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Caderno A

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Pró-Reitoria de Graduação
Diretoria de Processos Seletivos

PROCESSO SELETIVO PARA VAGAS OCIOSAS – 2023


TRANSFERÊNCIA FACULTATIVA E PORTADOR DE DIPLOMA DE GRADUAÇÃO

EDITAIS DIRPS Nº 01 e 02/2023 TIPO 1

CADERNO A
LÍNGUA PORTUGUESA, REDAÇÃO

SÓ ABRA ESTE CADERNO DE QUESTÕES QUANDO AUTORIZADO


LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES ABAIXO

1. Para se dirigir aos fiscais, levante o braço e aguarde ser atendido, sentado em sua carteira.
2. O candidato não poderá fazer qualquer anotação nas Folhas de Respostas ou no Caderno de Questões até que
seja autorizado o início da prova pelo fiscal.
3. Após ser autorizado, abra o caderno, verifique o seu conteúdo e solicite imediatamente a troca caso faltem folhas
ou haja falhas na impressão.
4. Assine seu nome conforme o documento de identificação, na declaração da capa do Caderno de Questões e nas
Folhas de Respostas.
5. Transfira suas respostas para as Folhas de Respostas, conforme as instruções lá contidas.
6. O preenchimento correto das Folhas de Respostas é de responsabilidade do candidato e deverá ser realizado
durante o período de realização da prova. Não haverá substituição dessas folhas.
7. Escreva com a máxima legibilidade. Durante a correção, o julgamento será feito de forma desfavorável ao
candidato em caso de dúvida quanto à grafia de qualquer palavra ou sinal.
8. É de responsabilidade do candidato o preenchimento e a entrega de suas Folhas de Respostas.
9. O candidato que for flagrado portando quaisquer aparelhos eletrônicos ou de telecomunicações, mesmo
desligados ─ inclusive telefone celular ─, terá sua prova anulada.
10. O candidato que deixar aparelhos eletrônicos emitirem qualquer tipo de som durante a prova será eliminado do
processo.
11. Ao término da prova, este caderno deverá ser levado pelo candidato.

OS FISCAIS NÃO ESTÃO AUTORIZADOS A DAR INFORMAÇÕES SOBRE ESTA PROVA


DECLARAÇÃO
Declaro que li e estou ciente das informações que constam na capa deste Caderno de Questões, nas Folhas de Respostas, bem como dos
avisos que foram transmitidos pelos fiscais de sala.

ASSINATURA
Processo Seletivo para Vagas Ociosas / Editais 01 e 02/2023 Tipo 1

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Processo Seletivo para Vagas Ociosas / Editais 01 e 02/2023 Tipo 1

LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o texto a seguir para responder as questões 01 e 02.

Parece que a filosofia “entrou na moda”. Há uma efervescência de palestras, debates, publicações,
encontros e cafés filosóficos. Esse crescente interesse pode trazer bons resultados se tiver como objeto da
abordagem filosófica a boa literatura. Livros bem escolhidos são o caminho certo para o bem-pensar.
PAGENOTTO, Maria Lígia. Ler para pensar. Filosofia. Ano 1, n. 6, s/d. São Paulo: Editora Escala. p. 62. (Fragmento).

QUESTÃO 01
No enunciado: “Parece que a filosofia ‘entrou na moda’”, o termo “Parece” cumpre a função de indicar
que o conteúdo do enunciado é

A) invalidado pela autora.


B) contrário ao ponto de vista da autora.
C) integralmente assumido pela autora.
D) parcialmente assumido pela autora.

QUESTÃO 02
Considerando que o trecho acima foi publicado numa revista de divulgação científica, as aspas
empregadas em “entrou na moda” indicam que a autora reconhece que tal expressão

A) é própria do dialeto de adolescentes, não devendo por isso ser utilizada por uma jornalista.
B) pertence a um registro linguístico mais coloquial, se comparado ao registro linguístico empregado no
restante do trecho.
C) é exclusiva da modalidade oral e não deve ser empregada em hipótese alguma em textos escritos.
D) é muito informal, própria da conversação e, assim sendo, seu uso é desaconselhado em contextos
profissionais.

Leia o texto a seguir para responder as questões 03 e 04.

Pare e pense! Isto pode ser um pedido, uma advertência, um aviso de perigo. Nada. É apenas
uma sugestão de uma pessoa que pensa e escreve. Um filósofo. Sim, ainda os há. É incrível, produzem
conhecimentos e publicam livros em um mercado globalizado. Assinam contratos comerciais, viajam entre
países e continentes.
Em um mundo atribulado, entupido de informações velozes, incontroláveis, que se sucedem e se
banalizam, há ainda quem proponha uma reflexão sobre quem somos, o que queremos e para onde vamos.
Afinal, o velho ser humano (temos milhares de anos de vida) resiste às guerras, às tecnologias, aos mercados
e ainda se interroga sobre si mesmo.
Essa é a tarefa que assumiu o professor Michel Serres, 76 anos, da Universidade de Stanford e da
Academia Francesa. Entre seus diversos livros, L’Incandescent, publicado na França em 2003, traduzido e
publicado no Brasil pela Editora Bertrand, em 2005, sob o nome de O Incandescente, faz essa sugestão: pare
e pense!
BACHETTO, Sinesio. Reflexões desafiadoras. Filosofia. Ano 1, n. 6, s/d. São Paulo: Editora Escala. p. 62. (Fragmento adaptado).

QUESTÃO 03
No trecho negritado no primeiro parágrafo, o termo “Nada” cumpre a função de marcar

A) uma mudança do objetivo central do texto, que deixa de ser explicar sobre os sentidos das palavras e passa
a ser comentar sobre o que sugerem os filósofos.
B) uma mudança da direção argumentativa, em relação ao que vinha sendo apresentado no trecho.
C) a discordância do autor em relação aos sentidos possíveis para os verbos parar e pensar.
D) a posição contrária do autor em relação ao valor positivo geralmente atribuído à ideia de parar para pensar.

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QUESTÃO 04
Com base na leitura do texto e considerando a afirmação feita no trecho negritado no terceiro parágrafo,
é correto afirmar que “a tarefa assumida por Michel Serres” é

A) ajudar o ser humano a resistir a guerras e a contínuas mudanças.


B) propor reflexões ao ser humano.
C) ensinar o ser humano a ser resiliente.
D) convencer o ser humano a abandonar a vida moderna e corrida.

QUESTÃO 05

Responsabilidade ética e estética

Um clássico literário pode ou deve ser adaptado para a linguagem dos dias de hoje? Quais os critérios necessários para
que isso ocorra?

De tempos em tempos, a discussão sobre adaptação de obras clássicas ocupa as páginas dos jornais
e revistas. As opiniões sobre o assunto são conflitantes: os que se dizem a favor das adaptações têm como
principal argumento a ampliação do público conhecedor de determinada obra, sendo a adaptação uma espécie
de instrumento de acesso ao clássico; os que são contra reclamam da morte ou, no mínimo, do empobrecimento
da versão original.
Proponho-me neste artigo a promover uma reflexão sobre a adaptação dos clássicos da literatura e,
principalmente, sobre a necessidade do estabelecimento de critérios para que isso ocorra.
ASSALIM, Clarice. Responsabilidade ética e estética. Conhecimento Prático – Literatura. Ed. 77, s/d. São Paulo: Editora Escala. p. 18-19.
(Fragmento adaptado).

Considerando o texto acima, seu título e a “chamada para leitura” (em itálico) inserida logo abaixo do
título, é INCORRETO afirmar que, no texto,

A) a “chamada para leitura” é composta por perguntas retóricas que estimulam a reflexão do leitor sobre o
assunto em pauta.
B) a “chamada para leitura” especifica o título, esclarecendo em relação a que será tratada a questão da
responsabilidade ética e estética.
C) os questionamentos apresentados na “chamada para leitura” estão relacionados aos objetivos discursivos
do texto.
D) a “chamada para leitura” funciona como uma espécie de resumo do artigo e, por isso, dispensa-se o leitor
mais apressado da leitura integral do texto.

QUESTÃO 06
A turminha da geração Alpha nasceu depois de 2010. Já nasceram inseridos em uma tecnologia
touchscreen, passando as telas de celulares e tablets com a ponta dos dedos, mesmo antes de aprenderem a
escrita. Assim, são espontâneos e muito autônomos.
Interagem organicamente com a tecnologia e parecem ter um alto poder de adaptação. Por essas
características, preferem consumir informação de forma on demand, não ficando condicionados a uma
programação imposta por veículos de mídia, mas escolhendo quais conteúdos consumirão.
Também é possível observar que as crianças gostam de formas híbridas de aprendizagem, em que
aquilo que é digital interage com o que é real, já que, para elas, ambos são reais! As tecnologias que funcionam
através de dispositivos móveis são normais para esta geração, e não são mais consideradas como novidades.
VIEIRA, Marcio Scarpellini. Os modos de aprender das gerações X, Y e Z. Língua Portuguesa e Literatura. Ed. 80, s/d. São Paulo: Editora
Escala. p. 38. (Fragmento Adaptado).

No texto, as expressões em negrito cumprem, prioritariamente, a função de

A) combater a falta de originalidade no texto, evitando a repetição de palavras.


B) incrementar o estilo do texto, inserindo uma maior variedade lexical.
C) construir a continuidade do texto, garantindo a relação entre as partes.
D) evitar a circularidade no texto, contribuindo para a progressão temática.

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QUESTÃO 07
Miguel de Cervantes Saavedra tinha 57 anos quando publicou, em 1605, Dom Quixote de la Mancha,
primeiro grande romance da literatura mundial. Composto de duas partes – a segunda publicada com nove
anos de intervalo da primeira –, a obra tem por protagonista o idoso fidalgo Alonso Quijana, que “enlouquecido
pela leitura constante dos romances de cavalaria”, autodenomina-se Dom Quixote e parte em uma anacrônica
cruzada, montado no seu cavalo, Rocinante, tendo por companhia seu fiel “escudeiro”, Sancho Pança, a segui-
lo em um jumento. Na sua insana aventura, ele se propõe a restituir a cavalaria, e com ela as glórias do tempo
das Cruzadas. Pode-se dizer que o cavaleiro da triste figura é, entre tantas coisas, um desmistificador das
organizações sociais, posto que denuncia os olhos viciados pelas aparências do real, incapazes de reconhecer
as ilusões que cerceiam a liberdade do homem. Na sua loucura e “graça”, Dom Quixote posiciona-se como
defensor dos que padecem com as injustiças daqueles que detêm o poder, revela os moinhos de ventos que
os olhos medrosos insistem em converter em perversos gigantes, exércitos inimigos que nada mais são que
ovelhas arrebanhadas; simples bacia de barbeiro que os homens julgam valorosos troféus.
TEIXEIRA, Eduardo de Araújo. O Quixote de Mia Couto. Conhecimento Prático – Literatura. Ed. 77, s/d. São Paulo: Editora Escala. p. 40.
(Fragmento).

Com base no trecho acima, é correto afirmar que o texto se configura como

A) uma resenha, na medida em que sintetiza a trama central do romance Dom Quixote de la Mancha e tece
comentários avaliativos sobre a trama e a obra.
B) um resumo, na medida em que sintetiza a trama central do romance Dom Quixote de la Mancha,
descrevendo com detalhes trechos da narrativa.
C) um artigo de opinião, uma vez que, a partir da abordagem do romance Dom Quixote de la Mancha, o autor
expõe sua opinião sobre as relações de poder.
D) uma nota, uma vez que noticia ao leitor, que não conhece o romance Dom Quixote de la Mancha,
informações a respeito de sua publicação.

Leia o texto a seguir para responder as questões 08 e 09.

Todo mundo guarda um momento afetivo que foi embalado por uma música dos Beatles. Você pode até
achar que não, mas puxando na memória, vai encontrar este instante, nem que seja uma tarde da sua infância
em que passava Curtindo a vida adoidado na Sessão da Tarde. É uma obviedade dizer o quanto a banda
marcou a história da música e da cultura ao redor do mundo e mais óbvio ainda é dizer o quanto a sociedade
se viu obcecada pelos garotos de Liverpool. No entanto, a beatlemania não para e com ela vieram diversos
filmes, livros, músicas, documentários, exposições e tantos outros meios de comunicar essa paixão. Cada
música dos Beatles traz uma história e essas histórias merecem ser exploradas e saboreadas pelo público, que
tem essa chance com o recém-lançado The Beatles – Todas as músicas, todas as letras, todas as histórias, de
Steve Turner. Em uma edição impecável com magníficas imagens do grupo, o livro traz as histórias por trás de
cada música lançada pelo quarteto. É aquela máxima: quem gostava da banda vai se apaixonar ainda mais e
quem não gostava vai cair no encanto dos músicos. Mas, afinal, como é que se pode não gostar dos Beatles?
DA EDIÇÃO. Bom sujeito não é. Revista da Cultura. Ed. 107, nov., 2016. São Paulo: Livraria Cultura. p. 21. (Adaptado).

QUESTÃO 08
Considere o seguinte trecho do texto:

(1) Todo mundo guarda um momento afetivo que foi embalado por uma música dos Beatles. (2) Você pode até
achar que não, mas puxando na memória, vai encontrar este instante (...)

Em relação a esse trecho, assinale a alternativa correta:

A) O enunciado (1) apresenta uma verdade inquestionável; o enunciado (2) reitera a verdade inquestionável
expressa no enunciado (1).
B) O enunciado (1) é impróprio, mas foi empregado no texto por não haver outra forma de expressar a mesma
ideia; o enunciado (2) é igualmente impróprio, porque desrespeita o leitor que discorda do que foi expresso
no enunciado (1).
C) O enunciado (1) contém uma figura de linguagem que é utilizada com função argumentativa; o enunciado
(2) realiza uma coerção sobre o leitor, a fim de induzi-lo a aderir ao argumento expresso no enunciado (1).
D) O enunciado (1) apresenta um argumento fraco; o enunciado (2) apresenta um argumento mais forte, se
comparado ao argumento apresentado em (1).

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QUESTÃO 09
O objetivo discursivo primordial do texto é

A) divulgar o lançamento do livro The Beatles.


B) exaltar a influência da banda The Beatles no mundo.
C) expressar a admiração da revista pela banda The Beatles.
D) defender a ideia de que a banda The Beatles não morreu.

Leia o texto a seguir para responder as questões 10 e 11.

Falar em gregos antigos é uma meia-verdade. Cronologicamente, é correto; culturalmente é irrelevante.


O que interessa é a outra metade da verdade: os gregos antigos são modernos. O mundo ocidental não deixa
de beber diretamente naquela fonte milenar de cultura. Inventores do teatro e da filosofia, os gregos antigos
revivem, reinventados, a cada geração, seja em novas montagens de Sófocles, seja na continuidade de valores
aristotélicos abraçados pelo cristianismo. Numa história marcada pela diversidade étnica e por guerras que
esticaram seu horizonte para muito além do que constitui a pequena Grécia atual, os gregos fundaram não um
império, mas uma civilização.
A história não tem um fim, mas teve um começo: os poemas Ilíada e Odisseia, atribuídos a Homero. Os
versos inauguraram ao mesmo tempo a literatura e a história ocidentais. A história factual não demoraria a
surgir. Vem com Heródoto, que relata os conflitos entre gregos e persas, referindo-se a um tempo que o
antecede, e com Tucídides, que tem como matéria-prima a guerra entre Atenas e Esparta, que ele testemunha.
Em suas conquistas, Alexandre Magno levará consigo, além do exército, historiadores para registrar seus feitos.
Se Roma um dia venceu a Grécia, talvez tenha sido sobretudo para assimilar uma cultura que
reconhecia como superior. A helenização romana foi o primeiro e o maior capítulo da história do legado grego.
É através dos romanos que a Grécia Antiga sobrevive.
Essa longa trajetória de uma civilização seminal é o assunto de alguns dos principais especialistas em
Grécia Antiga no país nesta Biblioteca EntreLivros, publicação especial da revista EntreLivros. Aristóteles
ensinava passeando. Nossos colaboradores também. A história, as letras, o teatro, a filosofia, a mitologia – o
passeio se estende a todas as áreas que merecem ser visitadas. É uma caminhada e tanto, mas, para o leitor
que quiser ir mais longe, o mapa está nas últimas páginas, na forma de uma bibliografia comentada.
OS EDITORES. Gregos antigos, aqueles modernos. Biblioteca EntreLivros. Ed. Especial N.1, s/d. São Paulo: Editora Duetto. p. 3.

QUESTÃO 10
Considere o seguinte trecho do texto:

Falar em gregos antigos é uma meia-verdade. Cronologicamente, é correto; culturalmente é irrelevante.

A pontuação é um recurso gráfico próprio da modalidade escrita da língua. Na modalidade oral, tal
recurso precisa, muitas vezes, ser substituído por conectores. O ponto e vírgula (;) presente no trecho acima
pode, na modalidade oral, ser substituído, sem que haja alteração nas relações de sentido, por um conector de
valor

A) adversativo.
B) conclusivo.
C) comparativo.
D) explicativo.

QUESTÃO 11
No último parágrafo do texto, os editores estabelecem uma relação entre Aristóteles e os colaboradores
da revista. Assinale a alternativa INCORRETA em relação ao tipo de relação estabelecida entre eles.

A) analogia.
B) contiguidade.
C) comparação.
D) assimetria.

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Leia o texto a seguir para responder as questões de 12 a 15.

Nasce uma estrela

Um encontro ocasional com uma cantora na sala de espera tirou meu pai da névoa do Alzheimer

Alguns anos atrás, num laboratório de análises clínicas em Waterloo, província canadense de Ontário,
uma mulher idosa estava sentada na borda de uma cadeira na sala de espera entoando a canção “My Heart
Will Go On”, gravada por Céline Dion. Fora o leve balançar rítmico do tronco com a música-tema de Titanic, ela
estava imóvel, com os braços elegantemente cruzados no peito. Com pouco esforço, sua voz doce e aguda
explodia em todos os cantos do laboratório. Eu me diverti observando a reação das pessoas. Muitas se
remexiam na cadeira, e houve alguns olhares pétreos de soslaio, mas em geral elas desviavam os olhos, sem
graça, tentando fingir que não estava se passando nada de extraordinário. Esse tipo de coisa acontece o tempo
todo.
Eu estava no laboratório com meu pai para fazer um exame de sangue de rotina quando a mulher
chegou. Ela se instalou na cadeira bem em frente à de meu pai. Por ser tão miúda, era forçada a se empoleirar
na borda do assento para que os pés tocassem o chão. Naquela posição, parecia que avançava o corpo, a fim
de conversar com ele. Ela sorriu para ele, ele sorriu de volta.
Eu me preocupei com a reação de meu pai à possível invasão de seu espaço. Na época, ele estava
com 77 anos e convivia com a doença de Alzheimer havia vários anos. Como o Alzheimer tem a tendência de
destruir a paciência e desgastar o autocontrole, papai já tivera alguns encontros complicados.
O canto começou suave, como um murmúrio baixo, e aos poucos foi ficando mais alto. Quando a
diminuta cantora chegou ao refrão “Near, far, wherever you are...”, o canto era um berreiro. Ela estava num
transe meditativo, os olhos fechados, o tronco balançando, abraçando a diva interior.
Agora papai parecia um pouco espantado. Observei com cautela, aguardando qualquer sinal da iminente
explosão irritada, pensando em minhas opções para a melhor intervenção. Em vez disso, o rosto dele suavizou,
a tensão se reduziu em sua testa. Ele não parecia mais confuso.
Dizem que o Alzheimer é um ladrão que furta nossos entes queridos devagar, dia a dia. Sem dúvida, há
muita verdade triste nessa afirmativa. A perda é dolorosa e incessante. Mas em certas experiências com meu
pai, aconteceram coisas que me permitiram ver um lado dele que eu nem sabia que existia. Vou me agarrar a
esses momentos tranquilos em que ele prendeu meu olhar e me contou histórias ternas de quando era menino
ou me regalou com casos de sua época na força aérea, como se soubesse que não lhe restava muito tempo
para me mostrar quem realmente era. De um jeito tranquilo e inesperado, há também o que aconteceu comigo
naquele dia no laboratório. Às vezes, a doença de Alzheimer parecia descascar a cebola do verdadeiro eu de
meu pai e, embora eu odeie que ele tivesse de brigar com a doença, amo o homem doce que conheci.
Quando a música terminou e a sala de espera ficou em silêncio, a mulher abriu os olhos. Meu pai ainda
a olhava diretamente.
“Isso foi lindo”, disse ele.
Ela sorriu e agradeceu: “Obrigada”.
STOCK, Deborah. Nasce uma estrela. Seleções – Reader’s Digest. Mai., 2021. Rio de Janeiro: Seleções. p. 63-63. (Fragmento adaptado).

QUESTÃO 12
Assinale a alternativa que apresenta, na seguinte ordem, sequências textuais (1) descritiva; (2)
expositiva; (3) narrativa.

A) (1) “Fora o leve balançar rítmico do tronco com a música-tema de Titanic, ela estava imóvel, com os braços
elegantemente cruzados no peito”; (2) “Eu me preocupei com a reação de meu pai à possível invasão de
seu espaço.”; (3) “Eu estava no laboratório com meu pai para fazer um exame de sangue de rotina quando
a mulher chegou. Ela se instalou na cadeira bem em frente à de meu pai.”
B) (1) “Eu me diverti observando a reação das pessoas”; (2) “Ela sorriu para ele, ele sorriu de volta.”; (3)
“Quando a diminuta cantora chegou ao refrão ‘Near, far, wherever you are...’, o canto era um berreiro.”
C) (1) “em certas experiências com meu pai, aconteceram coisas que me permitiram ver um lado dele que eu
nem sabia que existia.”; (2) Vou me agarrar a esses momentos tranquilos em que ele prendeu meu olhar e
me contou histórias ternas”; (3) “‘Isso foi lindo’, disse ele.”
D) (1) “Ela sorriu e agradeceu: ‘Obrigada’.”; (2) “Quando a música terminou e a sala de espera ficou em silêncio,
a mulher abriu os olhos. Meu pai ainda a olhava diretamente”; (3) “Às vezes, a doença de Alzheimer parecia
descascar a cebola do verdadeiro eu de meu pai.”

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Processo Seletivo para Vagas Ociosas / Editais 01 e 02/2023 Tipo 1

QUESTÃO 13
No enunciado: “Como o Alzheimer tem a tendência de destruir a paciência e desgastar o
autocontrole, papai já tivera alguns encontros complicados.”, a oração negritada estabelece com a oração
subsequente uma relação de sentido de

A) comparação.
B) causa.
C) adição.
D) consequência.

QUESTÃO 14
No enunciado: “Dizem que o Alzheimer é um ladrão que furta nossos entes queridos devagar, dia a dia.”,
a autora se vale do recurso retórico-estilístico da

A) hipérbole, a fim de exagerar na exposição do que sente e angariar a compaixão do leitor.


B) sinestesia, a fim de construir analogias entre realidades a priori não associadas e otimizar o valor literário
do que escreve.
C) metáfora, a fim de potencializar a expressividade de suas impressões sobre a doença.
D) comparação, a fim de equiparar duas realidades devastadoras e imprimir tragicidade a seu relato.

QUESTÃO 15
Em relação ao título do texto “Nasce uma estrela”, assinale a alternativa correta.

A) O título faz remissão ao momento em que uma minúscula senhora idosa que canta numa sala de espera
de um laboratório se transforma numa cantora conhecida e reconhecida.
B) O título faz remissão ao momento em que o idoso com Alzheimer reconhece a semelhança entre a voz da
senhora idosa que canta numa sala de espera de um laboratório e a voz de Céline Dion.
C) O título faz remissão ao ápice do relato, em que o belo canto da senhora idosa retira o senhor idoso da
névoa causada pelo Alzheimer.
D) O título faz remissão ao momento em que todos param para apreciar a famosa cantora idosa que
gentilmente decidiu partilhar seu talento com os presentes.

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REDAÇÃO

ORIENTAÇÃO GERAL

Leia com atenção todas as instruções.

A) Você encontrará duas situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a
proposta com a qual você tenha maior afinidade.
B) Após a escolha de um dos gêneros, assinale a opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir seu texto,
obedeça às normas do gênero.
C) Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida
que você pretende abordar.
D) Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva no lugar da assinatura: JOSÉ ou
JOSEFA. Em hipótese alguma, escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
E) NÃO copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.

ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da


orientação geral e as relativas ao tema que
escolheu, sua redação será penalizada.

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SITUAÇÃO A

Texto 1

A maioria esmagadora dos brasileiros não faz a menor ideia da realidade árida em torno da falta de
moradia digna no país. Levantamento de 2018 da ONU (Organização das Nações Unidas) mostra que 33
milhões de pessoas não têm onde morar no Brasil e 8 milhões residem em locais inapropriados ou com riscos
de desastres naturais, como morros. Trata-se de uma realidade histórica, com raízes profundas e imbricadas,
e que contribui para travar o desenvolvimento de uma nação calcada na desigualdade.
Com as sucessivas crises econômicas atravessadas nos últimos anos, sobretudo com a pandemia do
novo coronavírus, tivemos um agravamento significativo desse cenário: houve queda na renda, desemprego
em massa, inflação de produtos e serviços básicos e o recrudescimento do fantasma da fome e da miséria.
Com isso, reforça-se o dever e a importância do Estado, tanto para agir de forma emergencial, quanto para
reelaborar políticas públicas a longo prazo, possibilitando o acesso dos menos favorecidos a condições mínimas
de vida.
Ao pensarmos a desigualdade brutal de moradia entre os brasileiros mais pobres e os mais ricos,
devemos fazer uma revisão histórica com foco nos séculos de escravidão e também no período pós-abolição.
Após a assinatura da Lei Áurea, em 1888, milhões de ex-escravizados foram literalmente abandonados à
própria sorte, invisibilizados por um Estado construído por seus suor e sangue. A carência de moradia digna no
Brasil está calcada no racismo. É um efeito colateral de mais de 300 anos em que milhões de pessoas foram
escravizadas e despersonalizadas, e às quais foi negado qualquer direito fundamental, incluindo o direito de
terem um teto. Essa prática, de certa maneira, perpetua-se até hoje. [...]
Em 2018, o então Ministério das Cidades informou que, nos últimos nove anos, foram investidos R$ 4
bilhões na construção de moradias. Esperamos que esses investimentos sejam priorizados e progressivamente
ampliados, principalmente diante da conjuntura atual, na qual os menos favorecidos são os primeiros e maiores
prejudicados.
A luta por moradia digna deve ser abraçada por todo mundo que entra na vida pública, pois não deixa
de ser uma política de reparação. E é tão essencial para a vida humana quanto alimentação, saúde e educação.
A casa é o espaço de convivência da família, de descanso, estudo, trabalho, lazer... É o lugar onde exercemos
plenamente nossas liberdade e individualidade e onde planejamos nossa vida.
SILVA, Ireuda. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/colunistas/tribuna/2021/>. Acesso em: 06 fev. 2023. (Fragmento).

Texto 2

A ocorrência de escorregamentos de encostas ou deslizamentos tem sido frequente no Brasil. Entre os


anos de 1991 a 2012 foram documentados 699 eventos; dos quais 165 ocorreram no estado de São Paulo,
ocasionando 61 óbitos. Dados do Anuário Brasileiro de Desastres Naturais (SIQUEIRA; SANTOS, 2014, p. 54)
mostram que em 2013 os escorregamentos afetaram 223.659 moradores da região Sudeste, deixando 5.453
pessoas em situação de desalojamento, 2.663 desabrigados e 41 mortos.
Embora não tenha sido publicado um novo anuário desde 2014, dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, no estado de São Paulo, há 1.521.386 habitantes vivendo em
áreas de risco, com 14% da área total desse estado exposta à alta probabilidade de escorregamentos (IBGE,
2018).
Os escorregamentos, por sua vez, são “[…] processos de movimento de massa envolvendo materiais
que recobrem as superfícies das vertentes ou encostas, tais como solos, rochas e vegetação” (TOMINAGA,
2009, p. 27). A suscetibilidade desses eventos aumenta em decorrência da interferência humana no meio
ambiente por meio de ações como desmatamentos, mineração, lançamento de águas servidas, acúmulo de
lixo, aterramento mal planejado e/ou executado e vazamentos na rede de esgoto (TOMINAGA, 2009; MENDES;
VALÉRIO FILHO, 2014; MENDES et al., 2018).
Junto à exposição a que moradores de áreas de risco de escorregamento estão sujeitos, outras
adversidades estão presentes na vida dessas pessoas, como violência urbana, desemprego, baixa
escolaridade, enfermidades, entre outros. Considerando que a promoção da saúde coletiva deve levar em conta
essas singularidades presentes no meio ambiente, saúde e doença devem ser examinadas a partir de contextos
socioculturais específicos (LANGDON; WIIK, 2010). Nesse caso, é necessário compreender se os moradores
dessas áreas conhecem ou entendem sobre risco natural, como o avaliam e, quando tais riscos são
considerados, que atitudes são adotadas para proteção. É importante, também, analisar as diferenças de
percepção entre moradores e peritos.
ZANDOMENICO, Jane; MARTIN, Denise. Disponível em: <https://www.scielo.br/>. Acesso em: 22 fev. 2023. (Fragmento).

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Processo Seletivo para Vagas Ociosas / Editais 01 e 02/2023 Tipo 1

Texto 3

Assegurado pela Constituição Federal de 1988, o direito à moradia é uma competência comum da
União, dos estados e dos municípios. A eles, conforme aponta o texto constitucional, cabe “promover programas
de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico”.
Determinação amplificada após a Emenda Constitucional n° 26/2000, a inclusão da moradia no rol dos
direitos sociais dos cidadãos representa um grande marco para melhoria do atendimento por parte dos
governos, disse a professora da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília (UnB) Cristiane
Guinâncio. Com a alteração, ficou para trás o sistema antigo, instituído em 1964, do Banco Nacional de
Habitação (BNH).
De acordo com a arquiteta, o sistema visava à quantidade, mas deixava de lado serviços essenciais.
"Muitos empreendimentos foram construídos nas periferias das cidades com deficiências, sem acesso a
deslocamento, a serviços de escola e de saúde. O Banco Nacional de Habitação fez uma ação muito importante,
mas deixou a desejar nos serviços essenciais à realização da vida", afirmou.
[...] Cristiane ressalta que a Constituição possibilitou ainda outras conquistas que aprimoraram esse
direito, como o Estatuto da Cidade, criado em julho de 2001.
"O Estatuto permitiu o acesso dos cidadãos a todos os direitos que envolvem a vida urbana, com
moradia digna, acesso à condição de trabalho, de saúde, de educação e de todos os serviços essenciais. O
Estatuto complementa a Constituição nesse aspecto", afirmou.
Portal Gov.br. Disponível em: <https://www.gov.br/pt-br/constituicao-30-anos/textos/>. Acesso em 10 fev. 2023. (Fragmento)

Com base nos textos apresentados e supondo que você seja um(a) morador(a) de uma área de risco
no Brasil, redija uma carta de reclamação a lideranças políticas, cobrando a criação e a execução de uma
proposta governamental que assegure a você moradia digna em local que não seja área de risco.

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Processo Seletivo para Vagas Ociosas / Editais 01 e 02/2023 Tipo 1

SITUAÇÃO B

Texto 1

Antony Aumann, professor de filosofia na Universidade Northern Michigan, estava corrigindo redações
de alunos de seu curso de religiões mundiais, no mês passado, quando se deparou com "de longe o melhor
texto da classe". O trabalho analisava a moralidade da proibição da burca, com parágrafos enxutos, exemplos
corretos e argumentos rigorosos. Imediatamente Aumann farejou alguma coisa suspeita.
Ele chamou o estudante para perguntar se ele próprio havia escrito a redação. O estudante admitiu que
usara o ChatGPT, um chatbot que fornece informação, explica conceitos e gera ideias em frases simples – e
que, nesse caso, havia escrito o trabalho do aluno.
Alarmado com a descoberta, Aumann decidiu mudar o modo como as redações serão escritas em seus
cursos deste semestre. Ele pretende exigir que os alunos redijam os primeiros rascunhos dos textos em sala
de aula, usando browsers que monitoram e restringem a atividade do computador.
Eles terão que explicar cada modificação feita em versões posteriores dos textos. Aumann, que pensa
em talvez abrir mão de redações em semestres subsequentes, também pretende incluir o ChatGPT em suas
aulas, pedindo aos estudantes que avaliem as respostas dadas pelo chatbot. "O que vai acontecer em sala de
aula não será mais ‘aqui estão algumas perguntas – vamos discutir isso entre nós, seres humanos’", disse ele,
mas "alguma coisa como ‘e o que esse robô alienígena pensa sobre a questão?'".
Em todo o país, professores como Aumann, diretores de departamentos e administradores universitários
estão começando a reavaliar os procedimentos em sala de aula em resposta ao ChatGPT, levando a uma
transformação potencialmente enorme no ensino e na aprendizagem. Alguns professores estão redesenhando
seus cursos completamente, adotando mudanças que incluem mais exames orais, trabalhos de grupo e
atividades que precisam ser escritas à mão, não digitadas.
HUANG, Kalley. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/> . Acesso em: 22 fev. 2023. (Fragmento).

Texto 2

Programas de computador vêm sendo usados para a geração de textos jornalísticos, publicados
diariamente na imprensa de língua inglesa. Existem milhares de livros vendidos na livraria da Amazon que
não foram escritos por pessoas, mas por algoritmos sofisticados que compilam textos sobre temas
específicos a partir de dados disponíveis online. Recentemente, pelo menos dois grupos de pesquisadores,
trabalhando de modo independente um do outro, publicaram suas pesquisas sobre o uso de algoritmos
capazes de gerar hipóteses científicas para serem testadas empiricamente. Em 2014, a editora Springer
constatou que mais de 120 textos, gerados por algoritmos, haviam sido publicados em algumas de suas
revistas. Não deve transcorrer muito tempo, portanto, até que o uso de algoritmos para a geração de
textos acadêmicos comece a se difundir nas universidades. O objetivo deste artigo é discutir algumas das
implicações do uso de inteligência artificial para a produção de textos acadêmicos, especialmente textos de
filosofia. Noções como “autoria” e “originalidade” terão de ser redefinidas no futuro.
ARAUJO, Marcelo. O uso de inteligência artificial para a geração automatizada de textos acadêmicos: plágio ou meta-autoria? In: LOGEION - Filosofia
da informação, Rio de Janeiro, v. 3 n. 1, p. 89-107, set.2016 / fev. 2017. Disponível em: <https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/3012/2761>. Acesso em:
08 fev. 2023.

Suponha que você faça parte da equipe de uma revista que trate especificamente sobre educação. Feita
essa consideração, redija um editorial evidenciando o posicionamento da empresa sobre o uso da Inteligência
Artificial na e para a produção de textos acadêmicos.

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Processo Seletivo para Vagas Ociosas / Editais 01 e 02/2023 Tipo 1

REDAÇÃO – FOLHA DE RASCUNHO

ESTE RASCUNHO NÃO SERÁ CORRIGIDO


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
PROGRAD – Pró-Reitoria de Graduação
DIRPS – Diretoria de Processos Seletivos
www.portalselecao.ufu.br

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