Aula 3 - Vias Ferreas
Aula 3 - Vias Ferreas
Aula 3 - Vias Ferreas
Aula 3
Tipos de vias
Balastrada;
Não balastrada;
Via de apoio misto;
VIA BALASTRADA
A via balastrada é uma solução estrutural que, pelas suas características, tem um bom
comportamento dinâmico relativamente aos esforços provocados pelo material circulante. Na
maioria dos casos, esta tipologia de via permite atingir e manter os requisitos de qualidade
geométrica de forma económica, beneficiando do facto de as degradações da geometria que
ocorrem poderem ser corrigidos por equipamentos mecânicos automáticos. (Fortunato, 2005)
VIA NÃO BALASTRADA
A via sem balastro surge da busca de um modelo de estrutura de via que garanta a estabilidade
da circulação do material circulante, com conforto e segurança.
A superestrutura de uma via não balastrada é constituída por uma laje de betão armado ou por
uma camada de mistura betuminosa, sendo que imediatamente abaixo é colocada uma camada
tratada com ligante hidráulico. (Marques, 2013).
O aumento das solicitações que se tem verificado nas redes ferroviárias, quer no que se refere
ao número de comboios cada vez mais rápidos de passageiros, quer de comboios de
mercadorias, tem levado à procura de soluções para contrariar o processo acelerado de
degradação da qualidade da via e aos cada vez maiores custos de conservação e reabilitação
associados.
Via não balastrada em mistura betuminosa
Da conjugação dos conhecimentos obtidos na construção de vias rodoviárias e ferroviárias,
resultou a via não balastrada em betão betuminoso.
Nas vias não balastradas deste tipo, os carris são apoiados em travessas metálicas ou travessas
de betão armado que estão assentes diretamente numa camada de mistura betuminosa.
(Marques, 2013)
Tipos:
Via SATO (utilização de travessas metálicas);
Via ATD (utilização de travessas bibloco, em betão);
Via WALTER (utilização de travessas monobloco, em betão).
As vias não balastradas em mistura betuminosa apresentam deformações a longo prazo, sendo
necessário proceder à revisão da sua geometria, o que compromete o esforço da redução dos
custos de manutenção.
As características do betuminoso permitem a absorção do ruído e de vibrações. Por vezes opta-
se pela colocação de balastro não estrutural entre as travessas, permitindo uma redução
adicional de ruído e proteção da camada de mistura betuminosa contra o calor e os raios UV.
Prevê-se uma vida útil das camadas betuminosas entre 50 a 60 anos, mas que só é possível com
medidas de proteção contra o envelhecimento.
3. Via com fixação pontual do carril sobre travessas incorporadas na laje de betão, após
enchimento da laje.
Este tipo de via, é constituído por travessas de betão armado ou pré-esforçado incorporadas na
estrutura de betão, não sendo, por isso, esses elementos substituíveis em operações de
reparação e/ou manutenção.
4. Via com fixação pontual do carril sobre as travessas incorporadas na laje de betão por
vibração
A quarta família de via em laje, distingue-se da terceira família quanto ao modo de
incorporação das
travessas na estrutura de betão. Neste sistema, as travessas são introduzidas no betão quando
este ainda está fresco, e colocadas na sua posição final, através de equipamentos próprios para
o efeito. Estes equipamentos colocam, por vibração, de uma só vez, dez travessas na laje.
5. Via com fixação pontual do carril sobre travessas colocadas e ancoradas na laje de betão.
A resistência das travessas aos esforços transversais e longitudinais é assegurada pela
ancoragem destes elementos na estrutura de suporte da laje. Dado que esta ancoragem não é
definitiva, pode-se considerar as travessas como elementos substituíveis.
6. Via com fixação pontual do carril sobre travessas separadas da laje de betão por um
elemento resiliente.
Neste sistema existe uma palmilha resiliente na base e nas faces laterais das travessas, o que
contribui para a rigidez da via nas direções vertical e lateral. A esta família pertence a via
STEDEF.
Sistema AFTRAV
Sistema de via em laje pré-fabricada, desenvolvido em Espanha, com varões pré-esforçados das
direções longitudinais e transversais, e que apresenta um conjunto de aberturas, no mínimo 5,
com diâmetro de 0,3 m.
Relativamente à geométrica dos painéis, estes podem ser de 5 a 6 m de comprimento por 2 a
2,8 m de largura, apresentando espessuras entre os 0,15 e os 0,25 m. O espaçamento entre os
apoios é de 0,65 m.
VANTAGENS ENTRE VIAS BALASTRADAS E NAO BALASTRADAS
BLASTRADA NÃO BALASTRADA
Melhor conhecimento dos custos de ciclo Maior vida útil da via (50-60 anos);
de vida e duração, bem como do material
a aplicar;
Facilidade de instalação e manutenção, Menor risco de descarrilamento;
reparação e renovação da via;
Possível reutilização do balastro depois Facilidade de acesso à via de veículos não ferroviários, em caso de
da sua limpeza; emergência