Patrimonio de Acari - Hélio Ramos
Patrimonio de Acari - Hélio Ramos
Patrimonio de Acari - Hélio Ramos
DOADORES - VOL I
AUTOR: HÉLIO RAMOS
1
Livro de Freitas. Registro de um auto do Acari pertencente ao Capitão Antônio Garcia de Sa Barroso
e a Felipe de Moura a requerimento dos mesmos feita no ano de 1769. Sítio do Acari, ribeira do Seridó,
termo da Cidade do Natal e Capitania do Rio Grande do Norte, 1769. (Manuscrito);
Em Nome de Deus amém, saibam quando este público instrumento de escritura de doação e
patrimônio ou como para sua validade melhor nome e lugar haja, que sendo no ano de Nosso
Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e trinta e sete aos três dias do mês de setembro do dito
ano neste riacho Salgado, da Ribeira do Seridó, termo da cidade de Natal, capitania do Rio
Grande do Norte, em um rancho onde estava o juiz ordinário o Sargento-Mor Manoel de
Castro Rocha, comigo tabelião adiante nomeado, apareceu ali o Sargento Mor Manoel
Esteves de Andrade, pessoa que reconhece pela própria do que se trata, e por ele me foi dito
em presença das testemunhas adiante nomeadas e assinadas que ele era Senhor e possuidor
de três léguas de terra de criar gado, nesta mesma Ribeira, em Sítio chamado São Pedro, das
quais ditas as três léguas dava e doava para patrimônio de se haver de fazer a Capela de
Nossa Senhora da Guia em Sítio do Acari, dava, nas suas três léguas, meia légua delas pelo
Riacho acima que da parte do sul parte com terra dos herdeiros de João Coelho de Araújo e
para a parte do norte com terras dele dito doador ficando de dentro da dita meia légua
doada a dita senhora a cacimba do Olho d'água do Saco e sendo caso que em algum tempo
se meça se pegar se pegarem a dita medição no dito o Olho d'Água correndo pelo dito rio
acima e que sendo caso que senão faça a dita capela da dita senhora não terá efeito a dita
dádiva desta doação, que se carecendo dela outra vez a dita terra a dita Senhora, de sua livre
vontade e sem constrangimento algum e que do dito rendimento da dita terra poderiam os
procuradores da dita Capela procurarem para aumento da dita capela e que se obrigava a
fazer boa e depois esta dita doação e patrimônio para se faça a dita Capela de Nossa
Senhora da Guia da dita meia légua da terra de criar gado em a dita paragem do Riacho do
Saco com a declaração de que sendo caso que se meça a dita terra para a dita senhora se
fará pião no dito olho D'água ou cacimba me sendo aumentada pelo Riacho acima e a
metade pelo dito Riacho abaixo fazer se obrigava a fazer bons e [..], a dita meia légua de
terras a dita senhora por sua pessoa e bens móveis e de raiz, havidos e [...] haver e, os mais
bens parado deles para em tempo algum lhe não serem pedidos e nem repartidos a dita meia
légua de terras doava a dita a senhora para patrimonio da dita capela por si, nem por seus
herdeiros de que aforava de juízo de seu foro, leis, liberdades e isenções e dotado o mais [sic]
privilégio que em seu favor alegar possa porque de nada queria usar se não te manter e dar
cumprimento a esta escritura com nela se contém e de quem mandou fazer esse instrumento
nesta nota, em que assinou eu tabelião como pessoa pública estipulei e aceitei em nome de
quem ausente o for desta tocar possa, sendo a tudo presente por testemunhos Reverendo
Padre Francisco de Barros Bezerra e o tenente coronel Alexandre Rodrigues da Cruz, e
Gregório Carvalho de Deus, que também assinaram, pessoas que reconhecem ao outorgante
e doador, e o dito as testemunhas, e todos de mim Tabelião reconhecido pelas mesmas de que
se tratavão e este instrumento fiz distribuído por bilhete do distribuidor do juiz Luiz Alves
Tavares e eu Roberto de Sá // Manoel Esteves de Andrade // Francisco de Barros Bezerra //
Alexandre Rodrigues da Cruz // Gregório Carvalho de Deus// E não se continha mais em dita
escritura que eu, Manoel de Melo de Albuquerque tabelião público judicial e notas nesta
cidade de Natal capitania do Rio Grande, por Sua Majestade que Deus guarde aqui traslados
bem e fielmente da própria escritura que aches feita na notas pelo Tabelião Roberto de Sá
Bezerra a que me reporto e vais[sic] na verdade sem cousa que dúvida faça a dar se lhe
inteira [..] em juizo ou fora dele com o qual este translado [...] comigo próprio Tabelião que
o escrevi e assinei do meu sinal público e rito costumado de que uso aos dez de de fevereiro
de mil setecentos de mil setecentos anos e cinquenta anos // Em fé e testemunho de verdade,
Manoel de Melo e Albuquerque // Concertado comigo próprio próprio Tabelião Manoel de
Melo de Albuquerque // E tinha sinal público2 (transcrição Hélio Ramos, em
07/06/2024).
2
Livro de Freitas. Registro do auto de demarcação de meia Legoa de Comprido e uma de Largo no
posso e Cacimba do Saco da Ribeira do Sérido, de Nossa Senhora da Guia da Capela do Acarí. 1769
da capela, mas não foi o doador das terras onde a capela, hoje igreja, encontra-se
assentada. Infelizmente, não foi possível identificar o doador, se o Capitão Antônio
Garcia de Sá Barroso ou o seu sogro, o capitão Alexandre Rodrigues da Cruz, porém
o primeiro cedeu 600 braças de terras, correspondendo a um quarto da légua e meia
do sitio Acari e se tornou procurador do patrimônio de Nossa Senhora da Guia quando
o Sargento-mor Manuel Esteves ainda era vivo, em 1769.
Outras doações surgiram no transcurso dos anos. Em 16 de Março de 1802,
Francisco Pereira da Cruz e seu irmão Antônio José Pereira, sobrinhos dos
Sargento-mor Manuel Esteves, doaram mais de uma légua de terras, denominada
Pinga Água, fazendo extremas no marco que se acha na Pedra do Machado, buscando
a parte do norte até a Serra da Cabeceira do Pingão, com todas as águas que correrem
da dita serra para o Riacho do Pingoá e da largura até o dos Marcos que se acham da
parte do Acari cuja doação faziam para patrimônio da Capela de Nossa Senhora da
Guia do Acari.