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Fundamentos de Energia Eolica

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ENERGIA EÓLICA

Unidade 1
FUNDAMENTOS
DA ENERGIA EÓLICA

Freepik
CEO

DAVID LIRA STEPHEN BARROS

Diretora Editorial

ALESSANDRA FERREIRA

Gerente Editorial

LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS

Projeto Gráfico

TIAGO DA ROCHA

Autoria

RAPHAEL TOMAZ
RAPHAEL TOMAZ
AUTORIA

Oi, espero que você esteja bem e motivado para iniciar mais
uma unidade. Sou mestre em Engenharia de Materiais e tenho
experiência profissional na área de elaboração de apostilas para
cursos de graduação e de pós-graduação há três anos. Durante
a minha trajetória profissional, que se iniciou na graduação, tive
experiências em empresas como a União Brasiliense de Educação
e Cultura e também na Modular Criativo. Sou apaixonado pelo
que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles
que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta
fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Unidade 1

4 ENERGIA EÓLICA
Estes iconográficos irão aparecer toda vez que:

ÍCONES
uma nova unidade
um texto, referências
letiva estiver sendo
bibliográficas e
iniciada, indicando
links para fontes de
que competências
OBJETIVO SAIBA MAIS aprofundamento se
serão desenvolvidas
fizerem necessários;
ao seu término;
houver necessidade de
houver necessidade se chamar a atenção
de se apresentar um sobre algo a ser
novo conceito; refletido ou discutido
DEFINIÇÃO REFLITA
sobre;
forem necessárias for preciso acessar um
observações ou ou mais sites para fazer
complementação download, assistir a

Unidade 1
para o um vídeo, ler um texto,
NOTA ACESSE
conhecimento; ouvir um podcast, etc;

for preciso se fazer um


as observações
resumo acumulativo
escritas tiverem que
das últimas
ser priorizadas;
IMPORTANTE RESUMINDO abordagens.

for explicado um passo


a passo, tipo tutorial,
algo precisar ser
com lista numerada
melhor explicado ou
EXPLICANDO de instruções para
MELHOR detalhado. ATIVIDADES
o aluno praticar ou
experimentar algo.
chegar o momento
curiosidades e ideal para o aluno
indagações lúdicas responder o enunciado
sobre o tema em de algumas questões
VOCÊ SABIA? TESTANDO
estudo forem do banco, ou mesmo de
necessárias; forma intempestiva, em
meio ao livro didático.

Assim, vai ficar mais fácil nos comunicarmos com você.


Basta olhar para um desses ícones e você saberá exatamente o
que virá logo em seguida.

ENERGIA EÓLICA 5
O sistema elétrico brasileiro..................................................... 9
SUMÁRIO

Sistema elétrico nacional.................................................................................... 9

Desafios energéticos brasileiros...................................................................... 17

As energias renováveis............................................................ 22
Energias renováveis............................................................................................ 22

Energia solar....................................................................................................... 26

Fotovoltaica........................................................................................... 27

Termossolar.......................................................................................... 27

Termoelétrica........................................................................................ 29

Biomassa.............................................................................................................. 29
Unidade 1

Hidroeletricidade................................................................................................ 33

O que é e para que serve a energia eólica............................. 36


Generalidades..................................................................................................... 36

Como funciona a geração de energia eólica.......................... 50


Introdução............................................................................................................ 50

Elementos que interferem no regime de ventos.......................................... 56

A energia e a potência associadas aos ventos.............................................. 57

6 ENERGIA EÓLICA
Você sabia que a energia eólica é uma das principais
fontes renováveis de energia do mundo? Isso mesmo, por meio

INTRODUÇÃO
desse recurso é possível gerar energia para que se possa atender
às necessidades de várias famílias. O Brasil, por exemplo, é uma
nação privilegiada no que tange a esse recurso, por isso, tal
elemento tem conquistado espaço na matriz energética nacional.
Dessa maneira, ao longo dessa unidade, você aprenderá um
pouco mais acerca dessa fonte de energia, bem como suas
principais características e particularidades que a colocou como
um importante recurso energético em todo o mundo, capaz de
gerar energia elétrica por meio da ação dos ventos. Entendeu? Ao
longo desta unidade letiva, você vai mergulhar neste universo!

Unidade 1

ENERGIA EÓLICA 7
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências
COMPETÊNCIAS

profissionais até o término desta etapa de estudos:

1. Entender o estado da arte e o histórico do sistema


elétrico brasileiro, identificando suas peculiaridades e
características.

2. Definir conceitos relacionados a energias renováveis,


identificando seus tipos e aplicações.

3. Definir o conceito de energia eólica, suas características


e aplicações.

4. Compreender o princípio de funcionamento do recurso


eólico na geração de energia elétrica.
Unidade 1

8 ENERGIA EÓLICA
O sistema elétrico brasileiro
Ao término deste capítulo, você será capaz de
entender como funciona o sistema elétrico brasileiro,
bem como suas principais particularidades. Tal
OBJETIVO sistema é indispensável para garantir o fornecimento
de energia para a população de modo a suprir suas
necessidades básicas como tomar banho, cozinhar,
entre outras coisas. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Vamos lá.

Sistema elétrico nacional


A energia elétrica se tornou um insumo indispensável
para o ser humano, uma vez que por meio dela são realizadas

Unidade 1
diversas atividades. Tal instrumento é algo básico em diversos
processos de fabricação industrial, bem como na área de
comércio e de prestação de serviços em geral. Soma-se a isso,
ainda, o conforto que propicia aos domicílios. Nesse contexto,
Gerude (2017) destaca que:
A sociedade moderna tem uma dependência
direta no uso da energia elétrica de modo que
qualquer interrupção, por menor tempo que
seja, pode causar contratempos e prejuízos
por muitas vezes incalculáveis. Locais como
hospitais, sistemas de trânsito, fábricas,
colégios e sistemas de comunicação são
alguns dos exemplos que possuem extrema
dependência da eletricidade. Se por um lado,
a sociedade questiona o preço pago pelo
produto “energia elétrica”, por outro é difícil
imaginar quanto significa o custo do déficit
e que a falta pode provoca uma série de
impactos sociais nas cidades. (GERUDE, 2017,
p. 17)

ENERGIA EÓLICA 9
Frente a esse cenário, destaca-se o Sistema Elétrico
Brasileiro (SEB) que conta com algumas características únicas
que regem as decisões operacionais e de planejamento
ligadas aos processos de geração de energia no país. Entre as
particularidades mais relevantes a serem consideradas nesse
caso, merece atenção:

a. As dimensões continentais.

b. O tempo destinado à maturação e à construção de


obras de geração e transmissão de energia que tendem
a ser maiores.

c. A diversidade hidrológica de bacias hidrográficas, algo


que propicia uma maior complementariedade entre as
mais distintas regiões.
Unidade 1

d. A predominância na geração da energia hidrelétrica


com uma maior participação das usinas com uma
capacidade de regularização.

e. A participação de inúmeros agentes que podem


ter usinas em um mesmo rio, além das linhas de
transmissão que podem ser operadas por agentes
diversos.

f. A interligação plena entre os locais partindo de um


sistema de linhas de transmissão que é extenso, isto é,
que percorre grandes distâncias.

Existe, no Brasil, algumas regiões que não se encontram


interligadas, ou seja, sua ligação ainda está em construção, com
isso, o atendimento de demanda energética se dá por meio
dos sistemas isolados. Porém, a maioria das regiões brasileiras
tem sua necessidade atendida por meio do Sistema Interligado
Nacional (SIN).

10 ENERGIA EÓLICA
O SIN consiste em uma série de instalações
de componentes como as usinas, as linhas
de transmissão, as subestações e as redes de
DEFINIÇÃO distribuição que trabalham de modo integrado,
formando, assim, um sistema elétrico único. Tal
elemento contempla grande parte do território
nacional, bem como todas as regiões do país.
É possível estratificá-lo em quatro subsistemas
maiores ou submercados, que são o Sul, o
Nordeste, o Norte e o Centro-Oeste/Sudeste.

Levando em conta somente os empreendimentos


atrelados à geração do SIN, o Brasil contava com uma capacidade
instalada e contratada equivalente a aproximadamente 172
Gigawatts (GW) no ano de 2020, como aponta EPE (2021). A maior

Unidade 1
parcela desse montante é advinda das energias renováveis, que
contribuem de forma significativa para minimizar a dependência
de combustíveis do tipo fósseis.

Diante disso, a figura a seguir mostra a capacidade


instalada por fonte no ano de 2020, sendo que, nesse caso,
merece atenção as fontes renováveis de energia, especialmente
a fonte hidráulica que equivale a 63% de toda a energia gerada
no país. Em seguida, tem-se as termelétricas, a energia eólica e
solar, a biomassa e o bagaço de cana e as Pequenas Centrais
Hidrelétricas (PCH)s.
Figura 1 – Capacidade instalada e contratada do SIN em 2020

Termelétrica; 23.913; 14%


Hidrelétrica; 108.903; 63%
Eólica e solar; 18.980; 11%
Biomassa e bagaço de cana; 13.789; 8%
PCHs; 6.617; 4%

Fonte: Elaborado pelo autor com base em EPE (2021).

ENERGIA EÓLICA 11
O SIN conta com uma estrutura de rede de transmissão
mais complexa e extensa, sendo considerado único em âmbito
nacional e mundial devido às suas características e tamanho.
Isto posto, menciona-se que o sistema destinado à geração e à
transmissão da energia elétrica no Brasil consiste em um tipo de
sistema hidrotérmico de grande porte.

No sistema hidrotérmico nacional existe uma grande


predominância das usinas hidrelétricas. Esses empreendimentos
contam, em sua maioria, com múltiplos danos, bem como com
parte de reservatórios de regularização. Evidencia-se, ainda, que,
nesses casos, deve-se contar com um processo de operação do
sistema que é predominantemente hidroelétrico dotado de uma
regularização plurianual e que precisa ser integrado.
Unidade 1

A integração se liga ao fato de que quando as


usinas, contendo reservatório, regularizam a
bacia, tem-se a incorporação de uma ampla
IMPORTANTE gama de benefícios. Com isso, impacta-se tanto a
bacia, como as demais usinas que se encontram
hidraulicamente conectadas a ela, assegurando,
assim, que se tenha uma busca para a ótima
operação do sistema.

Os eventos elencados anteriormente evidenciam que


é necessário ter uma operação interligada por meio de uma
entidade independente capaz de coordenar a operação de
usinas produtoras, bem como do sistema de transmissão. Tudo
isso precisa se dar de modo controlado a fim de que se possa
otimizar os recursos existentes.

Tal otimização culmina em uma série de ações que


buscam atender a carga que é prevista para o SIN com custos
mais baixos. Isso implica que se atua com o intuito de evitar

12 ENERGIA EÓLICA
o vertimento em reservatórios, bem como reduzir o uso da
geração térmica, por meio das termelétricas, mostrada na figura
a seguir. Desse modo, é possível diminuir os custos marginais
das operações entre as regiões que se encontram interligadas.
Figura 2 – Usina termelétrica

Unidade 1
Fonte: Freepik

Aponta-se, ainda, que que é necessário fazer o uso da


geração térmica para que se tenha a complementação da geração
hidroelétrica, bem como da transferência de energia entre
bacias ou regiões. Além disso, deve-se promover a adequação
da produção da energia por bacia levando em conta questões
diversas como a utilização múltipla da água e o caráter ambiental.

Para atender às demandas destacadas anteriormente,


emergiu o chamado Operador Nacional do Sistema (ONS) no ano
de 1998 que consiste na entidade responsável por controlar e
coordenar a operação de instalações destinadas ao processo de
transmissão e de geração de energia elétrica no SIN. A entidade
é regulamentada e fiscalizada pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL). Destaca-se que o ONS consiste em uma pessoa
jurídica com direito privado que se encontra sob a forma de
associação civil e é desprovida de fins lucrativos.

ENERGIA EÓLICA 13
Para que o ONS possa cumprir sua missão
institucional e exercer suas atribuições legais, ele
realiza diversas pesquisas e medidas que devem ser
IMPORTANTE executadas nos sistemas e em seus agentes. Isso se
dá para que se possa manejar o estoque de energia
de maneira a assegurar maiores níveis de segurança
de suprimento contínuo em toda a nação.

O ONS no seu papel de operador e coordenador do


sistema busca suprir de modo simultâneo dois objetivos
principais que são assegurar a segurança elétrica e promover a
otimização de energia. No primeiro caso, tem-se a operação das
chamadas redes de transmissão básicas ou demais instalações
de transmissão e da geração. Já no segundo, tem-se um
Unidade 1

gerenciamento otimizado no processo de armazenamento de


reservatórios de regularização de usinas hidrelétricas, mostrado
na figura a seguir, bem como define qual é o melhor despacho e
uma termelétrica.
Figura 3 – Reservatório de usina hidrelétrica

Fonte: Freepik

14 ENERGIA EÓLICA
Para que os objetivos do ONS sejam alcançados,
existem diversas restrições de caráter regulatório. Entre as mais
comuns, cita-se as Políticas do Ministério de Minas e Energia
(MME), os Procedimentos da Rede e as Condicionantes Legais.
Existem, ainda, as restrições de cunho físico, como as restrições
operacionais das usinas e as condicionantes ambientais e de
utilização múltipla de águas.

Na perspectiva de operação energética, destaca-se


que existem determinados elementos característicos que
fundamentam a oferta hidrelétrica nacional. Tais elementos são
responsáveis pela definição e a escolha das metodologias e dos
modelos empregados no suporte aos processos de tomada de
decisão. Entre esses fatores, destaca-se:

Unidade 1
a. A volatilidade interanual.

b. A sazonalidade intra-anual.

c. A diversidade e a complementariedade regional.

d. O acoplamento temporal e espacial de decisões.

Ao se tratar da volatilidade interanual, menciona-se que


os rios nacionais apresentam maiores variações entre os anos,
isso implica que existe uma maior dispersão no que tange à vazão
média anual. Com isso, é possível que ocorra, por exemplo, uma
sequência de anos em que se tem baixíssimas vazões, seguida de
outros com elevadas vazões.

A sazonalidade intra-anual, representa uma distinção


marcante entre os períodos em que se têm a seca e o úmido.
Destaca-se que existe uma variabilidade anual que também
ocorre nesses casos, sendo que ambas merecem atenção.

No que tange à diversidade e à complementariedade


regional, menciona-se que as bacias hidrográficas nacionais

ENERGIA EÓLICA 15
se encontram presentes em locais dotados de características
climáticas e físicas muito distintas. Dessa maneira, o
comportamento hidrológico também é distinto, sendo que,
em muitos casos, são complementares. Para exemplificar isso,
destaca-se o fato de que rios presentes no Nordeste e no Sudeste
do país podem estar vivenciando uma escassez hídrica severa,
enquanto os existentes no Sul contam com vazões superiores às
médias.

Bacia hidrográfica consiste em um termo empregado


para promover a caracterização de uma porção do
território, tal região é drenada por um rio principal
DEFINIÇÃO e também pelos seus afluentes. Menciona-se que
as águas da bacia hidrográfica irão escoar rumo
ao mesmo sentido, sendo que caminham para o
Unidade 1

local mais baixo da chamada área topográfica. Tais


elementos são indispensáveis para a natureza, uma
vez que são imprescindíveis para a manutenção de
biomas. Além disso, tais instrumentos são a base para
que se possa desenvolver atividades econômicas
atreladas ao setor primário da economia, como é o
caso da agricultura e da pecuária.

Quanto ao acoplamento temporal e espacial das decisões,


aponta-se que, levando em conta as particularidades do SIN, as
decisões da geração em determinadas usinas impactam agentes
distintos. Isso se dá pois uma usina hidrelétrica, mostrada na
figura a seguir, conta com uma capacidade de regularização
expressiva devido ao fato de estar situada em um dado rio,
enquanto outra, de agentes distintos e com particularidades
hidrológicas diferentes, apresentam um nível de regulamentação
e de atuação distinto.

16 ENERGIA EÓLICA
Figura 4 – Usina hidrelétrica

Fonte: Freepik

Ainda no que tange ao acoplamento temporal e espacial

Unidade 1
das decisões, merece destaque o processo de armazenamento
em reservatórios. Nesse caso, a vantagem propiciada por tal
elemento se liga intimamente à uma maior responsabilidade na
decisão acerca do momento mais oportuno do recurso.

Desafios energéticos brasileiros


Para que se tenha um crescimento econômico e seguro,
observando as legislações ambientais, o Brasil conta com um
potencial energético elevado, especialmente no que tange às
fontes renováveis de energia, como é o caso da:

a. Solar.

b. Biomassa.

c. Eólica.

d. Hidráulica.

Nesse contexto, a expansão da geração de energia se


fundamenta, basicamente, no processo de contratação de novas

ENERGIA EÓLICA 17
instalações. Para isso, deve-se proceder com leilões públicos a fim
de que se atenda à expansão de cargas de consumidores cativos.
A partir disso, traçam-se cenários de expansão na capacidade
instalada e contratada, como mostra a figura a seguir.
Figura 5 – Capacidade instalada e contratada do SIN em 2025

Termelétrica; 18.022; 10%


Hidrelétrica; 109.107; 63%
Eólica e solar; 25.135; 15%
Biomassa e bagaço de cana; 14.355; 8%
PCHs; 7.355; 4%

Fonte: Elaborado pelo autor com base em EPE (2021).


Unidade 1

Nesse cenário, compete aos investidores decidir se


construirão novos empreendimentos, algo que se dá por meio
de propostas do preço de venda de energia nos chamados leilões
de energia. Contudo, os investimentos são completamente
dependentes de questões diversas como atratividade, isso, por
sua vez, varia segundo a evolução requerida com os custos da
geração.

Mesmo com as incertezas advindas das afluências,


o SIN conta com a presença das usinas hidrelétricas
dotadas de uma série de reservatórios de
IMPORTANTE regularização com capacidades volumétricas
elevadas. Isso faz com que seja transformado, em
consonância com o parque termelétrico instalado,
em um tipo de sistema que é majoritariamente
formado por fontes controláveis e que são
despachadas centralizadamente pelo ONS.

Nesse contexto, merece atenção a capacidade de


armazenamento e o mercado, tal relação consiste em um tipo
de parâmetro que ajuda no processo de avaliação da segurança

18 ENERGIA EÓLICA
do sistema no horizonte de planejamento. Isso implica que se
deve ter reservatórios adequados, uma vez que são tidos como o
modo mais adequado de estocar a energia a fim de assegurar o
fornecimento nos casos mais críticos.

Nas situações cuja afluência das usinas hidrelétricas é


diminuída ou ainda a geração de fontes do tipo não controláveis
como a biomassa, a PCH, a eólica e a solar, mostrada na figura
a seguir, ocorre em patamares menores do que o esperado
se faz necessário o uso da geração de energia por meio dos
reservatórios de regularização. Em tal caso, opta-se por fazer
o uso da energia termelétrica (mais cara) ou a que se encontra
armazenada nos reservatórios. Tudo isso impactará a segurança
e o custo imediato e futuro no que se refere ao atendimento da

Unidade 1
demanda.
Figura 6 – Energia solar

Fonte: Freepik

Mesmo sendo notório o fato de que a variação


mercadológica é mais elevada que a oscilação na capacidade,
pode-se afirmar que o sistema, em um horizonte decenal,
não será decrescente. Aponta-se que outros tipos de fontes

ENERGIA EÓLICA 19
de energia, além daquelas controláveis, como é o caso de
termelétricas flexíveis e de hidrelétricas dotadas de capacidade
de estoque, contribuem significativamente para suprir as
demandas mercadológicas.

Destaca-se que cada uma dessas fontes, diante de suas


particularidades, permite estimar uma dada contribuição para
níveis de confiabilidade distintos. Isso é verídico, mesmo sendo
inegável que se faz necessário maximizar a capacidade de
armazenamento.

Em situações mais críticas de geração partindo de


fontes não controláveis é relevante contar com fontes do
tipo controláveis a fim de que se possa suprir por completo a
demanda. Frente a esse cenário evidencia-se que a configuração
Unidade 1

atual da expansão do sistema hidrelétrico com usinas do tipo fio


de água tem diminuído.

Isso ocorre, pois existem entraves ambientais relacionados


à construção dos novos reservatórios destinados à regularização.
Desse modo, tem-se uma diminuição gradativa da relação que
há entre o mercado e o estoque, bem como impactos maiores
na sazonalidade com o passar do tempo, isto é, o esvaziamento
rápido na seca em cada um dos ciclos hidrológicos anuais.

Diante disso, é imprescindível proceder com a


complementação partindo de outras fontes de energética a
fim de que se atenue os impactos nos cenários em que se têm
uma afluência ruim para assegurar o nível mínimo de segurança
requerido. A partir disso, entra em cena outros tipos de fontes
renováveis como a biomassa e a eólica, por exemplo, que tendem
a contar com um perfil de geração maior nos períodos de seca.

20 ENERGIA EÓLICA
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza
de que você realmente entendeu o tema de
RESUMINDO estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que
vimos. Você deve ter aprendido que a energia
elétrica é essencial para o desenvolvimento de
inúmeras atividades. Aprendeu que, no Brasil,
existe o Sistema Elétrico Brasileiro que auxilia
em questões energéticas diversas ligadas à
operação e ao planejamento de geração de
energia. Para assegurar que os processos ocorram
adequadamente, leva-se em conta questões
diversas, como dimensões continentais, tempo
de maturação e construção de obras destinadas à
geração e à transmissão de energia, entre outras

Unidade 1
coisas. Merece destaque o Sistema Interligado
Nacional que corresponde à interligação de vários
tipos de componentes, algo que integra um sistema
único no país. Aponta-se ainda o Operador Nacional
do Sistema, criado em 1998 e que visa controlar e
coordenar a operação das instalações de geração
e transmissão de energia. Você aprendeu também
que o Brasil carece de investimentos em fontes
de energia renováveis como a solar, eólica, entre
outras. Contudo, tem-se vivenciado, em alguns
momentos, crises no abastecimento hidráulico,
algo que necessita da complementação de energia
e a forma mais eficiente de se atingir esse objetivo
é por meio das fontes renováveis.

ENERGIA EÓLICA 21
As energias renováveis
Ao término deste capítulo, você será capaz de
entender um pouco mais acerca das energias
renováveis, bem como das suas particularidades.
OBJETIVO Na contemporaneidade, tem-se buscado atender
às demandas do ser humano sem atenuar os
danos ao meio ambiente, e as energias renováveis
contribuem um pouco para caminhar rumo a tal
objetivo. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Vamos lá.

Energias renováveis
A produção de energia no Brasil requer intervenções
Unidade 1

imediatas, uma vez que os tradicionais sistemas têm se mostrado


obsoletos. Mesmo com grandes plantas geradoras que cumprem
o seu papel, se faz necessário encontrar modos alternativos
de produção de energia, focando especialmente em energias
renováveis. Nessa linha, Furtado (2010) afirma que:
As novas fontes de energias renováveis têm
um papel fundamental no enfrentamento da
crise das mudanças climáticas. O aumento
das emissões de gases de efeito estufa (GEE),
o aumento populacional, o crescimento da
economia brasileira e a demanda de energia
requerem a necessidade de um novo modelo
de desenvolvimento socioeconômico. Ao não
desenvolver significativamente o expressivo
potencial nacional das novas fontes de
energias renováveis (NFER) como solar, eólica,
PCHs e de biomassa, o plano brasileiro de
expansão da geração de energia poderá

22 ENERGIA EÓLICA
contribuir para o aumento das emissões de
GEE e para o agravamento dos impactos de
eventos climáticos extremos. [...] O Brasil está
em posição estratégica para diversificar e
descentralizar sua matriz elétrica a partir de
fontes renováveis. (FURTADO, 2010, p. 17)

O Brasil conta com um grande potencial hidrelétrico,


mesmo assim se faz necessário corrigir e adaptar o modelo atual
a fim de que se possa atender às necessidades das gerações
futuras. Tem-se desenvolvido esforços para evoluir nos campos
financeiros, agrícola, industrial, escolar, entre outros, contudo, as
questões atreladas à energia são colocadas em segundo plano.

Portanto, é imprescindível debater acerca da utilização de

Unidade 1
energias renováveis e, para tal, deve-se fomentar a incorporação
das estruturas descentralizadas de energia à matriz energética
brasileira. Por meio da implementação de medidas ligadas a tal
campo, é possível mitigar os impactos na sociedade, bem como
contribuir para o desenvolvimento sustentável da humanidade.

Deve-se fomentar um produtor rural pequeno a produzir


sua própria energia a partir da biomassa e remunerá-lo por isso.
Isso implica que se faz necessário incentivar os mais diversos
agentes a colocar em prática esse projeto, pois biomassas
diversas como o bagaço da cana-de-açúcar, por exemplo,
mostrada na figura a seguir, podem ser empregadas para tal.

ENERGIA EÓLICA 23
Figura 7 – Bagaço de cana-de-açúcar

Fonte: Freepik
Unidade 1

No entanto, enfrentam-se grandes dificuldades de cunho


legal, técnico e cultural, isso se dá pois o Brasil conta com as
hidrelétricas e seus grandes projetos, mas apenas esse recurso
não atende às demandas da sociedade moderna, requerendo,
assim, que se invista em outras fontes para complementar a
geração, especialmente as renováveis.

Menciona-se que optar por energia renovável é algo que


decorre de várias coisas. Porém, os principias elementos que
impactam em tal questão contemplam:

a. As alterações climáticas.

b. O foco no desenvolvimento sustentável.

c. A necessidade de se contar com um nível adequado de


segurança energética.

Aponta-se que os fatores tecnológicos são urgentes, além


disso, têm se tornado mais prioritários no Brasil e no mundo.
Portanto, é imprescindível buscar formas de aproveitar e
desenvolver modos alternativos para que se possa complementar

24 ENERGIA EÓLICA
e diversificar a matriz energética atual no Brasil e no mundo para
atender às necessidades do ser humano.

O processo de descentralização na produção


energética conta com um efeito muito positivo na
economia, uma vez que estimula o surgimento e/ou
IMPORTANTE aperfeiçoamento de cadeias produtivas. Com isso,
gera-se emprego e renda em locais cujo pequenos
ganhos culminam em maiores resultados.
Fomentar o desenvolvimento e a criação de
tecnologias direcionadas para as necessidades de
uma região é algo estratégico para a nação.

Nesse contexto, merece destaque o fato de que o Brasil


conta com uma das maiores reservas de silício do mundo.

Unidade 1
Esse produto é a matéria-prima para a construção de painéis
fotovoltaicos, mostrados na figura a seguir. Contudo, o país tem
um grande problema, pois não apresenta capacidade instalada
para que possa processar o minério, muito menos fabricar os
dispositivos para a captação de energia solar.
Figura 8 – Painéis fotovoltaicos

Fonte: Freepik

ENERGIA EÓLICA 25
O evento elencado anteriormente reforça o fato de que
é comum os projetos menores de geração de energia serem
rentáveis com o passar do tempo, mas os fabricantes não detêm
o capital inicial. Isso é algo que retira o estímulo para que se possa
fabricar novos equipamentos, esfriando, assim, as perspectivas
de desenvolvimento.

É imprescindível romper com o círculo vicioso apontado


anteriormente, para tal, deve-se ter uma ação efetiva em, pelo
menos, três campos de ação como mostra a figura a seguir.
Deve-se investir no desenvolvimento de uma rede de produção
das energias alternativas renováveis, sendo isso essencial para o
desenvolvimento sustentável.
Figura 9 – Linha de ação para o desenvolvimento de energias renováveis
Unidade 1

Linha de
financiamento para
Incentivos Criação de um novo
os compradores
tributários e fiscais marco regulatório
e produtores de
energia

Fonte: Elaborada pelo autor (2023).

Assim, o quanto antes se colocar em prática os conceitos


responsáveis por reger tal necessidade, mais rápido será possível
se desenvolver e caminhar para a modernização e a agilidade do
sistema de geração de energia. Tudo isso é imprescindível para
que se possa suprir os anseios da sociedade brasileira.

Energia solar
A energia solar é muito versátil, assim, existem três
tecnologias principais que podem ser empregadas na geração
de energia, que são a fotovoltaica, a termossolar e a solar. Cada

26 ENERGIA EÓLICA
uma delas conta com suas particularidades e é explicada melhor
a seguir.

Fotovoltaica
O modelo fotovoltaico é aquele em que se tem a
transformação direta da energia solar em elétrica. Nesses
casos, a célula fotovoltaica consiste no componente básico do
sistema, tal elemento conta com um semicondutor, responsável
por promover a conversão de energia solar em energia elétrica
(corrente contínua). Para aproveitar a energia, promove-se a
junção das células fotovoltaicas, constituindo, assim, o painel ou
módulo fotovoltaico.

Unidade 1
Com a combinação dos painéis e outros tipos de elementos
como baterias e inversores, por exemplo, consegue-se aproveitar
a energia. Esses sistemas são altamente modulares, além disso,
fazem o uso de uma componente difusa além da luz solar direta
para a geração de eletricidade. A partir disso, consegue-se gerar
energia mesmo nos dias nublados.

Os sistemas fotovoltaicos apresentam a vantagem de


utilizarem, além da luz solar direta, a componente difusa, para
a produção de eletricidade, permitindo seu funcionamento em
dias em que o céu não está completamente limpo.

Termossolar
Ao se tratar da energia termossolar ou aquecimento
solar, observa-se a transformação da radiação solar em calor por
meio do coletor. Por meio de um fluido, como a água, tem-se
a transferência do calor para um reservatório que é isolado do
ponto de vista térmico para que seja posteriormente utilizada.
A figura a seguir ilustra esse sistema.

ENERGIA EÓLICA 27
Figura 10 – Sistema termossolar

Fonte: Freepik
Unidade 1

As tecnologias mais empregadas no aquecimento de


água são os coletores dotados de tubo a vácuo, os envidraçados
ou não envidraçados e os planos. Em sistemas domésticos
destinados ao aquecimento da água, além de coletores, tem-se
reservatórios que são isolados termicamente para que se possa
acondicionar a água quente. Tal componente pode ser colocado
separadamente ou juntamente com o sistema.

Monta-se os coletores solares de forma que o fluxo de


água entre o coletor e o reservatório circule naturalmente devido
à diferença de densidade que existe entre a água aquecida e
a água fria. Aponta-se que os reservatórios dotados de água
aquecida podem ter um sistema alternativo de aquecimento que
conta com uma resistência elétrica. Esse componente é utilizado
para os casos em que não se tem uma insolação solar adequada
para culminar no aquecimento requerido.

28 ENERGIA EÓLICA
Termoelétrica
Em usinas solares termelétricas, tem-se a concentração
da radiação solar direta para o aquecimento de receptores que
promoverão o aquecimento do fluido. Nesses casos, o calor que
foi absorvido pelo fluido é convertido em energia mecânica por
meio de turbinas a vapor, por exemplo, somente depois disso
é que se torna energia elétrica. A figura a seguir sintetiza o
esquema de geração termoelétrica.
Figura 11 – Sistema de geração termoelétrica

Concen-
Energia
Sol tradores Vapor Turbina
elétrica
solares

Unidade 1
Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

O processo termoelétrico é muito parecido com o adotado


na geração da energia termelétrica convencional, que é obtida
a partir de energia nuclear, carvão ou gás natural. A principal
diferença, nesses casos, diz respeito ao modo de obtenção de
calor que promoverá o aquecimento do fluido de trabalho.

Vale citar que as usinas fazem o uso de quatro


tecnologias principais, sendo que cada uma delas conta com
suas particularidades. Com isso, tem-se os discos parabólicos, as
torres solares, os refletores Fresnel lineares e as calhas do tipo
parabólicas.

Biomassa
Diversos tipos de tecnologias e matérias-primas se
encontram disponíveis para a produção de energia elétrica
partindo da biomassa. Entre as fontes mais usuais, pode-se
mencionar:

ENERGIA EÓLICA 29
a. As oleaginosas (óleo de palma, sementes oleaginosas,
colza, girassol, soja, entre outras), culturas de amidos
(trigo e milho), culturas de açúcar (beterraba e cana-
de-açúcar), gramíneas (capim elefante), florestas
energéticas (pinus e eucalipto).

b. A matéria orgânica proveniente dos esgotos sanitários.

c. Os resíduos urbanos.

d. Os resíduos advindos de indústrias florestais,


alimentícia e papel e celulose.

e. Os dejetos de animais.

f. Os resíduos agrícolas.
Unidade 1

Aponta-se que os resíduos rurais, industriais, urbanos e


orgânicos são, de modo geral, as fontes mais relevantes quando
se trata de cogeração e produção de eletricidade. A razão disso se
liga ao fato de que os insumos primários de culturas energéticas,
geralmente, contam com custos mais altos.

Desse modo, os produtos citados anteriormente são


muito empregados para produzir biocombustíveis (biodiesel e
etanol) ou ainda como fontes de calor e redutores em indústrias
siderúrgicas, como o carvão vegetal advindo da plantação de
eucalipto. Isto posto, a figura a seguir mostra com mais detalhes
uma plantação de eucalipto.

30 ENERGIA EÓLICA
Figura 12 – Floresta de eucalipto

Unidade 1
Fonte: Freepik

Frente a esse cenário, merecem atenção algumas


tecnologias que podem ser empregadas no processo de
cogeração e de eletricidade. Com isso, aponta-se a digestão
anaeróbica, a gaseificação, a queima em usinas dedicadas à
biomassa e a queima conjunta.

A digestão anaeróbica corresponde ao processo de


degradação biológica de biomassa por bactérias, nesse caso,
não existe oxigênio, permitindo, assim, a geração de biogás.
Tal produto pode ser empregado para motores estacionários,
geração de energia elétrica, entre outras coisas. É muito utilizada
quando se tem insumos dotados de alto teor de umidade, como
dejetos, resíduos agrícolas úmidos, entre outros. A figura a
seguir sintetiza o processo de digestão anaeróbica na produção
de biogás.

ENERGIA EÓLICA 31
Figura 13 – Digestão anaeróbica na produção de biogás

Fonte: Freepik
Unidade 1

A gaseificação, por sua vez, corresponde a um tipo de


processo termoquímico no qual se promove a transformação
da biomassa em combustível. Tal produto pode ser empregado
diretamente na movimentação de turbinas a gás para mover os
geradores elétricos ou nos motores a combustão.

Na queima em usinas dedicadas diretamente à


biomassa tem-se a queima do material para que se
possa produzir a eletricidade e o calor (cogeração)
VOCÊ SABIA? ou apenas eletricidade. Nesses casos, faz-se o uso
de um sistema dotado de gerador elétrico, turbina
a vapor e caldeira.

A queima conjunta, por sua vez, é um processo no qual se


faz o uso de carvão mineral e biomassa sólida nas termelétricas
movidas a carvão mineral. Esse modo de geração faz o uso de
usinas a carvão já existentes, requerendo investimentos iniciais
menores, empregados na preparação de biomassa para a queima,
bem como a adaptação do sistema destinado à alimentação de
combustíveis.

32 ENERGIA EÓLICA
Hidroeletricidade
Nos sistemas hidrelétricos, a água dos rios é utilizada
para que se possa obter energia, nesse caso, aproveita-se o
escoamento natural que vai do ponto mais alto para o mais baixo
de um relevo. Em usinas hidrelétricas, promove-se a conversão
da energia potencial advinda das águas em energia cinética.
Depois disso, tem-se a conversão desta para energia mecânica
por meio de uma turbina – mostrada na figura a seguir – que vira
energia elétrica nos geradores.
Figura 14 – Turbina

Unidade 1

Fonte: Pixabay

Na hidroeletricidade, o processo de conversão da energia


conta com alta eficiência, especialmente em centrais hidrelétricas
modernas. Pode-se citar que esse é o modo mais eficiente de
se gerar energia elétrica disponível na atualidade. Isto posto,
evidencia-se que há três tipos principais de aproveitamento em
uma usina, com isso tem:

ENERGIA EÓLICA 33
a. As com bombeamento.

b. As de fio de água.

c. As com reservatório de acumulação.

Em usinas com bombeamento, existem dois reservatórios


em desnível, com isso, em momentos de menor demanda,
promove-se o bombeamento do inferior para o superior por
meio da energia da rede. Já quando a demanda é alta, libera-
se a água e a energia é gerada. Em usinas de fio de água, não
há reservatórios de acumulação, em tal situação a energia a ser
gerada varia em função da vazão do rio. Tal estratégia minimiza
a área de alagamento, contudo, não propicia o armazenamento
de águas.
Unidade 1

Em usinas contendo reservatório de acumulação,


procede-se com a construção de uma barragem
para represar a água do curso natural de água.
VOCÊ SABIA? Com isso, tem-se a formação de um desnível
que armazena água em volume coerente para
regularizar a vazão dos rios que oscila segundo o
período (estiagem ou chuva).

Assim, pode-se citar que a hidroeletricidade é uma


tecnologia consolidada e, mesmo assim, há pontos a serem
melhorados. Existem diversas possibilidades de se maximizar a
eficiência e reduzir os custos, principalmente nas situações de
baixa queda e de menor capacidade. Além de ser renovável é
flexível, permitindo atender, de forma satisfatória, aos picos de
demanda ou para atuar como usina de base.

34 ENERGIA EÓLICA
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza
de que você realmente entendeu o tema de
RESUMINDO estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que
vimos. Você deve ter aprendido que as energias
renováveis são de suma relevância para o ser
humano, uma vez que propicia o desenvolvimento
sustentável, assegurando maior qualidade de
vida para as futuras gerações. O Brasil é um país
que conta com uma matriz energética formada
majoritariamente por energias renováveis, uma
vez que a maior parte da energia elétrica gerada
é advinda da hidroeletricidade. Contudo, existem
outras fontes que podem ser exploradas, como é
o caso da solar e da biomassa, por exemplo. Você

Unidade 1
também aprendeu que a energia solar, como o
próprio nome diz, faz o uso da radiação solar para
a geração de eletricidade. É possível converter tal
energia em energia elétrica (diretamente ou com
o auxílio de processos intermediários) utilizando
modelos como o fotovoltaico, o termossolar e a
termelétrica. Já a biomassa faz o uso de produtos
como resíduos úmidos, madeiras, entre outros
produtos que são, em grande parte dos casos,
queimados para gerar o vapor que movimenta uma
turbina. Por fim, aprendeu que a hidroeletricidade
está associada ao movimento dos rios, em tal
situação, gera-se energia durante seu escoamento
natural, isto é, do ponto mais alto para o mais
baixo de um relevo.

ENERGIA EÓLICA 35
O que é e para que serve a
energia eólica
Ao término deste capítulo, você será capaz de
entender como funciona, de modo geral, a energia
eólica, bem como suas principais particularidades.
OBJETIVO Esse tipo de geração de energia elétrica é renovável
e tem se popularizado no mundo devido aos seus
benefícios, assegurando que se atenda aos anseios
da humanidade de modo eficiente. E então?
Motivado para desenvolver esta competência?
Vamos lá.

Generalidades
Unidade 1

O ser humano passou a requerer cada vez mais novos


tipos de ferramentas para lhes auxiliar em diversas fases
no trabalho, especialmente com a evolução da agricultura.
Atividades como o bombeamento de água e a moagem dos grãos
começaram a requerer mais esforço animal e braçal. Com isso,
emergiu os primeiros moinhos de vento, primitivos, mas que
eram empregados no processo de beneficiamento de produtos
agrícolas.

Os moinhos de vento contavam com um eixo vertical


que era acionado por uma haste longa presa a ela e que era
movido por animais ou homens que caminhavam em uma gaiola
circular. Havia, ainda, outro tipo de tecnologia empregada no
beneficiamento agrícola em que se promovia a conexão de uma
gaiola cilíndrica em um eixo horizontal, enquanto os animais ou
homens/força motriz circulava em seu interior.

Esse elemento, assim como as rodas de água, serviu de


base para a energia eólica, uma vez que propiciou a construção

36 ENERGIA EÓLICA
de um moinho de vento mais moderno. Nesse cenário, Martins
et al. (2008) afirma que:
A conversão da energia cinética dos ventos
em energia mecânica vem sendo utilizada
pela humanidade há mais de 3000 anos. Os
moinhos de vento utilizados para moagem de
grãos e bombeamento de água em atividades
agrícolas foram as primeiras aplicações
da energia eólica. O desenvolvimento
da navegação e o período das grandes
descobertas de novos continentes foram
propiciados em grande parte pelo emprego
da energia dos ventos. (MARTINS et al., 2008,
p. 1304)

Unidade 1
O uso da energia eólica com o objetivo de moer grãos e
bombear água remonta dos anos 200 a.C e ocorreu na Pérsia. Tal
moinho contava com um eixo vertical e se espalhou rapidamente
no mundo, algo que popularizou seu uso por diversos séculos.

Mesmo os cata-ventos primitivos, contando com menor


eficiência, apresentavam algumas vantagens que lhes colocavam
como componentes indispensável para o desenvolvimento das
necessidades básicas na moagem dos grãos ou bombeamento
de água. Com isso, foi possível substituir a força motriz animal ou
humana e garantir a produtividade.

Pouco se sabe acerca do desenvolvimento e da


utilização de cata-ventos primitivos no Oriente
Médio e na China, bem como daqueles que
IMPORTANTE emergiram no Mediterrâneo. Contudo, sabe-se
que a tecnologia ganhou força com os modelos
que tinham velas de sustentação no eixo horizontal
(presentes nas ilhas gregas do Mediterrâneo).

ENERGIA EÓLICA 37
O começo do uso de cata-ventos na Europa ocorreu,
especialmente, no retorno das Cruzadas. A partir disso, passou-
se a utilizar tal elemento para inúmeras atividades, algo que
permitiu aperfeiçoar os projetos de tal dispositivo. Contudo,
destaca-se que os modelos primitivos perduraram até o século
XII, a partir disso começou-se a fazer o uso dos moinhos de eixo
horizontal na França, na Inglaterra, na Holanda e demais nações.
Isto posto, a figura a seguir mostra com mais detalhes um cata-
vento.
Figura 15 – Cata-vento
Unidade 1

Fonte: Freepik

Aponta-se que os moinhos de vento dotados de eixo


horizontal se difundiram rapidamente nas nações europeias.
Na Idade Média, na Europa, por exemplo, grande parte das
leis feudais contemplava o direito de recusar a permissão da
execução dos moinhos de ventos por parte dos camponeses.

No caso citado anteriormente, cabia aos camponeses


fazer o uso dos moinhos que pertenciam aos senhores feudais.
Somente assim é que esses indivíduos podiam moer seus grãos.
Destaca-se, ainda, que foram criadas leis que não permitiam

38 ENERGIA EÓLICA
a plantação de árvores nas proximidades de um moinho,
garantindo, assim, o chamado direito ao vento.

Na Europa, os moinhos de vento apresentaram uma


grande e decisiva influência na economia agrícola durante vários
séculos. A partir do desenvolvimento tecnológico de componentes
como eixos, sistemas de controle, pás, entre outros elementos,
conseguiu-se otimizar diversas tarefas em que se poderia adotar
o vento como força motriz. Isto posto, a figura a seguir sintetiza
os marcos mais relevantes do desenvolvimento da energia eólica
entre o século XI e XIX.
Figura 16 – Marcos mais relevantes do desenvolvimento da energia eólica entre o século XI e XIX

Século XI Século XVII Século XIX

Unidade 1
Desenvolvimento de Declínio do uso devido
moinhos de vento à Revolução Industrial
depois das Cruzadas Uso de moinhos de vento
para bombeamento na
Holanda e a disseminação
do seu uso na Europa

Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

Aponta-se que, na Holanda, entre os séculos XVII e XIX,


a utilização dos moinhos de vento em larga escala se ligou
intimamente à drenagem das terras que eram cobertas por água.
O local em que Beemster Polder, na Holanda, se encontra estava,
inicialmente, há três metros abaixo do nível do mar, contudo, foi
drenada com a utilização de moinhos de vento.

No caso citando anteriormente, o processo de drenagem


se deu com o uso de 26 moinhos de vento que apresentavam
cerca de 50 horse-power (Hp) ou cavalo a vapor, cada um deles (a
atividade ocorreu entre os anos de 1608 e 1612). Posteriormente,

ENERGIA EÓLICA 39
o local em que Schermer Polder se encontrava foi drenado com
o auxílio de outros moinhos de vento. No total, drenou-se cerca
de 1000 metros cúbicos (m³) de água ao longo de quatro anos.

Nesse sentido, na Holanda, os moinhos de vento


contaram com uma variedade elevada de aplicações,
sendo que o primeiro foi empregado com o intuito
IMPORTANTE de produzir os óleos vegetais. O aparecimento da
imprensa, somado com o aumento da demanda
por papel, fez com que esse componente fosse
empregado para a produção de papel, evidenciando,
assim, sua multiplicidade de usos.

No final do século XVI, passou-se a utilizar os moinhos de


vento para acionar serras e, consequentemente, cortar madeiras.
Unidade 1

Já no século XIX, havia milhares de moinhos da Holanda,


semelhantes ao mostrado na figura a seguir. A quantidade de
tal elemento também era significativa em países como França,
Inglaterra e Bélgica.
Figura 17 – Moinho holandês

Fonte: Freepik

40 ENERGIA EÓLICA
Um marco relevante para a energia eólica se deu
na Europa, mais especificamente com a Primeira Revolução
Industrial, que ocorreu no fim do século XIX. O aparecimento das
primeiras máquinas a vapor fez com que houvesse o declínio da
utilização de energia eólica na Holanda. Do começo do século XX
até os anos de 1960, houve uma redução de 40% na quantidade
de moinhos em operação no país.

O evento mencionado anteriormente, especialmente


quando acrescido do surgimento das primeiras máquinas a
vapor, mostrada na figura a seguir, fez com que houvesse
a criação de uma entidade holandesa destinada aos cuidados de
moinhos. A entidade busca impedir que tal elemento seja extinto,
bem como contribuir para que se use os moinhos holandeses

Unidade 1
de modo mais efetivo, assegurando, assim, que se tenha um
desempenho otimizado.
Figura 18 – Exemplo de máquina a vapor

Fonte: Pixabay

O uso de cata-ventos com múltiplas pás voltados ao


bombeamento de água ganhou espaço de modo efetivo em
várias nações, especialmente nas regiões rurais. Nos Estados
Unidos da América, tem-se produzido e instalado tal elemento

ENERGIA EÓLICA 41
para abastecer comunidades mais remotas, especialmente as
fazendas isoladas. Contudo, pode-se empregar a tecnologia para
o abastecimento de bebedouros de gado em pastagens que são
mais extensas.

Empregou-se os cata-ventos de múltiplas pás em outras


nações, como na América Latina, na África, na Rússia e na
Austrália, por exemplo. Isso porque o sistema se desenvolveu
muito bem nesses locais, especialmente nas regiões rurais por
causa de suas particularidades como a facilidade na instalação,
na manutenção e na operação.

Ainda considerando o que foi apresentado anteriormente,


evidencia-se que a estrutura desses componentes era executada
em metal, enquanto o sistema de bombeamento se dava com
Unidade 1

pistões e bombas. Nesses casos, conseguia-se torques mais altos


por causa da quantidade elevada de pás. Destaca-se que esse
sistema é muito empregado na contemporaneidade, em diversas
nações, para promover o bombeamento de água.

Contudo, os avanços na rede elétrica, realizaram-se


inúmeras pesquisas no começo do século XX para que se pudesse
aproveitar a energia eólica gerada em blocos de energia maiores.
Nesse período, os norte-americanos investiram maciçamente
em aerogeradores de pequeno porte para serem instalados em
domicílios rurais e fazendas isoladas. Os russos, por sua vez,
estavam engajados com a conexão dos aerogeradores de médio
e de grande porte diretamente conectados à rede.

42 ENERGIA EÓLICA
Os aerogeradores aos poucos foram substituindo
os tradicionais moinhos de ventos, uma vez que os
primeiros são mais eficientes. Concomitantemente
SAIBA MAIS a isso, emergiram normas e resoluções para tratar
do tema e, no Brasil, isso não é diferente, tem-se
fomentado o uso desses componentes como um
elemento alternativo à geração de energia elétrica.
Para saber um pouco mais sobre o assunto
leia o artigo “Instituições e redes na indústria
de aerogeradores: o caso da empresa WEG”,
disponível aqui.

Unidade 1
Desse modo, os tradicionais cata-ventos responsáveis
pela geração da energia elétrica foram sendo adaptados para
atender à demanda da população. Nesse contexto, Silva (2015)
afirma que, no fim do século XIX, mais especificamente no ano
de 1888, o industrial Charles Bruch que se dedicava ao processo
de eletrificação em campo construiu no município de Cleveland,
em Ohio, o primeiro cata-vento responsável por gerar energia
elétrica. Esse dispositivo fornecia cerca de 12 quilowatts (kW) em
corrente contínua.

Desse modo, conseguia-se atender a uma demanda


energética relativamente baixa (estima-se que 350 lâmpadas
incandescentes). A potência gerada era empregada para
carregar a bateria que era empregada na alimentação do sistema
composto, majoritariamente, de lâmpadas.

ENERGIA EÓLICA 43
Para executar seu invento, Bruch fez o uso da configuração
do moinho, cuja roda principal apresentava 17 metros de diâmetro
e tinha 144 pás, instalada em uma torre contendo 18 metros de
altura. O sistema completo era sustentado por um tubo metálico
no ponto central contendo 36 centímetros de diâmetro. Com
isso, foi possível que todo o sistema girasse segundo a direção do
vento predominante. Tal sistema funcionou por 20 anos, sendo
desativado no ano de 1908 (SILVA, 2015).

Portanto, o cata-vento de Bruch contribuiu de forma


significativa para o processo de geração da energia elétrica
utilizando o vento como força motriz. De forma geral, menciona-
se que o invento contava com três inovações relevantes no que
tange ao uso de energia eólica no processo de geração de energia
Unidade 1

elétrica, como sintetiza a figura a seguir.


Figura 19 – Inovações advindas do sistema criado por Bruch

Primeira vez que se


Uso de mecanismo
associou a estrutura
A altura adotada dotado de grande
dos moinhos com a
fator multiplicador
aerodinâmica

Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

De modo geral, destaca-se que, inicialmente, o experimento


fez o uso de uma altura que até então era adotada nas categorias
de moinhos de ventos empregados no bombeamento de água e
no beneficiamento de grãos. Ao se tratar da segunda inovação,
aponta-se o fato de se ter adotado um fator de multiplicação de
rotação de pás elevados e que operava em dois estágios, com
isso, era possível aproveitar o dínamo ao máximo.

44 ENERGIA EÓLICA
Por fim, o invento foi a tentativa inicial e mais ambiciosa
que buscava combinar elementos antagônicos até então. Isso
implica que houve um trabalho integrado da estrutura de
moinhos e aerodinâmica com as inovações tecnologias mais
recentes (naquele período) para a geração de energia elétrica.

De acordo com Pinto (2012) os esforços iniciais para o


desenvolvimento das primeiras turbinas eólicas de grande porte
com vistas a gerar energia elétrica se deu na Rússia em meados
dos anos de 1931. Na ocasião, criou-se o então aerogerador
balaclava, um modelo considerado avançado que era responsável
pela geração de 100 quilowatts (kW). Tal componente era ligado
à uma linha de transmissão contendo cerca de 6,3 quilovolts (kV)
e sua extensão era de 30 metros. Com isso, era possível atender

Unidade 1
à demanda de uma usina termelétrica de 20 Megawatts (MW).
Portanto, essa foi a estratégia pioneira e mais bem sucedida
de se conectar um aerogerador de corrente alternada em uma
termelétrica.

Pinto (2012) destaca também que a energia


medida correspondia a 280 mil quilowatts
hora por ano, algo que implica em um fator de
IMPORTANTE utilização médio igual a 32%. Evidencia-se que
tanto o sistema de controle, como o gerador se
encontravam localizados na parte alta da torre –
aproximadamente 30 metros de altura.

A rotação do componente era controlada por meio de um


tipo de estrutura treliçada inclinada e apoiada em um vagão em
uma pista do tipo circular de trilhos. Isto posto, a figura a seguir
mostra com mais detalhes os principais marcos da geração de
energia elétrica utilizando o vento como fonte geradora.

ENERGIA EÓLICA 45
Figura 20 – Principais marcos da geração de energia elétrica utilizando o vento como fonte geradora

• Surgimento das usinas


Desenvolvimento e uso das turbinas eólicas offshore
eólicas para suprir demanda energética • Desenvolvimento de
em locais mais remotos turbinas de 2 a 5 MV

1900 2ª guerra 1970 1980 1990 2000

• Choque de petróleo
• Novos investimentos no
Vários países setor de Energia Eólica
investem na pesquisa
de aerogeradores
Unidade 1

Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

Depois dos esforços russos, investiu-se mais ainda no


desenvolvimento de outros modelos, dotados de capacidades
de geração ainda maiores. Concomitantemente a isso, emergiu
a concorrência de outros tipos de tecnologias, especialmente
pelos combustíveis fósseis que se mostraram mais rentáveis.
Desse modo, a energia eólica foi colocada em segundo plano.

Contudo, a Segunda Guerra Mundial fomentou o


desenvolvimento de aerogerados dotados tamanhos médios e
grandes. Isso se deu com o intuito de economizar energia para
ser utilizada em tal evento, com isso, os Estados Unidos da
América investiram consideravelmente em tal tecnologia que se
mostrou relevante para atingir o objetivo proposto.

De acordo com Pinto (2012), o gerador criado foi


denominado Smith-Putnan e continha duas pás de aço com
massa equivalente a 16 toneladas, uma torre com altura igual
a 33,5 metros e um diâmetro de 53,3 metros. No processo de

46 ENERGIA EÓLICA
geração, fez-se o uso de um gerador do tipo síncrono contendo
1250 quilowatts que tinha rotação contínua igual à 28 rotações
por minuto. O componente era ligado de modo direto à rede
elétrica da região, uma vez que operava em corrente alternada.

Depois da Segunda Guerra Mundial, passou-se a ter


maiores níveis de abundância de combustíveis fósseis em todo
o mundo. Com isso, desenvolveram-se estudos e constatou-se
que, na ocasião, os aerogeradores não eram tão competitivos,
mas os projetos existentes não foram deixados de lado.

Contudo, as parcerias entre as universidades e as


indústrias continuaram, assim como o desenvolvimento e a
pesquisa de novas tecnologias relacionadas ao processo de
geração da energia elétrica por meio dos ventos. A partir disso,

Unidade 1
foi possível realizar uma quantidade elevada de inovações
tecnológicas nos sistemas de geração, nas pás, entre outros
componentes. Desse modo, a figura a seguir mostra com mais
detalhes uma pá eólica.
Figura 21 – Pá eólica

Fonte: Pixabay

ENERGIA EÓLICA 47
De modo geral, depois da Segunda Guerra Mundial,
tanto o petróleo como as grandes usinas hidrelétricas se
tornaram altamente competitivas do ponto de vista econômico.
Contudo, continuou-se investindo nos estudos acerca de
aerogeradores, algo que propiciou sua melhoria por meio do uso
e do aprimoramento das técnicas aeronáuticas no processo de
operação e desenvolvimento das pás, bem como dos sistemas
de geração.

A Inglaterra foi uma das nações que mais estimulou


os estudos acerca da energia eólica para a geração
de energia elétrica, contudo, algum tempo depois,
IMPORTANTE os projetos foram colocados em segundo plano.
Com isso, os modelos concebidos por eles foram
abandonados por dois motivos principais, o
Unidade 1

desinteresse econômico e os problemas de operação.

A Dinamarca também merece atenção, pois, no começo


da Segunda Guerra Mundial, ela já contava com grandes avanços
acerca do uso de energia eólica, se tornando a pioneira em toda
a Europa. Isso se deu porque a nação é pobre quanto às fontes
naturais de energia, dessa maneira, o país conseguiu resistir
muito bem ao período de racionamento de petróleo.

48 ENERGIA EÓLICA
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo
RESUMINDO deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.
Você deve ter aprendido que, com o avanço
da agricultura nos primórdios da humanidade,
passou-se a requerer instrumentos de trabalho
melhores e mais sofisticados para atender às
necessidades, e foi nesse momento em que se
construiu os primeiros moinhos de ventos (mais
primitivos), o que propiciou bombear água e
moer grãos, por exemplo. A partir disso, o uso de
moinhos de vento continuou evoluindo, sendo
aplicado para várias finalidades como a geração de
energia elétrica em pequena escala e em regiões

Unidade 1
mais remotas. Contudo, a Primeira Revolução
Industrial mudou esse panorama, colocando
tal instrumento em segundo plano. Porém, tal
componente ganhou destaque novamente com
a Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, era
necessário economizar combustíveis e demais
produtos ligados ao petróleo, com isso, passou-se
a gerar energia elétrica utilizando aerogeradores.
Aprendeu também que, com o fim desse evento,
constatou-se que investir na tecnologia não era
mais viável do ponto de vista econômico.

ENERGIA EÓLICA 49
Como funciona a geração de
energia eólica
Ao término deste capítulo, você será capaz de
entender como funcionam os recursos eólicos,
bem como suas principais particularidades,
OBJETIVO mecanismos gerais dos ventos, elementos que
interferem nos ventos, entre outras coisas.
Conceitos imprescindíveis para a sua formação
profissional. E então? Motivado para desenvolver
esta competência? Vamos lá!

Introdução
Unidade 1

A energia eólica pode ser relacionada à radiação solar,


pois os ventos são provenientes do aquecimento desigual da
superfície terrestre. Aponta-se que os ventos que se manifestam
em menor escala ou que sopram em escala global são impactados
por questões como relevo, obstáculo, rugosidade e altura.

Desse modo, tais elementos precisam ser considerados


para que se possa gerar energia elétrica, a fim de que se consiga
complementar e/ou substituir outras fontes. Hofstaetter (2016)
discorre acerca da importância do uso do vento para a obtenção
de energia e afirma que:
A energia eólica é fundamental para diminuir
a vulnerabilidade no contexto global do
abastecimento de energia, uma vez que o
sistema nacional de energia se estrutura a
partir da complementaridade entre fontes
geradoras de energia. Temos presente que no
Brasil os ventos (fonte eólica) são mais fortes
no período em que os rios apresentam menor
vazão (fonte hidrelétrica).

50 ENERGIA EÓLICA
É importante sublinhar que a tecnologia
eólica se difere de outras tecnologias de
produção energética como (i) a nuclear ou
(ii) os combustíveis fósseis (não renováveis)
e também diferente dos (iii) biocombustíveis,
que incorporam o trabalho periculoso e
desumano dos trabalhadores dos canaviais,
conhecidos popularmente como boias frias e,
(iv) das barragens [...]. (HOEFSTAETTER, 2016,
p. 30)

Vale frisar que a energia eólica pode ser tida como uma
das maneiras de manifestação da energia advinda do sol, e a
razão disso se liga ao fato de que os ventos são provenientes
do aquecimento diferenciado da atmosfera. Isso, por sua vez,

Unidade 1
precisa ser creditado a dois elementos principais que englobam:

a. Os movimentos da terra.

b. Os raios solares.

Menciona-se que as regiões tropicais que tendem a


receber os raios solares praticamente de modo perpendicular
sofrem um aquecimento mais intenso em comparação com as
regiões polares. Com isso, o ar quente que está em altitudes
mais baixas em locais tropicais tende a subir, culminando assim
em uma substituição por um tipo de massa de ar mais fria que se
move para os pontos polares.

O deslocamento das massas de ar apresentado


anteriormente é o responsável pela determinação da formação de
ventos. Diante disso, a figura a seguir mostra com mais detalhes
um modo de estratificação do processo geral de distribuição de
ventos, segundo a região do globo terrestre.

ENERGIA EÓLICA 51
Figura 22 – Distribuição de ventos, segundo a região do globo terrestre

Altas pressões
polares
Baixas pressões
subpolares
Altas pressões
subtropicais
Baixas pressões
equatoriais

Altas pressões
subtropicais

Baixas pressões
subpolares
Altas pressões
Unidade 1

polares

Fonte: Rodrigues (2011, p. 11).

Há ainda regiões no globo terrestre cujos ventos sopram


incessantemente, uma vez que os mecanismos responsáveis
pela sua produção (resfriamento nos polos e aquecimento no
Equador) sempre se encontram presentes na natureza. Nesse
caso, tem-se os ventos constantes ou planetários que podem ser
estratificados em:

a. Polares – o sopro dos ventos se dá da região dos polos


até as temperadas.

b. Ventos de oeste – o sopro dos ventos se dá dos trópicos


para os polos.

c. Alísios – o sopro dos ventos se dá dos trópicos para o


Equador (observado em altitudes baixas).

d. Contra-alísios – o sopro dos ventos se dá do Equador


para os polos (observado em altitudes maiores).

52 ENERGIA EÓLICA
Considerando que o eixo terrestre se encontra inclinado
segundo o plano de sua órbita ao redor do sol é comum que haja
variações sazonais ao longo da distribuição da radiação que é
recebida na superfície terrestre. Desse modo, tem-se oscilações
sazonais na duração e na intensidade de ventos em quaisquer
pontos da superfície da Terra.

Como resultado do que foi dito anteriormente,


emergem os chamados ventos periódicos ou
continentais que englobam as monções e as
IMPORTANTE brisas. Destaca-se que as monções correspondem
a ventos periódicos que tendem a ter sua direção
alterada em um intervalo de seis meses, em média.
De modo geral, tendem a soprar rumo a uma dada
direção ao longo de uma estação e no sentido

Unidade 1
contrário em outra, por exemplo.

De acordo com as distintas capacidades que se têm


de emitir, absorver e refletir o calor proveniente do sol, isto
é, propriedade inerente às superfícies como continentes e
mares, por exemplo, é que emergem as brisas. Esse elemento é
caracterizado como sendo um tipo de vento periódico que sopra
do continente para o mar e vice-versa. A próxima figura mostra o
sol refletindo calor no mar, algo que pode resultar no fenômeno
descrito anteriormente.

ENERGIA EÓLICA 53
Figura 23 – Sol refletindo calor no mar
Unidade 1

Fonte: Freepik

De modo geral, ao longo do dia a terra tende a apresentar


uma capacidade de reflexão de raios solares maior. Com isso,
tem-se a elevação da temperatura do ar, culminando assim
na formação de uma corrente de ar que sopra do mar para o
continente, dando origem assim à chamada brisa marítima.

No período noturno tem-se a redução da temperatura


terrestre, algo que se dá de modo mais rápido em comparação
com a temperatura da água. Desse modo, tem-se a brisa
terrestre que sopra da terra até o mar. Geralmente, conta com
uma intensidade menor na brisa terrestre em comparação com
a marítima por causa da diferença de temperatura que se tem na
parte da noite.

54 ENERGIA EÓLICA
Destaca-se que sobreposto ao sistema apresentado
anteriormente, no que tange à geração de ventos, tem-se os
locais que são provenientes de outros tipos de mecanismos
específicos. Tais ventos sopram em algumas regiões, além disso,
são associados às condições locais, algo que faz com que sejam
altamente individualizados. A manifestação local dessa categoria
de vento se dá em montanhas e vales, mostradas na figura a
seguir.
Figura 24 – Montanhas e vales

Unidade 1
Fonte: Freepik

Ainda no que tange aos ventos que se manifestam em


montanhas e vales, cita-se que ao longo do dia, o ar quente
presente na encosta da montanha tende a subir, enquanto o mais
frio desce sobre o vale, culminando assim na substituição do ar
quente. Já na parte da noite, menciona-se que a direção cujos
ventos sopram são revertidas, desse modo, o ar frio advindo das
montanhas irá descer, permanecendo nas partes mais baixas, ou
seja, os vales.

ENERGIA EÓLICA 55
Elementos que interferem
no regime de ventos
Destaca-se que o relevo impacta diretamente no regime
dos ventos, contudo, não é só isso, existem outros elementos
que são descritos a seguir. No entanto, antes de avançar, deve-se
destacar a relevância de se colher dados e levantar as condições
do local, algo que pode se dar por meio de visitas ao local ou
através de mapas do ponto de interesse, a fim de compreender
as particularidades da região. É possível também fazer o uso
de imagens aéreas, mostrada na figura a seguir, bem como de
satélites para que se tenha análises mais precisas.
Figura 25 – Imagem aérea de uma região
Unidade 1

Fonte: Freepik

Nesse contexto, afirma-se que o comportamento


estatístico dos ventos durante o dia é um tipo de parâmetro
que é afetado pela oscilação na velocidade do vento durante um
intervalo de tempo. As particularidades de um dado local, como
citado anteriormente, também impactam o comportamento dos
ventos.

56 ENERGIA EÓLICA
Vale reforçar que na situação apresentada no parágrafo
anterior é possível que haja diferenças na velocidade, resultando
na aceleração ou na diminuição da velocidade do vento. Merece
atenção ainda a rugosidade, bem como a altura que também
afeta a velocidade com a variação de tal parâmetro.

Outros elementos que impactam o regime dos ventos


englobam:

a. O relevo que pode culminar na desaceleração ou ainda


na aceleração ao longo do escoamento de ar.

b. A existência de obstáculos nas proximidades.

c. O uso da terra, a vegetação e as construções – algo


ligado à rugosidade do terreno.

Unidade 1
d. A oscilação da velocidade segundo a altura.

Nesse cenário, considerando que os valores de


velocidade do vento oscilam de modo significativo em distâncias
menores – centenas de metros – os procedimentos empregados
na avaliação do local que se almeja instalar as turbinas eólicas
devem ser definidos com exatidão. Isso implica que se deve
considerar quaisquer parâmetros ligados à região que impactam
as condições do vento.

A energia e a potência associadas


aos ventos
Um parâmetro relevante ao se tratar de recursos eólicos é
a energia cinética (Ec). Para uma massa de ar (m) que se encontra
a uma velocidade (v) é possível determinar tal parâmetro ao se
empregar a figura a seguir.

ENERGIA EÓLICA 57
Figura 26 – Equação 1

1
Ec   m  v 2
2
Fonte: Rodrigues (2011, p. 14).

Admitindo que a mesma massa de ar se encontra em


movimento com uma velocidade que é perpendicular à sessão
transversal do cilindro imaginário é possível determinar a
potência disponível de vento que atravessa uma dada seção
transversal em relação ao fluxo de ar. Para tal, pode-se fazer o
uso da equação apresentada na figura a seguir.
Figura 27 – Equação 2

1
Unidade 1

Ec     A  v 2
2
Fonte: Rodrigues (2011, p. 14).

Em que:

P corresponde à potência de vento, dada em Watts (W).

ρ consiste na massa específica do ar, dada em quilogramas


por metro cúbico (kg/m³).

A é a área da seção transversal, dada em metros


quadrados (m²).

v é igual à velocidade do vento, dada em metros por


segundo (m/s).

É possível também reorganizar a figura anterior para que


se tenha uma notação por unidade de área. Com isso, consegue-
se determinar o fluxo ou a densidade de potência (DP) que pode
ser obtida conforme a figura a seguir.

58 ENERGIA EÓLICA
Figura 28 – Equação 3

P 1
DP      v2
A 2
Fonte: Marques (2014, p. 27).

Com a diminuição da velocidade de deslocamento da


massa de ar, observa-se a conversão da energia cinética em
mecânica por meio da rotação de pás. Nesses casos, a potência
que está disponível pelo vento não é aproveitada por completo
pela turbina eólica ao longo do processo de conversão da energia
elétrica.

Para considerar a característica física apresentada


anteriormente, deve-se faze o uso de um índice que recebe o nome

Unidade 1
de coeficiente de potência (Cp). Esse parâmetro corresponde à
fração de potência eólica disponível que foi extraída por meio das
pás de um rotor. Com vistas a definir o valor máximo da parcela
que foi extraída do vento desenvolveu-se um experimento.

No experimento tem-se um tubo com uma velocidade


inicial (v1), isto é, antes das pás e outro com uma velocidade
intermediária (v2) – velocidade nas pás – e, por fim, um terceiro
com velocidade final (v3) – depois de deixar as pás. Nesse caso,
deve-se admitir que o deslocamento do fluxo de ar é homogêneo
na velocidade inicial que, por sua vez, é retardada ao interagir
com o conjunto de pás, de modo a se obter uma velocidade final
no ponto a jusante das pás. Diante disso, pode-se aplicar a figura
a seguir que corresponde à Lei da Continuidade.
Figura 29 – Equação 4

  v1  A1    v2  A2    v3  A3
Fonte: Marques (2014, p. 28).

ENERGIA EÓLICA 59
Nesse caso, a redução na pressão do ar passa a ser
mínima, fazendo assim com que se admita que a densidade do
ar também seja denominada constante. Outro ponto que merece
atenção se liga à energia cinética que é extraída (Eex) pela
turbina eólica, tal parâmetro corresponde à diferença que existe
entre a Ec a montante e a Ec a jusante das pás. Com isso, pode-
se determinar o valor de Eex ao se aplicar a figura na sequência.
Figura 30 – Equação 5

Ee x   m   v12  v32 
1
2
Fonte: Marques (2014, p. 28).

Nesse cenário, a potência extraída pelo vento é


Unidade 1

determinada pela próxima figura.


Figura 31 – Equação 6

E ex   m   v12  v32 
1
2
Fonte: Marques (2014, p. 28).

É importante fazer duas considerações sobre a relação


que existe entre as velocidades nos pontos 1 e 3. Dessa forma,
quando a velocidade do vento:

Tende a ser reduzida ao valor igual a zero, isto é, v3 = 0, o


fluxo da massa de ar corresponde a zero, implicando assim que
não se tem a remoção de potência.

Não é modificada, ou seja, v1 = v3, também não existe a


extração de potência.

Diante de ambas as considerações extremas, destaca-


se que a velocidade ligada ao máximo da potência extraída
corresponde a um valor que varia de v1 a v3. É possível determinar

60 ENERGIA EÓLICA
tal número quando se sabe a velocidade no rotor v2, nessas
situações obtém-se a massa de ar ao se empregar a figura a
seguir.
Figura 32 – Equação 7

m    A  2
Fonte: Marques (2014, p. 32).

Através do teorema de Rankine-Froude admite-se que


existe uma relação entre as velocidades v2 e v3. Nesse caso, a
obtenção da primeira velocidade se dá ao se empregar a figura
a seguir.
Figura 33 – Equação 8

v1  v3

Unidade 1
2 
2
Fonte: Marques (2014, p. 32).

Ao se associar as figuras 31 e 32 é possível obter a


figura 34.
Figura 34 – Equação 9

1  1  v    v  2  
E ex   A  v1   1  3   1   3  
3

2  2  v1    v1   
Fonte: Marques (2014, p. 33).

Destaca-se que a expressão entre chaves corresponde ao


coeficiente de potência (cp) que pode ser obtido em função de
v3/v1. Com isso, tal parâmetro é igual a 1/3.

Já a potência mecânica (Pm) que é extraída do vento


por meio da turbina eólica se liga a uma série de parâmetros.
Contudo, ao se tratar de um estudo voltado à eletricidade, pode-
se fazer o uso da figura a seguir para facilitar o processo.

ENERGIA EÓLICA 61
Figura 35 – Equação 10

1
Pmec     A  vw3  c p   ,  
2
Fonte: Marques (2014, p. 36).

Em que se determina o valor de λ ao se fazer conforme a


próxima figura.
Figura 36 – Equação 11

R  wt

vw
Fonte: Marques (2014, p. 36).
Unidade 1

Em que:

Cp é o coeficiente de potência para a turbina eólica.

λ consiste na razão que há entre a velocidade tangencial


presente na ponta da pá e a velocidade de vento incidente, que
também pode ser denominada tip speed ratio.

ωwt corresponde à velocidade angular da turbina eólica,


dada em radianos por segundos (rad/s).

R consiste no raio da turbina eólica, dado em metros (m).

ρ é igual à densidade do ar, dada em quilogramas por


metro cúbico (Kg/m³).

A é a área que foi varrida pelo rotor da turbina eólica,


dada em metros quadrados (m²).

vw é tida como a velocidade do vento incidente na turbina


eólica, dada em metros por segundo (m/s).

62 ENERGIA EÓLICA
Assim, esses são alguns dos cálculos que podem ser
levados em consideração no dimensionamento de aerogeradores.
Contudo, existem outros que são apresentados na próxima
Unidade.

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo
RESUMINDO deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.
Você deve ter aprendido que a energia eólica tem
uma relação direta com a radiação solar, uma vez
que os ventos são advindos de um aquecimento
irregular na superfície da Terra. Aprendeu que
existem diversos elementos que podem interferir
no aquecimento diferenciado da atmosfera e,
consequentemente, nos ventos, sendo os principais

Unidade 1
deles os movimentos de terra e os raios solares.
Destaca-se, ainda, que existem outros parâmetros
que podem impactar os ventos como o uso da
terra, a quantidade de construções, o relevo, os
obstáculos nas proximidades, entre outras coisas.
Por sim, merecem destaque os diferentes tipos
de ventos que se formam em regiões distintas do
globo terrestre como nos polos, no Equador, entre
outros. Isso impacta diretamente o mecanismo de
formação desses elementos, propiciando assim
a obtenção de ventos continentais ou periódicos,
as brisas, entre outros que são dotados de
características específicas.

ENERGIA EÓLICA 63
EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Plano decenal de
expansão de energia 2030: Geração centralizada de energia
REFERÊNCIAS

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FABRIS, L. P. Instituições e redes na indústria de aerogeradores: o
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FURTADO, M. C. Avaliação das oportunidades de comercialização
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Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Universidade de São
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Unidade 1

dispositivos eletrônicos inteligentes na segurança operativa


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64 ENERGIA EÓLICA
SILVA, N. F. Energias renováveis na expansão do setor elétrico
brasileiro: o caso da energia eólica. 1. ed. Rio de Janeiro: Synergia,
2015.

Unidade 1

ENERGIA EÓLICA 65

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