda uma biografia de uma pessoa, mas de, como já dito, prestar uma homenagem,
ocorre a partir da empatia e da decisão sobre o que falar, abordando muitas vezes,
momentos da vida dos dois em conjunto, revelando, como afirmou Vilas Boas, um
pouco da vida dos dois.
Com o objetivo claro de prestar homenagem, sensibilizar ou agradar outra
pessoa, o usuário do Orkut tenta, como afirma Maingueneau (2008, p. 13), a
73
respeito da noção de „ethos‟, causar uma boa impressão pela forma como constrói o
discurso, ativar uma certa representação de si, conferindo-se certa imagem que seja
capaz de convencer o leitor, ganhando, desta forma, confiança. Para atingir tal
objetivo, Maingueneau (2008), baseada nos estudos de Aristóteles, levanta as três
qualidades das quais os escritores podem lançar mão para inspirar a confiança: a
prudência, a virtude e a benevolência.
Figura 06
O fato é que nós, leitores, não temos acesso à visão de mundo que
orientou as movimentações do biógrafo no tabuleiro de xadrez que é
o biografismo; não ficamos sabendo quais
informações/interpretações decidiu descartar; não nos é garantido o
direito de conhecer as dúvidas e impasses que inevitavelmente lhes
ocorreram. Em geral, nem sabemos por que escolheram tal pessoa e
não outra. (VILAS BOAS, 2008, p. 181)
Ao falar isso a respeito das biografias, Vilas Boas afirma que a escolha pela
pessoa biografada ocorre por alguma associação livre, intuição ou razão concreta,
mas que nas biografias contemporâneas, não transparece. No Orkut, por sua vez, é
nítida a relacionalidade e motivos que levam uma pessoa a escrever os pequenos
textos de cunho biográfico.
No trecho a seguir, do Orkut de Horácio Roque, foi utilizado o espaço
destinado à apresentação „Quem sou eu‟ para a publicação de um texto no qual
também se observa o caráter biográfico e literário do texto. A relação de proximidade
entre o escritor e seu avô norteia a condução da história e revela as três qualidades
dos estudos de Aristóteles. O ethos do autor (Horácio) não é explicitado, mas
envolve toda a enunciação. A prudência, a virtude e a benevolência estão implícitos
76
Figura 07
77
Capítulo 4
DA ARTE À INSTITUIÇÃO LITERÁRIA: A FORMAÇÃO
DE UMA NORMATIZAÇÃO PARA A ESCRITA
Por cerca de quatro séculos (XV ao XIX), o livro e o texto impresso reinaram
absolutos, como produtores e difusores do saber e da cultura. A partir do livro
impresso, feito de registros passíveis de duplicação e transmissão, a informação
tornou-se objeto transportável e expandiu a capacidade de leitura. Ele interferiu e
modificou a vida social, política e cultural de todo o mundo, devido ao crescimento
exponencial de um corpo de conhecimentos científicos e das mais diversas práticas
culturais, literárias e artísticas. A literatura, nesse âmbito, se confundiu com o livro,
institucionalizando-se.
importância das novas mídias, que tendem a se impor como extensores sensíveis
que facilitam e multiplicam as habilidades individuais.
Na Internet, a poesia ganhou status de “ciberpoesia”, que faz parte da
ciberarte ou „net arte‟. O termo se refere à arte que é feita utilizando como meio as
redes de computadores. Segundo Broeckmann (2006), nas redes, a arte pode tanto
utilizar a Internet como meio de distribuição, funcionando de forma eficaz, porém
substituível, como também estar ligada com o meio das redes eletrônicas no seu
modo de produção, utilizando dos seus protocolos e suas virtualidades técnicas,
aproveitando o potencial dos softwares e hardwares, o que seria impossível de
acontecer sem seu meio específico, neste acaso a Internet.
A Ciberliteratura, proposta nesta pesquisa, se insere nesta segunda
funcionalidade para as artes na rede, na medida em que, como poderá ser
observado no site de relacionamentos Orkut, os artistas (usuários) não estão
somente transpondo para a mídia digital, recursos que poderiam ser implementados
fora dessa mídia. Os discursos da literatura, convergentes com o ciberespaço, são
potencializados a partir dos meios que se tornam possíveis nas redes. Carregado de
um caráter plurissemiótico, no Orkut, a literatura se constitui de textos, imagens,
estáticas ou em movimento, e som, o que amplifica os sentidos das escritas, não
limitadas mais ao sentido usual de caracteres tipográficos, por também envolver os
meios audiovisuais supracitados.
Aarseth (apud Guimarães, p.165, 2004) usa o termo “cibertexto” para
designar um elenco de discursos que emanam dos ambientes eletrônicos, incluindo
formas que são escritas quer conscientemente, quer inconscientemente, tais como
diálogos para videogame ou transcrições de chats. No Orkut, meio mais próximo das
salas de bate-papo e do correio eletrônico, os usuários, em seus perfis constroem
seus diálogos e fazem uso da literatura, dando a ela o caráter multimidiático,
englobando o texto escrito, a exploração de variáveis gráficas, as mídias imagéticas
(gráficas, fotográficas e videográficas) e o som.
No Orkut, apreciar a literatura, ler textos literários, envolve, sobretudo, ler os
escritos na sua materialidade textual. As vantagens estão na sua habilidade de
empregar multimeios, ser interativa e aumentar a circulação, da forma que outras
mídias não permitem. Suas características mais fortes são a intermidialidade, a
hibridação, a interatividade, a permutabilidade e a cinética. Como afirma Foucault
(2001, p.143):
82
Mikhail Bakhtin é um dos autores que toma a literatura como uma instituição,
afirmando que ela reflete signos sociais, os quais, em movimento no dizer, reforçam
o discurso oficial. Ao lidarmos com o tecido literário – a arte –, ela se materializa
como uma organização estrutural, como um construto que opera também como uma
organização de funções sociais e ideológicas. A experimentação de novos suportes
revelada nos gêneros literários através das hibridações e do caráter semiótico
adicionados na Internet permite reconhecermos um novo movimento para a
instituição literária a partir das novas tecnologias.
Capítulo 5
DA LITERATURA À CIBERLITERATURA: A FORMAÇÃO DE UMA
NOVA LITERATURA?
5.1 - A Ciberliteratura
A Ciberliteratura resulta de uma metamorfose de formas, baseadas nas novas
modalidades de textos nascidas a partir do advento da informática e das novas
tecnologias digitais e sobretudo da relação entre as máquinas e o ser humano e
também pode ser denominada de literatura algorítmica ou virtual. A Ciberliteratura
designa aqueles textos que baseiam sua construção em procedimentos informáticos,
combinatórios, multimidiáticos ou interativos. Ao fazer uso das potencialidades do
computador como uma máquina criativa que permite o desenvolvimento de
estruturas textuais, o ciberautor pode utilizar o computador de forma criativa, como
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Figura 08
Figura 09
homens e 100 mulheres, para observar de que forma é utilizada a literatura pelos
dois sexos.
Os perfis foram selecionados aleatoriamente a partir da rede de um usuário,
de forma a poder medir, não através de usuários que possuam um perfil que se
enquadra naqueles onde a literatura poderia estar presente, como por exemplo,
integrantes da comunidade “Literatura”, mas sim sem um critério temático que
induzisse ao encontro espontâneo da utilização literária. Assim, dos 100 perfis
femininos acessados, em 64 deles, havia alguma citação ou referência literária,
através de poesias famosas ou mesmo de frases e textos desconhecidos. Enquanto
isso, quanto ao sexo masculino, dos 100 perfis vistos, foram encontradas referências
semelhantes em apenas 33, pouco mais da metade do verificado entre as mulheres.
Figura 10
Figura 11
sublimado por motivos desconhecidos, mas que, no final das contas, dá ao dono do
perfil a autoridade e identidade quanto ao escrito.
“Para nós, um texto literário identifica-se em primeiro lugar com um nome
próprio, tem um autor, sem bem que não é o caso para todos os textos, nem sequer
em nossa sociedade” (Chartier, 1999, p. 20). Ao afirmar que o texto literário
pressupõe a imagem de um autor que se identifique com a obra, ou seja, há
necessariamente alguém reconhecido como o produtor e a quem se deve o mérito,
Chartier entra em choque com a ideia disseminada na cultura virtual, na qual
observamos cada vez mais, a apropriação dos textos e a consequente morte do
autor enquanto produtor único das obras.
Mais adiante, Chartier (1999, p. 32) aborda Foucault quanto à questão de que
“numa determinada sociedade, certos gêneros, para circular e serem recebidos têm
necessidade de uma identificação fundamental dada pelo nome do autor, enquanto
outros não”. No caso do Orkut, a falta da associação de um nome próprio ao texto
publicado, pode ser entendida pelo visitante que desconhece a autoria como se
fosse do dono do perfil. No ciberespaço, não há a necessidade de uma identificação
fundamental e os textos circulam livremente, independendo da autoria e sem o seu
domínio.
pelo meio eletrônico, um dos pilares da instituição literária, o autor torna-se uma
efemeridade, assim como o papel do editor e do distribuidor.
Figura 12
Figura 13
Figura14
Figura 15
Figura 16
No entanto, também entre estes perfis, não é possível determinar autores que
se destaquem e sobressaiam sobre os demais. Entre os mais citados, estão
Fernando Pessoa e Cecília Meireles, mas também aparecem, embora com menos
frequência, Clarice Lispector, Machado de Assis, Pablo Neruda e compositores,
como Roberto Carlos e Marisa Monte. O exemplo abaixo, refere-se à uma citação de
Machado de Assis, no perfil do usuário „Miguel Angel‟, no qual é usada uma frase
para o espaço dedicado ao „quem sou eu‟ e é dada a referência do real autor da
frase.
Figura 17
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Figura 19
Figura 20
Figura 21
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Figura 22
Figura 23
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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