Apostila de Auxiliar Financeiro 2014

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UNIDADE OPERACIONAL PETROLINA

CADERNO DO ALUNO

AUXILIAR FINANCEIRO

Modalidade Presencial

Fale com o SEST/SENAT 0800.7282891

WWW.sestsenat.org.br

Irenice Nogueira

Bacharel em Secretariado Executivo

Especialista em Metodologia do Ensino Superior

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AUXILIAR

FINANCEIRO
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SUMÁRIO

UNIDADE I
1.1 Introdução a Administração ........................................................................... 06
1.2 História e Evolução da Administração .......................................................... 07
1.3 Habilidades do Administrador ........................................................................ 09
1.4 Empresa e seus Recursos .............................................................................. 10
1.5 Objetivos da Administração ........................................................................... 11
1.6 Tipos de Organização ..................................................................................... 11
1.7 Trabalho em Equipe ........................................................................................ 12
1.8 Noções de Gestão de empresas .................................................................... 14
1.9 Rotinas de Escritório ....................................................................................... 17
1.10 Comunicação Empresarial .............................................................................. 18
1.11 Sistema de Documentação – Arquivo ........................................................... 20
1.12 Administração de Conflitos ............................................................................ 21
1.13 Administração do Tempo ................................................................................ 26
1.14 Competências Pessoais e Profissionais ....................................................... 30
1.15 Qualidade na Prestação de Serviços ............................................................. 32

UNIDADE II
APRENDENDO A EXECUTAR AS ROTINAS DA ÁREA E SUAS
PRÁTICAS
2. Noções de Administração Financeira ............................................................ 39
2.1 Administração Financeira ............................................................................... 41
2.1.1 Análise da Relação Assistente Financeiro X Clientes Internos .................. 42
2.1.2 Análise da Relação Assistente Financeiro X Clientes Externos ................. 44
2.1.3 Áreas do Conhecimento ................................................................................. 46
2.2 Importância dos Controles Financeiros ........................................................ 47
2.2.1 Capital de Giro ................................................................................................. 47
2.2.2 Controle Diário de Caixa ................................................................................. 49
2.2.3 Fluxo de Caixa ................................................................................................. 50

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2.2.3.1 Requisitos Básicos para o Planejamento do Fluxo de Caixa ...................... 52
2.2.3.2 Prazo do Planejamento do Fluxo de Caixa ................................................... 53
2.2.3.3 Gerenciando o fluxo de caixa 54
2.3 Controle Bancário ............................................................................................ 56
2.4 Controle de Vendas ......................................................................................... 58
2.5 Controle de Contas a Receber ....................................................................... 59
2.6 Controle de Contas a Pagar ............................................................................ 60
2.7 Gestão de Estoque .......................................................................................... 61
2.8 Capital de Giro ................................................................................................. 63

UNIDADE III
DOCUMENTOS E EXPRESSÕES COMÉRCIAIS E TRABALHISTAS
3. Pessoa Física – Pessoa Jurídica .................................................................... 69
3.1 Alienação Fiduciária ........................................................................................ 70
3.2 Aval ................................................................................................................... 70
3.3 Letra de Câmbio ............................................................................................... 71
3.4 Cheque .............................................................................................................. 72
3.5 Debêntures ....................................................................................................... 73
3.6 Desconto de Duplicatas .................................................................................. 74
3.7 Duplicata ........................................................................................................... 74
3.8 Fatura ................................................................................................................ 75
3.9 Nota Fiscal ........................................................................................................ 75
3.10 Plano de Contas ............................................................................................... 79
3.11 Órgãos Ligados ao Subsistema Normativo ...................................................... 81
3.12 Órgãos Ligados ao subsistema de Intermediação ........................................... 81
3.13 Instituições Financeiras Bancárias ................................................................... 82
3.14 Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo................................................ 83
3.15 Instituições Auxiliares ....................................................................................... 83
3.16 Instituições não Financeira ............................................................................... 85

Referências ...................................................................................................... 88

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TORNE-SE UM OCEANO

Penso que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo. Olha para trás, para
toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas,
através dos povoados, e vê a sua frente um oceano tão vasto, que entrar nele é nada mais do
que desaparecer para sempre. Mas, não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém
pode voltar. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E
somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece, porque apenas então o rio
saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Assim somos nós.
Voltar é impossível. Você pode ir em frente e arriscar. TORNE-SE OCEANO

A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original "

(Albert Einstein)

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Diretor da Unidade B62: Marcílio Cavalcante
Coordenação da Unidade B62: Jorge Ornellas
Dados técnicos: Apostila Curso de Auxiliar de Contabilidade
Autoria: Irenice Nogueira – Bacharel em Secretariado
Executivo/Especialista em Metodologia do Ensino Superior.
Revisão: Adriana Matias
Diagramação: Deisi Fabiane Schmitz/ Marlete Leandro

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UNIDADE I
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO

1.1 INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO

Diversas instituições que compõem qualquer sociedade não vivem ao acaso. Elas
precisam ser administradas. Essas instituições são chamadas organizações. Todas
as organizações são constituídas de: recursos humanos e não humanos, isto é
recursos materiais e físicos, recursos financeiros, recursos não financeiros, recursos
mercadológicos, entre outros.

No entanto organização pode ser definida como “um


agrupamento humano composto por especialistas que trabalham
em uma atividade comum”. (Drucker, 1994 apud Costa, 2010).

Qual o significado da palavra administrar?

A palavra administração vem do latim “ad” (significa “direção” ou “tendência para”) e


“minister” (significa “subordinação ou obediência”) sendo traduzido atualmente
como: aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele
que presta um serviço a outro.

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A administração, tal como encontramos hoje, é o resultado histórico da contribuição
de vários precursores, tais como filósofos, físicos, estadistas, economistas que no
decorrer do tempo, foram desenvolvendo e divulgando suas obras e teorias.

Dessa forma, o conceito moderno de administração utiliza certos conceitos e


princípios conhecidos e divulgados pelas Ciências Matemáticas (como por exemplo
a Estatística), nas Ciências Humanas e Sociais (Psicologia, Sociologia), bem como
na Teoria Econômica, no Direito, nas Engenharias, etc.

A administração é o processo de consecução dos objetivos


organizacionais de uma maneira eficiente, eficaz e efetiva, por
meio do planejamento, da organização, da liderança e do
controle dos recursos organizacionais.(CARAVANTES, 2005)

Tal conceito conduz a interpretação dos objetivos propostos pela organização


transformando-os em ação organizacional por meio do planejamento, da
organização, da liderança e do controle de todos os esforços realizados em todas
áreas e níveis de uma organização, com a finalidade de alcançar os objetivos
propostos de modo adequado a situação existente.

1.2 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA


ADMINISTRAÇÃO

A capacidade de administrar do homem é muita antiga. A construção das pirâmides


do Egito, há 3000 anos, é um exemplo da capacidade de administrar do homem,

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uma vez que reuniu eficientes supervisores e gerentes, capazes de organizar e
conduzir o trabalho de centenas de pessoas.

Diversos filósofos, entre eles Sócrates, Platão, Aristóteles registraram, em seus


respectivos períodos de vivência, os conceitos, ainda que rudimentares, da palavra
administração, sendo aprimorada ao longo do tempo.
Quando falamos em evolução da administração é unânime na teoria geral da
administração ter como marco histórico o aparecimento da mecanização. O
aparecimento da máquina a vapor de James Watt e o descaroçador de algodão de
Eli Whitney deu inicio a uma nova forma de produção e, conseqüentemente, uma
nova forma das relações socioeconômica.

De acordo com a maioria dos autores que se dedicam a estudar tal temática, com o
início da Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII, ocorreu uma
grande transformação sobre a forma de organização do trabalho, que deixou de ser
manual para se tornar um trabalho com uso intenso de máquinas.

A máquina dominou o imaginário da sociedade e as relações humanas passaram a


ser vistas e analisadas dentro da perspectiva da máquina. Este conceito mecanicista
passou a prevalecer nas organizações, fazendo com que o perfil de uma
organização eficiente seja aquela que opera como uma máquina: eficiente,
rotinizada e previsível.

Na figura abaixo, tem-se um quadro cronológico da evolução das teorias da


administração, bem como a ênfase dado por cada teoria e o principal autor
responsável pela teoria:

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1.3 HABILIDADES DO
ADMINISTRADOR

Para desempenhar suas funções de maneira adequada, o profissional na área de


administração deve desenvolver algumas habilidades e características fundamentais
ao perfil de um bom profissional:

a) Habilidade Técnica: consiste em fazer uso de conhecimentos, procedimentos,


técnicas e equipamentos necessários para realização de tarefas;
b) Habilidade Humana: consiste na capacidade e discernimento para trabalhar com
pessoas e em equipe;
c) Habilidade Conceitual: consiste na capacidade para lidar com idéias e conceitos
abstratos, compreendendo a complexidade da organização. Esta habilidade está
relacionada ao pensar, a raciocinar e diagnosticar situações nos diversos contextos
organizacionais.

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1.4 A EMPRESA E SEUS RECURSOS

Recursos são os meios ou ativos de que dispõem as organizações para poderem


atingir seus objetivos.

Quanto mais recursos as empresas tiverem ao seu alcance, tanto melhor o seu
funcionamento e, conseqüentemente, melhores serão os seus resultados. Existem
vários recursos organizacionais, porém os recursos mais importantes são os
seguintes:

Recursos materiais: são os recursos físicos de uma organização, tais como


prédios, edifícios, instalações, máquinas, ferramentas, equipamentos, matérias-
primas, etc.

Recursos financeiros: englobam todos os recursos monetários, como capital,


dinheiro em caixa ou em bancos, créditos, investimentos, financiamentos, contas a
receber etc.

Recursos Humanos: são todas as formas de atividade humana, seja ela mental,
conceitual, social, manual, braçal ou verbal. Tais recursos operam e dinamizam os
demais recursos empresariais.

Recursos Mercadológicos: são os recursos comerciais que as empresas utilizam


para colocar seus produtos ou serviços no mercado. São as vendas, a promoção, a
propaganda, a canais de distribuição, pesquisa de mercado, definição de preços,
etc.

Recursos administrativos: são os recursos gerenciais que as empresas possuem,


tais como a direção e a supervisão, utilizados para planejar, organizar, dirigir e
controlar suas atividades.

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1.5 OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO

Os objetivos da Administração é proporcionar eficiência e eficácia às empresas.

A eficiência está ligada aos meios, ou seja, aos processos, métodos, regras e
regulamentos sobre como as coisas devam ser feitas na empresa, visando sempre
otimizar a utilização dos recursos da empresa.

A eficácia refere-se aos fins, ou seja, os objetivos e resultados a serem alcançados


pela empresa. Sendo assim, a tarefa da Administração incide em interpretar os
objetivos propostos pela empresa e estabelecer as formas de alcançá-los da melhor
maneira possível.

1.6 TIPOS DE ORGANIZAÇÕES

Existem basicamente dois tipos de organizações:

a) organizações não lucrativas: são aquelas em que os objetivos são de natureza


social, isto é, prestação de serviços, segurança, entre outros. Tais organizações não
visam o lucro, mas contabilizam seus resultados sob o ponto de vista social. Em
geral elas sobrevivem de doações ou de verbas governamentais. Ex.: Exército,
Força Aérea, Polícias federais, estaduais e municipais, Igrejas, ONGs (organizações
não governamentais), instituições beneficentes, fundações, etc.
b) organizações lucrativas: são aquelas que foram criadas para gerar bens e/ou
serviços, vendendo-os para a sociedade, com uma margem de lucro que viabilize o
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investimento de capital, ou seja, que cubra com sobras, os custos de produção da
organização.

Juridicamente as organizações lucrativas possuem basicamente duas formas de


constituição: Sociedades Anônimas (SA’s) e as Sociedades por Cotas Limitadas
(Ltda). As SA’s possuem o capital dividido em ações, negociadas em Bolsa de
Valores, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada as ações que
possuem. Tais organizações devem ter suas contas ou os balanços e resultados de
sua administração obrigatoriamente divulgada nos principais veículos de
comunicação, tais como jornais.

As Ltda não são obrigadas a divulgar suas contas ou os resultados de sua gestão,
embora devam elaborar Balanços e Demonstrações de Resultados anualmente,
conforme previsto em lei.

Deve-se lembrar que a pessoa jurídica não se confunde com as pessoas físicas dos
proprietários. A organização possui direitos e obrigações e tudo que for praticado
em seu nome, é a organização quem responde perante a lei. Porém, sob o ponto de
vista jurídico, os efeitos de certos atos da organização podem ser estendidos aos
bens particulares dos sócios e acionistas.

1.7 TRABALHO EM EQUIPE

O trabalho em equipe pressupõe a existência de uma equipe.

Equipe é um pequeno grupo de pessoas com habilidades complementares que


trabalham juntas visando atingir um propósito comum.

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Todo grupo é composto por pessoas com perfis distintos, sendo importante estar
consciente das diversas maneiras de agir destas pessoas, bem como as influencias
e distorções que podemos causar no ambiente de trabalho. Por isso é fundamental
ter a capacidade de se colocar no lugar do outro, facilitando a compreensão das
suas atitudes, dificuldades e desejos.

Para que haja equilíbrio neste grupo se faz necessário um conjunto de elementos:
normas bem definidas, comprometimento da equipe com objetivos e metas a serem
alcançados, e conseqüentemente, os resultados desejados pela organização.

O trabalho em equipe exige diálogo e respeito perante todas as idéias do grupo, ou


seja pressupõe um processo democrático onde os indivíduos se integram à equipe,
decidem e implementam ações em conjunto, agregando novos conhecimentos a
organização. Já no trabalho individual os integrantes não têm a possibilidade de
dialogar sobre o assunto e chegar numa conclusão comum, nem mesmo emitir
opiniões ou realizar críticas. Este modelo é formalmente definido, onde cada
integrante representa o seu setor, defende o seu espaço e se manifesta em nome
dele prevalecendo o comportamento individualista.

Devemos lembrar que o trabalho em equipe é fundamental para o desenvolvimento


profissional de cada indivíduo. Então para saber trabalhar em equipe é necessário:

 respeitar o próximo;
 saber ouvir o colega;
 ser cooperativo;
 compartilhar idéias e, sobretudo, respeitar a opinião do próximo.

LEMBRE-SE:
Uma equipe de sucesso deve se manter unida com respeito, confiança e
honestidade para que seja possível a realização de um bom trabalho.

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IMPORTANTE:

A equipe será mais produtiva quanto mais inteligente for, quanto melhor tiver
consciência de suas emoções e souber lidar com elas. Devemos lembrar que o
trabalho em equipe proporciona o despertar do líder que há em cada em cada um de
nós, criando oportunidades de exercê-la com cooperação, comprometimento e
aprendizagem.

1.8 NOÇÕES DE GESTÃO DE EMPRESAS

Noções de Departamento Pessoal

 O Departamento Pessoal é a unidade de execução vinculada ao


departamento de recursos humanos incumbida da administração do cadastro
e da folha de pagamento do pessoal. É competência deste departamento a
execução das seguintes atividades: admissão, atualização cadastral,
desligamentos, concessão de licenças, de afastamentos, de férias, entre
outras atividades.
 Administração Financeira e Orçamentária: objetivo da administração
financeira e orçamentária é administrar os recursos financeiros, de modo que
eles proporcionem o maior rendimento e retorno esperado, frente ao capital
investido. Ela está diretamente ligada a administração, economia e a
contabilidade.
Trabalhar com finanças é aplicar de uma série de princípios econômicos,
administrativos e contábeis, objetivando a maximização da riqueza da
empresa e do valor das suas ações. Maximizar a riqueza, segundo análise
financeiro-econômica, consiste em selecionar aqueles investimentos que

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possuem a melhor compensação entre risco e retorno, contribuindo para
geração de valor da empresa. Os fluxos financeiros, por sua vez, ocorrem por
intermédio das operações e serviços financeiros realizados por instituições,
empresas, governos e indivíduos, os quais cedem e captam recursos
financeiros.

Questões básicas de preocupação da administração financeira e orçamentária

a) Realizar a análise, o planejamento e o controle financeiro, além de coordenar,


monitorar e avaliar todas as atividades da empresa, bem como participar ativamente
das decisões estratégicas da empresa, visando potencializar suas operações;
b) Decisões de financiamentos: a tomada de decisão do administrador quanto a
captação de financiamentos para investimentos, considerando a combinação
adequada dos financiamentos a curto e a longo prazos;

c) Decisões de investimentos: o administrador deve buscar a aplicação de recursos


financeiros, considerando a relação adequada de risco e de retorno dos capitais
investidos.

Conceitos importantes acerca da administração financeira e orçamentária:

1. Ciclo operacional: inicia-se com a compra da matéria-prima e encerra-se com o


recebimento da venda;
2. Ciclo financeiro: inicia-se no momento do pagamento da matéria-prima e
encerra-se no recebimento do pagamento dos produtos;
3. Ciclo econômico: inicia-se com a compra da matéria-prima e encerra-se com a
venda do produto;
4. Período de contas a receber: intervalo de tempo entre a venda dos produtos até
o recebimento do pagamento;
5. Período de contas a pagar: intervalo entre o recebimento da matéria-prima até
o seu pagamento;
6. Estoques: utilizada para registrar os estoques de produtos para venda;
7. Caixa: conta utilizada para registrar todas as disponibilidades da empresa,
dinheiro, aplicações, depósitos em bancos, etc.;

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8. Capital Social: conta utilizada para registrar o valor investido na empresa pelos
sócios ou acionistas;
9. Gasto: é o valor dos insumos adquiridos pela empresa num determinado período;

10. Despesa: é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa


e não identificados com a fabricação;
11. Custo: é o valor dos insumos gastos pela empresa com a fabricação de seus
produtos;
12. Desembolso: é o valor devidamente pago pelos insumos adquiridos num
determinado período;
13. Índice de liquidez: visa medir a capacidade de pagamento de uma empresa, ou
seja, a capacidade de cumprir com suas obrigações.

 Contabilidade: A contabilidade é a ciência que se ocupa do registro, através


de técnicas próprias, dos atos e fatos da administração das entidades
econômico-financeiras, que possam ser expressos monetariamente,
possibilitando o controle, o estudo, a interpretação e o fornecimento de
informações sobre as variações do Patrimônio das empresas, para todos os
usuários interessados (ÁVILA, 2006).

Resumidamente, contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio em


suas variações quantitativas e qualitativas.

O conceito de contabilidade nos revela, de maneira implícita, as funções que irão


auxiliar em sua aplicação: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar
as informações contábeis de uma organização.

Principais técnicas contábeis

a) Escrituração: consiste em registrar, em ordem cronológica, as ocorrências que


influenciam a evolução patrimonial. É importante lembrar que a escrituração é
baseada em documentos comprobatórios que devem estar à disposição para
consulta, visando a comprovação de sua veracidade;
b) Demonstrações Contábeis: consiste em apresentar todos os registros efetuados
em forma condensada que apresente os resultados atingidos pela empresa em
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determinado período. A Lei nº 6.404/76 denomina as demonstrações contábeis
como Demonstrações Financeiras;
c) Auditoria: consiste na técnica que visa validar a exatidão dos registros efetuados
e apresentados nas demonstrações contábeis, ou seja, na verificação das técnicas
da escrituração e das demonstrações contábeis. É uma conferência documental de
todos os procedimentos utilizados pela contabilidade.
d) Análise: consiste em uma interpretação das informações fornecidas pela
contabilidade, visando facilitar seu manuseio e sua utilização.

1.9 ROTINAS DE ESCRITÓRIO

A rotina de escritório visa demonstrar como é importante a organização e a


execução de atividades de apoio administrativo de maneira adequada, atendendo às
necessidades da empresa, de acordo com as características de cada setor.

Entre as atividades a serem executadas, sobressaem:

a) preparar expedientes administrativos sob orientação dos superiores;


b) operar equipamentos diversos, tais como telefones, aparelhos de fax,
computadores, copiadoras, projetores multimídia;
c) controlar a entrada e a saída de materiais bem como a sua distribuição durante o
expediente;
d) manter arquivos e documentos organizados,
e) contribuir para manter o ambiente de trabalho limpo e saudável.
É importante lembrar que cada empresa possui sua rotina, devendo o profissional da
área administrativa seguir as orientações de seus superiores, bem como contribuir
para sua melhoria.

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1.10 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

A comunicação empresarial consiste num processo de gerenciamento que integra


todas as atividades orientadas para o relacionamento entre uma organização e os
ambientes interno e externo.

A comunicação é o processo de transmitir uma informação e obter compreensão de


uma pessoa para outra. Se não houver esta compreensão, não ocorre a
comunicação. Se uma pessoa transmitir uma mensagem e esta não for
compreendida por outra pessoa, a comunicação não se concretizou. O processo de
comunicação é composto de três etapas distintas:

1) Emissor: é a pessoa que pretende comunicar uma mensagem. Esta primeira


etapa é caracterizada por possuir:
a) Significado: corresponde à idéia, ao conceito que o emissor deseja comunicar;
b) Codificação: é constituído pelo mecanismo vocal para decifrar a mensagem.

2) Mensagem: é a idéia que o emissor deseja comunicar. Esta segunda etapa é


caracterizada por possuir:
a) Canal: também chamado de veículo, é o espaço situado entre o emissor e o
receptor;
b) Ruído: é uma perturbação indesejável em qualquer processo de comunicação,
que pode provocar perdas ou desvios na mensagem, seja ela sonora, visual, escrita
etc.

3) Receptor: é a etapa que recebe a mensagem, a quem ela foi destinada. Esta
etapa possui:

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a) Decodificador: é estabelecido pelo mecanismo auditivo para decifrar a
mensagem, para que o receptor a compreenda;
b) Compreensão: é o entendimento da mensagem pelo receptor.
c) Regulamentação: o receptor confirmar a mensagem recebida do emissor,
representa a resposta da mensagem enviada pelo emissor, ou seja, feedback.

Resumidamente, o processo de comunicação pode ser representado da seguinte


maneira:

Pode-se afirmar que a comunicação só pode ser considerada eficaz quando a


compreensão do receptor coincide com o significado pretendido pelo emissor.
Porém, o processo de comunicação nem sempre é perfeito. No decorrer de suas
etapas sempre ocorrem perturbações que prejudicam o processo, ao qual
chamamos de ruídos.

A comunicação empresarial, por sua vez, para ser clara e precisa, necessita de um
organograma bem planejado para que a mensagem não seja prejudicada. Dentre os
modelos de canais de comunicação, temos:

a) Canais Verticais: podem ser descendentes (de cima para baixo) e referem-se à
comunicação entre o superior e os subordinados, veiculando

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ordens ou instruções. Podem ser ascendentes (de baixo para cima) e referem-se à
comunicação entre o subordinado e o supervisor, veiculando informações a respeito
do trabalho executado.
b) Canais Horizontais: referem-se às comunicações laterais entre dois setores
(dois departamentos, duas seções) ou dois cargos (dois gerentes) no mesmo nível
hierárquico.

1.11 SISTEMAS DE DOCUMENTAÇÃO E


ARQUIVO

Segundo a associação de arquivistas brasileiros arquivo é o conjunto de


documentos que, independentemente da natureza ou do suporte, são reunidos por
acumulação ao longo das atividades de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou
privadas.

O arquivo também pode ser definido como a entidade ou órgão administrativo


responsável pela custódia, pelo tratamento documental e pela utilização dos
arquivos sob sua jurisdição. Atualmente, os arquivos podem ser classificados como:
públicos (federal, estadual, municipal), institucionais (escolas, igrejas, associações,
etc.), comerciais (empresas, corporações, companhias) e pessoais (fotos de família,
trabalhos etc.)
Devemos lembrar que existem arquivos que guardam e organizam documentos
cujas informações são registradas em suportes diferentes do papel, como por
exemplo discos, filmes, fitas. Estes podem fazer parte de um arquivo mais completo.
Existem aqueles que guardam documentos gerados por atividades muito
especializadas como os arquivos médicos, de imprensa, de literários e que muitas
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vezes precisam ser organizados com técnicas e com materiais específicos. São
denominados de arquivos especializados.
O sistema de arquivos é um conjunto de arquivos de uma mesma esfera
governamental ou de uma mesma entidade, pública ou privada, que
independentemente da posição que ocupam nas respectivas estruturas
administrativas, funcionam de modo integrado e articulado na consecução de
objetivos técnicos comuns. Como exemplo, podemos citar o sistema de arquivos em
universidades, departamento estadual de trânsito, etc.

1.12 ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS NO


AMBIENTE DE TRABALHO

É normal em qualquer empresa enfrentarmos situações de conflito. Os conflitos são


oriundos de opiniões divergentes, desgastes físicos, problemas pessoais, entre
vários fatores.

Conflito:

 Manifestação de insatisfação ou de diferenças de idéias, percepções e


opiniões.
 Forma de comunicação disfuncional na busca da satisfação de necessidades,
de ser ouvido, de ser reconhecido e acolhido

Tipos de conflitos:

• Intrapessoal: É o conflito entre a razão e a emoção, se dá por meio da


estruturação do sujeito, seus mecanismos de defesa, seus valores e desejos.
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• Interpessoal: O que ocorre nas relações entre pais, filhos, casais, colegas de
trabalho, e demais relações pessoais.

Conflitos interpessoais

 Hierárquico
O gestor tem autoridade, mas não tem o apoio de seu subordinados.

 Pessoal
Diferenças de:
 Idade;
 Formas de pensar;
 Formas de agir;
 Formas de falar;
 Rixas pessoais;
 Diferenças de personalidade

Conflitos Internos
 Conhecer o ambiente
 Comunicação
 Feedback

“Lidar com os conflitos implica trabalhar com grupos e tentar romper


alguns dos estereótipos vigentes na organização”

Conflitos fazem parte da vida, podendo estar expresso em opiniões, desejos,


atitudes ou idéias. Não é possível erradicar os conflitos, devemos aprender a
conviver com eles, aproveitar a oportunidade que ensejam, no que tem de bom e
buscar resolve-los de forma pacífica e restauradora.

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Década de 30 e 40

Visão Tradicional

 Todo conflito é ruim e que, portanto, deve ser evitado

Década de 40 até 70

Visão nas relações humana

 É uma conseqüência natural e inevitável em qualquer grupo, não sendo


necessariamente ruim, podendo ter o potencial de ser uma força positiva na
determinação do desempenho do grupo.

Década de 70 em diante

Visão interacionista

 Algum conflito é absolutamente necessário para o desempenho eficaz de um


grupo

Abordagem positiva do conflito

 Oportunidade de mudança;
 Auto conhecimento;
 Crescimento pessoal;
 Investimento no laço relacional;
 Busca da resolução de um problema.

Como gerenciar conflitos internos

 Saber comunicar;
 Saber ouvir;
 Saber perguntar;
 Controle emocional;
 Colaboração;
 Empatia

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Se você não souber administrar os conflitos diários vai se depara com o
ESTRESSE.

Estresse:

 A palavra "Estresse" vem do inglês "Stress" e foi utilizado primeiramente pelo


médico Hans Selye.
 Conjunto de reações orgânicas e psíquicas de adaptação que o organismo
emite quando é exposto a qualquer estímulo que o excite, irrite, amedronte ou
o faça muito feliz.

ORIGEM DO ESTRESSE

 O estresse pode ser gerado por situações negativas e positivas;


 A princípio, não é uma doença. É apenas a preparação do organismo
para lidar com as situações que se apresentam;
 O prolongamento ou a exacerbação de uma situação específica é que
podem gerar alterações indesejáveis

REAÇÕES FRENTE AO ESTRESSE

 Dilatação das pupilas para potencializar a visão;


 Liberação de adrenalina e outros hormônios que diminuem a resposta
imunológica do organismo;
 Aumento da pressão arterial;
 Desvio do sangue do sistema digestivo e extremidades para os músculos;
 Aceleração da freqüência cardíaca;
 Aumento da transpiração;
 Diminuição da temperatura nas mãos e nos pés.

COMO LIDAR COM O ESTRESSE

 Relaxe. Cada pessoa tem a sua própria maneira de relaxar;


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 Reserve tempo para si mesmo. É importante cuidar de si mesmo;
 Durma. Dormir é uma ótima forma de ajudar tanto o seu corpo quanto a sua
mente;
 Alimente-se corretamente;
 Exercite-se;
 Converse com os amigos. Amigos são bons ouvintes;
 Tenha ajuda profissional se precisar;
 Encontre algo que goste de fazer;
 Estabeleça limites;
 Planeje seu tempo.

Se não quiser adoecer não viva sempre triste.

O bom humor, a risada, p lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida


longa. A pessoa alegre tem o dom de alegra o ambiente em que vive.

AGENTES ESTRESSORES NO TRABALHO

 Responsabilidade excessiva;
 Urgência de tempo na execução das tarefas;
 Expectativas excessivas sobre si mesmo e em relação aos que os cercam;
 Ruídos nas relações interpessoais;
 Falta de interação em equipe.
 Transformações na empresa.

DICAS ANTI - ESTRESSE NO TRABALHO

 Não seja perfeccionista;


 Planeje seu dia;
 Faça intervalos;
 Encare suas atividades profissionais como um desafio encorajador;

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 Peça ajuda quando perceber que está sobrecarregado
 Seja paciente com as pessoas que não têm o mesmo ritmo que o seu.

... “quando semeamos ações que levam felicidade e sucesso aos outros,
colhemos sempre os frutos do bem estar e de qualidade de vida.” Deepack
Chopra.

1.13 ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO

“ Melhor do que acrescentar dias à nossa vida, é acrescentar vida aos nossos dias” .
. . (Bejamim Franklin).

Frases como:

 O tempo passa
 Não tenho tempo
 O tempo é meu inimigo.

São idéias falsas. Todos nós temos 24 horas por dia. Destas 24 h devemos trabalhar
de 8 a 10 horas, dentro das organizações. E o restante do tempo? O que fazemos?
Dormimos de 6 a 8 horas. Sobram aproximadamente de 8 a 9 horas como
aproveitamos esse tempo????

As questões são:

 Administramos adequadamente o nosso tempo?


27
 Administramos com qualidade a nossa vida?
Necessitamos primeiramente planejar O QUE fazer com ele. Devemos nos planejar
uma vez que o tempo já foi planejado pelo arquiteto do mundo DEUS.

VISÃO HOLÍSTICA DO TEMPO

Nos dias de hoje a abordagem sobre o tempo, precisa ser holística, ou seja, abordar
o corpo, a alma e a mente. Isso tudo porque o que fazemos é o que queremos fazer,
nossos objetivos e metas, passam necessariamente pelo tempo.

O TEMPO é, portanto, um RECURSO. Só podemos fazer mau ou bom uso dele.


Fazer bom uso do tempo, normalmente, implica em “MUDANÇAS INTERNAS”, que
passa pelo autoconhecimento.

Só mudamos o que realmente sentimos. . .

Para mudar é preciso aprender a ler os sinais e as mensagens do corpo e da alma.


É preciso ter coragem para ouvir o feedback do outro.

PARADIGAMAS TRADIOCIONAIS E ATUAIS

 VISÃO TRADICIONAL - Sedimentada no “TER”

“Tempo é dinheiro”

 VISÃO ATUAL - não exclui o TER mais parte para algo mais amplo que é o
SER.

“TEMPO É VIDA”

28
PASSO 1 – Auto-análise sobre a administração do tempo

a) visão global do seu papel


b) noção exata de urgente e importante
c) planejamento diário do trabalho
d) analise diária – ações previstas e realizadas.

Registro do tempo gasto com:

a) atendimento
b) documentação
c) telefonemas
d) rotina em geral
e) saber dizer não
f) tempo com a família?

PASSO 2 – Diagnóstico de utilização do tempo

a) registro de suas atividades e tempo gasto em uma semana


b) resumo e análise dos resultados

REFLEXÃO: utilização do tempo x objetivos profissionais e pessoais.

CONCEITO LINEAR E CIRCULAR DO TEMPO

TEMPO LINEAR – é o tempo que planejamos

29
TEMPO CIRCULAR – é o tempo não previsto em nossa agenda.

Corresponde aos fatores e situações circunstanciais que, independentemente de


não serem previstos, acontecem diariamente.

O segredo é juntar o tempo linear ao tempo circular e adequá-los a sua rotina diária.

Comece o processo de mudanças fazendo as seguintes reflexões:

1 – Eu já parei pra pensar sobre as metas da minha vida?

2 - se a resposta for não, pergunta-se quais as causas que me impediram de fazer


até hoje?

3 – quais são as metas da minha vida?

4 – quais são as minhas metas pra os próximos 3 anos?

5 – qual a importância de cada meta?

6 – quais são as três metas mais importantes?

7 – será que já estou fazendo alguma coisa para atingi-las.

Você pode determinar com os seguintes questionamentos:

O que? Quem? Como? Por quê? Quanto? Local? Prazo?

“Não há vento favorável para quem não sabe para onde quer ir” (Sêneca)

30
1.14 COMPETÊNCIAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS

Alguns requisitos são essenciais para o profissional que almeja o sucesso, dentre
estes podemos citar

 Manter-se atualizado e motivado, mesmo convivendo com mudanças rápidas.


Ter sempre em mete que é necessário se auto motivar para irradiar
motivação para o clientes. Todo promotor de vendas deve saber que ele é a
imagem da empresa, e seu comportamento influencia no resultado final;
 Aprender a trabalhar sob pressão, mantendo o equilíbrio, segurança e
racionalidade perante a supervisão e aos demais colegas da equipe. O
promotor deve administrar o seu próprio estresse, filtrando as pressões
externas para manter um clima prdutivo;
 Aprender com rapidez as caracterisiticas e os benefícios dos
produtos/serviços, assim como transmitir essas informações com entusiasmo
para os clientes;
 Estudar sepre mais sobre marketing, tecnologia da informação, mercado,
concorrência, liderança, etc.planejar corretamente suas visitas, estando
sempre pronto para avaliar os resultados e rever suas estratégias;
 Desenvolver forte espirito de equipe,facilitando a comunicação com a
supervisão e colegas incentivando a cultura da cooperação;
 Conhecer quais os desafios da empresa e definir com clareza quais os seus
próprios desafios. Para isso é importante ter acesso a boas leituras.
 Desenvolver o potencial de negociação e solução de problemas. Envolver-se
em diversos assuntos, mostrando interesse em conhecer coisas novasou
maneiras diferentes de fazer tarefas cotidianas;
 Assumir o papel de defensor dos interesses e da satisfação dos clientes
dentro das organizações;

31
 Buscar constantemente a sua qualidade de vida e de saúde. Participar e
estimular os exércicios preventivos. Manter um clima de entusiasmo e bom
humor mesmo nos piores momentos. Saber quais os estimulos eficazes e
praticá-los.
 Aceitar o feedback como ferramenta construtiva, buscando sua melhoria
pessoal e profissional.

Assim, é necessário conhecer as competencias e habilidades básicas para o


bom desempenho de um trabalho eficaz. A saber:

COMPETÊNCIAS HABILIDADES BÁSICAS


 Redigir com clareza, demosntrando bom
raciocinio verbal e fluência escrita;
 Ser eficiente na comunicação com os
clientes, expressando-se com boa dicção e
Comunicação fluencia verbal;
 Saber ouvir;
 Saber captar e definir problemas;
 Prestar informações e esclarecimentos;
 Saber orientar os clientes.
 Conhecer as rotinas operacionais, de
Operacional automação
 Manter-se atualizado em relação as rotinas
Relacionamento operacionais;
Interpessoal  Estabelecer e manter relacionamentos com
os clintes internos e externos
 Ter espiríto de equipe;
 Estar comprometido com a missão e a
visão da empresa
 Vislumbrar oportunidade de mercado para a
Visão Sistemática empresa;
 Identificar as interfacesde sua função;
 Verificar o seu desempenho;
32
 Entender o impacto do seu desempenho na
empresa.
 Saber trabalhar sob pressão;
 Aigir com cortesia;
Serviços a Clientes  Ter eficiencia no atendimento/vendas;
 Lidar com as expectativas dos clientes;
 Apresentar-se profissionalmente;
 Checar a satisfação dos clientes
 Administrar rotinas diárias;
Organização  Manter registros organizados;
 Observar prazos para solução de
problemas.

1.15 QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Por que Qualidade?

 A qualidade é hoje uma das principais estratégias competitivas nas diversas


empresas e nos diversos setores. A qualidade está intimamente ligada à
produtividade, a melhoria de resultados e aumento de lucros, através de
redução de perdas e do desperdício, do envolvimento de todos no órgão ou
empresa e conseqüente motivação.

O que é qualidade?

33
 "Totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade
de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas."
(ISO 9000)
 Podemos então entender a qualidade como um conjunto total de atividades
que permitem obter um produto ou serviço dentro de requisitos que atendam
às expectativas e necessidades dos clientes, com custo ótimo, dentro do
prazo desejado, obtendo-se a melhor resposta, isto é, lucro e satisfação da
empresa e do cliente.

A qualidade não surge do acaso. A má qualidade sim é resultado do descaso, da


improvisação e cobra caro quando acontece em um órgão ou empresa.

QUALIDADE NÃO ACONTECE SEM PLANEJAMENTO !

Sem planejamento, não há objetivos a serem seguidos.

O que é planejar?

 É decidir antecipadamente o que deve ser feito.


 É uma linha de ação pré-estabelecida.

Atividades do planejamento

Estabelecer objetivos: é a intenção, a finalidade; é o passo a ser atingido ou


alcançado; é ONDE se quer chegar com o planejamento.

Descrever procedimentos: é a seqüência de atividades necessárias a consecução


do objetivo.

Perguntas necessárias

 O que?
 Como?
 Quando?
 Onde?

34
 Quanto?
 Quem?

Com o controle de qualidade é possível

 É possível reduzir erros cometidos na operacionalização das tarefas, produtos


e prestação de serviços;
 É possível diminuir custos;
 Melhorar a produtividade;
 Solidificar a imagem da empresa;
 Torná-la competitiva;
 Fidelizar a relação cliente-empresa;
 Manter a confiança e a credibilidade no mercado.

Qualidade depende da situação

 Qualidade técnica
Satisfazer exigências e expectativas concretas
Ex: tempo, qualidade, finanças, taxa, defeito, segurança, garantia

 Qualidade humana

Satisfazer expectativas e desejos emocionais

Atitude, comprometimento, comportamento, atenção, credibilidade, consistência


lealdade etc.

Mesmo que seja difícil descrever qualidade, raramente você tem dúvidas quando
experimenta qualidade superior ou inferior.

Ex: quando a qualidade de um produto ou serviço excede sua expectativa, você


sente essa qualidade com sendo “boa” quando se dá o oposto você percebe a
qualidade como sendo “má”

Elementos chaves da qualidade


35
 Total satisfação do cliente;
 Melhoria contínua;
 Comunicação
 Treinamento

Podemos entender que qualidade esta diretamente relacionada com:

 Desempenho das pessoas;


 Processo de trabalho;
 Satisfação do cliente.

Melhoria da qualidade implica em:

 Envolvimento de toda equipe de trabalho;


 Estabelecimento de ações a curto, médio e longo prazo;
 Focalização das pessoas como recurso mais importante;
 Demanda de comprometimento, disciplina e um esforço crescente

Porque usar a gestão pela qualidade?

 Porque há clientes insatisfeitos;


 Porque a concorrência é cada vez maior num mercado cada vez mais
globalizado;
 Porque é preciso prestar serviços melhores e mais barato;
 Porque existe uma incessante mudança de necessidade por novos serviços.

Quais mudanças devem ocorrer para se desenvolver a gestão pela qualidade


total?

 Mudança de mentalidade;
 Mudança de paradigma;
 Adaptação da nova realidade;
 Equilíbrio das equipes.

Fatores determinantes da qualidade na prestação de serviços

36
 Confiabilidade: desempenhar o serviço habilmente conforme foi prometido;
 Capacidade de resposta: disposição para ajudar o cliente (consultoria) e
fornecer o serviço no prazo estipulado;
 Segurança: conhecimento e a cortesia dos empregados e a sua habilidade de
transmitir confiança e segurança;
 Empatia: atenção individualizada dispensada aos clientes;
 Itens tangíveis: aparência das instalações físicas, equipamentos, empregados
e material de comunicação.

PRATIQUE O “5 S’ E DESENVOLVA MELHOR O SEU TRABALHO

O QUE É PROGRAMA 5 S?

O PROGRAMA 5 S foi inventado pelos japoneses logo após a segunda guerra


mundial para combater a sujeira das fábricas. Surgiu no Brasil em 1991. Trata-se de
um conjunto de 5 conceitos simples que, ao serem praticados, são capazes de
modificar o seu humor, o seu ambiente de trabalho e a maneira de conduzir suas
atividades rotineiras e as suas atitudes.

1º S - SEIRI

Senso de Utilização

Senso de arrumação, organização e seleção.

1. Identificar os materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios, informações e


dados necessários e desnecessários.
2. Dar a devida destinação àquilo considerado desnecessário ao exercício das
atividades.
3. Identificar “o porquê do excesso”. A fim de que medidas preventivas possam
ser adotadas para evitar que o acúmulo desses excessos volte a ocorrer.
Separar o Útil do Inútil. O que é entulho e não serve para nada mande embora!

2º S - SEITON

37
Senso de Arrumação

Senso de ordenação, sistematização e classificação

1. Definir locais apropriados e critérios para estocar, guardar ou dispor materiais,


equipamentos, ferramentas, utensílios, informações e dados.
2. Ele visa facilitar a procura, localização e guarda de qualquer item.
3. CADA COISA NO SEU DEVIDO LUGAR!!!!!!
Identificar e arrumar tudo para que qualquer pessoa possa localizar facilmente.

3º S - SEISO

Senso de Limpeza

Senso de ZELO

1. Eliminar a sujeira ou objetos estranhos para manter limpo o ambiente


(parede, armários, teto, gaveta, estante, piso).
2. Manter dados e informações atualizados para garantir a correta tomada de
decisões.
3. O mais importante neste conceito não é o ato de LIMPAR, mas o ato de
“NÃO SUJAR”.
Manter o ambiente sempre limpo, eliminando as causas da sujeira e
aprendendo a não sujar.

4º S - SEIKETSU

Senso de Saúde e Higiene

Senso de asseio, integridade

1. Criar condições favoráveis à saúde física.


2. Garantir ambiente não agressivo e livre de agentes poluentes.
3. Manter boas condições sanitárias nas áreas comuns (lavatórios, banheiros,
cozinha, restaurantes, etc.)
4. Zelar pela higiene pessoal.
5. Cuidar para que as informações e comunicados sejam claros, de fácil leitura e
compreensão.

38
Manter o ambiente de trabalho sempre favorável a saúde e higiene. Cuide da
sua saúde também

5º S - SHITSUKE

Senso de Educação, Compromisso

1. Desenvolver o hábito de observar e seguir normas, regras e procedimentos.


2. Atender as especificações, sejam elas escritas ou informais.
3. Este hábito é resultado do exercício da força mental, moral e física.

Fazer destas atitudes um hábito, transformando o 5S em um modo de vida.

BENEFÍCIOS DOS 5 S

 Otimização dos espaços;


 Minimização dos excessos;
 Consciência de desperdício;
 Redução do tempo improdutivo;
 Consciência da importância do controle;
 Aumento da vida útil de ferramentas e utensílios;
 Propicia a detecção de defeitos e falhas;
 Melhora o aspecto visual do ambiente;
 Melhora as relações interpessoais;
 Melhoria na comunicação;
 Evidencia a importância do padrão;
 Desenvolve o espírito de equipe;
 Estimula a criatividade;
 Reduz o risco de acidentes;
 Reduz o risco de doenças funcionais;
 Reduz o efeito de agentes poluentes;
 Promove a redução de custos;
Então, se você é uma pessoa que deseja o sucesso profissional, deve
atentar para todos esses detalhes

39
UNIDADE II
APRENDENDO A EXECUTAR A EXECUTAR
AS ROTINAS DA ÁREA E SUAS PRÁTICAS

2. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Quando alguém nos diz que o administrador financeiro é o elemento fundamental


dentro de uma empresa, somos levados a perguntar: mas e os demais setores, são
de pouca importância?

Todos os setores são importantes dentro de uma organização, desde o faxineiro até
o diretor-presidente. O que acontece, no entanto, é que o Administrador Financeiro
desempenha uma função um tanto mais sutil: ele administra as finanças da
organização e isso é uma tarefa bastante difícil e complexa.

40
Na verdade, todos nós desempenhamos até certo ponto o papel de administradores
financeiros, pois ganhamos os nossos custosos rendimentos e os administramos da
melhor forma possível para que não precisemos pedir dinheiro emprestado a
ninguém ou para que possamos aplicar as sobras da maneira mais eficiente. O
administrador financeiro faz exatamente isto.

O Administrador financeiro é um profissional que cuida das finanças de uma


empresa, honrando os compromissos nas datas dos vencimentos, captando
recursos quando é preciso a um custo mais baixo ou ainda, o melhor, aplicando as
sobras nos investimentos mais atraentes, antevendo as possibilidades de
investimento em novos projetos. Como se vê, não é uma função fácil.

O maior desafio do Administrador Financeiro é conciliar bem, e muito bem, o


equilíbrio entre a Liquidez vs. Rentabilidade.

O item Liquidez é a capacidade da organização de estar sempre com as suas


finanças oxigenadas para que nunca falte recursos na hora de honrar os
compromissos. Para isso, ele deverá usar o Fluxo de Caixa, onde projetará todas as
entradas e saídas de recursos, tendo uma visão de curto, médio e longos prazos do
fluxo monetário da empresa.

Com o Fluxo de Caixa, ele poderá verificar quando faltará capital disponível para a
empresa e com isso, tomar as devidas providências. No que diz respeito à
Rentabilidade, é a capacidade de o administrador Financeiro investir recursos, do
sistema do Fluxo de Caixa, em outro tipo de bem (estoque de mercadoria) e
conseguir fazer com que este estoque se transforme em dinheiro, novamente, e
retornem, com os lucros desejados, para dentro do sistema do fluxo de caixa.

41
2.1 O ADMINISTRADOR FINANCEIRO (AF)

Este profissional, geralmente denominado de Gerente Financeiro, Controller, Diretor


Financeiro, Supervisor Financeiro ou ainda Chefe de Tesouraria, deve ter um ótimo
relacionamento com os clientes internos e externos. Nos diagramas abaixo, veremos
como o AF se encaixa numa hierarquia, através de um organograma simples e como
ele se relaciona com os clientes internos na organização.

Por ter tanta responsabilidade frente a execução de suas tarefas o administrador


financeiro necessita de assistentes que atuem com seguridade e desenvoltura.
Assim, se faz necessário que o profissional que auxilia esse segmento possua
conhecimentos técnicos, lógico além dos conhecimentos humanos, sobre as
atribuições pertinentes ao cargo.

VEJAMOS ALGUMAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES.

1. ORGANOGRAMA ESTRUTURAL DE UMA EMPRESA

42
2. DIAGRAMA DA RELAÇÃO COM CLIENTES INTERNOS

2.1.1 ANÁLISE DA RELAÇÃO ASSISTENTE


FINANCEIRO X CLIENTES INTERNOS

a) Diretoria: a relação deve ser bem aberta e franca. Tudo o que se passar com as
finanças da empresa, deve ser repassado à diretoria, mostrando quais as melhores
alternativas a serem tomadas.

b) Recursos Humanos: as atividades deste setor tais como, admissões,


demissões, benefícios e outros, dependem e muito do aval do AF. No caso de algum
benefício que se deseja dar aos empregados e que, certamente, onerará as finanças
da empresa, o AF deverá autorizar ou não tal benefício.

c) Contabilidade e Auditoria: o AF depende das Demonstrações Financeiras para


saber os efeitos ocorridos no patrimônio da organização, decorrentes de suas
43
próprias ações. Também deve ser o responsável perante a Auditoria pelos seus atos
e também pelos setores a ele subordinados.

d) Setor Administrativo: é o responsável pelo bom desempenho dos setores de


Tesouraria, Depto. Pessoal, RH, Contas a Pagar, Crédito e Cobrança outros.

e) Setor Jurídico: Com este setor, sua relação estará ligada às cobranças de
títulos, com clientes e fornecedores, processos trabalhistas e demais ações
judiciárias.

f) Setor de Produção: a aquisição de novos equipamentos para a área de produção


deverá ter autorização do AF. Ele é o profissional que realmente tem as finanças da
empresa nas mãos.

g) Planejamento e Controle: os orçamentos de despesas por departamento, compra


e venda de mercadoria, logística, etc, tudo tem que passar pelas mãos do AF para
que ele possa inserir no seu cronograma de fluxo de caixa e administrar as finanças
empresarias da melhor forma possível.

h) Setor Comercial: aqui, esta relação deve bem estreita pois, a sobrevivência de um
empreendimento depende muito desta boa relação. Aqui é que o AF deverá
administrar bem o equilíbrio entre Liquidez vs. Rentabilidade. As políticas de
descontos de fornecedores, descontos a clientes, a precificação correta das
mercadorias, os prazos médios de pagamentos de títulos assim como os de
recebimentos, devem passar pelo crivo do AF.

44
2.1.2 ANÁLISE DA RELAÇÃO ASSISTENTE FINANCEIRO
X CLIENTES EXTERNOS

DIAGRAMA DA RELAÇÃO COM CLIENTES EXTERNOS

a) Governos (U / E / M) : o AF é o preposto, ou seja, é a pessoa que representa a


empresa junto aos governos. No caso de solicitação de certidões negativas ou no
caso de uma visita de umas das auditorias, o AF deverá ser aquele profissional que
tomará a frente para resolver tais assuntos.

b) Fornecedores: a relação com os fornecedores deve ser de parceria. Sempre


quando a empresa estiver passando por dificuldades financeiras e o AF não
conseguir recursos para honrar os compromissos nas datas aprazadas, deverá este
procurar os fornecedores para que consiga um prazo mais elástico e não, ficar
fugindo das pressões dos fornecedores. Ele deve, sim, procurar negociar da melhor
forma possível o imprevisto. Caso fique fugindo dos fornecedores ( credores) poderá

45
sujar o nome da empresa e assim encontrará maiores dificuldades para conseguir
mercadorias para vender.

c) Investidores: os investidores são as pessoas que injetam dinheiro no negócio e


acreditam que o negócio lhes trará lucro. Ora, se o AF é quem está administrando
essas finanças, então essa relação deve ser muito boa e principalmente duradoura.

d) Clientes: A partir de um patamar "X" de valores, os créditos deverão ser


autorizados pelo AF, onde fará uma minuciosa análise do cadastro do cliente até
liberar a compra. Também cabe ao AF negociar da melhor forma possível a dívida
daqueles clientes que estão passando por dificuldades financeiras. As vezes um
bom cliente, um parceiro de muitos anos, poderá estar, momentaneamente, numa
situação dessas e caberá ao AF administrar essa situação de uma forma que fique
bom para ambos.

e) Instituições Financeiras: essa relação é de fundamental importância para a


empresa, pois na falta de recursos próprios para capital de giro ou até para
aquisição de novos equipamentos, ou expansão dos negócios, o AF deverá recorrer
às instituições financeiras, procurando as melhores taxas e melhores prazos, para
captar recursos e dar andamento aos projetos empresariais.

f) Órgãos Reguladores: estes órgãos são os que regulam as atividades


operacionais das empresas, bem como aquelas entidades de classe que
representam as empresas nas negociações salariais, negociações com os
governos , etc. Dentre tantas, podemos citar as Associações Comerciais, CDL´s,
Federação do Comércio, Federação das Indústrias, CREA, CRC e tantos outros.

46
2.1.3 ÁREAS DE CONHECIMENTO

Como o AF convive com diversas áreas de conhecimento para que possa tomar
decisões, algumas exigem um bom domínio de conhecimento e outras ,
conhecimentos apenas complementares.

Contabilidade: Precisa ter um mínimo de noção desta área, pois, trabalhará com as
demonstrações financeiras a fim de emitir sua opinião acerca da saúde financeira da
empresa. Deverá saber interpretar uma demonstração financeira;

Administração: Técnicas de administração, administração de pessoal e outras.

Economia: Visão global de mercado, ou seja, uma macro visão.

Matemática Financeira: Como o AF estará em permanente negociação com


bancos, fornecedores e clientes, sobre assuntos como taxas de juros, descontos,
pagamentos antecipados e prazos médio, é de fundamental importância que o AF
domine esta área.

Áreas de conhecimentos complementares: Informática, Direito, Meio Ambiente,


Marketing, e Comunicação.

47
2.2 IMPORTÂNCIA DOS CONTROLES FINANCEIROS

Uma boa gestão financeira garante a saúde de sua empresa e, porque não dizer
também, a sua tranqüilidade. Mantendo a liquidez, os compromissos assumidos com
terceiros são honrados em dia, além de ampliar seus lucros sobre investimentos.

Empresa sã, proprietário são. A manutenção de uma liquidez confortável e seus


resultados satisfatórios são frutos de uma série de decisões e atitudes tomadas
diariamente. A saúde vai bem graças às várias operações na empresa.

Para cuidar da gestão financeira, o empresário precisa lidar com números e


informações o tempo todo. Se a empresa tem números confiáveis, ele consegue
informações para tomar decisões. As informações financeiras que o empresário
precisa para tomar decisões são obtidas por meio dos controles financeiros. Então,
podemos dizer que a finalidade dos controles financeiros é gerar informações úteis e
confiáveis para o empresário tomar decisões.

VAMOS CONHECER OS TERMOS DE UM DEPARTAMENTO FINANCEIRO

2.2.1 CAPITAL DE GIRO

Toda a empresa precisa de capital para que possa existir. O capital da empresa
pode ser próprio ou de terceiros. Ele é próprio quando sua origem é dos sócios, dos
48
lucros, etc. Ele é de terceiros quando sua origem é estranha à empresa e neste caso
pode ser por empréstimos, financiamentos, fornecedores, etc.

O capital de giro corresponde a uma parte do capital social aplicado na empresa.


São aqueles recursos aplicados em ativos e que estão em constante giro dentro da
empresa, proporcionando transformações no patrimônio da empresa
constantemente.

O capital de giro da empresa é formado pelo ativo circulante e pelo passivo


circulante. A administração do capital de giro abrange a administração das
contas circulantes da empresa, incluindo ativos circulantes e passivos circulantes.
Como o próprio nome diz, está sempre circulando. O capital de giro líquido será o
ativo circulante menos as dívidas que a empresa tem de curto prazo, que neste caso
a chamaremos de passivo circulante, conforme a fórmula abaixo.

O ideal é que sempre este resultado seja positivo, neste caso a empresa estará
trabalhando com recursos próprios para girar suas operações. Quando o resultado é
negativo, a empresa está trabalhando com recursos de terceiros para girar as
operações. Neste caso as dívidas superam o ativo circulante e a tendência é que
aumente cada vez mais.

FLUXOGRAMA DO CAPITAL DE GIRO

49
2.2.2 CONTROLE DIÁRIO DE CAIXA

O Controle Diário de Caixa é o registro de todas as entradas e saídas de dinheiro,


além de apurar o saldo existente no caixa.

A principal finalidade do controle de caixa é verificar se não existem erros de


registros ou desvios de recursos. O caixa é conferido diariamente, e as diferenças
porventura existentes têm que ser apuradas no mesmo dia. Quando a diferença
ocorrer por erros de registros, corrigem-se os erros, e a diferença está zerada. Na
hipótese de a diferença ocorrer por desvios de recursos, resta ao empresário tomar
imediatamente uma decisão drástica: demitir a(s) pessoa(s) responsável(eis) pelos
desvios. Além disso, o controle de caixa fornece informações para:

a) Registra todas as entradas e saídas de dinheiro. Além de apurar o saldo


existente no caixa;
b) A principal finalidade é verificar se não existem erros de registros ou desvios
de dinheiro;
c) Informações importantes para:

 Controlar valores depositados em bancos;


 Fazer pagamentos em dinheiro;
 Controlar e analisar as despesas pagas;
 Fornecer dados para o Fluxo de Caixa.

50
2.2.3 FLUXO DE CAIXA

Fluxo de Caixa é um controle adotado pelo administrador financeiro que tem como
objetivo básico, a projeção das entradas e saídas de recursos financeiros para
determinado período, visando prognosticar a necessidade de captar empréstimos ou
aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis para a empresa. Para
otimizar os recursos financeiros, a projeção do fluxo de caixa deve ser feita para um
período de abrangência que permita ao tesoureiro tomar providencias com
51
antecedência suficiente, principalmente, em casos de necessidade de cobertura de
insuficiência de caixa, pois a efetivação de algumas modalidades de financiamento
requer meses de planejamento e preparativos. Alguns objetivos podemos destacar:

 Honrar os compromissos nas datas aprazadas, sem onerar as finanças da


empresa com multa e juros. Com o Fluxo de Caixa o AF prevê a falta de
recursos;

 Investir os recursos financeiros disponíveis, evitando que fiquem parados;

 Saber exatamente quando faltarão recursos para a empresa e antecipar-se;

 Analisar quais as melhores fontes de recursos para a empresa tais como


descontos de duplicata, emissão de novas ações, empréstimos bancários,
conta garantida, como também as melhores taxas do mercado, quais as
instituições que oferecem as melhores linhas de crédito;

 Buscar o perfeito equilíbrio entre Liquidez vs. Rentabilidade;

 E outros que visem a eficácia financeira empresarial.

Representação do fluxo de caixa

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Cabe aqui uma ressalva. Quando nos referimos ao Caixa, destacado acima neste
diagrama, estamos nos referindo a toda movimentação financeira da empresa e não
à simples movimentação da conta caixa. Os dados que compõem o Caixa são, o
próprio saldo de caixa, saldo das contas bancárias e aplicações financeiras. Os
principais ingressos de recursos são, as vendas à vista, recebimentos de vendas a
prazo, aumentos de capital social, vendas de itens do ativo imobilizado, receitas de
aluguéis, empréstimos, resgates de aplicações financeiras e outras entradas de
recursos.

Por outro lado, os principais desembolsos são, as despesas operacionais da


empresa, amortização de empréstimos, pagamentos de tributos, pagamentos de
duplicatas, pagamentos de fornecedores, compras de mercadorias à vista, compras
em geral à vista e toda a saída de dinheiro. Para visualizar melhor este fluxo de
recursos monetários, o diagrama abaixo oferece uma macro visão, possibilitando
uma melhor compreensão do que foi dito acima.

2.2.3.1 REQUISITOS BÁSICOS PARA O PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA

Deverão ser consideradas todas as oscilações que eventualmente poderão ocorrer e


que irão implicar em ajustes dos valores projetados nos orçamentos departamentais.
Todos os envolvidos por estas informações deverão ser responsabilizados pelas
mesmas. Requisitos para implantação:

 Apoio da cúpula diretiva da empresa;

 Organização da estrutura funcional da empresa com definição clara dos


níveis de responsabilidade de cada área;

 Integração dos diversos setores da empresa ao sistema do fluxo de caixa;

 Definição do sistema de informações, quanto aos tipos de informações,


formulários a serem utilizados, calendário de entrega dos dados e os
responsáveis pelas informações;

53
 Treinamento do pessoal envolvido para implantar o fluxo de caixa na
empresa.

2.2.3.2 PRAZO DE PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA

Dependerá do porte e do ramo de atividade da empresa. É importante a empresa


trabalhar com um planejamento mínimo de três meses. O fluxo de caixa mensal se
transformará em semanal e este em diário.

Observe no diagrama abaixo quais sãos Informações que compõem o fluxo de


caixa

54
2.2.3.3 GERENCIANDO O FLUXO DE CAIXA

 Seja sistemático! Crie o hábito de registrar todo e qualquer movimento


financeiro ocorrido e a ocorrer em sua empresa em determinada data. A
informática pode auxiliá-lo muito, entretanto, a falta de informatização não
deve ser desculpa para não registrar manualmente tais movimentos.
 Na primeira hora de seu dia de trabalho, verifique, analise e registre saldo em
dinheiro no caixa bem como saldos bancários. Muita atenção deve ser
dispensada aos saldos bancários, pois é o seu dinheiro administrado por
terceiros; além de incidir taxas, tarifas e encargos financeiros, pode haver
algum cheque devolvido que você considerava como dinheiro em conta!
 Todos os valores lançados no Fluxo de Caixa devem ser realistas. Para isso é
necessário manter as entradas e saídas sempre atualizadas.
 Ao lançar as saídas, lembre-se que as despesas com energia elétrica, água e
esgoto, impostos municipais, estaduais e federais, assim como aluguéis,
salários, prestação de serviços continuados por terceiros, têm data certa para
serem pagas. Caso contrário, haverá incidência de multas e juros de mora.
Assim, lance essas despesas como previsões e compare-as com as
realizadas na data de ocorrência.

55
 Analise as disponibilidades de caixa, que a data mais oportuna para efetuar
retiradas pessoais (pró-labore).
 A coluna de totalização sempre demonstra o grau de acerto nas previsões.
Quanto mais apurado for seu conhecimento do negócio, mais o previsto se
aproximará do realizado.
 Caso seu negócio sofra influências de temporadas (alta e baixa
sazonalidade), tenha muita atenção com o planejamento de suas despesas a
fim de evitar problemas de insuficiência de caixa.
 Quando o Fluxo de Caixa se torna negativo por longo período consecutivo,
indica que seu capital de giro está comprometido! Neste caso é bom pensar
em promover vendas à vista com descontos, dando ênfase aos produtos mais
parados em seu estoque.
 A previsão do Fluxo de Caixa permite saber antecipadamente de quanto
recurso financeiro você precisará e se pode ser gerado pelas vendas e
recebimentos. Caso não seja suficiente, permitirá que você negocie
alternativas de obtenção de financiamentos com mais critério e segurança e
maiores chances de negociação de taxas.
 Lembre-se que um caixa em nível adequado evita surpresas quando ocorrem
inadimplências em sua empresa.

Modelo de formulário de fluxo de caixa

56
2.3 CONTROLE BANCÁRIO

.
O objetivo da conciliação é corresponder os saldos das contas contábeis de Bancos
Conta-Movimento ou similares, tanto no razão quanto no livro diário, com o

57
demonstrado no respectivo extrato bancário da conta corrente. Evidentemente,
haverá divergências como a dos "Cheques a Compensar", que se darão em função
do intervalo de tempo entre a data da emissão do cheque e a do efetivo saque do
mesmo na conta corrente. Todas as divergências verificadas deverão constar de um
relatório, de quais os erros e ocorrências anormais deverão ser corrigidas (análise
contábil) ou investigadas (auditorias) com urgência.

Com o advento da automação, muitas empresas conseguiram fazer


seus lançamentos nas contas contábeis referentes a movimentação das contas
bancárias de movimento, diretamente por intermédio de uma fita magnética ou
similar fornecida pelo banco. Esse procedimento elimina a reconciliação bancária em
muitos casos, havendo a necessidade de apenas uma revisão contábil periódica.

Existem extratos eletrônicos que facilitam a conciliação bancária e reduzem a


chance de erros quando utilizados por softwares financeiros.

Assim, podemos dizer que É o registro diário de toda a movimentação bancária e do


controle existente, ou seja, os depósitos na conta corrente, bem como todos os
pagamentos feitos por meios bancários e demais valores debitados em conta
(tarifas, juros, conta de energia); Serve para:

 Confrontar os registros da empresa e os lançamentos gerados pelo banco;


 Gerar informações sobre os saldos bancários existentes, inclusive se são
suficientes para pagar os compromissos do dia.

Exemplo

58
2.4 CONTROLE DE VENDAS

Sua principal finalidade é acompanhar as vendas diárias e o total das vendas


acumuladas durante o mês, possibilitando ao empresário tomar providências diárias
para que as metas de vendas sejam alcançadas.

 Pode ser organizado para fornecer as seguintes informações:


 Controlar o total das vendas diárias e os respectivos prazos de recebimentos:
à vista, com 7, 15, 30, 45, 60 dias, etc;
 Totalizar as vendas mensais pelos prazos de recebimentos;

59
 Fornecer dados para conferência de caixa (para certificar se os valores das
vendas à vista foram registrados no caixa);
 Controlar os registros dos valores das vendas a prazo no controle de contas a
receber;
 Dar informações para compras e fluxo de caixa.

EXEMPLO

2.5 CONTROLE DE CONTAS A RECEBER

Realizar uma gestão eficaz das contas a receber é de fundamental importância para
o caixa da empresa. Na gestão de contas a receber, três fatores devem ser
considerados:

Condições de crédito: Estão relacionados à concessão de prazos e aos descontos


que podem ser oferecidos para as vendas à vista. É de fundamental importância
conhecer os prazos médios de recebimentos para determinar o montante de
60
recursos investidos em contas a receber de clientes (duplicatas, cheques pré-
datados, cartões de crédito, etc.)

Padrões e limites de crédito: Estabelecem as exigências para a concessão de


crédito, o perfil da clientela e definem os limites de crédito para cada cliente, visando
minimizar os riscos financeiros.

Controle de contas a receber: Constitui a base de dados que gera diversas


informações para a tomada de decisões no que se refere a políticas de vendas e
concessão de créditos.

Fique de olho!
Verifique as causas para aumento do montante de contas a receber (situação real x
situação ideal projetada). As causas podem ser decorrentes de: Aumento das
vendas (então, a causa não é preocupante); Aumento dos prazos concedidos aos
clientes; Inadimplência dos clientes. O aumento do montante de contas a receber
aumenta a Necessidade de Capital de Giro. Isso pode obrigar a empresa a
recorrer a empréstimos bancários, arcar com despesas financeiras e,
conseqüentemente, reduzir seu lucro.
Analise as causas da inadimplência, principalmente se os valores existentes estão
apertando o caixa ou se as perdas estão reduzindo os lucros:
 Verifique se existem falhas nos procedimentos de cadastros e concessões de
crédito;
 Certifique se os procedimentos de cobrança são eficazes;
 Avalie as possibilidades e as vantagens de orientar as vendas para
recebimentos por meio de duplicatas, cheques pré-datados ou cartão de
crédito.

2.6 CONTROLE DE CONTAS A PAGAR

61
Chegou a hora de honrar os compromissos financeiros. Organize os totais a pagar,
obedecendo seus períodos de vencimento: dia, semana, quinzena, 30, 45, 60 dias,
etc. Mantendo as contas em dia você evita o estresse e ainda adquire uma série de
vantagens:
 Controla o montante dos compromissos já vencidos e não pagos, em casos
de dificuldades;
 Estabelece prioridades de pagamento em caso de dificuldades financeiras;
 Fornece informações para elaboração de fluxo de caixa.

2.7 GESTÃO DE ESTOQUE

O principal objetivo da gestão de estoques consiste em evitar o excesso ou a falta


de suprimentos para produção e vendas, bem como evitar os extravios de estoques.
O excesso de estoques acarreta diversos problemas para a empresa, em termos
tanto de custos (maiores espaços, seguros, cuidados, etc.) quanto de perdas
financeiras (dinheiro parado). Por outro lado, a insuficiência representa problemas
para o processo produtivo (paradas de produção, aumento do tempo de produção,
queda de produtividade) e problemas de vendas (redução de vendas, insatisfação
de clientes, etc.) tudo isso reduz a lucratividade da empresa.

Embora a gestão de estoques seja uma tarefa bastante trabalhosa – tanto pela
variedade de itens comercializados, como ocorre nas empresas varejistas, quanto

62
pela quantidade de informações necessárias à gestão. Alguns controles e
procedimentos simples facilitam essa gestão:
 Controle físico e financeiro de estoques (já mencionado anteriormente);
 Política de compras (mencionada para elaboração do fluxo de caixa);
 Análise comparativa: estoque atual x estoque desejado (já mencionada no
cálculo da necessidade de capital de giro);
 Análise comparativa: estoque atual x valores a pagar aos fornecedores;
 Custo econômico dos estoques excedentes;
 Armazenagem e arrumação adequada dos produtos;

FIQUE DE OLHO!

Para as empresas que têm aperto de caixa e precisam recorrer a bancos para pagar
seus compromissos em dia, a situação desejada é que os estoques sejam
financiados pelos fornecedores, ou seja, o total dos estoques não deve ser maior
que o valor a pagar aos fornecedores. Quando o valor do estoque é financiado pelos
fornecedores, significa que a empresa não precisa de capital de giro para financiar
estoques.

Se o objetivo da empresa é manter os estoques necessários às suas operações


financiadas pelos fornecedores, então, o prazo médio de estocagem deve ser
menor ou igual ao prazo médio de pagamentos aos fornecedores.

Outra informação importante para você aperfeiçoar a gestão de estoques será


avaliar o custo econômico do estoque excedente.

De modo geral, as empresas do comércio varejista trabalham com grande variedade


de produtos. Essa variedade de itens torna a gestão de estoques bastante complexa
e invariavelmente provoca estoque excedente. O valor do estoque excedente
representa a principal causa de estrangulamento financeiro, ou seja, aperto de caixa.
O custo econômico dos estoques excedentes indica quanto a empresa deixa de
ganhar ao manter estoques acima dos níveis desejados.

63
Avalie se, em seu ramo de atividade, é interessante promover uma liquidação de
estoques. Se isso for possível, baixe os preços e faça dinheiro com os produtos que
estão parados no estoque. Essa medida possibilita aumentar as vendas – e o mais
importante – você venderá produtos que não precisam de reposição, ou seja, entrará
dinheiro novo no caixa.

Eis alguns exemplos, citando os principais, de alguns setores/ramos de atividades


em que você pode promover uma liquidação dos estoques parados: alimentos e
bebidas, artigos de vestuário, móveis e artigos de decoração, jóias e relógios,
eletrodomésticos, produtos de higiene e limpeza, presentes e papelaria.

2.8 CAPITAL DE GIRO

Capital de giro significa capital de trabalho, ou seja, o capital necessário para


financiar a continuidade das operações da empresa, como recursos para
financiamento aos clientes (nas vendas a prazo), recursos para manter estoques e
recursos para pagamento aos fornecedores (compras de matéria-prima ou
mercadorias de revenda), pagamento de impostos, salários e demais custos e
despesas operacionais. Podemos observar, conforme o próprio nome indica, que o
capital de giro está relacionado com todas as contas financeiras que giram ou
movimentam o dia-a-dia da empresa, como se fosse o sistema circulatório no corpo
humano. Se o capital de giro está relacionado com as contas financeiras que giram
ou movimentam o dia-a-dia da empresa, podemos concluir que:

64
A interpretação das situações acima nos leva a determinar em quais contas a
empresa precisa aplicar recursos e de que contas a empresa obtém recursos para
financiar o capital de giro.

Um conceito importante para entendimento do capital de giro está relacionado à


Necessidade de Capital de Giro. A Necessidade de Capital de Giro indica o
montante de recursos que a empresa precisa para financiar suas operações, ou
seja, o valor dos recursos que a empresa precisa para que seus compromissos
sejam pagos nos prazos de vencimento. Necessidade de Capital de Giro representa

65
a diferença entre o montante de recursos aplicados em capital de giro (I) menos o
total dos recursos que a empresa consegue para financiar o capital de giro (II)

ATENÇÃO!

Os controles financeiros que você já começou a praticar – controles de contas a


receber, controle de contas a pagar e controle de estoques – fornecerão
informações úteis para uma visão geral da necessidade de capital de giro.

Como calcular a necessidade de capital de giro?

Existem diversos métodos que levam ao mesmo resultado. Por isso, vamos optar
por um método simples e de fácil compreensão, como foi o método adotado pela
Malharia Alfa. A Malharia Alfa é uma confecção de pequeno porte, que produz
diversos artigos para vestuário feminino e mantém estoques para pronto
atendimento aos seus clientes. Nos últimos dois anos, para pagar os compromissos
em dia, a empresa vem tomando empréstimos bancários. Preocupado com tal
situação, o Sr. Fonseca, proprietário da empresa, decidiu levantar a Necessidade
de Capital de Giro da Malharia Alfa. Ele tomou como base os dados dos controles
internos: controles de contas a receber, controle de estoques e controles de contas a
pagar. Os dados levantados pelo Sr. Fonseca foram:

66
Na situação levantada, a Malharia Alfa precisa de R$ 100.500,00 para pagar seus
compromissos em dia, ou seja, a Necessidade de Capital de Giro da Malharia Alfa
é de R$ 100.500,00.

Hora de praticar!
A exemplo do Sr. Fonseca, faça o levantamento da Necessidade de Capital de Giro
da sua empresa/negócio, utilizando as informações: Faça um levantamento
utilizando os seguintes dados:
 Contas a receber de clientes: 500,00
 Estoque de matéria-prima: 2.000,00
 Imposto a pagar: 200,00
 Custo de despesas a pagar: 600,00
 Estoque de produto acabado: 1.800,00
 · Fornecedor a pagar: 3.000,00

67
Fique de olho!

Você poderá pensar: bem, mas minha atividade é comércio varejista, e a empresa
não precisa de matérias-primas nem de produtos acabados. O que a loja tem é
estoque de mercadorias. Nesse caso, basta você utilizar somente as contas de
capital de giro de que a empresa precisa, ou seja: o comércio precisa de capital de
giro para financiar clientes (vendas a prazo) e financiar estoques. Agora, você já tem
dados e informações para cuidar da parte mais importante das finanças da empresa,
que é a gestão do capital de giro.

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO

Nas empresas de pequeno porte cerca de 90% do tempo do gerente financeiro são
dedicados à gestão do capital de giro. De fato, isso se justifica, pois a gestão do
capital de giro é um dos aspectos mais importantes para a saúde financeira da
empresa. Quando a empresa não consegue manter um nível satisfatório de caixa
para honrar seus compromissos por causa do desequilíbrio de capital de giro,
provavelmente ela poderá ser forçada a sair do mercado, principalmente se perder
os créditos junto a fornecedores e bancos.
68
Para garantir o capital de giro necessário ao funcionamento da empresa, o
empresário ou o gerente financeiro dedica grande parte de seu tempo a
administração do caixa (disponibilidades), administração das contas a receber
(provenientes das vendas a prazo), gestão financeira dos estoques, administração
das obrigações a pagar (fornecedores, impostos, empréstimos, despesas
operacionais e outras contas a pagar), além de visitas e negociações com bancos.

Talvez você esteja se perguntando: Minha empresa já tem controles financeiros, tem
controle de estoques, e esses controles geram informações para calcular a
Necessidade de Capital de Giro. Então, eu não estou fazendo a gestão do capital
de giro? Em parte você tem razão, pois esses controles fornecem informações para
a gestão do capital de giro. E, de fato, você está dedicando a maior parte de seu
tempo a essa gestão. Mas todos os dias, as empresas buscam soluções para
melhorar a gestão do capital de giro, porque é por meio desse aperfeiçoamento
contínuo que elas conseguem aumentar os lucros do negócio, principalmente
aquelas empresas que sempre precisam de recursos bancários para equilibrar o
caixa. É muito importante buscar a situação ideal para as operações da empresa,
em termos de prazos de recebimento dos clientes, prazos para manutenção de
estoques e prazos para pagamento de compromissos (pagamento de fornecedores,
impostos e despesas).

Observe alguns reflexos na Necessidade de Capital de Giro – NCG

69
O fluxo de caixa é um dos instrumentos mais eficientes para gestão do capital de
giro. O aperto de caixa, em muitos casos, não significa que a empresa precisa de
novos recursos para financiar a Necessidade de Capital de Giro. Isso pode ser
reflexo de uma série de decisões ou atitudes tomadas anteriormente, como, por
exemplo: estoques excedentes, clientes em atraso, investimentos sem
planejamento, etc. Recorrer a empréstimos ou descontos bancários pode ser uma
maneira bastante fácil para equilibrar o caixa. Mas lembre-se de que essa maneira
fácil de resolver problemas financeiros pode consumir boa parte de seu lucro. Se
esse fato acontecer com freqüência na sua empresa, analise as causas, assim como
fez o Sr. Fonseca: compare a situação real x situação ideal e tome medidas para
corrigir as falhas existentes.

UNIDADE III
DOCUMENTOS E EXPRESSÕES COMERCIAIS
E TRABALHISTAS

3. PESSOA FÍSICA/PESSOA JURÍDICA

Conforme o Dicionário Michaelis, pessoa física é a pessoa natural, isto é, todo


indivíduo (homem ou mulher), desde o nascimento até a morte. A personalidade civil
da pessoa começa do nascimento com vida. A pessoa física é o individuo que o
estado através das leis, assegura os direitos e estabelece algumas obrigações. No

70
sentido jurídico é entendido como pessoa física, o ser humano que é considerado
isoladamente como sujeito que possui direitos.
A pessoa jurídica é coletividade de indivíduos, onde a existência é protegida pela lei,
possui a própria personalidade e é independente dos membros que a constituem,
ela tem obrigações e direitos. Geralmente o tempo que dura uma pessoa jurídica é
bem maior que a vida de uma pessoa. Existe interesse nas sociedades
permanentes, dos quais uma única pessoa, durante a vida toda, não possui
condições de atender.

Uma empresa com seus próprios objetivos e patrimônios podem atender interesses
que serão duradouros e coletivos. Pessoa jurídica é a entidade abstrata com
existência e responsabilidade jurídicas como, por exemplo, uma associação,
empresa, companhia, legalmente autorizadas. Podem ser de direito público (União,
Unidades Federativas, Autarquias etc.), ou de direito privado (empresas, sociedades
simples, associações etc.). Vale dizer ainda que as empresas individuais, para os
efeitos do imposto de renda, são equiparadas às pessoas jurídicas.

3.1 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

Na operação de alienação fiduciária interferem três partes: o vendedor, o


empreendedor do numerário (ou financiador) e o adquirente. O adquirente propõe ao
vendedor a aquisição do bem de seu interesse e este diligencia com o agente de
crédito de modo a obter, para o adquirente, uma linha de financiamento.
Concretizando a operação, o vendedor desaparece totalmente da relação jurídica,
que subsistira entre o financiado ou adquirente e o credor fidejusório. De acordo com
a definição legal (art. 66 da Lei nº 4.728/65) na redação que lhe foi dada pelo
decreto. “a alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e
a posse indireta em coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do
bem tornando-se alienante o devedor em possuidor direto com todas as
responsabilidades e encargos que lhe incubem de acordo com a lei civil e penal” se,
por exemplo, denominada pessoa adquire um veículo em uma revendedora e, por
não dispor do capital necessário para o pagamento do preço pretendido pelo
vendedor, obtém, em estabelecimento de crédito, financiamento capaz de satisfazer
a obrigação, o adquirente original estará alienado fiduciariamente ao bem adquirido
71
sem que ocorra a tradição ao credor, isto é, sem que haja a entrega da coisa
fatidicamente. Uma das categorias que o credor fiduciário de requerer judicialmente
a busca e a apreensão da coisa alienada, comprovada a mora ou a inadimplência do
devedor.

3.2 AVAL

O aval é uma garantia autônoma, prestada pelo avalista no próprio título, mas
desvinculada do que consta no título. Não se confunde com a fiança, que é a
garantia acessória.

Ele é autônomo e de natureza cambial, prestando-se garantir compromisso


assumindo via título cambial.

O aval tem sua vinculação, em termos de aplicabilidade, diretamente ligada à letra


de câmbio. Sua disciplina legal encontra-se nos artigos 14 e 15 do Decreto nº 2.044
de 1908, que define “letra de câmbio é a nota promissória e regula as operações
cambiais”. Todavia, com a crescente demanda das operações bancarias de
desconto de duplicatas, também neste título tornou-se comum o uso do aval.

O aval dá-se pela assinatura de próprio punho do avalista ou seu mandatário,


constituído com poderes especiais, no próprio título (no verso ou no anverso), não
obstante sua natureza autônoma, a simples assinatura do avalista no título é
suficiente para configurar o aval. Não se exige nenhuma outra formalidade.
Tampouco é necessário a aposição de expressão do tipo “por aval” e similares.

3.3 LETRA DE CÂMBIO

A letra de cambio é uma ordem de pagamento à vista ou a prazo e é criada através


de um ato chamado saque. Diferente dos demais títulos de crédito, para a existência
e operacionalização da letra de câmbio são necessárias três situações jurídicas a
saber:

 SACADOR - como sendo aquela parte que faz o saque, oportunidade em que
fica criada a letra de câmbio como documento;
72
 SACADO – representa a parte a quem a ordem é data, ou seja, é quem deve
efetuar o pagamento
 BENEFICIÁRIO - também chamado de tomador, sendo a pessoa que
receberá o pagamento, sendo assim,o beneficiário da ordem.

Diante da descrição das situações jurídicas das partes envolvidas na letra de


câmbio, e sendo o sacador a pessoa que dá a ordem ao sacado para efetuar o
pagamento ao beneficiário, tem-se assim o seguinte exemplo para a redação de
uma letra de câmbio:

“Aos trinta dias do mês de ....................., V.Sa (sacado) pagará por esta única via de
letra de câmbio, a importância de R$.......................... ( ............ ) ao Sr. Fulano de tal
(beneficiário). Local . .. . . . . . , data . . . . . . . . . . . , assinatura . . . . . . . . . . “

É importante observar que não necessariamente as situações jurídicas são


representadas por três pessoas ou partes distintas. Podem ocorrer circunstâncias
em que a mesma pessoa possa esta representando duas situações ao mesmo
tempo.

3.4 CHEQUE

O cheque é uma ordem de pagamento a vista, emitida por pessoas que possui
fundos disponíveis no respectivo estabelecimento bancário (ou, eventualmente,
direito de sacar contra garantia de títulos).

É muito comum ouvirmos expressões tais como “cheque ao portador” (quando não
se consigna o nome do favorecido); “cheque administrativo” (emitido pelo próprio
estabelecimento bancário, por ordem do titular de conta, em favor de terceiro por
este indicado); “cheque cruzado” (que deve ser depositado em conta do favorecido)
etc.
Mas sem dúvida, a mais comum é “cheque pré datado” (ou pós datado” que é a
expressão mais correta), largamente adotado pelo comercio em geral.

73
A consignação da data de emissão do cheque é requisito obrigatório, por previsão
legal.

Todavia, se o cheque tem sua data determinada para oportunidade futura, isto é, se
a data nele consignada diverge daquela em que efetivamente foi emitido, desnatura-
se o caráter de ordem de pagamento a vista. Esta é a figura do cheque pré datado
(por exemplo emissão de um cheque no dia 12.07.12 para que seja apresentado em
12.08.12) nesse caso, o emitente do cheque não esta passando ao banco sacado
uma ordem de pagamento a vista (embora o banco não reconheça tal condição) o
que se verifica nessas hipóteses, é que a desconfiguração da ordem de pagamento
a vista torna o cheque uma promessa de pagamento. Todavia, o banco não se
obriga a reconhecer tal “acordo de cavalheiros”

Aqui reside o risco da prática de emissão de cheque pré datado. A qualquer tempo o
cheque pode ser apresentado e, como legalmente se trata de ordem de pagamento
a vista, se houver provisão o banco o pagará; se não houver o cheque será
devolvido por falta de fundos. Todavia, cabe acrescentar que há decisões judiciais
no sentido de que é obrigatória a observância, pelo beneficiário (aquele que recebe
o cheque), da data futura pactuada entre as partes para a apresentação do cheque,
sob pena inclusive de indenização ao emitente de reparação por dano moral.

3.5 DEBÊNTURES

As debêntures são, fundamentalmente, uma forma de captação de recursos para as


sociedades anônimas (AS).

As empresas, ao se constituírem, são munidas de um capital para com ele iniciarem


suas atividades. Todavia, após entrar em operação pode sobreviver a necessidade
de aumento dos recursos financeiros para ampliação dos negócios, o que levará as
empresas a lançar mão de uma das seguintes alternativas, contratar empréstimos,
aumentar o capital de giro ou emitir debêntures.

74
As debêntures são títulos mobiliários emitidos pela companhia como forma de
captação de recursos da poupança privada. Elas devem ser nominativas e podem
ser objeto de depósito com emissão de certificado. Sua condição de titulo de credito
decorre da atribuição ao seu titular, de direito crédito não eventual. No vencimento
marcado no título as debêntures serão resgatadas pela companhia pagando-se o
valor nominal acrescido das correções e dos juros pactuados, ressalvadas
condições especiais (como conversão em ações de capital da companhia.

3.6 DESCONTO DE DUPLICATAS

O desconto de duplicatas é uma das formas mais comuns de obtenção de capital de


giro pela empresa e consiste basicamente na “compra” a vista de tais títulos pelo
banco com cobrança de despesas bancarias e de juros correspondentes
(geralmente os de mercado para esse tipo de operação)

Caso o devedor (sacado) não quite se débito, a empresa (cedente) e responsável


pelo pagamento do título. Nesse caso, o valor será debitado na conta corrente da
cedente. Portanto, enquanto a duplicata não for quitada, a empresa tem uma
obrigação para com o banco.

3.7 DUPLICATA

A duplicata é um título de crédito emitido pela vendas efetuadas e que corresponde


a fatura, ao aceitar a duplicata o comprador assume o compromisso de resgatá-la na
data estipulada, pelo valor determinado. Pode-se dizer que a duplicata é o
documento que comprova a compra de venda a prazo.

Se o aceite ou comprador não resgatar a duplicata no vencimento ficará sujeito a


cobrança por meio de protesto. A emissão da duplicata é facultativa nos termos do

75
art. 2º da Lei 5.474/68, segundo o qual no ato da emissão da fatura “dela, poderá ser
extraída a duplicata” . Portanto, a duplicata emitida facultativamente, a fatura,
obrigatoriamente. Entretanto se o credor quiser circular o crédito decorrente da
venda a prazo, na condição de efeito comercial deverá emitir a duplicata.

Após emitida a duplicata deverá ser apresentada ao devedor para que ele possa
conferir o valor e demais dados que constam no título, o que configurará a duplicata
como papel indiscutível e exeqüível. O ato pelo qual o comprador na condição de
sacado, apõe sua assinatura no título,isto é no corpo, no contexto da duplicata, o
que manifesta de forma inequívoca sua concordância com o que nela consta, é o
que se denomina “aceite de duplicata” .

3.8 FATURA

De acordo com o caput do artigo 12 da Lei 5.474/68 em todo contrato de compra e


venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro comprazo não
inferior a tinta dias, cantadas da data da entrega ou do despacho da mercadoria o
vendedor extrairá respectiva fatura para apresentação ao comprador.

O mesmo dispositivo no seu § 12, estabelece que a fatura discriminará as


mercadorias vendidas convier ao vendedor ou quando convier indicará os números e
os valores das notas parciais expedidas por ocasião de vendas, despacho ou
entrega das mercadorias, o que significa que podem ser realizados faturamentos ou
entregas parciais no determinado período, originando uma única fatura de venda
mercantil que englobe todos os fornecimentos.

Muitas empresas adotam o sistema de nota fiscal fatura, que simultaneamente


atende a legislação fiscal e a comercial. Inúmeras operações mercantis realizadas
com pagamento postergado são documentadas mediante a emissão de nota fiscal
fatura.

3.9 NOTA FISCAL

76
Nas operações de venda mercantil deve ser emitida a nota fiscal, que é o
documento que relaciona os produtos fornecidos pelo vendedor (emitente) ao
comprador com indicação de quantidade, preço, nome do adquirente, etc., configura
a circulação da mercadoria, e por isso, é o documento de transito por excelência,
vale dizer, nenhuma mercadoria pode sair do estabelecimento vendedor
desacompanhada da correspondente nota fiscal.

Sua emissão é obrigatória nas operações mercantis e os valores nela consignados


servirão de base para determinação das importâncias a serem recolhidas a título de
ICMS e IPI.

Por ser um documento fundamentalmente fiscal é sujeito a inúmeras regras pela


legislação federal e estadual tais como:

 Adequação a modelos e séries definidos na legislação fiscal ( por exemplo,


modelo 1, A-1 , nota de entrada e saída de mercadorias/produtos);
 Autorização para impressão (para confeccionar a nota fiscal a empresa deve
obter prévia autorização da Secretaria Estadual da Fazenda.

A nota fiscal é o documento que atesta simultaneamente a saída de mercadoria do


estabelecimento vendedor e a entrada desta no estabelecimento comprador. No
estabelecimento vendedor a nota é escriturada num livro denominado Livro de
registro de saídas. No estabelecimento comprador, no livro registro de entradas.

Há também a nota fiscal de serviços que, documenta a prestação de serviços


efetuados pela empresa emitente e, que, em geral serve de base de calculo do
imposto sobre serviços (ISS) municipal, devido pela prestadora.

IMPOSTOS

DUPLICATA é um título de crédito que existe quando há um contrato de compra e


venda, ou de qualquer tipo de prestação de serviço.

77
ANUÊNCIA é um ato de consentimento. A carta de anuência geralmente importa na
liberação de determinada obrigação que já foi cumprida. É o caso do
reconhecimento de pagamento de uma dívida com vistas ao cancelamento de um
protesto por cheque devolvido, por exemplo. Impostos são valores pagos, realizados
em moeda nacional (no caso do Brasil em reais), por pessoas físicas e jurídicas
(empresas). O valor é arrecadado pelo Estado (governos municipal, estadual e
federal) e servem para custear os gastos públicos com saúde, segurança, educação,
transporte, cultura, pagamentos de salários de funcionários públicos, etc. O dinheiro
arrecadado com impostos também é usado para investimentos em obras públicas
(hospitais, rodovias, hidrelétricas, portos, universidades, etc). Os impostos incidem
sobre a renda (salários, lucros, ganhos de capital) e patrimônio (terrenos, casas,
carros, etc) das pessoas físicas e jurídicas. O Brasil tem uma das cargas tributárias
mais elevadas do mundo. Atualmente, ela corresponde a, aproximadamente, 37%
do PIB (Produto Interno Bruto)

Quais são os impostos municipais?

 IPTU - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (sobre


terrenos, apartamentos, casas, prédios comerciais)
 ITBI - Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de Direitos
Reais a eles relativos
 ISS imposto sobre serviços

Quais são os impostos estaduais


 ICMS – Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços
 IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (carros, motos,
caminhões)

Quais são os impostos federais

IR – imposto sobre a renda de qualquer natureza. No caso de salários esse imposto


é descontado direto na fonte.

78
IPI – imposto sobre produtos industrializados

IOF – imposto sobre operações financeiras

79
80
10 PLANO DE CONTAS

Dentro de uma visão abrangente, as contas fazem parte de um sistema contábil


cujos objetivos do ponto de vista da Estrutura de uma Entidade Contábil tanto
podem ser internos quanto externos, o que o torna de grande complexidade. O
primeiro passo para que as contas tenham como atender a maioria desses objetivos,
é a de organizá-las em um Plano de Contas (também conhecido como Quadro de
Contas ou Estrutura de Contas). Tendo em vista a estrutura desenvolvida pela lei
societária brasileira, um Plano de contas normalmente é composto de cinco grupos.

 ATIVO - CONTAS DEVEDORAS


 PASSIVO - CONTAS CREDORAS
 DESPESAS - CONTAS DEVEDORAS
 RECEITAS - CONTAS CREDORAS
 APURAÇÃO DE RESULTADO

Estes grupos por sua vez também se dividem em subgrupos, os quais passaremos a
analisar

O ATIVO representa a parte positiva do patrimônio, a fonte de investimentos, as


aplicações de recursos (BENS E DIREITOS).

81
O PASSIVO representa a parte negativa do patrimônio, a fonte de financiamentos,
as origens dos recursos (OBRIGAÇÕES).

COM VENDAS
ADMINISTRATIVAS
DESPESAS: FINANCEIRAS
DESPESAS NÃO OPERACIONAIS

Despesas: todo gasto despendido na manutenção da atividade da empresa.

82
3.11 ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA NORMATIVO

O Banco Central é o principal órgão executivo do CMN funcionando como sua


secretaria executiva. É órgão fiscalizador do mercado financeiro e executor da
política monetária do governo.

A Comissão de Valores Mobiliários – CVM controla e fomenta o mercado de


valores mobiliários, atingindo as instituições financeiras, as companhias de capital
aberto e os investidores.

A Secretaria de Previdência Complementar funciona como secretaria executiva do


Conselho de Gestão e Previdência Complementar.

A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP é o órgão responsável, pelo


controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e
capitalização.

O IRB – Brasil Resseguros regulamenta as atividades de seguros no Brasil.

3.12 ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS

 O Banco do Brasil até janeiro de 1986 assemelhava-se a uma autoridade


monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do
Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável
pela Câmara de Compensação.
 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES é
responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo e
também pela gestão do processo de privatização. É a principal instituição
financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento
econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover o crescimento das
exportações, dentre outras funções.
83
 A Caixa Econômica Federal - CEF caracteriza-se por estar voltada ao
financiamento habitacional e ao saneamento básico, além de controlar as
loterias. É um instrumento governamental de financiamento social.
 Os bancos comerciais e múltiplos são intermediários financeiros que
transferem recursos dos agentes superavitários para os deficitários,
mecanismo esse que acaba por criar moeda através do efeito multiplicador.
Eles podem descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito
simples ou em conta corrente, realizar operações especiais de crédito rural,
de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo,
obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc.
 As Caixas Econômicas Estaduais têm, em círculo mais restrito, as
atribuições da Caixa Econômica Federal. São agentes econômicos que estão
desaparecendo do mercado.
 Os Bancos de Desenvolvimento, cujo principal agente é o já citado BNDES,
são os principais agentes de financiamento do governo federal. Destacam-se
os bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do
Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia (BASA), e o Banco Regional
de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDES).
 Os Bancos de Investimento captam recursos através de emissão de CDB e
RDB. Esses recursos são direcionados a empréstimos e financiamentos
específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de
ações e debêntures. Os Bancos de Investimento não podem destinar
recursos a empreendimentos mobiliários e têm limites para investimentos no
setor estatal.

3.13 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS

 As Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos, as “financeiras”


captam recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de
consumo duráveis aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma
atividade de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais
reservas.

84
 As Sociedades de Arrendamento Mercantil trabalham com operações de
“leasing”, que se trata de locação de bens de forma que, no final do contrato,
o locatário pode renová-lo, adquirir o bem por um valor residencial ou
devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operação
de leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do
período contratual ou de forma antecipada, no início do período. As
Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão
de debêntures, com características de longo prazo.
 As Cooperativas de Crédito equiparam-se às instituições financeiras. As
cooperativas normalmente atuam em setores primários da economia ou são
formadas entre os funcionários das empresas. No setor primário, permitem
uma melhor comercialização dos produtos rurais e criam facilidades para o
escoamento das safras agrícolas para os consumidores. No interior das
empresas em geral, as cooperativas oferecem possibilidades de crédito aos
funcionários, os quais contribuem mensalmente para a sobrevivência e
crescimento da mesma. Todas as operações facultadas às cooperativas são
exclusivas aos cooperados.

3.14 SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO

 As Sociedades de Crédito Imobiliário, ao contrário das Caixas Econômicas,


essas sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre
através de Letras Imobiliárias, depósitos de poupança e repasses de CEF.
Esses recursos são destinados, principalmente, ao financiamento imobiliário
direto ou indireto.
 As Associações de Poupança e Empréstimo são sociedades civis onde os
associados têm direito à participação nos resultados. A captação de recursos
ocorre através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente
financiamento imobiliário.

3.15 INSTITUIÇÕES AUXILIARES

85
 As Bolsas de Valores são entidades físicas, constituídas sob a forma de
associações civis sem fins lucrativos, com responsabilidades e funções de
interesse público. As bolsas operam em três tipos preferenciais de mercado:

 Mercado à vista – Onde a entrega dos títulos do vendedor ao comprador é


efetuada no segundo dia útil após o fechamento do negócio na Bolsa. O
pagamento da ação pelo comprador deve ocorrer no 3º dia útil após a
negociação.
 Mercado a termo – Onde a liquidação das operações ocorre em prazos
diferidos, em geral 30, 60 ou 90 dias. Para operar neste mercado é exigido,
tanto do comprador quanto do vendedor, um depósito de valores como
margem de garantia da operação.
 Mercado de opções – Onde se negocia os direitos de compra ou venda
futura de ações a um preço pré-estabelecido. O comprador de uma opção
de compra de ações, por exemplo, adquire até a data limite de vencimento
da operação o direito de comprar o lote objeto de ações. O comprador de
uma opção de venda, por outro lado, poderá exercer o seu direito de
vender os papéis objetos na data de vencimento da opção. A principal
contribuição deste mercado é a proteção contra o risco (hedge).

 A Bolsa de Mercadorias e de Futuros é a bolsa cujo objetivo é organizar


operacionalizar e desenvolver um mercado de futuros (commodities, taxas de
juros, taxas de câmbio, metais, índice de ações e de conjuntura) livre e
transparente. Mantém as seguintes modalidades de operação: Futuro, opções
sobre o disponível, opções sobre futuro, termo e disponível ou à vista (spot).
 As Sociedades Corretoras são instituições membros das Bolsas de Valores
habilitadas para operar em seus pregões por conta própria e determinadas
por seus clientes, por meio de negociações com títulos e valores mobiliários.
 As Sociedades Distribuidoras têm uma faixa operacional mais restrita do
que as corretoras e não têm acesso às Bolsas de Valores e de Mercadorias.
 Os Agentes Autônomos de Investimento são pessoas físicas, credenciadas
por Bancos de Investimentos, Sociedades de Crédito, Financiamento e
Investimento, Sociedades de Crédito Imobiliário, Sociedades Corretoras e

86
Distribuidoras que exercem atividades por conta e ordem de quem os
credenciou.

3.16 INSTITUIÇÕES NÃO FINANCEIRAS

 As Sociedades de Fomento Comercial são conhecidas como “factoring”, e


operam na venda de um direito de crédito, feita diretamente pelo detentor
deste crédito (o sacador) a uma instituição compradora (o factor). Esta
fornece os recursos ao sacador, mediante um deságio sobre o valor de face
deste direito de crédito, que pode ser, por exemplo, uma duplicata ou cheque.
 As Seguradoras operam o sistema de seguros do país e são regidas pelo
Decreto-Lei nº. 73 de 21/11/66 e suas alterações posteriores. Não estão
sujeitas à falência nem podem impetrar concordata além de não poderem
explorar qualquer outro ramo de comércio ou indústria.
 As Sociedades de Capitalização são sociedades mercantis cujo objetivo é
fornecer ao público, de acordo com planos aprovados pelo Governo Federal,
a constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada
plano. Este capital é pago em moeda corrente num prazo máximo indicado no
mesmo plano, à pessoa que possuir um título, segundo cláusulas e regras
aprovadas e mencionadas nos próprios títulos. DL 261, de 28.2.1967.
 As Agências de Fomento ou Desenvolvimento são constituídas e
funcionam sob as regras da Resolução nº. 2.828 de 30/03/2001. Realizam
operações de financiamento de capital fixo e de giro associados a projetos na
unidade da federação onde tenha sede. Prestam garantias e serviço de
consultoria e ainda administram fundos de desenvolvimento, observando o
disposto no Art. 35 da LC 101 de 04/05/2000.
 As Administradoras de Cartão não são empresas financeiras, e sim
empresas prestadoras de serviços, que fazem a intermediação entre os
portadores de cartões, os estabelecimentos afiliados, as bandeiras (Visa,
Mastercard, etc.) e as instituições financeiras.
 Os Consórcios. A atividade de consórcio é uma invenção brasileira, hoje
difundida no mundo inteiro. Diversos são os instrumentos legais de
regulamentação da atividade. A Circular nº. 3.070 e seus regulamentos
estabelecem as regras e condições para a concessão de autorização para
87
administrar grupos de consórcios e outros aspectos societários relacionados
ao assunto.
 Os Fundos Mútuos de Investimentos são constituídos sob a forma de
condomínio aberto ou fechado e representam a reunião de recursos de
poupança, destinados à aplicação em carteira diversificada de títulos e/ou
valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos seus condôminos a
valorização de cotas, a um custo global mais baixo, ao mesmo tempo em que
tais recursos se constituem em fonte de recursos para investimento em
capital permanente das empresas.
 As Empresas Abertas ou Fechadas de Previdência Complementar são
instituições restritas a determinado grupo contribuintes ou não, com o objetivo
de valorização de seu patrimônio, para garantir a complementação da
aposentadoria e, por esta razão, orientadas a aplicar parte de suas reservas
técnicas no mercado financeiro e de capitais.

Acreditamos que, após praticar os controles e os instrumentos sugeridos neste


manual, você se encontre preparado para TRABALHAR de forma eficaz as finanças
de uma empresa de. Mas as empresas são dinâmicas, a área financeira é ampla e,
à medida que o negócio for crescendo, as decisões tornam-se mais complexas.
Então, assim que você estiver dominando os procedimentos para as projeções do
fluxo de caixa e apuração de resultados, comece a ampliar os prazos dessas
projeções. Quando conseguir projeções confiáveis para um período de 12 meses,
você perceberá que as decisões de médio prazo ficam mais seguras, uma vez que
você já consegue avaliar os impactos de suas decisões em um horizonte maior. Mas
chegará o momento em que outros instrumentos de gestão serão necessários.

Por exemplo, se você pretende contratar um financiamento de longo prazo (cinco


anos para pagamento) para expansão de suas atividades, a empresa precisa de um
planejamento de longo prazo, como um plano de negócio para avaliar a viabilidade
da expansão e o custo/benefício de tal decisão. Além disso, para obter
financiamento, é provável que o agente financeiro solicite-lhe diversos
demonstrativos financeiros e faça perguntas sobre o patrimônio líquido da empresa,
88
e o grau de endividamento, e peça outros indicadores que você ainda não tem
praticado.

E, para continuar no mercado, esteja sempre atento às constantes mudanças no


âmbito dos negócios. A propósito, a palavra negócio vêm da antiga civilização grega
e significa “NEGO O ÓCIO”.

ENTÃO, MÃOS A OBRA!

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REFERÊNCIAS

AVILA, C. A. Contabilidade Básica. Curitiba: Livro técnico, 2010

CAUTHEIR, F. A. O; MACEDO, M.; LABIAK Empreendimentos. Curitiba: Livro


técnico, 2010

CHIAVENATO I. Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: Makron


Books; 1998.

COSTA, E. S. gestão de pessoas. Curitiba: Editora Livro Técnico, 2010

MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à


revolução digital. São Paulo: Atlas, 2004.

SOARES. D. Curso de assistente administrativo (apostila). Disponível em:


<http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/apostila-de-um-curso
de assistente-administrativo>. Acesso em 12 de dezembro de 2011.

VASCONCELLOS, M. A. S; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. São


Paulo: Saraiva, 2005.

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