Utilização de Urina de Vaca Na Produção de Alface
Utilização de Urina de Vaca Na Produção de Alface
Utilização de Urina de Vaca Na Produção de Alface
VIÇOSA
MINAS GERAIS - BRASIL
2007
À minha esposa, Francisca Bizerra
Figueirôa Campos, pelo incentivo,
pela paciência, pelo carinho e muito
amor no transcorrer de nossa vida
conjugal e, principalmente, durante a
realização deste curso.
Dedico
Ofereço
ii
AGRADECIMENTOS
iii
Aos ilustres professores do Programa de Pós-Graduação em
Fitotecnia, em nível de mestrado, Produção Vegetal (técnicas culturais)
Fernando Pinheiro Reis, Vicente Wagner Dias Casali, Mário Puiatti, Gerival
Vieira, Fernando Luiz Finger, Ricardo Henrique Silva Santos, Gilberto
Bernardo de Freitas, Hermínia Emília Prieto Martinez, Paulo Roberto Gomes
Pereira e Paulo Cezar Rezende Fontes, que somaram conhecimentos ao
meu saber, sem os quais não me seria possível tal realização.
Aos colegas de turma, Robson Pelúzio, Virgílio Erthal, Carlos Elízio,
Sérgio Donato, Roberto Cleiton, Marcelo Curitiba, Marcelo Cleon, Marcelo
Reis, Eder Braun, Helson Vale, Camilo Busato, Milton Pereira, Abner
Carvalho, Flávio Barcellos, Marialva Moreira, Rosileyde Siqueira, Sheila
Mourão, Perciane Sá, Maria Yumbla e Carmen Curvelo, pelo
companheirismo e pela cumplicidade.
À funcionária da secretaria da pós-graduação da Fitotecnia, Mara
Rodrigues, pelo convívio.
Ao casal amigo, Catarina e Mitson Rosado, pela acolhida carinhosa
e pela grande amizade.
Aos funcionários dos laboratórios de Fitotecnia da UFV, Itamar,
Domingos, Ribeiro, Sebastião e Geraldo, pela ajuda nas análises dos
experimentos.
Aos funcionários do setor de olericultura, Paulo Márcio, José Brás,
José Beringhe, Antônio Carlos de Souza, Antônio Carlos de Freitas,
Vanderlei Lopes, José Júlio, José Cardoso, José Lopes, Juversino, Gerci
Carlos e Expedito, pelo apoio na condução dos experimentos.
Aos colegas do CEFET-Januária que, muito embora nem sempre
saibam, contribuíram de forma decisiva na conclusão desta dissertação.
Enfim, a todos os funcionários, amigos e familiares que contribuíram,
de forma direta ou indireta para realização deste trabalho.
iv
BIOGRAFIA
v
SUMÁRIO
Página
ABSTRACT....................................................................................... x
1. INTRODUÇÃO.............................................................................. 1
2. REVISÃO DE LITERATURA......................................................... 4
3. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................. 9
3.2.2. Caule...................................................................................... 17
vi
Página
3.2.3. Raiz........................................................................................ 17
6. CONCLUSÕES............................................................................. 72
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................. 73
APÊNDICE........................................................................................ 81
vii
RESUMO
viii
colheita, número de folhas, área foliar, massa fresca e seca de folhas, caule
e raízes, comprimento de caule, volume de cabeça, massa seca e fresca da
cabeça, produtividade comercial e teores dos elementos N, P, K, Ca, Mg, S,
Na, Zn, Fe, Mn, Cu e B na massa seca da folha, do caule e da raiz. Os
dados foram submetidos à análise de variância, teste de Tukey, a 5% de
probabilidade e análise de regressão. Quando aplicadas via solo, as
concentrações de urina proporcionaram resposta significativa em quase
todas as características fitotécnicas avaliadas, com exceção da área foliar;
quando aplicadas via folhas, não houve efeito sobre número de folhas, área
foliar, massa seca de caule, massa fresca de raiz e volume de cabeça. A
aplicação da urina de vaca tanto via folhas quanto via solo não alterou os
teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Na, Zn, Fe, Mn, Cu e B na folha e no caule;
quanto às raízes, somente houve resposta significativa para o P, K, Fe e Mn
quando a urina foi aplicada via solo e de Na, quando aplicada via folhas. O
incremento linear do índice SPAD foi observado com o aumento da
concentração de urina aplicada, assim como resposta quadrática ao longo
do tempo. A maior produtividade de cabeça (17,00 Mg ha-1) foi registrada em
plantas que receberam solução de urina via folhas à concentração de 1,25%,
correspondendo ao aumento de 28,1% em produtividade, comparada à da
testemunha; quanto aplicada via solo, na concentração ótima de 1,01%, a
produtividade foi de 14,92 Mg ha-1, correspondendo ao aumento de 47,3%
em produtividade, comparada à da testemunha. Os efeitos observados sobre
crescimento e produção da alface, em razão das soluções de urina aplicada,
são devido a fatores outros que não somente quantidade de nutrientes
veiculados nas soluções.
ix
ABSTRACT
x
leaves, leaf area, leaf, stem and root fresh and dry mass, stem length, head
volume, head fresh and dry mass, commercial productivity and leaf, stem
and root levels of N, P, K, Ca, Mg, S, Na, Zn, Fe, Mn, Cu and B. Data were
submitted to variance analysis, Tukey test at 5% probability, and regression
analysis. When applied via soil, urine concentrations provided significant
response in almost all phytotechnical characteristics, with the exception of
leaf area; when applied via leaves, there was no effect on the number of
leaves, leaf area, stem dry mass, root fresh mass and head volume. The
application of cow urine either via leaves or via soil didn’t alter the level of N,
P, K, Ca, Mg, S, Na, Zn, Fe, Mn, Cu and B on plant or stem; as to the roots,
there was significant response only to P, K, Fe and Mn when the urine was
applied via soil and to Na when applied via leaves. The linear increment of
SPAD index was observed with applied urine concentration, as well as
quadratic response along time. The highest head productivity (17.00 Mg ha-1)
was registered in plants that received urine solution via leaves in a
concentration of 1.25%, corresponding to the increase of 28.1% in
productivity, compared to control; when applied via soil, at the optimal
concentration of 1.01%, productivity was of 14.92 Mg ha-1, corresponding to
the increase of 47.3% in productivity, compared to control. The effects
observed on lettuce growth and productivity, because of the applied urine
solution are due to factors other then only quantity of nutrients used in the
solutions.
xi
1. INTRODUÇÃO
1
Nakagawa et al.,1993; Ricci et al., 1994; Zárate et al., 1997; Villas Boas et
al., 2004; Lopes et al., 2005). Paralelamente, a utilização da urina de vaca
em culturas é recurso que vem sendo testado com sucesso por agricultores
em diversas culturas a partir da última década, principalmente no Estado do
Rio de Janeiro (Gadelha, 1999; Gadelha et al., 2002, 2003; PESAGRO-RIO,
1999, 2002).
Considera-se que a urina de vaca fornece nutrientes e substâncias
benéficas às plantas a baixo custo, sem causar risco à saúde dos produtores
e consumidores, estando pronta para uso, bastando apenas acrescentar
água (PESAGRO-RIO, 1999; 2002). Além disso, permite a integração de
atividades da pecuária e olericultura, favorecendo a diminuição do custo de
implantação das culturas devido à redução do uso de adubos minerais.
Portanto, os relatos indicam que a urina de vaca é um recurso alternativo
para nutrição de plantas, ativação metabólica e controle de pragas e
doenças (Gadelha, 1999; PESAGRO-RIO, 1999, 2002; Boemeke, 2002;
Achliya et al., 2004).
Resultados positivos têm sido relatados com uso da urina de vaca
em abacaxi, quiabo, jiló, berinjela, tomate, pimentão, pepino e feijão-vagem.
Em abacaxi, têm sido utilizadas pulverizações mensais de 40 cm3 de
solução a 2,5%, no centro da roseta foliar, a partir do segundo mês de
plantio. Para as hortaliças quiabo, jiló e berinjela, tem sido utilizada solução
de 1,0% aplicada, quinzenalmente, em pulverizações foliares; em tomate,
pimentão, pepino, feijão-vagem e couve, são pulverizações semanais a 0,5%
(Gadelha, 1999; Gadelha et al., 2002; 2003; PESAGRO-RIO, 1999, 2002).
Gadelha et al. (2003), trabalhando com alface cv. Romana, verificaram
acréscimo de 10,32% na massa fresca das plantas, em relação à
testemunha, com a aplicação no solo de 20 mL por planta de solução de
urina de vaca na concentração de 0,86%.
Portanto, a urina de vaca poderá ser utilizada para reduzir o custo de
produção e incrementar a produtividade da alface. No entanto, a validação
dos resultados e a compreensão dos efeitos da urina de vaca sobre o
crescimento das plantas ainda requerem maior aprofundamento científico.
2
O trabalho teve como objetivo avaliar a produtividade de alface
cultivada no sistema orgânico, em ambiente protegido, em função de
concentrações de soluções de urina de vaca aplicadas via solo e folhas.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
4
A alface é uma espécie que, para bom crescimento e boa produção,
necessita de temperatura entre 15,5 e 18,3 ºC; sob temperaturas entre 21,1
e 26,7 ºC as plantas podem florescer e produzir sementes (Sanders, 2004).
De acordo com Jackson et al. (2004), a temperatura ideal durante o dia é de
23,0 ºC e no período noturno, de 7,0 ºC; temperaturas muito altas podem
provocar o sabor amargo, formar cabeças pouco compactas, além de
contribuir para a ocorrência da queima de bordas das folhas. Dias curtos e
temperaturas amenas ou baixas favorecem a etapa vegetativa, constatando-
se que todas as cultivares produzem melhor sob essas condições (Filgueira,
2003).
Como planta de ciclo curto, grande área foliar e sistema radicular
pouco profundo (Zárate et al., 1997), a alface é bastante exigente nas
características químicas, físicas e biológicas do solo, demandando solos
areno-argilosos, ricos em matéria orgânica, com quantidade de nutrientes
prontamente disponíveis (Filgueira, 1982). No entanto, nem todos os solos
possuem essas características e, neste caso, é indispensável à utilização de
insumos que melhorem suas características agronômicas (Rodrigues, 1990).
Nesse sentido, a fertilização constitui, sem dúvida, a prática mais cara e a de
maior retorno, visto que permite não só maiores rendimentos, mas também
obtenção de produto com aspecto mais uniforme e, conseqüentemente, de
maior valor comercial (Ricci et al., 1994).
A qualidade dos vegetais como alimento está relacionada com o
desenvolvimento normal da cultura, que depende da ação conjunta de
fatores genéticos, ambientais e nutricionais. O crescimento da alface e,
conseqüentemente, o acúmulo de nutrientes são lentos até cerca de 30 dias
após a emergência, aumentando rapidamente após este período. Todavia,
apesar de absorver quantidades relativamente pequenas de nutrientes,
quando comparadas com outras culturas, devido ao seu ciclo curto, pode ser
considerada exigente em nutrientes (Katayama, 1993).
A produção comercial da alface é basicamente de folhas, razão pela
qual o fornecimento de nitrogênio e cálcio é fundamental, por promover
maior peso médio das plantas e folhas tenras e suculentas. No entanto,
deficiências de fósforo e de potássio reduzem a taxa de crescimento da
planta (Gadelha et al., 2003). Entre os micronutrientes, os que mais afetam o
5
desenvolvimento da alface, quando em níveis de deficiência, são cobre,
molibdênio e boro, em ordem decrescente de intensidade de efeitos sobre o
peso médio de planta e a formação de cabeça (Katayama, 1993).
6
Aplicada em diversos vegetais, a urina de vaca vem apresentando
resultados positivos que indicam seu potencial para utilização, principalmente,
como fertilizante, além de ser protetor e estimulador de crescimento das plantas
(Gadelha, 1999; PESAGRO-RIO, 1999; 2002). Os primeiros trabalhos de
pesquisa com urina de vaca foram desenvolvidos na Nova Zelândia, com
utilização como nutrição em pastagem, onde foram observados efeitos
positivos, principalmente, como fonte de potássio e nitrogênio (During & Mc
Naught, 1961; Carran et al., 1982; Saunders, 1984; Willian et al., 1989;
Menneer et al., 2003).
De acordo com During & Mc Naught (1961), a aplicação de 80.000 litros
de urina de vaca por ha-1 em pastagem resultou em efeito residual do nitrogênio
durante dois meses; quanto ao potássio, resultou em aumento no rendimento
das plantas pelo período de dois anos. Carran et al. (1982) observaram que a
aplicação da urina de vaca estimulou o crescimento da pastagem, e Saunders
(1984) verificou que a urina de vaca, no local onde foi depositada, tornou a
pastagem mais verde, com as folhas das plantas apresentando altas
concentrações de potássio, fósforo e molibdênio. Willian et al. (1989) observaram
que a quantidade de potássio depositado pela urina de vaca em pastagem
durante um ano foi equivalente a uma aplicação de 1.000 kg K2O ha-1.
Martuscello et al. (2002) aplicaram volume de urina equivalente a 60 kg de N ha-1
no cultivo do capim-elefante (Penninsetum purpureum) e constataram aumento
na produtividade de massa fresca e seca (g) e no número de perfilhos e folhas,
tanto no primeiro como no segundo corte.
No Brasil, alguns trabalhos de pesquisa têm sido conduzidos com
abacaxi, alface, pimentão, feijão-vagem, inhame e tomate. No Estado do Rio de
Janeiro, Gadelha et al. (2003) verificaram acréscimo de 10,32% na massa
fresca das plantas de alface, em relação à testemunha, com a aplicação no
solo de 20 mL por planta de solução de urina de vaca na concentração de
0,86%. Na Paraíba, Oliveira et al. (2003), com pulverizações de soluções de
urina de vaca nas concentrações de 0,0 a 5,0%, aplicadas semanalmente a
partir de 15 dias após o transplantio até a penúltima colheita, obtiveram
aumento linear em produção de frutos, alcançando 428 g por planta e
10,7 Mg ha-1 em pimentão, com a utilização da concentração de 5%. Ramalho
et al. (2003) relataram que a produção de vagens em feijão-vagem foi
7
influenciada positivamente pelas concentrações de urina de vaca na presença
da adubação mineral, tendo o uso de urina de vaca na concentração de 4,6%
em plantas adubadas com NPK resultado em produções mais elevadas de
vagens, alcançando 387 g planta-1 e 25,88 Mg ha-1. Soares et al. (2003), na
Paraíba, e Aldrighi et al. (2002), no Rio Grande do Sul, também obtiveram
resultados promissores com uso da urina de vaca, respectivamente, na
produtividade do inhame e no crescimento de mudas de tomateiro.
8
3. MATERIAL E MÉTODOS
9
50
Temperatura do ar (ºC)
40
30
20
10
0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42
40
Temperatura do solo (ºC)
30
20
10
0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42
Umidade relativa do ar (%)
100
80
60
40
20
0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42
Dias após o transplante
10
solo oriundo da camada superficial (0-10 cm) de solo de mata classificado
como Argisolo Vermelho-Amarelo Câmbico (EMBRAPA, 1999), classificação
textural argilo-arenosa (Tabela 1).
11
ao solo 30 dias antes do plantio, seguido de irrigações diárias. Cinco dias
antes do transplantio das mudas, procedeu-se à adubação de plantio,
utilizando-se apenas esterco de bovino curtido na quantidade equivalente a
31,6 t ha-1, em massa seca (Tabela 2). A quantidade do esterco foi calculada
em função das porcentagens de conversão dos nutrientes aplicados, via
adubos orgânicos, para a forma mineral, considerando tempo de conversão
para o primeiro ano: N – 50 %, P2O5 – 60 % e K2O – 100% (CFSEMG, 1999).
12
experimental foi constituída por quatro fileiras longitudinais de 1,75 m de
comprimento, com plantas no espaçamento de 0,25 x 0,25 m, totalizando 28
plantas; foram consideradas como áreas úteis, as seis plantas centrais das
duas fileiras centrais.
A urina utilizada foi coletada de vacas em lactação, de rebanho
leiteiro do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa,
tendo a coleta sido realizada em único dia, de 15 vacas do plantel de
sanidade comprovada. A urina foi armazenada por três dias, em bombona
plástica desinfetada, mantida vedada para evitar a perda de amônia, em
abrigo arejado. Uma amostra de 500 mL de urina, após o quarto dia de
armazenamento, foi enviada ao laboratório agronômico UNITHAL,
Campinas-SP, para análise química, cuja composição encontra-se na
Tabela 3. A urina de vaca armazenada foi aplicada nos tratamentos no
período de 10 a 45 dias após a sua coleta.
As concentrações das soluções foram obtidas por diluição da urina
em água, aplicando-se, em cada via de aplicação e concentração, 60 mL de
solução de urina por planta de alface. Essa dose foi dividida em cinco
aplicações, semanais, iniciando-se uma semana após o transplantio das
mudas, aplicando-se, respectivamente, 5, 5, 10, 20 e 20 mL de solução
planta-1 por vez. Na dose 0,0% somente foi aplicado água. Esses volumes
de soluções aplicadas foram definidos em função do desenvolvimento da
área foliar das plantas. A quantidade de nutrientes aplicados por planta e por
hectare, considerando a aplicação de 60 mL de solução de urina por planta e
uma população de 128.000 plantas ha-1, encontra-se na Tabela 4.
A utilização do ambiente protegido teve como objetivo evitar a
lavagem da solução aplicada via folhas e a drenagem no solo, por possíveis
chuvas. Na aplicação via solo, a solução foi vertida ao redor das plantas,
sem entrar em contato com a sua parte aérea; quando aplicada via foliar,
utilizou-se bombinha de spray, manual, tomando-se os devidos cuidados
para evitar o escorrimento da solução das folhas para o solo, e também
foram utilizadas folhas de papelão para proteger as parcelas e evitar deriva
da solução. Foi utilizada a cultivar Regina 2000, que apresenta como
características ciclo de 70 a 80 dias após o plantio, planta sem formação de
cabeça fechada, com folhas lisas de coloração verde-clara, macia e
13
Tabela 3 – Valores da análise química da urina de vaca utilizada no
experimento após três dias de armazenagem em bombona
plástica hermeticamente fechada. Viçosa-MG, UFV, 2006
14
Tabela 4 – Quantidade de elementos totais aplicados via soluções, por planta e por hectare1, em alface. Viçosa-MG, UFV, 2006
15
As irrigações foram realizadas diariamente, por gotejamento,
utilizando-se fita gotejadora, com emissores espaçados de 0,25 m e vazão
de 3,0 Lh-1. A necessidade de água foi monitorada por tensiômetros,
colocados nas parcelas a 15 cm de profundidade. O volume de água
aplicado, durante o ciclo da cultura, foi 165,9 L planta-1, sendo:
-1 -1
2,69 L planta dia do transplantio até 13 dias; 4,15 L planta dia do 14 a 26
dias; e 4,26 L planta dia-1 de 27 a 44 dias. Foi realizada a retirada manual
das plantas espontâneas, semanalmente.
A colheita foi realizada em 22/3/2006, 46 dias após o transplantio, 71
dias da semeadura, quando as plantas apresentavam o máximo
desenvolvimento e sem incidência de pendoamento, indicando o ponto de
colheita comercial.
3.2.1. Folha
16
3.2.1.4. Estado de nitrogênio (EN)
3.2.2. Caule
3.2.3. Raiz
17
3.2.4. Produtividade
Foi obtida pela soma dos valores de MFF mais MFC, expressa em
g planta-1.
Foi obtida pela soma dos valores de MSF mais MSC, após secagem
em estufa, com ventilação forçada a 65°C, até peso constante, expresso em
g planta-1.
18
Tabela 5 – Resultados da análise química de amostras de solo antes da calagem e da adubação orgânica de plantio e após a
colheita da alface nos tratamentos e nas concentrações de urina de vaca aplicadas via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV,
2006
19
foi realizada com ácido sulfúrico, dosado por titulação com HCl 0,1 N; para
P, K, Ca, Mg, S, Na, Zn, Fe, Mn e Cu, utilizou-se na extração ácido
nitroperclórico, relação ¼; e para o B a extração foi realizada por calcinação
na mufla a 550 ºC e as dosagens conduzidas da seguinte forma: P, S e B
por espectrocolorimetria, K e Na por espectrofotometria de chama e Ca Mg,
Zn, Cu, Fe e Mn por absorção atômica (Silva, 1999).
20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
21
considerada semitolerante à concentração de sódio trocável no solo
(Salassier, 1989).
22
Tabela 6 – Valores médios de número de folhas por planta (NFP), área foliar (AF), massa fresca de folha (MFF) e massa seca de
folha (MSF) da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa – MG, UFV,
2006
23
vermicomposto de suíno e eqüino (Krolow et al., 2003; Souza et al., 2003) e
com vermicomposto bovino (Morselli et al. 2002; Teixeira et al., 2003).
Segundo Compagnoni & Putzolu (1985), a presença do ácido indol acético
no vermicomposto bovino sólido é fundamental no estímulo à absorção
radicular, promovendo o crescimento foliar.
A área foliar foi similar quando a urina foi aplicada nas folhas e no
solo (Tabela 6), e também não foi influenciada pelas concentrações das
soluções de urina (Figura 2). A AF média observada nas aplicações via
folhas e solo foi, respectivamente, de 2.978,84 e 2.853,02 cm2 planta-1,
independentemente da concentração da urina (Figura 2).
Segundo Garcia (1982), o N e P são nutrientes que proporcionam o
crescimento da planta e a formação da cabeça da alface. A ausência de
efeito da urina com relação à AF pode ser devido aos teores de nutrientes já
existentes no solo (Tabela 1), associados com a adição de esterco bovino
(Tabela 2) e a quantidade insignificante fornecida pela solução de urina de
vaca, mesmo nas concentrações mais elevadas; desta forma, a AF da planta
não foi influenciada pela aplicação das concentrações de urina de vaca e de
nutrientes contidos na solução aplicada (Tabela 4).
Assim como para NFP, o aumento da AF em alface tem sido obtido
pela utilização de doses crescentes de composto tradicional e
vermicomposto (Ricci, 1993), de vermicomposto de suíno (Souza et al.,
2003) e de bovino (Teixeira et al., 2003).
As plantas que receberam a aplicação de urina nas folhas,
comparada à aplicação no solo, apresentaram maior MFF nas concentrações
0,50 e 1,25% (Tabela 6). Também foi observado aumento na MFF com o
incremento nas concentrações de urina de vaca, sendo a resposta linear
quando aplicada nas folhas e quadrática quando aplicada no solo (Figura 2).
Aplicada nas folhas, ao passar de zero para 1,25%, a MFF passou de 94,68
para 119,77 g planta-1, ou seja, obteve-se incremento de 26,5% planta-1;
quando aplicada no solo, obteve-se ponto de máxima na concentração de
0,99%, que proporcionou MFF estimada de 105,89 g planta-1 (Figura 2). A
maior resposta em MFF à aplicação foliar da urina pode ser devido à maior
eficiência de absorção de fertilizante pelas folhas em relação à raiz,
possivelmente pela presença de uréia na urina, que tem efeito facilitador da
24
■ Via Folhas
Yˆ = 34,9129
40
35
Área foliar (cm 2) x 100
30
25
■ Via Folhas S Via Solo
20
Yˆ = 2978,8417 Yˆ = 2853,0271
15
10
5
0
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
■ Via Folhas
140 Yˆ = 94,6840 + 20,0729 C
** 2
r = 0,7424
Massa fresca de folha (g)
120
100
80
60 ▲ Via Solo
40 ** ** 2 2
Yˆ = 72,1913 + 67,6312 C - 33,9271 C R = 0,9164
20
0
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
■ Via Folhas
** 2
7 Yˆ = 4,4419 + 1,0242 C r = 0,7597
Massa seca de folha (g)
6
5
4
3 S Via Solo
2 ** 2
Yˆ = 4,1686 + 1,1574 C r = 0,8339
1
0
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
Concentração de urina de vaca (%)
25
absorção de nutrientes (Faquin, 1994). Os nutrientes K, N e Cl na solução de
urina, mesmo a baixas concentrações dos nutrientes (Tabela 3),
possibilitaram o maior efeito osmótico, com o aumento do turgor celular e,
possivelmente, a presença da auxina (AIA), e podem ter contribuído para
esse tipo de resposta. Segundo PESAGRO-RIO (1999) e Gadelha (2003), o
K é o elemento químico em maior quantidade na urina de vaca e atua na
planta, aumentando o aproveitamento de água, tornando as paredes
celulares dos tecidos mais resistentes e aumentando a eficiência da
adubação nitrogenada; o N aumenta a taxa de crescimento das plantas,
tornando-as mais verdes; o Cl aumenta a retenção de água pela planta e o
aproveitamento de N; e a auxina (AIA) incrementa o crescimento da planta.
Pôrto (2006) obteve, com o uso de adubação nitrogenada, valor
máximo estimado de 275,76 g planta-1 de massa fresca de alface com a
dose de 95,08 kg ha-1 de N; entretanto, quando foi utilizado esterco de
bovino, a massa fresca da alface foi de 375,86 g planta-1 com a dose de
150 Mg ha-1. Lopes et al. (2005) observaram que a utilização de lodo de
esgoto influenciou a produção de alface com máxima estimada obtida com a
aplicação de 133,2 g dm-3. Esses trabalhos mostram que para o aumento da
MFF é necessário o fornecimento de quantidades de nutrientes muito maior
do que foi aplicada pelas soluções de urina de vaca, mas foi verificado que
houve aumento da MFF com a utilização das pequenas concentrações de
nutrientes aplicados no presente trabalho e que, possivelmente, o efeito
hormonal (auxina) esteja atuando, bem como o efeito da interação entre
nutrientes e hormônio (auxina).
A MSF das plantas que receberam aplicações de urina via folhas e
solo foi similar (Tabela 6). Todavia, foram observadas respostas lineares
crescentes às concentrações aplicadas para ambas as via de aplicação,
apresentando variação de 4,44 a 5,72 e de 4,17 a 5,61 g planta-1,
respectivamente, para folhas e solo, ou seja, ao passar de zero para 1,25%
foram obtidos aumentos estimados de 1,28 e 1,44 g planta-1, respectivamente
(Figura 2).
Prado et al. (2002) obtiveram aumento na massa seca da alface com
a aplicação de escória de siderurgia, corrigida com calcário. Todavia, Santos
et al. (1994, 2001) verificaram que a aplicação de doses crescentes de
26
composto orgânico proporcionou plantas de alface com menor teor de
matéria seca. Lopes et al. (2005) também verificaram redução dos teores de
massa seca nas folhas, quando a planta foi submetida a doses crescentes
de matéria orgânica. No presente trabalho, as massas fresca e seca
aumentaram com incremento das concentrações de urina, indicando ter
havido pouca modificação no teor de massa seca. Alguns autores associam
o aumento da massa de matéria seca dos tecidos das folhas à deficiência de
N (Primavesi, 1985; Vidigal et al., 1997).
Respostas positivas à aplicação de doses crescentes de adubação
orgânica, aumentando número de folhas, área foliar e massa fresca e seca
da planta da alface, são reportadas na literatura. Todavia, ao confrontar as
quantidades de nutrientes aplicadas nesses trabalhos com as quantidades
de nutrientes aplicados via soluções de urina de vaca neste trabalho
(Tabela 4), verifica-se que as quantidades dos macronutrientes veiculadas
via soluções de urina são pequenas e em pouco contribuiriam para as
necessidades da planta. Constata-se também que as alterações nas
características químicas do solo não foram tão evidentes (Tabela 5),
entretanto as massas fresca e seca de folha das plantas apresentaram
acréscimos com o incremento das concentrações de urina aplicadas nas
duas via de aplicação (Figura 2). A compreensão da resposta positiva às
características descritas, quando da aplicação da solução de urina de vaca
no solo e nas folhas, enfatiza possíveis interações entre efeitos nutricionais
de micronutrientes, hormonais e enzimáticos como fator(s) promotor(s) no
crescimento das plantas.
O estado de nitrogênio avaliado pelo índice SPAD, que é uma
medida indireta do teor relativo de clorofila, apresentou aumento com o
incremento das concentrações de urina de vaca, aplicada tanto no solo
quanto nas folhas (Figura 3). O índice SPAD teve aumento linear com o
aumento das concentrações, devendo ser ressaltado que cada unidade de
aumento na concentração da urina promoveu incremento no índice SPAD de
0,51 unidade para aplicação via solo e 0,64 unidade para as folhas,
mantendo-se os dias após o transplante constante. Quanto aos dias após o
transplantio, obtiveram-se respostas quadráticas com leituras de unidades
SPAD máximas estimadas obtidas , respectivamente, no 46o e no 44o dia
27
Via solo
* ** ** 2 2
Yˆ = 5,3195 + 0,5104 C + 0,5684 D – 0,0062 D R = 0,9464
20
18
16
14
SAPD
12
10
8
40
te
6 30
n
pla
4
ns
20
1,25
t ra
1,00
10
ós
0,75
Conc
ap
entra 0,50
ção d 0,25 0
as
e urin 0,00
a de
Di
vaca
(%)
Via folhas
** ** ** 2 2
Yˆ = 5,3398 + 0,6428 C + 0,5717 D – 0,0065 D R = 0,9136
20
18
16
14
SPAD
12
10
8
40
e
nt
6 30
pl a
ns
4 20
1,25
ra
1,00
t
ós
0,75 10
Conc
ap
e 0,50
ntraç
ã 0,25
as
o de 0
urina 0,00
Di
d e vac
a (%)
28
para aplicações no solo e nas folhas (Figura 3). Nestas datas as folhas
apresentavam coloração verde intensa, que segundo Villas Boas et al.
(2004) reflete o bom estado nutricional, principalmente quanto ao N.
O teor de clorofila é indicador para a diagnose do estado nutricional
de N das plantas, tornando-se eficaz para prognosticar a necessidade de N
pelas culturas (Furlani Junior et al., 1996; Guimarães et al., 1999; Argenta et
al., 2001 a; Fontes, 2001; Neves et al., 2005), em razão de os teores de
clorofila da folha terem correlação positiva com o teor de N na planta
(Schepers et al., 1992; Schadchina & Dmitrieva, 1995; Guimarães et., 1999;
Argenta et al., 2001b). Essa correlação é parcialmente devido a 50 a 70% do
N total das folhas serem integrantes de enzimas nos cloroplastos (Chapman
& Barreto, 1997).
Villas Boas et al. (2004) verificaram diferença significativa na leitura
SPAD em alface ‘Elisa’ cultivada com compostos contendo diferentes
concentrações de N, obtidos de casca de eucalipto, serragem de madeira e
palhada de feijão, misturados com esterco de aves. As plantas
desenvolvidas com composto de feijão apresentaram coloração verde
intensa, refletindo melhor estado nutricional de N, aumentando a biomassa
fresca e seca da parte aérea.
Aumento nos teores de clorofila total de plantas de feijoeiro, em
decorrência da aplicação de doses crescentes de N, foi observado por
Carvalho et al. (2003). Pôrto (2006), trabalhando com adubação nitrogenada
na alface ‘Elba’, constatou aumento linear nos teores de clorofila total em
função da elevação das doses de N, com teor máximo estimado de
540,73 µg g-1 de massa fresca com a dose de 150 kg de N ha-1, incremento
este, em relação à testemunha, de 0,35 vez. Em relação à adubação
orgânica, verificou-se teor máximo estimado de 548,85 µg g-1 de massa
fresca com a aplicação de 104,97 kg de N ha-1 de esterco, incremento, em
relação à testemunha, de 0,37 vez.
Em olericultura, a adubação foliar é justificada e recomendada como
adubação complementar à efetuada no solo, bem como quando se pretende
obter resposta rápida da cultura, como em caso de carência de nutrientes,
declarada ou iminente (Filgueira, 2003). A capacidade das folhas em
absorver água e nutrientes caracteriza o ponto primordial para aplicação
29
foliar de nutrientes (Faquin, 1994). A absorção de nutrientes via foliar é mais
rápida do que a via normal (radicular), porém esta última permite absorção
de quantidades mais elevadas; em compensação, quando aplicados sobre
as folhas, os nutrientes sofrem perdas substancialmente menores. Desta
forma, além de adicionados ao solo como fertilizantes, alguns nutrientes
podem ser fornecidos às plantas via folhas. Em alguns casos, a adubação
foliar pode reduzir o tempo entre a aplicação e a absorção pelas plantas, o
que poderia ser importante durante uma fase de rápido crescimento (Taiz &
Zeiger, 2004), bem como pode contornar problemas de restrição de
absorção de um nutriente aplicado ao solo.
As composições de N mais importantes na urina de bovinos adultos
são uréia e amônio, que ocorrem com grande variação em suas
concentrações em função da alimentação animal (Ferreira, 1995). A uréia
pode representar 75% de N-total da urina de bovinos (Jarvis et al., 1989). A
creatina (aminoácido não-protéico) é uma outra forma nitrogenada na urina,
que corresponde a 0,15% (Gürtler et al., 1987).
A passagem da uréia através da cutícula é algumas vezes mais
rápida que a de outros nutrientes, e aumenta com a concentração, mas não
proporcionalmente, o que indica que essa passagem não seja por difusão
simples, mas por difusão facilitada (Faquin, 1994). Admitindo-se que a uréia
possa romper ligações químicas entre os componentes da cutícula, ocorre
aumento na permeabilidade da própria membrana celular (Malavolta, 1980).
30
Tabela 7 – Valores médios de comprimento de caule (CC), massa fresca do caule (MFC), massa seca do caule (MSC), massa
fresca de raiz (MFR) e massa seca de raiz (MSR) da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de
vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
31
Como discutido anteriormente para NFP, MFF, MSF e EN (índice
SPAD), as concentrações de urina aplicadas também promoveram alteração
-1
no CC. A adubação nitrogenada (até 150 kg N ha ) em alface ‘Elba’
proporcionou aumento do CC, com máximo CC estimado de 11,56 cm com a
dose de 110,8 kg ha-1 de N; em adubação orgânica (doses de esterco de 0,0
a 150 Mg ha-1) o CC foi 14,20 cm, obtido com a dose máxima (Pôrto, 2006).
Yuri et al. (2004) verificaram que a dose de 42,7 Mg ha-1 de composto
orgânico proporcionou CC máximo de 3,9 cm.
O CC é uma característica importante para a cultura da alface,
porque está relacionado ao rendimento da planta (Yuri et al., 2004). Dentro
desta perspectiva, houve contribuição positiva das aplicações das soluções
de urina de vaca, fato que remete ao possível efeito hormonal auxina (AIA)
da urina no alongamento celular, não descartando a possibilidade de
estímulo nutricional, apesar das pequenas quantidades de macronutrientes
veiculadas (Tabela 4).
Na concentração de 0,50%, as plantas que receberam solução de
urina de vaca via folhas apresentaram maior massa fresca de caule (MFC)
do que aquelas que receberam aplicação no solo (Tabela 7). Foram
observadas respostas lineares crescentes às concentrações urina de vaca
aplicadas, tanto nas folhas quanto no solo, com variação de 9,05 a 12,86 e
de 7,52 a 11,27 g planta-1, entre as concentrações de 0,0 e de 1,25 %,
respectivamente (Figura 4). Quanto à massa seca de caule (MSC), apenas
na concentração de 1,25% foi observado maior valor quando da aplicação
no solo, comparada à das folhas (Tabela 7). Diferentemente da MFC, não
houve alteração na MSC quando da aplicação das concentrações de urina
de vaca nas folhas, com valor constante de 0,96 g caule planta-1. Todavia,
quando aplicada via solo, foi obtida resposta linear crescente com as
concentrações da urina de vaca aplicadas, com aumento estimado de
0,33 g planta-1, entre a concentração de 0,0 e 1,25%, passando de 0,87 a
1,20 g planta-1.
Pôrto (2006), em trabalho com doses crescentes de N em alface
‘Elba’, obteve maior MFC (47,06 g planta-1) com a dose de 94,56 kg N ha-1;
quando utilizou adubação orgânica com esterco de curral, a dose de
150 Mg ha-1 proporcionou MFC de 73,61 g planta-1. As diferenças de MFC
32
Via Folhas
Comprimento do caule (cm)
8 Yˆ = 6,3164 – 2,8803
**
C + 3,1002 **C R2 = 0,7803
7
6
5
4
3 S Via Solo
**
2 Yˆ = 5,2857 + 0,6688 C r2 = 0,7931
1
0
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
Via Folhas
**
Yˆ = 9,0529 + 3,0465 C r2 = 0,5432
14
Massa fresca de caule (g)
12
10
8
S Via Solo
6 **
Yˆ = 7,5233 + 3,0000 C r2 = 0,7584
4
2
0
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
1,2 Yˆ = 0,9650
1
0,8
0,6 S Via Solo
**
Yˆ = 0,8658 + 0,2640 C r2 = 0,7777
0,4
0,2
0
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
Concentrações de urina de vaca (%)
33
entre trabalhos podem ser devido também a outros fatores, como cultivar,
época e ciclo de cultivo, além do fator nutricional. O aumento de massa de
caule, com incrementos na concentração de urina aplicada (Figura 4), pode
estar relacionado a fatores outros que não somente nutricionais, visto que as
quantidades de nutrientes veiculadas nessas aplicações (Tabela 4) são bem
menores que as utilizadas em trabalhos com fertilização química e, ou,
orgânica na cultura da alface, devendo ser ressaltado que a quantidade de
nutrientes veiculada nas aplicações é pequena diante das necessidades
nutricionais da planta.
34
16
Via Folhas
3
Massa seca de raiz (g)
Via Folhas
2,5 * 2
Yˆ = 1,7301 – 0,40 88 C r = 0,6117
2
1,5
1 S Via Solo
* ** 2
0,5 Yˆ = 1,6975 – 1,6381 C + 1,8314 C R2 = 0,9000
0
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
Concentrações de urina de vaca(%)
35
4.5. Produção e produtividade
36
Tabela 8 – Valores médios de volume da cabeça (VC), massa seca (MSCA) e fresca de cabeça (MFCA) e produtividade comercial
(PROD) da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
37
800 Via Folhas
8 Via Folhas
Massa seca de cabeça (g)
**
7 Yˆ = 5,3515 + 1,1128 C r2 = 0,8314
6
5
4 S Via Solo
**
3 Yˆ = 5,0306 + 1,4257 C R2 = 0,8602
2
1
0
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
Via Folhas
**
140 Yˆ = 103,7370 + 23,1194 C r2 = 0,7513
Massa fresca de cabeça (g)
120
100
80
60
S Via Solo
40 ** ** 2
Yˆ = 79,1437 + 74,0681 C – 36,6757 C R2 = 0,9223
20
0
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
Via Folhas
20
Produtividade (Mg ha-1)
**
Yˆ = 13,2725 + 2,9766 C r2 = 0,7540
15
S Via Solo
10 ** ** 2
Yˆ = 10,1304 + 9,4805 C - 4,6943 C R2 = 0,9097
0
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
Concentração de urina de vaca (%)
38
A urina de vaca aplicada via folhas a 1,25% apresentou rendimento
estimado de 17,00 Mg ha-1, obtendo-se acréscimo de 28,1% na
produtividade em relação à testemunha (0,0 %). Quanto aplicada no solo, na
concentração de 1,01% (concentração ótima), proporcionou rendimento
estimado de 14,92 Mg ha-1, ou seja, obteve-se aumento de 47,3% na
produtividade, comparada à da testemunha (0,0%).
Na alface ‘Vera’, Oliveira et al. (2006) obtiveram aumento no peso
médio de cabeça em função de doses crescentes da cama de aviário
aplicada em cobertura, independentemente do sistema de plantio, com peso
máximo estimado de 348 g de MF planta-1, obtido com a dose de
23,0 Mg ha-1. Cezar et al. (2003) também obtiveram incremento da MFCA na
alface ‘Lucy Brown’ adubada com esterco de curral e composto orgânico em
doses de até 160 Mg ha-1 e Teixeira et al. (2003), com a alface ‘White
Boston’ cultivada com adubação vermicomposto em ambiente protegido.
Quanto à urina de vaca, Gadelha (2003), aplicando 20 mL de solução de
urina planta, obteve com a concentração de 0,86% em alface ‘Romana’
acréscimo de 10,32% na massa fresca de cabeça, em relação à testemunha,
alcançando produtividade de 51,6 Mg ha-1, considerando 128.000 plantas ha-1.
Os acréscimos de massa seca e fresca de cabeça e de
produtividade da alface, em relação à testemunha, observados com a
aplicação de concentrações de urina de vaca no solo, são justificados pela
resposta positiva em termos de número de folhas por planta, massa fresca e
seca de folhas, comprimento do caule, massa fresca e seca do caule e
volume de cabeça. Quando aplicadas nas folhas, as características que
contribuíram para os acréscimos de massa seca e fresca de cabeça e de
produtividade da alface foram massa fresca e seca de folhas, comprimento
do caule e massa fresca do caule.
De modo geral, dentre as características de parte aérea avaliadas,
inclusive produtividade, foram obtidos valores significativamente maiores
com as concentrações de urina aplicadas via folhas, comparadas à
aplicação via solo, o que evidencia a possível maior eficiência da absorção
foliar para componentes presentes na urina de vaca; dentre esses
componentes estariam os micronutrientes e, em menor escala, os
macronutrientes (Tabela 4), além de possíveis fatores hormonais. Dentre os
39
componentes da urina de vaca de que mais se conhece a ação, estaria a
uréia, sendo a absorção da uréia através da cutícula algumas vezes mais
rápida que a dos outros elementos. Este fenômeno, denominado “difusão
facilitada”, é explicado devido à uréia romper as ligações químicas entre
componentes da cutícula (éster, éter e diéster), que, então, ficaria
transformada em uma “rede” de malhas de abertura maior; além disso, a
uréia parece aumentar a permeabilidade da membrana celular e,
conseqüentemente, a sua própria absorção, podendo aumentar também a
de outros íons (Fe, Zn, P) (Malavolta, 1980). Em alface, Castellane et al.
(1986), ao comparar os efeitos de N aplicado no solo (120 kg N ha-1) e via
foliar (três aplicações de 600 L ha-1 de solução de uréia a 1%), não
observaram diferença significativa quanto à produção total, concluindo,
então, haver maior eficiência da utilização do fertilizante via foliar.
Sabe-se que o K atua em processos osmóticos, na síntese e na
manutenção da estabilidade de proteínas, na abertura e no fechamento dos
estômatos, na permeabilidade de membrana e no controle do pH, embora
não se conheça com clareza o modo como tudo isso se dá (Malavolta,
1997). O Cl- atua na osmorregulação celular, fazendo com que o potencial
da água dentro dessa caia abaixo do potencial externo; o gradiente de
potencial da água resultante faz com que ela entre na célula e o plasmalema
se expanda contra a parede celular rígida, o que resulta em aumento na
turgescência; os estômatos se abrem quando a água entra nas células-
guardas, tornando-as mais rígidas (Malavolta,1997).
Houve aumento da produção de massa de parte aérea e de
produtividade da alface ao incrementar as concentrações de urina de vaca,
para ambas as via de aplicação, solo e folhas; todavia, aplicações via folhas
resultaram em maiores valores. Contudo, verifica-se que a quantidade de
nutrientes veiculados via soluções de urina de vaca foi pequena (Tabela 4),
principalmente de macronutrientes, se comparada às quantidades de
nutrientes veiculadas com adubações químicas ou orgânicas em outros
trabalhos de pesquisa que promovem respostas em plantas de alface.
Portanto, a possibilidade de fatores outros que não os nutricionais, presentes
na urina de vaca, não deve ser descartada. A presença de hormônios de
crescimento, dentre esses a auxina (AIA), mostra-se como mais provável em
40
razão do estímulo ao crescimento de plantas. O Zn, que dentre suas várias
funções é essencial para a síntese do triptofano, que, por sua vez, é
precursor do AIA (Malavolta, 1997) e é componente da urina de vaca
(Tabela 3) e pode ser um elemento com participação ativa no processo.
4.6. Teor de N, P, K, Ca, Mg, S, Na, Zn, Fe, Mn, Cu e B na massa seca
das folhas (MSF)
41
Tabela 9 – Valores médios dos teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S) e sódio
(Na) na matéria seca das folhas da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e
folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
42
■ Via Folhas
Teor de N na folha (dag kg-1)
Yˆ = 2,93
▲ Via Solo
Yˆ = 2,76
Teor de P na folha (dag kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 0,61
▲ Via Solo
Yˆ = 0,59
▲ Via Solo
Yˆ = 5,61
Teor de K na folha (dag kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 5,48
43
▲ Via Solo
Yˆ = 0,99
▲ Via Solo
Teor na Mg de folha (dag kg-1)
Yˆ = 0,40
■ Via Folhas
Yˆ = 0,39
■ Via Folhas
Teor de Na na folha (dag kg-1)
Yˆ = 0,34
▲ Via solo
Yˆ = 0,33
■ Via Folhas
Teor de S na folha (dag kg-1)
Yˆ = 0,239
▲ Via Solo
Yˆ = 0,237
44
1,54 dag kg-1, respectivamente; o teor de Mg encontrou-se dentro do
referencial, que é de 0,40 dag kg-1; o de S está ligeiramente superior ao
padrão de 0,19 dag kg-1; os micronutrientes Cu e B são inferiores a 15 e
80 mg kg-1, respectivamente; o de Zn encontra-se dentro na faixa estabe-
lecida, que é de 25 a 250 mg kg-1; e os de Fe e de Mn são superiores às
faixas de referências de 50 a 200 e 50 a 250 mg kg-1, respectivamente. A
concentração de Na em cultivares de alface encontrada por Furlani et al.
(1978), variou de 0,035 a 0,042 dag kg-1. No presente trabalho, os valores
encontrados foram cerca de dez vezes mais essa faixa de concentração, o que
pode ser atribuído em parte à concentração elevada de Na na urina (Tabela 3).
A ausência de efeito de concentrações de urina, aplicada tanto no solo
quanto nas folhas para teores dos nutrientes N, P, K, Ca, Mg, S, Na, Zn, Fe, Mn,
Cu e B, na MSF no momento da colheita (Figuras 7, 8 e 9), foi devido,
provavelmente, às pequenas quantidades de nutrientes veiculados nas soluções
(Tabela 4). Para N, nas concentrações de 0,25, 0,50, 0,75, 1,00 e 1,25% da
solução da urina de vaca foi aplicado o equivalente a 241,92, 483,84, 725,76,
967,68 e 1.209,60 g N ha-1 (Tabela 4). Essas quantidades não proporcionaram
resposta significativa no teor de N na MSF, nas duas via de aplicação (solo e
folhas). Ausência de resposta significativa, quanto ao teor de N na MSF de
pimentão cv All Big, também foi verificada por Paes (2003), trabalhando com
aplicações foliares semanais, após 15 dias do transplante até a penúltima
colheita, de soluções de urina de vaca nas concentrações 0,0, 1,0, 2,0, 3,0, 4,0 e
5,0%.
Utilizando doses de 30 a 150 kg de N ha-1 e de 30 a 150 Mg ha-1 de
esterco na alface ‘Elba’, Pôrto (2006) observou, para adubação nitrogenada
e orgânica, incremento no teor de N, obtendo, nas doses máximas, teores de
71,24 e de 67,93 g kg-1 MSF, respectivamente. Esses teores representam
0,55 e 0,53 vezes os obtidos para a testemunha. Neste trabalho, na
concentração de 1,25% aplicada via folhas obteve-se maior produtividade da
alface (Tabela 8); neste tratamento o teor de N na MSF foi de 2,90 dag kg-1
(Tabela 9), sendo, portanto, muito inferior aos encontrados por Pôrto (2006).
De acordo com Marschner (1995), quando o suprimento de N é subótimo o
crescimento da planta é retardado e o N é mobilizado em folhas maduras e
retranslocado para áreas de crescimento novo.
45
Tabela 10 – Valores médios dos teores de zinco (Zn), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu), e boro (B) na matéria seca das folhas
da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
46
Teor de Zn na folha (mg kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 109,5
▲ Via Solo
Yˆ = 106,7
▲ Via Solo
Yˆ = 351,43
■ Via Folhas
Yˆ = 308,00
▲ Via Solo
Teor de Mn na folha (mg kg-1)
Yˆ = 383,27
■ Via Folhas
Yˆ = 322,61
■ Via Folhas
Teor de Cu na folha (mg kg-1)
Yˆ = 7,46
▲ Via Solo
Yˆ = 7,27
Teor de B na folha (mg kg-1)
▲ Via Solo
Yˆ = 36,53
■ Via Folhas
Yˆ = 36,44
47
Nas concentrações de 0,25, 0,50, 0,75, 1,00 e 1,25% foram
veiculados, nas soluções de urina, 1,92, 3,71, 5,63, 7,55 e 9,47 g P ha-1
(Tabela 4). Essas quantidades não proporcionaram resposta significativa
para teores de P na MSF nas duas via de aplicação (solo e folhas).
Também, Paes (2003) não observou respostas significativas em
aplicações foliares de soluções de urina de vaca em pimentão ‘All big’,
quanto ao teor de P na MSF. Em doses de 30 a 150 Mg ha-1 de esterco na
adubação da alface cv. Elba, Pôrto (2006) constatou teores de P com
resposta crescente na MSF, onde, na dose máxima, obteve teor de
12,01 g kg-1. Essa dose promoveu aumento médio de 0,57 vez no teor de P
em relação à testemunha. O teor de P na massa seca de folha para a
concentração de 1,25%, que apresentou a maior produtividade de alface, foi
de 0,61 dag kg-1 (Tabela 9), sendo, também, muito inferior ao descrito por
Pôrto (2006). Incremento nos teores foliares de P, em função da aplicação
de doses crescentes de composto orgânico, foi observado por Souza et al.
(2005). De acordo com Marschner (1995), a deficiência de P promove
redução na expansão e na área superficial das folhas, além do próprio
número de folhas.
As quantidades de K veiculadas nas concentrações de 0,25, 0,50,
0,75, 1,00 e 1,25% das soluções de urina foram de 50,94, 102,01, 152,96,
204,03 e 255,87 g K ha-1, respectivamente (Tabela 4). Essas quantidades
não proporcionaram resposta significativa para teores de K na MSF, nas
duas via de aplicação. As aplicações foliares de soluções de urina de vaca
em pimentão ‘All big’ também não proporcionaram resposta significativa no
teor de K na MSF (Paes, 2003). Todavia, doses crescentes de esterco de
curral proporcionaram incremento nos teores de K nas folhas, devendo ser
ressaltado que com a dose de 150 Mg ha-1 foram obtidos 63,51 g K kg-1 MSF,
o que representou aumento de 0,9 vez, comparado ao da testemunha
(Pôrto, 2006). Comportamento similar foi obtido por Souza et al. (2005), em
função da aplicação de doses crescentes de 0 a 160 Mg ha-1 de composto
orgânico. Na concentração de urina de vaca de 1,25%, que apresentou
maior produtividade de alface, o teor de K na MSF foi de 5,59 dag kg-1
(Tabela 9), sendo inferior ao encontrado por Pôrto (2006). O K, assim como
o N, dentre os nutrientes, é requerido em maior quantidade pelas plantas. As
48
plantas deficientes em K têm o crescimento retardado. A translocação desse
elemento é aumentada em folhas maduras e caule, e sob severa deficiência
estes órgãos tornam-se cloróticos e necróticos (Marschner, 1995).
As quantidades de Ca veiculadas nas concentrações de 0,25, 0,50,
0,75, 1,00 e 1,25% das soluções de urina foram de 0,09, 0,19, 0,28, 0,38 e
0,48 g Ca ha-1, respectivamente (Tabela 4). Essas quantidades não propor-
cionaram resposta significativa para teor de Ca na MSF, nas duas via de
aplicação. Rodrigues et al. (1991) verificaram decréscimos no teor de Ca na
MSF com a elevação das doses de composto orgânico, enquanto doses de
0,0 a 150 Mg ha-1 de esterco de curral (Pôrto, 2006) e de composto orgânico
ou de adubação mineral (Souza et al., 2005) também não ocasionaram
efeitos significativos nos teores de Ca na MSF alface.
Na concentração de urina de 1,25%, que propiciou maior
produtividade de alface, o teor de Ca na MSF foi de 0,94 dag kg-1 (Tabela 9).
A principal função do Ca na planta é manter a integridade da parede celular
(Malavolta, 1980) e o seu fornecimento inadequado é caracterizado pelo
surgimento de necroses nas extremidades das folhas em desenvolvimento
(Collier & Tibbitts, 1982). O Ca move-se na planta com a água, sendo sua
translocação e seu teor nos tecidos sujeitos à taxa de transpiração (Collier &
Huntington, 1983).
Nas concentrações de 0,25, 0,50, 0,75, 1,00 e 1,25% das soluções
de urina foram veiculados 6,33, 12,67, 19,00, 25,34 e 31,68 g Mg ha-1
(Tabela 4). Essas quantidades não proporcionaram resposta significativa
para teor de Mg na MSF, nas duas via de aplicação. Souza et al. (2005)
observaram aumento no teor de Mg em plantas de alface em função de
doses de composto orgânico, devendo ser mencionado que, para cada
1,0 Mg ha-1 de aumento de composto orgânico, ocorreu incremento de
0,03 g Mg kg-1 MS. A elevação das doses de esterco de curral proporcionou
incremento no teor de Mg, com valor de 5,02 g kg-1 de massa seca obtido na
dose de 150 Mg ha-1 (Pôrto, 2006) que, comparado à testemunha, promoveu
incremento de 0,71 vez.
Na concentração de urina de 1,25%, que proporcionou maior
produtividade, o teor de Mg na MSF foi de 0,38 dag kg-1 (Tabela 9). A
principal função do Mg é atuar como co-fator de enzimas fosforilativas,
49
formando uma ponte entre o pirofosfato do ATP ou ADP e a enzima; em
plantas deficientes, geralmente, a relação de N-protéico/N-não-protéico
decresce e o Mg parece estabilizar a configuração das partículas do
ribossoma necessárias para a síntese protéica (Faquin,1994).
Foram veiculados 0,86, 1,72, 2,59, 3,45 e 4,32 g S ha-1, respectiva-
mente, nas soluções contendo urina de vaca nas concentrações de 0,25,
0,50, 0,75, 1,00 e 1,25% (Tabela 4). Essas quantidades não proporcionaram
resposta significativa para teor de S na MSF, nas duas via de aplicação.
Turazi et al. (2006) verificaram que o teor de S nas folhas de alface cv.
Verônica foi significativamente superior nos tratamentos: mineral, mineral mais
1,5 kg m-2 de cama de frango e mineral mais 3,0 kg m-2 de esterco bovino, em
relação aos tratamentos 1,5 kg m-2 de cama de frango e 3,0 kg m-2 de esterco
de bovino. Na concentração de urina de 1,25%, que apresentou maior
produtividade de alface, o teor de S na massa seca da folha foi de
0,24 dag kg-1 (Tabela 9). Infelizmente, na literatura não foram encontrados
valores de referência para S em folhas de alface, para serem comparados.
Não houve efeito de via de aplicação nem de concentração sobre o
teor de Na na MSF. As quantidades veiculadas de Na foram de 38,4, 76,8,
115,2, 153,6 e 192 g ha-1, nas concentrações de 0,25, 0,50, 0,75, 1,00 e
1,25% de solução de urina. Em trabalho utilizando quatro cultivares de alface
e quatro doses de composto orgânico de lixo urbano, nas doses de 0,0, 17,5,
35,0 e 52,5 Mg ha-1 de matéria seca, Santos (1995) verificou, em todas as
cultivares, aumento na concentração de Na na MSF com o aumento das
doses de composto. Quando solução de urina de vaca foi aplicada na
concentração de 1,25% (maior produtividade), o teor de Na encontrado na
MSF foi de 0,34%. Hunt (1966), citado por Malavolta (1981), relatou que em
alface o nível de Na considerado fitotóxico, na parte aérea, é de 0,045%; por
outro lado, Furlani et al. (1978) afirmaram que o teor de 0,042% de Na em
alface é considerado normal.
O Na é absorvido ativamente como Na+, e nas plantas, de modo
geral, favorece a absorção de K+, especialmente quando em presença de
baixas concentrações deste. Como o Na em concentrações mais altas,
normalmente, tende a acumular-se no vacúolo, pode-se esperar que
substitua o K vacuolar quando o suprimento desse é limitado; desta maneira,
50
substituiria o K em sua contribuição ao potencial de soluto e,
conseqüentemente, na geração do turgor celular (Malavolta, 1997).
As quantidades de Zn veiculado nas soluções de concentrações
0,25, 0,50, 0,75, 1,00 e 1,25% foram de 0,15, 0,30, 0,46, 0,61 e 0,76 g Zn ha-1
(Tabela 4). Estas concentrações não proporcionaram resposta significativa
para teor de Zn na MSF nas via de aplicação (Figura 9), sendo encontrado
maior teor em folhas que receberam a concentração de 0,75% via solo,
comparada à via folhas (Tabela 10). Incremento do teor de Zn em folhas de
alface foi verificado por Turazi et al. (2006), em que os tratamentos mineral,
mineral mais 1,5 kg m-2 de cama de frango e mineral mais 3,0 kg m-2 de
esterco bovino apresentaram respostas superiores em relação aos
tratamentos de 1,5 kg m-2 de cama de frango e 3,0 kg m-2 de esterco bovino.
O teor de Zn no tratamento que promoveu maior crescimento da planta de
alface (concentração de 1,25% aplicada nas folhas) foi de 107,52 mg Zn kg-1
MSF (Tabela 10). O Zn é essencial para a síntese do triptofano que, por sua
vez, é precursor do AIA. Plantas carentes em Zn mostram grande diminuição
no nível de RNA, do que resultam a menor síntese de proteína e a
dificuldade na divisão celular (Malavolta, 1997). Infelizmente, na literatura
não foram encontrados valores de referência para Zn em folhas de alface,
para serem comparados.
Nas concentrações de 0,25, 0,50, 0,75, 1,00 e 1,25%, foram
veiculados 0,07, 0,15, 0,23, 0,30 e 0,38 g Fe ha-1 (Tabela 4). Estas quantida-
des não proporcionaram resposta significativa para teor de Fe na MSF para
as via de aplicação (Figura 9), embora quando aplicada no solo na
concentração de 1,0% tenha proporcionado maior teor de Fe nas folhas
(Tabela 10). Turazi et al. 2006 verificaram que o teor de Fe na MSF de
alface ‘Verônica’ no tratamento mineral mais 1,5 kg m-2 de cama de frango
foi significativamente superior aos tratamentos: 1,5 kg m-2 de cama de
frango, mineral mais 3,0 kg m-2 de esterco bovino, mineral e 3,0 kg m-2 de
esterco bovino, e esses não apresentaram diferença significativa entre si. O
teor de Fe no tratamento que promoveu maior crescimento da planta de
alface (concentração de 1,25 % aplicada via folhas) foi de 268,70 mg kg-1
MSF (Tabela 10). Em plantas carentes em Fe observa-se atividade
respiratória reduzida devido ao comprometimento do transporte de elétrons
51
nas oxidações terminais; o Fe também participa da biossíntese do grupo
heme e de outras porfirinas (Malavolta, 1997). Infelizmente, na literatura, não
foram encontrados valores de referência para Fe em folhas de alface, para
serem comparados.
Foram veiculados, nas concentrações de 0,25, 0,50, 0,75, 1,00 e
1,25%, 0,07, 0,15, 0,23, 0,30 e 0,38 g Mn ha-1 (Tabela 4). Essas concentra-
ções não proporcionaram resposta significativa para teor de Mn na MSF
para as via de aplicação (Figura 9); todavia, as soluções de concentração
0,25, 0,75 e de 1,25%, quando aplicadas via solo, proporcionaram maior teor
de Mn nas folhas (Tabela 10). Turazi et al. (2006) também não verificaram
diferenças significativas para teor de Mn em folhas de alface entre os
tratamentos mineral mais 1,5 kg m-2 de cama de frango, mineral e mineral
mais 3,0 kg m-2 de esterco de bovino, embora tivessem sido superiores aos
tratamentos 1,5 kg m-2 de cama de frango e 3,0 kg m-2 de esterco de curral.
No tratamento que promoveu maior crescimento da planta de alface
(concentração de 1,25% aplicada via folhas) foi encontrado teor de
293,20 mg Mn kg-1 na MSF (Tabela 10). O Mn tem como função mais conhe-
cida a participação na liberação fotoquímica do O2 na reação de Hill
efetuada nos cloroplastos (Malavolta, 1997). Na literatura não foram
encontrados valores de referência para Mn em folhas de alface, para serem
comparados.
As plantas que receberam aplicação foliar de solução de urina na
concentração de 0,25% apresentaram maior teor de Cu, comparadas
àquelas que receberam a solução via solo (Tabela 10), porém não houve
efeito de concentrações (Figura 9). As quantidades de Cu veiculadas nas
soluções com concentrações de 0,25, 0,50, 0,75, 1,00 e 1,25% foram de
0,03, 0,07, 0,11, 0,15 e 0,19 g ha-1(Tabela 4). Esses valores não proporcio-
naram resposta significativa para teores de Cu na MSF, nas duas via de
aplicação (Figura 9). Na alface ‘Babá de Verão’, Ferraz Junior et al. (2003)
verificaram maior teor de Cu nos tratamentos com esterco de galinha, NPK,
esterco de galinha mais NPK e controle, comparado aos tratamentos com
lodo de cervejaria e lodo mais NPK. Para aplicação de solução a 1,25% nas
folhas (tratamento com maior produtividade), foi observado teor de
7,52 mg Cu kg-1 MSF (Tabela 10). Deficiências de Cu ocorrem em solos com
52
alto teor de matéria orgânica, em que o Cu está complexado por substâncias
orgânicas e a alta disponibilidade de N também pode acentuar a deficiência
de cobre (Marschner, 1995). Infelizmente, na literatura não foram
encontrados valores de referência para Cu em folhas de alface, para serem
comparados.
Nas concentrações de 0,25, 0,50, 0,75, 1,00 e 1,25% da solução da
urina de vaca foram veiculados 2,11, 4,22, 6,33, 8,44 e 10,56 g B ha-1,
respectivamente (Tabela 4). Essas quantidades não proporcionaram
resposta significativa para teor de B na MSF para via de aplicação (solo e
folhas – Figura 9), nem entre via de aplicação, dentro de concentração
(Tabela 10).
Turazi et al. (2006) também não encontraram diferença significativa
para B alface ‘Verônica’ entre os tratamentos com 1,5 kg m-2 de cama de
frango; 3,0 kg m-2 de esterco de curral; mineral; e mineral acrescida de
3,0 kg m-2 de esterco de bovino. Na concentração de 1,25% da solução de
urina de vaca aplicada nas folhas (tratamento que proporcionou maior
produtividade), o teor de B foi de 34, 45 mg kg-1 MSF (Tabela 10). Os
sintomas de deficiência de B na parte aérea da planta ocorrem nos pontos
de crescimento e nas folhas mais novas, que se tornam descoloridas e
podem morrer, bem como os internódios são mais curtos, dando à planta
formato de roseta (Marschner, 1995). Infelizmente, não foram encontrados
na literatura valores de referência para B em folhas de alface, para serem
comparados.
Analisando as características fitotécnicas apresentadas
anteriormente, como NFP, que obtiveram respostas quando das aplicações
das concentrações de urina realizadas via solo, bem como de MFF, MSF e
PROD quando das soluções aplicadas via solo e folhas (Figuras 2 e 6),
esses incrementos não podem ser justificados exclusivamente pelos
nutrientes aplicados via soluções com urina. Como discutido anteriormente,
as quantidades de nutrientes aplicados via soluções (Tabela 4) foram
pequenas para promover os aumentos observados, mesmo nas maiores
concentrações, pois em trabalhos com adubação orgânica somente foram
observados aumentos de rendimento de massa seca de parte aérea com
aplicações de doses elevadas (Nicouland et al., 1990; Maia, 2002).
53
Todavia, como as concentrações aplicadas não alteraram de forma
significativa os teores de nutrientes nas folhas, mas ocorreu incremento de
massa nas folhas, pode-se concluir que as soluções de urina aplicadas
promoveram o crescimento das plantas e, conseqüentemente, a maior
quantidade de nutrientes estava contida nessas plantas. Posto isso, a
ausência de resposta clara das concentrações de urina aplicadas via solo e
folhas, para todos os nutrientes analisados, leva a supor a existência de
outro efeito que não-nutricional, possivelmente de natureza hormonal,
provavelmente auxina (AIA) contido na urina de vaca (Gadelha, 1999;
PESAGRO-RIO, 1999; 2002), que tenha estimulado o crescimento das
plantas.
4.7. Teor de N, P, K, Ca, Mg, S, Na, Zn, Fe, Mn, Cu e B na massa seca do
caule (MSCA)
54
Tabela 11 – Valores médios dos teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre
(S) e sódio (Na) na matéria seca de caule da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de
vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Concentrações (%)
Via de
Elementos CV (%)1 CV (%)2
Aplicação 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25
55
■ Via Folhas
Teor de N no caule (dag kg-1) Yˆ = 1,08
▲ Via Solo
Yˆ = 0,94
■ Via Folhas
Teor de P no caule (dag kg-1)
Yˆ = 0,45
▲ Via Solo
Yˆ = 0,40
▲ Via Solo
Teor de K no caule (dag kg-1)
Yˆ = 4,33
■ Via Folhas
Yˆ = 4,04
56
Teor de Ca no caule (dag kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 0,32
▲ Via Solo
Yˆ = 0,29
■ Via Folhas
Yˆ = 0,16
▲ Via Solo
Yˆ = 0,15
■ Via Folhas
Teor de Na no caule (dag kg-1)
Yˆ = 0,52
▲ Via Solo
Yˆ = 0,48
■ Via Folhas
Teor de S no caule (dag kg-1)
Yˆ = 0,13
▲ Via Solo
Yˆ = 0,12
57
O teor de Zn nas concentrações 0,50 e 1,0% foi maior quando a
solução foi aplicada via folhas, comparada à aplicação via solo. Quanto ao
Fe, na concentração de 0,50%, a aplicação da solução no solo apresentou
maior valor que a aplicação nas folhas, porém na concentração de 1,0%
ocorreu o inverso (Tabela 12). Tanto Zn quanto Fe não tiveram efeito de
concentrações nos teores na MSCA, com valores estimados para aplicação
nas folhas e no solo constantes para Zn de 123,16 e 109,02 mg kg-1 e Fe de
156,25 e 160,20 mg kg-1, respectivamente (Figura 12).
O teor de Mn, nas concentrações de 0,25 e 1,0%, foi superior
quando aplicado via solo, comparado à aplicação via folhas (Tabela 12).
Todavia não houve efeito de concentrações de urina nas folhas e no solo,
com resposta constante estimada de 52,57 e 57,02 mg kg-1 (Figura 12).
O teor de Cu não apresentou diferenças significativas entre as via de
aplicação (Tabela 12), nem com o aumento da concentração de urina de
vaca aplicada. Os teores estimados na aplicação nas via solo e folhas
apresentaram respostas constantes com valores de 3,69 e 4,18 mg kg-1,
respectivamente (Figura 12).
Para o teor de B, na concentração de 0,25%, a aplicação da solução
via folhas apresentou maior valor que via solo (Tabela 12). Não houve efeito
de concentrações de urina no solo e nas folhas, com resposta constante de
32,65 e 36,30 mg kg-1, respectivamente (Figura 12).
Portanto, os teores dos elementos N, P, K, Ca, Mg, S, Na, Zn, Fe,
Mn, Cu e B, contidos na MSCA, na colheita, não apresentaram respostas
significativas às concentrações de urina de vaca aplicadas tanto no solo
quanto nas folhas (Figuras 10, 11 e 12). Apesar de na literatura disponível
não terem sido encontrados valores de referência para interpretação dos
resultados de análise de tecidos de caule para a maioria dos nutrientes,
verifica-se que as quantidades veiculadas nas concentrações de urina
aplicada (Tabelas 4) não foram suficientes para promover efeitos
significativos dos nutrientes avaliados na MSCA, dentro das duas via de
aplicação, conforme também observado para massa seca da folha.
58
Tabela 12 – Valores médios dos teores de zinco (Zn), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu), e boro (B) na matéria seca de caule
da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
59
■ Via Folhas
▲ Via Solo
Yˆ = 109,02
▲ Via Solo
Yˆ = 156,25
■ Via Folhas
Teor de Mn no caule (mg kg-1)
Yˆ = 52,57
▲ Via Solo
Yˆ = 57,02
Teor de Cu no caule (mg kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 4,18
▲ Via Solo
Yˆ = 3,69
■ Via Folhas
Teor de B no caule (mg kg-1)
Yˆ = 36,30
▲ Via Solo
Yˆ = 32,65
60
Pôrto (2006), em trabalhos desenvolvidos com a alface ‘Elba’,
observou aumento no teor de N na MSCA com incremento nas doses de N,
com teor de 73,97 g N kg-1 de massa seca na dose de 150 kg de N ha-1;
quando utilizou adubação orgânica nas doses de 30 a 150 Mg ha-1 de
esterco, o aumento das doses de esterco promoveu resposta positiva no teor
de N na MSC com máximo de 58,97 g N kg-1, obtido na dose de
135,20 Mg ha-1. Portanto, o incremento médio foi de 0,12 vez para adubação
nitrogenada e 0,30 vez para adubação orgânica, comparado à testemunha
(Pôrto, 2006).
Neste trabalho, considerando que a maior produtividade de alface foi
alcançada com a aplicação da solução na concentração de 1,25% de urina
de vaca, aplicada via folhas, o teor de N na MSCA foi de 12,2 g N kg-1,
portanto, inferior aos apresentados por Pôrto (2006).
Nesse mesmo trabalho de Pôrto (2006), não houve ajuste de
nenhum modelo para as doses de adubação orgânica aplicadas em relação
do teor de Ca na MSCA, que foi de 6,74 g Ca kg-1; para Mg, observou-se
que os teores na MSCA aumentaram em função das doses de esterco,
verificando, na dose de 150,0 Mg ha-1, teor de 3,44 g Mg kg-1, teor esse 1,43
vez maior que da testemunha. O teor de K na MSCA, quando foi utilizada
adubação orgânica, foi de 61,72 g kg-1 na dose de máximo 147,98 Mg ha-1;
esse teor de K, em relação ao da testemunha, foi de 1,85 vez. O teor de P
na MSCA, quando aplicada adubação orgânica, apresentou incremento em
função do aumento das doses de esterco, com teor de 26,19 g P kg-1 na
dose de 150 Mg ha-1, correspondendo, em relação à testemunha, ao
incremento de 2,42 vezes.
Verificou-se, no presente trabalho, que os teores dos nutrientes Ca,
Mg, K, P na MSCA, quando da aplicação da solução de urina de vaca na
concentração de 1,25% nas folhas, foram de 3,5, 1,8, 44,1 e 4,9 g kg-1,
respectivamente, sendo esses teores inferiores aos obtidos por Pôrto (2006).
Ferreira et al. (2001) obtiveram efeito de esterco de cama de aviário
(tratamentos 0,0, 6,0, 12,0, 24 e 36 Mg ha-1) sobre o teor dos micronutrientes
B, Cu, Fe, Mn e Zn e do elemento Na pela alface. Os teores de B, Mn e Zn
aumentaram com as doses; o teor de Cu manteve-se estável; e os de Fe e
61
Na tiveram comportamento peculiar de redução nas doses 6,0, 12,0 e
24,0 Mg ha-1, aumentando na dose 36 Mg ha-1.
Apesar de os teores dos elementos analisados não terem apresentado
respostas às concentrações soluções de urina de vaca, nas via de aplicação
solo e folhas (Figuras 10, 11 e 12), observaram-se incrementos nas massas
fresca e seca (aplicadas via solo) do caule (Figura 4), evidenciando que
maiores quantidades desses elementos foram extraídas pelas plantas.
Portanto, as soluções de urina de vaca aplicadas exerceram, de cerca forma,
algum efeito no crescimento do caule e na quantidade de nutrientes extraídas,
o que possivelmente não seja devido às quantidades de nutrientes aplicadas
via essas soluções (Tabela 4).
4.8. Teor de N, P, K, Ca, Mg, S, Na, Zn, Fe, Mn, Cu e B na massa seca de
raiz (MSR)
62
Tabela 13 – Valores médios dos teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S) e sódio
(Na) na matéria seca de raiz da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas
Viçosa-MG, UFV, 2006
63
■ Via Folhas
Yˆ = 1,18
Teor de N na raiz (dag kg-1)
▲ Via Solo
Yˆ = 1,05
Teor de P na raiz (dag kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 0,53
▲ Via Solo
*** * 2 2
Yˆ = 0,3715 + 0,3495 C - 0,2985 C R = 0,7853
Teor de K na raiz (dag kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 3,18
▲ Via Solo
*** * 2 2
Yˆ = 2,8372 + 1,6963 C – 1,8911 C R = 0,7684
** e * significativos, a 1 e 5% de probabilidade.
64
■ Via Folhas
▲ Via Solo
Yˆ = 0,35
Teor de Mg na raiz (dag kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 0,16
▲ Via Solo
Yˆ = 0,14
■ Via Folhas
Teor de Na na raiz (dag kg-1)
** 2
Yˆ = 0,5204 + 0,0986 C r = 0,5020
▲ Via Solo
Yˆ = 0,45
■ Via Folhas
Teor de S na raiz (dag kg-1)
Yˆ = 0,19
▲ Via Solo
Yˆ = 0,18
** e * significativos, a 1 e 5% de probabilidade.
65
Tabela 14 – Valores médios dos teores de zinco (Zn), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu), e boro (B) na matéria seca de raiz da
alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
66
exceto às concentrações de 0,5 e 0,75%, que não diferiram, nas demais
concentrações maiores teores foram encontrados quando da aplicação via solo.
O Mn apresentou comportamento ambíguo, com maior teor quando da aplicação
nas folhas e no solo, respectivamente, para as concentrações de 0,50 e de 1,0%
(Tabela 14).
Os teores dos elementos Zn, Cu e B na MSR não apresentaram
resposta às concentrações de soluções de urina de vaca aplicadas tanto no solo
quanto nas folhas.
Os valores estimados nas aplicações via solo e folhas foram de 134,48
e 169,65; 21,77 e 21,69; 41,65; e 53,92 mg kg-1, de Zn, Cu e B,
respectivamente (Figura 15).
Os teores de Fe e de Mn na MSR, quando da aplicação das
soluções de urina de vaca via folhas, não apresentaram resposta às
concentrações, com valores estimados constantes de 13.290,83 e
84,59 mg kg-1, respectivamente (Figura 15). Todavia, quando da aplicação
no solo, ambos apresentaram respostas quadráticas, com maior valor de
23.685,1 mg kg-1, obtido na concentração 0,00% (Fe) e de 110,34 mg Mn kg-1,
obtido na maior concentração (1,25 %) (Figura 15).
Em trabalho com alface ‘Elba’, Pôrto (2006) verificou na MSR que os
teores de N tiveram incremento com a aplicação crescente deste elemento,
obtendo nas doses de 150 kg de N e de 150 Mg ha-1 de esterco bovino teor de
54,87 e 50,56 g N kg-1 de massa seca, correspondendo ao aumento, em
relação ao controle, de 0,86 e 0,71 vezes para adubação nitrogenada e
orgânica, respectivamente. O teor de N na MSR, quando foi aplicada a solução
de urina nas folhas, na concentração de 1,25%, foi de 12,8 g N kg-1.
Pôrto (2006) observou acréscimo no teor de P na MSR com o
aumento das doses de esterco de curral, com teor máximo de P de
21,06 g kg-1, obtido na dose de 144,31 Mg ha-1, correspondendo ao
incremento de 2,02 vezes, em relação à testemunha. O teor de P obtido na
MSR da alface, quando foi aplicada a solução na concentração de 1,25 % nas
folhas, foi de 5,3 g P kg-1. Quando foi utilizada adubação orgânica, a elevação
das doses de esterco proporcionou incremento no teor de K na MSR,
proporcionando valor de 35,61 g K kg-1 na dose de 150 Mg ha-1, correspondendo
67
Teor de Zn na raiz (mg kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 169,65
▲ Via Solo
Yˆ = 134,48
▲ Via Solo
** ** 2 2
Yˆ = 23685,10 - 29155,6 C + 22206,2 C R = 0,7396
Teor de Mn na raiz (mg kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 84,59
▲ Via Solo
* ** 2 2
Yˆ = 91,9455 – 55,4375 C + 56,1214 C R = 0,5614
▲ Via Solo
Teor de Cu na raiz (mg kg-1)
Yˆ = 21,77
■ Via Folhas
Yˆ = 21,69
Teor de B na raiz (mg kg-1)
■ Via Folhas
Yˆ = 53,92
▲ Via Solo
Yˆ = 41,65
** e * significativos, a 1 e 5% de probabilidade.
68
a incremento de 1,31 vez em relação à testemunha (Pôrto, 2006). Quando da
aplicação da solução nas folhas, na concentração de 1,25%, o teor de K obtido
na MSR da alface foi de 35,8 g K kg-1, portanto não difere daquele obtido por
Pôrto (2006).
Os teores de Ca e de Mg na MSR, quando foi utilizada adubação
orgânica, apresentaram resposta crescente em função das doses de
esterco, obtendo-se, na dose de 150 Mg ha-1, teores de 8,86 e de 2,53 g kg-1
de massa seca, respectivamente. Esses promoveram aumentos de 0,34 e
de 0,62 vezes, em relação à testemunha (Pôrto, 2006). Os teores de Ca e de
Mg obtidos na MSR de alface, quando da aplicação da solução de urina nas
folhas, à concentração de 1,25%, foram de 3,9 e de 1,6 g kg-1, respectivamente.
Essas comparações demonstram que, com exceção do K, os teores de todos
os macronutrientes na MSR de alface, em função da aplicação de solução de
urina de vaca à concentração que proporcionou maior produtividade
(1,25%), foram bastante inferiores aos obtidos por Pôrto (2006).
Com exceção do Na, os teores dos nutrientes N, P, K, Ca, Mg, S,
Zn, Fe, Mn, Cu e B, contidos na MSR, no momento da colheita, não
sofreram alterações significativas quando as concentrações de urina de vaca
foram aplicadas nas folhas (Figuras 13, 14 e 15). Já quando as aplicações
de urina foram realizadas no solo, os nutrientes P e K (Figura 13), Fe e Mn
(Figura 15) sofreram alterações com as concentrações aplicadas. Os teores
de P e de K na MSR, quando da aplicação das soluções no solo (Figura 13),
apresentaram comportamento oposto ao da produção de massas fresca e
seca de raiz (Figura 5), o que evidencia possível efeito de diluição desses
elementos quando da maior produção de massa.
A elevação dos teores de Na nas concentrações das soluções,
quando aplicadas via folhas, promoveu maior absorção do elemento,
culminando com o incremento dos teores de Na na MSR (Figura 14). O
aumento do teor de Na, possivelmente, se deve ao efeito de concentração
do Na em razão de os aumentos na concentração das soluções terem
promovido diminuição na produção de MSR (Figura 5). Portanto, o aumento
dos teores de vários elementos, dentre esses o Na, quando do aumento das
concentrações, pode ter afetado a produção de MSR quando aplicadas via
folhas.
69
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
70
caule e na raiz, de P na raiz, de Cu na folha, Zn e B no caule,
comparativamente à aplicação via solo.
- Maior produtividade de cabeça foi registrada em plantas que
receberam aplicação da solução de urina nas folhas na concentração de
1,25%. Nessa concentração e via de aplicação, o rendimento foi de
17,00 Mg ha-1, correspondendo ao acréscimo de 28,1% em produtividade
comparada à da testemunha; quanto aplicada via solo, na concentração
ótima de 1,01%, a produtividade foi de 14,92 Mg ha-1, correspondendo ao
aumento de 47,3% em produtividade, comparada à da testemunha. Portanto,
a aplicação via solo promoveu maior incremento em produtividade
comparado à aplicação via folhas.
- Os efeitos observados sobre crescimento e produção da alface às
soluções de urina aplicadas são devidos a fatores outros que não somente
de quantidade de nutrientes veiculados nas soluções. Sugerem-se mais
investigações relativas à composição da urina de vaca no sentido de elucidar
seus efeitos sobre o crescimento das plantas.
71
6. CONCLUSÕES
72
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVAREZ VH; RIBEIRO AC. 1999. Calagem. In: RIBEIRO CA; GUIMARÃES
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2004. Efeito de composto orgânico sobre a produção e características
comerciais de alface Americana. Horticultura Brasileira 22: 127-130.
80
APÊNDICE
81
APÊNDICE A
Tabela 1A – Resumo da análise de variância de número de folhas por planta (NFP), área foliar (AF), massa fresca e seca de folha (MFF e MSF) da alface,
em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
NFP AF MFF MSF
Blocos 3 2,2464 495641,0 301,3892 0,1472
Via de aplicação (V) 1 24,7394* 189949,2 ns 1787,9100** 0,4332*
Resíduo (a) 3 3,6536 497256,4 223,0438 0,0992
Concentração (C) 5 32,2081** 769612,3** 1086,4780** 2,3464**
Via X Concentração 5 5,1999 ns 410654,8* 142,2975 ns 0,2674 ns
Resíduo (b) 30 2,6329 112395,8 72,5652 0,1523
CV(%) Parcela 5,58 24,18 14,76 6,31
CV(%) Subparcela 4,74 11,49 8,42 7,82
Tabela 2A – Resumo da análise de variância de comprimento de caule (CC), massa fresca de caule (MFC), massa seca de caule (MSC), massa fresca de
raiz (MFR) e massa seca de raiz (MSR) da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG,
UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
CC MFC MSC MFR MSR
Blocos 3 0,3288 3,7656 0,0241 1,2294 0,0922
Via de aplicação (V) 1 3,4776** 29,0629** 0,0520* 0,6440 ns 0,7400**
Resíduo (a) 3 0,2453 1,1387 0,0110 2,9018 0,0894
Concentração (C) 5 1,1825** 18,6807** 0,0833** 6,7485** 0,2789 ns
Via X Concentração 5 0,4920** 6,6569** 0,0169 ns 8,5416** 0,8070**
Resíduo (b) 30 0,1096 1,7331 0,0134 1,6655 0,1297
CV(%) Parcela 8,29 10,48 10,53 15,59 18,71
CV(%) Subparcela 5,54 12,92 11,61 11,81 22,52
** e * F significativos a 1 e 5% de probabilidade.
ns
F não-significativo a 5% de probabilidade.
82
Tabela 3A – Resumo da análise de variância de volume de cabeça (VC), massa seca de cabeça (MSCA), massa fresca de cabeça (MFCA) e produtividade
(PROD) da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
VC MSCA MFCA PROD
Blocos 3 49592,59 0,2399 364,9682 6038657,00
Via de aplicação (V) 1 116910,20* 01887ns 2272,8770** 37454390,00**
Resíduo (a) 3 24022,26 0,0591 255,6055 4238674,00
Concentração (C) 5 70341,58** 3,0905** 1379,066** 22657810,00**
Via X Concentração 5 13286,48 ns 0,28031ns 169,2347ns 2793058,00ns
Resíduo (b) 30 9481,1010 0,2054 87,2402 1417612,00
CV(%) Parcela 28,43 4,06 14,36 14,44
CV(%) Subparcela 17,86 7,57 8,39 8,35
Tabela 4A – Análise de variância de leitura SPAD em folhas da alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas, e dias
após o transplante. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrado Médio
FV GL
Leitura SPAD
Bloco 3 2,050000
Via de aplicação (V) 1 0,3200000ns
Resíduo (a) 3 0,3872222
Concentração (C) 5 5,803889**
Via X Concentração 5 0,7308333ns
Resíduo (b) 30 1,297250
Data 5 495,1481**
Via X Data 5 0,7690833ns
Concentração X Data 25 1,094206ns
Concentração X Via X Data 25 0,7339167ns
Resíduo (c) 180
CV(%) da Parcela 3,99
CV(%) da Subparcela 7,31
CV (%) da Subsubparcela 6,29
** e * F significativos a 1 e 5% de probabilidade.
ns
F nãos-significativo a 5% de probabilidade
83
Tabela 5A – Resumo da análise de variância dos nutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K) e cálcio (Ca) em massa seca de folha de alface, em,
função da aplicação de concentrações de urina de vaca nos via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
N P K Ca
Blocos 3 0,625314 0,032936 1,549469 0,037799
Via de aplicação (V) 1 0,326370** 0,007375ns 0,219375ns 0,021378ns
Resíduo (a) 3 0,006335 0,004083 0,215248 0,015052
Concentração (C) 5 0,028381ns 0,002930ns 0,705351ns 0,005779ns
Via X Concentração 5 0,007031ns 0,000581ns 0,078955ns 0,001462ns
Resíduo (b) 30 0,034310 0,002090 0,637039 0,004226
CV(%) da Parcela 2,79 10,56 8,36 12,71
CV(%) da Subparcela 6,51 7,55 14,39 6,73
Tabela 6A – Resumo da análise de variância dos nutrientes magnésio (Mg), enxofre (S), sódio (Na), em massa seca de folha de alface, em função da
aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
Mg S Na
Blocos 3 0,004955 0,002085 0,001167
Via de aplicação (V) 1 0,001485ns 0,000040ns 0,000792ns
Resíduo (a) 3 0,002254 0,001521 0,000767
Concentração (C) 5 0,000864ns 0,000497ns 0,000128ns
Via X Concentração 5 0,001360ns 0,0001751ns 0,000083ns
Resíduo (b) 30 0,001055 0,000297 0,000168
CV(%) da Parcela 11,97 16,37 8,30
CV(%) da Subparcela 8,19 7,24 3,89
** e * F significativos a 1 e 5% de probabilidade.
ns
não-significativo a 5% de probabilidade.
84
Tabela 7A – Resumo da análise de variância dos teores de nutrientes zinco (Zn), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu) e boro (B) em massa seca de folha
de alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
Zn Fe Mn Cu B
Blocos 3 1234,78 441,664 22602,3 5,93076 139,011
Via de aplicação (V) 1 99,9652ns 22662,22ns 44149,5ns 0,42187ns 0,10083ns
Resíduo (a) 3 83,1757 10354,68 11602,4 0,42243 15,2713
Concentração (C) 5 182,275ns 37105,9** 13141,4** 0,87087ns 5,49533ns
Via X Concentração 5 270,148ns 9273,79* 10001,0* 1,14287ns 4,19283ns
Resíduo (b) 30 124,3942 3085,10 2915,81 0,95776 3,47586
CV(%) da Parcela 8,43 30,86 30,51 8,82 10,71
CV(%) da Subparcela 10,31 16,84 15,29 13,28 5,11
Tabela 8A – Resumo da análise de variância dos teores de nutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K) e cálcio (Ca) em massa seca de caule de
alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
N P K Ca
Blocos 3 0,221133 0,047656 6,901540 0,023780
Via de aplicação (V) 1 0,221136** 0,027787** 1,024044ns 0,010126*
Resíduo (a) 3 0,000793 0,002125 0,524300 0,001392
Concentração (C) 5 0,024078ns 0,013254* 1,115336ns 0,009449**
Via X Concentração 5 0,019873ns 0,001468ns 2,250756* 0,002332ns
Resíduo (b) 30 0,017693 0,004212 0,625012 0,002522
CV(%) Parcela 2,78 10,92 17,29 12,04
CV(%) Subparcela 13,13 15,37 18,88 16,21
** e * F significativos a 1 e 5% de probabilidade.
ns
não-significativo a 5% de probabilidade.
85
Tabela 9A – Resumo da análise de variância dos teores de nutrientes magnésio (Mg), enxofre (S), sódio (Na), em massa seca de caule de alface, em função
da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
Mg S Na
Blocos 3 0,005799 0,004663 0,063092
Via de aplicação (V) 1 0,003798** 0,002214* 0,022317**
Resíduo (a) 3 0,000403 0,000528 0,002292
Concentração (C) 5 0,002108** 0,001321* 0,002963ns
Via X Concentração 5 0,000415ns 0,000216ns 0,001875ns
Resíduo (b) 30 0,000560 0,000459 0,003532
CV(%) da Parcela 12,95 18,53 9,51
CV(%) da Subparcela 15,27 17,29 11,82
Tabela 10A – Resumo da análise de variância dos teores de nutrientes zinco (Zn), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu) e boro (B) em massa seca de caule
de alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
Zn Fe Mn Cu B
Blocos 3 388,4208 3573,9700 863,5428 4,207639 169,555000
Via de aplicação (V) 1 2401,2550** 186,8352ns 237,6300ns 2,900833ns 160,600800**
Resíduo (a) 3 11,5307 419,3574 70,33278 0,984027 14,254720
Concentração (C) 5 359,9267ns 10192,5200** 113,9755ns 17,733830** 25,759500ns
Via X Concentração 5 386,2297ns 17415,5900** 412,1755** 0,680333ns 17,614330ns
Resíduo (b) 30 430,1104 1202,8430 103,8556 1,377167 13,472360
CV(%) da Parcela 2,92 12,94 15,30 25,22 10,95
CV(%) da Subparcela 17,86 21,92 18,60 29,83 10,65
** e * F significativos a 1 e 5% de probabilidade.
ns
não-significativo a 5% de probabilidade.
86
Tabela 11A – Resumo da análise de variância dos teores de nutrientes nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K) e cálcio (Ca) em massa seca de raiz de alface,
em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa – MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
N P K Ca
Blocos 3 0,029834 0,037679 0,407485 0,006421
Via de aplicação (V) 1 0,223177** 0,138825** 1,639841ns 0,009804ns
Resíduo (a) 3 0,004344 0,002149 0,790790 0,003271
Concentração (C) 5 0,019534ns 0,017668ns 0,761740ns 0,003279ns
Via X Concentração 5 0,022361ns 0,007859ns 0,942662* 0,001127ns
Resíduo (b) 30 0,016929 0,011497 0,304628 0,002123
CV(%) da Parcela 5,90 9,80 29,65 15,55
CV(%) da Subparcela 11,66 22,68 18,40 12,53
Tabela 12A – Resumo da análise de variância dos teores de nutrientes magnésio (Mg), enxofre (S), sódio (Na), em massa seca de raiz de alface, em função
da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
Mg S Na
Blocos 3 0,002979 0,000061 0,022042
Via de aplicação (V) 1 0,006052** 0,003763** 0,196992**
Resíduo (a) 3 0,000233 0,000281 0,002267
Concentração (C) 5 0,000981ns 0,000270ns 0,009555ns
Via X Concentração 5 0,000681ns 0,000066ns 0,009465ns
Resíduo (b) 30 0,000422 0,000247 0,004343
CV(%) da Parcela 10,25 9,01 9,19
CV(%) da Subparcela 13,79 8,46 12,72
** e * F significativos a 1 e 5% de probabilidade.
ns
não-significativo a 5% de probabilidade.
87
Tabela 13A – Resumo da análise de variância dos teores de nutrientes zinco (Zn), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu) e boro (B) em massa seca de raiz
de alface, em função da aplicação de concentrações de urina de vaca via solo e folhas. Viçosa-MG, UFV, 2006
Quadrados Médios
FV GL
Zn Fe Mn Cu B
Blocos 3 310,3498 13745380 1480,0340 2,505208 63,345760
Via de aplicação (V) 1 14846,3100** 287451400** 283,7269ns 0,075208ns 1806,880000**
Resíduo (a) 3 958,7625 28426830 177,6952 56,047990 22,587430
Concentração (C) 5 359,9635ns 52763880** 547,3604* 11,614880ns 273,423700ns
Via X Concentração 5 1031,8630* 57471240** 1091,1400** 12,356210ns 400,098700*
Resíduo (b) 30 293,6057 10173430 201,9698 14,747760 123,968400
CV(%) da Parcela 20,36 33,87 15,31 34,45 9,94
CV(%) da Subparcela 11,27 20,27 16,33 17,67 23,30
** e * F significativos a 1 e 5% de probabilidade.
ns
não-significativo a 5% de probabilidade.
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