Avaliação de Farinha de Aves

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE AQUICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AQUICULTURA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA FARINHA DE VÍSCERAS


DE AVES DE DIFERENTES INDÚSTRIAS E ÉPOCAS DO ANO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Aquicultura, do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal de Santa
Catarina,como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Aquicultura.

Orientador: Dra. Débora Machado Fracalossi


Co-orientadora: Dra. Dariane Beatriz Schoffen Enke

VITOR AUGUSTO GIATTI FERNANDES

Florianópolis, SC
2011
Fernandes, Vitor Augusto Giatti

Avaliação da qualidade da farinha de vísceras de aves de diferentes


indústrias e épocas do ano [Dissertação] : Vitor Augusto Giatti Fernandes;
orientadora, Débora Machado Fracalossi; coorientadora, Dariane Beatriz
Schoffen Enke. - Florianópolis, SC, 2011.
71 p.: il., grafs., tabs.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro


de Ciências Agrárias, Programa de Pós Graduação em Aquicultura.

Inclui referências

1. Aquicultura. 2. Farinha como alimento. 3. Nutrição. 4. Alimentos – Teor


protéico. I. Fracalossi, Débora Machado. II.Universidade Federal de Santa
Catarina. Programa de Pós Graduação em Aquicultura. III. Título.
Avaliação da qualidade da farinha de vísceras de aves de diferentes
indústrias e épocas do ano

Por

VITOR AUGUSTO GIATTI FERNANDES

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de

MESTRE EM AQUICULTURA

e aprovada em sua forma final pelo Programa de


Pós-Graduação em Aqüicultura.

_____________________________________
Prof. Evoy Zaniboni Filho, Dr.
Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

__________________________________________
Dra. Débora Machado Fracalossi – Orientadora

__________________________________________
Dr. Cláudio Bellawer

__________________________________________
Dr. Walter Quadros Seiffert
“Dedico este trabalho ao Engenheiro de Aquicultura e amigo
Leonardo Matsunaga Yamaguti (in memorian)”
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço as pessoas que tiveram a maior parcela


de “culpa” por eu chegar nesta importante etapa da minha vida: minha
família e principalmente meus pais, por todos os ensinamentos e valores
que eles me passaram durante toda minha vida e também pela inabalável
confiança que demonstram por mim, não importando qual o desafio eu
viria a enfrentar. O meu obrigado também às minhas avós que não posso
mais abraçar, mas fizeram questão de participar ativamente desta minha
caminhada.

À minha querida namorada Cyntia, por me apoiar e ouvir


minhas lamentações com calma e paciência durante o andamento deste
trabalho.

À minha orientadora Débora, pela orientação, não apenas deste


trabalho, mas de minha vida acadêmica e profissional como um todo,
que desde cedo acreditou em mim e continuou acreditando, mesmo nas
horas em que nem eu mesmo o fazia, também pela sua sede de saber,
que inspira a todos nós, seus alunos.

À minha co-orientadora Dariane, que tem o dom de tornar


insignificante qualquer obstáculo, por maior que ele pareça. Além de
conseguir me motivar nos momentos mais difíceis.

Aos professores do Departamento de Aquicultura, pelo


conhecimento repassado e pelo apoio oferecido, dentro e fora das salas
de aula. Também ao secretário Carlito, pela orientação e paciência sobre
os prazos e normas do curso de pós-graduação.

Aos colegas do LAPAD, em especial o pessoal do LabNutri:


Ronaldo Lima de Lima, Bruna Mattioni, Douglas Cunha, Ricardo Berto,
Renata Oselame, Naira Cabral, Cynthia, Fernando Cornélio, Gominho e
Rodrigo Vargas que estavam sempre dispostos a ajudar em tudo.
RESUMO

O objetivo deste estudo foi caracterizar a farinha de vísceras de aves,


focando no seu uso na aquicultura. Para tal, foram escolhidas quatro
empresas com produção significativa: dois frigoríficos, que processam
imediatamente as vísceras após o abate das aves e dois produtores
independentes, que transportam as vísceras para suas plantas
processadoras em temperatura ambiente, o que pode levar muitas horas.
Foram realizadas quatro coletas em cada empresa, uma em cada estação
do ano (outono, inverno, primavera e verão, com exceção de um
frigorífico em que não houve coleta no outono), com o objetivo de
verificar a variação sazonal e entre tipos de indústria na composição
proximal (proteína bruta, extrato etéreo, matéria seca, cinzas, fósforo) e
nos índices qualitativos (índice de peróxidos, índice de acidez,
aminoácidos e aminas biogênicas, granulometria, presença de
antibióticos e Salmonella). Farinhas de vísceras de aves produzidas por
frigoríficos apresentaram maior teor de proteína bruta quando
comparadas àquelas fabricadas por produtores independentes (68,33% e
64,14%, respectivamente) e menor teor de cinzas (13,59% e 19,14%).
Também houve diferenças no perfil de aminoácidos, aminas biogênicas
e granulometria. Farinhas de vísceras de aves de todos os fornecedores
apresentaram maiores índices de acidez e índice de peróxidos nos
períodos mais quentes: verão e primavera. O teor de algumas aminas
biogênicas e aminoácidos foram afetados sazonalmente. A farinha de
vísceras de aves produzida por frigoríficos possui melhor qualidade
nutricional, sendo menos susceptível à deterioração da matéria prima ao
longo do ano.

Palavras-chave: Farinha de vísceras de aves, nutrição, qualidade de


ingrediente, aquicultura, subprodutos animais.
ABSTRACT

The aim of this study was to characterize the poultry by-product meal,
focusing on its use in aquaculture. We selected four companies with
significant production: two slaughterhouses, that process by-product
immediately after slaughter and two independent rendering plants,
where the by-product processing can be delayed for many hours. Four
samples were taken at each company, one in each season (fall, winter,
spring and summer, except for a slaughterhouse in the fall), to examine
seasonal variation. Proximate analysis (crude protein, ether extract, dry
matter, ash, phosphorus) and qualitative variables (peroxide, acidity,
amino acids, biogenic amines, particle size, and the presence of
antibiotics and Salmonella). Poultry by-product meal produced by
slaughterhouses presented higher crude protein content when compared
to rendering plants (68.33% and 64.14%, respectively) and lower ash
content (13.59% and 19.14%). There were also significant differences
on the amino acid and biogenic amine contents as well as in the particle
size. Poultry by-product meal from both types of industries had higher
acidity and peroxide in the summer and spring. The content of some
biogenic amines and amino acids were also affected seasonally. The
poultry by-product meal produced by slaughterhouses has better
nutritional quality, being less susceptible to deterioration of the raw
material throughout the year.

Key words: Poultry by-product meal, nutrition, ingredient quality,


aquaculture, animal by-product.
SUMÁRIO

Introdução 13
A farinha de peixe 13
Subprodutos de origem animal 14
A farinha de vísceras de aves 14
A farinha de vísceras de aves na alimentação de 22
peixes
Qualidade da farinha de vísceras de aves 22
Análises proximais 22
Análises qualitativas 25
Granulometria 25
Índice de acidez e índice de peróxidos 25
Aminas biogênicas 27
Antibióticos 29
Justificativa 30
Objetivo geral 31
Objetivos específicos 31
Avaliação da qualidade da farinha de vísceras de aves
de diferentes indústrias e épocas do ano 33
Resumo 34
1. Introdução 35
2. Materiais e Métodos 36
2.1 Seleção das empresas 36
2.2 Amostragem 36
2.3 Análises físico-químicas 36
2.4 Análises estatísticas 37
3. Resultados 37
3.1 Análises proximais 37
3.1.1 Tipo de indústria 38
3.1.2 Estações do ano 38
3.2 Análises qualitativas 38
3.2.1 Tipo de indústria 39
3.2.2 Estações do ano 39
4. Discussão 42
4.1 Análises proximais 42
4.2 Granulometria 44
4.3 Rancidez hidrolítica e oxidativa 44
4.4 Aminoácidos 46
4.5 Aminas biogênicas 46
4.6 Presença de Salmonella 48
4.7 Resíduos de antibióticos 49
5. Conclusões 49
6. Referências Bibliográficas 50
Considerações Finais 56
Referências Bibliográficas da Introdução 57
13

INTRODUÇÃO

Pesquisas na área de nutrição de organismos aquáticos são de


extrema importância para um aumento da competitividade da
aquicultura, pois permitem aumentar a eficiência da dieta e
consequentemente baixar o custo de produção. A redução no custo de
produção pode ser alcançada pela utilização de ingredientes de alta
qualidade, pelo uso de técnicas eficazes no processamento das rações e
pela aplicação de estratégias de alimentação.
Peixes, principalmente os carnívoros, necessitam de alta
quantidade e qualidade de proteína dietética, a qual é principalmente
oriunda da farinha de peixe (BORGHESI et al., 2009).

A Farinha de Peixe

Atualmente, devido a sua alta qualidade protéica, a farinha de


peixe é o principal ingrediente protéico utilizado para a fabricação de
ração para a indústria aquícola (NAYLOR et al., 2009).
Ao contrário do que ocorre em países com alta produção de
farinha de peixe de peixe inteiro como Chile e Peru, no Brasil, a
produção e qualidade de farinha de peixe são baixas devido à ausência
de estoques pesqueiros na costa brasileira que sustente esta indústria. No
Brasil, a farinha de peixe geralmente é elaborada a partir de resíduos da
indústria de processamento pesqueiro, resultando num produto abaixo
dos padrões internacionais (TABELA 1), diferindo nutricionalmente a
cada partida, com altos teores de cinza, rancidez de lipídios e
degradação de proteínas (TEIXEIRA et al., 2006). Portanto, a indústria
brasileira produtora de ração destinada a organismos aquáticos,
principalmente de carnívoros, depende das importações de farinha de
peixe. Entretanto, os recentes incentivos governamentais à piscicultura
marinha, que inclui principalmente espécies carnívoras, levarão a uma
demanda ainda maior de ingredientes protéicos alternativos.
A demanda por farinha de peixe cresce enquanto sua produção
total está estabilizada, variando entre 5 a 7 milhões de toneladas nas
últimas décadas (NAYLOR et al., 2009). Em 1999, a aquicultura
consumia 32% da produção mundial de farinha de peixe, mas a previsão
é que consuma 70% em 2015 (NEW & WIJKSTÖM, 2002), competindo
com outras criações que também utilizam farinha de peixe na
alimentação.
14

Tabela 1: Comparativo do conteúdo de macronutrientes entre farinha de


peixe inteiro e farinha de resíduos de peixe.

Nutriente, % Farinha de peixe Farinha de


inteiro (herring)¹ resíduos de peixe²
Matéria seca 91,90 92,26
Proteína bruta 74,20 54,40
Gordura 9,40 7,50
Matéria mineral 16,20 22,82
Energia bruta (kcal/kg) 4.920 4.114
¹Adaptado de El-Haroun et al. (2009).
²Adaptado de Rostagno et al. (2005).

Subprodutos de Origem Animal

De um terço até a metade do animal produzido para consumo


(carne, leite, ovos, etc.) não é consumido pelos humanos, tais como
intestinos, pulmões e cabeças, sendo denominados subprodutos. Estes
subprodutos, apesar de não serem consumidos pelos humanos podem ser
processados e se transformar em muitos subprodutos úteis. Farinha de
carne e osso, farinha de sangue, farinha de vísceras de aves são alguns
subprodutos resultantes deste processo de reaproveitamento os quais são
empregados principalmente em rações para a indústria avícola, aquícola
e de animais de estimação (MEEKER, 2009).

A Farinha de Vísceras de Aves

A farinha de vísceras de aves é o produto resultante da cocção,


prensagem e moagem de vísceras de aves, sendo permitida a inclusão de
cabeças e pés. Não deve conter penas (exceto aquelas que podem
ocorrer não intencionalmente), resíduos de incubatório, casca de ovo ou
outras matérias estranhas a sua composição (SINDIRAÇÕES, 2009).
Ainda, é permitida a inclusão de todas as partes resultantes do abate,
inclusive ovos não desenvolvidos no sistema reprodutor, mas não é
permitida a inclusão de penas, cuja inclusão caracteriza adulteração.
Entretanto, o teor de proteína pode variar de 55 a 65% e a densidade de
545 a 593 kg/m3 (BELLAVER, 2005), já que a composição e a
qualidade da matéria prima são variáveis.
15

A farinha de vísceras de aves apresenta um alto valor


nutricional para os peixes, sendo considerada uma fonte valiosa de
proteína para muitas espécies carnívoras (EL-HAROUN et al., 2009;
NENGAS et al., 1999; SHAPAWI et al., 2007).
Segundo Rostagno et al. (2005), no Brasil existem dois tipos de
farinha de vísceras de aves, com maior ou menor concentração de
gordura. A composição nutricional desses dois tipos de farinha de
vísceras e da farinha de resíduos de peixe encontra-se nas TABELAS 2
e 3.
A composição nutricional da farinha de vísceras de aves pode
variar dependendo da forma de processamento e do material incluído na
sua elaboração (NENGAS et al., 1999). O crescimento da indústria de
rações para animais domésticos, que é uma importante consumidora de
farinha de vísceras de aves, provocou a melhora da qualidade deste
subproduto no mercado norte-americano (DOZIER et al. 2003).
Atualmente, existem dois subprodutos distintos: uma farinha de vísceras
de aves de alta qualidade destinada à industria de pet-food e uma farinha
de vísceras de aves de menor qualidade, destinada ao fabrico rações para
outros animais. A principal diferença entre os produtos é que, no
processamento para pet-food, são retirados produtos de menor qualidade
nutricional como cabeças e pés, diminuindo substancialmente a
quantidade de gordura e matéria mineral, conforme demonstrado na
TABELA 4. Dozier et al. (2003) também relataram em seu estudo que a
farinha de vísceras de aves destinada ao mercado de pet-food tem uma
composição mais uniforme, devido à padronização da matéria-prima, a
qual sofreu uma seleção mais rigorosa, tornando o produto final com
maior qualidade e valor de mercado.
Segundo a National Renderers Association (NRA, 2003), há
também no mercado norte-americano uma farinha de vísceras de aves
com teor reduzido de matéria mineral (low-ash poultry by-product
meal), com redução substancial da quantidade de fósforo. O excesso de
fósforo na alimentação de organismos aquáticos é excretado na forma
hidrossolúvel, podendo causar a eutrofização, que é um dos mais sérios
problemas de degradação de águas em viveiros, mananciais, lagos, rios e
áreas alagadas (VAN DER PLOEG; BOYD, 1991).
16
Tabela 2: Composição nutricional da farinha de vísceras, farinha de vísceras alta gordura e farinha de
resíduos de peixe e de peixe inteiro (em percentagem, base seca) 1.

Farinha de
Farinha Farinha de Farinha de
Nutriente, % vísceras de
de peixe resíduos de vísceras de
frango alta
inteiro peixe frango
gordura

Matéria seca 91,63 92,26 92,24 93,90


Proteína bruta 61,10 54,40 57,00 55,30
Gordura bruta 5,50 7,50 13,84 20,58
Extrativo não nitrogenado 5,33 7,54 6,45 6,42
Matéria mineral 19,35 22,82 14,95 11,60
Cálcio 4,70 5,90 4,00 3,64
Fósforo total 2,41 2,87 2,66 1,88
Fósforo disponível 2,41 2,87 2,66 1,88
Energia bruta (kcal/kg) 4.199 4.114 4.661 5.343
1
Adaptado de Rostagno et al. (2005).
Tabela 3: Composição de aminoácidos de alguns ingredientes protéicos de origem animal (% no
ingrediente na matéria natural)¹ e exigência de aminoácidos para truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss)
e salmão do pacífico (Oncorhynchus spp.) (% da dieta)² .

Farinha de Farinha de Exigência


Farinha de
Aminoácido resíduos de vísceras de Truta arco- Salmão do
peixe inteiro
peixes frango íris Pacífico
Arginina 3,43 3,77 4,17 1,5 2,04
Fenilalanina + Tirosina 3,87 4,41 4,12 1,8 1,73
Histidina 1,11 1,33 1,10 0,7 0,61
Isoleucina 2,30 2,52 2,43 0,9 0,75
Leucina 4,06 4,43 4,24 1,4 1,33
Lisina 3,41 4,34 3,35 1,8 1,70
Metionina + Cistina 2,35 2,28 2,02 1,0 1,36
Treonina 2,34 2,54 2,43 0,8 0,75
Triptofano 0,45 0,58 0,55 0,2 0,17
Valina 2,90 3,06 3,08 1,2 1,09
1
Adaptado de Rostagno et al. (2005).
² Adaptado de NRC (1993).

17
18

A farinha de vísceras contém elevados níveis de gorduras


insaturadas e necessita obrigatoriamente de tratamento com
antioxidantes. A variação constante na composição da farinha de
vísceras produzida pode gerar uma dificuldade maior quanto a sua
utilização em rações para peixes. Outra preocupação é em relação à
contaminação do produto por bactérias, principalmente Salmonela, a
qual deve ser nula.
Existem dois tipos principais de indústrias produzindo farinha
de vísceras de aves: frigoríficos-matadouros e produtores independentes,
também conhecidas como fábrica de co-produtos (subprodutos) ou
fábrica de produtos não comestíveis. Os frigoríficos-matadouros
possuem a principal característica de abater os animais, acumular os
resíduos do abate e processar estes resíduos praticamente no mesmo
local do abate. Diferentemente dos produtores independentes, que
compram as vísceras in natura em frigoríficos-matadouros que não
possuem maquinário (digestores) para processar os resíduos do abate. O
transporte dessas vísceras in natura é feito normalmente por via
terrestre, em caminhões não refrigerados, levando várias horas, o que
significa que as vísceras ficam sujeitas à rápida deterioração.
Além desta classificação das indústrias processadoras, há
também dois principais métodos de processamento das vísceras: por
digestor contínuo ou por batelada. A principal característica do digestor
contínuo é a possibilidade de processamento automatizado, sem
interrupção (entrada da matéria-prima, processamento e saída do
produto), ao contrário do processamento por batelada, em que o
processo possui etapas bem definidas. Apesar desta vantagem do
processamento contínuo, o processamento por batelada permitiria um
maior controle e rastreabilidade dos lotes produzidos. Independente se o
processamento é realizado em um frigorífico-matadouro ou produtor
independente, seja ele por batelada ou contínuo, o resumo esquemático
da fabricação de farinha de vísceras pode ser encontrado na FIGURA 1.
A produção de frango no Brasil em Dezembro 2010 atingiu
1.112.100 ton em um único mês (AVISITE, 2011). Considerando que o
rendimento de produção de farinha de vísceras de frango varia entre 2,8
e 4,4% do peso vivo da ave abatida (JORGE NETO, 1994), deduz-se
que a disponibilidade anual de farinha de vísceras de aves no Brasil é de
aproximadamente 587.000 ton. Segundo informações levantadas no site
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), esta
disponibilidade é maior principalmente nas regiões onde a produção
avícola é grande, como nos estados de Santa Catarina, Paraná, São
Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (MAPA,
19

2011a). Ainda, o custo do quilo da farinha de vísceras de aves é R$1,00,


inferior ao da farinha de resíduos de peixe (R$ 1,80) (NICOLUZZI
RAÇÕES LTDA, 2010. Informação pessoal).
Os ingredientes de origem vegetal são amplamente pesquisados
como substitutos à farinha de peixe, devido a sua alta disponibilidade e
baixo custo. Entretanto, um dos compostos ausentes em qualquer
ingrediente de origem vegetal é a taurina, um aminoácido sulfurado, não
essencial, mas com indícios de ser indispensável para peixes carnívoros
(TAKEUCHI et al., 2001; GAYLORD et al., 2006), ou seja, os peixes
carnívoros são capazes de sintetizá-lo, porém em quantidades abaixo das
necessárias para ótimo crescimento, sendo imprescindível sua inclusão
na dieta. Entretanto, uma importante constatação é que a taurina está
presente na farinha de vísceras de aves na mesma quantidade que na
farinha de peixe (GAYLORD et al, 2006).
Desta forma, a farinha de vísceras de aves é um ingrediente
protéico alternativo muito interessante para aquicultura pelo seu
excelente perfil de aminoácidos, menor preço e grande disponibilidade.
20
Tabela 4: Composição proximal média de diferentes categorias de farinha de vísceras de aves produzidas nos
Estados Unidos da America, base seca.

Categoria

Parâmetro, % Reduzida matéria


Pet-Food ¹ Ração animal¹
mineral2
%

Umidade 4,1 4,2 4,5

Proteína bruta 66,1 58,1 68,0

Extrato etéreo 12,6 14,4 15,5

Matéria mineral 15,1 17,1 9,5

Cálcio 4,61 4,17 3,52

Fósforo 2,59 2,50 1,6

¹ Adaptado de Dozier et al.(2003). Farinhas de vísceras oriundas de cinco estados do sudeste dos Estados Unidos da América.
2
Adaptado de National Renderers Association (NRA, 2003).
21

Figura 1: Resumo esquemático de uma fábrica de farinha de vísceras de


aves.
22

A Farinha de Vísceras de Aves na Alimentação de Peixes

A inclusão de farinha de vísceras de aves em formulações para


peixes vem sendo testada nos últimos anos, porém os resultados são
controversos (TABELAS 5 e 6). Esta heterogeneidade de informações
deve-se, principalmente, à grande variabilidade da composição e
qualidade da farinha de vísceras. Por exemplo, Gaylord et al. (2004)
encontraram valores de digestibilidade da proteína da farinha de vísceras
para o sunshine bass (Morone chrysops x Moroe saxatilis) em torno de
55%, enquanto que Rawles et al. (2006), utilizando farinha de vísceras
pet-feed grade, encontraram valores em torno de 97,2% para a mesma
espécie. Desta forma há a necessidade de se obter uma farinha
devísceras de aves de boa qualidade e padronizada para expressar todo o
potencial deste ingrediente na aquicultura.

Qualidade da Farinha de Vísceras de Aves

A fabricação de rações de boa qualidade depende diretamente


da qualidade dos ingredientes utilizados na sua formulação. Um
ingrediente de baixa qualidade irá gerar invariavelmente uma ração de
baixa qualidade, independente de qualquer outro fator inerente à
fabricação da ração. Portanto, a qualidade dos ingredientes que
comporão a ração é o primeiro e mais importante item a ser observado
neste ramo de atividade. A qualidade da farinha de vísceras de aves
pode ser avaliada por meio de análises de composição ou proximais e de
análises qualitativas.

Análises Proximais

As análises proximais (teor de proteína, aminoácidos, ácidos


graxos, lipídios, cinzas e extrato não nitrogenado) fornecem um
indicativo sobre a qualidade nutricional da farinha de vísceras. No caso
de alimentação de organismos aquáticos, a farinha de peixe é o
ingrediente proteico padrão. Uma farinha de peixe de alta qualidade
deve possuir proteína bruta maior que 68%, baixo nível de cinzas
(menor que 13%) e lipídios (menor que 10%) (NRC, 1993). Para a
farinha de vísceras de aves, as exigências de composição, segundo o
Compêndio brasileiro de Nutrição Animal (SINDIRAÇÕES, 2009) são:
Tabela 5: Valores de coeficiente de digestibilidade aparente da farinha de vísceras em diversas espécies

Tabela 6: Desempenho de diversas espécies aquícolas alimentadas com farinha de vísceras

23
24
25

umidade (máximo 8%), proteína bruta (mínimo 55%), extrato etéreo


(mínimo 10%), cinzas (máximo 15%) e fósforo (mínimo 1,50%).
Entretanto não há referência sobre o perfil de aminoácidos.

Análises Qualitativas

Estas análises permitem avaliar a qualidade da farinha de


vísceras do ponto de vista de processamento e conservação. Além das
análises recomendadas pelo compêndio brasileiro de nutrição animal
(SINDIRAÇÕES, 2009), tais como: índice de acidez (< 3 mg NaOH g-
1
), índice de peróxidos (<10 meq 1000 g-1), Samonella (ausente) e
granulometria (retenção em peneiras de 3,4 mm, 2 mm e 1,68 mm deve
ser 0%, <5% e <10%, respectivamente), deveriam ser abordadas
também as análises aminas biogênicas e presença de antibióticos.

Granulometria

A moagem fina dos ingredientes, em geral, melhora as


características físicas do pélete, tal como sua estabilidade (HUI-MENG,
1989; BOTTING, 1991), além de melhorar sua digestibilidade
(HARDY, 1989; HUI-MENG, 1989) e garantir a ingestão não-seletiva
de ingredientes (TAN, 1991).
A retenção máxima de farinha de vísceras de aves em peneira
de 3,4 mm deve ser de 0%, em peneira de 2,0 mm, 5% e, em peneira de
1,68 mm, o máximo é 10% (SINDIRAÇÕES, 2009).

Índice de Acidez e Índice de Peróxidos

Durante o processamento e armazenamento, os lipídios podem


sofrer alterações químicas, das quais a rancidez é uma das mais
importantes, pois tem efeito direto sobre a aceitação do alimento.
Existem dois tipos de rancidez: a oxidativa e a hidrolítica (BOBBIO e
BOBBIO, 1992).
A rancidez hidrolítica se refere à hidrólise de óleos e gorduras
que ocorre na ligação éster de moléculas de triglicerídeos, com produção
de ácidos graxos livres. Essa hidrólise pode ser por processo enzimático
vegetal, animal ou bacteriano e também por processamento térmico
(fritura) na presença de água ou oxigênio. A rancidez hidrolítica é
mensurada pelo índice de acidez, que é o volume necessário de uma
base forte (NaOH ou KOH) para neutralizar os ácidos graxos livres
26

presentes em 1 g de amostra. É o principal parâmetro para avaliar a


qualidade de óleos e gorduras, sendo crítico em materiais com alta
concentração de ácidos graxos de baixo peso molecular como ácido
butírico, ácido capróico, ácido caprílico e ácido cáprico (MORETTO et
al., 2002). Já, a rancidez oxidativa se refere à oxidação que pode ocorrer
em ácidos graxos insaturados. Quanto maior o número de duplas-
ligações, maior a facilidade de ocorrer a rancidez oxidativa, a qual pode
ocorrer por auto-oxidação (COULTATE, 2004), fotoxidação ou ser
catalisada por lipoxigenases (enzimática) (MORETTO et al., 2002). A
oxidação de ácidos graxos saturados é rara, apenas ocorrendo em
condições extremas de temperatura, devido à alta energia de ativação
exigida. A presença de insaturações diminui a energia necessária para a
ruptura das ligações químicas, facilitando a formação de radicais livres,
os quais poderão facilmente reagir com o oxigênio da atmosfera. A
reação em cadeia destes radicais livres com o oxigênio, neste tipo de
rancidez, se dá em três etapas: indução, propagação e terminação
(COULTATE, 2004). A teoria mais aceita para o início deste processo é
a presença de uma espécie de oxigênio de muita energia, muito reativa e
de vida curta, o oxigênio singleto, ¹O2, que reage com as insaturações de
ácidos graxos, originando radicais peróxi, também altamente reativos, os
quais seguem reagindo com outros ácidos graxos insaturados. O
resultado é um acúmulo sempre crescente de radicais livres na fração
lipídica, com alto consumo de oxigênio atmosférico (COULTATE,
2004). O índice de peróxidos é a medida do conteúdo de oxigênio
reativo em termos de miliequivalentes por 1000 g de gordura. Este
índice é baixo no período de indução, alto no período de propagação e
novamente baixo no período de terminação, onde há produção de outros
produtos resultantes da oxidação como hidrocarbonetos, aldeídos e
cetonas (MORETTO et al., 2002).
O efeito do consumo de alimentos com altos índices de
oxidação lipídica ainda permanece sem solução, porém em animais os
sintomas são parecidos com a falta de vitamina E (antioxidante natural),
evidenciando uma possível sobrecarga do sistema antioxidante do
organismo (COULTATE, 2004).
É possível inibir a formação de peróxidos é conveniente a
utilização de substâncias antioxidantes como o tocoferol, etoxiquim,
BHT e BHA. A ação antioxidante pode se dar de várias maneiras, seja
ligando-se competitivamente ao oxigênio, inibindo os catalisadores ou
ainda estabilizando os hidroperóxidos. Por outro lado, outros fatores
afetam a oxidação como: composição das gorduras, presença de
27

oxigênio, temperatura, luz e presença de íons metálicos (OETTERER et


al., 2006).

Aminas biogênicas

Durante o processamento e armazenamento de ingredientes


proteicos pode ocorrer a deterioração da proteína, seja de forma
enzimática endógena ou bacteriana. Primeiramente ocorrerá a hidrólise
das ligações peptídicas, liberando aminoácidos livres. Os aminoácidos
posteriormente poderão sofrer desaminação, formando amônia e
compostos contendo carbonos, que poderão ser utilizados no ciclo do
ácido cítrico para produção de energia (que ocorre naturalmente nos
animais) ou ainda sofrer descarboxilação, formando aminas biogênicas e
gás carbônico (LASZLO et al., 1986). Ambos, amônia e aminas
biogênicas são tóxicos e indesejáveis na nutrição animal (NRC, 1982).
Aminas biogênicas ocorrem naturalmente em pequenas
concentrações em animais, plantas e microorganismos. Apresentam
atividades biológicas e muitas delas participam em importantes
processos fisiológicos, tais como controle das funções dos ácidos
nucléicos, divisão celular, síntese protéica, estabilização de membranas
(putrescina, espermidina e espermina); funções no sistema nervoso
(catecolaminas); controle da pressão sanguínea (histamina, tiramina e 2-
feniletilamina) e, no caso da histamina, como mediador primário no
sistema de respostas alérgicas. Em alguns organismos aquáticos é sabido
que algumas aminas biogênicas podem regular o sistema reprodutivo
como no caranguejo de água doce Oziotelphusa senex senex. Em um
estudo recente, descobriu-se que a injeção de serotonina e melatonina
substituiu a ablação do pedúnculo ocular, um procedimento, que além
de trabalhoso causa estresse aos animais, neste caranguejo de água doce
(SAINATH; SREENIVASULA REDDY, 2011).
Entretanto, aminas biogênicas podem ser produzidas em
alimentos como resultado da descarboxilação bacteriana de
aminoácidos. Através deste processo, tirosina produz tiramina, histidina
produz histamina e lisina, cadaverina. Resíduos do abate de avess como
vísceras são altamente susceptíveis à proteólise, seja esta por
microorganismos da flora intestinal ou ação enzimática endógena, que
disponibilizará grande quantidade de aminoácidos. Estes, por ação
bacteriana, darão origem às aminas biogênicas (GLORIA, 2006).
Levando-se em consideração que aminas biogênicas são
metabólitos de origem bacteriana e resistentes ao tratamento térmico,
28

elas são boas indicadoras de qualidade da matéria-prima (GLORIA,


2006).
Imediatamente após o abate, altos níveis e espermina (70% do
total de aminas biogênicas) e espermidina além de traços de putrescina,
cadaverina e histamina podem ser encontrados em carne de frango. Em
estocagem de 15 dias a 4°C de carne frango, a concentração de
espermidina não alterou, enquanto que a concentração de espermina
diminuiu. Por outro lado, houve aumento da concentração de
cadaverina, putrescina e histamina e ocorreu também o aparecimento de
tirosina (GLORIA, 2006).
Elevados índices de aminas biogênicas na dieta de frangos de
corte são associados com queda no rendimento e uma condição chamada
de “restos necrosados de células” (POOLE, 1994). Poole (1994) também
relatou toxicidade oriunda de aminas biogênicas em frangos de corte
alimentados com farinha de frango fabricada a partir de carcaças que
foram processadas apenas alguns dias após o abate dos animais. Keirs e
Benett (1993) classificaram as concentrações de aminas biogênicas em
farinha de frango como baixa (1,8 ppm), média (343,9 ppm) e alta (938
ppm) como total de aminas biogênicas.
Opstvedt et al. (2000) comparou o crescimento de salmão do
atlântico (Salmo salar) alimentados com dietas feitas com farinha de
peixe fresco com e sem suplementação de aminas biogênicas
encontradas no mesmo nível na dieta elaborada a partir de farinha de
peixe deteriorado. Não houve diferença no desempenho entre as dietas
feitas com farinha de peixe fresco, independente da suplementação de
aminas biogênicas. Por outro lado, os peixes alimentados com dieta à
base de farinha de peixe deteriorado apresentaram menor consumo,
ganho em peso e também lesões nos intestinos e fígado. Os autores
concluíram que o impacto negativo causado pela má qualidade da
farinha de peixe não é proveniente das aminas biogênicas e sim por
outras razões, como a diminuição de atrativos palatáveis ou menor
disponibilidade de aminoácidos.
Tapia-Salazar et al. (2004) realizaram um estudo semelhante
com “blue shrimp” Litopenaeus stylirostris. Os camarões alimentados
com dieta a base de farinha de peixe deteriorado (1.985 mg kg-1 de
aminas biogênicas totais) apresentaram os piores índices produtivos,
quando comparados com aqueles alimentados com dietas a base de
farinha de peixe fresco (48 mg kg-1 de aminas biogênicas totais), mesmo
com a suplementação de aminas biogênicas (1.581 mg kg-1 de aminas
biogênicas totais). Os animais alimentados com dieta à base de farinha
de peixe fresco com suplementação de cadaverina e histamina
29

apresentaram maior consumo e consequentemente maior ganho em


peso. Apesar destes resultados, os autores ressaltam a importância das
aminas biogênicas como indicativo de deterioração da matéria-prima.
Interessante ressaltar que estes estudos contemplam um número limitado
de aminas biogênicas e desta maneira desconsideram um possível efeito
tóxico sinérgico que podem existir entre aminas biogênicas ausentes
nestes ensaios.

Antibióticos

Antibióticos são utilizados em criações animais desde os anos


40 (BRIZ, 2005). Nos últimos anos nenhum assunto na área
antimicrobiana foi tão vigorosamente debatido quanto o uso de
antibióticos como promotores de crescimento (APC) em animais criados
para fins alimentícios (TURNIDGE, 2004).
Alguns pesquisadores especularam sobre o uso indiscriminado
de APC ser uma das causas, nos anos 90, do aumento de casos de
infecções hospitalares por Enteroccus faecium, resistentes à
vancomicina, antibiótico utilizado como “última linha de defesa” em
pacientes imunossuprimidos. Foi também demonstrada a resistência
cruzada de vancomicina com avoparcina, um antibiótico utilizado como
promotor de crescimento na época. Por outro lado, os defensores do uso
de APC argumentam a escassez de estudos científicos, o emprego de
metodologias inadequadas, possível confusão de E. faecium com E.
faecalis, este último naturalmente resistente à avoparcina, à falta de
repetibilidade dos estudos, além da inexistência de correlação entre
linhagens de bactérias resistentes encontradas em aves e aquelas
encontradas em humanos (BRIZ, 2005).
Estudo feito em uma comunidade isolada na Bolívia, que nunca
foi exposta a nenhum antibiótico utilizado em humanos ou animais,
mostra um alto índice de Escherichia coli resistente à tetraciclina (67%)
(BARTELLONI et al., 2004). Este estudo demonstra que muito há para
se descobrir no campo da epidemiologia da resistência de bactérias a
antibióticos.
O uso de APC para criação animal ainda é controverso, mas não
há evidências que estes causem riscos à saúde humana (BYWATER,
2005).
Todos os antibióticos foram proibidos para serem usados como
APC em criações de frangos na união européia em 2006, sendo
permitido apenas para fins terapêuticos. Nos EUA e Brasil, por
30

exemplo, muitos ainda continuam permitidos como pode ser visto na


TABELA 7.
Apesar do resíduo de antibióticos não ser listado no Compêndio
brasileiro de Nutrição Animal (SINDIRAÇÕES, 2009) como um
parâmetro de qualidade da farinha de vísceras de aves, sua avaliação é
importante pelo potencial de promover algum efeito adverso em
humanos, além de prevenir a exportação deste ingrediente para
mercados mais exigentes.

Justificativa

Com a atual conjuntura financeira mundial em recessão, a


pesquisa busca formas de aumentar a competitividade da aquicultura no
mercado mundial. Uma das maneiras de se alcançar este objetivo é
baixando o custo da ração, o qual representa um dos maiores custo de
produção em um empreendimento aquícola. Da mesma forma, preocupa
a sustentabilidade ambiental da atividade, a qual está estreitamente
relacionada à quantidade de peixes selvagens capturados para fabricação
de ração e a quantidade de peixes produzidos na fazenda (NAYLOR et
al., 2009).
Há uma estagnação da produção pesqueira e um aumento
acentuado da demanda por farinha de peixe por parte da aquicultura nas
últimas décadas. Portanto, a procura por ingredientes alternativos à
farinha de peixe é de extrema importância para a sustentabilidade
ambiental e econômica da atividade.
Na indústria de processamento de produtos de origem animal, o
resíduo representa de um terço à metade das carcaças para produção de
carne e ovos, na forma de vísceras, pele, penas, gordura, sangue, etc.
(MEEKER, 2009). O adequado processamento deste resíduo garante a
sua qualidade como matéria-prima para a fabricação de ração animal,
além de evitar o descarte, com grande potencial poluente. Agrega-se
valor à indústria de animais de corte, tornando-a mais competitiva e
sustentável. Dentre os vários ingredientes disponíveis no mercado para
substituir a farinha de peixe, a farinha de vísceras de aves se destaca
pela disponibilidade, preço e qualidade nutricional.
Por se tratar de um subproduto, a indústria investe pouco na
melhoria do processamento, transporte e armazenamento da matéria
prima, o que causa flutuações nas características físico-químicas e
microbiológicas do produto, dificultando o seu uso na formulação de
rações. A avaliação da qualidade aqui proposta servirá como ponto de
partida para a implementação de melhorias em um dos produtos da
31

indústria de processamento de resíduos animais, a farinha de vísceras de


aves, com vistas a sua utilização em dietas para peixes.

Objetivos

Geral

Caracterizar a qualidade da farinha de vísceras de aves, focando


na alimentação de organismos aquáticos.

Específicos

• Caracterizar a FV produzidas por dois tipos de indústrias:


frigoríficos e produtores independentes.
• Comparar a qualidade da farinha de vísceras produzidas nas
empresas selecionadas para o estudo.
• Avaliar a influência da estação do ano na qualidade das farinhas
de vísceras.

O artigo científico que se segue foi redigido conforme as


normas para submissão no periódico Animal Feed Science and
Technology.
32
Tabela 7: Regulamentação de alguns antibióticos nos EUA, Europa e Brasil.

Antibiótico EUA¹ Europa¹ Brasil²


Procaína penicilina Permitido Proibido como APC, vários países anos 70 Proibido em 1998
Tetraciclinas Permitido Proibido como APC, vários países anos 70 Proibido em 1998
Bacitracina de zinco Permitido Proibido na união européia em 1999 Permitido
Virginiamicina Permitido Proibido na união européia em 1999 Permitido
Espiramicina Nunca liberado Proibido na união européia em 1999 Permitido
Tilosina Permitido Proibido na união européia em 1999 Permitido
Flavofosfolipol Permitido Proibido na união européia em 2006 Permitido
Monensina Permitido Proibido na união européia em 2006 Permitido Bovinos e Ovinos
Salinomicina Permitido Proibido na união européia em 2006 Permitido Bovinos e Suínos
Avilamicina Nunca liberado Proibido na união européia em 2006 Permitido
Avoparcina Nunca liberado Proibido na união européia em 1992 Proibido em 1998

¹Adaptado de Bywater (2005).


²Adpatado de MAPA (2011b).
33

Avaliação da qualidade da farinha de vísceras de aves de diferentes


indústrias e épocas do ano

V. A. G. Fernandes, D. B. S. Enke e D. M. Fracalossi

Departamento de Aquicultura – Centro de Ciências Agrárias – Universidade Federal de Santa


Catarina

*Autor para correspondência. Tel: 55-48-33895216; EM:


deboraf@cca.ufsc.br
34

Resumo

O objetivo deste estudo foi caracterizar a farinha de vísceras de aves,


focando no seu uso na aquicultura. Para tal, foram escolhidas quatro
empresas com produção significativa: dois frigoríficos, que processam
imediatamente as vísceras após o abate das aves e dois produtores
independentes, que transportam as vísceras para suas plantas
processadoras em temperatura ambiente, o que pode levar muitas horas.
Foram realizadas quatro coletas em cada empresa, uma em cada estação
do ano (outono, inverno, primavera e verão, com exceção de um
frigorífico em que não houve coleta no outono), com o objetivo de
verificar a variação sazonal e entre tipos de indústria na composição
proximal (proteína bruta, extrato etéreo, matéria seca, cinzas, fósforo) e
nos índices qualitativos (índice de peróxidos, índice de acidez,
aminoácidos e aminas biogênicas, granulometria, presença de
antibióticos e Salmonella). Farinhas de vísceras de aves produzidas por
frigoríficos apresentaram maior teor de proteína bruta quando
comparadas àquelas fabricadas por produtores independentes (68,33% e
64,14%, respectivamente) e menor teor de cinzas (13,59% e 19,14%).
Também houve diferenças no perfil de aminoácidos, aminas biogênicas
e granulometria. Farinhas de vísceras de aves de todos os fornecedores
apresentaram maiores índices de acidez e índice de peróxidos nos
períodos mais quentes: verão e primavera. O teor de algumas aminas
biogênicas e aminoácidos foram afetados sazonalmente. A farinha de
vísceras de aves produzida por frigoríficos possui melhor qualidade
nutricional, sendo menos susceptível à deterioração da matéria prima ao
longo do ano.

Palavras-chave: Farinha de vísceras de aves, nutrição, qualidade de


ingrediente, aquicultura, subprodutos animais.
35

1. Introdução

A demanda por farinha de peixe cresce enquanto sua produção


total está estabilizada, variando entre 5 a 7 milhões de toneladas nas
últimas décadas (NAYLOR et al., 2009). Em 1999, a aquicultura
consumia 32% da produção mundial de farinha de peixe, mas a previsão
é que consuma 70% em 2015 (NEW & WIJKSTÖM, 2002), competindo
com outras criações que também utilizam farinha de peixe na
alimentação.
De um terço a metade de todo animal produzido para consumo
(carne, leite, ovos, etc.) são resíduos, tais como intestinos, pulmões e
cabeças, sendo denominados subprodutos (MEEKER, 2009). A farinha
de vísceras de aves (FV) é um subproduto da indústria avícola, sendo
resultante da cocção, prensagem e moagem de vísceras de aves
(SINDIRAÇÕES, 2009). Sua composição nutricional pode variar
dependendo da forma de processamento e do material incluído na sua
elaboração (NENGAS et al., 1999). Dozier et al. (2003) relatam dois
tipos de FV no mercado norte-americano: a FV destinada à produção de
rações para animais de estimação (Pet) e aquela destinada a outros
animais. A primeira possui melhor qualidade e menor variabilidade
nutricional em relação à segunda. Ainda, há um efeito sazonal sobre a
qualidade e estabilidade da gordura em FV para animais de estimação e
FV comum, sendo estes parâmetros piores no verão em relação ao
inverno, possivelmente por serem afetados diretamente pela temperatura
(DOZIER et al., 2004).
Estudos sobre a inclusão de FV em rações para organismos
aquáticos apresentam resultados controversos. Esta heterogeneidade
deve-se, provavelmente, a grande variabilidade na composição e
qualidade da FV. Como exemplo, Gaylord et al. (2004) encontraram
valores de digestibilidade da proteína da FV para o sunshine bass
(Morone chrysops x Morone saxatilis) em torno de 55%, enquanto que
Rawles et al. (2006), utilizando FV destinada ao mercado de animais de
estimação, encontraram valores em torno de 97% para a mesma espécie.
O objetivo deste estudo foi caracterizar a FV produzida por
diferentes tipos de indústrias processadoras: frigoríficos e produtores
independentes, ao longo do ano. Foram realizadas análises físico-
químicas para avaliar a composição nutricional e a qualidade da FV com
vistas a sua utilização como ingrediente protéico em rações para
organismos aquáticos.
36

2. Materiais e Métodos

2.1 Seleção das empresas

Foram selecionadas quatro empresas, considerando-se os


critérios: a) maior volume de produção, b) tipo de indústria (frigorífico
ou produtor independente). Duas das quatro empresas (A e B) são
frigoríficos que abatem os animais e imediatamente processam os
resíduos do abate. As outras duas (C e D), conhecidas como produtores
independentes, recolhem os resíduos do abate de um ou mais
matadouros e os transportam, por horas em caminhões não refrigerados,
para sua planta processadora.

2.2 Amostragem

Nas empresas A, C e D foi realizada uma coleta de FV em cada


estação do ano (verão, outono, inverno e primavera). Não houve coleta
no outono na empresa B. Aproximadamente 3 kg de FV eram
amostrados aleatoriamente de um lote de produção. As amostras de FV
eram transportadas até o Laboratório de Nutrição de Organismos
Aquáticos da Universidade Federal de Santa Catarina e armazenados em
freezer -80°C para posterior análise. O transporte das amostras foi
realizado de modo semelhante ao utilizado rotineiramente pelas
empresas até seus clientes, ou seja, a temperatura ambiente, por via
terrestre.

2.3 Análises físico-químicas

As análises foram realizadas de acordo com metodologia


padronizada pela AOAC (1999): proteína bruta (Kjeldhal, fator de
conversão de 6,25, método 945.01), extrato etéreo (Soxhlet, método
920.39C), matéria seca (método gravimétrico, 950.01), cinzas
(incineração em forno mufla, método 942.05), fósforo total (método
965.17). A granulometria (retenção em peneira de 6, 9 e 12 mesh) foi
realizada conforme metodologia descrita no Compêndio Brasileiro de
Nutrição Animal (SINDIRAÇÕES, 2009), sendo substituída a peneira
de 10 mesh por uma de 12 mesh. Índice de peróxidos e índice de acidez
foram analisados de acordo com AOCS (2003) (método Cd 8-53 e Ca
5a-40, respectivamente) no laboratório São Camilo, Maringá, PR.
O perfil de aminoácidos foi analisado após digestão ácida com
ácido clorídrico 6 N durante 24h. Os aminoácidos liberados reagiram
37

com fenilsotilcianato (PITC), foram separados por cromatografia líquida


de alta resolução (HPLC), em fase reversa e detectados por U.V. a 254
nm. As aminas biogênicas analisadas após extração com ácido
tricloroacético 5% e separação por HPLC, conforme metodologia
proposta por Vale e Gloria (1997). As análises de aminoácidos e aminas
biogências foram realizadas nos laboratórios Instituto Samitec, Santa
Maria, RS e Laboratório de Bioquímica de Alimentos da Universidade
Federal de Minas Gerais, respectivamente.
Os resíduos de antibióticos foram avaliados com uso de um kit
comercial (DSM Premi®Test, BD, Geleen, Holanda) que detecta
antibióticos dos grupos Beta-lactâmicos, cefalosporinas, macrolídeos,
tetraciclinas, inóforos, sulfonamidas, aminoglocosídicos, quinolonas,
entre outros e analisados no laboratório CBO análises, Campinas, SP. A
presença de Salmonella foi avaliada conforme metodologia descrita por
Andrews & Hammack (2001) no laboratório São Camilo, Maringá, PR.

2.4 Análises estatísticas

Os dados não paramétricos foram analisados por análise de


variância de Kruskal-Wallis para detectar possíveis influências do tipo
de indústria (frigorífico ou produtor independente) sobre as variáveis:
proteína bruta, extrato etéreo, cinzas, fósforo, matéria mineral,
granulometria, índice de acidez, índice de peróxidos, aminoácidos e
aminas biogênicas. As variáveis que não diferiram entre tipos de
indústria foram comparadas em relação à estação do ano (outono,
inverno, primavera e verão). Em ambas as comparações, no caso de
detecção de diferenças significativas, foi realizado o teste de Conover-
Inman (CONOVER, 1999) para comparação das médias, sempre
adotando-se o nível de significância de 5%.

3. Resultados

3.1. Análises proximais

Os resultados das análises proximais e granulometria das


farinhas de vísceras produzidas pelos produtores independentes (PI) e
frigoríficos nas quatro estações do ano estão sumarizados na Tabela 1,
bem como no Anexo 1.
38

Tabela 1
Média das análises proximais e granulometria das farinhas de vísceras
de aves produzida por frigoríficos e produtores independentes nas quatro
estações do ano.
Parâmetros
Frigoríficos¹ PI² Valor-P³
(% na matéria seca)
Proteína Bruta 68,33 ± 2,55a 64,14 ± 3,88b <0,05
Extrato Etéreo 14,44 ± 1,8 14,06 ± 1,6 ns
a b
Cinzas 13,59 ± 3,6 19,14 ± 2,49 <0,05
Fósforo 2,09 ± 0,56 2,69 ± 0,61 ns
Matéria Seca 97,47 ± 1,07 97,15 ± 0,6 ns
Granulometria > 6 Mesh 0,06 ± 0,09 0±0 ns
Granulometria > 9 Mesh 1,31 ± 0,5a 2,46 ± 0,96b <0,05
a b
Granulometria > 12 Mesh 2,64 ± 1,18 7,31 ± 2,27 <0,05
1
n=7; 2n=8; 3Valor-P obtido por análise de variância de Kruskal-Wallis.
a,b
letras diferentes em um mesmo parâmetro significam diferença entre
tipos de indústria.

3.1.1. Tipo de indústria - O conteúdo proteico da FV produzida pelos


frigoríficos foi significativamente maior que o da FV oriunda dos
produtores independentes (68,33% versus 64,14%), enquanto que a
matéria mineral (cinzas) foi significativamente maior na FV produzida
pelos produtores independentes (19,14% versus 13,59%) (Tabela 1;
Anexo 1). Não foi encontrada diferença significativa no teor de extrato
etéreo (14,35% e 14,44%), matéria seca (97,15% e 97,47%) e fósforo
(2,61% e 2,09%) entre os produtores independentes e os frigoríficos.

3.1.2. Estações do ano - Não foram encontradas diferenças


significativas nos resultados das análises proximais entre as estações do
ano e os dados estão sumarizados na Anexo 4.

3.2. Análises qualitativas

Foi detectada presença de Salmonella em um dos frigoríficos no


período de outono, inverno e primavera e em um dos produtores
independentes no período de primavera.
Não foram detectados resíduos de antibióticos em nenhuma das
amostras testadas.
39

3.2.1. Tipo de indústria - Foram detectadas diferenças significativas na


granulometria da FV. A retenção média em peneira de 9 mesh foi de
1,31% e 2,46% para frigoríficos e produtores independentes,
respectivamente, enquanto que, em 12 mesh, 2,64% e 7,31% (Tabela 1;
Anexo 1). Não houve diferença na granulometria em 6 mesh.
A concentração dos aminoácidos fenilalanina + tirosina foi
significativamente maior na FV produzida pelos frigoríficos, o mesmo
ocorrendo com a treonina (Tabela 2; Anexo 2). Não houve diferença na
concentração dos demais aminoácidos entre os produtores
independentes e frigoríficos.
As concentrações de algumas aminas biogênicas foram
influenciadas pelo tipo da indústria processadora de FV. As
concentrações de putrescina, cadaverina, tiramina e agmatina foram
significativamente maiores nos produtores independentes, enquanto que
a espermidina foi significantemente maior nos frigoríficos (Figura 1;
Anexo 3).

3.2.2. Estações do ano - As estações do ano tiveram influência sobre o


índice de acidez, que foi significativamente maior no verão (3,71 mg
NaOH g-1) em relação ao outono, inverno e primavera (1,56; 1,59; 1,97
mg NaOH g-1, respectivamente) (Figura 2a; Tabela 1 Anexo 2). O índice
de peróxidos também foi afetado pela estação do ano, sendo
significativamente maior na primavera (21,17 meq kg-1) em relação ao
inverno (0,89 meq kg-1), outono (2,29 meq kg-1) e verão (2,62 meq kg-1)
(Figura 2b; Anexo 4).
40

Fig. 1. Concentração de algumas aminas biogênicas em farinha de


vísceras de aves de frigoríficos e produtores independentes (PI).
a,b letras diferentes dentro de uma mesma amina biogênica significam
diferença entre tipos de indústria.

Algumas aminas biogênicas também foram influenciadas pelas


estações do ano, sendo que a concentração de feniletilamina foi maior
no verão (2,88 mg 100 g-1) em relação às outras estações, quando ficou
abaixo do nível mínimo de detecção (0,04 mg 100 g-1), como visto no
Anexo 6. Já a concentração de triptamina foi significativamente maior
na primavera e no verão (0,23 e 0,35 mg 100 g-1) em relação as outras
estações em que estava abaixo no nível mínimo de detecção (Anexo 6).
Com relação aos aminoácidos, a concentração de histidina foi
significativamente menor no verão e no outono (0,91% e 1,32%
respectivamente) em relação ao inverno e primavera (1,67% e 1,74%
respectivamente) (Anexo 5).
Os dados comparativo entre tipos de indústria estão no Anexo
1, 2 e 3. Os dados comparativos entre estações do ano estão no Anexo 4,
5 e 6.
Tabela 2
Perfil de aminoácidos indispensáveis (exceção triptofano) em frigoríficos e produtores independentes (PI) e exigência
em aminoácidos essenciais na dieta de truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) e salmão do Pacífico (Oncorhynchus
spp.).
% ingrediente Exigência (% dieta)4
Truta arco- Salmão do
Frigoríficos1 PI2 Valor-P3
íris Pacífico
Arginina 4,08 ± 0,14 4,00 ± 0,25 ns 1,5 2,04
Fenilalanina + Tirosina 3,89 ± 0,33a 3,21 ± 0,47b <0,05 1,8 1,73
Histidina 1,32 ± 0,46 1,41 ± 0,35 Ns 0,7 0,61
Isoleucina 2,19 ± 0,26 2,06 ± 0,19 ns 0,9 0,75
Leucina 3,55 ± 0,97 3,85 ± 0,36 ns 1,4 1,33
Lisina 3,24 ± 0,35 2,91 ± 0,27 ns 1,8 1,7
Metionina + Cistina 2,54 ± 0,57 2,18 ± 0,88 ns 1 1,36
Treonina 2,31 ± 0,11a 2,01 ± 0,24b <0,05 0,8 0,75
Triptofano - - - 0,2 0,17
Valina 2,64 ± 0,14 2,44 ± 0,25 ns 1,2 1,09
1
n=7; 2n=8; 3Valor-P obtido por análise de variância de Kruskal-Wallis.
a,b
letras diferentes dentro de um mesmo aminoácido significa diferença entre tipos de indústria.
4
Adaptado de NRC (1993).

41
42

Fig. 2. (a) Índice de acidez e (b) índice de peróxidos de farinha de


vísceras de aves nas quatro estações do ano.
a,b,c
Letras diferentes representam diferença entre as estações do ano.

4. Discussão

4.1. Análises proximais

Em geral, os valores médios encontrados nas análises proximais


(Tabela 1) das amostras de FV avaliadas no presente estudo são
similares aos encontrados na literatura (ABDEL-WARITH et al., 2001;
BORGHESI et al., 2009; BUREAU et al., 1999; SHAPAWI et al., 2007;
THOMPSON et al., 2008; YGIT et al., 2006). Alguns estudos, porém,
relatam teores de proteína bruta inferiores para a FV, tais como 53,8%
43

(EL-SAYED, 1998) e 51,6% (GODA et al., 2007). Tal discrepância


pode ser devida à inclusão de diferentes proporções de resíduos do abate
das aves (pulmões, intestinos, ossos) na fabricação da farinha de
vísceras.
A composição nutricional de um ingrediente é fundamental na
sua avaliação como potencial substituto à FP em dietas para organismos
aquáticos. De acordo com NRC (1993), uma FP de alta qualidade deve
possuir conteúdo proteico superior a 68%, matéria mineral inferior a
13% e extrato etéreo menor que 10%. A média do teor de proteína bruta
nas amostras de FV produzidas nos frigoríficos atingiu a meta de
proteína (68,33%), que foi significativamente maior que o teor
encontrado nos produtores independentes (64,14%). Não houve
diferença significativa entre o conteúdo de extrato etéreo das amostras
fabricadas em frigoríficos e produtores independentes, mas ambos
ficaram acima do valor recomendado para FP de alta qualidade (Tabela
1). O teor de matéria mineral ficou próximo ao recomendado para FP
nas amostras fabricadas em frigoríficos (13,59%), mas foi muito elevado
nas amostras fabricadas nos produtores independentes (19,14%). Já a
FV produzida em produtores independentes não atingiu o nível médio
recomendado para nenhum nutriente (Tabela 1). Fica evidente, portanto,
a alta variação na composição nutricional da FV, dependendo do tipo de
indústria de processamento.
Dozier et al. (2003) relatam a existência de pelo menos dois
tipos de FV no mercado americano, as quais são classificadas de acordo
com sua qualidade nutricional: pet food-grade com melhor qualidade e
mais homogênea e feed-grade, com pior qualidade e com alta variação
nutricional. A diferença na composição da FV se deve a maior ou menor
inclusão de frações de menor qualidade da matéria prima do abate
(como pés e cabeça). Selecionando estas partes do resíduo que
comporão a FV, há como obter um produto com maior teor protéico e
menor teor de cinzas (DOZIER et al., 2003). Estas variações nos índices
nutricionais explicam parcialmente os resultados contraditórios acerca
da substituição da FP por FV em rações para peixes (ABDEL-WARITH
et al., 2001; CHENG; HARDY, 2002; SHAPAWI et al., 2007;
THOMPSON et al., 2008).
O conteúdo de matéria mineral, que foi significativamente
maior FV produzidas pelos produtores independentes, tem influência
direta sobre o aproveitamento e impacto ambiental das rações. De
acordo com Bureau et al. (1999) e Wu et al. (2006), altas quantidades de
matéria mineral podem afetar negativamente a digestibilidade da
44

proteína. A matéria mineral, principalmente o seu conteúdo em fósforo,


é um dos principais agentes poluidores em corpos d’água, aumentando a
taxa de crescimento de algas e plantas aquáticas (VAN DER PLOEG;
BOYD, 1991). O fósforo em excesso na ração não será aproveitado pelo
peixe e será excretado diretamente na água (CHENG; HARDY, 2002).
A quantidade de fósforo em uma FP de boa qualidade é de 2,57%
(DIAS et al., 2011). No presente estudo, o teor médio de fósforo variou
entre 1,70% a 2,83%, sendo que a exigência de fósforo em peixes em
geral varia de 0,5 a 0,8% da dieta (NRC, 1993).

4.2. Granulometria

A quantidade de material retido em peneiras de 9 e 12 mesh foi


maior na FV produzida pelos produtores independentes, sugerindo uma
moagem insuficiente do ingrediente neste tipo de indústria. A retenção
de partículas maiores que o desejado está diretamente ligada ao
maquinário responsável pela moagem dos ingredientes. A moagem do
ingrediente é uma das etapas mais onerosas do processo, sendo que a
moagem excessiva pode aumentar muito os custos de produção
(HARDY; BARROWS, 1989). A moagem fina dos ingredientes, em
geral, melhora as características físicas do pélete, como a estabilidade
(HUI-MENG, 1989; BOTTING, 1991). A melhora na estabilidade do
pélete na água, melhora a eficiência alimentar e diminui a poluição dos
corpos d’água, diminuindo a lixiviação de nutrientes para água e
aumentando a chance de captura do alimento pelos animais. A
resistência do pélete de ração a impactos também é um fator importante
na recente intensificação e mecanização da aquicultura. Muitos
empreendimentos aquícolas utilizam alimentadores automáticos que
expõem o pélete a atritos e impactos. Uma ração mais estável aumenta a
eficiência alimentar e consequentemente reduz desperdícios (AAS et al.,
2011). De acordo com os resultados do presente estudo, as FV
provenientes de frigoríficos poderiam produzir um pélete mais estável,
devido a moagem mais eficiente.

4.3. Rancidez hidrolítica e oxidativa

Dentre os indicativos de deterioração avaliados, dois utilizam a


fração lipídica como base: o índice de acidez e o índice de peróxidos, os
quais quantificam a rancidez hidrolítica e oxidativa, respectivamente. O
tipo de indústria não influenciou o índice de acidez das FV. Houve,
porém, um aumento significativo do índice de acidez no verão, sendo
45

que a média deste período excedeu o índice mínimo de qualidade


recomendado pelo Compêndio Brasileiro de Nutrição Animal de 3 mg
NaOH g-1 (SINDIRAÇÕES, 2009). A rancidez hidrolítica é a hidrólise
dos triacilglicerídeos (lipólise) e ocorre através da ação de enzimas
endógenas presentes nas vísceras ou ainda de enzimas de origem
bacteriana, com a liberação de ácidos graxos livres (COULTATE,
2004). A explicação mais provável para o aumento do índice de acidez
no verão é o aumento da temperatura, exposição à luz e alta umidade
inerentes a esta estação do ano (CECCHI, 2003). A rancidez hidrolítica
não é facilmente percebida em produtos que contém uma quantidade
considerável de ácidos graxos de cadeia média e longa, tais como a FV e
FP. É necessária a análise química para detecção do índice de acidez e
quantificação da deterioração do produto (CECCHI, 2003), já que esta
pode causar queda no desempenho dos animais (BELLAVER, 2009a).
Há relato na literatura de índice de acidez em FV bem acima, tanto do
valor máximo recomendado, quanto dos encontrados no presente estudo
(COSTA et al., 2008).
O outro indicativo de deterioração na fração lipídica é o índice
de peróxidos, ou rancidez oxidativa. Este tipo de rancidez ocorre em
óleos e gorduras onde há ácidos graxos insaturados, como é o caso da
FV. Ocorre sem a presença de enzimas, necessitando apenas de
oxigênio, sendo catalisada por luz e calor (COULTATE, 2004). A
sequência de reações da rancidez oxidativa é tradicionalmente
apresentada em três fases: iniciação (baixo índice de peróxidos),
propagação (alto índice de peróxidos) e terminação (baixo índice de
peróxidos) (COULTATE, 2004; MORETTO et al., 2002). No presente
estudo, o índice de peróxidos foi maior na primavera. Entretanto, o alto
dinamismo das reações de oxidação lipídica inviabiliza uma leitura mais
precisa da situação apenas com a análise de índice de peróxidos. Deste
modo, a análise de índice de peróxidos, pode apresentar valores baixos,
porém, o óleo ou gordura em questão apresentar alto índice de oxidação.
Recomenda-se, portanto, a utilização do teste do ácido tio-barbitúrico,
que detectará em qual fase de rancidez está o produto (FEREIDOON &
ZHONG, 2005). Além disso, é importante saber qual é o seu poder de
resistência contra a rancidez, ou seja, sua estabilidade oxidativa
(DOZIER et al., 2004). Entretanto, o índice de peróxidos é o único item
recomendado pelo Compêndio de Nutrição Animal (SINDIRAÇÕES,
2009) como quantificação da rancidez oxidativa, sendo o máximo
tolerado de 10 meq kg-1. No presente estudo, o índice de peróxidos
médio mais alto encontrado foi de 21,17 meq kg-1, enquanto que Dozier
46

et al. (2004) relatam valores acima de 300 meq kg-1 para FV. Apesar de
muito importantes, a rancidez hidrolítica (BELLAVER, 2009a) e
oxidativa (BELLAVER, 2009b; COULTATE, 2004) não são
determinados na maioria dos estudos sobre qualidade de ingredientes de
origem animal.

4.4. Aminoácidos

Alguns fatores podem alterar a quantidade de aminoácidos em


farinhas de origem animal, sendo os mais importantes deles a
composição da matéria prima in natura e a temperatura do
processamento (HARDY & BARROWS, 1989; PÉREZ-CALVO et al,
2010). A temperatura de cocção usualmente utilizada nas indústrias
atinge mais severamente alguns aminoácidos, tais como a arginina,
fenilalanina, treonina, lisina e histidina (PÉREZ-CALVO, et al., 2010).
No presente estudo, as concentrações fenilalanina + tirosina e de
treonina foram significativamente menores nos produtores
independentes. Esta diferença pode ser devido às proporções de matérias
primas (intestinos, pés, cabeças, etc.) serem diferentes nos produtores
independentes em relação aos frigoríficos. Entretanto, danos causados
aos aminoácidos por excesso de aquecimento durante o processamento,
que pode acontecer devido ao maior tempo e temperatura de cocção
necessário em matérias primas deterioradas (FERROLI et al., 1998), não
podem ser descartados. Estas também podem ter sido as causas da queda
na concentração de histidina no outono e no verão apresentada pela FV
produzida em ambos tipos de indústria. Entretanto, a concentração dos
aminoácidos lisina e metionina, comumente mais limitantes na
fabricação de rações, foram no mínimo 60% superiores à exigência da
truta arco-íris e do salmão do Pacífico, duas espécies carnívoras
exigentes (Tabela 2).

4.5. Aminas biogênicas

As aminas biogênicas são compostos resultantes da


descarboxilação bacteriana de aminoácidos livres. Lisina gera
cadaverina, arginina pode gerar agmatina diretamente ou putrescina
através da ornitina, metionina pode gerar espermina e espermidina,
tirosina gera tiramina, etc. Portanto, as aminas biogênicas são um
excelente parâmetro para indicação de deterioração da matéria prima in
natura utilizada para fabricação de FV. Sua determinação é válida
mesmo depois da FV ter sido fabricada, já que são muito resistentes a
47

tratamento térmico (GLORIA, 2006). O perfil de aminas biogênicas


varia de acordo com a composição da matéria prima (GLORIA, 2006), a
flora bacteriana presente (BUNKOVÁ et al., 2010) e o tempo de
deterioração (TAMIM; DOERR, 2003).
No presente estudo foram encontradas diferenças significativas
no teor de algumas aminas biogênicas entre os dois diferentes tipos de
indústria, sendo a putrescina, a cadaverina, tiramina e a agmatina
encontradas em maiores concentrações nos produtores independentes,
enquanto a espermidina foi maior nos frigoríficos. Houve diferenças
também em relação à estação do ano, sendo que a concentração de
feniletilamina foi maior no verão e a de triptamina, na primavera e
verão. Logo após o abate, a espermina e a espermidina são encontradas
em grandes quantidades na carne de frango, enquanto que a putrescina,
cadaverina, agmatina e tiramina são encontradas em concentrações
baixas (GLORIA, 2006). Com o decorrer do tempo de armazenagem da
carne de frango, as concentrações de espermina e espermidina
diminuem, dando lugar, principalmente à putrescina, cadaverina e
tiramina (GLORIA, 2006; TAMIM; DOERR, 2003). Isto se deve ao fato
de que a espermina e a espermidina são poliaminas, ou seja, polímeros,
e com o passar do tempo, são hidrolisadas em putrescina, que é um
dímero. Em carcaças de frango, a formação de aminas biogênicas é
caracterizada pelo aumento da concentração de cadaverina, putrescina e
tiramina (nas primeiras 30 h) e de feniletilamina, triptamina e histamina
(após 48 h) (TAMIM e DOERR, 2003). Estes dados corroboram os
resultados do presente estudo, onde o aparecimento de feniletilamina e
triptamina se deu apenas nos períodos mais quentes (primavera e verão),
quando a matéria prima pode ter sofrido uma deterioração mais rápida e
severa antes do processamento. Também ficou evidente que há maior
deterioração da matéria prima nos produtores independentes, em relação
aos frigoríficos.
Até a década de 90, muitos estudos relacionavam a alta
concentração de aminas biogênicas em dietas fabricadas com matéria
prima deteriorada com a queda de desempenho produtivo em animais
(AKSNES & MUNDHEIN, 1997; POOLE, 1994), porém estudos
posteriores descartam esta hipótese (OPSTVEDT et al., 2000; TAPIA-
SALAZAR et al., 2004). O desempenho de salmão do Atlântico (Salmo
salar) não foi afetado por adição de aminas biogênicas na dieta
elaboradas com FP feitas com peixes frescos, mesmo quando essa
adição atingiu o mesmo patamar encontrado em uma FP bastante
deteriorada, por outro lado, dietas elaboradas com FP deteriorada
48

causaram queda no desempenho e lesões no intestino e fígado


(OPSTVEDT et al., 2000). O “blue shrimp” Litopenaeus stylirostris
também não teve o desempenho afetado por aminas biogênicas
adicionadas na dieta, sendo que apresentaram maior consumo e ganho
em peso quando alimentados com dietas suplementadas com cadaverina
e histamina (TAPIA-SALAZAR et al., 2004). Deste modo, fica evidente
que algumas aminas biogênicas por si só não prejudicam o desempenho,
mas este seria prejudicado por outras razões, tais como a menor
disponibilidade de aminoácidos (OPSTVEDT et al., 2000) ou pela
interação entre as diferentes aminas biogênicas e consequente aumento
de sua toxicidade (GLORIA, 2006). Os níveis de aminas biogênicas
encontrados nas FV analisadas no presente estudo estão próximos aos da
FP elaborada a partir de peixe fresco no caso dos produtores
independentes, porém no caso dos frigoríficos é ainda menor
(OPSTVEDT et al., 2000; TAPIA-SALAZAR et al., 2004). Cabe
ressaltar que a FP deteriorada foi elaborada com peixes armazenados
por 10 dias em temperatura ambiente tempo bastante acima do aceitável
em uma indústria. Estudos específicos com deterioração de resíduos do
abate de aves, no local e nas condições em que são normalmente
armazenados pelas indústrias são necessários para um maior
conhecimento sobre este tema do ponto de vista industrial. Ainda, são
necessários ensaios de crescimento com peixes para investigar o
potencial tóxico e perda da qualidade nutricional da matéria prima (em
diferentes estágios de deterioração) e seu consequente impacto na
produção.

4.6. Presença de Salmonella

No presente estudo, foi encontrado resultado positivo para


Salmonella em algumas FV analisadas. Pode ter ocorrido contaminação
cruzada, visto que a Salmonella é eliminada com temperatura superior a
66°C em um minuto (SILVA Jr., 1995), e que a temperatura no
processamento facilmente chega a 120°C.
Apesar da bactéria Samonella ser muito importante na
segurança alimentar de humanos e outros animais, pouco há na literatura
sobre sua infecção no trato gastro intestinal de peixes, não havendo
evidências sobre sua patogenicidade. Geralmente as informações sobre
Salmonella em peixes relatam a presença desta em animais que foram
contaminados após o abate, geralmente por falta de condições ideais de
higiene (SILVA Jr., 1995). Os raros estudos sobre a colonização de
49

Salmonella no trato gastro intestinal de peixes não afirmam se a


Salmonella foi proveniente de colonização do trato gastro intestinal dos
peixes ou se estava presente apenas no alimento ingerido por estes
(LINDER, 2002).

4.7. Resíduos de antibióticos

A ausência de resíduos de antibióticos nas amostras de FV


analisadas é desejável e sugere o respeito ao prazo de depuração por
parte das indústrias, levando-se em consideração o largo espectro de
detecção (60 diferentes antibióticos) e a alta sensibilidade (partes por
bilhão de antibiótico) da metodologia utilizada. O risco à saúde de
animais e humanos relativos aos resíduos de antibióticos na alimentação
é um assunto atual e controverso (BRIZ, 2005; TURNIDGE, 2004). Não
há ainda comprovação que estes causem danos à saúde, apenas alguns
indícios (BYWATER, 2005). Porém, cabe ressaltar que muitos países
são rigorosos em relação a este tema em produtos importados. Apesar de
não haver restrições legais no Brasil sobre resíduos de antibióticos em
farinhas de origem animal, este é um tema que deveria ser pautado, pois
poderá restringir exportações de FV para mercados exigentes.

5. Conclusões

As FV analisadas variaram em relação a parâmetros importantes


como teor de proteína bruta, cinzas, aminoácidos e aminas biogênicas.
Esta variação permitiu classificar a FV produzida pelos frigoríficos
como possuidora de melhor qualidade.
Do ponto de vista nutricional, a farinha de vísceras de aves tem
excelente potencial para ser uma alternativa à farinha de peixe em dietas
para organismos aquáticos. Entretanto, para o seu uso bem sucedido em
escala industrial, é desejável que haja maior padronização tanto do
balanço de nutrientes, quanto dos índices qualitativos, principalmente
por parte dos produtores independentes e nos períodos mais quentes do
ano.
50

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56

Considerações Finais

A ideia para esta dissertação surgiu quando mortalidade e danos


hepáticos foram observados em trutas arco-íris alimentadas com FV em
substituição à farinha de resíduos de peixe. Peixes alimentados com
mais que 25% de substituição proteica foram afetados, apesar de não
apresentarem qualquer sinal clínico de infecção por patógeno.
Conhecendo o excelente perfil de aminoácidos da FV, foi cogitada a
possibilidade que alguma outra variável, provavelmente de qualidade da
FV estivesse relacionada à mortalidade observada.
A maior dificuldade na realização do presente estudo foi em
relação à comunicação com algumas indústrias, que foi limitada.
No presente trabalho ficou clara a variação, não apenas de um
fornecedor para o outro, mas também de alguns lotes de um mesmo
fornecedor. Este fato dificulta o uso da FV para formulação de dietas a
nível industrial. Do ponto de vista da pesquisa, este fator tem um peso
ainda maior, já que esta alta variação na composição e qualidade pode
interferir nos resultados de desempenho, fazendo com que o uso do
subproduto seja desaconselhado em dietas para organismos aquáticos,
quando, na verdade, o uso da FV de um fornecedor específico foi
problemático.
Da mesma maneira que estes problemas acontecem com a FV,
também podem acontecer com qualquer outro subproduto de origem
animal. Portanto, recomenda-se que ensaios alimentares com
subprodutos de origem animal sejam acompanhados de uma
investigação analítica minuciosa do ingrediente, sendo indispensáveis as
análises proximais, rancidez hidrolítica e oxidativa (também teste do
ácido tio-barbitúrico), aminoácidos, granulometria. Porém também é
recomendado fazer análise de aminas biogênicas, testes para antibióticos
e presença de Salmonella que ainda causa problemas em algumas
indústrias. Entretanto não podemos deixar de citar os pontos positivos
como atual vantagem financeira do FV em relação à FP, além da
presença da taurina, fundamental para muitos peixes carnívoros e
totalmente ausente em qualquer ingrediente de origem vegetal.
57

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66

ANEXO 1

Média das análises proximais, granulometria, índices de peróxidos e


acidez das farinhas de vísceras de aves produzida por frigoríficos e
produtores independentes nas quatro estações do ano.

Parâmetros Frigoríficos¹ PI² Valor-P³

Proteína Bruta4 68,33 ± 2,55a 64,14 ± 3,88b <0,05


Extrato Etéreo4 14,44 ± 1,8 14,06 ± 1,6 ns
4 a b
Cinzas 13,59 ± 3,6 19,14 ± 2,49 <0,05
4
Fósforo 2,09 ± 0,56 2,69 ± 0,61 ns
4
Matéria Seca 97,47 ± 1,07 97,15 ± 0,6 ns
Granulometria > 6 Mesh4 0,06 ± 0,09 0±0 ns
Granulometria > 9 Mesh4 1,31 ± 0,5 2,46 ± 0,96 <0,05
4
Granulometria > 12 Mesh 2,64 ± 1,18 7,31 ± 2,27 <0,05
5
Índice de Peróxidos 3,94 ± 3,3 9,75 ± 21,51 ns
Índice de Acidez6 2,31 ± 1,13 2,21 ± 1 ns
1
n=7; 2n=8; 3Valor-P obtido por análise de variância de Kruskal-Wallis.
a,b
letras diferentes em um mesmo parâmetro significam diferença entre
tipos de indústria.
4
% material seca; 5meq kg-1; 6mg NaOH g-1
67

ANEXO 2

Perfil de aminoácidos indispensáveis (exceção triptofano) em farinha de


vísceras de aves produzidas por frigoríficos e produtores independentes
(PI).
% ingrediente
Aminoácido Frigoríficos1 PI2 Valor-P3
Arginina 4,08 ± 0,14 4,00 ± 0,25 ns
Fenilalanina + Tirosina 3,89 ± 0,33a 3,21 ± 0,47b <0,05
Histidina 1,32 ± 0,46 1,41 ± 0,35 Ns
Isoleucina 2,19 ± 0,26 2,06 ± 0,19 ns
Leucina 3,55 ± 0,97 3,85 ± 0,36 ns
Lisina 3,24 ± 0,35 2,91 ± 0,27 ns
Metionina + Cistina 2,54 ± 0,57 2,18 ± 0,88 ns
Treonina 2,31 ± 0,11a 2,01 ± 0,24b <0,05
Triptofano - - -
Valina 2,64 ± 0,14 2,44 ± 0,25 ns
1
n=7; 2n=8; 3Valor-P obtido por análise de variância de Kruskal-Wallis.
a,b
letras diferentes dentro de um mesmo aminoácido significa diferença
entre tipos de indústria.
68

ANEXO 3

Concentração de aminas biogênicas em farinha de vísceras de aves


produzidas por frigoríficos e produtores independentes (PI).
mg 100mg-1
Aminas Valor-P³
Frigoríficos¹ PI²
Putrescina 2,46 ± 1,91a 10,81 ± 5,99b <0,05
Cadaverina 1,34 ± 1,07a 8 ± 4,38b <0,05
Histamina 0,92 ± 0,4 1,15 ± 0,74 ns
Tiramina 0 ± 0a 2,23 ± 1,70b <0,05
Serotonina 0,43 ± 0,21 0,41 ± 0,07 ns
Agmatina 0,34 ± 0,09a 1,59 ± 0,93b <0,05
Espermidina 7,5 ± 3,76b 2,59 ± 1,71a <0,05
Feniletilamina 1,11 ± 2,64 0,47 ± 0,89 ns
Espermina 37,56 ± 9,89 37,51 ± 11,48 ns
Triptamina 0,05 ± 0,06 0,25 ± 0,33 ns
1
n=7; 2n=8; 3Valor-P obtido por análise de variância de Kruskal-Wallis.
a,b
letras diferentes dentro de uma mesma amina significa diferença entre
tipos de indústria.
Média das análises proximais, granulometria, índices de peróxidos e acidez das farinhas de vísceras de aves nas
quatro estações do ano.
Estações do ano
Parâmetros
Outono¹ Inverno² Primavera² Verão² Valor-P³
4
Proteína Bruta 64,35 ± 5,24 67,00 ± 2,08 64,13 ± 3,6 68,46 ± 4,20 ns
Extrato Etéreo4 13,94 ± 0,37 14,6 ± 2,24 15,07 ± 0,96 13,27 ± 2,05 ns
4
Cinzas 16,55 ± 5,51 16,11 ± 3,99 15,54 ± 4,63 18,00 ± 4,09 ns
4
Fósforo 96,75 ± 0,52 97,44 ± 0,33 97,74 ± 0,74 97,15 ± 1,35 ns

ANEXO 4
Matéria Seca4 2,06 ± 0,27 2,37 ± 0,73 2,56 ± 0,85 2,58 ± 0,69 ns
Granulometria > 6 Mesh4 0±0 0,03 ± 0,05 0,04 ± 0,11 0,04 ± 0,07 ns
4
Granulometria > 9 Mesh 2,84 ± 0,81 1,74 ± 0,51 1,76 ± 1,24 1,57 ± 0,97 ns
Granulometria > 12 Mesh4 6,38 ± 3,64 4,84 ± 2,1 4,95 ± 3,65 4,66 ± 3,66 ns
5 ab a c b
Índice de Peróxidos 2,29 ± 0,39 0,89 ± 1,14 21,17 ± 27,86 2,62 ± 0,58 <0,05
6 a a a b
Índice de Acidez 1,56 ± 0,68 1,59 ± 0,45 1,97 ± 0,29 3,71 ± 0,55 <0,05
1
n=3; 2n=4; 3Valor-P obtido por análise de variância de Kruskal-Wallis.
a,b,c
letras diferentes dentro de um mesmo parâmetro significa diferença entre estações do ano.
4
% da matéria seca; 5meq kg-1; 6mg NaOH g-1

Perfil de aminoácidos (exceção triptofano) das farinhas de vísceras de aves nas quatro estações do ano.

69
70
Aminoácidos Estações do ano
(% ingrediente) Outono¹ Inverno² Primavera² Verão² Valor-P³
Arginina 4,06 ± 0,30 3,99 ± 0,16 4,09 ± 0,22 4,07 ± 0,24 ns
Fenilalanina + Tirosina 3,16 ± 0,38 3,33 ± 0,35 3,37 ± 0,53 3,90 ± 0,47 ns
b a a
Histidina 1,32 ± 0,30 1,66 ± 0,08 1,74 ± 0,11 0,91 ± 0,23b <0,05
Isoleucina 2,16 ± 0,12 2,22 ± 0,15 2,22 ± 0,20 1,89 ± 0,26 ns
Leucina 3,92 ± 0,29 3,45 ± 1,19 4,14 ± 0,42 3,82 ± 0,43 ns
Lisina 3,1 ± 0,26 3,14 ± 0,34 3,24 ± 0,21 2,65 ± 0,15 ns

ANEXO 5
Metionina + Cistina 2,51 ± 1,24 1,64 ± 0,54 2,1 ± 0,63 2,45 ± 0,40 ns
Treonina 2,01 ± 0,17 2,11 ± 0,18 2,12 ± 0,29 2,27 ± 0,27 ns
Valina 2,53 ± 0,20 2,53 ± 0,17 2,5 ± 0,25 2,55 ± 0,32 ns
1
n=3; 2n=4; 3Valor-P obtido por análise de variância de Kruskal-Wallis.
a,b
letras diferentes dentro de um mesmo aminoácido significa diferença entre estações do ano.
Concentração de aminas biogênicas das farinhas de vísceras de aves nas quatro estações do ano.
Aminas Estações do ano
(mg 100 g-1) Outono¹ Inverno² Primavera² Verão² Valor-P³
Putrescina 9,23 ± 10,31 3,59 ± 2,14 7,92 ± 5,28 7,51 ± 7,26 ns
Cadaverina 7,62 ± 8,75 3,14 ± 2,39 4,50 ± 3,18 4,99 ± 4,86 ns
Histamina 1,12 ± 0,40 0,84 ± 0,37 1,26 ± 0,71 0,97 ± 0,88 ns
Tiramina 0,45 ± 0,79 0,51 ± 0,59 1,56 ± 2,01 2,05 ± 2,41 ns
Serotonina 0,47 ± 0,18 0,45 ± 0,04 0,42 ± 0,11 0,35 ± 0,24 ns
Agmatina 1,05 ± 1,11 0,78 ± 0,74 1,02 ± 1,09 1,18 ± 1,13 ns
Espermidina 6,25 ± 6,06 5,56 ± 4,02 5,21 ± 3,70 2,86 ± 1,60 ns

ANEXO 6
a a a b
Feniletilamina 0±0 0±0 0±0 2,88 ± 2,85 <0,05
Espermina 35,58 ± 3,12 33 ± 8,74 43,52 ± 11,82 37,55 ± 14,19 ns
Triptamina 0 ± 0a 0 ± 0a 0,23 ± 0,25b 0,35 ± 0,36b <0,05
1
n=3; 2n=4; 3Valor-P obtido por análise de variância de Kruskal-Wallis.
a,b
letras diferentes dentro de uma mesma amina significa diferença entre estações do ano.

71

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