O Livro Dos Espíritos Livro Terceiro: Leis Morais
O Livro Dos Espíritos Livro Terceiro: Leis Morais
O Livro Dos Espíritos Livro Terceiro: Leis Morais
ESPÍRITOS
1
Capítulo I:
A Lei Divina ou
Natural
- O bem e o mal
3
630 – Como se pode
distinguir o bem e o mal?
O bem é tudo aquilo que
está conforme a lei de Deus,
e o mal tudo aquilo que dela
se afasta. Assim, fazer o bem
é se conformar com a lei de
Deus, e fazer o mal é infringir
essa lei.
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631 – O homem, por si
mesmo, tem os meios para
distinguir o que é bem e o
que é mal?
Sim, quando ele crê em
Deus e o quer saber. Deus
deu-lhe a inteligência para
discernir um do outro.
5
632 – O homem, que está
sujeito a erros, não pode se
enganar na apreciação do
bem e do mal, e crer que
faz o bem quando, na
realidade, faz o mal?
Jesus vos disse: vede o que
quereríeis que se fizesse ou
não se fizesse para vós: tudo
está nisso. Não vos
enganareis.
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633 – A regra do bem e do mal, que se poderia chamar
de reciprocidade ou de solidariedade, não pode se
aplicar à conduta pessoal do homem para consigo
mesmo. Encontra ele na lei natural a regra dessa
conduta e um guia seguro?
Quando comeis muito, isso vos faz mal. Pois bem! É Deus
que vos dá a medida do que vos é preciso. Quando a
ultrapassais, sois punidos. É o mesmo em tudo. A lei
natural traça ao homem o limite de suas necessidades, e
quando ele a ultrapassa, é punido pelo sofrimento. Se o
homem escutasse, em todas as coisas, essa voz que diz
basta, evitaria a maior parte dos males, dos quais acusa
a Natureza.
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634 – Por que o mal está na natureza das coisas? Eu falo
do mal moral. Deus não poderia criar a Humanidade em
melhores condições?
Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e
ignorantes (115). Deus deixa ao homem a escolha do
caminho; tanto pior para ele, se toma o mau: sua
peregrinação será mais longa. Se não houvesse
montanhas, o homem não poderia compreender que se
pode subir e descer, e se não houvesse rochedos, ele não
compreenderia que há corpos duros. É preciso que o
Espírito adquira experiência e, para isso, é preciso que
ele conheça o bem e o mal. Por isso, há a união do
Espírito e do corpo (119).
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635 – As diferentes posições sociais criam necessidades
novas, que não são as mesmas para todos os homens. A
lei natural parece, assim, não ser uma regra uniforme?
Essas diferentes posições estão na Natureza e segundo a lei
do progresso. Isso não impede a unidade da lei natural que
a tudo se aplica.
Allan Kardec:
As condições de existência do homem mudam segundo os
tempos e os lugares, resultando para ele necessidades
diferentes e posições sociais apropriadas a essas necessidades.
Visto que essa diversidade está na ordem das coisas, ela está
conforme a lei de Deus, e essa lei não é menos uma em seu
princípio. Cabe à razão distinguir as necessidades reais das
necessidades artificiais ou de convenção. 9
636 – O bem e o mal são
absolutos para todos os
homens?
A lei de Deus é a mesma
para todos, mas o mal
depende, sobretudo, da
vontade que se tem de fazê-
lo. O bem é sempre bem e o
mal é sempre mal, qualquer
que seja a posição do
homem. A diferença está no
grau de responsabilidade.
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637 – O selvagem que cede aos seus instintos e se nutre
de carne humana, é culpável?
Eu disse que o mal depende da vontade. Pois bem! o
homem é mais culpável, à medida que sabe melhor o
que faz.
Allan Kardec:
As circunstâncias dão ao bem e ao mal uma gravidade
relativa. O homem, frequentemente, comete faltas que por
serem a consequência da posição em que a sociedade o
colocou, não são menos repreensíveis; mas a
responsabilidade está em razão dos meios que ele tem de
compreender o bem e o mal. É assim que o homem
esclarecido que comete uma simples injustiça mais culpável
aos olhos de Deus do que o selvagem ignorante, que se
abandona aos seus instintos.
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638 – Algumas vezes, o mal parece
ser uma consequência da força das
coisas. Tal é, por exemplo, em
certos casos, a necessidade de
destruição, mesmo sobre seu
semelhante. Pode-se dizer, então,
que há subversão à lei de Deus?
Ainda que necessário, não deixa de
ser o mal. Mas essa necessidade
desaparece à medida que a alma se
depura, passando de uma existência
a outra. Então o homem não é
senão mais culpável quando o
comete, porque ele compreende
melhor.
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639 – O mal que se comete,
frequentemente, não é o
resultado da posição que nos
deram os outros homens? Nesse
caso, quais são os mais
culpáveis?
O mal recai sobre aquele que lhe
é causa. Assim, o homem que é
conduzido ao mal pela posição
que lhe é dada pelos seus
semelhantes, é menos culpável
que aqueles que lhe são a causa,
porque cada um carregará a
pena, não somente do mal que
haja feito, mas do que haja
provocado. 13
640 – Aquele que não faz o
mal, mas que aproveita do
mal feito por outro, é
culpável no mesmo grau?
É como se o cometesse;
aproveitar é participar. Talvez
tenha recuado diante da ação.
Mas se encontrando-a pronta
ele a usa, é que aprova e que
o faria ele mesmo se pudesse,
ou se ousasse.
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641 – O desejo do mal é
tão repreensível quanto o
próprio mal?
Conforme; há virtude em
resistir voluntariamente
ao mal que se deseja,
sobretudo quando se tem
a possibilidade de
satisfazer esse desejo,
porém, se o que falta é
apenas ocasião, então é
culpável.
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642 – Bastará não fazer o mal
para ser agradável a Deus e
assegurar sua posição futura?
Não, é preciso fazer o bem no
limite de suas forças, porque
cada um responderá por todo
mal que resulte do bem que
não haja feito.
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643 – Haverá pessoas que, pela sua
posição, não tenham possibilidades
de fazer o bem?
Não há ninguém que não possa
fazer o bem. Só o egoísta não
encontra jamais oportunidade.
Bastará estar em relação com outros
homens para encontrar ocasião de
fazer o bem, e cada dia da vida dá
oportunidade a qualquer que não
esteja cego pelo egoísmo, porque
fazer o bem não é só ser caridoso,
mas ser útil na medida de vosso
poder, todas as vezes que vosso
concurso pode ser necessário.
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644 – O meio no qual certos
homens se encontram
colocados, não é, para eles
a fonte primeira de muitos
vícios e crimes?
Sim, mas isso ainda é uma
prova escolhida pelo
Espírito, em estado de
liberdade. Ele quis se expor
à tentação para ter o mérito
da resistência.
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645 – Quando o homem
está, de alguma forma,
mergulhado na atmosfera do
vício, o mal não se torna
para ele um arrastamento
quase irresistível?
Arrastamento, sim; irresistível, não,
porque no meio dessa atmosfera de
vício, encontras, algumas vezes,
grandes virtudes.
Esses são Espíritos que tiveram força para resistir e que
tiveram, ao mesmo tempo, a missão de exercer uma boa
influência sobre seus semelhantes. 19
646 – O mérito do bem que se fez está subordinado a certas
condições; dizendo melhor, há diferentes graus no mérito do
bem?
O mérito do bem está na dificuldade. Não há mérito em fazer
o bem sem trabalho, e quando nada custa. Deus tem mais em
conta o pobre que reparte seu único pedaço de pão, do que o
rico que não dá senão seu supérfluo. Jesus disse-o a
propósito do óbolo da viúva. 20
“Auxilie quanto puder.
Faça o bem sem olhar a quem.
Você é o desejo de seguir para
Deus.
Mas, entre Deus e você, o próximo é
a ponte.
O criador atende às criaturas,
através das criaturas.”
André Luiz – Livro: O Espírito da Verdade – Mensagem 13
21
Divisões da
lei natural
22
647 – Toda a lei de Deus está
contida na máxima de amor ao
próximo ensinada por Jesus?
Certamente, essa máxima encerra
todos os deveres dos homens entre
si. Mas é preciso mostrar-lhes a
aplicação, de outra forma eles
podem negligenciá-la, como o fazem
hoje. Aliás, a lei natural compreende
todas as circunstâncias da vida e
essa máxima não é dela senão uma
parte. Os homens necessitam de
regras precisas, pois os preceitos
gerais e muito vagos deixam muitas
portas abertas à interpretação.
23
648 – Que pensais da divisão da lei natural em dez
partes, compreendendo as leis sobre a adoração, o
trabalho, a reprodução, a conservação, a destruição, a
sociedade, o progresso, a igualdade, a liberdade, enfim,
a de justiça, de amor e de caridade?
Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés e
pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é
essencial. Podes, pois, segui-la, sem que ela tenha por
isso nada de absoluto, não mais que todos os outros
sistemas de classificação que dependem do ponto de
vista sob o qual se considera uma coisa. A última lei é a
mais importante: é por ela que o homem pode avançar
mais na vida espiritual, porque ela resume todas as
outras.
24
Divisão da lei natural
• Lei de adoração
• Lei do trabalho
• Lei de reprodução
• Lei de conservação
• Lei de destruição
• Lei de sociedade
• Lei do progresso
• Lei de igualdade
• Lei de liberdade
• Lei de justiça, de amor
e de caridade
Algumas frases:
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CRÉDITOS:
Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador
Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. Pág. 208 à 211.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Tradução De Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: Ide,
2009.
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições
Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução De Salvador
Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: Ide, 2008.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Salvador
Gentile. Araras – SP: IDE, 2008.
XAVIER, Chico. Nosso Lar. 64ª ed. Brasília: FEB, 2021. Pelo
Espírito André Luiz.
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CENTRO ESPÍRITA “JOANA D’ARC”
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