Constante de Planck
Constante de Planck
Constante de Planck
A constante de Planck, representada por , é uma das constantes fundamentais da física.[1] Tem um papel
fundamental na mecânica quântica, aparecendo sempre no estudo de fenômenos em que a explicação por
meio da mecânica quântica é relevante. Tem o seu nome em homenagem a Max Planck, um dos fundadores
da teoria quântica. A 26ª Conferência Geral de Pesos e Medidas fixou o valor exato da constante de
Planck:[2]
Um dos usos dessa constante é a determinação da energia de um fóton, dada pela seguinte equação:[3]
Nesta equação:
Equações formuladas com base na teoria quântica de Planck explicaram precisamente a radiação de um
corpo negro ao longo do espectro eletromagnético. O feito de Planck foi relacionar matematicamente o
conteúdo de energia de um quantum à frequência da radiação. Um quantum de energia E, é igual à
frequência f da radiação multiplicada pela constante de Planck h. A constante h, um valor extremamente
pequeno, é tida atualmente como uma das constantes fundamentais do universo.[4] Não é só a constante de
Planck que é pequena, o quantum também é. As unidades de radiação são tão pequenas que são percebidas
como contínuas, por exemplo, a luz. Assim como a matéria comum nos parece contínua ainda que saibamos
que ela é formada por unidades discretas chamadas de "átomos".[4]
História
A constante de Planck surgiu da hipótese de Max Karl Ernest Ludwing Planck de solucionar um efeito
conhecido na época como "catástrofe do ultravioleta". Era observada uma discrepância entre os valores
teorizados utilizando a Física Clássica com relação aos valores experimentais da emissão do radiador de
cavidade (que é um forno em equilíbrio térmico que, através de um
orifício em uma de suas paredes, deixa escapar um feixe de radiação).
A predição da Física Clássica implica um crescimento da intensidade
da radiação com uma potência da frequência, de forma que a energia
total emitida pela cavidade seria infinita! E esta é a chamada
"catástrofe".[5] No interior do radiador de cavidade o equilíbrio térmico
ocorre através de trocas de energia entre a radicação e os átomos das
paredes, que absorvem e reemitem a radiação. O modelo clássico para
a absorção e emissão de radiação prevê que as cargas oscilam com a
frequência de um sistema de cargas (oscilador de Hertz).[5]
Planck dedicou-se durante anos, com muito esforço, a encontrar uma explicação para o seu postulado
através da Física Clássica, mas acabou, com certa resistência, convencendo-se que isso não seria possível.[5]
Sob muitos aspectos, a vida de Max Planck apresentava um notável contraste com as de Newton e Einstein.
Enquanto estes foram considerados gênios por quase todos, Planck foi um cientista consciente, cuidadoso e
respeitado administrador acadêmico.[4]
Anterior ao modelo de Bohr, o modelo mais aceito era o de Rutherford, segundo o qual o elétron
descreveria uma órbita circular em torno do núcleo, do mesmo modo que um planeta descreve uma órbita
em torno do Sol, porém esse modelo apresenta um problema: de acordo com a teoria eletromagnética
clássica, qualquer carga elétrica acelerada irradia ondas eletromagnéticas; sendo assim, o elétron iria perder
energia continuamente, descrevendo uma órbita espiral até atingir o núcleo. À medida que ele vai irradiando
e se aproximando do núcleo a sua velocidade angular iria diminuindo e ele iria emitir um "espectro"
contínuo e não um "espectro de riscas" que observamos na realidade.[6]
Para resolver esse problema, Bohr sugeriu uma hipótese revolucionária. Ele postulou que um elétron em um
átomo pode circular em torno do núcleo descrevendo órbitas estacionárias sem emitir nenhuma radiação,
contrariando as previsões da teoria eletromagnética clássica. De acordo com Bohr, existe uma energia
definida associada a cada órbita estacionária, e o elétron só irradia
energia ao fazer uma transição de uma dessas órbitas para outra. A
energia é irradiada na forma de um fóton cuja energia e frequência
obedecem à seguinte equação: [6]
Niels Bohr
em que . Cada valor de n corresponde a um valor
permitido para o raio da órbita, que daqui por diante será designado
por , e a um valor correspondente da velocidade . O valor de para cada órbita é chamado de número
quântico principal para a referida órbita. Com essa notação, a equação anterior pode ser escrita na forma[6]
Bohr chegou em uma expressão que representa os raios orbitais, descrita por:
Essa expressão mostra que o raio orbital é proporcional a , o menor raio orbital corresponde a .
Esse raio mínimo é chamado de raio de Bohr, que é dado por:
As órbitas permitidas possuem raios e assim por diante. O raio de Bohr é dado por
[6]
Planck e Einstein
Antecessor de Einstein, o renomado Max Planck foi o primeiro estudioso da época a reconhecer a
importância das descobertas feita pelo estudo da relatividade especial. Einstein, ao publicar sua teoria
especial da relatividade, esperava reações bem generalizadas sobre o assunto, embora ele soubesse que
muitas vezes poderiam ser críticas polêmicas. Ao passar de alguns dias, recebeu uma única carta de
ninguém menos que Planck, da universidade de Berlim, que de forma segura pedia detalhadamente mais
explicações a respeito da matemática tratada em sua teoria da relatividade e também fazia um apelo por
explicações adicionais sobre a teoria. Albert Einstein ficou encantadíssimo por chamar a atenção de um
físico famoso da época, logo Planck que desenvolveu estudos sobre os quanta, publicados alguns anos
antes e dando a Planck o mérito de ser um dos físicos mais renomados do momento. Mais tarde Planck
utilizou os princípios da descoberta de Einstein para desenvolver um novo trabalho. E em 1909 a
universidade de Praga recebeu uma carta de recomendação escrita por Planck, fazendo uma recomendação
de Einstein, onde nela Planck dizia — Caso sua teoria se prove correta, como acredito que o fará, Einstein
será considerado o Copérnico do Século XX. A aprovação de Planck, que levou a grandes descobertas, foi
de máxima importância para a autoconfiança de Einstein; eles ainda continuaram uma amizade que
perdurou pelo resto de suas vidas e que conduziu a uma importante descoberta em torno da teoria da luz. [7]
Referências
1. B. Toman, J. Fischer, and C. Elster (2012). «Alternative analyses of measurements of the
Planck constant». Metrologia. 49 (4). pp. 567–71
2. «Resolutions adopted» (https://www.bipm.org/utils/common/pdf/CGPM-2018/26th-CGPM-Re
solutions.pdf) (PDF) (em inglês). Bureau Internacional de Pesos e Medidas. Consultado em
21 de janeiro de 2019
3. W. Weirauch (1975). «A Method to Determine the Ratio of the Planck Constant to the Neutron
Mass». Nucl Instrum Methods. 131 (1). pp. 111–17
4. Brennan, Richard (2003). Gigantes da Física. Rio de Janeiro: Zahar. p. 110-112. ISBN 978-
85-7110-448-8
5. Nusseenzveig, H. Moysés (2014). Curso de Física Básica: Ótica,Relatividade e Física
Quântica. São Paulo: Blucher. p. 204 - 206. ISBN 978-85-212-0803-7
6. Young, Hugh D. (2009). Física IV: ótica e física moderna. [S.l.: s.n.] p. 193-194. ISBN 978-85-
88639-35-5
7. Brennan,, Richard P. (2003). Gigates da física: Uma história da física moderna através de
oito biografias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. p. 112 a 114. ISBN 978-85-7110-448-8
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