Maquinas Electricas

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1.

Introdução

No âmbito da cadeira temático em Tecnologia Eletrotécnica de Manutenção, foi


proposto a realização de um projeto que tem como principal objetivo o estudo de duas
m´maquinas elétricas: um motor de indução trifásico e um transformador
monofásico.

Assim sendo, o trabalho encontra-se dividido em duas partes principais: O estudo do


motor trifásico serão dados a conhecer aspetos como resistência nos enrolamentos, as
potencias absorvidas e de perdas, temperaturas de serviço, deslizamento, entre outros.
Na segunda parte, dedicada ao estudo do transformador monofásico, onde ser˜ao
conhecidos v´arios parˆametros do transformador, tais como: polaridade, resistˆencia
dos enrolamentos, circuito equivalente, constante de temperatura, rendimento com
diferentes cargas, entre outros.

Durante estas mesmas partes tamb´em ser˜ao dados a conhecer quer os princ´ıpios b
´asicos de um transformador, bem como os princ´ıpios b´asicos de um motor trif´asico.
Al´em destes princ´ıpios, tamb´em ser˜ao dados a conhecer os ensaios que foram necess
´arios para conhecer as principais caracter´ısticas das m´aquinas alvo de estudo.

Objectivo Geral

 Conhecer os princípios básicos dos teste e ensaios dos transformadores e


máquinas rotativas que embasem a teoria discutida na cadeira de máquinas
elétricas

Objectivos Especifico

 Descrever as caracter´ısticas nominais das m´aquinas efetuando ensaios em


vazio, em curto-circuito, rotor bloqueado e em plena carga dos motores de
indução;
 Descrever ensaios em vazio, curto circuito, isolação, relação de espiras e
determinação de rendimento em transformadores
MAQUINAS ELECTRICAS: Testes e Ensaios

2. Definições das Máquinas Elétricas

Máquinas elétricas são dispositivos que fazem conversão eletromecânica de energia. O


equipamento que converte energia elétrica (relacionada com tensão e corrente) em
energia mecânica (torque, rotação) é denominado MOTOR ELÉTRICO. Ao contrário, a
máquina que converte energia mecânica em energia elétrica é chamada de GERADOR
ELÉTRICO. As máquinas elétricas são reversíveis, isto é, podem operar como motor ou
gerador, como ilustra a Figura 1.

Conversão eletromecânica de energia

2.1. Principais Tipos de Máquinas Elétricas


 Máquina Síncrona: Não possui torque de partida, portanto é usada
normalmente como gerador. Apresenta velocidade constante, para freqüência
constante. O sistema de excitação, geralmente montado no rotor, requer
alimentação em corrente contínua. Pode ser usada para corrigir fator de potência
no sistema elétrico quando opera na região de sobre-excitação. É um
equipamento de alto custo e sujeito a manutenção periódica.
 Máquina de Corrente Contínua: Possibilita grande variação de velocidade,
com comando muito simples. Também requer fonte de corrente contínua para
alimentação do circuito de excitação, que geralmente é montado no estator.
Utiliza escovas e comutador, resultando em altos custos construtivos e com
manutenção. Opera muito bem como gerador ou como motor.
 Máquina de Indução: Opera normalmente como motor e pode ser trifásica ou
monofásica (bifásica). Possui torque de partida, que no caso monofásico é obtido
por artifícios especiais. Dispensa fonte CC, sendo robusta, versátil e de baixo
custo. É encontrada tanto em grandes potências quanto para potências
fracionárias. Como não utiliza escovas, requer pouca manutenção.
3. Testes e Ensaios de Motor de Indução

Com a finalidade de obter os parâmetros do circuito equivalente do motor de indução


trifásico, três testes devem ser realizados:

3.1. Teste com Motor a Vazio

O MIT deve ser ligado a uma rede elétrica trifásica balanceada e deve girar a vazio, ou
seja, sem cargas mecânicas acopladas em seu eixo. Os seguintes dados poderão ser
extraídos deste teste:

 V 0 , tensão aplicada ao motor (nominal), característica da rede elétrica local;

 I 0, corrente absorvida da rede, por fase;

 I 0 , potência ativa trifásica;


3.2. Teste com o Rotor Bloqueado

Para que o ensaio represente bem as condições nominais em motores de potência


superior a 25 cv, utiliza-se para o ensaio de rotor bloqueado, freqüência de 15 Hz
(recomendação da AIEE, American Institute of Electrical Engineers). No teste, os
seguintes valores são medidos:

V B, tensão reduzida aplicada ao motor,por fase;

I B , corrente absorvida da rede (nominal);

PB , potência ativa trifásica;

3.3. Medição da resistência dos enrolamentos do estator

Este procedimento pode ser realizado através de um equipamento apropriado, como por
exemplo uma ponte de Wheatstone, ou através da aplicação de uma de uma tensão e
medindo-se a corrente, em seguida aplicando-se a lei de Ohm ou utilizo-se o m´etodo do
ohm´ımetro. Este parâmetro é importante para o cálculo das perdas joulicas nestes
enrolamentos.

Para o motor apenas se utilizou o m´etodo do ohm´ımetro, na medi¸c˜ao de resistˆencia


considerou-se o modelo de enrolamentos em estrela, como mostra a figura.

Modelo em estrela dos enrolamentos

Os valores encontram-se na tabela

RUV RUW RVW Media


2 p=2 93.1 93.7 94.3 93.70
2 p=4 93.2 94.0 93.4 93.53
Valores medidos das resistˆencias estat´oricas em Ohm

Por se considerar o modelo em estrela a medi¸c˜ao corresponde `a resistˆencia de dois


enrolamentos.

3.4. Ensaio em vazio

Neste ensaio aplica-se a tensão nominal nos enrolamentos do estator, deixando a


máquina girar sem carga. Após um tempo suficiente para a lubrificação dos mancais é
feita a medida de potência e corrente no motor. O esquema de ligação deste ensaio é
mostrado na figura abaixo.
Esquema de ligação

P03 θ=W 1 +W 2

V 0 Nominal

I 0 Corrente de linha do motor a vazio

Estando a máquina a vazio, a velocidade do rotor é muito próxima da velocidade


síncrona, o que nos permite afirmar que as correntes do rotor são muito pequenas, com
isso neste ensaio podemos desprezar as perdas no cobre do rotor. Não havendo carga
acoplada ao motor, toda a potência ativa entrega à máquina é utilizada para vencer o
atrito dos mancais e acionar o ventilador acoplado ao eixo e ainda uma parte é dissipada
nos enrolamentos do estator e outra com o aquecimento do núcleo ferromagnético O
diagrama de fluxo de potência para este ensaio pode ser visto abaixo:

Sabendo a priori o valor da resistência do estator, é possível calcular Pce. Devido a


corrente a vazio. Subtraindo-se a potência medida no ensaio desta perda, chega-se então
à soma das perdas rotacionais com as perdas no núcleo, na condição da máquina
operando com tensão nominal é velocidade próxima da velocidade síncrona.

3.5. Ensaio com bloqueio do rotor (cc)

Bloqueia-se o rotor da máquina e aplica-se uma tensão reduzida até que a corrente atinja
o valor nominal. É feita então a medição de tensão (Vrt), corrente (Irt) e potência (Prt).

Prt 3 θ=W 1+W 2

V rt tensão de rotor travado

Lrt corrente nominal de linha do motor

Como pode-se constatar, a tensão aplicada ao motor neste ensaio (Vrt) tem um valor
muito menor que a tensão nominal, o que nos permite concluir que as perdas no núcleo
podem ser desprezadas, já que as mesmas dependem do quadrado da tensão. Por outro
lado, estando o rotor bloqueado, não existem as perdas rotacionais, logo toda potência
entregue à máquina é dissipada por efeito joule nos enrolamentos do rotor e do estator,
pois os mesmos operam com seus valores nominais de corrente. O diagrama de fluxo de
potência deste ensaio pode ser visto abaixo:

Sabendo a priori o valor da resistência do estator, é possível calcular Pce, devido a


corrente nominal. Subtraindo-se a potência medida no ensaio desta perda calculada,
chega-se então à perda nos enrolamentos do rotor quando circula corrente nominal.

3.6. Ensaio em carga


O ensaio em carga com o motor é acoplado a carga como mostra na figura, com um
valor de 0.5Nm, o motor ligou-se nas duas velocidades dispon´ıveis obtendo-se os
valores da tabela 11 atrav´es do m´etodo dos 3 wattimetros.

3.7. Ensaio de temperatura

Realizou-se um ensaio de temperatura com o motor a funcionar em vazio, recolhendo-se


valores de temperatura igualmente espa¸cados no tempo, resultando o gr´afico da figura.

4. Transformador monof´asico

Um transformador ´e uma m´aquina el´etrica que tem como principais fun¸c˜oes a


transforma¸c˜ao de correntes ou tens˜oes, ou de modificar valores de impedˆancias em
circuitos el´etricos. Funcionam por indu¸c˜ao de corrente, segundo as leis de
eletromagnetismo, onde ´e afirmado, que ´e poss´ıvel criar uma corrente el´etrica num
circuito quando submetido a um campo magn´etico vari´avel, sendo esta a raz˜ao destas
m´aquinas apenas funcionarem em corrente alternada. Um transformador ´e composto
principalmente por dois componentes: enrolamentos, um conjunto de bobinas
geralmente feitas em cobre; E n´ucleo, feito a partir dum material ferromagn´etico.

Testes e Ensaios para determinação dos Parâmetros de um transformador monofásico

Polaridade do transformador

Para determinar a polaridade dos enrolamentos do transformador, e sugere os m´etodos


de determina¸c˜ao da polaridade dos enrolamentos em transformadores monof´asicos
por:

I. Impulso indutivo;
II. Tens˜ao alternada;
III. Compara¸c˜ao;
IV. Ratio Bridge

Resistˆencia dos enrolamentos

Para determinar a resistˆencia el´etrica dos enrolamentos, sugere alguns m´etodos para
determina¸c˜ao de resistˆencias. Os m´etodos seguidos foram:

 Ohm´ımetro;
 Volt´ımetro-Amper´ımetro;

Ensaio a vazio

Permite estimar os parâmetros do ramo de magnetização do transformador, o teste é


realizado com o transformador a vazio (sem carga), alimenta-se um dos lados do
transformador com tensão nominal, porque tipicamente é realizado no lado de baixa
tensão do transformador. Nesse caso, são medidas a corrente, a tensão e a potência
ativa.
Os cálculo dos parâmetros a partir das medições são os seguintes equação:

A partir dos valores de tens˜ao e corrente no ensaio em vazio, calcula-se em

V
|Z 1|= I 1
1

Resistˆencia do ferro Representa as perdas no ferro e ´e calculada da seguinte forma:


2
Z1
R fe=
P0

E poss´ıvel determinar a reatˆancia de magnetiza¸c˜ao atrav´es da express˜ao:

2
V1
X μ=
Q0

Ensaio de curto-circuito

Permite estimar os parâmetros restantes do transformador, o teste é realizado com um


dos lados do transformador em curto-circuito,aplica-se uma tensão reduzida que faça
circular a corrente nominal, tipicamente é realizado no lado de alta tensão do
transformador. São medidas a corrente, a tensão e a potência ativa.
Aproximação para estimativa dos parâmetros, assume-se que a corrente de
magnetização é pequena, a aproximação razoável de tensão de curto circuito menor que
7 % da tensão nominal.

Os cálculo dos parâmetros a partir das medições:

Para obter os valores de corrente nominais no prim´ario e secund´ario, ´e necess´ario


aplicar ao prim´ario uma tens˜ao

Com os valores obtidos no ensaio em curto-circuito ´e poss´ıvel obter o valor da


resistˆencia equivalente do transformador em curto-circuito.

Pcc
R fe= 2
I 1

A semelhan¸ca do c´alculo da resistˆencia de curto-circuito, ´e tamb´em poss´ıvel


determinar a ` reatˆancia de curto-circuito. A partir dos valores de potˆencia reativa e de
corrente obt´em-se:

Q cc
X cc = 2
I 1

Conclusão

Este trabalho consistiu no estudo de duas m´aquinas el´etricas de uso comum, motor de
indu¸c˜ao trif´asico e o o transformador monof´asico.

O motor de indu¸c˜ao trif´asico estudado foi construido para fins did´aticos,


apresentando defeitos na sua constru¸c˜ao que se traduzem em fracos rendimentos e
consumos por fase desequilibrados. Este facto poder´a tamb´em ser explicado por curto-
circuitos dos enrolamentos causados pelo sobreaquecimento do motor.
Por sua vez, o transformador usual apresentou-se v´arios parâmetros para determinação
de testes e ensaios, para conhecer as suas caracter´ısticas, tais como polaridade,
parˆametros do circuito equivalente e constante tempo t´ermica.

Atrav´es dos ensaios efetuados em ambas as m´aquinas, foi poss´ıvel determinar os seus
parˆametros e estudar o seu funcionamento. Devido `a utiliza¸c˜ao de modelos
equivalentes aproximados, os resultados obtidos poder˜ao n˜ao ser precisos.

Referências Bibliográficas

[1] FITZGERALD, A. E. et al., Máquinas Elétricas com Introdução à Eletrônica de


Potência

[2] KOSOW, I.L. - , 6ª edição, Bookman, 2006. Máquinas Elétricas e Transformadores

[10] CEFET-MG, Máquinas Elétricas e Equipamentos [11] Capítulo IX - , 2007.


Motores Elétricos [12] Capítulo II - , Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá,
UNESP. Máquinas de Indução [13] Capítulo VII – , Pontifícia Universidade Católica.

[1] IEEE, “Standard test code for dry-type distribution and power transformers,” 2011.
Revision of IEEE Std C57.12.91-2001.

[2] IEEE, “Standard test code for resistance measurement,” 1978. Revision of IEEE
Std118- 1949.

3] A. S´a, “Apontamentos de m´aquinas el´etricas,” 2012/2013.

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