Tópicos A Serem Abordados
Tópicos A Serem Abordados
Tópicos A Serem Abordados
- Deus não criou o mal; Ele estabeleceu leis, e estas são sempre boas, porque Ele é soberanamente bom; aquele
que as observasse fielmente, seria perfeitamente feliz; porém, os Espíritos, tendo seu livre-arbítrio, nem sempre
as observam, e é dessa infração que provém o mal.
- A lei de Deus é o amor. O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim,
fazer o bem é proceder de acordo com lei divina. Fazer o mal é infringi-la.
- Pode dizer-se que o mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor. Onde não existe o bem,
forçosamente existe o mal. Não praticar o mal, já é um princípio do bem. Deus somente quer o bem; só do
homem procede o mal.
- O egoísmo é a fonte de todo mal. Se estudarmos todos os vícios (a vaidade, a ambição, a inveja, o ódio, o ciúme,
a mentira etc...) veremos que no fundo de todos está o egoísmo. É a causa geradora de muitos sofrimentos, da
mágoa, das brigas, da violência, das guerras. O egoísmo nasce do abuso do instinto de conservação, na medida
que o Espírito faz as suas escolhas e opta por satisfazer sua vontade além do necessário.
- Deus não criou os Espíritos maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta aptidão para o bem quanta
para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria, pelo seu livre-arbítrio (escolha).
- Para alcançar a felicidade suprema é necessário desenvolver a moral e a inteligência. A moral é a regra de bem
proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. É a observância das leis de Deus. O desenvolvimento da moral não
segue sempre, imediatamente, o desenvolvimento da inteligência. Por isso, existem pessoas muito inteligentes,
mas que fazem muito mal. Com o desenvolvimento da moral nascem as noções do bem e do mal, do justo e do
injusto.
- Há Espíritos que desde o princípio (início) seguem o caminho do bem e outros do mal, mas existem os graus
intermediários que constituem a maioria. O Espírito Emmanuel diz que no caso de Jesus Cristo, sua evolução
ocorreu em linha reta para Deus.
- Os Espíritos que seguiram o caminho do mal também chegarão à perfeição, mas demorarão mais do que os
outros, devido a sua má vontade.
- Depende unicamente de nós seguir o caminho do bem, que nos fará felizes; ou o do mal, que nos conduzirá ao
sofrimento.
- Ninguém nasce destinado ao mal, ninguém nasce para ser assassino, ladrão ou criminoso. O Espírito pode, como
prova e como expiação, escolher uma existência em que se sentirá arrastado para o crime, seja pelo meio em que
estiver situado, seja pelas circunstâncias. Mas será sempre livre de agir como quiser. Não existem arrastamentos
irresistíveis: o homem pode sempre fechar os ouvidos à voz oculta que o solicita para o mal . Ele pode pela sua
vontade, pedir a Deus a força necessária para resistir as más tendências e recebe a ajuda dos bons Espíritos para
isto. É isso que Jesus ensina na sublime oração do ''Pai Nosso'', quando nos manda dizer: "Não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do mal".
- As leis de Deus estão gravadas na nossa consciência. Este pensamento íntimo nos adverte quando se faz o bem
ou faz o mal.
- Para agradar a Deus não basta que não se pratique o mal. É preciso fazer o bem no limite de suas forças, porque
responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem.
Perguntas para fixação:
1. Quem criou o mal?
8. Qual é o pensamento íntimo que nos adverte quando se faz o bem ou o mal?
Deus não criou o mal; Ele estabeleceu leis, e estas são sempre boas, porque Ele é soberanamente bom;
aquele que as observasse fielmente, seria perfeitamente feliz; porém, os Espíritos, tendo seu livre-arbítrio, nem
sempre as observam, e é dessa infração que provém o mal. (O que é o Espiritismo. Cap. 3. O homem durante a
vida terrena. Questão 129. Allan Kardec).
O determinismo divino se constitui de uma só lei, que é a do amor para a comunidade universal. ( O
Consolador. Questão 135. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Se o mal estivesse nas atribuições de um ser especial, quer se lhe chame Arimane, quer Satanás, ou ele
seria igual a Deus, e, por conseguinte, tão poderoso quanto este, e de toda a eternidade como ele, ou lhe seria
inferior. No primeiro caso, haveria duas potências rivais, incessantemente em luta, procurando cada uma desfazer
o que fizesse a outra, contrariando-se mutuamente, hipótese esta inconciliável com a unidade de vistas que se
revela na estrutura do Universo. No segundo caso, sendo inferior a Deus, aquele ser lhe estaria subordinado. Não
podendo existir de toda a eternidade como Deus, sem ser igual a este, teria tido um começo. Se fora criado, só o
poderia ter sido por Deus, que, então, houvera criado o Espírito do mal, o que implicaria negação da bondade
infinita.
Entretanto, o mal existe e tem uma causa. Os males de toda espécie, físicos ou morais, que afligem a
Humanidade, formam duas categorias que importa distinguir: a dos males que o homem pode evitar e a dos que
lhe independem da vontade. Entre os primeiros, cumpre se incluam os flagelos naturais.
(...) O homem recebeu em partilha uma inteligência com cujo auxílio lhe é possível conjurar, ou, pelo
menos, atenuar os efeitos de todos os flagelos naturais. Quanto mais saber ele adquire e mais se adianta em
civilização, tanto menos desastrosos se tornam os flagelos. Com uma organização sábia e previdente, chegará
mesmo a lhes neutralizar as conseqüências, quando não possam ser inteiramente evitados. Assim, com referência,
até, aos flagelos que têm certa utilidade para a ordem geral da Natureza e para o futuro, mas que, no presente,
causam danos, facultou Deus ao homem os meios de lhes paralisar os efeitos.
Assim é que ele saneia as regiões insalubres, imuniza contra os miasmas pestíferos, fertiliza terras áridas e
se industria em preservá-las das inundações; constrói habitações mais salubres, mais sólidas para resistirem aos
ventos tão necessários à purificação da atmosfera e se coloca ao abrigo das intempéries. É assim, finalmente, que,
pouco a pouco, a necessidade lhe fez criar as ciências, por meio das quais melhora as condições de habitabilidade
do globo e aumenta o seu próprio bem-estar.
Tendo o homem que progredir, os males a que se acha exposto são um estimulante para o exercício da sua
inteligência, de todas as suas faculdades físicas e morais, incitando-o a procurar os meios de evitá-los. Se ele nada
houvesse de temer, nenhuma necessidade o induziria a procurar o melhor; o espírito se lhe entorpeceria na
inatividade; nada inventaria, nem descobriria. A dor é o aguilhão que o impede para a frente, na senda do
progresso.
Porém, os males mais numerosos são os que o homem cria pelos seus vícios, os que provêm do seu
orgulho, do seu egoísmo, da sua ambição, da sua cupidez, de seus excessos em tudo. Aí a causa das guerras e das
calamidades que estas acarretam, das dissenções, das injustiças, da opressão do fraco pelo forte, da maior parte,
afinal, das enfermidades. (A Gênese. Cap. 3. Itens 2, 3, 4, 5 e 6. Allan Kardec).
Pela fieira do mal, não; pela fieira da ignorância. (O Livro dos Espíritos. Questão 120. Allan Kardec)
Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal?
Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não os criou maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo tanta
aptidão para o bem quanta para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade própria. (O Livro dos
Espíritos. Questão 121. Allan Kardec)
Como podem os Espíritos, em sua origem, quando ainda não têm consciência de si mesmos, gozar da
liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há neles algum princípio, qualquer tendência que os encaminhe para
uma senda de preferência a outra?
O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria
liberdade, desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa
não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na
grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram.
(O Livro dos Espíritos. Questão 122. Allan Kardec).
(...) O que sabemos ainda é que o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas
evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que a alma
tem consciência bastante clara de si mesma, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima,
talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um,
nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos . E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a
responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua inteligência; é assim, por exemplo, que um
selvagem que come os seus semelhantes é menos castigado que o homem civilizado, que comete uma simples
injustiça.
(...) No ponto em que estamos a inteligência está bastante desenvolvida para permitir ao homem julgar
sensatamente o bem e o mal, e é também deste ponto que a sua responsabilidade é mais seriamente empenhada,
já que não mais se pode dizer o que dizia Jesus: “Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem.” (Revista
Espírita. Janeiro de 1864. Questões e problemas - Progresso nas primeiras encarnações. Allan Kardec).
Assim, quanto mais esclarecido for este, menos desculpável se torna, uma vez que com a inteligência e o
senso moral nascem as noções do bem e do mal, do justo e do injusto. (O céu e o inferno. Cap. 7. Allan Kardec).
A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de
Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus. (O Livro
dos Espíritos. Questão 629. Allan Kardec).
Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente. (O Livro dos Espíritos. Questão 780. Allan
Kardec).
O homem tem em si a consciência, que o adverte quando fez bem ou fez mal, cometeu uma má ação ou
descurou de fazer o bem; sua consciência que, como guardiã vigilante, encarregada de velar por ele, aprova ou
desaprova sua conduta. Muitas vezes acontece que se mostre rebelde à sua voz, que repila suas inspirações; quer
sufocá-la pelo esquecimento; mas jamais ela é completamente aniquilada para que, num dado momento, não
desperte mais forte e mais poderosa e não exerça um severo controle de vossas ações.
A consciência produz dois efeitos diferentes: a satisfação de ter agido bem, a paz que deixa a consciência do
dever cumprido, e o remorso que penetra e tortura quando se praticou uma ação reprovada por Deus, pelos
homens ou pela honra. É, propriamente falando, o senso moral. ( Revista Espírita. Agosto de 1867. Instruções dos
Espíritos sobre este caso. Allan Kardec).
Deus promulgou leis plenas de sabedoria, tendo por único objetivo o bem. Em si mesmo encontra o
homem tudo o que lhe é necessário para cumpri-las. A consciência lhe traça a rota, a lei divina lhe está gravada no
coração e, ao demais, Deus lha lembra constantemente por intermédio de seus messias e profetas, de todos os
Espíritos encarnados que trazem a missão de o esclarecer, moralizar e melhorar e, nestes últimos tempos, pela
multidão dos Espíritos desencarnados que se manifestam em toda parte. Se o homem se conformasse
rigorosamente com as leis divinas, não há duvidar de que se pouparia aos mais agudos males e viveria ditoso na
Terra. Se assim procede, é por virtude do seu livre-arbítrio: sofre então as conseqüências do seu proceder.
Entretanto, Deus, todo bondade, Pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que do próprio mal saia o
remédio. Um momento chega em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a
necessidade de mudar de vida. Instruído pela experiência, ele se sente compelido a procurar no bem o remédio,
sempre por efeito do seu livre-arbítrio. Quando toma melhor caminho, é por sua vontade e porque reconheceu os
inconvenientes do outro. A necessidade, pois, o constrange a melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do
mesmo modo que o constrangeu a melhorar as condições materiais da sua existência.
Pode dizer-se que o mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor. Assim como o frio não é
um fluido especial, também o mal não é atributo distinto; um é o negativo do outro. Onde não existe o bem,
forçosamente existe o mal. Não praticar o mal, já é um princípio do bem. Deus somente quer o bem; só do
homem procede o mal. Se na criação houvesse um ser preposto ao mal, ninguém o poderia evitar; mas, tendo o
homem a causa do mal em SI MESMO, tendo simultaneamente o livre-arbítrio e por guia as leis divinas, evitá-lo-á
sempre que o queira.
Tomemos para termo de comparação um fato vulgar. Sabe um proprietário que nos confins de suas terras
há um lugar perigoso, onde poderia perecer ou ferir-se quem por lá se aventurasse. Que faz, a fim de prevenir os
acidentes? Manda colocar perto um aviso, tornando defeso ao transeunte ir mais longe, por motivo do perigo. Ai
está a lei, que é sábia e previdente. Se, apesar de tudo, um imprudente desatende o aviso, vai além do ponto onde
este se encontra e sai-se mal, de quem se pode ele queixar, senão de si próprio? Outro tanto se dá com o mal:
evitá-lo-ia o homem, se cumprisse as leis divinas. Por exemplo: Deus pôs limite à satisfação das necessidades:
desse limite a saciedade adverte o homem; se este o ultrapassa, fá-lo voluntariamente.
As doenças, as enfermidades, a morte, que daí podem resultar, provêm da sua imprevidência, não de
Deus. Decorrendo, o mal, das imperfeições do homem e tendo sido este criado por Deus, dir-se-á, Deus não deixa
de ter criado, se não o mal, pelo menos, a causa do mal; se houvesse criado perfeito o homem, o mal não existiria.
Se fora criado perfeito, o homem fatalmente penderia para o bem. Ora, em virtude do seu livre-arbítrio, ele
não pende fatalmente nem para o bem, nem para o mal. Quis Deus que ele ficasse sujeito à lei do progresso e
que o progresso resulte do seu trabalho, a fim de que lhe pertença o fruto deste, da mesma maneira que lhe cabe
a responsabilidade do mal que por sua vontade pratique. A questão, pois, consiste em saber-se qual é, no homem,
a origem da sua propensão para o mal.
Estudando-se todas as paixões e, mesmo, todos os vícios, vê-se que as raízes de umas e outros se acham
no instinto de conservação, instinto que se encontra em toda a pujança nos animais e nos seres primitivos mais
próximos da animalidade, nos quais ele exclusivamente domina, sem o contrapeso do senso moral, por não ter
ainda o ser nascido para a vida intelectual. O instinto se enfraquece, à medida que a inteligência se desenvolve,
porque esta domina a matéria. O Espírito tem por destino a vida espiritual, porém, nas primeiras fases da sua
existência corpórea, somente a exigências materiais lhe cumpre satisfazer e, para tal, o exercício das paixões
constitui uma necessidade para o efeito da conservação da espécie e dos indivíduos, materialmente falando. Mas,
uma vez saído desse período, outras necessidades se lhe apresentam, a princípio semimorais e semimateriais,
depois exclusivamente morais. É então que o Espírito exerce domínio sobre a matéria, sacode-lhe o jugo, avança
pela senda providencial que se lhe acha traçada e se aproxima do seu destino final. Se, ao contrário, ele se deixa
dominar pela matéria, atrasa-se e se identifica com o bruto. Nessa situação, o que era outrora um bem, porque
era uma necessidade da sua natureza, transforma-se num mal, não só porque já não constitui uma necessidade,
como porque se torna prejudicial à espiritualização do ser. Muita coisa, que é qualidade na criança, torna-se
defeito no adulto. O mal e, pois, relativo e a responsabilidade é proporcionada ao grau de adiantamento.
Todas as paixões têm, portanto, uma utilidade providencial, visto que, a não ser assim, Deus teria feito
coisas inúteis e, até, nocivas. No abuso é que reside o mal e o homem abusa em virtude do seu livre-arbítrio. Mais
tarde, esclarecido pelo seu próprio interesse, livremente escolhe entre o bem e o mal. (A Gênese. Cap. 3. Itens 6, 7
, 8, 9 e 10 . Allan Kardec).
No livro "Ação e reação" o Espírito Hilário faz a seguinte pergunta ao instrutor Sânzio: (...) que devemos
entender como sendo “bem” e “mal”?
- (...) "O bem, meu amigo, é o progresso e a felicidade, a segurança e a justiça para todos os nossos
semelhantes e para todas as criaturas de nossa estrada, aos quais devemos empenhar as conveniências de nosso
exclusivismo, mas sem qualquer constrangimento por parte de ordenações puramente humanas, que nos
colocariam em falsa posição no serviço, por atuarem de fora para dentro, gerando, muitas vezes, em nosso cosmo
interior, para nosso prejuízo, a indisciplina e a revolta. O bem será, desse modo, nossa decidida cooperação com a
Lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renunciação mais completa, visto não ignorarmos que,
auxiliando a Lei do Senhor e agindo de conformidade com ela, seremos por ela ajudados e sustentados no campo
dos valores imperecíveis. E o mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para
nós mesmos, a expressar-se no egoísmo e na vaidade, na insensatez e no orgulho que nos assinalam a
permanência nas linhas inferiores do espírito." (Ação e reação. Cap.7. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico
Xavier)
Ninguém nasce destinado ao mal, porque semelhante disposição derrogaria os fundamentos do Bem
Eterno sobre os quais se levanta a Obra de Deus.
O Espírito renascente no berço terrestre traz consigo a provação expiatória a que deve ser conduzido ou a
tarefa redentora que ele próprio escolheu, de conformidade com os débitos contraídos.
Prevalece aí o mesmo princípio que vige para as sociedades terrestres, pelo qual, se o homem é malfeitor
confesso, deve ser segregado em estabelecimento correcional adequado para a reeducação precisa, e, se é apenas
aprendiz no campo da experiência, com dívidas e créditos, sem falta grave a resgatar, é justo possa pedir às
autoridades superiores, que lhe presidem os movimentos, o gênero de trabalho ou de luta em que se sinta mais
apto ao serviço de autoaperfeiçoamento. Entendamos, porém, que, se perpetrou delito passível de dolorosa
punição, não é ele internado na penitenciária ou no trabalho reparador para que se desmande, deliberadamente,
em delitos maiores, o que apenas lhe agravaria as culpas já formadas perante a Lei.
É natural que o devedor, nessa ou naquela forma de resgate, venha a sofrer fortes impulsos e recidivas no
erro em que faliu, tanto maiores quão mais extenso lhe tenha sido o transviamento moral; entretanto, a provação
deve ser assimilada como recurso de emenda, nunca por válvula de expansão das dívidas assumidas.
Desse modo, ninguém recebe do Plano Superior a determinação de ser relapso ou vicioso, madraço ou
delinquente, com passagem justificada no latrocínio ou na dipsomania, no meretrício ou na ociosidade, no
homicídio ou no suicídio. Padecemos, sim, nesse ou naquele setor da vida, durante a recapitulação de nossas
próprias experiências, o impulso de enveredar por esse ou aquele caminho menos digno, mas isso constitui a
influência de nosso passado em nós, instilando-nos a tentação, originariamente toda nossa, de tomar a ser o que
já fomos, em contraposição ao que devemos ser. (Evolução em dois mundos. Cap. 18. Espírito André Luiz.
Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira).
Ao escolher a sua existência, o Espírito daquele que comete um assassínio sabia que viria a ser assassino?
Não. Escolhendo uma vida de lutas, sabe que terá ensejo de matar um de seus semelhantes, mas não sabe
se o fará, visto que ao crime precederá quase sempre, de sua parte, a deliberação de praticá-lo. Ora, aquele que
delibera sobre uma coisa é sempre livre de fazê-la, ou não. Se soubesse previamente que, como homem, teria que
cometer um crime, o Espírito estaria a isso predestinado. Ficai, porém, sabendo que a ninguém há predestinado
ao crime e que todo crime, como qualquer outro ato, resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio. (O Livro dos
Espíritos. Questão 861. Allan Kardec).
O homem não é fatalmente conduzido ao mal; os atos que pratica não "estavam escritos"; os crimes que
comete não são o resultado de um decreto do destino. Ele pode, como prova e como expiação, escolher uma
existência em que se sentirá arrastado para o crime, seja pelo meio em que estiver situado, seja pelas
circunstâncias supervenientes. Mas será sempre livre de agir como quiser. Assim, o livre arbítrio existe no estado
de Espírito, com a escolha da existência e das provas; e no estado corpóreo, com a faculdade de ceder ou resistir
aos arrastamentos a que voluntariamente estamos submetidos. Cabe à educação combater as más tendências, e
ela o fará de maneira eficiente quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo
conhecimento das leis que regem essa natureza moral chegar-se-á a modificá-la, como se modificam a inteligência
pela instrução e as condições físicas pela higiene.
A fatalidade não é, entretanto, uma palavra vã;Ela existe no tocante à posição do homem na Terra e às
funções que nela desempenha, como consequência do gênero de existência que o seu Espírito escolheu, como
prova, expiação ou missão. Sofre ele, de maneira fatal, todas as vicissitudes dessa existência e todas as tendências
boas ou más que lhes são inerentes. Mas a isso se reduz a fatalidade, porque depende da sua vontade ceder ou
não a essas tendências.
Assim, segundo a doutrina espírita, não existem arrastamentos irresistíveis: o homem pode sempre fechar
os ouvidos à voz oculta que o solicita para o mal no seu foro íntimo, como o pode fechar à voz material de alguém
que lhe fale; ele o pode pela sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando para esse fim a
assistência dos bons Espíritos. É isso que Jesus ensina na sublime forma da oração dominical, quando nos manda
dizer: "Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal". ( O Livro dos Espíritos. Item 872. Allan Kardec).
O homem, por sua vontade e por seus atos, pode fazer com que os acontecimentos que deveriam ocorrer
não ocorram, e vice-versa?
Pode-o, se essa aparente mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na seqüência da vida que ele
escolheu. Acresce que, para fazer o bem, como lhe cumpre, pois que isso constitui o objetivo único da vida,
facultado lhe é impedir o mal, sobretudo aquele que possa concorrer para a produção de um mal maior. (O Livro
dos Espíritos. Questão 860. Allan Kardec).
Por que há Deus permitido que os Espíritos possam tomar o caminho do mal?
Como ousais pedir a Deus contas de Seus atos? Supondes poder penetrar-lhe os desígnios? Podeis, todavia,
dizer o seguinte: A sabedoria de Deus está na liberdade de escolher que Ele deixa a cada um, porquanto, assim,
cada um tem o mérito de suas obras. (O Livro dos Espíritos. Questão 123. Allan Kardec).
Por que está o mal na natureza das coisas? Falo do mal moral. Não podia Deus ter criado a Humanidade em
melhores condições?
Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e ignorantes (115). Deus deixa que o homem escolha o
caminho. Tanto pior para ele, se toma o caminho mau: mais longa será sua peregrinação. Se não existissem
montanhas, não compreenderia o homem que se pode subir e descer; se não existissem rochas, não
compreenderia que há corpos duros. É preciso que o Espírito ganhe experiência; é preciso, portanto, que conheça
o bem e o mau. Eis por que se une ao corpo. (O Livro dos Espíritos. Questão 634. Allan Kardec).
Pois que há Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem absoluto e outros o do mal
absoluto, deve haver, sem dúvida, gradações entre esses dois extremos não?
Sim, certamente, e os que se acham nos graus intermediários constituem a maioria. (O Livro dos Espíritos.
Questão 124. Allan Kardec)
Todos os Espíritos que passaram pela Terra tiveram as mesmas características evolutivas, no que se refere
ao problema da dor?
Todas as entidades espirituais encarnadas no orbe terrestre são Espíritos que se resgatam ou aprendem nas
experiências humanas, após as quedas do passado, com exceção de Jesus-Cristo, fundamento de toda a verdade
neste mundo, cuja evolução se verificou em linha reta para Deus, e em cujas mãos angélicas repousa o governo
espiritual do planeta, desde os seus primórdios. (O Consolador. Questão 243. Espírito Emmanuel. Psicografado por
Chico Xavier)
Os Espíritos que enveredaram pela senda do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os
outros?
Por estas palavras - as eternidades - se deve entender a idéia que os Espíritos inferiores fazem da
perpetuidade de seus sofrimentos, cujo termo não lhes é dado ver, idéia que revive todas as vezes que sucumbem
numa prova. (O Livro dos Espíritos. Questão 125. Allan Kardec).
Chegados ao grau supremo da perfeição, os Espíritos que andaram pelo caminho do mal têm, aos olhos de
Deus, menos mérito do que os outros?
Deus olha de igual maneira para os que se transviaram e para os outros e a todos ama com o mesmo
coração. Aqueles são chamados maus, porque sucumbiram. Antes, não eram mais que simples Espíritos. (O Livro
dos Espíritos. Questão 126. Allan Kardec).
O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é
proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la. (O Livro dos Espíritos. Questão 630. Allan Kardec).
Tem meios o homem de distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal?
Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu inteligência para distinguir um do outro. (O Livro dos
Espíritos. Questão 631. Allan Kardec).
Estando sujeito ao erro, não pode o homem enganar-se na apreciação do bem e do mal e crer que pratica o
bem quando em realidade pratica o mal?
Jesus disse: vede o que queríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos
enganareis. (O Livro dos Espíritos. Questão 632. Allan Kardec).
Quando comeis em excesso, verificais que isso vos faz mal. Pois bem, é Deus quem vos dá a medida daquilo
de que necessitais. Quando excedeis dessa medida, sois punidos. Em tudo é assim. A lei natural traça para o
homem o limite das suas necessidades. Se ele ultrapassa esse limite, é punido pelo sofrimento. Se atendesse
sempre à voz que lhe diz - basta, evitaria a maior parte dos males, cuja culpa lança à Natureza. (O Livro dos
Espíritos. Questão 633. Allan Kardec).
A lei de Deus é a mesma para todos; porém, o mal depende principalmente da vontade que se tenha de o
praticar. O bem é sempre o bem e o mal sempre o mal, qualquer que seja a posição do homem. Diferença só há
quanto ao grau da responsabilidade. (O Livro dos Espíritos. Questão 636. Allan Kardec).
Será culpado o selvagem que, cedendo ao seu instinto, se nutre de carne humana?
Eu disse que o mal depende da vontade. Pois bem! Tanto mais culpado é o homem, quanto melhor sabe o
que faz. As circunstâncias dão relativa gravidade ao bem e ao mal. Muitas vezes, comete o homem faltas, que,
nem por serem conseqüência da posição em que a sociedade o colocou, se tornam menos repreensíveis. Mas, a
sua responsabilidade é proporcionada aos meios de que ele dispõe para compreender o bem e o mal. Assim, mais
culpado é, aos olhos de Deus, o homem instruído que pratica uma simples injustiça, do que o selvagem ignorante
que se entrega aos seus instintos. (O Livro dos Espíritos. Questão 637. Allan Kardec).
Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita do mal praticado por outrem, é tão culpado quanto
este?
É como se o houvera praticado. Aproveitar do mal é participar dele. Talvez não fosse capaz de praticá-lo;
mas, desde que, achando-o feito, dele tira partido, é que o aprova; é que o teria praticado, se pudera, ou se
ousara. (O Livro dos Espíritos. Questão 640. Allan Kardec).
Conforme. Há virtude em resistir-se voluntariamente ao mal que se deseja praticar, sobretudo quando há
possibilidade de satisfazer-se a esse desejo. Se apenas não o pratica por falta de ocasião, é culpado quem o
deseja. (O Livro dos Espíritos. Questão 641. Allan Kardec).
Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?
Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja
resultado de não haver praticado o bem. (O Livro dos Espíritos. Questão 642. Allan Kardec) .
Qual a atitude mental que mais favorecerá o nosso êxito espiritual nos trabalhos do mundo?
-Essa atitude deve ser a que vos é ensinada pela lei divina, na reencarnação em que vos encontrais, isto é, a
do esquecimento de todo o mal, para recordar apenas o bem e a sagrada oportunidade de trabalho e edificação,
no patrimônio eterno do tempo. Esquecer o mal é aniquila-lo, e perdoar a quem o pratica é ensinar o amor,
conquistando afeições sinceras e preciosas. Daí a necessidade do perdão, no mundo, para que o incêndio do mal
possa ser exterminado, devolvendo-se a paz legítima aos corações. (O Consolador. Questão 187. Espírito
Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).