10 - Doutorado ENVELHECIMENTO e Outros
10 - Doutorado ENVELHECIMENTO e Outros
10 - Doutorado ENVELHECIMENTO e Outros
De 17 a 19 de outubro de 2016
DOUTORADO
Aluno Trabalho
I
Aluno Trabalho
II
Aluno Trabalho
A ELEGIA DO OESTE: : UMA ANÁLISE DO
EXPANSIONISMO ESTADUNIDENSE A PARTIR DO
CÉSAR HENRIQUE GUAZZELLI E
CONCEITO DE FRONTEIRA NA HISTORIOGRAFIA DOS
SOUSA
ESTADOS UNIDOS ¿ 1893-1950
III
Aluno Trabalho
CONHECIMENTO E TREINAMENTO PROFISSIONAL NA
ERIKSON CUSTODIO ALCÂNTARA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM OLHAR PARA A
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE
FABIANA VAZ TOSTA NANOEMULSÕES PARA ENCAPSULAÇÃO DE UM ATIVO
COSMÉTICO
IV
Aluno Trabalho
Identificação de novos fármacos antimaláricos através
JULIANA RODRIGUES da estratégia de genômica comparativa por
reposicionamento
V
Aluno Trabalho
CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL E
TEORIA DO ENSINO DESENVOLVIMENTAL PARA O
MARA CRISTINA DE SYLVIO
ENSINO DE LEITURA E ESCRITA NOS ANOS INICIAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL
VI
Aluno Trabalho
Desenvolvimento e Caracterização de Nanoemulsão de
PERCÍLIA DE ANDRADE LUCENA Àcido Alfa-Lipóico recoberta com Ácido Hialurônico
Direcionada aos Queratinócitos
VII
Aluno Trabalho
VIII
Aluno Trabalho
IX
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2665 - 2668
Acácia Gonçalves Ferreira Leal1, Vitor Alves Marques2, Gabriela Teles3, Fagner
Justificativa
2665
presente momento têm apontado a cafeína como um possível agente ergogênico em exercícios
dessa natureza (ALTIMARI et al., 2010; BRUNETTO; RIBEIRO; FAYH, 2010).
Objetivos
Métodos
Participaram do estudo nove indivíduos adultos ativos com 33,5 ± 8,19 anos de idade e
1,67 ± 0,07 m de altura, e peso 70,17 ± 14,08, sendo três homens e seis mulheres. O estudo foi
realizado em duas fases, sendo a primeira com o consumo de 250mg de cafeína e a segunda sem.
Na primeira fase, os indivíduos foram submetidos a avaliação corporal por meio de
antropometria, bioimpedância elétrica e pressão arterial. A aptidão cardiorrespiratória foi
avaliada através do Teste de Esforço Cardiorespiratório (TECR), realizado em esteira rolante
(Centurion 200, Micromed, Brasília, Brasil), acoplado a um analisador de gases (Cortex,
Metalyser II, Roma, Itália). A variável analisada
foi 𝑉̇ O2máx (consumo máximo de oxigênio). O protocolo utilizado foi o de Rampa de 12
minutos, com aquecimento inicial de 2 min à 5 km/h. Após o aquecimento, a cada 30
Resultados e Discussão
2666
Parâmetros Grupo sem cafeína Grupo com cafeína
Valor de p
(Média±desvio padrão) (Média±desvio padrão)
PAS¹ (mmHg) 108,00±12,44 116,14±6,64 0,152
PAD¹ (mmHg) 73,86±16,23 74,29±6,07 0,949
PAS² (mmHg) 120,00±22,96 138,00±19,70 0,048*
PAD² (mmHg) 68,86±16,478 78,29±8,54 0,204
𝑉̇ O2máx (ml/min) 2265,71±970,311 2222,71±833,42 0,931
FC (bpm) 168,14±22,23 174,86±15,89 0,528
PAS – Pressão Arterial Sistólica; PAD – Pressão Arterial Diastólica; ¹ momento antes do TECR; ²
momento
após o TECR; 𝑉̇ O2máx – Consumo Máximo de Oxigênio inalado durante o TECR; FC – Frequência
Cardíaca.
* Valores de p (p<0,05) obtidos pelo Teste T para amostras independentes;
Embora alguns estudos tenham mostrado que a ingestão aguda de cafeína melhora o
desempenho anaeróbio, sua real efetividade em estímulos de alta intensidade e curta duração ainda é
controversa (CARDOSO et al., 2013). As teorias que têm tentado explicar o efeito ergogênico da
cafeína durante o exercício físico anaeróbio está relacionada ao efeito da cafeína em alguma porção
do sistema nervoso central (SNC), e a propagação dos sinais neurais entre o cérebro e a junção
neuromuscular, e também ao efeito da cafeína sobre o músculo esquelético, facilitando a estimulação-
contração do músculo esquelético. Alguns estudos têm indicado aumento da força muscular
acompanhado de maior resistência à instalação do processo de fadiga muscular após a ingestão de
cafeína. Sugere-se que isso ocorra muito mais pela ação direta da cafeína no SNC do que pela sua
ação em nível periférico (ALTIMARI et al., 2006; DAVIS e GREEN, 2009; ALTIMARI, 2010).
Conclusão
2667
Referências
LISBÔA, F. D. Efeito da ingestão de cafeína no desempenho em corrida de 200 metros rasos. Motriz,
Rio Claro, v.19 n.2, p.298-305, abr./jun. 2013.
DAVIS, J. K.; GREEN, J. M. Caffeine and anaerobic performance: ergogenic value and mechanisms
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GUERRA, R. O.; BERNARDO, G. C.; GUTIERREZ, C.
2668
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2669 - 2673
ENVELHECIMENTO:UMAABORDAGEMAPARTIRDESUASRELAÇÕES
COMOTRABALHO
AdrianeGeraldaAlvesdoNascimentoCÉZAR
RevalinoAntôniodeFREITAS(Orientador)
ProgramadePós-GraduaçãoemSociologia
FaculdadedeCiênciasSociais/UniversidadeFederaldeGoiás(UFG)E-mail:
adriane400@hotmail.com
E-mail:rafreitas@ufg.br
Órgãofinanciador:FAPEG
Palavras-Chave:envelhecimento,trabalho,flexibilização,implicações
Justificativa
Opresentetrabalhocorrespondeaumapesquisabibliográficaquepermeia atemática
do envelhecimento e de suas implicações nas relações de trabalho. Estareflexão,fazparte
dos estudos, que está sendo desenvolvido, por meio do programa de Pós-Graduação em
SociologiadaUFG,peloqualestouvinculadacomodiscentedodoutorado.
Oestudo do tema se justifica pela importância crescente do envelhecimento como
objetodeinvestigaçãoemváriasáreasdoconhecimentoedabuscade entendê-lo,paraalém
deumprocessoligadoaoaspectobiológico,mastambémcomoumprocessocomimportantes
implicações sociais. Nesse contexto, o envelhecimento também se constitui, em uma
problemáticasocial,quetemsetornadocadavezmaisemergenteequepodesercaracterizada
pordiversosolhares.
Pode estar atrelado pela diminuição dos papéis sociais, isolamento social,
minimizaçãodediversasexpectativasdevidaocasionadaspeloavançodaidade,bemcomopelo
“abandono”daforçaprodutiva,focodoobjetivodes etrabalho. Teixeira(2009,p.64)aponta
que“éaclas etrabalhadoraaprópriaprotagonistada tragédianoenvelhecimento”.Sobes a
perspectiva,aautoraconsideraaimpossibilidadedereproduçãosocialedeumavidacheiade
sentido, emfunçãodo tempodevidae dadepreciaçãonatural de suacapacidadede labor,
vivenciadapelosidosos.
Outra justificativa está associada ao contexto do envelhecimento enquanto
característica de uma geração em emergência. Pesquisas comprovamque a nívelmundial,
a expectativa de vida vem sofrendomodificações ao longo dos anos e isso traz reflexos
consideráveisparaumasociedade. DeacordocomoFundo dePopulaçãodasNaçõesUnidas
(UNFPA), em 2050, 80% das pessoas mais velhas do mundo viverão em países em
desenvolvimento,sendoque,apopulaçãocommaisde60anosdeidadeserámaiordoquea
populaçãocommenosde15.Deacordo com
1
2669
os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2009) a dinâmica
demográfica brasileira vem apresentando uma diminuição no ritmo de crescimento
populacional e mudanças na sua estrutura etária, com redução da proporção decrianças
e jovens, aumento da população adulta e uma tendência de substantivaelevaçãodeidosos,
o que acarreta modificações importantes para qualquer sociedade em diversos campos,
principalmenteaquelesassociados aodesenvolvimentodepolíticaspúblicas.
Metodologia
Para este trabalho utilizou-se da pesquisa bibliográfica. O referencial teórico foi
construído a partir de levantamentos feitos em livros, artigos e dados disponibilizados na
internet, para identificaçãodeumconjunto importantede produçõesnoâmbitodos estudos
sobreenvelhecimentoe trabalho.Apartirdas leiturasfeitas, realizou-seumareflexãocrítica
daproblemáticaestudada.
Discussão
Aformadesepensarasquestõesqueenvolvemotrabalhoapartir daconstituiçãode
umasociedadesalarial é colocada emquestão, a partir de dois grandesmarcos: o contexto
fordistadeproduçãoesuatransiçãoparao regimedenominadodeacumulaçãoflexível,que
aconteceporvoltade1970.
Segundo Harvey (2014) a rigidez fordista dos mercados e dos contratos de
trabalho, passa a ser substituída por um novo arranjo: automação, avanços tecnológicos,
buscadenovosnichosdemercado,dispersãogeográficapara zonasde controle do trabalho
mais fácil e fusões. Opondo-se à rigidez do fordismo, a acumulação flexível, passa a
apoiar-se a na flexibilidade dos processos de trabalho, mercados, produtos e tambémnos
padrõesdeconsumo,comênfasenas respostasrápidas.Oacessoàinformação,seucontrolee
a capacidade instantânea de repostas e análise de dados ao mercado, passam a ser
fundamentais, para uma organizaçãomais coesa e para a coordenação centralizada de
interesses corporativos antes descentralizados. A característica da “fluidez” passa a
permitir dirigir os fluxos decapitaldetalmaneiraqueas restriçõesdetempoeespaçonão
são maisimpedimentoscentraissobreasatividadesmateriaisdeproduçãoeconsumo.
2
2670
Grandesmodificaçõessãoobservadasprincipalmenteaníveldosmercadosdetrabalho.
Agrandequantidadedemãodeobraexcedente,vistoograndenúmero dedesempregadosou
subempregados,oportunizamregimesecontratosde trabalhosmais flexíveis, coma redução
aparente do emprego regular em favor do crescente uso do trabalho em tempo parcial,
temporário ou subcontratado, comum aumento considerável no setor de serviços. Outros
fatorescomoa fortevolatilidadedomercado,aumentodacompetitividadeediminuiçãodos
lucrostambéminfluenciariamdeformagradativaa reestruturaçãodos mercadosdetrabalho.
(HARVEY,2014)
A sociedadesalarial acaba por envolverumaestrutura de situações, quea destina
também,à sua própria fragilidade:o lugar daquelesdestituídosque não se inserem
socialmente,assalariados que vivemem condiçõesde trabalhoprecárias, as vezes até sub-
humanas,os excluídos,os marginalizados,os filiados hoje e desfiladosamanhã,da
segmentaçãodos empregos,do culto ao consumode massa, da individualidadee
precariedade,deumpresenteconcreto,masdeumfuturo incerto, (CASTEL,2009).Anova
regra do jogo, tem implicaçõesmaissérias e mais perversase vê-se que, nesse sentido, a
problemática,daquestãosocial,estáenvolta,portodososcantos,naempresa,naeconomiae
nosaparelhosdoEstadoeprincipalmentenosriscospercorridospornós,enquantoindivíduos.
Sen et (2014)apontaque,hojejá“nãohálongoprazo”paranada,ascarreirasque
avançavamaospoucos,estãocadavezmaisdistanteseoconceitodeumúnicoconjuntode
qualificaçõesnodecorrerdeumavidadetrabalho, antescomum,hojejánãoexistemais.
Nessaconcepçãoomercado,apresenta-secadavezmaisdinâmico,maisvolátil,exigindo
mudançasconstantenosformatosdetrabalho.Oesquemadecurtoprazo, corróio
compromisso,a lealdadeeaconfiançamútua,principalmente nas relaçõesde trabalho. Não
há tempode se ter confiançaouestabelecerlaçosfortesnumaeconomia,emquetudo
étãopassageiro,rápido,volátil.Nessecontexto,sefazimportantedestacaralgunspontosque
seassociamaoenvelhecimento.ParaBulla;Kaefer(2003)aquestãodavelhicenecessitade
maioratenção,justamenteporsetratardeumgrupomarginalizado,queéalvodepreconceito
erejeiçãoporpartedasociedade,principalmentenoquedizrespeito aomercadodetrabalho.
Mesmoqueprevistoemconstituiçãoque:“Afamília, asociedadeeoEstadotêmodeverde
ampararaspessoasidosas,assegurandosuaparticipaçãonacomunidade,defendendosua
dignidadeebem-estare garantindo-lhesodireitoàvida”(Brasil,1988,p.149)oquese
observacotidianamenteemrelação
aessesgrupos,sãosituaçõesdegrandevulnerabilidadesocial.
2671
Desse modo, o que se percebe é que, a velhice, é desassociada de um trabalho
emancipado,assumindoos idososumaposiçãodedependentes, cadavezmais,dos recursos
limitantes oferecidos por nossa sociedade. Marx (1988, p.142) ao explicar a relação do
homemcomos proces os de trabalho, afirma: “Ele põe emmovimentoas forças naturais
pertencentes à sua corporalidade, braços e pernas, cabeça emão, a fimde apropriar-seda
matérianaturalnumaformaútilparasuaprópriavida”.
Nessesentido,conjecturando-seotrabalhonavelhice,nota-seque,dovelhoéextraído,
pelo tempo de vida, um dos principais movimentadores dessa relação: o esforço físico,
paravontadeorientadaa umfim. ColaboraElias (2001, p.80) sobre oassunto: "nãoé fácil
imaginar que nosso próprio corpo, tão cheio de frescor e muitas vezes de sensações
agradáveis, pode ficar vagaroso, cansado e desajeitado. Não podemos imaginá-lo e no
fundo,nãooqueremos."
Outro ponto a se considerar, é associação da velhice com as novas formas
reestruturaisqueenvolvemo trabalho.Comojá apontadoporCastel (2009)as diversidades
das formas de trabalho, principalmente as mais precárias permitemcompreenderasvias
que alimentam o processo de vulnerabilidade social, desemprego e desfiliação. A
flexibilização passou a compor umnovo modelo dereestruturaçãoindustrial,exigindoque
o trabalhador esteja disponível para se adaptar as novas exigências: produção sob
encomenda, resposta imediata aos mercados,gestãoemfluxotenso, flexibilidades internas,
adaptaçãoasmudançastecnológicas.
No âmbito da própria empresa, o individualismo, a competitividade, a eficácia,
acarretaadesqualificaçãodaqueles menospreparadosoumenosaptos: invalidaçãodaqueles
queestãoenvelhecendooujovensdemais,compouca qualificação.(CASTEL,2009).Ocorre
umressurgimentodeformasmaisantigasdetrabalhodoméstico,familiar(patriarcal),alémde
umrápidocrescimentodaexploraçãodaforça de trabalho dasmulheres (HARVEY,2014).
Dessemodo,areestruturaçãoprodutiva,nacontemporaneidade,colocaemcenanovosmodelos
dearranjosfamiliaresenovasmodalidadesdeinterdependênciaentregeraçõesdistintas.
Tomás (2012), corrobora com o tema, afirmando que a relação com o trabalho
modifica-secomaidadeeevoluicomotempoeoqueacontecenosdiasdehojeéadispensa
de indivíduos com o argumento de terem atingido a idade legal para a aposentaçãoou
por se encontrarem em situação de incapacidade para o trabalho, o que, nas sociedades
modernas, condiciona a esses indivíduos, o direito àaposentadorias efundosdepensões,
principalmentepormeiodosetorpúblico.
2672
Conclusões
Omercadodetrabalhoexigecadavezmaisperfisadequados,sujeitos cadavezmais
qualificados que respondam de forma rápida as suas expectativas e queadaptem-secom
facilidade, características essas que se voltam à própria flexibilização e que, por vezes,
dificulta o processo de entrada ou permanência de pessoas mais velhas no mundo do
trabalho. Percebe-se que nossa sociedade ainda temmuitas dificuldades para lidar com a
inclusão de pessoas com idade mais avançada, estigmatizando o idoso e provocando
sentimento de impotência e exclusão ao afastar esses grupos do esfera produtiva. Todavia
conformeafirmamBulla;Kaefer(2003, p.4): “é importante que se desvelemessas diversas
formas de preconceito, estigmaeexclusãoequesejamsocializadososconhecimentossobre
envelhecimentoetrabalho,paraquesejamconstruídasestratégiasdeintervenção”.
ReferênciasBibliográficas
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CASTEL,Robert.Asmetamorfosesdaquestãosocial:umacrônicado salário; traduçãode
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ELIAS, Norbert. Envelhecer e morrer: alguns problemas sociológicos. In: A solidãodos
moribundos,seguidodeEnvelhecereMorrer.RiodeJaneiro:Zahar,2001. pp.79-103.
HARVEY.David.Condiçãopós-moderna.SãoPaulo:Loyola,2014.
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MARX, Karl. Prefácio da Primeira Edição. In: O Capital. 3edição. São Paulo: Nova
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TEIXEIRA,SolangeMaria.Envelhecimentodo trabalhadoreas tendências das formasde
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2009
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UNFPA- Fundo de População das Nações Unidas. Relatório sobre a situação da
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UNFPA.Disponívelem:http://www.unfpa.org.br.Acessoem20deJunhode2016.
2673
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2674 - 2678
1
Doutorando em Performances Culturais pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Performances
Culturais (PPGIPC), da Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC), da Universidade Federal de Goiás
(UFG). Mestre em Performances Culturais (2012 – 2015). Especialista em História Cultural: Imaginário,
Identidades e Narrativas (2011 – 2012). Bacharel em Artes Cênicas – Interpretação Teatral (2002 – 2005).
Técnico em Mineração pelo Instituto Federal de Educação Tecnológica de Goiás (IFG).
2674
é universal, plural, tem um conjunto de obras extensas que permite um aglomerado de
interessados em estudar suas problemáticas. O diferencial deste estudo que proponho para o
PPGIPC – Doutorado está fundamentada em pensar a problemática da linguagem audiovisual
deste autor (em especial a reflexão do filme- ensaio) como construção da performance,
agregando aos estudos desta área fronteiriça Performances Culturais uma nova concepção
epistemológica.
O Filme-ensaio é uma “inflexão ensaística” de produções cinematográficas, defendido
por um pesquisador brasileiro – Prof.º Dr.º Francisco Elinaldo Teixeira, do Programa de Pós-
Graduação em Multimeios, da Universidade de Campinas (UNICAMP), como um quarto
domínio do cinema, com característica dos três principais gêneros cinematográficos: Cinema
de ficção, documentário e experimental. O Filme-ensaio se origina nas fronteiras entre
esses três gêneros, apontando seus primeiros registros de discussões desde de 1920, na qual
vem angariando espaço de discussão, mesmo que timidamente, diante do pouco interesse em
pesquisas.
Esse retrato (escassez de produção) reforça o nosso interesse em desenvolver essa
pesquisa, para contribuir para a difusão dessa discussão, ampliando seus debates, e trazendo
novas interlocuções, como pensar as obras audiovisuais–teatrais deste ensaísta (Beckett) como
contribuição da reflexão do campo no domínio do filme-ensaio.
Autor mundialmente conhecido por suas obras dramáticas, Prêmio Nobel de Literatura
de 1969, o escritor e dramaturgo Beckett escreveu inúmeros ensaios, romances, novelas,
contos, poesias, peças teatrais, além de experimentar outros meios de criações artísticas, como
peças radiofônicas, televisão e um roteiro para o cinema.
O objetivo desta pesquisa é analisar as narrativas audiovisuais em Samuel Beckett,
partindo da investigação dos conceitos de performance e filme-ensaio na produção
cinematográfica, televisa e teatral–cinema deste artista. Interessa-nos, portanto, por meio de
revisão bibliográfica e análise fílmica, compreender como estas duas abordagens fronteiriças
(performance e filme-ensaio) são discutidas em uma pesquisa que se encontra no campo
liminar da interdisciplinaridade, tendo como referencial, a crítica audiovisual e a
transcriação das obras teatrais para a linguagem cinematográfica.
2675
Sendo assim, proponho investigar o conceito de filme-ensaio no cinema beckettiano,
partido das análises e pesquisas dos diversos autores que discutem e difundem o termo filme-
ensaio. Será de suma importância aportar o conceito de performance, delimitando seu uso
e entendimento no campo do teatro e do cinema para o entendimento desta relação nesta
pesquisa. Investigar o “ensaísmo” em Beckett, bem como suas linguagens artísticas e
literárias que aproximam esses campos de reflexões. Por fim, fazer analise das narrativas
audiovisuais do acervo filmográfico sob três perspectivas: Cinema, Televisão e Teatro-
Cinema.
A produção audiovisual em Beckett se restringe:
...but the clouds... (1976), Quad I + II (1981) e Nacht und Traume (1982);
3. No teatro temos a adaptação (póstuma) das obras teatrais para o cinema, esta
transcriação (adaptação cinematográfica) faz parte do projeto Beckett on film, realizado entre
os anos de 1999 e 2001, que consta da transcriação do teatro para o cinema das
dezenove peças de teatro do dramaturgo beckettiano, (com exceção da primeira peça
teatral e não encenada Eleutheria escrita originalmente em francês em 1947). O resultado
deste trabalho está disponível em DVDs no website www.beckettonfilm.com.
O filme-ensaio se situa na fronteira dos demais gêneros cinematográficos, a meio
caminho da ficção e da não ficção – nesta encruzilhada entre a narrativa ficcional, o
documentário, e o experimental. É o que o Prof.º Dr.º Teixeira nomeou de “Formação de um
quarto domínio do cinema” (2015). Indicando que esse “lugar” do “não lugar” – “São
domínios mesmo, territórios com demarcações de fronteiras, sim, mas móveis, abertas, muitas
vezes acometidos de abalos, de movimentos de desterritorialização e reterritorialização por
pressão de questões novas que irrompem, demandando outros modos de inteligibilidade”.
(p.187) E continua mais abaixo finalizando, “(...) É nessa reconfiguração operada no âmbito
do cinema moderno que o conceito de ensaio desponta (...)” (p.187).
São práticas que desfazem e refazem a forma cinematográfica, com novas
perspectivas de abordagens temporais e o trato com a complexidade da experiência. Os
ensaios e os filmes-ensaio tendem a reflexões intelectuais que muitas vezes insistem em
respostas mais conceituais ou pragmáticas, bem distantes das fronteiras dos princípios de
prazer convencionais.
2676
O que é mediado são esses “encontros” dentro do privado e do público. Sendo
assim, buscando uma estreita relação do audiovisual beckettiano com o estudo de filme-
ensaio de Timothy Corrigan em seu livro O filme-ensaio: Desde Montaigne e depois Marker
(2015) podemos entender a busca “explorar mais exatamente o “ensaístico” no cinema e
através do cinema e nele o ensaístico indica um tipo de encontro entre o eu e o domínio
público, um encontro que mede os limites e possibilidades de cada um como atividade
conceitual”. (p. 10). Beckett escreveu inúmeros ensaios, a partir da sua visão pública de
mundo. Podemos destacar que em seus escritos reverbera a sua (in) completa (in)
satifação com o seu entorno
Isso evidencia o resultado cinematográfico retratado pelos cineastas na visão de
Beckett que Corrigan (2015) descreve como “(...) o ensaístico descreve as atividades de
múltiplos níveis de um ponto de vista pessoal como uma experiência pública.” (p.17). Os
estudos de filme-ensaio de Corrigan parte de suas reflexões e definições de filmes-ensaio a
partir dos estudos de Michel de Montaigne (1533 – 1592) que fazia reflexões sobre seu
cotidiano e seus pensamentos – seus escritos são visões, comentários e julgamentos sobre
sua memória debilitada. Como destacada por Theodor Adorno (2003) “Para o ensaio, todos
os graus do mediado são imediatos, até que ele comece sua reflexão”. (p.28).
Beckett, Corrigan, Adorno e Montaigne são mentes que observa o mundo que passa
diante dela e que a perpassa, eles testemunham não apenas as constantes mudanças e os
ajustes (a partir de seus escritos) de uma mente enquanto ela se submete à experiência,
mas também a transformação do eu ensaístico como parte desse processo.
De acordo com Corrigan, “De Montaigne até Barthes e Marker, a história do ensaio
oferece uma longa lista de exemplos de uma voz e de uma visão pessoais, subjetivas ou
performativas como característica definitiva do ensaístico.” (p.21). Para concluirmos, três
características fundamentais podemos aportar a partir dessas reflexões sobre filme-ensaio na
obra beckettiana na qual Corrigan destaca:
2677
Assim nos revela Corrigan (2015) “A história do ensaio demonstra, na verdade, que o
ensaístico é mais interessante não tanto na maneira como privilegia a expressão e a
subjetividade pessoais, mas, antes, na maneira como perturba e complica essa própria noção
de expressividade e sua relação com a experiência” (p.21).
Neste sentido, a produção audiovisual em Beckett conduz o espectador para outras
esferas habituais, por meio das transcriações das suas obras, das discussões e reflexões
propostas nos filmes-ensaio. Todo esse processo epistemológico se constituirá através de
pesquisas, leituras, análises, debates, discussões, diálogos, reflexões e das relações com os
conceitos estabelecidos e concebidos, para entender a relação de performance e filme-ensaio
presente nas obras audiovisuais de Samuel Beckett.
ADORNO, Theodor. O ensaio como forma. In: Notas de literatura I. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34,
2003.
BECKETT, Samuel. Beckett on film: 19 Films X 19 Directors (DVD Vídeo). Blue Angel Films / Tyrone
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CAMARGO, Robson Corrêa de. Milton Singer e as Performances Culturais: Um conceito interdisciplinar
e uma metodologia de análise. Los Angeles – Estados Unidos: Dossie de Performances Culturais. KARPA
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Disponível em:
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Corrêa de Camargo & Adriana Fernandes. São Paulo – SP: Revista Sala Preta - ECA/USP, n.º 08, p.261 –
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Performance e Antropologia de Richard Schechner. Org. Zeca Ligiéro. Rio de Janeiro – RJ: Editora Mauad
X, 2012.
2678
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2679 - 2684
2679
1.1 Aquisição e processamento de imagens
Imagens bina´rias possuem somente um bit para determinar a presenc¸a ou na˜o de um ponto
na imagem. Imagens em escala de cinza utilizam uma variac¸a˜ o de tonalidades de cinza no intervalo
[0, 255]. Imagens coloridas possuem informac¸o˜ es de cor representadas por vetor de dados com treˆs
componentes (r, g, b). Os componentes r, g e b correspondem, respectivamente, a` s cores vermelho,
verde e azul do esquema de cores RGB. Sendo que cada valor do vetor (r, g, b) pode variar no
intervalo [0, 255].
A aquisiçã o ocorre atravé s da leitura do arquivo digital. Independente do formato da imagem,
todo o conteú do relacionado ao posicionamento dos pontos e de suas cores sã o organizados de
maneira sistemática. Os dados do arquivo de imagem são lidos e
organizados na forma de matriz [6]. Pela definição de posicionamento dos pontos de cores no plano,
cada imagem digital é composta de matriz multidimensional M ×N ×P , onde M
representa quantidade de pontos de altura, N potos de largura e P o vetor de treˆ s termos de cores do
esquema RGB.
Cada ponto de cor é denominado pixel. O pixel é a menor unidade computacional de
cor para imagem. Desta forma, adota-se que todo ponto de cor e´um pixel. Os pixels esta˜o dispostos
no plano de par ordenado como ilustrado na Fig. 1.
1 2 3 4 ... N
1
2
f(x,y)
3
4
M
...
2680
1.1 Transformação Conforme
priedade dos â ngulos, transportando os pontos do domı́nio A para o domı́nio B. Con- siderando a
funçã o f : D → C, onde D é subconjunto de C e a funçã o f é funçã o complexa de variá vel complexa [3].
Sendo assim, pode-se associar cada elemento de z ∈ D a um elemento em w no plano-w complexo,
descrito por:
Transformaç õ es Conformes sã o largamente utilizadas em vá rias á reas da ciê ncia como mé todo de
soluçã o para problemas de eletromagnetismo na á rea de engenharia [4], na á rea de projetos de
design [5], na área médica [7] e diversas outras áreas.
2 Resultados
Neste estudo de caso, um nova imagem foi utilizada. Esta imagem, Fig. 2, contém uma
mensagem, no formato binário, contendo o texto “Conformal Mapping applied on images”.
2681
A imagem foi codificada utilizando a metodologia proposta. A chave utilizada na codificação
utilizada como referência após a impressão. Estas marcas devem auxiliar o método na
identificação do conteúdo da imagem codificada e coloca-la nas devidas proporções.
z +1
w(z) = (2)
z
Ale´ m do ru´ıdo presente em qualquer impressa˜ o de imagem, foi testado tambe´ m neste
experimento a capacidade de decodificac¸a˜ o do me´ todo proposto, tendo em vista que a imagem
original era colorida e que a imagem codificada foi impressa em escala de cinza,
2682
Apo´ s a digitalizac¸a˜ o do material impresso, foi realizada a decodificac¸a˜ o da imagem, agora
em escala de cinza, para recuperac¸a˜ o e leitura da mensagem. Apesar de apre- sentar ru´ıdos e
algumas distorc¸o˜ es, o conteu´ do da mensagem original pode ser lido na mensagem decodificada,
como apresentado na Fig 4. O resultado deste estudo de caso,
apresenta que o mé todo é capaz de recuperar a informaçã o principal, mesmo que a im-
3 Conclusões
Foi apresentado estudo de caso envolvendo o me´ todo de codificac¸a˜ o e decodificac¸a˜ o de imagens
utilizando transformac¸o˜ es conformes. Os resultados demostraram que o me´todo proposto e´capaz
de codificar e decodificar imagens impressas e com adic¸a˜ o de ru´ıdos. A perda na qualidade foi
mensurada apenas pelo tamanho do arquivo, embora isto possa ser realizado utilizando de
metodologia pro´ pria para medir qualidade de imagens. Metodolo- gia para codificar e decodificar
imagens sa˜o muito utilizadas e este e´ um campo em franco desenvolvimento. No entanto,
transporte de mensagens na forma impressa, onde a chave
é função matemática inversı́vel não é comum. Outros testes ainda devem ser realizados
2683
qualidade quando utiliza-se transformac¸o˜ es conformes para codificar e decodi-
ficar imagens. A pesquisa está sendo financiada pela Coordenação de Aperfeiç oamento
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2684
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2685 - 2690
Resumo: A proposta deste trabalho é realizar comparaç ã o entre a modelagem matemá tica e a prá
tica em bancada com o intuito de validar as interaçõ es elé tricas entre um ger- ador de induç ão
e um gerador sı́ncrono. Os dois geradores serã o conectados ao barra- mento comum em regime
permanente, sujeitos a carga nã o linear. Os resultados obtidos da comparaç ã o da modelagem e
dos testes em bancada apresentam que, o gerador de induçã o alé m de incrementar a potê ncia
ativa, apresenta melhor caminho para as correntes harmô nicas que fluem no barramento comum.
Conclui-se que o gerador de induçã o repo- tencializa e atenua componentes harmô nicos de
corrente presentes no ponto de conexão, melhorando o perfil de tensão na rede.
1 Introdução
Com a repotencializac¸a˜ o de centrais geradoras hidroele´ tricas tem-se o incremento da poteˆncia
gerada. Uma vez que ha´ capacidade ociosa de poteˆ ncia de turbina e que esta na˜ o esteja sendo
aproveitado por gerador ja´ instalado, pode-se repotencializar. Ha´ treˆ s formas poss´ıveis para
repotencializar: i) substituindo o gerador s´ıncrono por gerador maior; ii) adi- cionando segundo
gerador s´ıncrono, atrave´ s de acoplamento duplo ao eixo da turbina; iii) adicionando segundo
gerador acoplado ao eixo da turbina, pore´m, nesse caso um gerador de induc¸a˜ o[1].
O gerador de indução é opção viável técnico e economicamente na geração de en-
apresenta baixo custo, maior robustez, simplicidade construtiva, menor preço e menor
2685
manutenção, quando comparada com a máquina sı́ncrona. A desvantagem é a necessi-
dade de recursos externos para compensar os reativos que ele produz. Na repotencialização, o gerador
de indução de menor porte está ligado no barramento comum ao gerador sı́ncrono maior e desta forma
o gerador de indução poderá ter os seus reativos compensados pelo gerador sı́ncrono, sem prejuı́zos
do fator de potência no ponto de acoplamento entre eles
e poderá ser dispensado o controle de tensão, que será determinada pelo sistema [3].
O gerador de indução além de ter baixo custo de manutenção, não requer excitação
geradoras sı́ncronas de potê ncia elevada e de cargas nã o lineares. A aplicaçã o de normas
com o objetivo de limitar o conteú do harmô nico das tensõ es em valores possı́veis de se
manter a qualidade aceitá vel de energia é recomendado [5]. Em [6] é apresentados testes
demostranado que o gerador de indução não introduz harmônicos no sistema de potência.
Em [1] é apresentada a repotencialização do sistema utilizando no barramento comum
duas ma´ quinas de mesma poteˆ ncia, um gerador s´ıncrono e um gerador de induc¸a˜ o. Os resultados
apresentam que o gerador de induc¸a˜ o reduz o conteu´ do harmoˆ nico no barra- mento comum.
O presente trabalho tem como objetivo a repotencialização do sitema [1]. Além disto,
objetiva- se que a inserção do gerador de indução no barramento comum a um gerador
sı́ncrono, o perfil senoidal de tensão e corrente é melhorado. Desta forma, nota-se que
gerador de induçã o constitui caminho preferencial para correntes harmô nicas tornando-se proteçã
o ao gerador sı́ncrono, que é a máquina mais cara e menos robusta que a máquina de indução.
2 Metodologia
2686
A metodologia segue as seguintes etapas:
iv) realização de testes conectando no barramento comum a carga não linear NL , o ger- ador
sı́ncrono SG e o gerador de indução IG .
2687
3 Resultados
Os componentes e valores do SEPI da Fig. 1 sa˜o caracterizados pelos valoresapresenta- dos na Tab.
1.
O objetivo principal dos testes experimentais do SEPI é obter o incremento da potência gerada na
usina no ponto de mediçã o M2 e os resultados das distorç õ es harmô nicas totais de corrente THDi
nos pontos de mediç õ es M1 , M2 , M3 e M4 , mantendo-se as distorç õ es de tensã o THDv dentro
dos limites de norma.
A Tab. 2 apresenta os dados de potê ncias no secundá rio do transformador para di- versas
configuraç õ es com a carga nã o linear conectada ao sistema. A excitação do gerador sı́ncrono foi
ajustada para obter o melhor fator de potência em M1 na configuração
SG +IG +NL . Na configuração onde somente a NL está conectada, a rede está fornecendo
2688
onde é importante considerar que: i) o gerador sı́ncrono está configurado para
suprir o reativo do gerador de indução mantendo o fator de potência o mais próximo de 0.92
em
M1 , o que faz com que trabalhe em região onde apresenta caracterı́stica de atenuação de
primá ria, aumentando a distorçã o harmô nica desta configuraçã o, visto que a má quina primá
ria ainda tem alimentaçã o bifá sica e iii) o gerador de induçã o é má quina de potê ncia
ativa aproximadamente cinco vezes menor que a máquina sı́ncrona.
4 Conclusões
Confirma-se, atravé s dos resultados que, o gerador de induç ã o em conexã o com um ger-
ador sı́ncrono e uma carga nã o linear tem a capacidade, alé m de aumentar a potê ncia
gerada, disponı́vel para o sistema elé trico, atenuar as distorç õ es harmô nicas de corrente e
tensã o, no barramento comum. A má quina de induç ã o alé m de apresentar baixo custo,
maior robustez, simplicidade construtiva, menor preç o e menor manutenç ã o, quando com-
parada com má quina sı́ncrona, repotencializa o sistema. Os resultados apresentaram reduç õ
es na distorç ã o harmô nica no barramento tanto com a conexã o do gerador sı́ncrono quanto com
a conexã o do gerador de induçã o. Observa-se nos resultados que o ger- ador de
induçã o proporcionou caminho preferencial para correntes de ordem harmô nica, mesmo
quando as duas má quinas produzem ou consomem equivalentes e proporcionais potências
reativas.
Referências
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Industry Applications, Vol. 1A-18, No. 6, 1982.
2690
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2691 - 2695
RESUMO
Payment for Watershed Services (PWS) recebeu muita atenção acadêmica nos últimos anos.
No entanto, há diferentes abordagens sobre o tema. Revisamos 24 artigos obtidos em uma
pesquisa estruturada na literatura no sítio do “Thomson ISI”, no período de 2000 a 2015,
utilizando como palavra-chave “Pay* for Watershed Services” OR ”Pay* for Water
Environmental Services”. Nós investigamos a influência de artigos, periódicos e autores. Os
últimos 2 anos representam 62,5% de toda as publicações em PWS. O periódico Ecosystem
Services é o que apresenta o maior número de publicações sobre o tema. O periódico mais
influente em PWS é a Conservation Letters. Os autores Brouwer,R.; Tesfaye, A.; e
Pauw,P, são os que mais contribuíram para o avanço científico, ademais são os autores do
artigo mais citado em PWS.
Palavras-chave: Payment for Watershed Services, Conservation Letters, Publicações e
avanço científico.
Justificativa
2691
No meio científico há diversas contradições para avaliar a qualidade e o efeitos das
publicações. Para resumir, alguns estudos analisam apenas o Fator de Impacto de periódicos.
No entanto, eles não avaliam a influência de autores ou instituições. Além disso, periódicos
variam o número de artigos ao longo do tempo. Consequentemente, periódicos que
aumentaram o seu número de artigos publicados durante um período de amostragem serão
prejudicadas, devido a o efeito da idade que favorece os artigos mais velhos sobre os mais
jovens (Hoepner, et al., 2012). Essa situação envolve também as publicações que abordam o
PWS.
Neste sentido, o presente trabalho pretende avaliar os avanços científicos sobre o tema
no meio acadêmico por meio de análise de citação no bojo da qualidade e na técnica de
pesquisa quantitativa denominada Cienciometria.
Objetivo
Objetivo Geral
Avaliar a evolução científica em publicações sobre Payment for Watershed Services no
meio acadêmico.
Objetivos Específicos
Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi utilizado com indicador a produção bibliográfica dos
últimos 16 anos (2000-2015). O levantamento dos estudos foi realizado por meio do banco de
dados publicado no sítio do “Thomson ISI” (ISI Web of Knowledge, 2016) utilizando como
palavra-chave “Pay* for Watershed Services” OR ”Pay* for Water Environmental Services”.
Foi utilizado o “Thomson ISI” devido o seu amplo espectro de abrangência em número de
publicações e qualidade de revistas científicas indexadas (Lima, et al., Ribeiro, 2007) .
2692
Foram obtidas as seguintes informações: a) ano de publicação do artigo, b) tipo de
documento, c) número de citações do artigo, d) fator de impacto do periódico, e) quantidade
de documento publicados por ano, f) autores mais citados por ano, g) tipo de estudo
(descritivo ou teórico) e, h) área geográfica do estudo.
Para visualizar o crescimento quantitativo dos trabalhos foi feito uma análise
Cienciométrica. Esta técnica quantitativa propõe medir a difusão do conhecimento
científico e o fluxo da informação sob diversos enfoques (Vanti, 2002).
Para a análise da variável artigo influente foram considerados aqueles com no mínimo
uma citação média ao ano. No item autores citados foram considerados àqueles com
fração de citação total igual ou maior do que três. O critério selecionado para periódicos
influentes foi o Fator de Impacto nos últimos cinco anos maior do que dois. O Fator de
Impacto dos periódicos utilizados na análise foi obtido a partir do “Journal Citation
Reports”(JCR) publicado em 2015.
O indicador “influência do autor”, foi obtido por meio de fração em vez de
contagem completa para o autor, representado uma melhor equidade entre os autores
(Gauffriau e Larsen, 2005). Assim, para investigar a influência autor, a nossa principal
métrica torna-se a fração de citação total listadas nos estudos mais influentes.
Resultados
2693
42% dos estudos são teóricos. A prevalência por estudos descritivos pode ser devido a
necessidade de demonstrar a efetividade e a eficácia do PWS como instrumento de política
econômica na conservação dos recursos naturais.
A revista no qual o trabalho foi publicado é um dos critérios, dentre outros, para
avaliação do contexto em que se insere no campo do conhecimento em avaliação (Macias-
Chapula, Chapula, 1998 -371;Vanti, 2002). Em PWS, a revista com o maior número
publicações é Ecosystem Services com 8 artigos.
O periódico Conservation Letters é o que tem o maior classificação em nossa análise
e 2,7% de todas as suas publicações remetem ao tema da pesquisa. O maior percentual
de publicação sobre o tema em relação ao todo é do periódico Ecosystem Services
(2,86%).
O artigo: “Meta-analysis of institutional-economic factors explaining the
environmental” foi o que teve maior citação média ao ano, publicado por Brouwer et al
(2011) no periódico Environmental Conservation. O artigo tem um total de 26 citações e,
por conseguinte, pode ser considerado como o mais influente na área da pesquisa. É
importante ressaltar que, aproximadamente, 89% dos artigos influentes têm pelo menos dois
autores de áreas distintas do conhecimento, evidenciando a interdisciplinaridade do tema e
a necessidade de outras áreas da ciência para um embasamento científico.
Em virtude da dificuldade da métrica é difícil avaliar qual é o autor mais influente
sobre o assunto. Contudo, é possível afirmar que Tesfaye, A.; Pauw, P.; e Brouwer, R., são os
autores que mais contribuíram para o avanço científico sobre o tema no período analisado.
Conclusões
2694
complexa e subjetiva. Por isso, é difícil concluir que existe um autor influente. Em vez
disso, foram considerados resultados que indicam muitos autores que contribuíram para o
avanço científico do tema, Destarte, os autores BROUWER,R.; TESFAYE, A.; e PAUW,P.
são os que mais se destacaram na métrica empregada. Os autores BRAUMAN K.A.;
MWANYOKA, I. e LOPA, D. são os mais recorrentes em publicação em PWS.
Referencias bibliográficas
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2695
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2696 - 2702
Introdução
A solução adotada neste trabalho está relacionada com a aplicação da modelagem fuzzy
visando a predição do comportamento de fila no buffer virtual dos usuários na estação rádio
base e o controle da taxa dos fluxos de tráfego no sistema Downlink LTE destinadas aos
usuários móveis. Neste tipo de abordagem, um fator importante para o sucesso de evitar
o congestionamento é a aplicação de uma modelagem de tráfego adequada. Quanto mais
precisa for a estimação do comportamento dos fluxos da rede, mais apropriado será o
serviço oferecido ao usuário. Por outro lado, se o modelo não for capaz de representar
precisamente o tráfego real, o desempenho real da rede pode ser subestimado ou
superestimado. Assim, um modelo de tráfego eficiente deve capturar fielmente as
características do tráfego de redes.
2696
Assim, usuários que apresentem maiores filas terão maior prioridade em comparação aos
demais. Ainda em Zolfaghari (2015), os autores também propõe o emprego de algoritmos de
controle de taxas de fluxos para controlar o tráfego de rede que não seja sensível ao atraso
(melhor esforço). Os resultados apresentados pelos autores mostram que o uso dos algoritmos
proporciona significante melhora no tempo de espera nas filas virtuais. Outros trabalhos
apresentam propostas de esquemas de controle relacionadas a protocolos de redes, como
Mzoughi et al. (2015), ou baseados nos mecanismos de controle de taxas de fluxos do
protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), como em Wang et al.
(2007). Entre as propostas de controle de taxas de fluxos que não dependem de mecanismos
específicos de rede, destacamos o método de Controle Proporcional (HABIB, 1992), sendo o
mesmo apresentado em Mzoughi et al. (2015). Tais métodos podem ser utilizados para
controle de aplicações de tempo real e são também eficazes para outros problemas de
controle. Assim, usaremos estes métodos nas análises comparativas deste trabalho.
Objetivo
Ao esperar o processamento desse tráfego, filas de esperas são geradas. Observando essas
filas de esperas podemos prever adaptativamente o comportamento no buffer e, a partir
dos parâmetros do modelo de predição de tráfego, controlar a taxa da fonte de tal forma
que o tamanho da fila no buffer seja igual ou inferior ao nível de referência desejado.
bi (k +d ) 2
2
J (k + d)=E [ η + λ (μi (k )−Ri; (1)
min) ]
2697
A taxa de controle ótima é dada em função do valor do tamanho da fila no buffer d
passos à frente. Uma estimativa do tamanho da fila bi ( k) nobuffer d passos à
frente é fornecida pela saída do preditor fuzzy quando aplicado à predição de amostras
deste processo pela equação. Derivando a Equação (1) em relação a μ , igualando a zero e
substituindo a expressão ∂ bi (k +d )/ ∂μ obtida de Wang (1994)
para o modelo fuzzy, chegamos na expressão final para a taxa ótima de controle:
i i
0 1 θl (k−1)−f μ (k )−μ̄ l ( k−1)
k l
μi =Ri ;min− a ] (2)
(σl (k−1)) 2
(k−1)
λη [ c (k−1)
2698
ser modificados adaptativamente, sendo μ a entrada do modelo.
Metodologia
O algoritmo proposto de controle neste trabalho faz o uso do algoritmo preditivo fuzzy
LMS (Least Mean Square) (WANG, 1994) e da equação da taxa ótima de controle para
averiguar se ocorrem benefícios aplicados ao controle de taxas para um sistema de enlace
Downlink LTE.
A simulação do enlace Downlink LTE, foi realizado com uma largura de banda de
20Mhz,
100 blocos escalonáveis, 1200 subportadoras e 7 símbolos OFDM por slot. Com a
simulação de 1000 TTIs (Transmission Time Interval). Foi considerado um modelo de canal
Rayleigh e de perda de percurso de 128,1+37,6 log(R) dB (decibéis), com sombreamento
log-normal, com média 0 e desvio padrão de 10dB (3GPP, 2011), sendo R igual a 1,2Km,
que representa a distância dos usuários em relação a estação base. Para a realização do
escalonamento dos blocos de recursos, o algoritmo QoS Garantido é utilizado.
Resultados
2699
Tabela 1. Resultado da Simulação Downlink LTE com 10 usuários
2700
Conclusão
Referências Bibliográficas
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report, Evolved Universal Terrestrial Radio Access (EUTRA).
2702
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2703 - 2708
Amanda Vargas TELES1; Taise Maria dos Anjos OLIVEIRA1; Fábio Castro BEZERRA2;
Justificativa
espécies reativas de oxigênio (ROS), tais como o oxigênio singleto (1O2) e radicais que
conduzem à destruição de tecidos e de patógenos (Grimm et al., 2011)
Entre os PSs clássicos que são disponíveis comercialmente encontram-se as porfirinas, as
quais são aplicadas clinicamente em PDI para vários microrganismos (Yin et al., 2012; Fila et
al., 2016) devido ao seu alto nível de eficiência em termos da produção de ROS.
Modificações na estrutura molecular da porfirina como adição de zinco no anel central as
tornam porfirinas metaladas, as quais aparentemente apresentam melhor eficácia na PDI. Esta
substituição têm sido frequentemente utilizada para estabilizar o anel de porfirina, mantendo as
propriedades fotofísicas necessárias para a PDI (He et al., 1998; Calzavara- Pinton et al., 2007).
2703
A inativação fotodinâmica já foi utilizada no tratamento de infecções virais,
bacterianas, fúngicas e por protozoários, podendo ser utilizada também no controle de
herpesvírus bovino 1 (BoHV-1), o qual é um importante patógeno de bovinos e está associado a
uma variedade de manifestações clínicas, incluindo doença respiratória (rinotraqueíte
infecciosa bovina), doenças genitais (vulvovaginite pustular infecciosa ou balanopostite
pustular infecciosa), infertilidade temporária e abortos em bovinos.
Objetivos
Objetivou-se com este estudo avaliar de forma isolada dois fotossensibilizadores para
a inativação fotodinâmica in vitro do herpesvírus bovino 1 e comparar se a inserção de zinco
no anel central da porfirina melhora a eficácia da PDI contra este patógeno.
Metodologia
O BoHV-1 (Vírus de referência Los Angeles - L.A.) foi multiplicado em células “Madin-Darby bovine
kidney” (MDBK) cultivadas em meio mínimo essencial de Eagle (MEM-Sigma®) suplementado com soro
fetal bovino (SFB) a 6% e antibióticos usuais (penicilina e estreptomicina) em estufa com ambiente de
5% de CO2 a 37°C. O vírus foi titulado através de diluições na razão de 10 (10 -1 a 10-10), sendo que
cada diluição foi colocada em quatro orifícios de uma placa de microtitulação onde foi adicionada a
suspensão de células. O título viral (Dose Capaz de Infectar 50% dos cultivos celulares
- TCID50) foi estabelecido pela mais alta diluição que apresentou efeito citopático (ECP)
em pelo menos 50% dos orifícios após 72 horas de incubação a 37°C e 5% de CO2, sendo
este acrescido de 0,25 correspondente a cada orifício a mais em que houve ECP, de acordo
com o método de Spearman-Karber.
Fotossensibilizadores
2704
UV/Vis/NIR spectrophotometer - PerkinElmer Inc. (Waltham, Massachusetts 02451, USA).
A concentração de fotossensibilizador desejável para a realização de tal experimento foi de 5
μM.
Inativação fotodinâmica
intensidade de 130 W/cm2. Para evitar o aquecimento das amostras, foi utilizado um filtro de
água acoplado à saída da fonte e a temperatura foi monitorada durante todo o processo para
dispensar a possibilidade da inativação viral ter acontecido pelo calor gerado pela fonte e não
pela inativação fotodinâmica.
Durante as duas horas de irradiação, foram retiradas amostras a cada 15 minutos.
Após a irradiação, todas as amostras foram novamente tituladas para verificar o título viral
final.
Os experimentos foram realizados em quintuplicata em cinco ocasiões distintas em
microplacas de 96 poços. Como controle utilizamos o vírus sem qualquer tratamento (L-PS-),
vírus com os diferentes fotossensibilizadores no escuro: L- PS+TPPS4 e L-PS+ZnTPPS4; e
vírus irradiado sem contato com nenhum dos fotossensibilizadores (L+PS-) para avaliar se
ocorrerá a inativação do patógeno pela luz.
Para simular as mesmas condições, o grupo controle L-PS-, também foi colocado nos
poços da placa de microtitulação em temperatura ambiente pelo mesmo tempo utilizado para a
incubação e irradiação dos outros grupos. O experimento foi realizado à temperatura ambiente
e no escuro.
Resultados e Discussão
2705
7
6
log10 Titulação viral (TCID50/mL)
0
0 20 40 60 80 100 120
Tempo de
irradiação
(minutos)
2706
Vale ressaltar que, nos grupos controles não houve redução da titulação
viral durante todo o processo. Sendo assim, o emprego da luz na ausência dos
fotossensibilizadores não possuiu efeito fototóxico. Além disso, os
fotossensibilizadores sem contato com a luz não possuem efeito citotóxico.
Conclusão
Agradecimentos
2707
Referências
FILA, G. et al. Murine Model Imitating Chronic Wound Infections for Evaluation of
Antimicrobial Photodynamic Therapy Efficacy. Front Microbiol, v. 7, p. 1258, 2016.
GRIMM, S. et al. The outcome of 5-ALA-mediated photodynamic treatment in melanoma
cells is influenced by vitamin C and heme oxygenase-1. Biofactors, v. 37, n. 1, p. 17-24,
2011.
HE, X. et al. Photophysical properties of amphiphilic porphyrins in different media. Dyes and
Pigments,
v. 39, n. 3, p. 173-182, 1998.
MOSINGER J, Z. M. Quantum yields of singlet oxygen of metal complexes of meso-tetralds
(sulphonatophenyl) porphine Journal of Photochemistry and Photobiology A: Chemistry,
v. 107, p. 77-82, 1997.
PAVANI, C. et al. Effect of zinc insertion and hydrophobicity on the membrane interactions
and PDT activity of porphyrin photosensitizers. Photochem Photobiol Sci, v. 8, n. 2, p. 233-
40, 2009.
TANAKA, M. et al. Optimal photosensitizers for photodynamic therapy of infections should
kill bacteria but spare neutrophils. Photochem Photobiol, v. 88, n. 1, p. 227-32, 2012.
YIN, H. et al. Photoinactivation of cell-free human immunodeficiency virus by
hematoporphyrin monomethyl ether. Lasers Med Sci, v. 27, n. 5, p. 943-50, 2012.
2708
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2709 - 2714
DUARTE, Célia Scapin1; BARBOSA, Maria Alves2; BURGO, Júlia Lorraine Barbosa3;
LIMA, Maira Ribeiro Gomes de4; PAIVA, Ana Cláudia Jaime de5; LIMA, Ana Paula
Lopes6
As doenças cardiovasculares (DCV) tem sido a principal causa de óbito entre as pessoas
em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde os índices chegam a
17,3 milhões de pessoas a cada ano (WHO, 2013 ). As DCV estão relacionadas com fatores
de risco modificáveis e não modificáveis. Está evidenciado na literatura que os fatores de
risco modificáveis estão aumentando a prevalência das DCV, entre eles estão a diabetes
mellitus (DM) e a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Os dados corroboram que as
doenças cardiovasculares que anteriormente eram mais presentes em pessoas do sexo
masculino, a partir da década de 60, passou a ter a mulher mais exposta aos fatores
modificáveis. Em apenas uma década houve um aumento de 25% da mortalidade na
população de mulheres no Brasil (CASTANHO, 2001).
Outra preocupação é, o envelhecimento populacional, a urbanização crescente, a dieta
inadequada, a não adoção de estilo de vida saudável e o uso inadequado de medicamentos
para o controle da glicemia. Medidas de proteção e preventivas devem ser trabalhadas com as
mulheres e suas famílias em sua integralidade, evidenciando os fatores de risco, que poderão
estar contribuindo para a prevalência das doenças cardiovasculares (BRASIL, 2013).
2709
Em Jataí, na Vila Olavo, a Estratégia de Saúde da Família (ESF), atende um
contingente de 4618 pessoas, das quais 1235 são mulheres acima dos 18 anos de idade.
Frente ao exposto, conhecer o perfil dos fatores de risco para as DCV dessa população é
importante para sinalizar os pontos críticos e nortear as condutas dos profissionais de saúde
da região para o controle e tratamento dessas comorbidades.
Objetivos
Metodologia
Resultados / Discussão
A idade das entrevistadas variou entre 18 e 88 anos, sendo a média de 42 anos (moda 29
anos e o desvio padrão de ±15,53 anos). Sobre o estado civil,136 (53,3%) declararam ser
casadas, 65 (25,5%) solteiras, 21 (8,2%) informaram outro tipo de
estado civil, 17 (6,7%) viúvas, 14 (5,5%) em união estável e 02 (0,8%) divorciadas. Ao
2710
ensino fundamental completo, 42 (16,5%) com ensino médio completo e 23 (9,0%) com
terceiro grau completo. Das 255 participantes, 238 responderam a pergunta referente a
atividades laborais: 106 (44.5%) trabalham no Lar e 132 (55,5%) trabalham em atividades fora
do Lar. Quanto ao tipo de profissão que exercem, houveram respostas diversas, sendo a
mais frequente (31) a profissão de diarista / empregada doméstica. Quanto à jornada de
trabalho, a média foi de 9,0 horas, a moda de 08 horas, e o desvio padrão de 3,13 horas,
variando de 2 a 20 horas.
O peso das entrevistadas variou de 39 a 120 quilos, a média foi de 68,4 quilos (moda
foi de 70 quilos e o desvio padrão de ±15,37). A Média da Pressão Arterial Sistólica
(PAS) foi de 119,5mmHg (moda de 120mmHg, e o desvio padrão de ±16,7), sendo que a PAS
variou de 80 a 210mmHg. Já a Pressão Arterial Diastólica (PAD) foi de 74,9, a moda de 80 e
o desvio padrão de ±11,01, variando de 40 a 130mmHg. Pressão arterial elevada (PA),
prevalência de sobrepeso, obesidade e diabetes contribuem para o aumento das DCV
(SPOSITO, 2007). Quanto à circunferência abdominal das integrantes da amostra, a média
foi 91,31 cm, a moda de 82 cm e o desvio padrão de ±14,09, variando de 45 a 137 cm. O
excesso de peso e de gordura abdominal é um fator de risco importante para doenças crônicas
não transmissíveis (BOING, 2007).
A respeito da prática de atividade física, 173 (68,1%) declararam que não praticam, e 81
(31,9%) declararam que praticam. Estudos clínicos demonstraram que a prática de atividade
física promove redução da pressão arterial, sendo recomendado para prevenção e o tratamento
da hipertensão arterial. (VANZELLI, 2005). Para o tabagismo, 209 (82,3%) declararam
que não fumam, e 45 (17,7%) declararam que fumam em média 15 cigarros por dia. Ao
consumo de bebida alcoólica, 73 (28,7%) declararam que consomem em média 09 latas por
dia, e 181 (71,3%) declararam que não consomem. A maior ingestão de bebidas alcoólicas
eleva a pressão arterial, elevando o risco de morbidade e mortalidade cardiovascular
(VIEBIG, 2006).
Na avaliação da frequência que as pesquisadas buscam assistência médica, 45 (17,6%)
declararam buscá-la todos os meses, 88 (34,6%) declararam buscar de seis em seis meses, 83
(32,5%) declararam procurar de ano em ano, 36 (14,1%) afirmaram buscar com menos
frequência por ano, e 3 (1,2%) declararam não buscar assistência médica. Sobre uso contínuo
de medicamento, 69 (27,2%) declararam tomar remédio para controle da pressão, 18 (7,1%)
tomavam remédio para diabetes, e 13 (5,1%) remédio para controle do colesterol. Nos
últimos seis meses, 63 (24,7%) fizeram exame de medição de colesterol, 39 (15,3%) de
medição de HDL, 30 (11,8%) de medição de pressão arterial, e 61 (23,9%) de verificação
2711
de diabetes e 15 (5,9%) declararam não ter realizado nenhum exame. Ao serem
questionadas quanto a doenças familiares, 47 (43,1%) declararam ter na família pessoas com
diabetes e 57 (52,3%) declararam ter algum familiar com problemas cardíacos ou
relacionados à pressão arterial.
Conclusões
Referências Bibliográficas
CASTANHO, VS. Sex differences in risk factors for coronary heart disease: a study in a
Brazilian population. BMC Public Health, 2001.
2712
Pelo seu período de degredo em Angola a partir de 1927, que se tornou mandato
como governador do distrito de Huíla, Henrique Galvão entra a década de 1930 com
prestígio entre os quadros do regime do Estado Novo em Portugal, oficializado em 1933
com a nova Constituição. A posição de confiança conseguida por Galvão no novo
regime se explica pelo seu posicionamento político a partir de, pelo menos, 1926 – com
o golpe que instaurou a ditadura militar da qual surgiria, destacado, Salazar na pasta das
Finanças – e por seu curto período em Angola, como governador e como observador, o
que lhe conferiu a reputação de conhecedor e especialista em assuntos coloniais. Em seu
relatório de governo em Huíla, publicado em 1929, Galvão já afirmava que faltava a
Portugal uma “ideia superior” ou uma “doutrina” que guiaria as políticas coloniais
portuguesas que, para além do subdesenvolvimento em comparação às possessões
coloniais de outras metrópoles europeias, passava por uma crise económica.
2713
de Portugal, seja pela nacionalidade, seja pela posição em que se encontrava
internacionalmente como um país europeu com possessões coloniais – ou um império –
porém pouco desenvolvido. Como personagem dissidente do regime a partir de 1947,
tendo sido mais reconhecido pelo sequestro a um navio de luxo português em 1961
como ato político contra o Estado Novo e Salazar, é importante o resgate de suas ideias
proferidas ainda na década de 1930 como um intelectual compromissado, apesar de
algumas particularidades, com o regime em questão.
2714
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2715 - 2720
Introdução
A manutenção preventiva em transformadores de potência tem um impacto fundamental na
vida útil e na confiabilidade de operação destes equipamentos. Nos últimos anos, o
surgimento de novas técnicas preditivas possibilitou a otimização dos processos de
manutenção com consequente redução de manutenções corretivas, porém as concessionárias
de energia elétrica passaram a ter que lidar com uma grande variedade de tecnologias,
exigindo níveis e escopos diferentes da área de manutenção (CIGRÉ, 2013).
Justificativa
Neste trabalho, está sendo desenvolvido um sistema especialista em diagnóstico de
transformadores de potência, que se justifica como uma ferramenta para auxílio às
2715
equipes de manutenção das empresas, contendo esta integração (Figura 1), contendo oito
módulos, com informações sobre os parâmetros de análises dos resultados, as classificações
(com notas de “A” a “E”) e ações recomendadas para as tomadas de decisão, por meio de
técnicas de inteligência computacional (ENGELBRECHT, 2007).
Outros
Ensaios Físico- Inspeções Visuais
Monitoramentos Ensaios Elétricos
Químicos
DIAGNÓSTICO EFICIENTE
DO TRANSFORMADOR
Objetivos
Este artigo tem como objetivos apresentar um estudo sobre as técnicas preditivas e sobre o
sistema especialista em diagnóstico em transformadores de potência em desenvolvimento,
denominado de SEDTrafo.
Metodologia
2716
A Figura 2 ilustra a metodologia empregada nos ensaios elétricos de medição de fator de
potência e de dissipação, e de análise de resposta em frequência.
Figura 2 – Ilustração da metodologia empregada nos ensaios elétricos.
Registrar as
condições do
ambiente e
conectar o
aterramento
elétrico
Ensaio de análise
de resposta em
frequência
Ensaio de
medição de fator
de potência e de
dissipação
Resultados
2717
classificação por gás, com as cores padronizadas, no módulo de Análise de Gases
Dissolvidos em óleo (AGD - cromatografia).
c) As telas de listagem de ensaios foram munidas de filtros para uma busca mais refinada.
d) Os campos para filtragem vão desde o transformador do ensaio, quanto a datas, família,
potência, subestação, e projeto do equipamento. Na Figura 3 são ilustrados os módulos de
DPs (EA) e de AGD (cromatografia), com os gráficos, as classificações definidas a partir dos
parâmetros otimizados e dos históricos (ensaios anteriores), e ações recomendadas
correspondentes.
DP (EA)
AGD
Os resultados parciais (com valores satisfatórios) dos ensaios elétricos de um estudo de caso,
do transformador de potência trifásico de 7,2 MVA, 34,5 kV/13,8 kV (apresentado na Figura
2), são ilustrados na Figura 4.
2718
Figura 4 – Resultados parciais: a) de fator de dissipação; e b) magnitude da função de
transferência com a variação de frequência, com circuito aberto (alta tensão).
(a) (b)
Conclusões
Referências
2719
CIGRÈ - Grupo de Trabalho A2.05. Guia de Manutenção para Transformadores de Potência. Brasil,
2013.
ENGELBRECHT, A.P. Computational Intelligence – An Introduction. 2ª ed., John Wiley & Sons, 2007.
IEC 60076-18:2012. Power transformers - Part 18: Measurement of frequency response. Disponível em:
https://webstore.iec.ch/publication/597. Acesso em: 13 set. 2016.
MARQUES, A. P, et al. Estudos sobre Transformadores de potência: Parte I. In: CONPEEX 2015 –
Congresso de Pesquisa, Ensino e de Extensão da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2015
2720
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2721 - 2724
Resumo expandido:
Este trabalho3 apresenta uma síntese da reflexão sobre as narrativas orais dos
sobreviventes do massacre de Eldorado dos Carajás (PA), que visa a compreender a luta dos
trabalhadores rurais sem-terra, na região Sul do Estado do Pará. Constata o acirramento da
luta de classes no cenário da luta pela terra no Pará e o drama social dos sobreviventes do
foram submetidos pela polícia do Estado do Pará, na curva do S5. Por outro lado, as
narrativas falam da luta por justiça social e da luta de classes no Estado do Pará. Assim, a
análise do percurso dos trabalhadores ligados ao Movimento Sem Terra revela nuances que
contribuem para a compreensão de aspectos da formação da classe trabalhadora e sua história
no Brasil.
A mobilização do povo sem-terra no Estado do Pará surgiu por meio das ações
do MST, no contexto da pressão pelo desenvolvimento de políticas públicas e da luta pela
distribuição da terra. A luta do MST tem sido pela disputa de um projeto de reforma agrária
para o País. Neste sentido, Nepomuceno (2007, p.188) considera que “[...] da primeira ação,
realizada em janeiro de 1990 em Conceição do Araguaia,
1Mestre e acadêmico do Doutorado em Performances Culturais EMAC/UFG.
2Doutor em Educação. Professor da FE/UFG e do Mestrado e Doutorado Interdisciplinar em Performances
Culturais EMAC/UFG.
3Este trabalho é parte da pesquisa realizada no Doutorado em Performances Culturais, que está sendo
realizado com incentivo da Capes, possibilitando escrever uma tese sobre 20 anos do massacre de Eldorado dos
Carajás.
4No dia 17 de abril de 1996 foram assassinados 19 trabalhadores rurais sem terras pela polícia do Estado do
Pará, na cidade de Eldorado dos Carajás.
5É o trecho da rodovia BR-155, conhecido como ‘curva do S’, o local do confronto entre trabalhadores sem
terras e a polícia do Estado do Pará.
2721
até junho de 1994, com a ocupação de áreas da Vale do Rio Doce, o crescimento do MST no
Pará foi gradativo, mas consistente”. Desta forma, a luta de classes está presente na
ocupação da terra, na medida em que esta, historicamente, no Brasil, representa um aspecto
fundamental para o entendimento da dinâmica de produção e concentração das riquezas e da
própria luta de classes.
Para Marx e Engels (1998, p.69) “a nossa época, a época da burguesia, distingue-se,
contudo, por ter simplificado os antagonismos de classe. Toda a sociedade está dividida, cada
vez mais, em dois grandes campos hostis, em duas grandes classes em confronto direito: a
burguesia e o proletariado”. Diante disto, a classe dominante não mede esforços para se
apropriar da terra (propriedade). Isto é evidente no Estado do Pará, onde as disputas em torno
da posse ou distribuição da terra são exemplares do acirramento da luta de classes. De
um lado, porque a classe que detém o poder quer manter sua condição de dominante.
Por outro, a classe trabalhadora luta para garantir acesso à terra como meio de produção
da vida. Na análise de Freire (1987, p.29) “somente quando os oprimidos descobrem,
nitidamente, o opressor, e se engajam na luta organizada por sua libertação, começam a crer
em si mesmos, […]”. Por isso, os sujeitos sem-terra buscam alternativas para ir atrás dos seus
direitos por meio da luta organizada pela MST.
Diante da luta e da disputa de poder, o povo sem-terra vive um drama social, Dawsey
(2005, p.165) diz que “nos anos de 1950, vendo como as aldeias Ndembu ganhavam vida
em momentos de crise, Victor Turner elaborou o modelo de drama social que lhe serviria
como instrumento de análise, [...]”. Isto contribuiu para ele compreender a estrutura social
das comunidades pesquisadas, entendendo as rupturas da vida social e as fases para superar
os problemas enfrentados pelos grupos. Neste sentido, os trabalhadores sem-terra vivem
um drama social após o massacre de Eldorado dos Carajás, já que os sobreviventes
continuam submetidos aos tensionamentos presentes na luta pela terra, que, não raro
descambam em atos de repressão violenta por parte dos proprietários.
O Estado do Pará se tornou um dos territórios com maior índice de trabalho
escravo, de violência no campo e de morte de trabalhadores rurais. O poder público não tem
dado conta de punir os responsáveis pelas mortes de trabalhadores, nem de aplicar a lei
para os que oferecem trabalhos em regime de escravidão nas fazendas e nas indústrias, bem
como em relação aos crimes ambientais.
2722
Conforme Nepomuceno (2007), o Estado do Pará é “campeão” na amostragem de
morte de trabalhadores rurais, sendo que a maioria das mortes acontece no Sul e Sudeste do
Estado. Os trabalhadores são cotidianamente submetidos à violência advinda dos
empresários o tempo todo, por exemplo, nos assassinados frequentes ou quando pequenos
agricultores são expulsos de suas terras. A violência é o instrumento usado para intimidar ou
torturar o povo sem-terra, já que ela serve para calar os que incomodam os poderosos.
O massacre de Eldorado dos Carajás (PA) foi datado historicamente e o tempo
transcorrido deixou marcas da violência e do sofrimento presentes nas vidas nas memórias
dos sobreviventes à barbaridade da curva do S. Nepomuceno (2007, p.153) conta que “[...]
pouco depois das quatro e meia de tarde da quarta-feira, 17 de abril de 1996, o cenário da
tragédia estava completo”. Assim, o dia 17 de abril lembra o cenário da tragédia na curva
do S, que demonstra o ódio dos latifundiários do Estado do Pará em relação aos trabalhadores
sem-terra. Pode-se perceber que os sobreviventes ficaram mutilados, morte em vida, pois são
muitas dores; a dor que carrega cada trabalhador e trabalhadora que sofreram a ação da
polícia naquele dia. Conforme Nepomuceno (2007, p.67), “[...] no dia 17 de abril de 1996,
quando acabaram os tiros, 69 dos sobreviventes apresentavam ferimentos graves. Tão graves
que três deles acabaram morrendo tempos depois em consequência dos tiros”. As pessoas
que sobreviveram ao massacre passaram a ter uma vida sofrida, cheia de dores, que se
expressam nas narrativas orais dos sujeitos.
O fato é que as narrativas orais sobre o dia 17 de abril de 1996 se tornaram parte da
cultura dos trabalhadores, portanto, o ato de narrar o acontecimento da curva do S
possibilita enxergar os motivos que levaram a morte de 19 sem-terra. Para Benjamim
(1994, p.198) “a experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorreram
todos os narradores. E, entre as narrativas escritas, as melhores são as que menos se
distinguem das histórias orais contadas pelos inúmeros narradores anônimos”.
É possível ter uma dimensão da violência que ocorreu na curva do S por meio das
narrativas orais dos sobreviventes, pois, elas são um dos alicerces para que os trabalhadores
rurais evoquem, na forma de protesto, a cena de barbárie compreendam o drama social do
povo sem-terra, diante do entendimento da relação opressor/oprimido que existe no Estado
do Pará, já que o latifúndio, ao longo da história, assumiu o poder de controlar tudo e
“todos” no Estado.
2723
REFERÊNCIAS
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas I – magia e técnica, arte e política: ensaios sobre
literatura e história da cultura. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. GEERTZ,
Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. 1ª edição. Bauru,
São Paulo: Edipro, 1998.
NEPOMUCENO, E. O massacre - Eldorado do Carajás: uma história de impunidade. São
Paulo: Planeta do Brasil, 2007.
TURNER, Victor. From ritual to theatre: the human seriousness of play. New York: PAJ
Publications. 1982.
2724
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2725 - 2731
Resumo: O propó sito deste trabalho é apresentar metodologia semâ ntica, utilizando Onto- logia, no
intuito de melhorar os resultados da Mineraç ã o de Dados em Banco de Dados de Decisõ es
Judiciais. Objetiva-se apresentar um mé todo inteligente e automá tico para bus- car decisõ es em
processos judiciais correlatos ao que está em julgamento utilizando Onto- logia relacionada ao
negó cio. Para isto, será construı́da uma Ontologia Jurı́dica. Acredita- se que este mé todo irá
proporcionar agilidade no Poder Judiciá rio ao passo que irá simular o trabalho dos Assessores
Jurı́dicos na preparação das decisões judiciais.
Palavras-chave: Mineraç ã o de Dados, Decisõ es Judiciais, Ontologia, Gestã o do Conhe- cimento,
Inteligência Artificial, Clustering, Reticulados.
1 Introdução
O nú mero de processos no judiciá rio brasileiro tem aumentado de forma exponencial e
superlotado as serventias, prejudicando o rá pido atendimento aos direitos da sociedade. E para que
esta realidade seja transformada, faz-se necessá rio que os recursos disponı́veis supram as
necessidades sociais, garantindo celeridade, efetividade, eficiê ncia e eficá cia dos trabalhos
desenvolvidos pelos serviços forenses [1], [4].
É natural que o Poder Judiciário acompanhe o progresso tecnológico e adote novas
formas de gestã o de informaçã o por meio de sistemas que concretizem a aplicaçã o dos princı́pios
constitucionais e processuais, como o da eficiê ncia e da celeridade processual [3]. Desta forma,
busca-se a inserçã o de novas ferramentas de apoio a operaçã o do Direito objetivando promover o
aperfeiçoamento da gestão do conhecimento no judiciário [2].
∗Email:1apcastrojr@gmail.com,2wpcalixto@gmail.com,3vivianemargarida@gmail.com,4lais.fernanda2009@hotmail.c
om,5ernestofonsecaveiga@gmail.com,6alanadsm@gmail.com,7jhonathanbrandao@gmail.com† Universidade Federal de
Goiá s - Escola de Engenharia Elé trica, Mecâ nica e de Computaç ã o (EMC)‡ Instituto Federal de Goiá s (IFG) §
Universidade Federal de Goiá s - Instituto de Computaç ã o (IC)
2725
A pesquisa em decisões já proferida s é etapa essencial no fluxo processual,
reali-
zada basicamente por meio dos s´ıtios dos tribunais de justic¸a. A maioria das ferramentas
dispon´ıveis no Brasil para esse tipo de busca sa˜ o substancialmente textuais, tornando a pesquisa
morosa, trabalhosa e pouco produtiva [5]. O trabalho de estudar o processo e pesquisar por deciso˜
es similares e´realizado basicamente por Assessores de Magistrados.
Estes Assessores Judicia´rios, responsa´veis pela pesquisa na Internet, consomem tempo
significativo no trabalho de estudar o processo e encontrar, por meio de busca textual, de-
ciso˜es semelhantes ao caso em tela. A busca textual depende da interpretac¸a˜o da pessoa, bem
como da estruturac¸a˜o do banco de dados disponibilizado, podendo resultar em proble-mas na
precisa˜o da informac¸a˜o e na qualidade da recuperac¸a˜o, influenciando diretamentena minuta da
decisa˜ o para estudo pelo Juiz[5].
Assim, objetiva-se neste trabalho a construção de metodologia inteligente e automática para
mineração de dados em banco de dados de decisões em processos judiciais corre-
latos ao que está em julgamento, utilizando pesquisa semântica com Ontologia, ou seja,
robô implementado por software que receba conteú do sobre processos (natureza, á rea de ação,
polos, assunto, classe e parte principal do teor da petição inicial) e realize pesquisa
ao banco de dados do inteiro teor de outras decisões já proferidas no passado, encon-
trando a decisã o mais adequada, frente aos vá rios casos julgados. A intençã o é melhorar a precisã
o e a recuperação da informação.
2 Metodologia
O projeto teve in´ıcio com o levantamento dos sistemas do Judicia´ rio e as estruturas de da- dos
(diagramas de entidades e relacionamentos) dos ambientes que permitem a pesquisa textual no
banco de dados de deciso˜ es na Internet. Foi constru´ıdo ambiente tecnolo´ gico para simulac¸a˜ o e
testes usando Ruby-on-Rails com Elasticsearch e PostgreSql. Neste ambiente foram migrados
tantos os dados do inventa´ rio de processos do primeiro grau de Jurisdic¸a˜o quanto a base de dados
de sentenc¸as/deciso˜es.
Com a estrutura para simulc¸a˜o criada, foi iniciado a pro´xima etapa: construc¸a˜o da On- tologia
2726
Jur´ıdica. Para esta definic¸a˜ o semaˆ ntica, foi necessa´ rio definir o escopo de atuac¸a˜ o, visto o
grande volume de dados e naturezas processuais existentes no Judicia´ rio Goiano. Para os
primeiros testes, ficou estabelecido criar a Ontologia para as naturezas proces- suais de
Revisional e Consignato´ ria. Esta decisa˜ o foi baseada no volume de processos judiciais existentes
dessas classes processuais. Para a construc¸a˜ o da Ontologia foi utili- zada a ferramenta Protege´ [8].
A Ontologia Jurı́dica construı́da foi implementada no software de simulaçã o para aná lise da busca no
banco de dados de decisões monocráticas. Para analisar e comparar os
resultados dos experimentos foram aplicados mecanismos para medir a capacidade do algoritmo
em minerar os dados com e sem a Ontologia. As medidas utilizadasforam:
• Precisa˜ o (Precision): e´a % de instaˆ ncias classificadas corretamente como positivas dentre
todas as que foram classificadas como positivas pelo software, (1);
Verdadeiro Positivo
Precisão =
, (1)
V erdadeiro P ositivo + Falso P ositivo
2727
Verdadeiro Positivo
Sensitividade =
, (2)
Falso Negativo
Assim, o ambiente para simulação permite realizar as análises necessárias para tentar identificar
as vantagens na aplicação da Ontologia Jurı́dica na Mineração dos Dados.
O software Autosent, constru´ıdo para realizar a busca e classificac¸a˜ o das deciso˜ es judici- ais,
permite aplicar os mecanismos para medir a capacidade do algoritmo em minerar os
dados com ou sem a utilização da Ontologia. É software WEB utiliza a estrutura Model-
View-Controller (MVC), estrutura de banco de dados na˜o relacional de documentos e uma estrutura
de banco de dados relacional com duas tabelas principais:
Tanto no banco de dados nã o relacional quanto no relacional estã o armazenados o inteiro
teor das decisõ es dos processos. A pesquisa no Autosent é realizada no banco de dados nã o
relacional, por questõ es de performance, enquanto no banco de dados relacio- nal sã o realizados os
cálculos de Precisão e Sensitividade.
Visto que havia no Sistema de Deciso˜es Monocra´ticas (SDM) do Judicia´rio, em produc¸a˜o no dia
10/08/2016 as quantidades de informac¸o˜ es conforme Tab. 1. Os dados apresen- tados na Tab. 2 sa˜o
referentes a massa de dados utilizada para simulac¸a˜o e testes do ambiente proposto.
2728
Descriç ã o Quantidade
Total de Sentenç as e Decisõ es 1.532.109
Total de Despachos e Informaçõ es 2.437.154
TOTAL GERAL 3.969.263
A seguinte sequê ncia de passos foi realizada pelo ambiente tecnoló gico do Autosent:
1.Assessor Jurı́dico digita o nú mero do processo que irá fazer a minuta de decisã o; 2.Sis- tema
Autosent pesquisa a natureza, á rea de aç ã o, despachos realizados e tipo das partes no processo;
3.Aplica a Ontologia; 4.Faz a busca em todas as decisõ es/sentenç as já pro- feridas, pesquisando por
similares e 5.Aplica os cálculos de Precisão e Sensitividade.
3 Resultados
Realizadas as simulac¸o˜ es no Autosent, sem e com a aplicac¸a˜ o da Ontologia, tem-se que a pesquisa
sem uso da Ontologia obteve Precisa˜ o de 0,37 e Sensitividade de 0,34. Para a pesquisa com uso da
Ontologia, tem-se Precisa˜o de 0,66 e Sensitividade de 0,54. Estes resultados podem ser observados
na Figura 1.
2729
Os resultados das simulações, com o uso da Ontologia, indicam que há melhorias tanto nas decisõ
es verdadeiramente positivas retornadas frente aos falsos positivos retornados,
quanto na quantidade de decisões verdadeiramente positivas retornadas frente todas as que são
verdadeiramente corretas existentes no banco de dados, conforme Figura 1.
4 Conclusões
mineraç ã o de dados em Decisõ es Judiciais, tanto na precisã o quanto na recuperaçã o das informaç õ
es. Outro ponto relevante é poder estabelecer a uniformizaç ã o das pesquisas no universo do inteiro
teor das decisõ es monocrá ticas, evitando que assuntos correlatos em processos possam ter decisõ es
divergentes.
Considerando que a base de dados utilizada para os testes possa haver erros no pro- tocolo dos
processos, 66% na precisa˜o e 54% na recuperac¸a˜o sa˜o nu´meros promissores. O trabalho ainda esta´
em desenvolvimento e como todos os testes realizados foram para os processos de naturezas
Revisional e Consignato´ ria, ha´ a intenc¸a˜ o de trabalhar outras natu- rezas correlatas e que podem
trazer resultados melhores. O objetivo final deste trabalho e´ demonstrar que a aplicac¸a˜ o da semaˆ
ntica, por meio da Ontologia, ira´ trazer conhecimento mais acertivo no processo de minerac¸a˜ o de
dados.
Referências
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Dados no Poder Judiciário V Coletânea Luso-Brasileira - Gestão da Informação,
Cooperação em Redes e Competitividade, Cap. 2, p. 61-78, 2014
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jul/dez. 2005.
2730
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2005
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International Conference on Information Systems and Technology Ma- nagement, 2009.
[6] C. C. M., MARIA Ontologia legal-Estudo sober a modelagem do conhecimento legal no contexto do direito
tributa´rio Preˆmio Schontag, 2006.
[7] H. M., ALBERTO; C. T., AUGUSTO Titulaç ã o Automá tica de Acordã os Baseado em Onto- logia
Jurisprudencial Revista Democracia Digital e Governo Eletrônico, v.2, n.3, 2010
[8] H., MATTHEW A Pratical Guide to Building OWL Ontologies using PROTE´ GE´ 4 and CO-ODE Tools. The
University of Manchester, 2011
2731
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2732 - 2736
Bruno BORGES
2732
perspectiva da ergologia (SCHWARTZ, 2000, 2011; SCHWARTZ & DURRIVE, 2007;
ALVES, 2010, 2015, 2016; CHARLOT, 2008; ROSA, 2000, 2003) – principal aporte
teórico adotado – entre as normas prescritas e o trabalho real há um espaço em que se dá um
debate de normas, isto é, um debate entre as regras prescritas e a forma singular como cada
sujeito ou coletivo gere o instante do trabalhar. A atividade adquire, sob esse prisma, uma
dimensão enigmática que pressupõe um lado menos visível ou invisível. Essa renormalização,
esse retrabalho das normas, é multideterminada e inclui experiências, saberes, valores, regras
próprias, em suma, um fazer de outro modo. O trabalho, nessa perspectiva, se realiza na tensão
entre uso de si por outrem – as normas prescritas – e o uso de si por si mesmo – as normas
Objetivos
O objetivo geral da pesquisa parte da seguinte problemática: considerando o trabalho
docente a partir do ponto de vista da atividade, como se apresenta a experiência laboral dos
homens e mulheres, professores e professoras, na escola privada de ensino médio? Este
objetivo geral se desdobrará nos seguintes objetivos específicos:
4.1 - Existem diferenças significativas entre a prática pedagógica exercida no setor
privado e no setor público?
4.2 - Considerando que os constrangimentos sofridos pelos docentes do ensino privado
são diferentes daqueles vivenciados pelos docentes do ensino público, quais as dimensões e
características dessas diferenças?
4.3 – Levando em conta tanto as expectativas da escola-empresa com o trabalho de seus
funcionários quanto as expectativas dos docentes com a sua atividade, como os professores e
professoras do ensino básico privado demandam os usos de si?
4.4 - Quais as implicações para o trabalho dos professores e professoras – e, logo,
para as práticas pedagógicas – quando ele é exercido numa escola que também
1 A Ergologia é um campo de pesquisas que convida outras áreas do conhecimento, sobretudo as ciências do
trabalho, para pensar as situações de trabalho. A constituição do campo deu-se a partir da década de 1980 na
Universidade de Provence (França) – com as pesquisas de Yves Schwartz, Daniel Faïta e Bernard Vuillon – e
culminou, em 1999, com a criação do Departamento de Ergologia-APST (Análise Pluridisciplinar das
Situações de Trabalho). De acordo com Schwartz “A ergologia conseguiu juntar a história do conceito de
atividade, de um lado, com os ergonomistas e, de outro, com a herança da filosofia da vida de Georges
Canguilhem” (Trabalho, Educação e Saúde, v. 4 n. 2, p. 457-466, 2006).
2733
é uma empresa privada? Ou de outro modo: como as questões mercadológicas
influenciam nas questões pedagógicas?
Metodologia
A situação de entrevista é entendida também como uma situação de trabalho e, desse modo,
pressupõe o estabelecimento de relações de trabalho entre os trabalhadores entrevistados e o
trabalhador-pesquisador, relações de interdependência. Pressupõe também a existência de
normas antecedentes que orientam o trabalho e, claro, o debate de normas e os usos de si
pelos entrevistados e pelo entrevistador. O momento da entrevista é o do encontro entre o
conhecimento e a experiência, um encontro no qual os polos não se hierarquizam, onde não
há a submissão de um ao outro, mas uma aproximação entre os conceitos – trazidos pelo
pesquisador – e os centros de renormalização – os trabalhadores – e, por consequência, uma
aproximação em relação às atividades do trabalho real (ROSA, 2003).
2734
Discussão
O maior interesse do estudo é uma aproximação das formas pelas quais os docentes
do ensino médio privado demandam os usos de si tentando captar como o trabalho deles é
constrangido, abalado ou alterado pelo fato de ser realizado numa empresa privada. Uma
escola-empresa tem como objetivo promover a acumulação de capital, isto é, possui fins
lucrativos. O que esta organização espera de seus
Considerações Finais
O ensino em âmbito privado tem crescido bastante no Brasil nas últimas
décadas. Esse crescimento deve-se, sobretudo, ao aumento de escolas mantidas pela iniciativa
privada – as escolas-empresas, mas também ao processo de transferência para as instituições
públicas da lógica gerencial das empresas privadas. É notório o crescimento de docentes
atuando neste tipo de instituição ou submetidos à uma gestão dessa natureza. Porém, são
poucos os trabalhos de pesquisa acadêmica que têm como foco o trabalho desses profissionais
e, principalmente, daqueles que atuam em escolas de nível médio. Muitos dos estudos que
optam pelo trabalho docente o analisam, geralmente, no contexto da escola pública e em
relação aos modelos pedagógicos, aos currículos, aos programas e avaliações sem, contudo,
abordarem de forma mais detida o ensino como trabalho. E quando o fazem, na maior parte
das vezes, tendem a considerar que os docentes executam as normas antecedentes da maneira
como são prescritas. Adquire importância, portanto, um estudo que tenha como pretensão
2735
um olhar mais abrangente sobre o trabalho desses professores, isto é, um movimento em
Referências
ALVES, Vanessa Aparecida. A Atividade de Trabalho Docente em uma escola privada: Usos de si e circulações
de valores, saberes e competências. Dissertação (mestrado acadêmico em Educação). Universidade Federal de
Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, 2009.
ALVES, Wanderson Ferreira. Avaliar e gerir: força e miséria de um ideário presente nas políticas
educacionais contemporâneas. Rev. Bras. Educ. [online]. 2016, vol.21, n.64, pp.189- 207.
CHARLOT, Bernard. Educação, trabalho: problemáticas contemporâneas que convergem. In: NOZAKI, Izumi
(org.). Educação e trabalho: trabalhar, aprender, saber. Campinas, SP: Mercado de Letras; Cuiabá, MT:
Editora da UFMT, 2008.
OLIVEIRA, Dalila A. As reformas educacionais e suas repercussões sobre o trabalho docente. In: OLIVEIRA,
Dalila A. (org.). Reformas Educacionais na América Latina e os trabalhadores docentes. Belo Horizonte:
Autêntica, 2003.
PARO, Vitor. A natureza do trabalho pedagógico. In: PARO, Vitor. Gestão democrática da escola pública. 3ª
edição. São Paulo: Atlas, 2000.
ROSA, Maria Inês. Trabalho - nova modalidade de uso de si e educação: debates/confrontos de valores. Pro-
Posições, v.1, n.5 (32), jul 2000.
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas/SP: Autores Associados, 2007.
SCHWARTZ, Yves. Conceituando o trabalho, o visível e o invisível. Trabalho, Educação e Saúde, v.9,1, p.19-
45, 2011.
TUMOLO, Paulo S; FONTANA, Klalter B. Trabalho docente e capitalismo: um estudo crítico da produção
acadêmica da década de 1990. Educação & Sociedade. Campinas, vol. 29, n. 102, p. 159-180, jan. /abr. 2008.
2736
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2737 - 2742
JUSTIFICATIVA E BASETEÓRICA
2737
Contudo, a realização desse estudo utilizando técnicas inovadoras e de ponta como a (MT)
e a (ER-XDE) no estudo da podologia de bovinos se justifica, pois, acredita-se que os
dados gerados por meio dessas técnicas serão de grande relevância gerando melhorias no
manejo profilático das enfermidades podais entre diferentes raças.
OBJETIVOS
METODOLOGIA
O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais, Pró Reitoria de
RESULTADOS EDISCUSSÃO
Utilizando a técnica MT foi possível verificar que estojo córneo de vacas da raça
Girolando apresentou ausência de poros e túbulos córneos paralelos repletos de queratina
intratubular em formato helicoidal. Também foi possível mensurar a quantidade de túbulos
córneos presentes nas diferentes regiões do estojo córneo bem como o número de túbulos
2738
córneos/mm2. O estudo revelou que o estojo córneo desses animais apresentou maior
percentagem de túbulos córneos de 51 µm de diâmetro ao avaliar os dígitos dos membros
torácicos e pélvicos. No entanto, não houve diferença estatística significante entre esses
dígitos avaliados e também não foi evidenciada diferença estatística significante entre as
regiões da muralha dorsal, muralha abaxial e sola pré-bulbar quanto aos diferentes
diâmetros de túbulos córneos encontrados (p>0,05).
Tabela 1. Diâmetro, percentagem e número total de túbulos córneos presentes nos dígitos
de bovinos da raça Girolando por meio de microtomografia tridimensional
(MT)
DIG/HR/AS
PERCENTAGE OF HORN TUBULES (%)
DIAMETER (17 µm) (51 µm) (85 µm) (119 µm) (153 µm) No. TB/mm2
Médias seguidas de letras iguais, na mesma coluna e mesma variável não diferem entre si
(p>0,05).
MAB – muralha abaxial; SOL – sola; NTB/mm2 – número de túbulos córneos por mm2.
Por meio da técnica de ER-XED, o estudo revelou que o mineral de maior concentração
no estojo córneo desses animais é o S em sequência o Ca, K, P, Zn e Cu (Tabela 1).
2739
DÍG/
FLORESCÊNCIA DE RAIOS X
Médias seguidas de letras iguais, na mesma coluna e mesma variável não diferem entre si
(p>0,05).
Médias seguidas de letras diferentes, na mesma coluna e mesma variável diferem entre si
(p<0,05 DIG
Com base neste estudo, é possível inferir, que os bovídeos domésticos possam
apresentar padrão similar quanto à morfologia do estojo córneo, considerando a
organização e deposição helicoidal da queratina. Entretanto, os resultados encontrados
(Tabela 1) evidenciaram que o estojo córneo dos bovinos da raça Girolando apresentou
percentagem de túbulos córneos com 51 µm de diâmetro e número de túbulos córneos/
2740
o mineral de maior concentração no casco desses animais. Dados semelhantes foram
evidenciados em estudos com bubalinos (ASSIS, 2015). Acredita-se que esse achado se
deve a importância desse mineral na formação dos túbulos córneos por meio das pontes
dissulfeto entre os aminoácidos metionina, cistina e cisteína (SCHROOYEN et al., 2001)
que confere maior estabilidade a estrutura e maior dureza (ASSIS, 2015). Outro achado
importante é que a sola apresentou maior contração de Ca, K e Cu, em relação as
muralhas. Sabe-se que esses minerais estão relacionados com a qualidade do estojo
córneo e que o Cu participa ativamente na síntese de queratina e melanina, conferido
maior qualidade ao estojo córneo (HOBLET & WEISS, 2001), contudo, o cobre está mais
relacionado com o metabolismo celular e não aos mecanismos estruturais, o que justifica
essa diferença de concentração.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2741
ARAÚJO, G.H.M. Microstructure of Holstein and Gir breed adult bovine hooves: histomorphometry,
three-dimensional microtomography and microhardness test evaluation. Arq Bras Med Vet Zootec. v.32,
p.131–51, 2015.
SCHROOYEN, P.M.M.; DIJKSTRA, P.J.; OBERTHÜR, R.C.; BANTJES, A.; FEIJEN,
J. Stabilization of Solutions of Feather Keratins by Sodium Dodecyl Sulfate.
J Colloid and Interface Sci. v.240, n.1, p. 240-309, 2001.
2742
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2743 - 2748
Introdução
2743
Metodologia
Resultados e discussão
A germinação das sementes de soja, das duas cultivares, tratadas somente com os
polímeros não diferiu do controle, o que já era esperado. Já que uma característica importante
e necessária nos polímeros é que estes não afetem negativamente o processo de germinação e
vigor das sementes (Nie, 2004). Contudo, com a inoculação do T. harzianum, a ‘BRSGO
Luziânia’ germinou menos que a ‘5909 Nideira’ (dados não mostrados). E, em relação ao
crescimento da radícula, houve diferença entre os tratamentos e o controle (Figura 1), em
que as radículas dos controles se desenvolveram menos. Em todos os tratamentos a ‘5909
Nidera’ se desenvolveu mais que a ‘BRSGO Luziânia’ (Figura 1).
2744
O teste em vasos foi mais representativo que os testes com rolo de papel, em que os controles
mostraram germinação inferior aos demais tratamentos (polímeros + T. harzianum). Das sete
sementes semeadas por vaso, dos controles ‘BRSGO Luziânia’ e ‘5909 Nidera’, germinaram
apenas cinco e quatro, respectivamente (Figura 2). Isto porque, o tratamento de sementes tem
a capacidade de controlar patógenos; melhorar o vigor das sementes; melhorar a absorção de
nutrientes; promover o crescimento e aumentar o rendimento das plantas (Menezes, 1992;
Harman, 2000). Entre os exemplos de culturas beneficiadas, podem ser citados o algodão e o
feijão, com aumento de 20% a 30% no índice de germinação (Nussinovitch, 1997).
Figura 1. Comparação do tamanho de radículas emitidas por cada tratamento e pelo controle
das cultivares Luziânia e 5909. Sementes tratadas com os produtos (CMC e PEJU +
T. harzianum) Luz= cultivar Luziânia, Contr= Controle (sem tratamento e sem Trichoderma),
5909= Cultivar 5909 Nideira.
2745
Na viabilidade do tratamento de sementes, após trinta dias de inoculadas, houve
decréscimo na germinação da ‘BRSGO Luziânia’ (Tabela 1). Isto também foi observado no
controle, indicando que os polímeros não afetam negativamente a germinação das sementes. A
‘BRSGO Luziânia’ em comparação com ‘5909 Nidera’ é uma cultivar mais sensível. Isto
porque, a germinação na ‘5909 Nidera’ com CMC diminuiu apenas 1,6% e a ‘5909 Nidera’ com
PEJU aumentou em 4% (Tabela 1). Este resultado é importante, pois o armazenamento das
sementes tratadas favorece o não aparecimento de patógenos na semente, protegendo-a, e
também contra próprios efeitos do ambiente devido às diversas condições de armazenagem.
Pereira et al. (2005), avaliaram a qualidade e a capacidade de germinação de sementes de milho
em termos do recobrimento por filmes poliméricos e tempo de armazenamento. Os autores
concluíram que os polímeros não afetaram a germinação das sementes por um período de até
seis meses de armazenamento. Diante o exposto, sugerem-se testes futuros para determinar por
quanto tempo pode-se armazenar as sementes sem afetar a viabilidade do
T. harzianum e o poder de germinação da semente, em ensaios de campo.
Sementes germinadas
0
Luz.
Luz. Luz. 5909 590 5909
Cont
CM PEJ PEJ 9 Contr
r
C U U CM
C
Figura 2. Comparação da germinação entre os tratamentos nos vasos com solo. Luz=
cultivar Luziânia, Contr= Controle (sem tratamento e sem Trichoderma), 5909= Cultivar
5909 Nideira.
2746
Figura 3. Comparação do melhor tratamento em relação ao tamanho de plantas do
teste realizado em vasos. Crt= Controle (Sem tratamento e sem T. harzianum).
1 Teste A: Teste de germinação das sementes logo em após tratamentos. 2 Teste B: Teste de
Conclusões
Os produtos utilizados para aderência do fungo nas sementes (CMC e PEJU) não
afetaram a germinação das sementes de soja. A ‘5909 Nidera’ mostrou melhor resposta em
relação ao tamanho de plantas. Assim, as sementes podem ser armazenadas tratadas sem
grandes de perdas.
2747
Referências bibliográficas
NIE, H.; LIU, M.; ZHAN, F.; GUO, M. Factors on the preparation of carboxymethylcellulose
hydrogel and its degradation behavior in soil. Carbohydrate Polymers, n. 58, n. 2, p.185-189,
2004.
2748
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2749 - 2753
Justificativa
2749
fitoterápicas no Brasil eram obtidas a partir de plantas silvestres, de acordo com as necessidades
dos laboratórios, sem épocas ou locais definidos de coleta.
Após 20 anos, novas pesquisas apontam para o mesmo problema, indicando que o Brasil
pouco cresceu na área da produção de ervas medicinais. Nascimento et al (2005), encontrou os
mesmos problemas de falta de qualidade nos produtos fitoterápicos brasileiros, também devido à
falta de matéria-prima de qualidade controlada. O mesmo autor ainda afirma que o controle de
qualidade de um produto envolve várias etapas que vão desde a obtenção da matéria-prima,
passando por todo o processo de produção, culminando com a análise do produto final. Através
do cultivo de plantas medicinais, muitos desses problemas poderiam ser contornados, entretanto
essa prática ainda é pouco usual em nosso meio.
Para a elaboração do referencial teórico foram utilizados os marcos de regulamentação
brasileira acerca de plantas medicinais: a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares do Sistema Único de Saúde; a Política Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos; o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos; o Manual de Boas
Práticas Agrícolas de Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares; e a Resolução nº 10 da
Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A caracterização das plantas relatadas pelos profissionais de saúde indígena a serem
entrevistados será feita utilizando a vasta literatura apresentada pelo Professor Francisco José
de Abreu Matos. Esses documentos servirão de base para avaliar o conhecimento sobre plantas
medicinais e fitoterapia dos profissionais de saúde que atuam na área indígena.
Ante o exposto, foram levantados alguns questionamentos: como é o uso de plantas
medicinais e/ou fitoterapia pelos profissionais de saúde que atuam na área indígena? Como será o
discurso desses profissionais, sobre plantas medicinais e/ou fitoterapia? Qual são os significados do
o uso dessas plantas medicinais e/ou fitoterápicos no cotidiano assistencial na saúde indígena?
Assim sendo estabelecemos os objetivos descritos a seguir.
Objetivos
Objetivo Geral
• Compreender sobre o uso de plantas medicinais e/ou fitoterapia pelos profissionais que
atuam na área assistencial de saúde indígena.
Objetivos Específicos
2750
• Construir o Discurso do Sujeito Coletivo dos profissionais de saúde que atuam na área
assistência de saúde indígena, sobre plantas medicinais e fitoterapia.
Metodologia
2751
informações referentes ao conhecimento do profissional de saúde sobre plantas medicinais. Durante
a entrevista serão feitas perguntas visando identificar a existência de conhecimento prévio do sujeito
sobre plantas medicinais, por meio de contatos com essa temática antes da atuação na saúde
indígena.
Os dados serão coletados em um local discreto, com privacidade, para que o
entrevistado possa ter a liberdade e tranquilidade para desenvolver as respostas. As falas serão
gravadas em audio para que se possa absorver o máximo de informações contidas nos discursos. O
roteiro de entrevista é semi-estruturado, podendo o pesquisador aprofundar um pouco mais em
determinado fato que não tenha ficado claro na fala do sujeito. O tempo previsto para cada
entrevista será de trinta a quarenta minutos.
Os dados coletados serão analisados visando a construção do Discurso do Sujeito Coletivo
dos profissionais de saúde que atuam na saúdeindígena.
Será também utilizado o programa Qualiquantisoft, desenvolvido pela Faculdade de Saúde
Pública da USP-SP, com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento de pesquisas que utilizam o
DSC. Sua utilização facilitará as atividades analíticas, minimizando o processo operacional do
pesquisador.
Resultados/Discussão/Conclusão
O presente estudo aguarda aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas
da UFG para ser desenvolvido.
Referências bibliográficas
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LEVEFRE, F. e LEVEFRE, A.M.C. Depoimentos e Discursos uma proposta de análise em
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NASCIMENTO, V.T., LACERDA, E.U., MELO, J.G., LIMA, C.S.A., AMORIM, E.L.C.,
ALBUQUERQUE, U.P. Controle de qualidade de produtos à base de plantas medicinais
comercializados na cidade do Recife-PE: erva-doce (Pimpinellaanisum L.), quebra-pedra
(Phyllanthus spp.), espinheira santa (Maytenusilicifolia Mart.) e camomila (Matricariarecutita L.).
Rev.Bras.Pl.Med., Botucatu, v.7, n.3, p.56-64, 2005.
2753
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2754 - 2759
JUSTIFICATIVA/BASE TEÓRICA
2754
VII competência profissional, com a finalidade de monitorar os
resultados da farmacoterapia;
XII - Avaliar resultados de exames clínico-laboratoriais do paciente,
como instrumento para individualização da farmacoterapia; (...)
XVII - Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente(...);
XXI - Realizar, no âmbito de sua competência profissional,
administração de medicamentos ao paciente; (...)
XXVI - Prescrever, conforme legislação específica, no âmbito de sua
competência profissional.
Dada a importância da Bioética para a atuação do farmacêutico, este trabalho tem como
objetivos quantificar as faculdades de farmácia no estado de Goiás e as com melhor e pior
classificação no Brasil e verificas as que têm a disciplina de Bioética em sua matriz curricular.
2 METODOLOGIA
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2755
ética e/ou Bioética para o curso de farmácia. Na Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho (UNESP, 2013) não consta disciplinas de ética e/ou Bioética. O mesmo se
observa na Universidade Federal do Paraná, que contempla Bioética em sua grade optativa,
mas não na obrigatória (UFPR, 2016). A Universidade Federal do Rio Grande do Sul tem
Saúde Coletiva e Bioética como disciplina obrigatória (UFRGS, 2016). A Universidade
Estadual de Londrina tem a disciplina Legislação, Deontologia e Bioética (UEL, 2005). Na
Universidade Federal do Rio de Janeiro, apesar de se fazer referência à Bioética em algumas
das disciplinas do currículo, como Metodologia Científica e Farmacologia Clínica, a
disciplina não existe ou não foi encontrada na grade (UFRJ, 2012). Na Universidade Federal
de Goiás (UFG, S.d), apesar de a ementa da disciplina Deontologia e Legislação Farmacêutica
contemplarem Bioética, esta não foi encontrada como parte da grade do curso. Na
Universidade Federal do Espírito Santo, consta a disciplina Bioética e Legislação
Farmacêutica (UFES, 2008):
2756
XX, como classificam Johnson e Novaes (2009).
Das dez com pior classificação (uma pública (UNIBAVE) e nove privadas), sendo
duas localizada no estado de Goiás, a ética e/ou a Bioética, segundo a grade curricular, ementa
ou programa dos cursos, é abordada da seguinte forma: Bioética consta como matéria do curso
de farmácia da Faculdade de Educação em Meio Ambiente (FAEMA, 2007); no Centro
Universitário de Desenvolvimento do Centro Oeste (UNIDESC, 2016) consta a disciplina de
Ética em Saúde; nas matrizes curriculares do Centro Universitário Barriga Verde, a única
instituição pública desta lista (mas não gratuita) (UNIBAVE, 2014), não consta disciplinas
específicas de ética e Bioética (UNIBAVE, 2015); assim como a Matriz curricular do curso de
farmácia da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Aimorés (FUNEC, 2015); das Faculdades
Unidas do Vale do Araguaia (UNIVAR, 2016). Não foram encontrados dados sobre a matriz
curricular da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Alto São Francisco (FASF, 2016 a,
b, c). Na Faculdade Presidente Antônio Carlos de Governador Valadares (UNIPAC, 2016)
não constam disciplinas específicas de ética e Bioética para o curso de farmácia. O site do
Centro Universitário São José de Itaperuna não havia sido adicionada a matriz no momento do
acesso (UniFSJ, 2016). A matriz curricular do Instituto de Ensino Superior de Fortaleza
(UNICE, 2016) não inclui ética ou Bioética, assim como a Faculdade Metropolitana de
Anápolis (FAMA, 2016).
Apesar de nem sempre os programas das disciplinas ou o Projeto Pedagógico não terem sido
encontrados, para nenhuma das instituições citadas, bem como duas das grades, nas grades
curriculares, observou-se que das 8 grades consultadas, das 10 faculdades brasileiras pior
ranqueadas no curso de farmácia, tem disciplinas que envolvam ética ou Bioética, de forma
específica e obrigatória, duas (25%): FAEMA, UNIDESC.
No Estado de Goiás a melhor classificada encontra-se em nono lugar e a pior classificada
encontra-se em último lugar no Ranking nacional. O estado registra 19 faculdades de farmácia,
aproximadamente 5,7% das faculdades do Brasil.
2757
Das instituições goianas as duas com melhor classificação no Ranking são públicas
(UFG e UEG) e as demais são privadas ou pública e não gratuita (FESURV), conforme artigo
10º do Estatuto da UniRV (2004).
Apesar de constar Deontologia e Legislação Farmacêutica nos cursos, a Bioética não é
contemplada ou não o é de forma direta (ainda que este trabalho não possa afirmar sobre
eventuais abordagens transversais) na maior parte dos cursos.
4 CONCLUSÃO
2758
essencial ao farmacêutico, especialmente em um país subdesenvolvido como o Brasil e com
a aprovação da Resolução 585 (BRASIL, 2013), que regulamenta a prescrição farmacêutica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JOHNSON, Adriana Patricia Acuña; NOVAES, María Rita Carvalho Garbi. Formación ética
del farmacéutico. In: NOVAES, María Rita Garbi; LOLAS, Fernando; QUEZADA, Álvaro
(editores). Ética y farmacia: una Perspectiva Latinoamericana. Santiago: Acta Bioethica. n. 2,
p. 19-333, 359. Centro Interdisciplinario de Estudios en Bioética - Universidad de Chile
Programa de Bioética - OPS/OMS. Disponívem em <
http://actabioethica.cl/docs/eticayfarmacia.pdf >. Acesso em 11 jun. 2016.
*Os dados referentes a programas, planos, ementas foram consultados no site das faculdades
ou Diário Oficial da União durante o mês de junho de 2016. Os links encontram-se à
disposição do leitor, com o autor.
2759
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2760 - 2768
BASE TEÓRICA
2760
destinação de resíduos. Ante o exposto, catalisadores heterogêneos podem ser considerados
como uma alternativa ambientalmente correta, já que podem ser facilmente recuperados, por
exemplo, por filtração.
OBJETIVOS
METODOLOGIA
Visto que não foram encontrados relatos na literatura de seu uso na reação de
Claisen-Schmidt e na tentativa de se encontrar uma inovação entre materiais de
2761
baixo custo, carvões ativados de elevada área B.E.T e considerável basicidade foram
também avaliados na reação: Carvão de babaçu bruto (CBB), Carvão de babaçu tratado com
NaOH (CBT), Carvão de dendê bruto (CDB), Carvão de dendê tratado com NaOH (CDT),
Carvão de coco da Bahia bruto (CCB), Carvão de coco da Bahia tratado com NaOH (CCT),
Carvão de osso de boi Bruto (COB), Carvão de osso de boi tratado com NaOH (COT).
O tratamento com NaOH foi realizado adicionando-se os carvões à uma solução de
NaOH com concentração de 2,0 mol/L. A mistura foi mantida sob agitação em shaker por
48 horas, filtrada e seca em estufa à 130 °C por 24 h.
Os catalisadores de carvão foram testados na reação de Claisen-Schmidt.
Reação Catalítica
RESULTADOS E DISCUSSÃO
2762
Tabela 1. Conversão em relação aos reagentes Acetofenona e Benzaldeído.
Conversão Conversão
Conversão
Acetofenona Média
Catalisador Benzaldeído (%)
(%) (%)
2763
A conversão mais alta entre os catalisadores de óxido de magnésio reidratados
foi obtida para aquele não impregnado com césio, possivelmente porque a
impregnação de césio diminuiu o diâmetro de poro, afetando a reação catalítica. A
impregnação de césio também não se mostrou eficaz no aumento da conversão para
os demais óxidos metálicos.
Entre os carvões, o melhor catalisador foi o de babaçu tratado com
NaOH, devido à alta área superficial específica e elevada basicidade. A conversão
para este catalisador foi a maior entre todos os materiais, 92,38% em 24 horas, e
seu reuso foi testado após secagem a 120 °C em estufa. A conversão obtida no
reuso foi 45,52%. A inativação parcial ocorreu provavelmente devido à presença
do reagente 4-nitro-benzaldeído e de chalcona dentro dos poros do catalisador,
uma vez que não puderam ser removidos por secagem a 120°C. O tratamento com
NaOH demonstrou-se efetivo no aumento da conversão para todos os carvões.
CONCLUSÕES
O melhor catalisador foi o de babaçu tratado com NaOH, devido à alta área
superficial específica e elevada basicidade. A conversão para este catalisador foi a
maior entre todos os materiais, 92,38% em 24 horas. Os carvões ativados são materiais
promissores para a síntese de chalconas e seu reuso pode ser aperfeiçoado em estudos
futuros.
2764
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2765
Synthesis of quinolinyl chalcones and evaluation of their antimalarial
activity, Eur. J. Med. Chem. 36 (6) (2001)
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2767
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production: Claisen-Schmidt
condensation on zeolites and
hydrotalcites for
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flavanones of pharmaceutical
interest, J. Catal.
151 (1) (1995) 60–66.
2768
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2769 - 2773
Célio Antônio DE PAULA JÚNIOR; Maria Paula CURADO; Viviane SOARES; Ciências da
Saúde, Faculdade de Medicina- UFG- Goiânia-GO. Email: celiopersona@gmail; maria-
paula.curado@i-pri.org; ftviviane@gmail.com.
2769
desafio. Sendo assim, a identificação da perda da força e massa muscular nos
indivíduos em fase de envelhecimento torna-se importante nas condutas de saúde pública
para proporcionar uma melhor qualidade de vida para eles.
Como o envelhecimento leva a redução da capacidade funcional e consequentemente
a incapacidade, através deste estudo pretende-se caracterizar o volume de atividades físicas
de uma população em envelhecimento em diferentes realidades em Goiás. Este estudo é uma
oportunidade para avaliar os fatores de risco para o envelhecimento, as doenças crônicas,
perdas funcionais, fragilidade e suas consequências na saúde da população. Assim analisou-
se 50 sujeitos com idade de 35 a 65 anos de ambos os sexos de duas áreas no estado de Goiás:
uma urbana e outra rural, com característica de agricultura familiar. A faixa etária escolhida
refere- se à condição de fase de envelhecimento, caracterizada por estarem em fase produtiva
do ponto de vista econômico segundo a OMS (WHO, 2011).
Objetivos: Neste contexto, o objetivo geral do estudo foi descrever sobre o nível de
atividade física e força muscular, de sujeitos de 35 a 65 anos nos municípios de Goiânia e
Cidade de Goiás. Já o objetivo específico, foi comparar os resultados dos testes de
acelerômetria, dinamometria e índice de massa corporal dosindivíduos que residem em área
tipicamente urbana com aqueles que residem nas áreas rurais.
Metodologia: Este estudo faz parte do “Estudo Piloto sobre o Envelhecimento da População
de Goiás- GOIACO”, que conta com pesquisadores nacionais e internacionais. O estudo foi
submetido à Plataforma Brasil conforme resolução CNS 466/2012, tendo o parecer
n° 784. 421, no dia 25 de agosto de 2014.
Trata-se de um estudo de campo transversal, cuja análise é quantitativa. O estudo
foi realizado nos municípios de Goiânia e zona rural da Cidade de Goiás, com características
de agricultura famílias. A população estudada foi recrutada de forma voluntária por seleção
probabilística de conglomerados de casas particulares e residências permanentes. Para o
estudo foram analisados 50 sujeitos (25 em cada realidade) e que fazem parte efetiva da
estatística do estudo. Após a leitura, todos participantes assinaram o termo de consentimento
livre e esclarecido (TCLE).
Os critérios de inclusão definidos, foram: Indivíduos de ambos os sexos, com idade de
35 a 65 anos e que residam nos municípios onde será realizado o estudo. Já os critérios de
exclusão são: Sujeitos com idade inferior a 35 anos ou superior a 65, que não residam nos
referidos municípios e que não apresentem interesse de participar ou se retirem do estudo.
2770
Na verificação da massa corporal foi mensurada em uma balança de leitura digital,
da marca G-Tech®, modelo PRO, com escala de 0,1 kg, ao passo que a estatura foi
determinada em um estadiômetro portátil, da marca Sanny®, com escala de 0,1 cm, de acordo
com os procedimentos descritos por Gordon et al. (1988).
Para verificação da força muscular, foi realizado o teste da força de preensão palmar
com uso de um dinamômetro Jamar®. O aparelho mede a força produzida por uma contração
isométrica e a mesma é registrada em quilogramas ou libras. Os indivíduos
permaneceram sentados, com o ombro aduzido, cotovelo fletido a 90º, antebraço em
posição neutra e o punho variando entre 0 e 30º de extensão e entre 0 e 15º de desvio ulnar
segundo a American Society of Hand Therapists- ASHT. Três medidas serão realizadas e será
considerada a medida de maior valor entre as três na mão dominante e na não dominante.
Já a avaliação da atividade física foi realizada através de acelerômetros triaxiais e
executada com a permanência de cada sujeito da pesquisa com o aparelho por um período de
uma semana (VANHELST et al., 2010). O acelerômetro que será utilizado é o GT9X da
ActiGraph®, um acelerômetro triaxial que avalia a aceleração corporal em três eixos (antero-
posterior, médiolateral e vertical), fornecendo um valor composto, designado por vetor
magnitude ou resultante. As contagens do acelerômetro refletem sobretudo o aspecto da
intensidade da atividade física executada.
Resultados/Discussão: Foram recrutados inicialmente 62 sujeitos, sendo excluídos 12
devido à má utilização do acelerômetro, tendo os dados descartados para a composição
estatística, compondo a amostra do estudo por 50 sujeitos. A população de Goiânia (25
sujeitos) apresentou em média, idade de 59,2 ± 6,9 anos, peso de 63,53 ± 14,4 kg, estatura
de 1,56 ± 0,09m e índice de massa corporal de 27,23 ± 4,7 kg/m². Já a população da
Cidade de Goiás, composta por 25 sujeitos, apresentou idade de 61 ± 3,3 anos, peso de 59,27
± 8,4 kg, estatura de 1,59 ± 0,23m e índice de massa corporal de 25,79 ± 6,3 kg/m² em média.
No que diz respeito à atividade física, ambas as populações são consideradas ativas,
visto o dispêndio de tempo para a prática de atividades no cotidiano da população. Quanto a
média dos minutos despendidos em atividades físicas mensuradas pela acelerometria e a
média de minutos totais gastos em atividades físicas, foi verificado que em Goiânia, 156,6
± 132,4 minutos de atividades física diárias. Já na Cidade de Goiás, verificou-se 233,8 ±
182,9 em média. Na análise
2771
estatística, percebe-se que não houve diferença estatisticamente significante entre atividade
física total mensurada pelo acelerômetro na amostra em geral, independente do município,
apesar que no comparativo dos valores absolutos, a população analisada em Cidade de Goiás
apresentou em média 78 minutos à mais de atividades diárias, quando comparados com a
população em Goiânia.
Segundo dados do VIGITEL (2014), identificou-se um aumento das prevalências de
inatividade física no contexto geral (lazer, deslocamento, trabalho e âmbito doméstico) a
partir dos 55 anos e média geral de inatividade física para pessoas acima de 65 anos de
38,4%, fato que não corrobora com este estudo, visto a alta pratica de atividades físicas em
ambas as populações. Outro estudo, realizado por Madeira et al. (2013), com a população
adulta e idosa brasileira, também identificou prevalência de inatividade física maior na
população idosa (73%), sendo estes classificados como insuficientemente ativos no
deslocamento. Tal dado não pode ser verificado neste estudo, pois não foi analisada a
população idosa (acima de 65 anos), logo a população adulta se aproxima dos achados deste
estudo.
Quanto ao teste de preensão manual com dinamometria, percebeu-se que o valor
médio da força no teste para os sujeitos analisados na Cidade de Goiás foi
significativamente maior (39,1 Kgf ±10,5 em média), quando comparados aos sujeitos
analisados na cidade de Goiânia (27,9 Kgf ±14,9 em média), fato explicado em partes, pelo
estilo de vida mais ativo na zona rural, quando comparada com a área urbana, onde percebe-
se limitações em deslocamentos e atividades em geral. O teste de preensão manual, é utilizado
sistematicamente em pesquisas como indicador da força muscular do corpo, e um importante
marcador de fragilidade (XUE, 2011), fato que ainda não foi possível detectar neste estudo
visto a população analisada, ainda se encontrar ativa.
Conclusão: Os achados deste estudo apontam uma discrepância dos valores obtidos
nos testes com a população em envelhecimento dos municípios envolvidos, onde a população
da Cidade de Goiás apresentou índices de força e atividade física, superiores à população da
cidade de Goiânia. Tal achado revela que a população da zona rural se mantem mais ativa se
comparado com a população urbana, o que reflete na força e resistência muscular dos indivíduos
analisados. Sugere-se um estilo de vida mais ativo, como protetor e fator de promoção da saúde
da população em geral, visto sua significância preventiva de doenças crônicas não
transmissíveis e manutenção da saúde.
2772
Referências:
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MADEIRA, M.C; SIQUEIRA, F.C.V.; FACCHINI, L. A.; et al. Atividade física no deslocamento em adultos e
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VANHELST J, ZUNQUIN G, THEUNYNCK D, MIKULOVIC J, BUI-XUAN G, BEGHIN
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XUE, Q.L. The frailty syndrome: definition and natural history. Clinical Geriatry Medicine. v.27, n.1, p.1-15,
2011.
2773
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2774 - 2778
Justificativa/Base teórica
2774
estadunidense, embora estes sejam utilizados sobretudo como objetos, não como base
teórica. O problema central da presente tese é o papel da historiografia estadunidense na
reificação e institucionalização acadêmica de um conjunto de práticas e convicções
profundamente enraizadas na cultura do país norte- americano, vinculadas ao expansionismo,
ao excepcionalismo americano e ao mito da regeneração pela violência.
Objetivos
Metodologia
2775
que se estruturaram a partir da ideia de ‘fronteira’ como conceito central. A fronteira como
hipótese explicativa do desenvolvimento dos Estados Unidos na década de 1890 é
analisada nos trabalhos de três autores: Frederick Jackson Turner, Brooks Adams e
Theodore Roosevelt. A fronteira como tese, ou seja como axioma interpretativo na escrita da
história dos EUA, é analisada sobretudo nas obras de Ray Allen Billington, John Paxson,
Eugene Bolton, Walter Prescott Webb e Turner Main. Por fim, a noção da fronteira como
mito é estudada a partir dos trabalhos de Henry Nash Smith, Leo Marx e Alan Trachtenberg.
A tese está em fase de conclusão da sua primeira etapa.
Antes de propor a mera revisão de literatura do conceito estudado – a fronteira – a
presente pesquisa toma os trabalhos acima primariamente não como aportes teóricos, mas
como fontes primárias. Intenciona-se, sobretudo, compreender como as obras da historiografia
profissional estadunidense funcionaram como mito- artefatos, conceito proposto por Slotkin
(1973, p. 8) como “uma narrativa atual ou imagem/objeto sagrada conectada com a mito-
narrativa”, ao que se segue “o artefato incorpora simbolicamente a percepção mitopoética e
lhe dá concretude e comunicabilidade”. O mito, por sua vez, é definido pelo autor como um
complexo de narrativas que dramatizam a percepção de mundo e a sensibilidade histórica de
um povo ou cultura, reduzindo séculos de experiência em uma constelação de metáforas. O
mito pode ser visto como um construto intelectual ou artístico que faz a mediação entre o
mundo mental e o mundo das coisas, entre oniria e realidade, entre o impulso ou desejo e
a ação. Alimentando pelo conteúdo da memória individual e coletiva, estrutura-a e desdobra-
se a partir dos seus imperativos para a crença e ação (SLOTKIN, 1976, p. 6-7). Fundindo
conceitos e sensibilidades em uma totalidade significativa, as mito-narrativas, por meio de
sua fortuna crítica, seu consumo e sua apreciação são socializadas e compartilhadas, nos
dando, a partir desses rastros, pistas para que possamos generalizar seu impacto, indo do
particular ao geral, do individual ao social. A partir desse trajeto é que buscamos
compreender a noção de fronteira, sua perenidade, historicidade e impacto na cultura
estadunidense na primeira metade do séc. XX.
2776
Resultados/Discussão
A história profissional, assim como todos os aspectos da cultura humana, não pode
fugir da geschichte. Dessa forma, ao nos debruçarmos sobre a historiografia estadunidense
tributária do trabalho de Frederick Jackson Turner, sobretudo, encontramos narrativas que,
embora pautadas pelo rigor do método e pela análise criteriosa de documentos, reproduzem
sub-repticiamente as mesmas utopias e onirias encontradas na produção literária do país nos
séculos anteriores. A influência da fronteira sobre o imaginário dos Estados Unidos se fez
sentir com grande força nos dois séculos que antecederam à hipótese turneriana em obras
literárias canônicas e populares, em prosa e em verso, desde as leatherstocking tales de
Fenimore Cooper até as dime novels de Irwin e Erastus Beadle, posteriormente se
aglutinando à tradição do cinema western. O imaginário da fronteira também se impôs
com grande força sobre o pensamento político e econômico dos mais influentes pensadores
da ilustração estadunidense, a exemplo de St. John de Crevecoeur e Thomas Jefferson,
influenciando diretamente políticas nacionais como o ideal agrário de Jefferson, a
democracia jacksoniana e seu Destino Manifesto e, ainda, os Homestead Acts de Abraham
Lincoln. A noção de fronteira como elemento central para a interpretação da identidade e da
singularidade dos Americans também estava presente no pensamento transcendentalista de
filósofos do peso de Thoreau e Emerson, nas pinceladas dos artistas plásticos da Escola do
Rio Hudson e nas apresentações circenses de Buffalo Bill. Dessa forma, Turner não inventou
a fronteira; apenas a instrumentalizou como categoria central de análise no interior de uma
hipótese explicativa do desenvolvimento nacional, deslocando-a da cultura popular para a
matriz disciplinar da História. Transmutada em verdade apriorística e, portanto, em axioma
interpretativo da História dos Estados Unidos pelos autores ligados à Western History, a
noção de fronteira vinculada ao expansionismo estadunidense encontrou na historiografia
profissional uma forma de avalizar as suas práticas.
Conclusões
2777
em direção às terras ‘livres’ do leste. Essa noção trazia consigo a imagem de uma América
formada por colonos em geral protestantes e brancos que, em contato com o wilderness, se
afastam de suas raízes culturais europeias e dos vícios da civilização, sendo regenerados
pelo ambiente natural, preconizando um novo modelo civilizatório no continente norte-
americano, sem os ranços feudais do Velho Mundo. Dava preeminência à agricultura como
atividade definidora do desenvolvimento do país, assim como da americanização dos
colonos, ou seja, a propensão a uma cultura do trabalho, ao liberalismo, à democracia, ao
desprezo pela hierarquia e pela subserviência. Estabelecia a fronteira como a principal força a
agir na construção das instituições nacionais e na formação do ‘caráter nacional’, uma
válvula de escape que preveniu a desigualdade e distribuiu prosperidade. Deixava de lado a
narrativa da história centrada em líderes e decisões de gabinete para estabelecer um herói
coletivo ou herói-massa. Estabelecia um modelo narrativo para a historiografia que silenciava
as nações indígenas e as marcava como um ‘não povo’, ao declarar os seus domínios como
terras devolutas e incorporá-los ao conceito de wilderness. Por fim, construía um modelo
progressista e dinâmico para a interpretação da história nacional, relacionando um
movimento geográfico em direção ao Oeste a um movimento teleológico positivo em direção
à Civilização. Essa ‘fronteira do pioneiro’, somada à ‘fronteira do caçador’ de Roosevelt e à
noção de ‘civilização e decadência’ proposta por Brooks Adams construiu as bases para
que, nas quatro décadas seguintes, se desenvolvesse uma tradição historiográfica que
justificou o expansionismo, vinculando-o ao progresso; reificou o excepcionalismo,
amalgamando o sentimento de ‘ser americano’ a um status heroico. Por fim, laicizou o
Destino Manifesto, redefinindo as suas premissas não mais pelo discurso religioso, mas pelo
discurso científico da historiografia profissional da primeira metade do século XX.
Referências
SLOTKIN, Richard. The Fatal Environment. The Myth of the Frontier in the Age of
Industrialization. Nova Iorque: Atheneum, 1985.
2778
TRACHTENBERG, Alan. The Incorporation of America: culture and Society in the Gilded
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NASH SMITH, Henry. Virgin Land: the american West as Symbol and Myth. Massachussets:
Harvard University Press, 1950.
BOLTON, Herbert E. The Spanish Borderlands: a chronicle of old Florida and Southwest.
New Haven: Yale University Press, 1921.
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PAXSON, F. A History of the American Frontier. New Haven, Yale University Press, 2001.
WEBB, W.P. The great plains: A study in institutions and environment. New York, Ginn and
Company, 1931.
2779
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2780 - 2786
INTRODUÇÃO
de Goiás .
2 Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da
2780
Este debate mais sistemático das políticas sociais, assistenciais e educacionais
tem, reconhecidamente, uma dinâmica ampla e reflete um conjunto de prismas
políticos e de interesses de diferentes grupos e instituições. Deste modo,
compreender a realidade exige de nós ir além do particular em que as intenções
e interesses se expressam. É justamente desta ótica que nos interessa o lugar que
o Banco Mundial, historicamente, assume no contorno daquelas políticas.
O Banco Mundial tem investido na formulação, implementação e
monitoramento de políticas para as crianças de zero até seis anos de idade nos
países em desenvolvimento, a partir dos anos noventa. É sobre essa
problemática que nos propomos realizar uma reflexão crítica, buscando
compreender as proposições do Banco Mundial para as políticas de
Desenvolvimento da Primeira Infância.
Dentre as organizações internacionais escolhemos pesquisar as propostas do
Banco Mundial, em função da visibilidade do mesmo no panorama educacional
global, atuando tanto no financiamento como na assistência técnica, sendo
também considerado um referencial de pesquisa em educação no âmbito
mundial. O Banco vem adquirindo, nestes setenta anos de atuação, significativa
importância no âmbito das políticas educacionais, desempenhando o papel,
junto as nações mais pobres, de estrategista do modelo neoliberal de
desenvolvimento e articulador da interação econômica entre os países,
ocupando desta forma posição nuclear no processo de cooperação internacional.
Suas políticas e estratégias vêm sendo universalizadas, como receituário único,
independentemente da história, cultura e condições de infraestrutura de cada um
dos países em desenvolvimento que recorrem aos seus empréstimos/orientações
(PENN, 2002; ROSEMBERG, 2002; ROSSETTI-FEREIRA, RAMON; SILVA,
2002).
OBJETIVOS
2781
METODOLOGIA
Com base em uma perspectiva sócio-histórico-dialética, desenvolvemos uma pesquisa
documental e bibliográfica. Partimos de uma visão organizacional do Banco Mundial e
de suas proposições de políticas de Desenvolvimento da Primeira Infância presentes nos
Documentos Setoriais de Educação (1971, 1974, 1980, 1995, 2000, 2005, 2011), nos
eventos e publicações na área em estudo para, então, analisar as políticas públicas
elaboradas, implementadas e monitoradas para a educação de crianças de zero até seis
anos de idade no Brasil, a partir dos anos noventa. Nas considerações finais destacamos
as análises realizadas ao longo da pesquisa, apontando para a materialização das
proposições do Banco para a Educação Infantil, construídas no transcorrer da história da
educação pública brasileira com o consentimento e a participação nacional.
RESULTADOS
A atuação global do Banco Mundial, desde sua criação em 1944, traduziu numa
trajetória onde as alterações nos objetivos a serem alcançados foram
modificando seu sentido ao longo do percurso histórico. Manuel José Forero
Gonzalez et al. (1990) identificaram quatro etapas do exercício de suas funções
associadas a modificações de enfoque quanto às estratégias de desenvolvimento
adotadas em cada momento histórico: reconstrução das economias europeias;
infraestrutura econômica (setores de energia, comunicações e transportes); área
social; políticas setoriais internas e de ajuste estrutural. No final dos anos
sessenta, o Banco somou às suas metas quantitativas, que caracterizavam os
projetos econômicos, objetivos voltados para a igualdade e bem-estar social,
financiando o setor social, como medida para aliviar e reduzir a pobreza. A
ênfase conferida ao setor social estava relacionada com a diretriz educação e
saúde, as quais possibilitariam as condições prévias para a produtividade das
populações pobres, em trabalho informal ou por conta própria, em zonas rurais
e em periferias de centros urbanos.
Analisando a mudança na estratégia de atuação das organizações internacionais,
em particular do Banco Mundial, observamos que se atribuiu à educação
importância tanto para o crescimento econômico como para o alívio da pobreza
dos países em desenvolvimento. Isso relacionou-se à crise estrutural do
capitalismo que demandou novos meios para operar as contradições do sistema.
Então, é possível dizer que o processo de aparente valorização do campo da
educação não é algo desinteressado.
2782
O Banco inscreveu, pois, a educação como um requisito para a globalização, cumprindo
a função ideológica de operar as contradições advindas da exclusão estrutural dos
países em desenvolvimento, usufruindo da tensão entre as ações coercitivas e de
consenso, estabelecendo uma política neoliberal (LEHER, 1998; LIMA, 2002).
A educação foi tida como uma condição necessária para a
reprodução econômica e ideológica do capital. Notamos que sobret udo a partir
dos anos setenta, o Banco Mundial passou a ter importância na definição das
diretrizes políticas para os países em desenvolvimento, destacando a política
educacional. Em meados dos anos oitenta, como resultado da crise da dívida
dos países latino-americanos e da hegemonia norte americana, o Banco foi,
então, revitalizado para atuar como governo mundial, definindo as políticas a
serem adotadas e implementadas pelos países em desenvolvimento, por meio de
determinadas condicionalidades (LEHER, 1998; MARQUEZ, 2006). Uma das
condicionalidades imposta no processo de ajuste estrutural foi a reforma do
sistema educacional, presente nos Documentos Setoriais de Educação do Banco
Mundial (1971, 1974, 1980, 1995, 2000, 2005, 2011).
O Banco Mundial apesar da importância concedida a educação elementar,
referencia no seu quarto Documento Setorial de Educação (1995), a relevância
da adoção de programas integrados dirigidos à primeira infância, tendo como
base de sustentação teórica das políticas de educação infantil a mesma dos
demais níveis de ensino: a teoria do capital humano, que busca a reprodução e a
acumulação do capital, em contraposição ao desenvolvimento humano e social
da primeira infância.
Neste contexto histórico, o Banco organizou uma conferência global sobre
Desenvolvimento Inicial da Criança: Investindo no Futuro , em abril de 1996,
em Atlanta, Geórgia, na qual apresentou suas propostas de educação da primeira
infância partindo de justificativas econômicas e científicas. As justificativas
econômicas pautam-se na premissa de que é importante investir desde o
nascimento no desenvolvimento infantil para que, na fase adulta, elas possam
inserir-se no mercado de trabalho e produzir satisfatoriamente, reduzindo gastos
financeiros futuros com educação e saúde. Portanto, investir na primeira
infância, na perspectiva econômica do Banco Mundial, seria investir no capital
humano do futuro, na “futura força de trabalho de um país e na capacidade de
progredir economicamente e como sociedade” ( BANCO MUNDIAL, 1998, p.
7). A justificativa científica parte de pesquisas médicas baseadas nas
2783
neurociências, realizadas nos Estados Unidos, que demonstraram que “o
período mais rápido de desenvolvimento do cérebro ocorre nos primeiros anos de vida e
que as experiências da infância têm efeito duradouro sobre a futura capacidade de
aprendizagem do indivíduo” ( BANCO MUNDIAL,1998, p. 9).
O investimento em Programas de Desenvolvimento da Primeira Infância
propicia inúmeros benefícios, como: a promoção do desenvolvimento sadio do
cérebro, influindo sobre a futura capacidade de aprendizagem da criança; maior
inteligência; melhor nutrição e saúde; aumento das chances de sobrevivência
infantil; aumento do índice de matrículas escolares; preparação da criança para
a escola, melhorando seu desempenho e reduzindo a necessidade de repetência;
atendimento às necessidades das mães enquanto ajudam seus filhos; liberação
da mão de obra feminina (mãe trabalhadora); liberação das irmãs mais velhas da
tarefa de cuidar dos mais novos, podendo voltar à escola; auxílio aos pobres e
desfavorecidos; maior equidade social (BANCO MUNDIAL, 1995, 1998,
2000).
O Banco Mundial (1995, 1998, 2000) vem afirmando a relevância e a necessidade de
financiar a educação, o cuidado e o desenvolvimento da primeira infância, por ser este
um investimento no futuro, tanto em termos sociais como econômicos. A justificativa
científica parte de pesquisas médicas, que demonstraram que o período mais rápido de
desenvolvimento do cérebro ocorre nos primeiros anos de vida e que as experiências da
infância têm efeito duradouro sobre a futura capacidade de aprendizagem do indivíduo.
As justificativas econômicas pautam-se na premissa de que é importante investir desde
o nascimento no desenvolvimento para que, na fase adulta, elas possam inserir-se no
mercado de trabalho e produzir satisfatoriamente, reduzindo gastos financeiros com
educação e saúde. A qualidade e a eficácia da educação são medidas em função do
desempenho e do rendimento posteriores da criança na escola, efetivando-se em termos
de custos financeiros, com economia de recursos que seriam investidos em repetência,
evasão e fracasso escolar. A base de sustentação teórica das políticas de
Desenvolvimento da Primeira Infância segue o eixo central, homogêneo e comum das
políticas educacionais do Banco, baseada na teoria do capital humano, com o objetivo
de assegurar a reprodução e a acumulação do capital, comprimindo os direitos de
desenvolvimento humano e social da criança.
2784
CONCLUSÃO
Infelizmente, por um lado, as novas faces da educação infantil estão sendo
orientadas numa visão economicista, pautada em preceitos econômicos e na redução dos
gastos públicos, incorporada como componente dos projetos financiados, através de
programas alternativos informais de baixo custo. Felizmente, por outro lado, a creche e
a pré-escola são instituições educativas, científicas e sociais, seu reconhecimento e sua
legitimidade social estão vinculados, historicamente, à sua função social de educar,
comprometida com a construção de uma sociedade democrática e justa.Ao abrir mão do
reconhecimento histórico, das lutas e reivindicações sociais, em especial da classe
trabalhadora, dentre as quais certamente está o direito à educação das crianças pequenas
em instituições públicas coletivas, a educação infantil corre o risco de servir, não a sua
transformação, mas a propósitos de reprodução do poder e das suas estruturas
existentes. A educação não pode perder sua finalidade essencial: a produção do
conhecimento autônomo para o bem estar coletivo e para a emancipação social.
REFERÊNCIAS
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Washington, D.C.: Banco Mundial, 1998. 87 p.
_____. Estrategia sectorial de educación. Washington, D.C.: Grupo del Banco Mundial, 2000. 86
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D.C.: Banco Mundial, 1995. 140 p.
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exploração. In: NEVES, L. M. W. (Org.). O empresariamento da educação: novos contornos do ensino
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Educação da Universidade Federal de Goiás, 2006.
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PENN, Helen. Primeira infância: a visão do Banco Mundial. Cadernos de Pesquisa, São Paulo,
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ROSSETTI-FERREIRA, Maria Clotilde; RAMON, Fabiola; SILVA, Ana Paula Soares. Políticas
de atendimento à criança pequena nos países em desenvolvimento. Cadernos de Pesquisa, São
Paulo, n. 115, mar. 2002, p. 65- 100.
2786
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2787 - 2792
Justificativa
2787
de monoculturas e pastagens plantadas, é essencial (BRUNO, 2004; KLINK e
MACHADO, 2005; HUNKE et al., 2015). Para tanto, delimitou-se o recorte espacial da
micro-bacia do rio dos Bois, coordenadas 15º 29’ S – 55º14’ W e 15º 30’ S – 55º 13’ W,
nascentes da margem esquerda do rio das Mortes no município de Campo Verde – MT,
afluente direto do rio Araguaia (Fig. 1). Essa micro-bacia apresenta um uso da terra
diversificado, entre pecuária com pastagem plantada, e agricultura mecanizada de rotações
soja-milho e soja-algodão.
2788
em alturas controladas, o que gera imagens com pixels de extrema resolução espacial, e
possibilidades de testes espectrais em muitas situações reais, que imagens orbitais não
conseguem reproduzir, devido à distância com o objeto que geram interferências (ruídos)
(JUNIOR et al., 2011), e também a escala temporal que muito desses sensores detêm,
questões de dias, quanto a respostas instantâneas derivadas dos sensores embarcados em
multirotores (D’OLEIRE-OLTMANN et al., 2012).
Questões científicas
Hipóteses
b) Em diferentes alturas de voo com VANT, o sensor termal e multiespectral podem não
apresentar medidas dos parâmetros coletados significativamente diferentes acerca da
umidade do solo;
2789
Objetivo geral
Avaliar o grau de correlação entre dados obtidos por sensor termal e multiespectral em
plataformas aéreas não-tripuladas (multi-rotor) em relação aos parâmetros de umidade do solo
para áreas suprimidas pelo agronegócio no Cerrado.
Objetivos específicos
Metodologia
Essa fase está em processo de execução e elaboração, mais contará com três
momentos distintos, sendo que o primeiro denominará de “Atividade de Gabinete”, referente
à construção do referencial teórico-metodológico, atividades de construção de bancos de
dados geoespaciais e análises de dados coletados em campo. Em um segundo momento,
teremos as “Atividades de Campo”, com a realização sistemática de trabalhos de campo, para
coleta de dados geoespaciais utilizando imageadores em Vant, coleta de dados de solos e
sedimentos com técnicas pedológicas de abertura de trincheiras e tradagens. Outro
momento será constituído das “Atividades de Laboratório”, onde se processará os materiais
colhidos em campo, por meio de técnicas de Difração de Raio – X e Micromorfologia do
Solo.
Resultados esperados
2790
- Estabilidade de agregados do solo em áreas com agricultura mecanizada e pastagem.
- Umidade do solo: grau de correlação em imagens termal e multiespectral a bordo de
plataformas multirotora.
Referências
AHMAD, A.; ZHANG, Y.; NICHOLS, S. Review and evaluation of remote sensing methods for soil-moisture
estimation. SPIE Reviews, 028001-1 Vol. 2, 2011.
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Universidade de São Paulo, 2004.
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INTRIGLIOLO, D. S.; FERERES, E. Using high resolution UAV
thermal imagery to assess the variability in the water status of five fruit tree species within a
commercial orchard. Precision Agriculture, v. 14, n. 6, p. 660- 678, 2013.
GUERRA, A. J. T. O início do processo erosivo. In: GUERRA, A. T. J.; SILVA, A. S.; MACHADO, R. G.
(Orgs.). Erosão e conservação dos solos: conceitos, temas e aplicações. 6ª ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
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HUNKE, P.; ROLLER, R.; ZEILHOFER, P.; SCHRÖDER, B.; MUELLER, E. N. Soil
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2015.
LAKSHMI, V. Remote Sensing of Soil Moisture. Hindawi Publishing Corporation ISRN Soil Science Volume
2013, Article ID 424178, 33 pages http://dx.doi.org/10.1155/2013/424178.
2791
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Paulo: Ed. Polígono, 1972.
2792
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2793 - 2796
RESUMO
A obrigatoriedade do ensino de música nas escolas regulares do Brasil se deu com a Lei
11.769 de 18 de agosto de 2008. Esta que em maio deste ano foi alterada pela Lei 13.278 com
a inclusão de outras linguagens artísticas mantendo o ensino de música. Esses e outros
documentos oficiais não deixam claros os objetivos do ensino de música, tanto para
professores quanto para alunos, o que tem gerado interpretações equivocadas dessa área do
conhecimento. Tais equívocos dificultam o processo de emancipação e reforçam o que a
indústria cultural tem imposto, de forma ideológica, por meio de seus produtos. Diante desse
contexto, desenvolvemos uma pesquisa teórica e bibliográfica com o objetivo de
contribuir com a reflexão sobre o ensino de música, considerando o que tem sido
desenvolvido e o que pode ser feito para formar pessoas críticas; contribuir com a práxis
relacionada à arte; e refletir sobre as contradições da cultura no processo de formação
humana frente às possibilidades de se concretizar experiências. Para tanto, trabalhamos com
o conceito de Educação Estética a partir da música, à luz da Teoria Crítica da Sociedade
Frankfurtiana, mais especificamente sobre a ótica de T. W. Adorno. A principal questão desta
pesquisa é: Como a música, baseada na concepção de Adorno, pode contribuir para com a
educação humana e crítica?
2793
O método dialético é a base desta pesquisa e contribui na compreensão da concepção de
(de)formação humana, ou seja, as contradições da educação, que é ressaltada neste estudo
como princípio para a Educação Estética adorniana. Esta pesquisa foi estruturada em três
etapas: 1) Discussão e relação dos conceitos sociedade, trabalho e cultura, devido à
importância da percepção histórica ampliada desses, para se chegar à compreensão das
contradições e das possibilidades de emancipação da música em um processo de Educação
Estética em Adorno (ADORNO, 2005; HORKHEIMER; ADORNO, 1973; MARX, 2008;
2010; 2013; MARX; ENGELS, 1979). 2) Discussão conceitual de estética e arte,
principalmente sob a ótica de Adorno, e elementos históricos da música tanto no que se refere
a aspectos técnicos quanto à relação da música com a sociedade para a compreensão do que
Adorno apresenta como possibilidade de apropriação da arte e mais especificamente da
música para se alcançar diferentes objetivos, que podem estar inseridos nos processos
educacionais e também no âmbito da indústria cultural. Nesta etapa também promovemos uma
reflexão sobre a música como mercadoria, na condição de instrumento de imposição
ideológica, no âmbito da indústria cultural; 3) Abordagem das concepções de experiência
estética e educação em Adorno, relacionando-as. O entendimento do que seja a experiência
estética é importante, pois, é por meio dela que, no pensamento de Adorno (2008a), se pode
ter uma relação mais estreita com a obra de arte, o que remete, a nosso ver, ao próprio
conceito de educação e formação. No que se refere ao conceito de estética, voltamos nossa
reflexão para estudos de Adorno que tem a música como principal objeto de análise. Destes,
optamos pelas obras referentes à Mahler (1860- 1911), Schönberg (1874-1951) e Berg (1885-
1935) por entender que nelas Adorno evidencia, por meio da reflexão sobre experiência
estética, possibilidades de alienação e formação quando se refere ao material musical. Assim,
tonalidade e atonalidade são conceitos que deram suporte nessa fase para se aprofundar a
discussão estética sobre forma e conteúdo; essência e aparência; como ideia para se chegar à
Educação Estética adorniana. Em relação à principal questão da pesquisa concluímos que
reconhecer a música como arte formativa significa compreender seu potencial emancipatório.
Nisso, a mediação da formação pela música pode se dar quando há o interesse de que o
aluno se envolva em seu caráter imanente. Se apropriando assim, desde questões
técnicas musicais até do modo que foi idealizada e concretizada, sua historicidade. O
que deve ficar em destaque é que a formação por meio da música passa pelo processo de
criação, interpretação e fruição em que devem ficar evidentes as possibilidades de imposição
2794
ideológicas, mesmo porque a arte não foge a essa responsabilidade. A Educação Estética com
foco no ensino de música observando as ideias de Adorno deve partir do princípio de que a
imersão na obra de arte é fundamental para que por meio daquilo que ela tem a oferecer,
sua aura, sua essência, sua forma e seu conteúdo, possa ser construído conhecimentos que
contribuam com uma práxis revolucionária. O que se daria pela consciência dos antagonismos
sociais que podem ser representados nas artes ou em específico na música. Concluímos com
essa discussão que há a necessidade de envolver os alunos com o ensino de música de modo
que tenham condições, não apenas de criar, fruir ou interpretar, mas que possam ir além.
Entendemos que é basilar nesse processo que haja uma interação técnica, teórica e crítica com
a música em que se poderá entender e refletir complexas tramas de relações estabelecidas no
contexto social para que exista a condição de combater a barbárie e à dominação que levam à
desumanização. Assim, faz-se necessário destacar que é importante para o sujeito um
constante repensar sobre a sociedade, seus mecanismos de controle e das possibilidades de
libertação das amarras impostas pelas agências culturais. Para isso, a reflexão sobre o
elemento estético é possibilidade emancipatória por meio do qual se propõe a consciência das
contradições sociais para que possamos agir. Corroboramos, então, o pensamento de Adorno
quando afirma que “o conhecimento adequado do elemento estético é a realização espontânea
dos processos objetivos que, em virtude das suas tensões, ocorrem no seu interior”
(ADORNO, 2008, p. 112).
REFERÊNCIAS
. Teoria da Semicultura. In: Primeira Versão. ANO IV, Nº191, Volume XIII
AGOSTO - PORTO VELHO, 2005.
2795
BRASIL. Lei n. 13.278, de 02 de Maio de 2016. Fixa as diretrizes e bases da
educação nacional referente ao ensino da arte. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 2016. Disponível em:
<http:// http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13278.htm>.
Acesso em: 15 de Setembro de 2016.
MARX, K.; ENGELS, F. Sobre Literatura e Arte. Trad. Olinto Beckerman. São
Paulo: Global Editora, 1979.
2796
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2797 - 2801
2797
êxito necessário da área do conhecimento em questão. Para isso, escolhemos cinco periódicos
que contribuem com o campo na publicação de pesquisas que tratam a educação nos
aspectos: político, profissional, institucional, etc.
A seleção dos periódicos se deu a partir de cinco requistos: ter publicação on line no
período de 2004-2014; ter Qualis A ou B na plataforma Sucupira, Capes 2014; ter
reconhecimento nacional; estar em língua portuguesa; e, estar ligada a instituições que se
ocupam de pesquisas sobre e para a educação. Selecionamos os periódicos: Revista Educação
e Sociedade, Unicamp; Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Inep; Revista Brasileira
de Educação, Anped; Cadernos de Pesquisa , Fundação Carlos Chagas; Revista Educação e
Pesquisa, USP;
A lógica da pesquisa será apropriada neste trabalho para análise dos artigos
selecionados, uma vez que entendemos que as concepções de ciência, educação, professor,
formação e qualidade perpassam, ou deveriam perpassar, os trabalhos científicos
publicados nos periódicos especializados na área educacional, bem como expor as abordagens
epistemológicas e metódicas pelas quais as pesquisas no campo da educação são realizadas.
Após a seleção dos periódicos, passamos à seleção dos artigos, corpus desta pesquisa.
Essa seleção se deu a partir de duas entradas, os vocábulos ciência ou qualidade (no
singular ou plural) no título ou nas palavras-chave ou no resumo dos textos. Localizamos
246 artigos nos periódicos, dos quais 90 trouxeram o termo ciência e 156 o termo
qualidade.
160
140
120
Ciência
100
80 Qualidade
60
40
20
0
Concepções
2798
Diante de número tão expressivo, procedemos a um novo filtro: o professor como
foco da discussão nos textos, para tanto foram lidas as introduções. Assim temos que, dos
artigos selecionados inicialmente ainda restaram 39 textos. Diante desse número,
acreditamos ser prudente estabelecer mais um critério de seleção, pois o número é
relativamente pequeno, mas como a metodologia desenvolvida requer leitura integral dos
textos que atenderam aos critérios, entendemos que seria inexequível proceder leitura e
análise de todo o material no tempo exíguo que se tem para a pesquisa. Dentre os textos que
tiveram o professor como foco, selecionamos os que apresentaram os termos ciência e
qualidade simultaneamente no mesmo trabalho, assim, chegamos ao número total de 07
artigos, que analisamos.
Concepções
Outras
Professo
r
2799
Concepções
Professor: ciência e
qualidade
Para finalizar
Tendo o professor como foco, os temas são predominantemente sobre a sua formação e
foram assim agrupados: formação de professores, prática docente e currículo. O tema
Formação de Professores foi desenvolvido por cinco dos artigos analisados, 71,4% da amostra.
No contexto da temática da formação de professores, os autores abordaram o tema a partir de
diferentes perspectivas: formação de professores confrontados com situações profissionais
complexas e parcialmente indeterminadas (Texto 1); formação de professores para a educação
profissional e tecnológica (Texto 2); formação dos professores para o ensino básico,
considerando as características da sociedade tecnológica (Texto 3); formação de professores na
perspectiva da hermenêutica reconstrutiva (Texto 4); formação docente para a pesquisa a partir
da visão de epistemologia e de prática científica em Gaston Bachelard (Texto 5).
2800
de graduação em licenciatura em Ciências (Texto 7).
80
60 Formação de Professores
Prática Docente
40
Currículo
20
0
Temas Estudados
Esses dados nos apontam que, assim como já foi constatado por Fernandes e Cunha
(2013) e Brzezinski (2014) em pesquisas sobre o estado do conhecimento, a temática da
formação de professores continuou sendo a maior preocupação dos pesquisadores em
educação no período de 2004-2014. Talvez pelos pesquisadores do campo entenderem que,
sem uma formação para a práxis, a educação não poderá alcançar a almejada qualidade,
menos ainda qualquer transformação social que inclua as práticas sociais pela diversidade de
sujeitos de direitos.
Referências bibliográficas
2801
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2802 - 2807
Metodologia para Análise de Risco de Investimento em Usina Eólica no Ambiente de Contrataç ão
Livre∗
Resumo: Este trabalho apresenta metodologia para aná lise de risco de investimento em usina eó
lica considerando a comercializaç ã o de energia no Ambiente de Contrataçã o Livre. Sé ries sinté ticas
para as variá veis aleató rias velocidade do vento e Preç o de Liquidaç ã o das Diferenç as sã o
simuladas por modelos estocásticos inovadores através do Método
de Monte Carlo associado à decomposição de Cholesky. A análise econômica baseia-se
na avaliaçã o da distribuiçã o de probabilidade do Valor Presente Lı́quido. Estudo de caso foi
realizado para a cidade de Natal-RN, e os resultados fornecem subsı́dios de apoio à decisão.
Palavras-chave: Método de Monte Carlo, aná lise de risco, modelos estocá sticos, fontes renová veis.
1 Introdução
Nos ú ltimos anos, a geraçã o de energia elé trica a partir de usinas eó licas tem crescido
substancialmente, mas sua contribuição à matriz energética brasileira representa somente
2% [1]. De acordo com a referência [1], este percentual aumentará para 8% até 2024. O
mercado de energia eólica surge como solução limpa, confiável e viável para complemen- tar a
geração do paı́s, além de ser uma energia renovável [2, 3].
(EMC)
2802
‡Instituto Federal de Goia´ s (IFG)
Quase nã o há estudos que especificamente fazem aná lise de risco para usinas eó licas no Brasil,
principalmente para o Ambiente de Contrataçã o Livre (ACL). As referê ncias [4, 5] apresentam
abordagens de aná lise de risco para usinas eó licas no mercado regulado. A maioria dos estudos
analisam a viabilidade econô mica atravé s de mé todos determinı́sticos [2, 6], utilizando uma simplificada
abordagem econô mica. Outros estudos focam em es- traté gias polı́ticas para incentivar o crescimento
deste tipo de fonte [7].
Este artigo propõe metodologia para análise de risco de investimento em usina eólica
no Ambiente de Contratação Livre (ACL). A metodologia proposta considera a comercializaç ão de energia
através de contratos bilaterais, utilizando uma completa abordagem econômica para o fluxo de caixa.
Os modelos estocásticos da velocidade do vento e do Preço
de Liquidaç ã o das Diferenç as (PLD) sã o baseados em modelos economé tricos que fo- ram
modificados para representar apropriadamente as caracterı́sticas destas variá veis. A combinaçã o de
té cnicas utilizadas neste artigo oferece uma nova perspectiva de aná lise econô mica para usinas eó
licas, o que contribui grandemente para o processo de tomada de decisão.
2 Metodologia
A análise de risco é realizada através do Método de Monte Carlo (MMC) aplicado aos
modelos estocásticos. O MMC é simulado com 2.000 cenários e perı́odo de 300 meses
(vida ú til da usina). Os sorteios aleató rios sã o calculados atravé s da decomposiç ã o de Cholesky a
qual considera a correlaçã o entre as variá veis aleató rias. A aná lise econô mica baseia-se na avaliaç ã o
da distribuição de probabilidade do Valor Presente Lı́quido.
Modelos estocásticos são utilizados para gerar as séries sintéticas das seguintes variáveis: velocidade
do vento e PLD. Os modelos estocásticos são apresentados nas seções 2.1 e
2.2. Os parâ metros foram estimados, a partir dos dados histó ricos, utilizando a metodolo- gia
proposta por Dixit et. al [8]. Os dados histó ricos mensais de velocidade do vento sã o
disponibilizados pelo Banco de Dados Meteoroló gicos para Ensino e Pesquisa (BDMEP), e do PLD
são disponibilizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
2803
2.1 Modelagem da velocidade do vento
Este artigo estende o modelo aritmético de reversão à media de Dixit et al. [8] através
valor médio V , σV √
é a volatilidade da velocidade do vento, εV . dt é o processo de Wiener
para velocidade do vento e IV m ´eo ´ındice de sazonalidade da velocidade do vento.
, √,
W |St+1 = Wt + ηW (W − Wt )dt + σW .εW . dt .IW (3)
m
A poteˆ ncia gerada por cada aerogerador e´obtida associando o valor da velocidade do vento com
a curva de poteˆncia fornecida pelo fabricante. Neste artigo, a turbina ENERCON E-82E2 (2,050 kW)
foi utilizada.
Este artigo estende o modelo de Clewlow et al. [9] para incluir a sazonalidade e o com-
através de um ı́ndice sazonal determinı́stico. Este modelo é dado por (4), onde Pt e Pt+1
√ o processo
é o PLD sem sazonalidade, nos instantes t e t+1, respectivamente, εP . dt é
dos saltos. O termo (u < φdt) assumirá valor 1 se a condição for verdadeira e 0 (zero)
caso contrário. O modelo é aplicado na série deflacionada pelo Índice Geral de Preço –
2804
3 Resultados
Foi realizado estudo de caso para a cidade de Natal-RN, visando validar a modelagem
desenvolvida. A Tabela 1 apresenta as principais premissas.
A distribuiçã o de probabilidade do VPL é apresentada na Fig. 1, onde as cores azul e vermelha
indicam a probabilidade do projeto ser viá vel ou inviá vel, respectivamente. Para este caso, o valor
esperado do VPL (E[VPL]) é igual a R$ 5,87 milhões e o risco (σ[VPL])
2805
e´igual a R$ 8,33 milho˜ es, sendo o risco representado pelo desvio padra˜ o dos valores em torno do valor
esperado. Em termos de probabilidade tem-se 78,65% de possibilidade do projeto ser viável contra 21.35 %
de ser inviável.
4 Conclusões
O principal objetivo deste artigo é fornecer metodologia para análise de risco para usina
Os modelos estocásticos desenvolvidos para a velocidade do vento e para o PLD re- presentam de forma
apropriada as caracterı́sticas destas variáveis.
A ana´lise econoˆmica com fluxo de caixa mensal permitiu capturar os efeitos da produc¸a˜o sazonal de energia.
Considerando as premissas adotadas para o fluxo de caixa, o VPL aponta para a via- bilidade da usina na cidade
de Natal-RN.
120
100
80
Frequência
60
40
20
0
−30 −20 −10 0 10 20 30 40
VPL (Milhões R$)
Figura 1: Distribuição de probabilidade do VPL
2806
Referências
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2807
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2809 - 2812
Deusimar GONZAGA
JUSTIFICATIVA
Em 1964 o pintor, escultor, artista plástico carioca Hélio Oiticica (1937- 1980)
1 Para Oiticica o artista não cria e sim inventa, já que criação se dá no contexto da ausência total.
2808
Para o filósofo russo Mikhail Bakhtin (1895-1972) cada um de nós só
percebe parcialmente a estética do mundo em que vivemos. Nossa visão é completada
pela visão de outros que veem o mundo e a nós mesmos onde nossa visão não
alcança - excedente de visão.
Dos estudos de linguagem trazemos o conceito de enquadramento de termos
(Terministic Screens) do filósofo e critico de literatura, o norte americano Kenneth
Burke (1897-1993). Os termos que usamos constituem o enquadramento com o qual
percebemos o mundo ou ainda, percebemos a constituição destes enquadramentos de
acordo com nossa percepção do mundo. Os termos dos nossos enquadramentos ao
mesmo tempo, distanciam a atenção de formas interpretativas e nos levam a outras.
O professor dos Estudos da Performance na Universidade de Nova York,
Richard Shechner defende que arte é um evento que envolve o exame de materiais
antropológicos, sociológicos e psicológicos – um evento de mimeses - “actual”:
imitação, representação, apresentação e expressão das ações do viver. Uma prática que
remonta as antigas tradições tribais que tentam transpor os espaços entre passado e
presente, indivíduo e grupo e também entre interno e externo. Portanto, a arte implica
em desempenhar uma ação de tomar a vida como ela é e representar suas ações em
ritmos e dinâmicas construídos esteticamente.
OBJETIVOS
O objetivo mais amplo desta pesquisa é interpretar, através da linguagem que
Hélio Oiticica desenvolve em seus escritos, suas inquietações artísticas políticas e
sociais em torno de sua mais popular invenção: o Parangolé. A intensão é analisar o
Parangolé pelo olhar metodológico dos estudos das Performances Culturais. Desdobrar
a interpretação da performance Parangolé no contexto da minha percepção artística.
Considerar nas proposições de Oiticica sobre o Parangolé: noções de experiencia, de
significado, do caráter multissensorial da atuação parangolé.
2809
METODOLOGIA
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail. Para Uma Filosofia do Ato Responsável. São Carlos: Pedro &
João Editores, 2010.
BRAGA, Paula (org.). Fios Soltos – A arte de Hélio Oiticica. São Paulo. Ed. Saraiva,
2015.
2810
BRAIT, Beth (org.). Bakhtin: conceitos-chave. São Paulo. Ed. Contexto, 2014.
DEWEY, John. Arte como Experiência. Tradução: Vera Ribeiro. São Paulo: Martins
Fontes, [1934] 2010.
FERREIRA, Glória & COTRIM, Cecília (org.) Escritos de Artistas: anos 60/70. Rio
de Janeiro: Editora Zahar, 2006.
2811
JUSTINO, José Maria. Seja Marginal, Seja Herói: modernidade e pós- modernidade
em Hélio Oiticica. Curitiba: Ed. da UFPR, 1998.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. São Paulo: Companhia das Letras,
2011.
COELHO, Frederico & OITICICA, César Filho (org.). Hélio Oiticica – Conglomerado
Newyorkaises. Rio de Janeiro. Ed. Azougue Editorial, 2013.
OITICICA, Hélio & CLARCK, Lygia. Cartas: 1964-74. Rio de Janeiro: Ed. da
UFRJ, 1989.
SALOMÃO, Waly. Hélio Oiticica: qual é o Parangolé? São Paulo: Companhia das
Letras, 2015.
2812
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2813 - 2818
Justificativa/Base Teórica
Esta pesquisa tem como temática o trabalho docente com as crianças de 0 a 3 anos de
idade e está em andamento no Programa de Pós-Graduação em Educação (FE/UFG),
vinculando-se ao projeto “Políticas Públicas e Educação da Infância em Goiás: história,
concepções, projetos e práticas”, do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Infância e sua
Educação em Diferentes Contextos (NEPIEC).
A pesquisa busca fomentar reflexões acerca do trabalho docente que se processa nos
Centros Municipais de Educação Infantil na Cidade de Jataí, Estado de Goiás. Busca-se no
processo de investigação compreender como as professoras concebem o trabalho docente que
é realizado com as crianças de 0 a 3 anos de idade no cotidiano da creche, os elementos que
constituem este trabalho, dadas as condições subjetivas e objetivas presentes nas instituições
de Educação Infantil do Município e a especificidade do trabalho docente nesta faixa etária.
Os estudos sobre o trabalho docente, Apple (1987), Arroyo (1985), Enguita (1989),
Hypólito (1997), indicam que sua constituição tem origem com a missão dos padres Jesuítas
que tinham por função ensinar a fé cristã,
1
Aluna do Programa de Pós-Graduação (Doutorado), da Faculdade de Educação da Universidade Federal de
Goiás PPGE/FE.
2
Professora orientadora.
2813
realizando um trabalho como vocação e sacerdócio. Com a ampliação da educação para
as camadas mais amplas da população, a educação sai das mãos somente das igrejas católicas
devido a implantação da escola de massas, colocando-se assim a necessidade de outras
pessoas, que não somente os padres para o ensino. Para Hypolito (1997 p. 19),
Quando surgiu a necessidade de as escolas serem abertas para camadas mais amplas da
população, o clero sozinho já não conseguia atender a essas novas demandas. Assim,
colaboradores leigos foram convocados para exercer a funçãodocente.
Esses professores leigos deveriam dar continuidade aos objetivos do clero, ensinando
a fé cristã, porém com as modificações da sociedade e o avanço dos ideários liberais que
atendiam ao desenvolvimento de uma sociedade capitalista, urbana e industrial, colocava-se
a necessidade do ensino de outros conhecimentos e técnicas que gerassem mão de obra.
Assim o professor vai se afastando do sacerdócio e vocação, e consequentemente
aproximando-se de sua profissionalização.
O trabalho docente que até então era oferecido pelo gênero masculino, e que podia
além da docência realizar outras atividades paralelas, torna-se pelas regulamentações e
controle do Estado, um trabalho mais intenso e pouco remunerado, fazendo com que a classe
masculina procurasse outros meios de sobrevivência, abrindo assim a possibilidade de
trabalho para as mulheres, já que em uma sociedade patriarcal as oportunidades de trabalho
feminino eram escassas.
2814
Para Oliveira (2004), no percurso histórico da constituição do trabalho docente
ressaltam-se as lutas para a construção da profissionalização, a conquista da autonomia,
plano de carreira, e melhores condições de trabalho, ligados a uma questão maior que
envolve as relações de classe e o setor produtivo. A escola como parte constitutiva das
relações sociais não está isenta das repercussões econômicas em um mundo capitalista, pois
ela é parte dele.
Para Marx (2012), o homem se faz no seu trabalho, sendo este a essência da vida
humana. O homem atua na natureza e retira dela o que necessita para sua sobrevivência, e ao
mesmo tempo, de forma dialética é influenciado por esta natureza. Para o autor, o homem é
um ser histórico e social, sendo o trabalho a forma histórica da atividade humana. No
trabalho, a atividade humana planejada e consciente, opera uma transformação objetivando
um fim determinado.
Objetivos
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de investigação teórica e empírica que está sendo
2815
realizada nos Centros Municipais de Educação Infantil da Rede Municipal de Educação de
Jataí, cujos participantes são professoras com a formação em Pedagogia que atuam
diretamente com as crianças de 0 a 3 anos de idade. Para a compreensão do objeto assume-se
o materialismo histórico-dialético e a teoria sócio-histórico-dialética como referência teórico-
metodológica, pois este método considera o objeto em sua historicidade e movimento.
Como procedimentos metodológicos para a compreensão do objeto formulou-se um
questionário (Perfil profissional I). Este instrumento visa conhecer dados referentes à
formação inicial e continuada, tempo de trabalho na Educação Infantil, dentre outros aspectos
relacionados à profissionalização. Este instrumento junto ao Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido foi oferecido as professoras em agosto de 2015. Dando continuidade a pesquisa
formulou-se outro instrumento chamado (Perfil profissional II), visando investigar a
compreensão das profissionais sobre o trabalho docente realizado com as crianças nas
instituições educativas. Este instrumento foi elaborado visando compreender aspectos
relacionados ao trabalho docente pensando em cinco temáticas; a criança, a professora, a
rotina diária, a instituição e a família.
Além dos instrumentos mencionados acima, pretende-se realizar entrevistas com
questões que visem complementar as falas das professoras e possibilitar compreender o objeto
de estudo, ou seja, o trabalho docente com as crianças em sua totalidade.
Resultados
2816
participação na segunda etapa da pesquisa.
Conclusões
Referências
2817
Teoria & Educação. Porto Alegre, n.º 4, p.41-61, 1991.
2818
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2819 - 2824
Dorcas Fernandes dos Anjos MELO1, Paula Neres OLIVEIRA2, Caroline Rego
Farmácia – UFG.
2Unidade de Ciências Exatas e Tecnológicas (UNUCET) – UEG.
dorcasanjos@gmail.com;
2819
(GONÇALVES, 2013).
O ácido rosmarínico é encontrado em algumas espécies da família Lamiaceae, sendo
assim frequentemente administrado com outros fármacos. Porém, não se conhece a
probabilidade de ocorrências de interações farmacológicas, provocadas pela capacidade desse
composto alterar a biodisponibilidade de fármacos, aumentando o risco de toxicidade. Assim,
justifica-se o estudo deste composto fenólico presente em plantas medicinais de uso
popular a fim de avaliar sua capacidade inibitória sobre as isoenzimas do citocromo
P450, em especial a CYP3A, a partir de ensaios in vitro.
2 Objetivos
Avaliar a capacidade de inibição das enzimas CYP3A de ratos, in vitro, pelo ácido
rosmarínico em três concentrações (0,17 mg/mL, 0,085 mg/mL e 0,0425 mg/mL).
3 Metodologia
3.1 Animais
O lisado hepático foi preparado a partir de fígados de ratos Wistar eutanasiados com
2820
CO2, triturados, lavados com tampão Tris/KCl 0,02 M/0,2 M pH 7,4 gelado (± 4 ºC) e
4 Resultados e Discussão
2821
como fármaco modelo para esse teste de inibição e por apresentar- se já em literaturas como
um fármaco capaz de inibir essas isoenzimas em especial (OBACH, 2000; FDA, 2011).
No entanto, na presença do ácido rosmarínico, em baixa concentração, não houve
inibição das enzimas e, enquanto nas concentrações média e alta houve inibição de
aproximadamente 39 % das enzimas testadas (tabela 1). Tais concentrações foram
determinadas baseando-se em estudos anteriores de inibição de enzimas microssomais por
extratos de origem vegetal. Considera-se que as concentrações testadas são superiores às
concentrações do extrato que devem realmente chegar ao fígado in vivo (LI et al., 2010;
OLIVEIRA et al., 2015). Porém, este trabalho não avaliou a biodisponibilidade do ácido
rosmarínico.
2822
Assim como Melo et al. (2014), observou que a amoxicilina quando usada junto com
suco de abacaxi sua concentração plasmática é aumentada. Cabe contudo, aos médicos e
farmacêuticos questionar pacientes do uso de vegetais simultâneo com fármacos, a fim de
realizar uma terapêutica eficiente e segura.
5 Conclusões
Em relação à metodologia empregada, o ácido rosmarínico mostrou ser inibidor da
subfamília CYP3A, podendo aumentar a biodisponibilidade de substâncias que são
metabolizadas pela mesma enzima quando da administração concomitante, sugerindo
possíveis efeitos tóxicos deste.
6 Referências bibliográficas
FDA. U.S. Food and Drug Administration. “Drug Development and Drug Interactions:
Table of Substrates, Inhibitors and Inducers.” 2011. Disponível em:
<http://www.fda.gov/Drugs/DevelopmentApprovalProcess/DevelopmentResources/DrugI
nteractionsLabeling/ucm093664.htm>. Acesso em: 31 maio. 2016.
2823
LI, W.; XIN, H.; SU, M.; XIONG, L. Inhibitory effects of Schisandrin A and Schisandrin B
on CYP3A activity. Methods and Findings in Experimental and Clinical Pharmacology,
v. 32, n. 3, p. 1-7, 2010.
2824
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2825 - 2831
Este ensaio busca refletir sobre a luta permanente vivida pelo povo negro
julho de 2016, cuja temática central permeia as africanidades brasileiras3. Para mediar esses
diálogos, serão evocados alguns estudiosos (VASCONCELOS, 2001; RODRIGUES e
RATTS, 2008; PEREIRA, 2008
MOORE, 2008; M’BOKOLO, 2009; HARRIS, 2010; SANTOS, 2010) cujo eixo central
é a África e a diáspora africana, também serão acionados outros autores para este diálogo.
É importante destacar que, neste estudo, a África é entendida como um
1 Mestranda em Performances Culturais, pela Escola de Música e Artes Cênicas – EMAC da Universidade
Federal de Goiás - UFG; Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás- FAPEG;
Professora de Dança da Secretaria de Estado da Educação de Goiás. Docente da Universidade Estadual de
Goiás – UEG/ESEFFEGO.
2Schechner (2011) elenca duas categorias de públicos: os públicos acidentais são os que não possuem contatos
prolongados com o grupo (um exemplo são os turistas); os públicos integrais são aqueles que obtêm
experiências devido um longo período de convivência com os Congos, dentre eles estão os dançantes, familiares,
amigos, antigos moradores da cidade.
2 2 Jean Langdon (2007) sistematiza cinco qualidades inter-relacionadas que compõe os diversos eixos dos
usos do termo performance: a experiência em relevo, cujo foco é a expressão estética; trata-se de uma
participação de todos os presentes e o significado emerge do contexto: é uma experiência multissensorial;
existência do engajamento corporal, sensorial e emocional – a corporificação (embodiment); a significação
emergente, pois o modo de expressar se localiza no centro da performance. Além do significado semântico
clássico a performance implica na experiência imediata, emergente e estética.
3 Somente no curso “Religiosidade populares”, não temos como referência central as africanidades, mas o
2825
continente que está em permanente construção e que vive em diáspora desde a sociedade
antiga (M’Bokolo,2009; Moore,2008; Harris,2010; MENESES, 2010).
Os quatro momentos analisados em Goiás, são bastante diferentes, em seus objetivos,
finalidades, perspectivas, mas ambos têm em comum as africanidades brasileiras. Todos os
eventos e os grupos analisados possuem particularidades bastante expressivas, desde a forma
de lidar com a realidade posta dentro da cidade, até a forma de se expressar e se afirmar como
povo negro.
Resumidamente, os eventos possuem as seguintes características: o primeiro foi o
Carnaval 2016, com a temática “AFRO FÉ: ritmo e memória do povo vilaboense”, realizado
entre 03 a 08 de fevereiro de 2016, com vária atividades (bailes de carnaval; exposições;
feiras de artesanatos e gastronomia; blocos de carnavais; cortejo do afoxé pilão de prata;
samba de roda da Vila Esperança; carnaval das machinhas; shows com várias bandas, com os
mais variados ritmos). O segundo refere-se ao curso "FILOSOFIA AFRICANA: experiência e
encantamento”, realizado entre 28 de março a 01 de abril de 2016, cuja programação incluiu
palestras temáticas, vivências (música, dança, comidas típicas, práticas corporais), roda de
conversa, visita ao Museu das Bandeiras, oficinas (dança Afro; modelagem em barro,
percussão, maculelê, estética afro, jogo Ayó); convivências (samba de roda e mito africano).
O terceiro, foram o Afoxé Ayó Delê e Dança dos Congos, realizados no dia 14 de maio
de 2016. Essas duas manifestações culturais ocorreram no mesmo dia, mas são manifestações
singulares e independentes, sendo que a primeira está ligada às religiões de matriz
africana e a segunda ao catolicismo. O quarto, refere-se ao curso/oficina sobre "Cultura e
religiosidade Populares", realizado entre 03 a 08 de julho de 2016, com aulas dialogadas e
pesquisa de campo participativa, sob a orientação do professor Carlos Rodrigues Brandão.
Nesse contexto, é possível identificar a existência de várias fronteiras contraditórias e
similares que estão constantemente em contato, deslocando e conectando.
Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa etnográfica em construção, que tem
como principal objetivo interpretar as performances afro-brasileira da cidade de Goiás e as
complexas relações de significados naquele sistema cultural. Nesse passeio, passarei por
estudos variados, mas terei como eixo norteador a fenomenologia, estabelecendo um fecundo
diálogo com a experiência advinda desta imersão. Para refletir sobre a experiência, cabe
colocar em relevo que o corpo é a
2826
chave para a compreensão desse sentido atribuído, experienciado, pois meu corpo de
pesquisadora não apenas percebe, conhece, mas é produtor desses sentidos.
Cabe sublinhar que este corpo, situado no espaço, transportam marcadores sociais
(raça, cor, gênero, classe social) que estão em constante relação e são utilizados
ideologicamente como definidores sociais que estabelecem qual espaço determinado grupo
social deve ocupar. Neste sentido, negros e brancos vivem os espaços de forma diferente
(RODRIGUES; RATTS, 2008), pois as práticas dinâmicas constantes e um conjunto de
coisas que são construídas no imaginário humano, carregadas de significações, valores e
relações de poder.
Refletindo sobre essas relações de poder, vale a pena sublinhar que, historicamente, a
presença do povo negro na cidade “Patrimônio Mundial”4, assim como em várias outras
cidades do Brasil, reflete a inclusão perversa dos negros na sociedade vilaboense. Além das
várias violências físicas, sociais e culturais sofridas ao longo da história, é notório que
foram utilizado vários mecanismos sociais para apagar essa memória do povo negro do
“Centro Histórico” da cidade, tais como: a destruição do Pelourinho, a desarticulação
(extinção) da Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a demolição da
antiga igreja construída por essa irmandade extinta e a construção de uma nova igreja com
estilo totalmente diferente (de colonial para neo-gótico) que recebeu o nome de igreja
Nossa Senhora do Rosário, extinguindo o termo “dos pretos” (OLIVEIRA, 2014; PRADO,
2014; TAMASO, 2007). Santos (2010, p.156) ressalta a importância a necessidade de se ter
nomeados lugares que remetem a luta, a história, a marca da presença negra, pois “dar
nome, nomear, representar, está na base da criação do mundo- é o primeiro ato de poder sobre
o mundo”.
Desses conflitos de sociabilidades e emergiram várias manifestações, entre elas, a
Dança dos Congos no meado do século XVIII, liderado por afrodescendentes vilaboenses, no
4 A cidade de Goiás foi à antiga capital do estado de Goiás, fundada em 1727 por Bartolomeu
Bueno da Silva (1672-1740) com o nome Arraial de Sant’Anna que, em 1736, modificou seu
nome para Vila Boa de Goyaz. Em 1744, tornou-se Capitania de Goiás e perdeu o título
após a transferência da capital estadual para Goiânia, entre 1930 e 1940, coordenada pelo
2827
então interventor do Estado, Pedro Ludovico Teixeira. O “Centro Histórico” da cidade de
Goiás foi reconhecido pela UNESCO4, em 2001, como patrimônio mundial (TAMASO,
2007).
5 Os Afoxés em Goiás foram colocados nas ruas do “Centro Histórico” no início do século
XXI. Para seus fundadores, eles ocorriam anteriormente dentro dos terreiros. Os dois afoxés
são bastante diferentes: as cores utilizadas; a forma de tocar os instrumentos, pois o Bloco
Pilão de Prata toca com as baquetas e bloco Ayó Delê com as mãos, mudam-se as formas de
amarrar as roupas, o ritmo. O denominados por alguns moradores como “elite intelectual
negra”6 – que, por meio de seus conhecimentos formais, acionam leis, projetos, incentivos
financeiros e buscam desenvolver políticas étnico-raciais, dentro da cidade de Goiás.
A (re)apropriação de seus lugares, no “Centro Histórico”, pelos vilaboenses negros
e a garantia do seu direito de expressar e transitar dentro desse espaço da cidade é fruto de
muita luta. Segundo o fundador do grupo Afoxé Bloco Pilão de Prata, por muitos anos as
práticas religiosas de matriz africana foram proibidas, mas a legislação possibilitou que eles
enfrentassem os preconceitos da cidade e garantiu os seus direitos de realizar o cortejo pelo
Centro Histórico.
Apesar da legislação garantir, efetivamente ainda existe grandes embates, pois existem
divisões objetivas e subjetivas muito bem-estabelecidas sobre o lugar que determinado grupo
deveria ocupar. Podemos citar alguns fatos que comprovam tais realidades: o grupo do sujo 7
que sai do setor Rio Vermelho e que antes chegava na Praça do Coreto, foi deslocado para
a Praça de Eventos, objetivando evitar “danos” ao espaço do Centro histórico.
Outro fato foi a chegada do Afoxé Bloco Pilão de Prata na Praça do Coreto que -
mesmo estando previsto na programação oficial do evento que o cortejo passaria pela praça -
a banda que estava tocando no coreto continuou com sua música, desconsiderando a
manifestação presente, gerando indignação em vários integrantes do grupo. O Cortejo dentro
do “Centro Histórico” foi recheado de tensões e realizações, ficando nítido o movimento de
resistência e a busca pela permanência. Moradores da cidade relatam que, no ano passado, em
2015, durante o cortejo do Afoxé Ayó Delê, depararam-se na rua com um grupo de
evangélicos que apontavam raivosamente para o cortejo e gritava o nome de Jesus,
expulsando os demônios (membros do Afoxé). Outro relato foi a da mãe de Santo de um
terreiro em Goiás, que declarou sofrer vários tipos de agressões, inclusive, relatou que há
alguns anos colocaram fogo em seu terreiro.
2828
coordenador do Bloco Afoxé Pilão de Prata informa que já houve uma rivalidade entre os dois
grupos, mas que agora há uma convivência pacífica.
6 Termo utilizado por uma moradora para denominar os coordenadores dos Afoxés em Goiás.
7Segundo alguns moradores, o grupo do sujo é muito popular em Goiás e é aberto a todos
os que queiram participar. Antes, eles passavam pelo “Centro Histórico”, mas depois foram
“proibidos” para não sujar a cidade. O processo de higienização é tão expressivo, por
parte de alguns grupos da cidade, que no folder de divulgação da festa carnavalesca
denomina o popular “bloco do sujo” como “bloco da Alegria”.
Em seus estudos, Santos (2010) relata sobre as experiências de espaços e a
organização espacial das relações raciais, lembrando que:
Isso impacta as experiências de espaço, o ir e vir, na medida em
que indivíduos e grupos subalternizados causarão, em determinados
contextos, sentimentos de espanto, estranhamento e até mesmo de
repulsa – contextos e lugares onde sua presença é indesejada
(SANTOS 2010, p. 155).
Para Certeau (1998) o espaço como prática do lugar é, sobretudo, como os sujeitos
o vivenciam, experienciam, apropriam-se, ocupam e o transformam a partir de suas práticas,
que passam a ser ressignificadas e simbolizadas. Na cidade de Goiás há poucos registros de
práticas de inscrição (alfabeto, desenho, foto, partituras musicais) do povo negro vilaboense
e sua maior riqueza concentra-se nas práticas de incorporação (memória corporal, práticas e
técnicas corporais).
Essa resistência à cultura afro-brasileira permeia vários espaços, inclusive, no universo
acadêmico. No curso “Filosofia Africana: experiência e encantamento”, ofertado para
docentes que trabalham com essa temática, alguns cursistas desistiram, alegaram que o curso
tratava de religião tradicional africana, colocando em evidência a intolerância religiosa.
Hoje, é perceptível a busca incessante dos congos, dos afoxés, dos terreiros e de
alguns estudiosos locais, em reestabelecer vários elementos africanos e desenterrar as zonas
simbólicas que foram soterradas ao longo do processo histórico. Nota-se a construção de
estratégias que buscam o rompimento de várias “fronteiras simbólicas” que, anteriormente,
já estavam muito bem-estabelecidas e que agora podem levar ao surgimento de novas
relações entre os múltiplos grupos sociais que dialogam com o Centro Histórico e a
2829
Periferia. Portanto, mesmo nas lutas aqui citadas - umas mais outros menos – estão
contidas o desejo de reafirmar os valores, os espaços, a cidadania aos povos negros da cidade
de Goiás.
REFERÊNCIAS
CERTEAU, Michel de. Práticas de Espaço. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1998.
MOORE, Carlos. Da África mítica à África real: para uma cooperação realista entre a África
e a diáspora. In: . A África que incomoda: sobre a problematização
do legado africano no cotidiano brasileiro. Belo Horizonte, Nandyala, 2008, p. 11-165.
OLIVEIRA, Eliézer C. de. “Um dia a Igreja cai”: a importância cultural dos templos
2830
religiosos na cidade de Goiás. In: Revista eletrônica Patrimônio e Memória. São Paulo,
Unesp, v. 10, n.1, p. 28-47, janeiro-junho, 2014.
SANTOS, Renato Emerson do. Ensino de geografia e currículo: questões a partir da lei
10.639. Terra Livre, nº34, 2010, p.141-160.
2831
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2832 - 2836
Justificativas
A cagaiteira é uma espécie típica do Cerrado, cujos estudos populacionais indicaram que
as características históricas, associadas à fragmentação do bioma, são importantes para
explicar os padrões de sua variação populacional. A estrutura espacial de cagaiteiras do
sudeste goiano, baseada na quimiovariação dos óleos essenciais, está em concordância com
o padrão espacial de variação genética (TRINDADE & CHAVES, 2005). Populações
localizadas a distâncias inferiores a 120 km possuem alta similaridade, podendo ser
consideradas química e geneticamente homogêneas e definidas como uma unidade químico-
genética operacional (UCO) para fins de conservação (TELLES et al., 2003; VILELA et al.,
2012; 2013).
Em relação à variabilidade química dos óleos essenciais foi possível classificar as
cagaiteiras da região sudeste/GO em três UCOs: C1 – populações de Catalão, Três Ranchos e
Luziânia; C2 – populações de Campo Alegre de Goiás e Cristalina; e C3 as populações de
Goiânia e Senador Canedo (VILELA et al., 2013). Dessa forma,
a composição química dos óleos essenciais pode ser utilizada como ferramenta adicional em
estratégias de gestão e conservação de espécies. No entanto, nada se conhece acerca da
influência da fenologia, em adição às alterações ambientais sobre a variabilidade dos óleos
essenciais nas UCOs, previamente estabelecidas.
Objetivos
Analisar a variabilidade dos óleos essenciais das folhas de E. dysenterica em três UCOs e
sob três estádios fenológicos (senescência, frutificação e vegetativa), coincidentes,
respectivamente, com as estações seca (abril-setembro), de transição seca-chuva (outubro-
novembro) e estação chuvosa (dezembro-março) nessa região, correlacionando-as aos
nutrientes minerais foliares e às variações climáticas.
2832
Metodologia
Os óleos essenciais das folhas foram obtidos de plantas das três UCOs da coleção de
germoplasma da EA/UFG, como amostras compostas, coletadas em três estádios fenológicos:
senescência (julho; clima seco); frutificação (outubro; transição seca-úmida) e fase vegetativa
(março; época úmida). A análise química conduziu a
30 constituintes químicos identificados nas 36 amostras (3 UCOs 3 estádios
fenológicos 4 repetições (blocos)). Paralelamente, efetuou-se a análise dos
nutrientes foliares (N, P, S, Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Cu2+, Fe3+, Mn2+, Zn2+, Co2+ e
Mo2+) e as variáveis climáticas foram representadas pelas médias mensais, nos meses de
coletas das amostras, obtidas da Estação Evaporimétrica da EA/UFG.
Para a análise multivariada os dados foram organizados nas matrizes de resposta e
explicativa. A matriz de resposta (36 36) foi formada pelas 36 amostras compostas de folhas
(linhas) e os 30 constituintes químicos dos óleos essenciais, além das seis classes
biossintéticas (soma dos monoterpenos e sesquiterpenos, com as divisões em hidrocarbonetos
e oxigenados) como variáveis (colunas). A matriz explicativa (36 21) conteve as
mesmas 36 amostras nas linhas e os nutrientes foliares (13 parâmetros) e as médias
mensais climáticas (seis parâmetros), em adição a duas variáveis categóricas: UCO (C1, C2
e C3) e estádio fenológico da planta (senescência, frutificação e vegetativo), nas colunas.
Utilizou-se a análise de redundância canônica (RDA) com os testes de permutação de Monte
Carlo irrestritos (999 permutações) para avaliar a significância dos autovalores ou eixos
canônicos. O fator de inflação da variância das variáveis (VIF) foi utilizado para a seleção
das variáveis explicativas e a análise de agrupamento (HCA) das amostras com o método da
minimização da variância. As análises multivariadas foram conduzidas no programa Canoco
(versão 5.0, Biometrics, 2012) com as matrizes estandardizadas. Resultados e Discussão
Os resultados da RDA (Figura 1) indicaram que as correlações entre as duas matrizes
foram elevadas nos dois primeiros eixos canônicos (R1 = 0,918 e R2 = 0,898) e com
VIFs considerados baixos (VIF<5,9), sugerindo ausência de multicolinearidade entre as
variáveis no modelo. Os testes de permutação de Monte Carlo (999 permutações)
apresentaram resultados altamente significativos (p = 0,001) para os eixos canônicos
(RDA1: 22,6% da variação explicada; F-Fischer = 8,8; RDA2: 15,0%; F = 7,2),
sinalizando que os padrões de variação nas matrizes originais não surgem ao acaso. A soma
dos autovalores canônicos também foi altamente significativa (soma = 0,4994; F = 5,9; p =
2833
0,001), de forma que 49,9% da variância total nos óleos essenciais foram explicativas pelas
Figura 1. Triplot da RDA dos óleos essenciais das folhas (setas pequenas) de E.
dysenterica explicada pelas UCOs (C2 e C3) e estádio fenológico (frutificação),
representados por losangos, e o Mn2+ foliar e precipitação média mensal como setas grandes.
A UCO de origem das amostras está representada por quadrados (C1), triângulos (C2) e
círculos (C3), nas fases de senescência (símbolos não preenchidos), frutificação (preenchidos
de preto) e vegetativa (preenchidos de cinza). As classes naturais de amostras com
similaridade elevada estão representadas por círculos.
2834
condições estão relacionadas principalmente às amostras coletadas no inverno frio e seco,
coincidente com a senescência, e sugerem principalmente uma influência sazonal na RDA1.
Por outro lado, um incremento na RDA2 relaciona-se às amostras da UCO C3, o qual
apresentou os maiores teores de monoterpenos e hidrocarbonetos monoterpênicos,
independentemente do estádio fenológico da planta. Assim, enquanto a RDA2 mostra as
alterações na composição química dos óleos essenciais (monoterpenos e sesquiterpenos) nas
diferentes UCOs, especialmente naquelas provenientes de Goiânia e Senador Canedo (C3), a
RDA1 descreve uma distribuição diferenciada de sesquiterpenos, dos hidrocarbonetos para
os oxigenados, como resposta ao estresse hídrico das amostras. Resultados similares foram
descritos para os óleos essenciais de Helichrysum petiolare Hilliard & B.L. Burtt
(Asteraceae), cujo teor de sesquiterpenos oxigenados aumentou em regimes moderados ou
severos de estresse hídrico (CASER et al., 2016). O efeito dos estádios da fenologia nos
óleos essenciais foi observado no segundo plano fatorial da RDA (não mostrado), pela
separação nítida entre os estádios frutificados e vegetativos, ao longo da RDA3,
independentemente da UCO de origem das amostras.
Dessa forma quatro classes naturais de amostras foram sugeridas pela RDA, as quais foram
corroboradas pela HCA, onde as amostras da UCOs C1 e C2, na senescência/seca,
constituíram a classe 1; as amostras da UCO C3, na senescência/seca, forneceram a classe 2;
as amostras em frutificação e vegetativo, das UCOs C1 e C2, compuseram a classe 3; e
as amostras da UCO C3, nos períodos de frutificação e vegetativo, constituíram a classe 4.
Assim, as classes 1 e 2 (3 e 4) representam a forte influência sazonal nas populações de E.
dysenterica, coincidente ao período de senescência (frutificação e vegetativo) das amostras,
independentemente da UCO de origem, o qual por sua vez é destacada pela RDA2, com a
separação das populações de Goiânia e Senador Canedo (UCO C3). Tal separação é
justificada geograficamente a leste (UCO C3) e a oeste (UCO C1 e C2) da bacia do Rio
Corumbá, o qual pode ser considerado diferentes unidades de conservação e ao menos
uma população de cada região deveria ser conservada, em função das características
químicas únicas baseadas apenas nos óleos essenciais das folhas.
Esses resultados estão de acordo com aqueles observados por diversos autores tendo por
base descritores morfológicos (TELLES et al., 2003), isoenzimáticos (TELLES et al., 2001;
TRINDADE & CHAVES, 2005) e marcadores genéticos (ZUCCHI et al., 2003; 2005), em
adição aos da variabilidade dos óleos essenciais das folhas de representantes de E.
dysenterica dessa mesma coleção de plantas (VILELA et al., 2012; 2013).
2835
Conclusões
CASER, Matteo et al. Water deficit regimes trigger changes in valuable physiological and
phytochemical parameters in Helichrysum petiolare Hilliard & B.L. Burtt. Industrial Crops
and Products, Amsterdã, v. 83, p. 680-692, maio. 2016.
TRINDADE, Maria da Glória; CHAVES, Lázaro José. Genetic structure of natural Eugenia
dysenterica DC (Myrtaceae) populations in northeastern Goiás, Brazil, accessed by
morphological traits and RAPD markers. Genetics and Molecular Biology, São Paulo, v. 28,
p. 407-413, jul./set. 2005.
VILELA, Eliane Costa et al. Spatial structure of Eugenia dysenterica based on essential oil
chemovariations and implications for conservation and management of the genetic diversity
of its populations. Journal of the Brazilian Chemical Society, São Paulo, v. 23, p. 1776-1782,
set. 2012.
VILELA, Eliane Costa et al. Spatial chemometric analyses of essential oil variability in
Eugenia dysenterica. Journal of the Brazilian Chemical Society, São Paulo, v. 24, p. 873-879,
abril. 2013.
ZUCCHI, Maria Imaculada et al. Genetic structure and gene flow in Eugenia dysenterica DC.
in the Brazilian Cerrado utilizing SSR markers. Genetics and Molecular Biology, São Paulo,
v. 26, p. 449-457, agosto. 2003.
ZUCCHI, Maria Imaculada et al. Genetic structure and gene flow of Eugenia dysenterica
natural populations. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 40, p. 975-980, out. 2005.
2836
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2837 - 2842
2837
1Laboratório de Tecnologia Farmacêutica- FarmaTec, Faculdade de Farmácia/UFG
fabian.vaz@hotmail.com; emlima@ufg.br
2838
Neste estudo foram desenvolvidas nanoemulsões pelo método de alta energia
de emulsificação – homogeneização de alta pressão. A escolha do método visa um
escalonamento (scale-up) para produção industrial, uma vez que a transposição de
escala deste método é mais fácil comparada a métodos que utilizam baixa energia de
emulsificação (SEEKKUARACHCHI et al., 2006). Além da análise das características
físico-químicas da formulação, avaliou-se se o método de preparo, temperatura e
tempo de armazenamento poderiam influenciar na estabilidade da formulação
desenvolvida.
Objetivo:
Metodologia:
2839
magnética separadamente. O ácido graxo de cadeia longa foi adicionado após a fusão
dos demais componentes da fase oleosa, seguido de 10 min de agitação magnética.
Após a solubilização de todos os componentes da fase oleosa esperou-se que esta
fase atingisse a temperatura ambiente para que o ativo cosmético fosse adicionado. A
mistura foi mantida em agitação por 10 minutos com os demais componentes da fase
oleosa. Após completa solubilização de todos os componentes da fase oleosa, a fase
aquosa foi vertida sobre a fase oleosa sob agitação com o auxílio do
homogenizador UltraTurrax. As formulações foram homogeneizadas à alta pressão com
1 ciclo a 500 Pa.
Avaliação do diâmetro médio e distribuição do tamanho- As nanoemulsões
foram caracterizadas em relação ao diâmetro médio e distribuição de tamanho (índice
de polidispersão, PdI) pela técnica de espalhamento dinâmico de luz (Zeta Sizer Nano
S, Malvern).
Determinação do pH das nanoemulsões- Para as medidas de pH foram
utilizados um pHmetro digital equipado com um eletrodo de vidro combinado e um
pHmetro com micro eletrodo combinado.
Resultados e Discussão
2840
É possível que o pH e as temperaturas utilizadas no momento do preparo
tenham causado a diminuição no teor de ativo encapsulado, visto que o princípio ativo
é termossensível. A temperatura de 85 ºC utilizada no método 1 pode ter causado maior
degradação do ativo, comparado ao método 2, com temperatura de preparo de 75 ºC.
Neste estudo não foram observadas alterações no pH das formulações. Porém,
o pH ácido das amostras pode também ser uma causa da instabilidade, observada
através da redução na quantidade do ativo cosmético encapsulado. Alterações neste
parâmetro indicam a ocorrência de reações química que podem comprometer a
formulação (BERNARDI et al., 2011). Sabe-se que os carotenoides sofrem
protonação do átomos de carbono em sistemas conjugados em ambientes ácidos que
resulta na degradação acelerada e isomerização destes compostos. A maior estabilidade
da luteína pode estar relacionada à a presença de grupos hidroxila, que alteram a
protonação dos carotenoides.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2841
International Journal of Pharmaceutics, v. 280, n. 1-2, p. 241- 251, 2004.
IZQUIERDO, P.; ESQUENA, J.; TADROS, TH. F.; DEDEREN, C.; GARCIA, M.
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Using the Phase Inversion Temperature Method. Langmuir, v. 18, n. 1, p. 26-30, 2001.
MIHRANYAN, A.; FERRAZ, N.; STRØMME, M. Current status and future prospects
of nanotechnology in cosmetics. Progress in Materials Science, v. 57, n. 5, p. 875-
910, 2012.
2842
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2843 - 2847
¹Universidade Federal de Goiás – Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Setor Leste
Universitário- R. 235- S/N- Goiânia-GO. ²Instituto Evandro Chagas/SVS/MS, Rodovia BR-
316 - KM 7, Levilândia– Ananindeua- PA – Brasil.
³Universidade Federal do Rio de Janeiro – Hospital Universitário Clementino Fraga Filho –
Laboratório de Infectologia e Parasitologia Molecular, Av. Prof. Rodolpho Paulo Rocco -Nº
255-Cidade Universitária – Rio de Janeiro- RJ.
Endereço eletrônico: chapadense.garcia@gmail.com
2843
Ashley, E. et al, 2014), originando receios de que essa resistência possa se alastrar
globalmente ou evoluir independentemente em outras áreas geográficas.
O fenótipo da resistência a ACT tem sido associado à presença de polimorfismos no
domínio hélice do gene kelch-13 (k13) de P. falciparum, que podem ser usados como
marcadores moleculares para o monitoramento do surgimento e propagação da resistência.
Aproximadamente 40% da população mundial residem em áreas onde a malária é
transmitida, afetando 350 a 500 milhões de pessoas e causando a morte de mais de um
milhão de pessoas anualmente. No contexto da malária em território Brasileiro, foram
recentemente divulgados indícios de que a resistência está emergindo em áreas de garimpo
ilegal da Guiana Francesa, fronteiriças com o Brasil e onde a ausência de uma verdadeira
fronteira permite o livre fluxo de indivíduos portadores de parasitas (WHO, 2011).
Assim, perante a real eminência do surgimento de resistência, o monitoramento da mesma
se configura como uma estratégia essencial para auxiliar em tomadas de decisão para escolha
dos tratamentos apropriados em áreas endêmicas. Sendo assim, o rastreamento e
monitoramento de populações de parasitas através do emprego de informação genética por
intermédio da utilização de marcadores moleculares de resistência configura-se uma das
formas mais eficientes de monitoramento.
2. OBJETIVO DO ESTUDO
Com base na hipótese acima formulada, o trabalho teve como objetivo identificar
possíveis polimorfismos no gene k13 de P. falciparum em regiões da Amazônia Legal
que possam estar associados a resistência à ACT como primeira linha de tratamento.
3. METODOLOGIA
2844
Figura 1: Mapa dos locais de coleta das amostras de sangue.
Figura 2: Representação das etapas dos ensaios moleculares. 1) extração de DNA das
amostras; 2) amplificação do DNA através do uso do PCR convencional; 3) visualização do
2845
produto de PCR em gel de agarose; e 4) visualização das sequencias após o sequenciamento
dos produtos.
As sequências obtidas foram alinhadas e comparadas com a sequência do gene de
referência da cepa 3D7(PF3D7_1343700), utilizando-se o recurso Multialign Interface Page
(Corpet, F, 1988) para identificação de todos os polimorfismos de nucleotídeo único
(SNPs) e potenciais inserções/deleções (indels) constituintes do fundo genético da
população dos parasitas em estudo. Adicionalmente, todas as sequências de DNA foram
traduzidas para a sua sequência peptídica “in silico” usando a inferface “Sequence
Manipulation Suite” (Stothard, P, 2000) no intuito de se determinar quais dos polimorfismos
genéticos (SNPs ou indels) resultam em mutações sinônimas ou não-sinônimas.
4. RESULTADOS
2846
5. CONCLUSÕES E IMPLICAÇÕES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(1) WHO - World Health Organization. Global Plan For Artemisinin Resistance
Containment. ISBN: 978 924 150083 8. 2011
(2) Das, D. et. al. Artemisinin resistance in Plasmodium falciparum malaria. N. Engl. J. Med.
361: 455–467. 2009.
(3) Kyaw, M.P. et. al. Reduced Susceptibility of Plasmodium falciparum to Artesunate in
Southern Myanmar. PLoS One 8. 2013.
(6) Corpet, F. Multiple sequence alignment w ith hierarchical clustering". Nucl. Acids Res.,
16 (22), 10881-10890. 1988.
(7) Stothard, P. The Sequence Manipulation Suite: JavaScript programs for analyzing and
formatting protein and DNA sequences. Biotechniques 28:1102-1104. 2000.
2847
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2848 - 2852
1. Introdução
2848
A primeira etapa da construção dessa unidade de análise é a verificação do padrão de
ocorrência da dengue pelo Brasil e dos limites que os dados disponíveis trazem para as
análises. Esse ensaio é uma tentativa de construir esse conhecimento.
2. Metodologia
Os dados referentes ao número de casos registrados de dengue por ano, por estado, foram
coletados de forma secundária no site Datasus do Ministério da Saúde (MINISTÉRIO, 2016).
Os testes estatísticos foram realizados utilizando-se o programa EpiInfo versão 7.1.5; os
mapas foram desenvolvidos utilizando-se o programa ArcGis.
Para a análise estatística, utilizou-se o teste padrão para detectar a normalidade dos dados
em populações ou amostras pequenas – Shapiro Wilk – e, caso a normalidade fosse
comprovada, a comparação entre os dados de incidência de dengue entre os estados e entre as
regiões foi realizada com o teste paramétrico ANOVA com post hoc de Tukey, quando
trabalhando-se mais de duas regiões concomitantemente; caso a normalidade não fosse
assegurada, era utilizado o teste não paramétrico equivalente, Kruskal-Wallis, com
continuidade do Teste U de Mann-Whitney para detectar os pares de diferença significativa
caso o teste Kruskal-Wallis indicasse a existência. Utilizou-se como p significativo para as
análises valores menores que 0,05.
3. Resultados e Discussão
Com as doenças não sendo de notificação compulsória, é provável que casos de dengue
não constem nos registros do Ministério da Saúde, comprometendo a qualidade dos dados
anteriores a 2000. Apesar de o número de casos apresentar uma alta variação tanto antes
quanto após a implantação da notificação compulsória para os casos de dengue, após a
mesma houve uma alteração significativa na contribuição de cada região para o total de
casos. Se antes a maioria do número de casos era registrado no Sudeste e Nordeste,
majoritariamente em prováveis casos de endemias, após a implantação o Norte e o Centro
Oeste passam a responder por uma parcela mais representativa do total de casos. Esses dados
2849
corroboram a hipótese de que as informações prévias à implantação da notificação
compulsória da dengue no Brasil não são confiáveis para a realização das análises.
2850
4. Conclusões
A partir das análises pode-se concluir que a região com maior estabilidade de dados para
estudo da dengue é a Centro Oeste, e que os dados prévios à implementação da notificação
compulsória não podem ser confiados para análises deinferência.
Deve-se manter em mente que algumas regiões apresentam uma contagem baixa de casos,
2851
pois tem menos de 5 estados, o que exige que se faça uma análise corrigida pelo teste exato de
Fisher ou de Montecarlo para garantir a estabilidade do dado e a confiabilidade dos
resultados. Considerando que o foco da análise se mostrou ser a região Centro Oeste,
composta por apenas 3 estados mais o distrito federal, a correção é necessária em todas as
etapas.
Referências Bibliográficas
Ministério da Saúde [Internet]. Secretaria Executiva. Datasus [acesso em jul. 2016]. Taxa de incidência
da dengue . Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?idb2012/d0203.def
SERRA, José. Lista Nacional de Doenças de Notificação Compulsória. Inf. Epidemiol. Sus,
Brasília , v. 9, n. 1, p. 59-60, mar. 2000
SILVA, Jesiel Souza; MARIANO, Zilda de Fátima; SCOPEL, Irací. A influência do clima urbano
na proliferação do mosquito Aedes aegypty em Jataí (GO) na perspectiva da geografia médica.
Hygeia. v. 3, n. 5, p. 33-49, dez. 2007.
SOUSA, Romário Rosa de. Os casos de dengue na cidade de Barra do Garças–MT. Ateliê
Geográfico, [S.l.], v. 4, n. 4, p. 178-205, dez. 2011.
2852
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2853 - 2857
Assim sendo, não me atenho à fase da vida em que é relativamente comum a ausência
de prática sexual, como acontece no processo avançado de envelhecimento. Todavia, não
posso pressupor que o envelhecimento acarrete necessariamente na falta de interesse sexual,
mas não é o intuito dessa pesquisa problematizar a assexualidade entre pessoas com idades
avançadas porque o que meu trabalho de campo em estágio inicial tem me mostrado é que
majoritariamente a faixa etária do público dos sítios e fóruns internéticos em que também
realizo o estudo se localiza entre 18 a 40 anos que, salvo por motivos de doenças, não relatam
quaisquer impedimentos para a não realização de práticas sexuais e/ou reprodutivas. O
motivo dessa restrição geracional no que diz respeito à internet é um ponto a ser pesquisado e,
por estar no início da pesquisa, ainda não tive oportunidade de me aprofundar.
2853
Também não me aludo às pessoas que por escolha religiosa decidem seguir suas vidas
sob a égide do celibato temporário ou permanente. Inclusive, quase todos os sítios e
fóruns que se dispõem a falar da temática da assexualidade fazem essa distinção, ainda que
não seja possível determinar que todas as pessoas celibatárias recusem a prática sexual
apenas por vocação religiosa. Nesse sentido, celibatários são pessoas impedidas de manter
relações sexuais por uma questão ideológica, mas isso não significa dizer que não sentem
atração sexual. Outrossim, assexuais são pessoas que não possuem desejos e atrações sexuais
em relação a quaisquer sexos.
OBJETIVOS
2854
geográfica, tendo como horizonte as dinâmicas dos atuais movimentos sociais como parte do
processo de afirmação identitária e levando em conta que a interpretação das práticas
discursivas expressam o conjunto de preferências distintivas simbólicas entre assexuais.
METODOLOGIA
Esta pesquisa tem caráter qualitativo e etnográfico, lançando mão da observação
participante, do trabalho etnográfico, da realização de entrevistas semiestruturadas e da
análise de discursos e enunciados em fóruns brasileiros de debates internéticos sobre a
temática da assexualidade. Isso porque a etnografia de comunidades virtuais é um dos
métodos qualitativos que amplia o leque epistemológico dos estudos antropológicos, porque é
uma via possível de abertura para a realização de trabalho de campo.
Não é tarde deixar explícito que os registros visuais, como vídeos e fotografias, não
serão utilizados nessa pesquisa por entender que não se faz necessário lançar mão desse
recurso. Contudo, caso haja quaisquer necessidades suscitadas mediante trabalho de campo,
seguirei as dicas de Marcel Mauss (1989 [1947]) sobre o método fotográfico, que alerta
que “os objetos devem ser fotografados de preferência sem pose” (p. 32), isto é, o mais
“natural” possível e tomando o cuidado de não fotografar pessoas em close.
2855
(TCLE), atendendo às exigências do Comitê de Ética, com interlocutores/as que possam
fornecer subsídios às questões investigadas. Os locais onde serão realizadas as entrevistas
serão definidos pelos próprios sujeitos que aceitarem colaborar com a investigação, porém é
possível que seja no próprio campo de pesquisa, isto é, nas reuniões presenciais promovidas
pelos grupos que vivem e debatem sobre assexualidades.
RESULTADOS/ DISCUSSÕES
Finalizo esse breve resumo com questões, posto que a pesquisa se encontra em
andamento. Sendo assim, a hipótese da pesquisa é que, tendo em vista o atual dinamismo dos
movimentos sociais relacionados à diversidade sexual e de gênero, que questionam as
dicotomias, as dualidades e os binarismos, assim como a naturalização da heterossexualidade
compulsória, os discursos de poder pautados nos interesses reprodutivos implantam um
único sistema enquanto ‘natural’ ao ser humano, desmerecendo todas as outras formas e
expressões sexuais e de gênero.
Por fim, resta perguntar o quanto pesa para esses corpos a diferença sexual? Corpos
que não importam para a sociedade porque se recusam a reproduzirem e a se manterem nas
normas da matriz heterossexual. Mas, ainda assim, corpos que são também resistência e
potência. Para essas questões, Preciado (2011: 18) fornece pistas de quais caminhos seguir
nessa pesquisa quando afirma que “não existe diferença sexual, mas uma multidão de
diferenças, uma transversalidade de relações de poder, uma diversidade de potências de vida”.
2856
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GEERTZ, Cliford. (1973). A Interpretação das Culturas. 1ª ed/ 13 reimp. Rio de Janeiro:
LTC.
PRECIADO, Beatriz (Paul). (2011). Multidões queer: notas para uma política dos
“anormais”. Revista Estudos Feministas. Florianópolis/SC, 19(1): 312, janeiro-abril.
2857
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2859 - 2863
Introdução
2858
características da resposta imune contra DAMPs ou PAMPs (CROS et al., 2010). Sob
condições inflamatórias monócitos podem ter acesso ao cérebro, podendo-se diferenciar em
micróglia e colaborar para o processo de neuroinflamação e neurodegeneração
contribuindo para a etiopatogenia da DP (TACKE e RANDOLPH, 2006; DREVETS et al.,
2010).
Justificativa
Objetivos
Metodologia
O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do HC/UFG, protocolo número
20032113.0.0000.5078. Sangue periférico foi obtido de 13 pacientes com diagnóstico de DP
assistidos no Núcleo de Neurociências do Hospital das Clínicas da UFG e no Instituto
Integrado de Nuerociências de Goiânia-GO e de 13 indivíduos sadios da comunidade
(pareados por idade e sexo). As expressões celulares das moléculas CD14, CD16, TLR1,
TLR2 e de TLR10, nos monócitos, foram avaliadas por citometria de fluxo; para as
hemoculturas, o sangue foi diluído v/v em meio de cultura RPMI 1640; as CMNs foram
separadas por gradiente de densidade. As hemoculturas e as CMNs foram ativadas com
agonistas de TLR4 (LPS) ou de TLR2/TLR1 (Pam3Cys), por 24 h, os sobrenadantes das
□
2859
culturas foram colhidos e dosagem de TNF
(ELISA).realizada por ensaio
imunoenzimático
2860
Resultados / Discussão
Conclusões
2861
celular de TLR e sua função nos monócitos é necessário, não só para esclarecer o papel
dos TLR na patogênese DP, mas também para a identificação de biomarcadores de
prognóstico da doença.
Categoria: Pós-Graduação
Referências
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sense nucleic acids and viruses via TLR7 and TLR8 receptors. Immunity, v. 33, n. 3, p. 375-
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DREVETS, D.A.; DILLON, M.J.; SCHAWANG, J.E.; STONER, J.A.; LEENEN, P.J.M.
IFNγ triggers CCR2-independent monocyte entry into the brain during systemic infection by
virulent Listeria monocytogenes. Brain Behav Immun, v. 24, p. 919-929, 2010.
LEES, A.J. The Parkinson chimera. Neurology, v. 72, n. 7 (supl), p. 2-11, 2009.
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the treatment of Parkinson’s disease. Nat Rev Drug Discov, v. 5, p. 845- 854, 2006.
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TACKE, F.; RANDOLPH, G.J. Migratory fate and differentiation of blood monocyte subsets.
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YOKEL, R.A. Blood-brain barrier flux of aluminum, manganese, iron and other metals
suspected to contribute to metal-induced neurodegeneration. J Alzheimers Dis, v. 10, p. 223-
253, 2006.
2863
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2864 - 2869
Introdução
No que se refere à Língua de Sinais Brasileira (LSB), são poucas as pesquisas que se ocupam
da tarefa de analisar e descrever fenômenos linguísticos orientados pela Sociolinguística.
Assim, esta pesquisa tem como objetivo descrever mudanças lexicais na LSB falada em
Goiás. As discussões serão feitas com base nos trabalhos sobre variação e mudança nas
línguas orais apresentadas por Cezario e Votre (2011), Martelotta (2011) e em Strobel;
Fernandes (1998), Diniz (2010) e Campello (2011), que discutem esses fenômenos na LSB.
As pesquisas sobre mudança linguística nas línguas orais apontam que a perda de elementos
fonéticos nas palavras e a aglutinação de palavras na organização sintática são mecanismos
comuns. Diante disso, questionamos se esses mecanismos fonético-fonológicos seriam
exclusivos das línguas orais ou se são comuns às línguas naturais?
Nossa pesquisa, ainda em fase inicial do desenvolvimento, aponta que a LSB apresenta
características específicas, que são diferentes de algumas línguas orais, no processo de
mudança linguística, especialmente no que se refere às análises no nível fonético/fonológico.
Justificativa
2864
Se as pessoas e o mundo são de natureza dinâmica é natural que as línguas também o sejam,
pois elas estão a serviço das pessoas que falam no e sobre o mundo em que vivem.
Os estudos sobre mudança nas línguas de modalidade oral-auditiva demonstram que esse
processo ocorre nos diferentes níveis linguísticos, desde o fonético-fonológico até o
semântico. A mudança no nível fonético-fonológico implica perda de elementos fonéticos e a
alta frequência de uso de algumas palavras e expressões motiva a redução fonética das formas
linguísticas, um fenômeno muito comum nessas línguas. Ou seja, as novas palavras tendem à
condensação, diminuição da forma.
No que se refere à LSB, são poucas as pesquisas que tratam dos fenômenos variação e
mudança linguística. Em uma das primeiras observações sobre esses fenômenos na língua de
sinais falada no Brasil, Strobel e Fernandes (1998) sugerem a existência de “dialetos
regionais” dessa língua, corroborando, naquela época, a validação do caráter de língua natural
da LSB.
Diniz (2010) apresentou observações sobre o processo de mudança de sinais na LSB, a partir
de análise documental. No processo de descrição dos sinais, a autora classificou os sinais em
três categorias: (i) os que permanecem idênticos até os dias de hoje, (ii) os que sofreram
mudança fonológica em algum de seus parâmetros, e (iii) os que sofreram mudança lexical.
Verificou-se uma maior quantidade de sinais na categoria mudança fonológica.
Outro trabalho sobre a LSB que atribuiu especial atenção às mudanças em nível fonético-
fonológico foi uma pesquisa sobre a constituição da LSB do século XVII ao século XXI,
desenvolvida por Campello (2011). Esta investigação teve como objetivo estudar os traços
fonético-fonológicos que caracterizam a mudança dos sinais da LSB. A análise se deu a partir
da comparação de obras lexicográficas de diferentes épocas (1875, 1974 e 2002). Foram
sistematizadas cinco formas de mudança fonético-fonológica
Metodologia
O material empírico foi gerado a partir de sinais coletados de surdos adultos fluentes em LSB.
em conversas sobre o processo de mudança linguística na LSB. Os participantes
apresentavam exemplos de sinais que já foram utilizados em algum momento e que hoje
foram substituídos por outros. Em grande parte dos exemplos trazidos, os participantes
mencionavam períodos aproximados em que as formas mais antigas eram utilizadas e
começaram a ser substituídas por outras.
2865
Utilizou-se o Sistema Brasileiro de Escrita de Sinais (ELiS) com o objetivo de representar a
maioria das ocorrências na sua composição total e assim oferecer maiores condições de
leitura, mesmo para aqueles que não conhecem a LSB. Esse sistema é uma proposta para
representação gráfica das línguas de sinais e se caracteriza especialmente por considerar a
natureza visual e espacial na organização das línguas sinalizadas, sobretudo da LSB que
serviu como matriz desta proposta (BARROS, 2008; ESTELITA, 2010).
Foi utilizada também a glosa como sistema de transcrição dos materiais gerados, em que (i)
os sinais da LSB são representados por itens lexicais do Português, grafados em maiúsculo;
(ii) o sinal composto, formado por dois ou mais itens lexicais, é representado pela quantidade
de palavras correspondentes separadas pelo símbolo ^ (Ex.: LIGAR^FOGO^BANCADA);
(iii) o símbolo @ indica que não foi expresso o gênero, uma vez que a LSB se utiliza de
recursos específicos para tal noção gramatical (Ex.: IRM@).
A primeira categoria de sinais que apresenta mudanças abarca aqueles em que a forma
linguística sofre uma alteração relacionada à quantidade de itens lexicais que compõem o
sinal. Os sinais que eram compostos por três itens lexicais reduzem para dois itens. Nesse
caso, o processo de mudança resulta na exclusão de um dos itens, geralmente o último,
conforme se observa no enunciado (1).
Em (1a), o sinal é composto por três itens lexicais que (i) explica como usar, (ii) representa a
função e é produzido com as duas mãos, (iii) delineia a dimensão da entidade. Em (1b), a
forma linguística apresenta uma redução, mantendo em sua forma apenas os dois primeiros
itens da forma anterior. O item que delineia a dimensão da entidade não aparece no sinal
atual. Conforme em Lima (2012), a dimensão como um critério semântico para a
caracterização dos Nomes na LSB, uma vez que uma série de sinais nessa língua explora a
dimensão das entidades para poder representá-las. Percebe-se, portanto, que, com o tempo,
aqueles sinais que são compostos por três itens lexicais podem excluir o item que representa a
dimensão, sem prejuízo no sentido, sugerindo que, nesses casos, a dimensão é uma
informação secundária para representar a entidade.
A segunda categoria de sinais, que apresentam mudança, é composta por aqueles sinais em
que o processo de produção envolvia as duas mãos e passa a ser realizado com apenas uma
2866
mão. Observe a ocorrência (3).
3 Os sinais que compõem esse enunciado não serão apresentados em ELiS por serem de
fácil compreensão.
mãos /qgq/, polegar fechado, indicador estendido contínuo à palma e os demais dedos fechados
(o diacrítico /l/ indica que a orientação eixo pulso-palma está para frente) OP /v/, voltadas
para baixo; PA /%/; lateral dos dedos (o é diacrítico de contato); M /â/; para frente e paratrás (o
n é um diacrítico que indica alternância nomovimento).
estão unidos), o diacrítico /l/ indica que a orientação eixo pulso-palma está para
frente; OP
/v/, voltada para baixo, PA /J/, espaço neutro; M /È/, friccionar os dedos indicador e
médio
(o mé um diacrítico que indica repetição do movimento).
A terceira categoria é composta por aqueles sinais que eram produzidos com uma
configuração de mão que, convencionalmente, exibe similaridade com alguma letra do
alfabeto do Português e mudaram para uma forma mais representativa da entidade.
Cumpre esclarecer que na LSB há uma configuração de mão correspondente para cada
letra do alfabeto do Português (LIMA, 2012). Observe no exemplo (4).
(4) a. epzAé b. thlvJ
CRIANÇA CRIANÇA
‘criança’ ‘criança’
2867
Em (4a), epzAé, lê-se: CD /ep/4, dedo polegar curvo, dedo médio e demais também
curvos (o traço indica que os dedos estão unidos); OP /z/, voltada para o meio; PA /A/, a
boca (o é um diacrítico que indica contato); M /é/, para a direita. Nesse sinal, devido
ao fato do ponto de articulação ser a boca, infere-se que possivelmente o fato da criança
sujar a boca ao se alimentar motivou a forma linguística, porém essa motivação foi
validada por algum traço característico da modalidade escrita da língua em contato.
Conclusões
Formam uma configuração de mão que exibe relação de similaridade com a letra C do Português.
é também uma característica do processo de mudança linguística presente nessa língua falada
em Goiás. Nela se observa que o sinal mais recente tende a excluir um item lexical que
compunha um sinal mais antigo. Os sinais que eram compostos por três itens, passam a operar
com dois, excluindo, geralmente o último item da composição. Já os sinais formados por dois
itens lexicais tendem a reduzir sua composição a partir de um único item, sem preservar, em
alguns casos, as características de composição dos dois itens que formavam o sinal anterior.
Uma segunda categoria sugere que um dos processos de mudança resulta em um princípio de
economia no processo de produção nas línguas de sinais. Essa categoria abrange aqueles
sinais que antes eram bimanuais e passam a monomanuais. A lógica do princípio de economia
se baseia no fato de que ao se produzir um sinal com uma única mão, o falante fará isso de
forma mais rápida.
Uma terceira categoria se refere àqueles sinais antes realizados com uma configuração de
2868
mão que mantém, convencionalmente, uma relação de similaridade com alguma letra do
alfabeto do Português e se reestrutura a partir de outra característica física da entidade como
forma buscar autonomia para operar como língua.
Referências
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192f. Tese (Doutorado em Linguística) – Centro de Comunicação e Expressão, Universidade
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XXI. Revista Mundo & Letras, José Bonifácio/SP, v. 2, p. 8-25, 2011.
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de linguística. São Paulo: Contexto, 2011. p. 141-155.
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Centro de Comunicação e Expressão, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
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ESTELITA, M. EliS – escrita das línguas de sinais: sua aprendizagem. In: IX ENCONTRO
DO CELSUL, 2010, Palhoça. Anais do IX Encontro do CELSUL. Palhoça: Universidade do
Sul de Santa Catarina, 2010. p. 1-19.
LIMA, H. J. Categorias lexicais na Língua de Sinais Brasileira: Nomes e Verbos.
Dissertação de Mestrado. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2012.
MARTELOTTA, M. E. Mudança linguística: uma abordagem baseada no uso. São Paulo:
Cortez, 2011.
STROBEL, K. L.; FERNANDES, S. Aspectos linguísticos da LIBRAS. Curitiba:
SEED/SUED/DEE, 1998.
2869
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2870 - 2871
Autores: Porto, JDS; Rassi, S; Costa Neto, SB; Sousa, IF; Inácio, GP
2870
=0,037) e o item da dimensão meio ambiente que avalia quão seguro se sente na vida
diária(r = 0,139; p = 0,022).
2871
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2872 - 2876
jsouzanassau@gmail.com
rhorio@gmail.com FAPEG
Justificativa
1
Atualmente a cidade possui cerca de 400 mil habitantes e situa-se no Norte de Minas Gerais, à 426 km de Belo
Horizonte/MG. De economia diversificada, o município possui entre suas várias atividades um comércio
movimentado, que abastece grande parte das cerca de 150 cidades. Nos últimos anos a cidade se transformou em
um importante polo universitário, que atrai estudantes de várias partes do país.
Informações disponíveis em:
http://www.montesclaros.mg.gov.br/cidade/aspectos_gerais.htm, acesso em 29 de julho de 2015.
2872
Montes Claros. Formou-se em Medicina em 1948 pela UFMG, atuou como médico
cirurgião geral e cirurgião plástico por mais de quarenta anos. (CHRISTOFF, 2008)
No entanto, apesar do importante acervo fotográfico realizado por Konstantin,
principalmente em si tratando das fotografias médicas, não tinha sido ainda estudado com
profundidade ou plenamente divulgado no meio acadêmico ou em outros meios.
Curiosamente, esse acervo se encontra ainda preservado em imagem negativa. Nesse sentido,
o estudo pelas fotografias médicas de konstantin Christoff, além de ser inédito, prima pela
originalidade.
Provavelmente, as fotografias médicas impulsionaram Konstantin a atentar-se para
outros modos de visualização do corpo, além daqueles para os quais as imagens foram
produzidas, ou seja, para ver, segundo ele, a evolução da doença (CHISTOFF, 2008). A
partir daí, é possível que ele tenha percebido que as fotografias são muito mais do que
representações de matérias inertes para simples observação, mas são carregadas de
significado expressivo e pertinentes a reflexões politicas, sociais e artísticas. Afinal, como
sugere Monteiro (2007, p. 1), “o que o médico vê está inseparavelmente ligado e depende
de como ele vê lê-se o tecido biológico através da lente do social, mapeando e lendo o
social”. Nesse sentido, nossa proposta de pesquisa aborda, sistematicamente, a fotografia
médica, associando os campos da Ciência e das Artes, possibilitando um diálogo significativo
entre eles.
Objetivos
Estudar o corpo na fotografia médica de Konstantin Christoff, atribuindo-lhe
sentidos e significações, buscando investigar o papel da fotografia médica na constituição de
significados científicos, estéticos e sociais para uma sociedade.
Metodologia
2873
período compreendido entre os anos de 1948 e 1950, na cidade de Montes Claros-MG.
Resultado/Discussão
Se essas imagens pretendem nas palavras de Christoff (2008, p.103) nos “mostrar
que o „feio‟ possui a sua estética: as rugas, as deformidades, o humilde, os dementes, os
doentes e os pobres também têm sua beleza própria, particular”, podemos levar em conta que
artistas se apropriam dessa temática, com o discurso implícito (ou explícito) de trazer à tona
discussões sobre questões sociais, sejam elas locais ou globais.
A escolha do fotógrafo Konstantin Christoff pela produção de imagens da doença
de seus pacientes reflete, assim, uma temática constante nas Artes Visuais, já que as imagens
científicas vêm sendo utilizadas ou apropriadas por artistas na contemporaneidade. Como
pontua Monteiro,
2874
politicas, sociais e artísticas. Afinal, como sugere Monteiro (2007, p. 1), “o que o
médico vê está inseparavelmente ligado e depende de como ele vê lê-se o tecido biológico
através da lente do social, mapeando e lendo o social”. Nesse sentido, nossa proposta de
pesquisa aborda, sistematicamente, a fotografia médica, associando os campos da Ciência e
das Artes, possibilitando um diálogo significativo entre eles.
Conclusão
Tomando como base as perspectivas apresentadas, entendemos que o acervo
fotográfico de Konstantin estabelece um diálogo significativo entre a ciência e a fotografia.
Portanto, pelo seu caráter interdisciplinar e por proporcionar novas questões e imbricamentos
a respeito da imagem, o acervo fotográfico documental de Konstantin Christoff se constitui
como um importante instrumento de reflexão sobre a imagem médica produzida. A partir da
investigação de suas fotografias, buscamos compreender a fotografia médica, não apenas
como sendo imagem científica com as suas especificidades, mas aproximá-la dos estudos da
cultura visual.
Referências bibliográficas
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Porto Artes. Vol. 18. N. 30. P. 8-41, 2011. Disponível em
http://seer.ufrgs.br/PortoArte/article/view/29619 Acesso em: 30 de agosto de 2015.
2875
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médicas. 2012. Disponível em
http://www.sbhc.org.br/resources/anais/10/1342642307_ARQUIVO_rosanahoriomonteiro-
textocompleto.pdf. Acesso em: 04 de agosto de 2015.
SANTOS, Pierre. Nosso Século visita Gólgota Via-Sacra: Konstantin. IN: MUSEU DE
ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO, 1990.
2876
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2877 - 2881
Introdução
Uma das estratégias que tem vindo a ser gradualmente mais explorada na
busca de novas terapias é o processo denominado de “reposicionamento de fármacos”
(Liu et al. 2013). O processo consiste na identificação de um novo uso para um fármaco já
aprovado e comercializado para uso clínico em humanos. Pelo fato de tais fármacos já serem
aprovados para tratamentos em seres humanos para outros fins, podem mais facilmente entrar
em ensaios clínicos.
2877
ACTs seja ainda esporádica, existem dois problemas principais. O primeiro é a possibilidade de
evolução generalizada de resistência à artemisinina e seus derivados, que constituem a
estratégia de tratamento mais eficaz atualmente disponível. O segundo problema é que
apenas um medicamento, a primaquina, pode eliminar as formas dormentes (hipnozoítos)
de P. vivax e P. ovale e, assim, proporcionar uma cura radical. A primaquina, uma 8 –
aminoquinolina, requer doses repetidas (até 15 dias) e é tóxica para indivíduos com deficiência
de glucose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), uma condição comum em regiões endémicas
para malária. Tal fato limita o uso de primaquina para mais de 2,85 bilhões de pessoas em
situação de risco para a infecção pelo P. vivax no Sudeste Asiático, na Europa Central e na
América do Sul.
Objetivos:
Métodos
. Foi utilizada uma ferramenta disponível na TDR Targets Database, por intermédio de
genômica comparativa para selecionar alvos presentes exclusivamente nos parasitas P.
falciparum e P. vivax, mas ausentes em humanos. Cada um dos alvos selecionados foi então
2878
usado como query (consulta) nos bancos de dados: Drugbank, TTD e Stich. Os alvos de P.
falciparum e P. vivax foram alinhados com os seus alvos homólogos preditos, utilizando
pairwise BLAST, no intuito de comparar regiões funcionalmente relevantes. Foram
considerados para estudos subsequentes apenas os que ocorreram ≥ 80% de sobreposição
entre as duas sequências para o alvo do fármaco correspondente
Resultados
Discussão
O objetivo deste trabalho foi identificar potenciais fármacos que já são aprovados para
uso clínico em humanos e podem ser reposicionados para malária. Assim sendo, foram
identificados um total de 10 novos fármacos com potencial atividade antimalárica. Este
trabalho encontra-se ainda na sua fase inicial, sendo necessário ainda avaliar a real eficácia de
cada um destes fármacos por intermédio de ensaios in vitro e in vivo.
2879
Figura 1: Fluxograma representando os resultados obtidos ao longo das
diferentes fases do presente estudo
2880
Entidades Financiadoras
Referências
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Nucleic Acids Res 39(Database issue): D1035–41.
Liu Z et al (2013) In silico drug repositioning – what we need to know?. Drug Discovery Today
Vol 18, Numbers 3/4. 11-115
2881
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2883 - 2889
1. JUSTIFICATIVA/BASE TEÓRICA
2883
MOELLER et al., 1997) e das evidências de redução da atividade ocitocinase do IRAP pela
sua interação com seus ligantes, como Ang IV e LVV-h7, a avaliação dos efeitos centrais da
LVV-h7 e de uma hemorfina homologa, LVV-h6 (ausência da fenilalanina na extremidade
C- terminal) pode revelar peculiaridades dos efeitos dessas hemorfinas. Adicionalmente,
avaliar possível envolvimento dos receptores de OT se observados efeitos evocados por essas
hemorfinas, como resultado de um possível aumento na biodisponibilidade de OT central.
2. OBJETIVO
3. METODOLOGIA
3.1 Animais
2884
4. RESULTADOS
2885
Figura 2: Avaliação do envolvimento da via ocitocinérgica no efeito tipo-
ansiolítico promovido pelas LVVs no LCE. A: tempo despendido nos braços abertos;
B:tempo despendido nos braços fechados; C: número de entradas nos braços abertos.
CT: controle; DZP: diazepam; LVV-h6: LVV-hemorfina-6; LVV-h7: LVV-hemorfina-7;
ATS: Atosibano. Valores expressos como média ± EPM e analisados utilizando o teste
student T. As analises estatísticas foram realizadas através do software GraphPadPrism 6.0
2886
Figura 3: Avaliação do comportamento tipo depressão e envolvimento da via
ocitocinérgica. A: parâmetro de avaliação do comportamento tipo-depressão (tempo de
imobilidade); B: avaliação do envolvimento de vias ocitocinérgicas no efeito tipo-
antidepressivo evocado pelas LVVs; CT: controle; IMI: imipramina; LVV-h6: LVV-
hemorfina-6; LVV-h7: LVV- hemorfina-7; ATS: atosibano. Valores expressos como
média ± EPM. Nível de significância em
*
Nossos resultados demonstram que a via ocitocinérgica está envolvida no efeito tipo
antidepressivo promovido pela LVV-h7. Os receptores de OT são receptores metabotrópicos
acoplados a proteína Gq(STRAKOVA; SOLOFF, 1997), que ativa a via de sinalização
celular pela fosfolipase C promovendo um potencial pós-sináptico inibitório, devido a
hiperpolarização evocada pela abertura de canais K+ na membrana do neurônio. Dessa
maneira, as LVVs poderiam inibir a atividade de neurônios envolvidos nos comportamentos
tipo depressão e na atividade locomotora, por meio da ativação dos receptores de OT devido o
possível aumento nos níveis centrais desse neuropeptídeo.
2887
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MAK, P. et al. Modulation of anxiety behavior in the elevated plus maze using peptidic
2888
oxytocin and vasopressin receptor ligands in the rat. J Psychopharmacol, v. 26, n. 4, p. 532-
42, Apr 2012.
MOELLER, I. et al. The globin fragment LVV-hemorphin-7 is an endogenous ligand for the
AT4 receptor in the brain. J Neurochem, v. 68, n. 6, p. 2530-7, Jun 1997.
2889
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2890 - 2894
Introdução
O vitiligo é uma doença pigmentar adquirida e crônica que se caracteriza pelo surgimento
de máculas e manchas acrômicas na pele e mucosas, secundárias à perda de melanócitos. A idade
média de início do vitiligo é de 22 anos nos Estados Unidos e Índia, de 25 anos no Brasil e de 25
anos na Inglaterra, e, metade dos pacientes apresenta a doença antes dos 20 anos (TARLÉ,
2014).
Cerca de 40 a 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm vitiligo e, embora sua forma
primária não seja uma ameaça à vida, os efeitos estéticos e psicológicos da doença demandam
para uma terapia eficaz, que depende de um melhor entendimento da sua patogênese (Ruiz-
Argüelles et al., 2007).
O vitiligo é uma doença de pele crônica de sabido impacto emocional para os portadores.
Esta, apresenta estados clínicos e evolutivos diversos que interferem no comportamento dos
portadores, é assintomático, mas acompanhada de mitos e de estigmatização, de tratamentos
prolongados, sendo usualmente relacionado a um sofrimento psíquico desproporcional aos
sintomas clínicos do portador (Manzoni, 2011).
Nas últimas décadas o número de instrumentos para avaliação da qualidade de vida tem
aumentado, podendo ser dividido em genéricos ou específicos. O Dermatology Life Quality Index
(DLQI) é um instrumento específico para doenças dermatológicas, e neste estudo foi utilizado
para mensurar a qualidade de vida das pessoas que possuem vitiligo.
O DLQI é constituído por 10 itens, que estimam a influência da doença quanto aos
sintomas, atividades diárias, lazer, trabalho, escola, relações pessoais e o tratamento. Foi
traduzido e validado para a versão brasileira e já é aplicado a várias pessoas com dermatoses
(Finlay e Khan 1994). A presente pesquisa teve como objetivo investigar a qualidade de vida de
um grupo de pessoas com vitiligo.
Metodologia
2890
Foi realizado um estudo transversal, os participantes foram recrutados no ambulatório de
dermatologia num hospital de Jataí Goiás, totalizando 51 voluntários com vitiligo. Foram
aplicados dois questionários, o primeiro foi com variáveis sociodemográficas de cada participante
como idade, sexo, estado civil, nível de escolaridade, qual era o tempo em anos manchas, padrão
de envolvimento, e cor da pele. O segundo, foi o DLQI que consiste em dez itens, relacionados à
qualidade de vida específica, divididos em seis domínios: sintomas e sentimentos, que tinha o
vitiligo e se já haviam submetidos a tratamentos, o tipo de vitiligo, a localização das atividades
diárias, lazer, trabalho/escola, relações pessoais. Quanto maior o escore, mais comprometida a
qualidade de vida do indivíduo.
Análise Estatística
Os dados foram analisados com aplicação do programa SPSS, versão 22.0. A verificação
da normalidade das variáveis quantitativas foi realizada através do teste de Kolmogorov-
Smirnov. Variáveis quantitativas foram apresentadas como média e desvio padrão (DP) ou
média, DP, mediana e intervalo interquartil (IIQ) conforme tivessem distribuição normal ou não
normal, respectivamente. Para a análise de confiabilidade interna da escala utilizada no (DLQI)
foi aplicado alfa de Cronbach, com uma consistência interna aceitável acima de 0,7 (Glaser et al.,
1999). Para verificar os fatores associados a qualidade de vida do grupo caso inicialmente foi
realizada análise bivariada através dos seguintes testes: coeficiente de correlação de Spearman
(rs), U de Mann Whitney ou Kruskall- Wallis. A seguir, realizou-se regressão linear múltipla com
variância robusta. O modelo relacionado a qualidade de vida (variável dependente) foi ajustado
por todas as covariáveis (variáveis independentes): idade (anos), sexo, estado civil, escolaridade,
tempo de vitiligo (anos), cor da pele, tipo de vitiligo, padrão de envolvimento, localização do
vitiligo; tratamento prévio.
Resultados
Verificou-se que a maioria dos indivíduos com vitiligo era do sexo feminino (64,7%), com
escolaridade até o ensino médio (56,9%) e com estado civil casado (56,9%). A média de idade foi
de 44,8 anos (DP ± 13,4; Mínimo: 20; Máximo: 84 anos). Ainda, a maioria dos indivíduos
(68,6%) apresentou tempo de diagnóstico do vitiligo acima de 10 anos.
Quanto a cor da pele dos portadores de vitiligo, (35,3%) possuíam a cor branca, (43,1%) e
(21,6%) morena moderada e negra respectivamente. Sobre os tipos de vitiligo e localização das
manchas, (88,2%) foi diagnosticado como tipo não segmentar e localizado, e (11,8%) como
2891
segmentar e unisegmental. Quanto ao padrão de envolvimento (47,1%) possuíam as manchas em
áreas não expostas, e (52,9%) possuíam as manchas em áreas expostas.
O tratamento prévio da dermatose foi identificado em 45 voluntários (88,2%); e, destes 38
(84,4%) referiram tratamento com uso da planta vulgarmente conhecida como mama-cadela
(Brosimum gaudichaudii) em suas mais diversas formulações (pomada, chás e comprimidos). Na
análise bivariada dos potenciais fatores associados a qualidade de vida nos pacientes com vitiligo.
Nessa análise verificou- se diferença estatística entre a cor da pele e qualidade de vida (p =
0,002). Indivíduos com padrão de envolvimento exposto apresentaram escores mais elevados de
qualidade de vida quando comparado aos com padrão não exposto (p < 0,001).
Discussão
Quanto às características sociodemográficas dosparticipantes, o grupo apresentou
escolaridade baixa, e quando relaciona este dado com o escore médio (4,7) do DLQI, verifica- se
que estes resultados não estão correlacionados, e corroboram com estudos realizados por
Dolatshahi et al (2008) que também não encontraram nenhuma relação entre a pontuação do
DLQI e nível educacional dos pacientes com vitiligo. Quanto ao tratamento prévio das
dermatoses, 84,4% referiram tratamento com o uso da planta vulgarmente conhecida como mama
cadela (Brosimun gaudichaudii) como chás, pomadas e comprimidos. Correia (2011) afirma eu
seu estudo, que pacientes revelaram a insatisfação com a realidade atual do tratamento do vitiligo,
a falta de conhecimento acerca de tratamentos mais eficazes e a forma como os médicos lidam
com os próprios pacientes.
2892
geral, o vitiligo encontra-se associado a implicações negativas sociais, emocionais, econômicas e
psicológicas em indivíduos da cor mais escura quando comparado a cor branca (Al-Mubarak et
al., 2011). O contraste das lesões de vitiligo na pele escura das pessoas pode ser responsável pelo
impacto sobre qualidade de vida desses indivíduos (Parsad et al., 2003).
Conclusão
A média do escore do estudo de qualidade de vida usando o DLQI foi 4,7 (DP±5,8) sendo
considerada comprometimento leve na qualidade de vida dos portadores. Verificou-se associação
estatística entre a cor da pele negra, padrão de envolvimento exposto com qualidade de vida
Este estudo pode ser relevante na prevenção de transtornos psicossociais, pois vê-se que o
adoecimento da pele, tanto por ser um órgão visível do corpo, como por trazer prejuízos
Referências Bibliogáficas
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281-
2894
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2895 - 2902
Introdução
Iniciamos essa seção introduzindo o conceito de congruência de esferas. Esta noção leva
à existência de certas relações entre hipersuperfı́cies, a qual dizemos estar associadas por uma
congruência de esferas. Nosso objetivo é dar uma caracterização para as hipersuperfı́cies de
Rn+1 que estão associadas à uma esfera por uma congruência de esferas.
Definição 0.1. Uma congruência de esferas em Rn+1 é uma famı́lia a n-parâmetros de esferas,
cujos centros estão em uma hipersuperfı́cie 0 ⊂ Rn+1 e com função raio diferenciá vel.
Um envelope de uma congruência de esferas é uma hipersuperfı́cie ⊂ Rn+1 , tal que cada
ponto p ∈ e´ tangente a uma esfera da congruência de esferas.
2895
Em termos mais precisos, e ˜ estão associadas por uma congruência de esferas se existir
uma função diferenciável h : → R, chamada função raio, e um difeomorfismo : → tais
˜
que
Dizemos ainda que e ˜ estão localmente associadas por uma congruência de esferas se
para cada p ∈ existe uma vizinhança de p em associada por uma congruência de esferas a
um aberto de ˜.
As exigências de que o conjunto {p + h(p)N(p), p ∈ } seja uma hipersuperfı́cie e de que
a função : → ˜ seja um difeomorfismo são essenciais para evitar casos degenerados.
De fato, se tais condições não são impostas, a esfera de raio r estaria associada a ela mesma
por
uma congruência de esfera se tomarmos a função raio identicamente igual a −r e a função
dada pela aplicação antı́poda. Neste caso, porém, a variedade dos centros se reduziria ao centro
da esfera. Ainda terı́amos a congruência tomando a função raio como antes e a aplicação
identicamente igual a um ponto arbitrário da esfera. Deste modo, a variedade dos centros ainda se
reduziria somente ao centro da esfera e a função não seria um difeomorfismo.
Para que duas hipersuperfı́cies estejam associadas por uma congruência de esferas é ne-
cessário que os vetores normais em pontos correspondentes não estejam na mesma direção.
Considerando ˜ uma esfera de raio r centrada na origem, a última condição é expressa por
N(p) ƒ= (p)
r , para cada p ∈ , cujo vetor normal em p é dado por N(p).
No que segue, discutiremos congrueˆncias de esferas em que um dos envelopes e´uma esfera
em Rn+1. O caso em que um dos envelopes e´um hiperplano de Rn+1 foi estudado em [3].
2896
Neste trabalho, mostramos que toda hipersuperf´ıcie de Rn+1 esta´ associada a uma esfera
Snr por uma congruência de esferas. Neste caso, fornecemos uma parametrização local X : U ⊂
Rn → para , sua aplicação normal de Gauss N e a matriz de Weingarten W de X em
r
função de uma parametrização local ortogonal Y de Sn .
Desta forma, ficam caracterizadas as hipersuperfı́cies de Rn+1 que são envelopes de uma
congruência de esferas, na qual o outro envelope está contido em uma esfera.
Uma primeira caracterizac¸a˜o para hipersuperf´ıcies associadas a uma esfera por uma con-
grueˆncia de esferas e´ dada pelo teorema a seguir, o qual e´ u´ til para demonstrar um resultado
mais refinado, dado na pro´ xima sec¸a˜o. Essa caracterizac¸a˜o e´uma adaptac¸a˜o de um resultado em
[2].
Teorema 0.2. Seja X : U ⊂ Rn → Rn+1 uma parametrização local ortogonal de uma hiper-
hipersuperfı́cie X̃ está associada a X por uma congruência de esferas se, e somente se, existe
onde
h,i
Zi =
,
(1 + hr)gii
n h2
2897
,i
=
h
i=1 gii(1 + r
Definição 0.3. Considere uma hipersuperfı́cie de Rn+1 com aplicação normal de Gauss N.
Se X é uma parametrização local de , a matriz W = (Wi j ) tal que
n
N,i = , j, 1 ≤ i ≤n
Wi X
j= j
1
Consideramos uma hipersuperfı́cie em Rn+1 que esteja associada por uma congruência
Nesse sentido, o lema abaixo indica quais condic¸o˜es uma esfera deve satisfazer para que
esteja associada a uma hipersuperf´ıcie fixadaanteriormente.
Lema 0.4. Seja uma hipersuperfı́cie em Rn+1 , N sua aplicação normal de Gauss e E uma
esfera de centro e raio r. Se (p − , N(p)) r, para todo p ∈ , então existe uma aplicação
(p)−
: → E satisfazendo p + h(p)N(p) = (p)+ h(p)( r ), sendo h : → R uma função
diferenciável tal que h(p) ƒ= −r, para todo p ∈ .
2898
Desse modo, fica estabelecido que toda hipersuperf´ıcie em Rn+1 esta´ associada por uma
congrueˆncia de esferas a uma esfera de Rn+1.
Em [1] um resultado semelhante e´ verificado para esferas n-dimensionais ou hiperplanos
estarem associados a uma dada hipersuperf´ıcie com direc¸o˜es principais ortogonais. Neste
caso, a
as
hiper- superf´ıcies esta˜o associadas por uma Transformac¸a˜o de Ribaucour.
Observamos que se tomarmos a esfera centrada na origem, a condic¸a˜o alge´brica (p,
N(p)) =ƒ r, para todo p ∈ , dada no lema, engloba a condic¸a˜o geome´trica estabelecida
(p) ,
na sec¸a˜o an- terior, a qual pode ser expressa pela igualdade N(p) ƒ= com p ∈ .
De fato, como
h(p)
( (p), N(p))+
( (p),N(p)) = (p,N)+h(p)(N(p),N(p))
r
r + h(p) . .
(p)
r + h(p) ⇒ ƒ= 1
( (p),N(p)) , N(p)
r
r
2899
para todo p ∈ . Portanto, não pode haver nenhum p ∈ tal que N(p) = (p)
r .
Agora faremos uma ana´lise no sentido inverso. A partir de uma esfera n-dimensional de
Teorema 0.5. Sejam uma hipersuperf´ıcie de Rn+1 e Sr n a esfera de raio r centrada na origem.
Se a aplicação normal de Gauss N de e´ tal que (p,N(p)) r, para todo p ∈ , então
(u)
X (u)= Y (u)−2 (u)
S(u)
onde a função satisfaz (u) +cr ƒ= 0, para todo u ∈ U e uma constante real c não-nula, e
n
, j Y j ( +cr)Y
=
+
,
j=1 L j j r r
. .
n ,j +cr
S= 2 + 2
j=1 Lj j r
.
com Lj j = Y ,Y .
.
,j ,j
Nestas coordenadas, a normal de Gauss N de e´dadapor
Y(u) . .
2 (u)+cr
(u)
N(u) = −
r S(u) r
2900
Além disso, a matriz de Weingarten W de e´ dada por
. . . .
S +cr
−1
W= I −2 V [SI −2 V]
r r
− k + Li j ( +cr)
1 ( )
Vi j = L , ji k i j r2 ij
jj k
2901
REFERÊNCIAS
P = det(SI −2 V ) ƒ= 0
Desse modo, obtemos uma parametrização local em função de uma parametrização da es-
fera, para toda hipersuperfı́cie associada a esfera por uma congruência de esferas.
Referências
[1] Armando V Corro and Keti Tenenblat, Ribaucour transformations revisited, Communicati-
ons in Analysis and Geometry 12 (2004), no. 5, 1055.
[3] DIOGO GONÇ ALVES Dias et al., Classes de hipersuperfı́cies weingarten generalizada no
espaço euclidiano, (2014).
2902
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2903 - 2908
Lidia Moraes Ribeiro JORDÃO; Deborah Carvalho MALTA; Maria do Carmo Matias
FREIRE
Programa de Pós-graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia
lidmr@hotmail.com
2903
masculino, respectivamente.
Objetivo
Metodologia
2904
cigarros, álcool e drogas ilícitas; prática de sexo desprotegido; baixa frequência de atividade
física; e à exposição a causas externas foram analisados.
Primeiramente, procedeu-se à categorização dos comportamentos em saúde em
variáveis binárias: comportamentos de risco e comportamentos saudáveis, a partir de
recomendações em saúde pública e realizou-se a análise descritiva das prevalências dos
comportamentos de risco. Posteriormente, procedeu-se à análise de correlação entre os pares
de comportamentos, usando o teste de Phi para variáveis binárias, considerando nível de
significância de 5%. Essas análises foram realizadas utilizando-se o programa SPSS 18.0.
Resultados / Discussão
2905
*Corrigido pelo desenho amostral
**Entre aqueles que estiveram expostos (praticaram sexo, andaram de carro como passageiro e andaram de
moto).
A Tabela 2 mostra a síntese dos resultados das correlações pareadas. A maioria das
associações analisadas foi significativa e positiva (p<0,05; φ>0). As associações de
maior magnitude foram entre: uso de cigarros e de drogas ilícitas, não utilização de cinto
de segurança e de capacete, uso de cigarros e álcool, alto consumo de guloseimas e de
biscoitos, alto consumo de guloseimas e de refrigerantes. Resultados equivalentes foram
relatados por Busch et al. (2013), especialmente no que diz respeito à próxima relação entre
o consumo de álcool e cigarros.
Conclusões
Referências bibliográficas
2906
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Methodology of
the Youth Risk Behavior Surveillance System - 2013. MMWR, v. 62, n. 1, p. 1-18, 2013.
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Korean adolescents: a national representative sample. J Adolesc Health, v. 47, n. 3, p. 277-
281, 2010.
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promoting oral health. Community Dent Oral Epidemiol, v. 28, n. 6, p. 399-406, 2000.
2907
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81, 2014.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. The World Health Report 2000. Geneva: World
Health Organization, 2000.
2908
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2909 - 2912
Justificativa/Base teórica
A presente proposta de trabalho teve como ponto de partida a seleção e a análise de algumas
manifestações sobre a figura do Anhanguera que, além de se enraizarem no imaginário
goiano, tembém se eternizaram nas diversas formas de visualidades. Isto resultou na
construção dos discursos consolidadores da ideia de um Bandeirante mítico, pois, em sua
maioria, o sacralizaram como sendo o intrépido desbravador, o empreendedor das minas de
ouro que veio, a serviço da Coroa, para civilizar os sertões. Para se mencionar apenas o
discurso oficial, tanto as letras dos Hinos do Estado de Goiás (compostas em 1919 e 2001,
nos respectivos governos de João Alves de Castro e Marconi Perillo), quanto a do Hino do
Município de Goiânia, foram engendradas para louvar os feitos do heroico colonizador e,
assim, projetá-los sobre as personalidades políticas (GUSMÃO, 2014), sobretudo, as
celebridades da atualidade. A essa elaboração de narrativa mítico/folclórica que busca na
“grande reserva dos materiais do passado” os elementos indispensáveis à comunicação e ao
compartihamento do simbólico, Robsbawn (2002) denomina de tradição inventada, o que,
de certa forma, esfacela a compreensão de verdade histórica, transportando-a para os
domínios da representação (CHARTIER, 1989). Sob a perspectiva deste autor, tais
representações vão além de uma ostentação cênica, em que o simbólico é manipulado pelos
grupos dominantes, pois, elas também perpassam o nível individual, uma vez que, por
intermédio das apropriações, cria-se a possibilidade de se compreender os diversos usos que
as pessoas dão aos mesmos bens, textos e ideias compartilhados em sociedade.
2909
canônicos (AGAMBEM, 2007). Neste sentido, a coleção quadrinística disneyana
intitulada: Pateta Faz História, é de fundamental importância, pois, serve de recurso
visual e argumentativo para a construção dessa hilária e impertinente narrativa, uma vez que,
tal qual o Pateta aparece interpretando personagens históricas em suas aventuras nonsenses e
fazendo uso de recursos gráficos interessantes, o bandeirante Bartolomeu Bocoeno da Silva
também contará suas burlescas peripécias, tendo como tema a busca do ouro e o apresamento
de indígenas.
No que concerne à referida coleção, as histórias avulsas, inicialmente produzidas nos anos
de 1960 e décadas subsequentes, foi editada na íntegra, pela primeira vez no Brasil em 2011.
À época, os Estúdios Disney se viram pressionados pela demanda internacional por HQs,
uma vez que, a Western Publishing - a editora licenciada nos EUA para desenvolver,
imprimir e exportar as histórias das personagens Disney - não conseguiu suprir o mercado
estrangeiro. Isto fez com que os Estúdios contratassem os serviços do animador argentino
Jaime Dias, com a finalidade de criar uma série de sátiras históricas, estreladas pelo Pateta. A
novidade de tais HQs repousava tanto na linguagem visual arrojada e fora do padrão Disney,
quanto na originalidade dos argumentos, fazendo com que a personagem transitasse pelo
mundo da literatura e dos ilustres vultos históricos ocidentais, privilegiando, assim: os
homens talentosos e suas mentes brilhantes; os visionários descobridores de terras; os
destemidos conquistadores; enfim, os criativos e os benfeitores da humanidade. Neste
sentido, as 22 pseudobiografias tiveram um caráter decisivo sobre a pesquisa.
Objetivos
Criar uma HQ humorística que dialogue, não apenas, com a história enquanto
possibilidade artística, mas, também, com a característica própria das narrativas gráficas,
que são um campo fértil para as traduções intersemióticas (PLAZA, 2008).
Oferecer ao leitor uma possibilidade de reflexão sobre as linguagens como instrumentos
de poder, bem como as suas metamorfoses em variados gêneros literários, textuais e
imagéticos.
Produzir uma HQ de cunho autoral que reconheça suas origens mainstream e que
também contribua para reforçar as discussões sobre o quando é arte?, além
2910
de dialogar com as questões que envolvem HQs autorais e cultura do entretenimento.
Metodologia e discussão
2911
Conclusão
Referências Bibliográficas
2912
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2913 - 2917
Liliane Braga Monteiro dos REIS; Marina César MACHADO; Túlio Eduardo
NOGUEIRA; Cláudio Rodrigues LELES; Maria do Carmo Matias FREIRE. Programa
de Pós-Graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia da Universidade
Federal de Goiás.
lbmreis@yahoo.com.br
2913
Metodologia
Resultados / Discussão
A amostra foi composta de 202 pacientes. A idade média foi de 58,6 anos
(dp=11,6), sendo a maior parte do sexo masculino (76,2%) e da raça / cor da pele preta e
parda (59,9%). Os participantes, em sua maioria, estudaram até sete anos (52,5%), eram
casados (63,9%) e moravam com família/companheiro (87,1%). A maior parte dos
2914
pacientes, não estava trabalhando (91,1%) e pertenciam às classes socioecômicas B e C
(69,3%).
Quanto aos dados clínicos relacionados ao câncer, a maioria (66,4%) era tumores
maiores (T3+T4). O sítio do câncer que mais apareceu na amostra foi da cavidade oral
(33,1%), de pele (16,8%), orofaringe (13,9%) e laringe (13,9%). O tipo do câncer mais
prevalente foi o espinocelular (76,7%). A maior parte dos tumores eram primários
(66,3%), sendo o local da sequela mais observado no terço inferior da face e/ou cervical
(88,6%). A abordagem cirúrgica mais frequente foi o esvaziamento cervical (60,4%),
realizada com dois anos ou mais (55,4%). Grande parte dos pacientes relatou experiência
prévia com etilismo (67,8%) e tabagismo (78,2%).
Utilizando-se o instrumento FACT-H&N para QV, o escore médio total de 97,9
(dp=20,1) e mediana 100,0. Com o instrumento UW-QOL o escore médio da QV total
foi de 744,6 (dp=228,0) e mediana 742,0. Quanto maior o escore, melhor a QV. Quanto à
escala de Aparência de Derriford (DAS-24) o escore total foi de 36,0 (dp=11,7) e mediana de
33,0. Quanto maior o escore maior o desconforto com a aparência.
O escore médio da variável religiosidade (P-DUREL) foi de 21,6 (dp=4,9),
mediana 23. Quanto aos escores de espiritualidade (FACIT-Sp12) o escore médio
encontrado foi de 43,5 (dp=7,5) com mediana de 44.
Os resultados da análise bivariada da associação entre QV (FACT_H&N) e as
variáveis independentes apontam para uma diferença estatisticamente significante em relação
à religiosidade (p=0,019) e espiritualidade (p=0,000). Para as variáveis socioeconômicas,
não foi identificado associação enquanto o tempo de cirurgia mais mutilante foi a variável
clínica que apresentou significância (p=0,001).
Para a análise bivariada da associação entre QV (UW_QOL) e as variáveis
independentes, apenas a espiritualidade apresentou significância (p=0,005). As variáveis
clínicas que apresentaram associação foram: sítio do câncer na cavidade oral e orofaringe
(p=0,011), local da sequela no terço inferior da face e região cervical (p=0,000) e
tratamento cirúrgico associado ao tratamento quimioterápico e/ou radioterápico (p=0,000).
A Escala de Aparência de Derriford (DAS-24) apresentou associação com a
espiritualidade (p=0,002) e com as variáveis clínicas estágio T da lesão (p=0,011), sítio do
câncer orofaringe (p=0,011) e tratamento quimioterápico ou radioterápico (p=0,006).
2915
A influência positiva do aspecto religioso na QV também foi identificada em
pacientes com câncer na cavidade oral que faziam tratamento radioterápico ou quimioterapia
e radioterapia concomitante (CHEN et al., 2013) e em pacientes com câncer de cabeça e
pescoço (AMIN et al., 2010, BECKER et al., 2006, WONG et al., 2006). Assim como a
relação entre espiritualidade e QV em pacientes com câncer em estágio avançado
(DELGADO-GUAY et al., 2011).
Conclusões
Referências bibliográficas
2916
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WONG, Y. K. et al. Socio-demographic factors in the prognosis of oral cancer patients. Oral
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2917
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2918 - 2923
Justificativa/Base teórica
2918
entre outros, numa perspectiva questionadora e contestadora da realidade. Torna-se um
desafio, tanto para os professores formadores, quanto para os professores em formação inicial,
o processo de formação de um educador ambiental.
Nesse sentindo, essa investigação pauta-se na compreensão dos processos de
formação de um educador ambiental e na apropriação dos conhecimentos ambientais.
Consideramos pressupostos da teoria sócio-histórica que afirma que a formação humana se dá
pela imersão na história e na cultura e que a “internalização das atividades socialmente
enraizadas e historicamente desenvolvidas constitui o aspecto característico da psicologia
humana” (VIGOTSKI, 2000, p. 76). O indivíduo, em seu processo histórico, no uso da
linguagem e na interação com o outro, assume elementos que contribuem para sua formação.
Tais elementos, dos quais podemos ressaltar a arte, a educação, a política, a economia e a
religião são fundamentais na construção do caráter de cada sujeito e na construção de sua
relação com outros sujeitos, o que constitui a civilização.
Nesse sentido, a aprendizagem e o desenvolvimento percorrem um caminho,
complexo e não linear, que tem início nas relações interpsicológicas para então estabelecerem-
se as intrapsicológicas (VIGOTSKI, 1995). Esses apontamentos nos orientam para refletirmos
acerca de questões como: como o ser humano se apropria da realidade? Como se dá a relação
entre a apropriação dos conhecimentos ambientais e o desenvolvimento humano no ato de
conhecer, em um espaço educativo da sociedade capitalista? Buscamos neste trabalho apontar
elementos que contribuam para a reflexão dessas questões.
Objetivos
2919
Neste trabalho focaremos na terceira etapa em que planejamos um grupo de estudo
que foi implementado no segundo semestre de 2014. Foram no total quatorze reuniões de
aproximadamente 3 horas cada. O primeiro encontro foi estruturado a partir das análises
realizadas de questionários aplicados na segunda etapa. Os encontros seguintes foram
planejados pelo grupo de pesquisa constituído por dois pesquisadores Pq1, Pq2 e uma
professora orientadora - P que consideravam os problemas/dúvidas surgidos nos encontros
anteriores. Pq1 e Pq2 também se reuniam com P para apresentar as ideias e finalizar o
planejamento semanal. Todas as reuniões foram registradas em diário de campo e filmadas
em áudio e vídeo. No presente trabalho analisamos três enunciados de 2 encontros nos quais
foi discutido o conceito de natureza e as relações causais da crise ambiental.
Os dados foram analisados tendo como base a Análise Microgenética que está
relacionada com a configuração da gênese social e a transformação do curso de eventos
voltado para o funcionamento humano, a partir da análise minuciosa de um processo (GÓES,
2000). O “micro” se refere à análise minuciosa de um evento e a “genética” ao sentido de ser
histórica, com foco no movimento durante os processos e “relacionar condições passadas e
presentes, tentando explorar aquilo que, no presente, está impregnado de projeção futura”
(GÓES, 2000, p. 15).
Resultados/Discussão
2920
1.
239. Pq1: Eu sei que tem que fazer isso, mas eu não faço. Vocês acham que é assim...
241. A(8): Mas é o que te convém também, né! Te convém jogar fora do lixo, mas te
convém andar de carro, no seu próprio carro é mais conforto, né!
242. A(10): Ninguém quer sair da zona de conforto!
Fragmento 2 – Encontro 3
2921
aquilo que agora é para si. Através do outro nos constituímos. Nesse sentindo, para
pensarmos em como os indivíduos se relacionam com os outros, antes de se perguntar “o
que o indivíduo é” é preciso compreender as relações sociais nas quais ele está inserido, pois é
nesse contexto que conseguimos explicar os seus modos de ser, de agir, de pensar e de
relacionar- se com os outros (VYGOTSKI, 1995).
Recorremos ao Fragmento 3 em que A(3) afirma que não há emprego para todo
mundo, só para os melhores. Nos dois primeiros fragmentos os alunos apresentam a
visão que tem dos seres humanos e nesse terceiro mostra a visão que tem sobre as relações
econômicas na sociedade. Há uma estreita relação dos três fragmentos.
Observamos que suas argumentações apresentam palavras com sentidos e significados
que são familiares ao seu cotidiano, relacionados diretamente com um referente empírico.
Como as doutrinas econômica, política e social da sociedade estão pautadas no
neoliberalismo, que traz a visão de liberdade individual, de autonomia, de responsabilidades
pessoais, além das virtudes da privatização, do livre-mercado e livre-comércio, entre
outros, observamos que as intervenções simbólicas dos alunos se baseiam em uma rede de
conceitos empíricos pautadas num projeto neoliberal de sociedade.
Conclusões
A rede conceitual apresentada pelos alunos se insere num sistema composto por
critérios situacionais, perceptuais e vivenciais. Podemos observar que o neoliberalismo não é
somente uma política econômica, mas se estendeu a todas as relações sociais e esferas da
vida. O sistema conceitual desse projeto de sociedade está presente em todas as instâncias
formativas tais como escola, mídia, família, igreja, entre outros.
Por isso, a formação de um sujeito ambiental deve ir de encontro com a
formação de um sujeito neoliberal. Devemos explicitar a rede de conceitos trazida pelos
alunos e promover o questionamento/reflexão/superação por meio de um conhecimento
generalizante e sistematizado que vise a construção de uma sociedade com maior justiça
socioambiental.
2922
Referências bibliográficas
2923
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2942 - 2947
1
A grafia dos nomes de Vigotski e Davidov aparece de formas diferentes, dependendo da fonte
bibliográfica utilizada. Optamos pela grafia “Vigotski” e “Davidov” para nos referirmos aos autores ao longo do
trabalho e manteremos as grafias das obras que forem citadas direta ou indiretamente.
2942
alterou o tempo de duração do Ensino Fundamental de oito para nove anos e a Lei
11.274 de 2006, que tornou obrigatória a matrícula da criança aos seis anos de idade no
primeiro ano do Ensino Fundamental. Esse movimento ocorreu para que a alfabetização e o
desenvolvimento da leitura e escrita acontecessem logo nos três primeiros anos do Ensino
Fundamental, e com isso houvesse maior e melhor aprendizado.
No entanto, Oliveira-Mendes (2015), em pesquisa sobre as práticas pedagógicas
utilizadas para ensinar a ler e a escrever nos Anos Iniciais, observou que ainda há pouco
investimento pelos professores no que se refere a prática de leitura individual, a produção e
compreensão textual.
A repercussão disso aparece nos resultados do Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica/Prova Brasil (SAEB), nos quais percebe-se uma ligeira desaceleração no
avanço do processo de desenvolvimento da leitura e escrita e do cálculo nas edições de 2005
a 2013.
O que se apresenta na prática social é a insegurança ou até dificuldade em escrever
e ler com boa interpretação um texto bem elaborado.
Sabemos que, desde os primeiros anos de vida, a criança começa a internalizar recursos
da língua materna por meio da convivência social e, assim, a comunicar-se. (VIGOTSKI,
2001). Mas, há uma necessidade de maior esforço, mais reflexão e concentração quando
o assunto é o uso da língua escrita, nas atividades de leitura e escrita, pois elas requerem
habilidades que nem sempre são desenvolvidas fora do ambiente escolar.
Escrever um texto inteligível se difere da oralidade, sobretudo porque é necessária a
utilização de um número maior de palavras se comparada a mesma situação descrita por
meio da oralidade. Ao escrever, a criança acessa seu repertório vocabular, o significado
social e o conceito das palavras, combina-os e ordena-os no texto de acordo com o que
se deseja expressar. A escrita exige, portanto, um esforço individual mediado pela cultura
para vencer o desafio de transformar o discurso interior em discurso escrito. (LURIA, 2010;
VIGOTSKI, 2001).
Assim, a escrita é uma ferramenta cultural que desempenha papel funcional
psicológico, “(...) constitui o uso funcional de linhas, pontos e outros signos para
recordar e transmitir ideias e conceitos” (LURIA, 2010, p. 146).
2943
Ler um texto, para Luria (2010), é mais do que a formação isolada de imagens dos
objetos, coisas, seres etc, na cabeça de quem lê. É estabelecer relações, destacar os pontos
importantes, uni-los e compor o sentido do todo do texto.
Assim, a leitura e escrita de um texto exigem da criança ações conscientemente
controladas, atenção e memória voluntárias, pensamento abstrato, imaginação, isto é,
funções psicológicas superiores que tem seu desenvolvimento gradual, dinâmico e
complexo paralelamente ao processo de desenvolvimento cultural da criança.
Acreditamos que a aprendizagem sistemática da leitura e escrita se caracteriza, hoje,
como um elemento constituidor e constituído pelo processo de educação escolar,
perspectiva que está ancorada nas duas teorias que fundamentam nossa pesquisa. Ambas
consideraram os conhecimentos elaborados e sistematizados culturalmente como
elementos que em muito contribuem para o desenvolvimento psicológico do sujeito. Há,
assim, uma relação estreita entre aprendizagem e desenvolvimento, ideia que podemos
sintetizar numa das teses de Vigotski (2010, p.
114) mais conhecida entre nós – a aprendizagem como processo que estimula e
impulsiona o desenvolvimento – “(...) o único bom ensino é o que se adianta ao
desenvolvimento”.
Quando lhe são propostos novos conhecimentos, vivências e atividades que
inicialmente a criança poderá realizar com a colaboração de seus pares e professor, e
depois sozinha, o professor desencadeia, segundo Vigotski (2010), o processo que busca
superar o conjunto de conhecimentos já consolidados pelo sujeito (desenvolvimento real),
movimentando, por assim dizer, a zona de desenvolvimento próximo, conjunto de
momentos complexos de interação entre a aprendizagem e o desenvolvimento, onde as
funções psicológicas estão em constituição.
Se bem mediado e conduzido pelo professor, o processo de ensino- aprendizagem da
leitura e escrita pode, então, ativar processos mentais que permitirão acessar todos os
conhecimentos acumulados culturalmente e sistematizados em forma de conteúdos
escolares, possibilitando, segundo Vigotski (2001) e Davidov (1988), o desenvolvimento
omnilateral do sujeito.
Davydov (1988) reconhece a escola como espaço legítimo de ensino dos
conhecimentos científicos, éticos, estéticos e técnicos e concebe a criança com idade entre
sete e dez anos como sujeito portador de uma reserva cognitiva que a predispõe à
consciência teórica e ao raciocínio, às capacidades correspondentes à reflexão, análise e
2944
planejamento mental, o que colabora, obviamente, para que as tarefas escolares (de
aprendizagem) sejam incluídas em seu cotidiano.
Quanto ao ensino de língua, Davydov (1988) orienta correlacionar forma e
conteúdo, isto é, abordar tanto a apropriação/verticalização do conhecimento semântico da
palavra/frase/texto, quanto as análises dos fenômenos/recursos linguísticos utilizados para
ler ou escrevê-los. Todo o conhecimento a ser ensinado, seja linguístico, seja semântico,
deve ser correlacionado a outros, de forma que vão se entrelaçando e construindo uma
”rede”, o todo, demonstrando a perspectiva dialética com que o autor vê o ensino da
língua em sua teoria.
As primeiras aproximações com nosso referencial teórico nos permitem afirmar que
a questão “como ensinar” nos Anos Iniciais para que os alunos se desenvolvam está nos
mais amplos conhecimentos didáticos pedagógicos fundamentados na teoria histórico-
cultural e na teoria do ensino desenvolvimental. Vigotski (2010) realizou pesquisas sobre
o desenvolvimento da aprendizagem, a formação de conceitos que nos mostraram como as
crianças aprendem. A partir disso, Davydov (1988) pensou como o trabalho do professor
pode ser organizado para que o ensino dos conhecimentos científicos se configure em
desenvolvimento das funções psíquicas superiores.
Nossos resultados parciais atestam que ambas teorias compõem um rol de
conhecimentos didáticos pedagógicos, que, se incorporados pelos professores, podem
fundamentar todas as ações planejadas e desenvolvidas para ensinar as crianças de 06 a
10/11 anos a lerem com interpretação e a produzirem textos cada vez mais coesos e
coerentes nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Depois da síntese do nosso referencial teórico, poderemos, finalmente, avançar para
a segunda etapa da pesquisa, cujo propósito geral é investigar como o ensino,
fundamentado nas teorias já mencionadas, pode ser realizado no “chão” da escola,
pensando em práticas pedagógicas que resultem em desdobramentos significativos na
leitura e escrita, assim como para o desenvolvimento das crianças de 06 a 10 anos de
idade, faixa etária correspondente aos ‘Anos Iniciais’, ou seja, aos primeiros cinco anos de
escolarização (a partir da Lei 11.274/2006).
Para isso, utilizaremos como metodologia de pesquisa o experimento didático
formativo na perspectiva da teoria histórico-cultural e da teoria do ensino
desenvolvimental de Vasili Davidov, em que o pesquisador planeja, acompanha e avalia
mudanças nas ações mentais dos alunos em relação a níveis esperados de
desenvolvimento mental, em situações específicas de ensino em sala de aula
(DAVYDOV, 1988).
2945
Tal experimento é didático porque prevê a intervenção pedagógica, e formativo
porque contribui com a formação continuada dos professores regentes das turmas que
participarão da pesquisa. Assim, inicialmente a pesquisadora possibilitará a capacitação
dos professores acerca dos princípios básicos das duas teorias e, posteriormente, serão
feitas observações, registros e descrição de cada turma para, junto com os professores,
elaborar o plano de ensino que será colocado em prática com vistas a melhorar o
desempenho dos alunos na leitura interpretativa e escrita.
Finalmente, os resultados do experimento pedagógico didático comporão os
dados que subsidiarão a produção e publicação da pesquisa.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Lei N. 11.114, de 16 de maio de 2005. Altera os artigos 6o, 30, 32 e 87 da Lei
BRASIL. Lei 11.274, de 06 de fevereiro de 2006. Altera os artigos 29, 30, 32 e 87 da Lei
n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, dispondo sobre a duração de nove anos para o ensino fundamental, com
matrícula obrigatória a partir dos seis anos de idade.
2946
VIGOTSKI, L. S. A Construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
. Aprendizagem e desenvolvimento na idade escolar. In: VIGOTSKI, L.
S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem.
Tradução
2947
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2948 - 2953
JUSTIFICATIVA/BASE TEÓRICA
2948
organizadas, sistemática e cronologicamente graduada; a educação não-formal ocorre fora da
escola, em locais interativos, onde a intencionalidade é o principal mecanismo de demarcação;
e a informal acontece em ambientes diversos, segundo gostos, preferências ou necessidades
dos sujeitos.
Conceituar espaços não-formais também não é uma tarefa fácil, conforme salienta
Jacobucci (2008). As pesquisas que investigam esses espaços, sob esse enfoque, são
recentes e ainda não há um consenso preciso e definido entre os pesquisadores de espaço não-
formal. Na busca por conceituar este termo, recorremos a seguinte representação:
“relacionam-se com instituições cuja função básica não é a educação formal e com lugares
não-institucionalizados” (Jacobucci, 2008, p. 57).
Nesta perspectiva e relacionando com as discussões empreendidas por Jacobucci
(2008), o museu, objeto de estudo deste trabalho, é considerado um espaço não-formal
institucionalizado, pois nele podem ocorrer práticas educativas, intencionais ou não, e conta
com estrutura física, planejamento e equipe técnica responsável.
Pensar a utilização dos espaços não-formais para ações educativas não é a uma
novidade na prática pedagógica de muitos docentes, uma vez que, há uma relação entre
esses e as escolas, sendo produtiva e apropriada para o ensino de ciências e matemática. Esta
relação, conforme apontado por Trilla (2008) está apoiada no princípio da
complementariedade, numa natureza de divisão das funções, objetivos e conteúdos,
atendendo mais diretamente ao lado intelectual, histórico e cultural, com potencialidades
reais para a divulgação da cultura cientifica.
De acordo com Goiás (2016), o Museu da Imagem e do Som de Goiás (MIS- GO) é
uma unidade da Superintendência de Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Estado
de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). Sua criação deu-se em 03 de outubro de 1988,
por meio do Decreto-Lei Nº 3055, com o objetivo de reunir, preservar, produzir e
divulgar as formas de expressão histórica, artística e cultural do estado registradas em áudio
e vídeo. Segundo Mendonça (2012), a criação do MIS-GO teve como pressuposto o
posicionamento de Goiânia no circuito cultural nacional, e o desdobramento de uma política
de implantação de museus em Goiás, da década de 80. Atualmente, está localizado no
Centro Cultural Marieta Telles Machado, na Praça Cívica, na capital do estado.
O acervo do MIS-GO é constituído de materiais fonográficos, fotográficos e
videográficos. Esses materiais contêm coleções de discos, fitas cassetes, fitas magnéticas de
2949
áudio e de vídeo, filmes, documentos fotográficos, textuais e bibliográficos.
Nesta perspectiva, Jacobucci (2008) defende que os antigos museus estão perdendo
essa rotulação de velhos e cheios de mofo, para dar lugar a centros de última geração,
com imagens fantásticas e coloridas e passaram a ser, de acordo com Cazelli et al (1997),
reconhecidos como ambientes de aprendizagem ativa e de intensa interação social entre os
visitantes.
Assim, o presente trabalho investiga as potencialidades de um espaço não- formal, o
MIS-GO, para a elaboração e o desenvolvimento de práticas educativas, dos conteúdos de
ciências e matemática, complementares às atividades realizadas em sala de aula, para turmas
dos anos finais do ensino fundamental.
OBJETIVOS
METODOLOGIA
2950
interdisciplinar, tendo como recurso didático o espaço do MIS-GO e os documentos
disponibilizados.
RESULTADO / DISCUSSÃO
CONCLUSÕES
2951
Goiânia e do estado de Goiás no cenário nacional e na história dessa nação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2952
Tecnologias, Lisboa, 2012.
TRILLA, J. A educação não-formal. In: ARANTES, V.A. (Org). Educação formal e não-
formal: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus Editorial, 2008. p. 15-57.
2953
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2954 - 2954
Resumo
O presente trabalho procura demonstrar como a emergência de uma teoria sobre a inflação inercial
presente no Brasil permitiu que houvesse uma clivagem entre os diagnósticos anteriores, calcados
no conflito distributivo, e a teoria que embasou os Planos Cruzado e Real. A partir de um debate
extenso e imerso na concepção desenvolvimentista da situação político econômica do país, a
concepção de inflação inercial concebida pelos membros da PUC-Rio emerge como vitoriosa e
permite o descolamento entre o desenvolvimentismo e o diagnótico sobre a situação inflacionária.
2954
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2955 - 2962
Hilário de ARAÚJO2†,
Wesley Pacheco CALIXTO3,†,‡, Felippe dos Santos e SILVA‡ e
Glaciano MAIA‡
Resumo: Este artigo apresenta o motor a relutância chaveado, suas caracterı́sticas de operaç ão
e acionamento e como este dispositivo se comporta dinamicamente quando sua velocidade é
regulada por um controlador Fuzzy. A natureza eletronicamente chaveada do acionamento deste
tipo de má quina elé trica proporciona elevados nı́veis de nã o linearidade para o dispositivo.
Portanto, faz-se necessá ria a busca por controladores alternativos que garantam a regulaç ã o de
velocidade da má quina quando operando como motor mesmo so- bre a influência das caracterı́sticas
de acionamento chaveado presentes no acionamento.
2955
Neste artigo, a simulação de um motor a relutância chaveado de 60 kW é realizada de
forma a verificar seu comportamento dinâmico mesmo com a inserção de perturbações.
1 Introdução
Neste trabalho, sa˜ o apresentadas simulac¸o˜ es do Motor a Relutaˆ ncia Chaveado (MRC) operando em
conjunto com um controlador de velocidade. O acionamento convencional do MRC necessita da
informac¸a˜o constante da posic¸a˜o instantaˆnea do rotor para a correta energizac¸a˜ o de suas fases, o que
fez com que a utilizac¸a˜ o, pesquisa e inovac¸a˜ o relacio- nadas a este equipamento tivesse mais relevaˆ
ncia nas u´ ltimas de´ cadas, com o advento da eletroˆ nica e dos sistemas microprocessados [5]. A
seguir sera˜ o apresentadas as ca- racter´ısticas construtivas do MRC e como o mesmo pode ser
acionado para gerac¸a˜o de energia mecaˆ nica rotativa em seueixo.
O motor a relutaˆ ncia chaveado pode ser classificado quanto ao nu´ mero de po´ los do rotor e do
estator. As Figuras 1(a) e 1(b) ilustram o corte transversal de um motor de configura 6 x 4,
contendo 6 po´los no estator e 4 po´los no rotor e o perfil de indutaˆncia em func¸a˜o da posic¸a˜ o angular
e dacorrente.
(a) (b)
Figura 1: Caracter´ısticas construtivas do MRC. (a) Corte transversal de um motor a re- lutaˆ ncia
2956
chaveado 6 x 4. (b) Perfil de indutaˆ ncia em func¸a˜ o da posic¸a˜ o angular e da cor- rente para um
MRC 6 x 4.
Um MRC de topologia 6 x 4 como o ilustrado na Figura 1(a) possui 3 fases. A indutâ ncia L dos
enrolamentos de um MRC possui um comportamento caracterı́stico em funçã o da posiçã o angular
θ. A Figura 1(b) ilustra o comportamento de uma das 3 fases de um MRC 6 x 4. A indutâ ncia
possui seu valor máximo devido ao alinhamento dos pó los do rotor e do estator. Portanto, o passo
polar do rotor faz com que a indutâ ncia de uma fase varie periodicamente a cada 90 graus mecâ
nicos de rotaçã o do eixo. O modelo matemá tico do MRC estabelece que a produçã o de conjugado é
determinado por (1).
1 dL(θ)
(1
T = 2 · i2 · dθ
A produçã o de conjugado positivo ocorre quando a taxa de variaç ã o da indutâ ncia em relaçã o
à posiçã o angular é positiva. Há entã o a necessidade de se obter constantemente a posiçã o angular
do rotor (θ), de forma que a corrente elétrica i seja aplicada somente
nessa condição. A aplicação de corrente em cada uma das fases do MRC é feita através
de um conversor de potê ncia conhecido como Half-Bridge [1]. As chaves eletrô nicas
do conversor Haf-Bridge (IGBT, MOSFET etc.) sã o acionadas por sistema
microprocessado
3 Simulação do MRC
A simulac¸a˜o de um MRC 6 x 4 de 60 kW de poteˆ
ncia foi realizada empregando o software
2957
MATLAB. O motor opera em malha aberta com
uma janela de conduc¸a˜ o de 35 graus na regia˜ o
crescente da indutaˆ ncia. Para o controle de
velocidade do MRC, foi inserido um controlador
Fuzzy, conforme ilustrado na Figura 3.
O controlador Fuzzy possui duas entradas, sendo o erro de velocidade e a sa´ıda do observador de
carga. O observador permite identificar o momento de aplicac¸a˜ o de carga mecaˆ nica ao eixo do
motor e seu respectivo valor, com base na equac¸a˜ o (2). A modelagem do sistema possui
equac¸a˜ o referente ao equil´ıbrio dos conjugados envolvidos no sistema [3, 4]. Esta equac¸a˜ o
define o conjugado resultante e e´ descrita por:
TM = −TEMAG + B · ω · J · dω (2)
dt
onde TM e´ o conjugado total, TEMAG e´ o conjugado eletromagne´ tico, B e´ o coeficiente de atrito
viscoso, ω e´ a velocidade do eixo e J e´ o momento de ine´ rcia. As Figuras 4(a) e
(b) apresentam as superf´ıcies de sa´ıda do controlador Fuzzy projetado.
2958
(a) (b)
Figura 3: Superfı́cie que representa a saı́da do controlador Fuzzy. (a) Saı́da Toff em funçã o
das entradas erro de velocidade e carga mecâ nica. (b) Saı́da acré scimo de Toff em funçã o das
entradas erro de velocidade e carga mecânica.
As funçõ es de pertinê ncia do controlador Fuzzy foram criadas de forma que a saı́da do
controlador seja integrada por duas variá veis: o â ngulo de desligamento Toff das chaves do
conversor de potê ncia e um acré scimo deste â ngulo, de forma que um valor incremental de â
ngulo possa ser aplicado ao acionamento quando uma carga mecâ nica é aplicada (ou retirada) ao
eixo e provoca alterações na velocidade.
4 Resultados
2959
carga proporcionou uma queda de velocidade de aproximadamente 13%, enquanto com o
controlador Fuzzy a queda de velocidade foi de aproximadamente 1%. O tempo de
correção de velocidade com o controlador PI é de aproximadamente 2,5 s e 150 ms com
o controlador Fuzzy. Visto na Figura 5(b), o controlador Fuzzy foi submetido a condições de
variações de setpoint e carga mecânica.
(a) (b)
A tensã o de excitaçã o da má quina na fase A, ilustrada na Figura 6(a), durante o per- curso de
controle apresenta o efeito de comutaçã o das chaves do conversor, picos de tensã o maior que a
excitaçã o de 100 V, em instantes em que a extinçã o do pulso Toff é realizado na posiç ã o onde o
valor da indutâ ncia é maior, ou seja, em instante que o motor está acelerando ou submetido à carga
mecânica.
Na Figura 6(b), a corrente de excitação da máquina na fase A durante o percurso de
2960
5 Conclusões acelerando, desacelerando, ou submetido à
ladores PID e é mais robusto face à s não linearidades do sistema a ser controlado. O
A) B)
Figura 5: Tenso˜es e correntes ele´tricas aplicadas pelo conversor Half-Bridge no motor a relutaˆ
ncia. (a) Tensa˜o na fase A durante toda a simulac¸a˜o e tensa˜o trifa´sica com o motor em regime
permanente sem carga acoplada. (b) Corrente na fase A durante toda a simulac¸a˜ o e corrente trifa´
sica com o motor em regime permanente sem carga acoplada.
fases do MRC, entregando mais energia aos enrolamentos e, consequentemente, man- tendo a
velocidade do motor dentro do valor desejado.
Referências
2961
Electric Power Engineering, (2013).
[3] W. G DA SILVA. Speed Control of Eletric Drives in the Presence of Load Disturbances.
Tese de Doutorado em Computac¸a˜ o Aplicada, University of Newcastle upon Tyne, (1999).
[4] R. KRISHNAN. Eletric Motor Drives: modeling, analysis, and control. Prentice Hall,
vol. 1, (2001).
[5] G. P. VIAJANTE. Gerador a Relutâ ncia Variá vel em Conexã o com a Rede Elé trica para
Injeçã o de Potência Ativa. Tese de Doutorado em Acionamentos Elétricos, UFU, (2013).
2962
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2963 - 2968
2963
na educação escolar, observamos a tendência histórica de propiciar o mínimo de
instrução para professores(as), trabalhadores e seus filhos (as), apenas o necessário
para participarem da produção e reprodução dessa sociedade (SAVIANI, 2012).
Assim terão a possibilidade de serem inseridos no processo de produção ou ficar à
margem para legitimar e ocultar a situação de desigualdade e exploração, com
justificativas permeadas por discursos da falta de mérito, esforço e talento, pautado
pelo individualismo, utilitarismo e competitividade direcionados por um mercado
neoliberal.
Um contexto que, infelizmente, direciona-se a implicações marcantes na
formação inicial de professores de educação física e na regência da educação básica
com determinações desde as políticas públicas até a organização teórico-didática.
Emerge a indigência, com base nas contradições da produção material da vida social,
constituída pela relação entre educação, capital e trabalho, novas necessidades de
pensar como ensinar para além dos ditames violentos do mercado a partir das próprias
contradições que constituem estas relações.
OBJETIVOS
2964
as determinações e os elementos teórico-filosóficos e ideopolíticos que implicam no
campo do ensino. 3) Articular e analisar as atuais proposições entre o conhecimento
METODOLOGIA
2965
licenciatura da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Goiás e o
curso de licenciatura em Educação Física da Universidade Estadual de Goiás
(ESEFEGO), ambas localizadas no campus Goiânia.
Terá como sujeitos alunos (as), que estão realizando a disciplina estágio
supervisionado e são vinculados à área da educação física escolar, professores (as)
da disciplina e coordenadores (as) de estágio. Um dos pontos de nossa escolha do
estágio supervisionado como um dos focos de análise advém da reflexão de que é
nesta etapa do processo formativo acadêmico que percebemos uma melhor
aproximação do trabalho como princípio educativo e a ênfase ao ensino e à didática.
Serão escolhidos dez alunos (as) de cada instituição, de acordo com disponibilidade,
interesse na discussão da educação física escolar e que pretende trabalhar em
escolas, sendo que utilizaremos como instrumentos para estes sujeitos o questionário
e algumas entrevistas semiestruturada. A análise metodológica fundamenta-se em
Franco (2012), na perspectiva da “Análise de Conteúdo”, que parte de uma
concepção crítica e dinâmica da linguagem, entendida como uma construção de toda
a sociedade e como expressão da existência humana, que, em diferentes momentos
históricos, elabora e desenvolve compreensões do real, estabelecendo elos entre
formas de expressão, pensamento e ação a partir da produção material da
vida social.
RESULTADOS/DISCUSSÃO
2966
verdadeiramente, desenvolver o potencial humano e propiciar novos caminhos para
uma educação de gestão pública de qualidade verdadeiramente para todos.
Outra grande contradiçãoe dilemadocapital na relaçãoentreeducaçãoescolar e
a formação de professores é como educar a massa de trabalhadores, utilizando
a articulação entre ensino e trabalho docente, de forma suficiente para que reproduzam
mais mercadorias, conservem os valores e princípios dos ditames do capital e
incorporem as mudanças exploradoras do mercado de trabalho, mas de forma que o
trabalho educativo escolar efetivado pelo ensino não propicie a reflexão, a apropriação
crítica do mundo natural e social, a construção de novos atos conscientes de pensar e
agir no caminho da compreensão da realidade, das contradições e das possíveis
transformações? Ou seja, como ensinar o suficiente para reproduzir o capital, mas,
insuficientemente, para destruí-lo, ao mesmo tempo?
As proposições dessa conjuntura socioeconômica e as contradições que a
constituem acabam por negar a especificidade, a centralidade e a função social da
educação escolar, esfacelando as condições para a construção de uma atividade de
ensino de qualidade dentro de uma perspectiva verdadeiramente crítica. Porém, ao
mesmo tempo, propicia a identificação de problemas que podem direcionar-se a novos
caminhos contra-hegemônicos no campo do ensino. Um cenário problemático que,
para nós, manifesta-se, preponderantemente, na formação inicial de professores.
Consideramos que se faz urgente uma ‟guerra de posição” por meio de
pesquisas acadêmicas de qualidade, pautada por uma temática que aborde sobre as
contradições de determinados fundamentos filosóficos, científicos e ideopolíticos que
norteiam atualmente as concepções no campo do ensino que impedem ou influenciam o
processo de aprender a ensinar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
2967
MARX, Karl. O capital. Crítica da economia política. São Paulo, SP: Boitempo,
2013. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. São Paulo,
SP. Ed. Boitempo, 2010.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2008.
SAVIANI, Demerval. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações. 11. Ed.
Campinas, SP: Autores associados, 2012.
VIGOTSKY, Lev Semiónovich. A construção do pensamento e da linguagem. São
Paulo: Editora Martins Fontes, 2009.
2968
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2969 - 2974
Cardoso1c;
Introdução
1
Laboratório de Pesquisa Desenvolvimento e inovação de Bioprodutos/ Faculdadede Farmácia/UFG
a
marianacmfarma@gmail.com
b
rejanne.lima.arruda@gmail.com
c
ecardosoufg@gmail.com
2969
mama-cadela, manacá-do- campo, mamica-de-cachorro, mururerana e tapireí (POZETTI,
2005).
Tradicionalmente as raízes dessa planta são utilizadas como recurso terapêutico para
o tratamento de leucodermias e, em geral, a obtenção do material vegetal ocorre de forma
extrativista predatória (PALHARES et al., 2007).
Pozetti (2005) evidenciou que a raiz da planta Brosimum gaudichaudii Trécul é a
parte que contém maior concentração de substâncias fotossensibilizantes importantes contra
leucodermias. Essas substâncias pertencem à classe de metabólitos secundários denominados
furanocumarinas, e estes pertencem a um subgrupo de metabólitos secundários as cumarinas.
Eles têm origem natural e são encontrados principalmente em espécies das famílias
Apiaceae, Fabaceae, Moraceae, Rutaceae e Thymelaeaceae. No entanto, também podem ter
origem sintética.
As furanocumarinas são basicamente constituída pela condensação do anel furânico do
núcleo cumarínico e a posição onde ocorre a condensação determina se a furanocumarina é
angular ou linear. Dentre as lineares destaca-se o psoraleno e o bergapteno (RIBEIRO;
KAPLAN, 2002).
A extração dos marcadores ativos do material vegetal é um importante passo para o
desenvolvimento de um produto fitoterápico. Muitas variáveis podem influenciar no
rendimento de uma substância durante o processo de extração e desenvolvimento de um
extrato padronizado, dentre elas estão o estado de divisão da droga, a natureza, a concentração
do solvente, a temperatura, o método e o tempo de extração, o pH e a agitação. Portanto,
dependendo de como os extratos são preparados, as substâncias bioativas podem se
encontrar em maior ou menor concentração (CELEGHINI; YARIWAKE; LANÇAS, 2007).
Justificativa
O presente trabalho justifica-se por agregar conhecimentos relativos à esta espécie (B.
gaudichaudii Trécul.) ,bem como por fornecer informações que permitem o desenvolvimento
de insumos vegetais de qualidade e com maior aproveitamento dos recursos naturais, através
de otimização dos processos.
2970
Objetivos
Metodologia
Sendo assim, um grama do pó obtido foi extraído com 10 gramas da mistura etanol:
água nas seguintes proporções em relação ao etanol: 0, 10, 20, 30, 40, 50,
60, 70, 80, e 96% (m/m).
Resultados
Através dos dados de área e sua aplicação na curva analítica das substâncias de
interesse, foram obtidos resultados de concentração dos compostos (psoraleno e bergapteno)
em mg do marcador por um grama de droga vegetal , os resultados encontram-se na
Tabela 1.
Verificou-se que a melhor proporção EtOH:H2O para extração tanto de psoraleno
como bergapteno nas raízes de Brosimum gaudichaudii Trécul foi 80:20, pois com esta
proporção foi possível obter maiores teores dos dois marcadores em questão.
2971
TABELA 1. Variação da concentração de psoraleno e bergapteno em diferentes
graduações alcoólicas.
0
0,86 mg 1,09 mg
10
1,08 mg 0,72 mg
20
1,63 mg 1,04 mg
30
2,44 mg 1,39 mg
40
3,30 mg 2,05 mg
50
4,36 mg 3,47 mg
60
3,62 mg 3,95 mg
70
2,77mg 3,35 mg
80
4,48 mg 6,25 mg
96
2,76mg 4,67 mg
2972
Conclusões
Referências
MARTINS, F.S., PASCOA, H., PAULA, J.R., CONCEIÇÃO, E.C. Technical aspects
on production of fluid extract from Brosimum gaudichaudii Trécul roots.
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Cerrados, Brasília, DF. v. 1, cap. 6, p. 153- 212, 2008.
2974
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2975 - 2982
Quando os elementos de ancoragem são dentes que farão parte da oclusão final, deve-se
diminuir e quando possível evitar as reações indesejadas, neste contexto surge o conceito de
“vários dentes contra poucos”.2 Com isso, a oclusão desempenha um papel importante,
podendo atuar a favor ou contra a movimentação dentária,3 ou seja, quanto maior o contato
oclusal, mais difícil será movimentação dentária, da mesma forma, ao desocluir os dentes,
2975
Para desocluir os dentes, é necessário liberar a oclusão abrindo a mordida na região que
se pretende obter maior movimentação. Isto pode ser conseguido com acessórios
ortodônticos como bite turbos, ou com materiais da odontologia restauradora como o Cimento
de Ionômero de Vidro (CIV), compômeros ou resinas, aderidos na região oposta a que se
Figura 1 - Resina TRIAD® aderida à oclusal dos dentes posteriores superiores do lado direito,
servindo como ancoragem neste lado e desocluindo o lado oposto para correção da mordida
cruzada unilateral do lado esquerdo. (Caso gentilmente cedido por Dr. Vinícius Póvoa)
Quando o objetivo é apenas desocluir os dentes que serão movimentados, opta- se por
levantes oclusais lisos, confeccionados com CIV, compômeros ou resinas, aderidas
cimentados.3; 5; 7
uretano (TRIAD® VLC Provisional Material - Dentsply International Inc. York, PA, EUA),
indicada originalmente para confecção de próteses provisórias, tem sido cada vez mais
empregada para confecção de esplintes ortodônticos aderidos diretamente à superfície oclusal
2976
O Dimetacrilato de Uretano (UDMA) é uma alternativa ao bisfenol Glicidil Metacrilato
(bis-GMA) devido sua viscosidade reduzida, aumento da quantidade de carga e maior
rigidez.9 A seleção dos materiais a serem empregados deve ser fundamentada nas vantagens e
desvantagens clínicas para cada indicação específica. Propriedades de manipulação,
Objetivos:
Metodologia:
2977
Tabela1 – Especificações técnicas e características dos materiais testados
2978
As amostras foram submetidas ao teste de resistência à flexão de três pontos em
máquina de ensaio universal Instron 5965 (Instron Corp., Canton, EUA) a uma velocidade
de 0,5mm/min com incidência de 90º, utilizando uma célula de força de 2kN a uma
distância de aproximadamente 20 mm entre as extremidades das amostras no Laboratório de
Biomecânica da FO/UFG.
A força exercida foi registrada em N e a resistência flexural (𝜎) e o módulo de
3𝐹𝐿 𝐹𝐿 3 ” onde, “F” é
elasticidade (E) foram calculados pelas equações: “𝜎 = ” e“𝐸 =
2𝑏ℎ2 4𝑏ℎ3𝑑
a carga máxima aplicada, “L” é a distância entre os apoios, “b” é a largura no centro
absorvância obtida das células controle, foi considerada como 100% de viabilidade celular.16
Para os valores de viabilidade celular (VC) foi realizado o cálculo da média da densidade
óptica de cada diluição e do controle celular; subtraiu-se dessas médias o valor de
absorvância do branco e posteriormente calculou-se a viabilidade celular
�𝑂�
média pela equação: 𝑉𝐶 = 𝑥 100, sendo, “DOD” a média da densidade óptica da
�𝑂�
diluição e “DOC” a média da densidade óptica dos controles.
2979
Os resultados de resistência flexural e módulo de elasticidade foram submetidos ao teste t
de Student e o teste de citotoxicidade foi submetido ao teste ANOVA e Bonferroni com nível
de significância de 5%. (SPSS, 21.0, 2012, Chicago, IL, USA)
Resultados
A resistência flexural variou de 55,31 a 123,30 MPa, sendo a maior resistência à flexão
encontrada no grupo da resina ORTHOBITE (98,03 ± 18,11), seguida pela TRIAD (67,95
± 12,05) com diferença significante entre as médias (p<0,05).
Os valores do módulo de elasticidade variaram entre 1,03 e 9,95 GPa, sendo o maior
módulo de elasticidade encontrado também no grupo da resina ORTHOBITE (7,55 ± 1,25),
seguida pela TRIAD (1,64 ± 0,33) com diferença significante entre as médias (p<0,05).
Com as limitações dos estudos in vitro, este estudo piloto aponta necessidades de novos
estudos laboratoriais e in vivo para conhecer melhor o desempenho mecânico e citotoxicidade
dessas resinas utilizadas na prática ortodôntica.
Conclusões
Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, pode-se concluir que,
embora utilizadas clinicamente com o mesmo propósito, as resinas estudadas possuem
características mecânicas diferentes.
2980
Referências1
Orthod,
v. 76, n. 3, p. 493-501, May 2006.
2981
10 BURNS, D. R.; BECK, D. A.; NELSON, S. K. A review of selected dental literature on
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proliferation and cytotoxicity assays. J Immunol Methods, v. 65, n. 1-2, p. 55-63, Dec 16
1983.
2982
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2983 - 2987
2983
A verificação de possibilidades híbridas de linguagens, da construção do discurso visual e
da estrutura narrativa constituem objeto de investigação complementar que oportuniza a
percepção de como a atmosfera de terror se constitui nos jogos.
A proposta é compreender a partir de análise como a aglutinação de
diversas linguagens e estilos recriam o gênero nos jogos a fim de proporcionar ao
espectador e aos envolvidos no processo uma experiência imersiva com ênfase nos
elementos narrativos e estéticos por meio da combinação dos aspectos visuais e sonoros
antigos com estruturas contemporâneas de significação.
Após o delineamento do tema e objeto de estudo, chegou-se a um problema de
pesquisa, pensado a partir da seguinte reflexão: O presente trabalho se propõe a
compreender de que forma os símbolos e recursos estéticos presentes nos jogos de
videogame de terror são construídos e criam uma atmosfera e uma ambiência de medo.
Para tanto, a pesquisa irá responder as seguintes questões:
De que forma o espaço é construído dentro dos jogos escolhidos como objeto
de análise e como os recursos audiovisuais são trabalhados em seus aspectos de
linguagem e narrativa a fim de criar uma atmosfera que constrói uma ambiência e
uma tonalidade afetiva de medo?
Algumas questões secundárias auxiliarão no processo de análise: Como a
recriação do gênero de terror, a partir da influência de várias artes como o teatro, a
pintura e o cinema se dá no universo do videogame por meio da linguagem e da
estética e de que forma consegue construir um clima emocional imaginativo que faz
com que o jogador se identifique e sinta as emoções do jogo?
Qual o papel do ritual performático do jogo e quais os aspectos simbólicos do
imaginário acerca do fantástico e sobrenatural que propiciam a transformação do
espaço em um ambiente misterioso e ameaçador?
Como a inserção de uma narrativa híbrida poderá criar diferentes possibilidades
e significações no processo de adaptação, a partir dos meios estéticos?
As perguntas acima são respondidas durante a pesquisa, que tem como objetivos
gerais:
2984
1. Analisar a construção do espaço e da atmosfera dos jogos de terror escolhidos
como objeto de análise.
Os objetivos específicos, pontos norteadores para se chegar nos objetivos gerais,
foram estruturados da seguinte forma:
1. Verificar como os espaços são construídos e de que forma se propõem a
interagir com o espectador e representar ambientes de medo.
2. Fazer uma análise dos elementos estéticos (objetos de cena, cores, recursos
de luz e sombra, figurinos dos personagens, linguagem de câmera e trilha
sonora) a fim de descobrir de que forma contribuem para a criação e
consolidação do clima de terror nos jogos analisados.
3. Investigar os aspectos narrativos presentes no desenvolvimento dos jogos e
como as histórias e suas possibilidades são apresentadas.
Com base nessa evolução dos meios e linguagens, a proposta da presente
pesquisa de doutorado é de investigar o espaço e atmosfera dos jogos de terror
contribuem para a transformação do espaço aonde se desenvolve uma performance de
medo e assume-se um estado definido por TURNER (1974). Na antropologia e no
teatro esse estágio de consiste em um momento onde o indivíduo deixa a sua
identidade temporariamente e nesse momento de suspensão assume outro papel ou
personalidade, mas ao mesmo tempo continua com características do seu eu, mesmo
que como espectador.
2985
Dawsey (2007), Gennep (2011), Goffman (2009), Richard Schechner (1974), Victor
Turner (1985); no observação da linguagem cinematográfica foram escolhidos
Christian Metz (1974), Marcel Martin (2003), Martine Joly (2004), Andre
Gaudreault e François Jost (2010), Selma Oliveira (2007) e Vanoye e Goliot-Leté
(1994).
Como autores complementares, com uma bibliografia de estudos sobre arte,
estética e sua relação com audiovisual, serão utilizados as referências de luz e sombra
de Bertran Lira (2013), os conceitos de estética de Luigi Pareyson (2001), as
referências de jogos, sociedade e transmídia de Luiz Adolfo de Andrade (2012), os
postulados teóricos sobre artes, jogos e sociedade de Francisco Carlos de Carvalho
Marinho (2012) e por fim, a proposta de interfaces entre mídias de Alan Richard da Luz
(2010).
Como método de trabalho, será feita uma análise dos jogos de terror no que
tange a construção do espaço e suas transformações, estruturação da atmosfera por
meio dos elementos estéticos e caracterização dos personagens que auxiliam na
estimulação do sentimento de medo característico do terror.
Todo esse processo deverá ser capaz de responder as questões problema e
averiguar as hipóteses levantadas. Assim, a pesquisa se propõe a investigar a
significação de cada elemento simbólico dos jogos, dos recursos da mise-en-scène
que os constituem bem como sua relevância na construção de atmosferas e narrativas. A
fim de compreender o conteúdo simbólico implícito em cada recurso estético, serão
utilizadas como aporte teórico complementar as definições de Jung, dentro da teoria
dos arquétipos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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símbolos. 18ª Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1964.]
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Brasileira: JUNG. O Mapa da Alma: Uma Introdução. São Paulo: Cultrix, 2006.]
2987
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2988 - 2992
2988
Para tanto, levantamos duas hipóteses: 1) Quanto mais restrições grandes mercados
externos impõem à comercialização de carnes produzidas no Brasil, maior o interesse de
empresas brasileiras em implantar filiais nesses países, adquirindo unidades de produção e
escritórios comerciais, para alcançar esses mercados supostamente protegidos por barreiras
comerciais e técnicas. 2) As filiais das multinacionais selecionadas são nós de suas redes
industriais globais que permitem a captação de vantagens locacionais e garantem participação
no mercado onde estão localizadas, podendo servir como plataformas de (re)exportação.
Nosso arcabouço teórico contempla a teoria da “globalização”, “internacionalização”
e “organização em rede", o que permitiu a elaboração de uma nova proposta de análise de
multinacionais de país emergente, em suas múltiplas dimensões. Entre os autores
abordados para discutir o processo de globalização, podemos citar Benko (2002), Dicken
(2011), Haesbart (2001) e Santos (2015). Na abordagem do processo de internacionalização
de empresas selecionamos Chesnais (1996), Dunning (2013), Johanson e Vahlne (1977),
Johanson e Wiedersheim-Paul (1975), Sposito e Santos (2012) etc. Enquanto a abordagem
sobre redes industriais e organização em rede foi fundamentada nos trabalhos de Castells
(2012), Corrêa (2012), Häkansson e Snehota (2006), Johanson e Vahlne (2009).
Nosso objetivo geral é compreender o processo de internacionalização das
multinacionais brasileiras do setor frigorífico desde sua territorialidade nacional, passando
por sua fase de exportação e dispersão geográfica em mercados externos, até sua
organização em rede global, com ênfase nos anos de 2000 a 2016, entendendo esse processo
como uma estratégia espacial a partir da reestruturação produtiva e geográfica.
Tendo os seguintes objetivos específicos: 1) Propor um modelo de investigação
analítica de multinacionais emergentes a partir do arcabouço teórico sobre globalização,
internacionalização e organização em rede, de modo a sistematizar seus aspectos mais
relevantes em uma perspectiva multidimensional; 2) Averiguar a territorialidade nacional do
setor frigorífico brasileiro diante das multinacionais estrangeiras, e sua reestruturação
produtiva e geográfica para atender as exigências do mercado global, a partir das inovações
técnicas ocorridas no espaço rural, e as mudanças no processamento da carne pela indústria
frigorífica; 3) Examinar a reestruturação geográfica das empresas JBS-Friboi, Marfrig, BRF
e Minerva fora do seu território nacional como uma estratégia espacial de
internacionalização que favorece a competitividade por operar dentro ou próximo do
mercado-alvo, ampliando suas participações em mercados externos apesar das barreiras
comerciais existentes; 4). Investigar a forma de organização espacial das multinacionais
brasileiras do setor frigorífico, a partir de suas redes geográficas, e se essa estrutura favorece
a matriz utilizar as filiais para estabelecer diferentes estratégias ofensivas ou defensivas de
2989
mercado.
A metodologia a ser utilizada fundamenta-se em revisão bibliográfica, levantamento
de dados secundários e informações das empresas JBS S.A., BRF (Brasil Foods), Marfrig
Alimentos e o Frigorífico Minerva. Utilizamos de análise documental sobre barreiras
comerciais no mercado internacional de carnes. Por sua vez, o estudo de caso baseou-se nos
relatórios anuais das empresas, dados secundários e aplicação de questionário estruturado
às sedes das multinacionais brasileiras do setor frigorífico, o que viabilizou uma melhor
compreensão do processo de internacionalização de empresas de paísemergente.
A coleta de dados secundários pautou-se em consultas nos sites das empresas,
estatísticas oficiais de governo e instituições de pesquisa, no levantamento de informações
em revistas especializadas, jornais e artigos científicos. Entre os dados secundários
consultados temos o Censo Econômico e Censo Industrial, a Pesquisa Pecuária Municipal e
o Produto Interno Bruto, provenientes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE); dados do BACEN (Banco Central do Brasil) sobre investimento direto estrangeiro
no Brasil; dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
sobre o volume das exportações de carnes; e da USDA (United States Department of
Agriculture) sobre exportação de carne e principais mercados produtores e consumidores no
mundo etc.
Os resultados demonstram que o processo de internacionalização resulta em
alterações no uso do espaço, com implicações tanto na fase de exportação, quanto na fase de
abertura de escritórios comerciais e localização de filiais (subsidiárias) fora do território
nacional, ou seja, desde a primeira etapa da internacionalização até o último passo deste
processo, de acordo com a teoria de internacionalização de Johanson e Vahlne (1977), e
Johanson e Wiedersheim- Paul (1975). No caso das multinacionais brasileiras do setor
frigorífico, todas as quatro empresas selecionadas iniciaram seus processos de
internacionalização pela exportação.
O forte protecionismo dos países desenvolvidos, como afirmam Bender Filho e
Alvim (2008), dificulta as exportações de carne provenientes do Brasil. Para esses autores,
somente a eliminação das barreiras não tarifárias e reduções nas
tarifas e
nos subsídios provocariam um aumento considerável nas exportações desta commodity;
sendo necessário o estabelecimento de acordos multilaterais, pelos quais a produção e as
exportações brasileiras teriam livre acesso aos mercados de países altamente protecionistas,
como os norte-americanos, europeus easiáticos.
Uma alternativa encontrada pelas empresas brasileiras para expandir sua área de
2990
atuação (market share) no mundo tem sido a implantação de escritórios comerciais e a
implantação de unidades de abate e processamento fora do território nacional, ou seja, o
investimento direto estrangeiro (IDE). Assim, avançam no processo de internacionalização
após terem adquirido experiência com a exportação de seus produtos.
A internacionalização está relacionada ao processo de globalização, com a abertura
de mercados para o capital internacional, formação de blocos econômicos e a expansão
geográfica de empresas para fora do seu território nacional. A formação do MERCOSUL,
por exemplo, potencializou a internacionalização de empresas brasileiras. As multinacionais
brasileiras do setor frigorífico se encontram dispersas geograficamente nos cinco
continentes, atuando em mais de 100 países; para tanto, organizaram-se em redes com
divisão territorial do poder (comando) e do trabalho (atividade), sendo os centros ao mesmo
tempo hierarquizados e complementares entre si, com interações espaciais.
A forma de organização das grandes corporações multifuncionais e multilocalizadas,
conforme Corrêa (2012, p. 212), pode ser denominada de “rede geográfica de
corporação”, com uma divisão territorial do trabalho, em que cada centro especializa-se em
um dado papel. Alguns dos centros da rede de corporação desempenham funções de
produção de matéria-prima, processamento ou industrialização, outros têm funções
atacadistas, com estocagem de produtos, uns são representações comerciais entre outras
funções, enquanto a sede exerce o controle sobre todos os outros integrantes da rede.
Referências bibliográficas
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os efeitos da eliminação das barreiras tarifárias e não tarifárias. Revista de Economia e
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New York (EUA): Guilford Press, 2011. 606 p.
2992
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2993 - 2998
Pedro Moreira dos SANTOS NETO. Universidade Federal de Goiás. Instituto de Estudos
Socioambientais. Programa de Pós-Graduação em Geografia. Nível Doutorado.
pedromoreirasn@gmail.com. Bolsista CAPES.
Justificativa/Base teórica
Objetivos
2993
análise Espaço Geográfico e o conceito de Lugar a partir da realidade concreta dos alunos
surdos.
Metodologia
Resultados/Discussão
O professor não deve somente entender a Geografia, mas também ter o domínio
e compreensão da constituição dela enquanto ciência, saber minimamente os princípios da
Geografia para o desenvolvimento das pesquisas geográficas, tornando fundamental a leitura
dos clássicos, pois os princípios da Geografia não mudaram. Segundo Cavalcanti (2012)
saber o conteúdo a ser ensinado não é suficiente, mas condição mínima. Não se pode ser
professor sem domínio pleno de conteúdo disciplinar. O domínio que dá ao professor mais
autonomia para compor o conteúdo escolar a ser trabalhado com os alunos.
Para Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009), o professor precisa dominar os
documentos diversificados que sustentaram a constituição do saber geográfico. O
professor precisa compreender a Geografia para se tornar um professor de Geografia, tendo o
entendimento das categorias e conceitos, correlacionando com os problemas espaciais que
dizem respeito ao cotidiano dos alunos.
É preciso que o professor saiba que a Geografia se consolidou enquanto ciência a
partir das obras de Alexander von Humboldt e Karl Ritter que são considerados os pais da
2994
Geografia Moderna, e que antes deste período, a Geografia era considerada como
conhecimento. Mesmo após a consolidação da Geografia Moderna nos séculos XVIII e
XIX, ela passou por diversas transformações no século XX, principalmente nos anos de 1950-
1970 com as Geografias Quantitativa, Crítica, Humanista e Cultural, perpassando por
diferentes métodos e conceitos-chave que sustentaram sua base epistemológica.
De acordo com Moraes (2014, p. 17), “O rótulo Geografia é um dos mais
antigos e difundidos na história do conhecimento ocidental, remontando à Antiguidade
Clássica.” O significado etimológico da palavra Geografia é “Descrição da terra”.
Segundo Claval (2010), a Geografia do século VI a.C. tinha tripla ambição: resolver os
problemas de orientação, realizar descrições dos países e descrever a diversidade da superfície
terrestre, atrelado aos conhecimentos da Astronomia e Geometria. Então, a Geografia
estava preocupada em descrever a superfície terrestre, sendo considerada prática comum de
todos os homens, importante saber para os viajantes na condição de localização.
Na Grécia, nos séculos IV e III a.C. o conhecimento geográfico teve importante avanço,
de acordo com Claval (2010), o conhecimento da longitude e latitude permitiu localizar pontos
na superfície terrestre, porém ainda carecia melhorar a precisão e foi nesse momento que a
Geografia vislumbrou preocupação quanto a precisão das localizações e a representação da
Terra.
Ao passar dos anos, ao final dos séculos XV, XVI e meados do século XVII, com o
aperfeiçoamento da bússola, das expansões territoriais por meio das grandes navegações
marítimas e anexação de novas áreas, a Geografia vai se consolidando como conhecimento
fundamental para o reconhecimento do globo. Segundo Moraes (1989), a gênese da Geografia
Moderna necessitou uma série de condições históricas para objetivar-se, se construindo no
movimento do modo de produção capitalista, tendo a necessidade de conhecer o efetivo de
todo planeta que estava se estabelecendo por meio da expansão mercantil, viagens de
circunavegação e expedições.
Diante do exposto, o conhecimento base da Geografia pré-científica que a
sustentou foi se transformando e ganhando outros conteúdos que precisavam responder
questões sobre a relação homem-natureza e a lógica da circulação, era preciso aprofundar
nos estudos teóricos entre a superfície da Terra e a diferenciação dos lugares. Segundo
Moraes (1989), as publicações de Humboldt e Ritter foram desenhando a Geografia
Moderna. A partir das suas obras surgiram as primeiras
2995
tentativas de definir o objeto da Geografia e sua sistematização no século XVIII, ainda pautada
na metodologia descritiva, porém diferente daquelas da antiguidade que estavam limitadas as
enumerações de alguns componentes presentes na superfície terrestre.
Cada pensador contribuiu para a sistematização da Geografia. Humboldt a partir das
descrições das inúmeras expedições realizadas pela África, Europa, Ásia e América Latina
contribuindo para Geografia Física, igualmente, Ritter ao estudar a relação entre a superfície
da Terra, a natureza e os seres humanos, contribuindo para Geografia Humana, sendo
considerados os pais da Geografia Moderna e, para Moraes (2014) a Geografia é produto
daquele período histórico, portanto, da modernidade.
Nota-se que nesse breve contexto histórico da Geografia, o que efetivamente vai
diferenciar a Geografia pré-científica da Geografia Moderna é a inserção da sociedade
enquanto objeto de estudo na relação com a superfície terrestre. Segundo Corrêa (2012, p.16),
a Geografia “é objetivada via cinco conceitos-chave que guardam entre si forte grau de
parentesco, pois todos se referem à ação humana modelando a superfície terrestre: paisagem,
região, espaço, lugar e território”.
Para Corrêa (2012), na Geografia Tradicional o espaço não era constituído um
conceito, diferente dos conceitos de paisagem, região e território que eram privilegiados,
muito por conta do discurso nacionalista e de expansão territorial vigente na época. O Espaço
aparece pela primeira vez como conceito-chave na Geografia Quantitativa, porém restrito a
localizações e distâncias, reduzindo o conceito de região para um processo de classificação de
unidades espaciais, nesse período (anos de 1940/50) buscava-se modelos matemáticos para
“o fazer ciência”, fundamentado no positivismo lógico.
Nas décadas de 1960/70, surge a Geografia Crítica embasada no materialismo
histórico e na dialética, tendo como conceito-chave o Espaço Geográfico, porém muito
distinto do que foi proposto pelas geografias anteriores, considerando e valorizando a
dimensão social do espaço. Ainda na década de 1970, com a Geografia Humanista e Cultural
calcadas na fenomenologia e no existencialismo, o conceito de Espaço Geográfico para
muitos autores adquire o significado de espaço vivido e o conceito-chave passa a ser o
Lugar, valorizando a subjetividade, desejos, sentimentos, vontades e anseios dos sujeitos.
2996
Conclusões
Referências
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2998
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 2999 - 3005
2999
carreadores de fármacos à base de nanoemulsões podem melhorar a biodisponibilidade
dos componentes encapsulados devido à relação entre a pequena dimensão das partículas e a
grande superfície do sistema (SILVA;CERQUEIRA ;VICENTE, 2012). Esse complexo de
nanopartículas possui grande estabilidade em decorrência da repulsão estérica provocada
pelos tensoativos (TADROS et al., 2004).
O ALA quando presente em alguns tecidos é reduzido para sua forma anti-
oxidante mais ativa, o Ácido Dihidrolipóico (ADHL). Esse composto é capaz de varrer um
grande variedade de espécies reativas de oxigênio, além de prolongar a atividade de
algumas vitaminas. Essa transformação é tecido dependente, quando presente nos leucócitos
e nos fibroblastos, o ALA é fracamente convertido em ADHL. Já nos queratinócitos a
redução de ALA para ADHL acontece com maior eficácia, tornando-se assim as células
alvo de interesse (HARAMAKI et al., 1997).
3000
2,55% de surfactante. A fase oleosa é vertida sobre a aquosa e deixada em agitação por 10
minutos em ultraturrax a 6500rpm. Em seguida a emulsão é levada ao Microfluidizador para
diminuição das gotículas por 1 ciclo a 500Bar. Após esse processo, o AH é incorporado ao
nanosistema sob agitação.
Parâmetros Avaliados
NE-ALA 68,69 ± 0,545 0,192 ± 0,003 +1,69 ± 0,64 104,5 ± 1,80 5,25 ± 0,05
NE ALA –AH 84,19 ± 2,00 0,287 ± 0,001 -5,58 ± 2,41 91,6 ± 0,87 5,30 ± 0,02
3001
total foram avaliadas. Os resultados pode ser observado na Figura 1, a seguir:
Figura 1: Tamanho, pdI e % de ALA da formulação de NE-ALA-AH após, 10, 20, 30,
60 e 90 dias de armazenamento a 25, 4 e 45°C.
Como pode ser visto da figura 1 as gotículas tendem a sofrer um aumento de tamanho
nos primeiros 20 dias e após esse período elas estabilizam. A maior discrepância pode ser
vista na armazenagem a 4°C e, portanto o maior desvio padrão entre as amostras. As amostras
submetidas ao acondicionamento a 25°C e a 45°C após o súbito crescimento inicial se
mostraram mais tendenciosas a manter uma homogeneidade com o passar do tempo. Tais
resultados representam que a estabilidade física quanto ao tamanho das NEs é pouca com
o passar do tempo, semelhante ao encontrado na literatura (SOUTO;MÜLLER ;GOHLA,
2005), porém essa formulação será futuramente incorporada em formulações semi-solidas
como géis ou cremes que lhe oferecerão a estabilidade apropriada devido a grande quantidade
de lipídios presentes nesse tipo de formulação cosmética (SOUTO et al., 2004). Sendo assim,
a estabilidade se faz necessárias apenas por poucas horas ate a incorporação na formulação
final.
O potencial zeta é um parâmetro importante a ser avaliado no teste de estabilidade,
pois ele dá um indicativo de que o AH continua adsorvido. Da mesma forma que o
tamanho, nos primeiros dias o potencial zeta tende a aumentar bastante o valor em módulo.
Essa pode ser uma boa característica uma vez que o alto valor evidencia maior estabilidade.
Com o decorrer do tempo os valores em módulo chegaram a aumentar cerva de seis vezes
do valor inicial. Valores absolutos altos indicam que não existe risco de agregação das
partículas devido a repulsão elétrica que essas cargas fornecem (MADUREIRA et al., 2015).
A formulação mantida a 45°C possuiu menor precipita ção de fármaco. Cerca de 10%
do fármaco precipitou a essa temperatura enquanto a 4°Ce a 25°C, 30% do fármaco havia sido
3002
extravasado. Sendo assim, comparando-se resultados de tamanho, pdI e % de ALA de todas
as amostras armazenadas, as de 45°C foram as semelhantemente como mostrou Jin-guo et al
(2010).
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3005
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3005 - 3011
Justificativa/Base teórica:
1 Jogos digitais e eletrônicos possuem múltiplas formas e plataformas de computador diferentes. Incluem
jogos para computadores pessoais ou consoles acoplados à uma TV como o Sony Playstation ou o
Microsoft Xbox; dispositivos portáteis como o Nintendo Game Boy Advance ou portáteis especializados
que rodam apenas um jogo; jogos para PDA (Personal Digital Assistant – agendas eletrônicas, também
chamadas de palmtops, hoje em desuso) ou celulares; ou jogos para fliperama e parques de diversões.
Jogos digitais e eletrônicos podem ser programados para um único jogador, para um pequeno grupo de
jogadores, ou para uma grande comunidade. (Tradução livre)
3006
A transformação ocorrida nos consoles, que partiram de jogos simples como Tetris e
se encontram hoje com uma complexidade imagética quase cinematográfica, com é o caso de
The Last of Us (2014) para Playstation 4, pode ser compreendida como uma transformação
semelhante àquela sofrida pelos jogadores. Se a tecnologia se traduz como extensão do
homem, como diz McLuhan (1964), ela passa a ser ativa na transformação de sua percepção
de mundo e indivíduo pertencente à sociedade. Na mesma proporção que os jogos eletrônicos
evoluem, o jogador se concentra em uma mútua projeção com o universo do jogo, fazendo
parte do jogo e permitindo que este também faça parte de si.
Nesse cenário tecnológico, surgem possibilidades de novas experiências de jogo
criadas a partir dos jogos já existentes, como é o caso dos RPGs eletrônicos. Apesar de
ainda muito interativos, os jogos de RPG eletrônicos possuem características muito diferentes
dos que lhe derma origem, fazendo com que a análise dos dois formatos seja, muitas vezes
dissociada e forçando o conceito de RPG a se dividir em dois, em vez de indicar uma
narrativa única para formatos diferentes. Isso quer dizer que, quando se fala em RPG, há
quem pense nos clássicos de mesa e há quem se lembre apenas dos eletrônicos,
flexionando a nomenclatura do termo, já que a narrativa não possui essa mesma flexibilidade
por fatores diversos, dentre eles, a limitação de programação dos jogos eletrônicos.
Conhecidos por elevarem a experiência de jogo, não se sabe ao certo quando os RPGs
(Role Playing Games) surgiram, acredita-se que por volta dos anos 70. Os jogos de
interpretação de papéis se assemelham a teatro quando tratam dos personagens e da
capacidade de moldá-los à maneira do jogador, no entanto, elementos como regras, metas e
participação voluntária (MCGONIGAL, 2011) fazem com que este teatro se transforme em
um jogo participativo.
Assim como outros gêneros anteriores e posteriores aos RPGs, estes também tiveram
seus princípios transpostos para o ambiente dos videogames. Todos os elementos
característicos estavam presentem, no entanto, existe agora a possibilidade de criar e realizar
o imaginado, traduzindo o que era imaginação em atmosfera, espacialidade e ambientação.
Mais do que isso, no momento em que o comércio internacional abriu suas fronteiras para o
consumo de produtos culturais de outras localidades do mundo, os videogames passaram
a ser difusores de uma cultura que traz traços tradicionais e modernos. Isso faz com que os
já pertencentes a uma geração considerada líquida em identidade (Bauman, 2001), se torne
parte de uma linguagem imagética que ultrapassa barreiras linguísticas para ser pautada na
ação o no sentimento de vivenciar narrativas imaginárias.
3007
Se a produção de tecnologia nacional é pequena, a produção intelectual sobre
fenômenos dessa natureza é ainda mais tímida, se tornando imprescindível que estudemos os
impactos que estes causam em nossa nação e a forma como o fazem. Como são elaborados
os princípios dos jogos e que tipo de relação eles possuem com a crescente caracterização
de cada indivíduo jogador identificado como gamer.
Objetivos:
Metodologia:
O presente trabalho pretende ser baseado no método indutivo, onde a parte que é
estudada consiste em amostra representativa do todo (LAKATOS, 2001) , podendo seus
resultados pontuais representarem todo o objeto de análise. O método indutivo será utilizado
tanto para o estudo dos RPGs de mesa, quanto dos RPGs eletrônicos retirando uma
amostra dos jogos disponíveis no mercado, em especial aqueles que possuem a mesma
3008
narrativa nos dois formatos, para decupagem e análise.
Como técnica de pesquisa, será elaborada uma revisão da bibliografia existente sobre
o tema e que possa ser pertinente ao desenvolvimento da pesquisa. Para o bom embasamento
teórico do presente trabalho, se fará necessária a busca por bibliografia internacional em
inglês, espanhol e japonês, uma vez que a bibliografia existente no país sobre o assunto
ainda é bastante escassa e muitas vezes com pouca profundidade teórica. Por tratar-se
de uma tema ainda pouco explorado, far-se-á necessário o estudo massivo sobre os
conceitos de performance, narrativa e sujeito, aplicando-os aos formatos narrativos que
pretende-se analisar.
Para alcançar os objetivos propostos anteriormente, serão abordadas na tese final três
grandes divisões que se colocam no mesmo eixo quando do intuito de compreender a
relação do homem com os jogos eletrônicos de RPG: 1. sujeito e espacialidade; 2.
performance e jogos; 3. tecnologia, narrativa e RPG. Cada uma dessas unidades temáticas
se dividirá em capítulos menores para que a abordagem do assunto aqui proposto se dê de
forma aprofundada.
Resultados/Discussão:
Conclusões:
3009
interação individual ou coletiva com uma narrativa existente. Isso faz com que o indivíduo
mude o jogo e a si próprio em cada nova sessão, fazendo com que a narrativa o conduza a
uma história diferente, onde o seu papel deixa de ser passivo, para ser ativo como agente
formador de identidade, interação e história.
Ao abordar diferentes formatos narrativos disponíveis hoje, percebe-se que se
modificam elementos constituintes do sentido empreendido pelos jogos de RPG, como a
estrutura, performance e narrativa. A percepção do espaço decorrente desses elementos fica
então compelida a se modificar conforme a subjetividade do jogador produz uma
performance que busca vencer o jogo de acordo com a interação permitida pelo RPG.
Mesmo com jogos cotidianos simples, a busca pelo prazer individual no jogo é obtido
na interação em consonância com o outro, onde há um prazer mútuo ou às custas do
outro. Dessa forma, o jogo representa também parte da subjetividade daquele que joga e
faz com que a interação entre os jogadores seja transformadora para todos que dela
participam. O jogo apresenta então subjetividades que se tocam e se modificam
voluntariamente, na tentativa de que a resposta do jogo jogado seja positiva e prazerosa.
A característica básica dos jogos de RPG é a sua teatralidade, ou seja, trata- se de
uma performance onde os jogadores guiam a narrativa com base em suas escolhas. Isso
faz com que esse formato de jogo seja impactado pelo jogador, ao mesmo tempo que o
impacta também. Se parte da narrativa do RPG depende do jogador, este transporta parte
de si para dentro da história, permitindo com que essa também faça parte de si de maneira
muito íntima.
Referências bibliográficas:
CARSE, James P. Finite and Infinite Games: a vision of life as play and possibility. New
York: The Free Press, 1986. (Versão Kindle)
MCGONIGAL, Jane. Reality Is Broken: why games make us better and how they can
change the world. London: Jonathan Cape, 2011. (Versão Kindle)
3010
ed. São Paulo: Cultrix, 1964.
3011
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3012 - 3015
3012
Neste sentido é importante destacar a relevância dada ao Plano Diretor
concluído no ano de 1992, este documento serviu de referência às histórias da
construção e evolução do espaço urbano da cidade muitas pesquisas seguem a mesma
organização cronológica e sentido argumentativo dos diagnósticos presentes neste
Plano.
Há a caracterização de dois períodos marcantes no início da cidade, um primeiro
período (1933-1950) de planejamento e implantação da cidade, em que o poder público
cumpriu o seu papel de regulador do espaço urbano da cidade e um segundo período
(1950 em diante, com constantes destaques para os anos em que houveram formulações
de novos Planos Diretores) que aponta para uma falha do poder público em continuar
garantindo os parâmetros e dinâmicas de expansão da cidade como previstos
inicialmente. Foi o início do desvirtuamento do projeto original da cidade, a história do
seu “desplanejamento”. Este olhar totalizante da cidade presente nestes discursos
representa o que Certeau (2009) denomina de cidade panorama, “simulacro teórico” que
constrói um conhecimento totalizante da cidade, a este conhecimento as práticas são
desconhecidas. O texto em que se inscrevem as formas e dinâmicas visualizáveis à
distância compõem as artificialidades teóricas desta visão da cidade. Certeau aponta
três operações desta forma de pensar a cidade: a criação de um espaço próprio, que
suprimi o que não lhe cabe. O estabelecimento de um sistema sincrônico que
desconsidera lapsos, ausências e opacidades. Além da constituição de sujeitos
universais e anônimos. A cidade modula um espaço composto por elementos,
propriedades, funções delimitadas para serem analisadas e classificadas. Estas
operações não abarcam, no entanto tudo aquilo presente na vida da cidade que não pode
ser controlado e programado.
As concepções que muitos pesquisadores possuem da cidade não se restringem
a uma concepção de cidade panorama, mas a incorpora nas escolhas que faz na
construção de suas interpretações. Interpretar a cidade implica em considerar as
sociedades que se estabeleceram aqui para se construírem juntamente com a nova
cidade que se inaugurou socialmente desde que os seus habitantes a ocuparam.
Partindo destas considerações admito como relevante construir interpretações da cidade,
como algumas pesquisas já o fizeram, que incorpore as parcialidades destes discursos e
reconsidere a importância dos instrumentos de planejamento para a construção de uma
história dos espaços da cidade. Colocando, com sentidos renovados, a questão trazida
3013
por Lepetit (2001) “A história leva seus atores a sério?”.
Nas evidências da cidade planejada e visibilizada entretece cidades metáforas,
migrantes. O cotidiano dos habitantes da cidade nos traz as possibilidades de escapar às
perspectivas totalizantes de leitura da cidade.
A compreensão da evolução da cidade tem que incorporar a meu ver, o fato do projeto
original da cidade estar desde o início fadado a se desvirtuar, um projeto de cidade,
portanto um ideal de cidade foram realidades de uma sociedade que não merecem
serem estabelecidas como ideais para a atualidade nem enfrentadas com nostalgias pela
perda de um controle impossível de se estabelecer para a vida das cidades. Nos vale
antes como um horizonte, para pensarmos o que desejaram para a cidade e o que
desejamos para ela contemporaneamente.
Interpretar a cidade implica em considerar as sociedades que se estabeleceram aqui para
se construírem juntamente com a nova cidade. Concebendo que não é possível
considerar a formação e evolução de seus espaços sem admiti-los como fragmentários e
descontínuos.
Afirmo deste modo a pertinência de uma história da cidade que se ocupe com os
práticas espaciais, para compreender sob outras perspectivas a maneira como o espaço
urbano da cidade foi construído. A cidade de Goiânia compõe um estudo de caso. A
história da cidade que poderei construir possui as possibilidades de compor uma
história dos usos e formas da cidade, com o permanente esforço de não as contrapor
hierarquicamente ou, tanto pior, construir esquemas de explicação causais que produza
determinismos e exterioridades entre os espaços e as práticas envolvidas em suas
vivências. A cidade pode ser flagrada em todos as suas riquezas ou misérias, nas falsas
promessas de felicidade, bem estar e realização que em muito expressam a paralização,
a formação de um público espectador, pronto a se tornar ou ser tornado passivo, mas que
na esquina seguinte nos espera para nos demostrar, com astuciosas táticas, a
possibilidade de recordar e resinificarmos Foucault ao anunciar- Não, eu não estou no
lugar que você deseja me colocar! – inventando maneiras de fazer que fogem as mais
diferentes formas de dominação.
3014
Ficam expressos estes interesses com a escolha de abordagem das práticas de espaço a
partir de um aparato conceitual que investe as suas capacidades explicativas em
conceber as “práticas do desvio”, reservando aos atores sociais, bem como às operações
que eles engendram, um novo papel. Concedendo a inventividade social as saídas para
romper cotidianamente com o que está estabelecido de maneira hegemônica.
Referências Bibliograficas:
3015
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3016 - 3021
RESUMO
3016
fracionamento permitiu a concentração dos compostos de interesse diante da afinidade
destes com o solvente utilizado.
ABSTRACT
The plant extracts fractionation process allows the separation of the metabolites by
affinity for the solvent, there by facilitating the determination of the biological activity
of these compounds (Venturoso, 2009). The analysis of the power of the fractions
relative to its concentration can predict the group of chemical compounds that is
responsible for the biological activity observed (Hamburger and Hostettmann, 1991).
Given the potential of R. graveolens L. extract in the biological control of various
pathogens, which may be related to the presence of furanocoumarins, it is important to
investigate the solvent which permits the highest concentration of these compounds.
The objective was to obtain and characterize the fractions of R. graveolens L. extract
and quantification of furanocoumarins (psoralen and bergapten). The extract was
obtained from the percolation method and then was fractionated by using solvents
with different polarities. Quantification of furanocoumarins was determined by
chromatographic analysis of the liquid phase high efficiency. The higher levels of these
compounds were obtained from the fraction of ethyl acetate. The fractionation method
allowed the concentration of compounds of interest on the affinity thereof with the
solvent used.
JUSTIFICATIVA
3017
conhecida como arruda, pertencente a família Rutaceae que apresenta em sua
composição metabólitos secundários que apresentam atividade antimicrobiana. Dentre
esses compostos ativos, destacam-se as furanocumarinas lineares- psoraleno e
bergapteno (Milesi et al., 2001), os quais são considerados fitoalexinas que atuam em
benéficio da planta na resposta contra o ataque de patógenos. Essas furanocumarinas
atuam como barreiras de alimentação e como toxinas fotoativadas contra fungos,
bactérias e insetos (Berdegué et al., 1997).
Essa planta medicinal já foi utilizada em estudos contra o patógeno causador da
brusone no arroz e desempenhou atividade biológica satisfatória a nível de controle
direto por meio de testes in vitro (Reis et al., 2015).
Diante do potencial do extrato vegetal de R. graveolens L no controle de
fitopatógenos, e da presença das furanocumarinas linerares que apresentam- se como os
compostos que podem estar relacionados com a atividade do extrato, torna-se importante
a obtenção de frações do extrato de modo a concentrar esses compostos e permitir uma
análise completa dos componentes ativos do extrato.
OBJETIVOS
METODOLOGIA
O extrato vegetal foi obtido pelo processo de percolação utilizando uma solução
hidroalcoólica a 80% (v/v) e em seguida foi submetido ao fracionamento por partição
liquído - líquido utilizando solventes com diferentes polaridades: hexano, acetato de
etila e n- butanol para a obtenção das frações FHex, FAc, e FBut, visando a separação
das substâncias presentes no extrato através de suas polaridades. A fração restante após
a extração com os solventes foi denominada de fração hidrometanólica (FHD). As
frações obtidas foram concentradas através da utilização de um rotaevaporador e
submetidas à identificação e quantificação das furanocumarinas (psoraleno e
3018
bergapteno) através da análise por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) e
Cromatografia em fase liquida de alta eficiência (CLAE) utilizando o método
validado por (Martins et al., 2010). Foi determinado o coeficiente de partição
octanol/água do psoraleno e do bergapteno como descrito por (Araújo-Júnior et al.,
2013).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
3019
A Tabela 1: Teores de psoraleno e bergapteno no extrato vegetal de R.
graveolens L e nas suas frações.
Teor de Teor de
Amostras Psoraleno (%) Bergapteno (%)
Extrato de
0,71 1,19
R.graveolens L
Fração com
acetato de etila
1,59 2,47
Fração de
Hexano Fração
com Butanol
0,81 1,86
Fração
Hidrometanólica
0,07 0,12
- -
CONCLUSÕES
3020
REFERÊNCIAS
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3021
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3022 - 3026
Renata Maria de OLIVEIRA & Érico de Campos DIANESE. Programa de Pós- Graduação
em Agronomia, Escola de Agronomia. E-mail: renata_oliveira89@hotmail.com;
edianese@ufg.br
Palavras-chave: Solanum lycopersicum, expressão diferencial, Sw-5, GRSV
Objetivos
3022
Metodologia
3023
por 30 segundos e extensão final a 72ºC por 5 minutos. Após a reação, todos os produtos
de PCR foram analisados em gel de agarose 1% em tampão TBE 0.5X.
Resultados e Discussão
3024
de resistência a tospovírus, Sw-5, utilizando-se cultivares de tomateiro com resistência e
suscetibilidade já conhecida (Figura 2). Assim, estes primers foram comprovados como
uma ferramenta ideal para testes posteriores cuja intenção será avaliar o nível de expressão
do gene Sw-5, em diferentes tecidos (folhas, frutos e pecíolos), submetidos a condições
ambientais distintas e em diferentes períodos a partir de 48 horas após a inoculação, onde
já é possível visualizar a Reação de Hipersensibilidade característica (Paterson et al., 1989;
Stevens et al., 1994).
Conclusões
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3026
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3027 - 3032
renatobeilner_@hotmail.com
3027
de serem reconhecidas pelo sistema imunológico e assim desencadear uma resposta
protetora contra o Plasmodium vivax. O método empírico para identificação de
antígenos vacinais, além de consumir muito tempo é dispendioso. Com isso, estratégias
in silico utilizando ferramentas de imunogenômica e vacinologia reversa tornaram-se
uma estratégia importante para reduzir drasticamente o tempo para a
identificação de possíveis candidatos vacinais assim como o custo. Assim, este
trabalho tem como objetivo avaliar a imunogenicidade, antigenicidade e proteção de
uma vacina de subunidade protéica contendo proteínas das distintas fases do
desenvolvimento do P. vivax selecionadas por ferramentas de bioinformática e
expressas em plantas de Lactuca sativa.
Metodologia
Seleção dos candidatos vacinais: Para a construção da biblioteca de candidatos
vacinais, foi utilizado o portal PlasmoDB, onde foi selecionado proteínas com peptídeo
sinal de P. vivax com ortólogo em P. yoelli, proteínas com motivo PEXEL, HT e
proteínas secretadas de P. falciparum com ortólogos em P. vivax e P. yoelli, proteínas
onde seus respectivos genes estavam localizados até 30Kb dos telômeros dos 13
cromossomos de P. vivax e proteínas com epítopos previstos de P. falciparum com
ortólogo em P. vivax.
Construção do gene de fusão: Primeiramente, a sequência dos genes das proteínas
selecionadas pela análise de bioinformática foram otimizadas de acordo com o codon
usage da planta Arabidopsis thaliana. Posteriormente, in silico o gene foi construído,
onde foi inserido um linker rígido entre cada sequência gênica. O gene da proteína de
fusão foi construído em um plasmídeo pBR322 produzido pela empresa americana
Epoch Life Science e denominado de pPvax.
Transformação por eletroporação: Neste trabalho foi realizado uma transformação
por eletroporação. Nesta transformação, o plasmídeo pPvax foi transferido para
Agrobacterium tumefaciens cepa EHA105.
Expressão da proteína recombinante Pvax (rPvax) em Lactuca sativa: A bactéria
Agrobacterium tumefaciens transformada e contendo o plasmídeo pPvax foi utilizada
para transformar plantas de Lactuca sativa (alface). Sementes de Lactuca sativa
variedade Verônica foram desinfestadas e plaqueadas em meio meia força para
germinação. Após a germinação, os cotilédones das sementes germinadas foram
excisadas com auxílio de bisturi e incubadas em uma solução de co-cultura líquida
contendo Agrobacterium tumefaciens transformadas com o plasmídeo pPvax e então
3028
incubadas por 48 horas no escuro a 20°C. Após este período, os cotilédones
transformados foram transferidos para meio de brotação contendo antibióticos,
agrotóxico glufosinato de amônia (GA), e indutores de brotação, 6-benzilaminopurina
(Bap) e ácido naftaleno acético (ANA). Após a brotação, os brotos foram transferidos
para meio de alongamento de folhas, contendo ainda seleção com GA, e os
fitohormônios, cinetina e zeatina. Após o alongamento das follhas, as plântulas foram
transferidas para meio de enraizamento, contendo apenas meio MS e ágar planta. As
plântulas que formaram raízes foram então, aclimatadas em solo com vermiculita.
Resultados
3029
foi utilizado em PCR e para o teste rápido. Duas plantas já aclimatadas tiveram o teste
da fita BAR positivos e produtos de PCR amplificados.
Discussao
3030
transformação, mais consistência e homogeneidade do produto final em condições
controladas de biorreatores (Huang &McDonald 2011) e ainda menor proporção de
metabolitos secundários nas células hospedeiras de proteínas heterólogas (Rawelet al.
2007). As plantas transgênicas, podem ser produzidas em larga escala com custos de
produção mais reduzidos do que em microorganismos e cultura de tecidos de plantas
e animais. Ainda, apresentam a capacidade potencial de realizar as modificações pós-
traducionais necessárias a proteínas heterólogas (Karg & Kallio 2009). Apesar de
estudos ainda serem precisos com a proteína Pvax, como antigenicidade,
imunogenicidade e proteção, já possuímos plantas de alfaces transgênicas. Será
necessário avaliação ainda da segregação do gene pvax para as filhas destas plantas
mães e determinar o gene pvax esta em homozigoze.
Conclusão
A clonagem do gene de fusão pvax em plasmídeo binário, foi realizada com sucesso,
onde não houve a presença de nenhuma mutação na sequência gênica. A. tumefaciens
foi transformada com o gene de fusão, assim como plantas de alfaces que possuem o
gene estável em seu genoima. Testes futuros serão necessários para avaliar a
capacidade de proteção da vacina Pvax frente a infecção pelo Plasmodium vivax.
Referências
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Prime Boost Strategies. PLoS ONE 4:6559. 2009.
3032
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3033 - 3039
TICA∗
Resumo: O propó sito deste trabalho é apresentar metodologia aplicada a aná lise de dis- positivos
eletromagné ticos por uso de algoritmo gené tico e té cnicas de simulaçã o em elementos finitos.
A metodologia proposta consiste na adaptaçã o de algoritmo gené tico com uso de computaçã o
paralela para avaliaçã o simultâ nea dos indivı́duos da populaç ão em elementos finitos por software
especialista. Para verificar a eficiê ncia da metodolo- gia proposta foi analisado problema
benchmark de otimizaçã o COMPUMAG TEAM 22, que propõ e a otimizaçã o de dispositivo
armazenador de energia magné tica em bobinas supercondutoras. O resultado obtido comparado
ao benchmark de otimizaçã o proposto confirma a eficiê ncia da metodologia proposta pela
melhoria da função objetivo obtida na análise em elementos finitos.
Palavras-chave: otimizaçã o, algoritmos gené ticos, Mé todo dos elementos finitos, aná lise
eletromagnética.
1 Introdução
pulsionada por investimentos de empresas e universidades em sua crescente busca por melhores
condic¸o˜ es de competitividade e desempenho na resoluc¸a˜ o de problemas com objetivos conflitantes
e cuja ana´lise deva ser feita de maneira simultaˆ nea. Embora muitos
métodos já tenham sido explorados, este tema está em constante atualização devido ao
3033
surgimento de novos modelos computacionais e a possibilidade de aumentar a eficiê ncia dos mé
todos existentes pela hibridizaç ã o entre os mesmos. Alé m disso, a arquitetura do algoritmo de
otimizaçã o é determinada pelo grupo de situaç õ es de contorno, limitando sua aplicaçã o em um
conjunto espec´ıfico de problemas.
Em 1996, Alotto et al [2] propoˆ s que o projeto de dispositivo de armazenamento de ener- gia
magne´ tica em bobinas supercondutoras (SMES - Superconducting Magnetic Energy Storage) fosse
utilizado como benchmark na avaliac¸a˜ o de algoritmos de otimizac¸a˜ o multi- objetivo. Este problema
foi aceito como o TEAM Workshop Problem 22: SMES Optimiza- tion Benchmark (TEAM 22) [1]
e consiste na otimizac¸a˜ o de um sistema de armazenamento de energia no campo magne´ tico gerado
por bobina supercondutora. Neste problema, o de-
safio de otimização é que o dispositivo SMES armazene 180 MJ de energia na forma de
campos magné ticos confinados em bobinas supercondutoras e que o campo de dispersã o seja
minimizado.
3034
Figura 1: Geometria proposta pelo TEAM 22.
transversais retangulares percorridas por correntes em sentidos opostos com densida- des J1 e
J2, respectivamente nas bobinas interna e externa. Os aspectos construtivos das bobinas sa˜ o
parametrizados em termos de seus raios (R1 e R2), sua altura (h1 e h2) e
espessura (d1 e d2 ). O campo de dispersão é avaliado em pontos igualmente espaçados
ao longo do eixo paralelo ao eixo de rotação das bobinas e ao longo de outro eixo, per-
pendicular a este eixo [1] como pode ser visto na Fig.1. Desta forma, a função objetivo OF
3035
a ser minimizada neste problema é dada pela Eq. (2).
|E − Eref | B
OF = + stra2 y . (2)
Eref B2
norm
é usado como referência para o campo de dispersão calculado como a média do campo
magnético |Bi (ẋ)| em vinte e dois pontos das linhas a e b.
|Bi (ẋ)|2
B2 2i=
21
stray = . (3)
22
d h
R1 + 1 < R − 2 (4)
2
2
2
Desde sua proposta, diversos autores empregaram meta-heur´ısticas evolutivas ao TEAM 22 [4, 5,
3]. Em sua proposta, Alotto apresenta resultados otimizados para o dispositivo SMES, obtidos por
algoritmos evoluciona´rios e simulac¸o˜es por metodologia semi-anal´ıticabaseada na teoria de
indutores[2]. Os paraˆ metros propostos por Alotto sa˜ o apresentados na Tab. 1.
3036
2 Metodologia
comunicação TCP/IP local, pelo qual é possı́vel realizar a manipulação dos parâmetros do projeto e
realizar o cálculo das grandezas fı́sicas que compõem a função objetivo.
Cada solução, ou indivı́duo, é representada por um vetor ẋ = (R1 , R2, h1, h2, d1, d2, J1 , J2 )
população evolui por sucessivas iterações denominadas gerações. Assim, em cada geração surge nova
população por meio da aplicação de operadores de seleção e variação na população atual.
Estes operadores são respectivamente inspirados nos processos de seleção
natural e reprodução sexuada da teoria evolutiva de Darwin.
Para avaliação dos indivı́duos das populações X(Ger) no processo evolutivo, o uso de múltiplos
processadores é utilizado pela criação de pool de processos que associa deter-
minado indivı́duo ao correspondente servidor. A população será completamente avaliada
até que todos os indivı́duos tenham sua aptidão calculada na execução do loop paralelo
3 Resultados
Primeiramente, comparou-se os parâ metros otimizados presentes na Tab.1 com os re- sultados
simulados no software de simulaç ã o MEF e sua funçã o objetivo foi comparada. Isto foi realizado
para averiguar o impacto da mudança do simulador no valor da função
de avaliação, dado que a metodologia adota por Alotto é baseada em tratamento semi-
3037
anal´ıtico. O resultado da comparac¸a˜o e´explicitado na Tab. 2 e mostra que os paraˆmetros propostos
em [1] leva a valor de OF superior ao obtido por simulac¸a˜o semi-anal´ıtica quando simulados em MEF.
4 Conclusões
Testes iniciais demonstram que o processo de otimização proposto é viá vel e foi capaz
de encontrar resultados otimizados com função objetivo uma ordem de grandeza abaixo
volvimento e novos mé todos de hibridizaçã o estã o em testes para acelerar o processo de avaliaçã o
da populaçã o sem perda de acurá cia do mé todo de simulaç ã o. Embora o pro- cesso de avaliaç ã o
represente grande parte do custo computacional, vale ressaltar o ga- nho de precisã o e flexibilidade
3038
da aplicação do método dos elementos finitos. Desta forma,
a metodologia proposta é de fá cil aplicabilidade a demais dispositivos eletromagné ticos,
Referências Bibliográficas
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approximation-based hybrid evolutionary algorithms in electromagnetic design. Magne- tics,
IEEE Transactions on, 44(6):1130 –1133, june 2008.
3039
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3040 - 3045
JUSTIFICATIVA
3040
profissional aliado aos interesses do capital, como por exemplo: novo disciplinamento
3041
OBJETIVOS
METODOLOGIA
3042
construir uma análise ampliada, crítica e contextualizada sobre o que investigamos (GIL,
1999).
RESULTADOS
CONCLUSÕES
Ao concluir esta pesquisa esperamos contribuir para uma análise crítica sobre a
produção acadêmica e científica relacionada ao tema professor; produzir uma reflexão
aprofundada sobre os sentidos ideológicos que permeiam, em disputa, o trabalho do
professor e sua formação; avançar na produção do conhecimento sobre o trabalho docente
numa perspectiva dialética materialista; possibilitar o desenvolvimento do conceito de
qualidade educacional contra hegemônico e crítico, na perspectiva da qualidade social;
contribuir com a prática e a intervenção profissional docente a partir da análise crítica e
aprofundamento do significado do trabalho docente, com destaque ao seu sentido ontológico.
3043
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas,
1999.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29.
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3044
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SOARES, Kátia Cristina Dambiski. Trabalho docente e conhecimento. 2008. 256f. Tese
(Doutorado) - Faculdade de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2008.
3045
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3046 - 3050
Amaral (1998, p. 3) observa que sempre os indivíduos estão festejando algo, “mesmo
quando o objeto seja aparentemente irrelevante”. Assim é possível perceber que os sentidos
das festas não estejam diretamente relacionados com o que é festejado. A autora ainda afirma
que “o critério da participação parece ser fundamental na definição das festas” e não o seu
significado, pois a festa “manifesta a sacralidade das normas da vida social corrente por
3046
sua violação ritual”.
As barreiras sociais aliados aos seus tabus são invertidos, pois há uma “imensa fraternidade,
por oposição à vida social comum que classifica e separa” (AMARAL, 1998, p. 37).
Segundo Bonetti (2012, p. 31) para os antigos povos europeus, o solstício de verão era
celebrado em devoção as Deusas Juno e Artemis e posteriormente esta celebração foi
transformada pela Igreja Católica, no que conhecemos atualmente como festa junina.
Adicionalmente Melo (2006, p. 01) afirma que “a tradição dos festejos juninos tem a sua
derivação das homenagens aos deuses pagãos, quando as populações campesinas festejavam
as colheitas em toda a Ásia, África e Europa”. A autora completa sua argumentação,
declarando que a chegada dessa modalidade festiva ao Brasil foi caracterizada “pela
devoção e com forte apelo do catolicismo popular”. Também, tais festas, repletas pelos
encantos de sua realização, “foram trazidas para o Brasil pelos colonizadores portugueses”.
(MELO, 2006, p. 01).
Para Rodman (2003, p. 204) “estamos situados no lugar assim como estamos situados
1
Tradução do autor
3047
Concomitante às comemorações e celebrações, é também importante observar que o
lugar pode ser analisado sob a égide das significações sagradas e profanas que as festas
proporcionam. Relacionando os sentidos dos festejos juninos com os processos rituais da vida
cotidiana surge a inquietação sobre a possível coexistência do sagrado e do profano como
fator de continuidade na suarealização.
Durkheim (1996, pg. 51) assegura que “o sagrado e o profano foram pensados pelo
espirito humano como gêneros distintos, como dois mundos que não tem nada em comum”.
Nesse aspecto, apesar do sagrado está relacionado ao místico, ao religioso, ao sobrenatural,
também poderá ser aceita a sua normalidade em concordância com a realização profana.
Nessa seara, Oliveira (2007, p. 25) reforça que é importante pensar que “as ideias de
sagrado e profano se complementam de forma dinâmica e instável na realização de qualquer
festa popular”.
Objetivos
O texto inicial para defesa da tese de doutorado propõe como objetivo geral analisar
sob a égide das teorias das performances culturais a coexistência entre as naturezas sagradas e
profanas dos festejos juninos em Goiânia como fator de continuidade da realização da festa.
Metodologia
Este trabalho volta-se para uma abordagem qualitativa e será uma investigação que
propõe conhecer o significado dos componentes sagrado e profano como fator de continuidade
das tradições das festas juninas. A etnografia será importante ferramenta de pesquisa que
conjuntamente com uma teoria fundamentada, privilegiará a descoberta de características
próprias das análises dos conteúdos.
3048
Serão utilizados como sujeitos, algumas festas realizadas na região metropolitana de
Goiânia: 1) uma festa junina sob a influência do catolicismo popular; 2) uma festa junina na
escola; 3) uma festa junina na perspectiva evangélica; 4) O Arraiá do Cerrado. Como
estratégia de investigação será adotada a observação direta pelo pesquisador. Nesse mesmo
período, será feito o levantamento bibliográfico com o propósito de garantir o suporte teórico
da temática do projeto para posterior coleta de dados e análise.
Resultados / Discussão
Espera-se discutir com o final da pesquisa o processo que reinventa o imaginário das
festas juninas. O texto direciona para a análise das crenças, personagens, valores, interesses
políticos, sociais e econômicos das festas juninas. Nesse sentido é bem possível que a
tradição dos festejos populares estejam estruturando valores associados à dinâmica social,
pois esta auxilia na identificação de novas linguagens e tendências que reformulam os
significados do que é popular, sagrado e profano.
Conclusões
É importante observar que esses festejos mantém o caráter coletivo como fator
constitutivo, bem como a importância do “fazer festa junina” enquanto construção do
3049
entendimento do lugar de sua efetivação. Nesse sentido, pensar a realização da festa
estimula o reconhecimento do processo histórico e cultural do lugar, o qual recupera a
relação da festa com a identidade local.
Referências Bibliográficas
DURKHEIM, È. As formas elementares da vida religiosa, Martins Fontes, São Paulo, 1996.
3050
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3051 - 3056
Maria TOSCANO1
sandrafarma@hotmail.com
INTRODUÇÃO
Historiadores afirmam que, por volta do ano 1500, o território brasileiro era
habitado por pelo menos por 5 milhões de índios. Iniciativas de coleta e sistematização de
dados demográficos sobre os povos indígenas no país foram implementadas a partir de 1991
no censo decenal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (LUCIANO, 2006)
(PAGLIARO et al., 2005).
Nos censos de 1991 e 2000 a categoria “indígena” era uma opção de resposta para a
pergunta sobre a “cor/raça” presente no questionário da amostra. No censo de 2010 se a
pessoa se declarava “indígena”, eram feitas perguntas adicionais sobre pertencimento
étnico e língua falada. Os povos indígenas brasileiros constituíram 0,2% da população
total em 1991 variando para 0,43%, em 2000, e 0,44% no ano de
2010. Em 2010 existiam 896.917 indígenas no Brasil, dos quais 517.383 (57%) se
localizavam nas terras indígenas e desses 438.429 (85%) se declararam indígena. Os demais
379.534 indígenas (43%) se localizavam fora das terras indígenas (IBGE, 2012).
3051
modalidade on-line entre 2000 e 2002 (SIASI Web) e, a partir do início de 2002, houve a
criação do SIASI local (Sousa, Scatena, & Santos 2007).
A criação do SIASI proporcionou o planejamento e gestão das ações em saúde,
considerando a organização do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, constituído pelo
Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Polo Base, Casa de Apoio à Saúde Indígena
(Casai) e aldeias. A sede do DSEI é um estabelecimento que coordena as ações de atenção à
saúde do índio, baseada nas necessidades locais de saúde e nas diretrizes de desenvolvimento
provenientes do nível central. O Polo-Base Indígena é um estabelecimento de saúde que
serve como referência para a equipe de saúde presente nos Postos de Saúde Indígenas,
Unidades de Apoio e aldeias para as ações administrativas, de saúde e de saneamento na sua
área geográfica de abrangência (BRASIL, 2007).
Dada a pouca confiabilidade dos escassos dados demográficos existentes e à
dificuldade em se obter dados fidedignos (GARNELO L, MACEDO G, 2003)(COIMBRA
JR.; SANTOS, 2012)(CARDOSO et al., 2005)(MONTENEGRO;
STEPHENS, 2006), o presente estudo se propõe a descrever o perfil demográfico da
população indígena aldeada do país por sexo e faixa etária, DSEI e Unidade Federada.
6 - MATERIAIS E MÉTODOS
3052
Félix do Araguaia - MT); Kayapó - MT (Colíder - MT); Mato Grosso do Sul (Campo Grande
– MS); Cuiabá (Cuiabá – MT); Xavante (Barra do Garças – MT); Parque Indígena do Xingu
(Xingu – MT); Nordeste: Alagoas e Sergipe (Maceió-AL); Bahia (Salvador - BA); Ceará
(Fortaleza - CE); Maranhão (São Luís - MA); Pernambuco (Recife - PE); Potiguara (João
Pessoa – PB); Sudeste: Minas Gerais e Espírito Santo (Governador Valadares - MG); Sul:
Interior Sul (Florianópolis - SC); Litoral Sul (Curitiba - PR).
O DSEI Litoral Sul originalmente abrangia os estados do Rio de Janeiro (RJ), São
Paulo (SP), Paraná (PR), Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS). As terras
indígenas presentes nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Cataria e Rio Grande do Sul
pertenciam originalmente ao DSEI Interior Sul. Entretanto, desde 2012 (BRASIL, 2012) este
último passou a ser responsável também pela atenção à saúde da população indígena dos
estados de SP, RJ e PR, enquanto o DSEI Interior Sul passou a ser responsável pela
população indígena dos estados de SC e RS.
Os dados demográficos de todos os DSEIs foram extraídos do SIASI (BRASIL, 2013),
disponível no site da Secretaria de Especial da Saúde Indígena (SESAI)/Ministério da Saúde.
Os dados demográficos foram obtidos segundo DSEI, PB, região do Brasil e Unidade
Federada. Cada DSEI tem um, dois ou três estados com indígenas sob jurisdição, sendo assim
foi possível obter a informação demográfica por Unidade Federada por DSEI. Os dados
foram analisados por sexo, faixa etária, DSEI e Unidade Federada.
RESULTADOS/DISCUSSÃO
adultos entre 20 e 49 anos, 20.632 (3,1%) adultos entre 50 e 64 anos e 14.777 (2,3%) idosos
com 65 anos ou mais de idade.
A distribuição etária entre as 322.141 (49%) indígenas do sexo feminino é
semelhante, com 39.318 (6,0%) crianças com idade entre 0 e 4 anos, seguido por
3053
47.995
(7,3%) crianças entre 5 e 9 anos, 83.716 (12,8%) adolescentes entre 10 e 19
anos, 116.724 (17,8%) adultos entre 20 e 49 anos, 18.896 (2,9%) adultos entre 50 e
CONCLUSÃO
3054
dinâmica populacional dessa população está estreitamente condicionada à particularidades
socioculturais das etnias existentes no país e deve ser analisada como uma realidade social
diferenciada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
projetos físicos de estabelecimentos de saúde para povos indígenas., Ed.)No 840, DE 15 DE AGOSTO
DE 2007, 2007. Legal Rule or Regulation, Ministério da Saúde.
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3056
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3057 - 3061
A junção espacial é uma das operações mais importantes nos Bancos de Dados
com extensão espacial. Ela envolve o relacionamento entre duas bases de dados,
combinando as geometrias de acordo com algum predicado espacial. Um exemplo, são
regiões com áreas de desmatamento que podem ser cruzadas áreas de preservação ambiental
para descobrir se estão ocorrendo desmatamentos em regiões proibidas. A junção espacial
demanda grande poder computacional devido ao: i) tamanho e complexidade dos objetos
das bases de dados envolvidas e ii) algoritmos de geometria computacional com alta
demanda de uso da CPU (KANG, 2002).
As soluções centralizadas são limitadas pelo poder de processamento e
armazenamento de um único servidor. Com isto emergiram os Bancos de Dados
Espaciais Distribuídos, que podem ser definidos como um conjunto de computadores em um
cluster de computadores interconectados por uma rede que cooperam para a realização de
operações de geoprocessamento nas bases de dados disponíveis no sistema. Nestes bancos
de dados distribuídos, alguns desafios são identificados, tais como a distribuição dos dados
pelo cluster para permitir paralelizar o processamento da junção espacial entre estes
computadores de forma a aproveitar os recursos computacionais disponíveis.
Objetivos
3057
literatura têm explorado técnicas de distribuição de dados indicadas para bases de dados
estáticas, onde qualquer atualização da base de dados requer que todos os dados sejam
novamente distribuídos pelo cluster. Isto se torna inviável com grandes bases de dados e que
sofrem constantes atualizações. A técnica de distribuição de dados, proposta neste trabalho,
consegue atualizar a base de dados sem que haja a necessidade de redistribuir os objetos pelo
cluster.
Oliveira (2013) propõe uma técnica para distribuição de dados (Proximity Area) em
cluster de computadores com bases de dados dinâmicas. A técnica de Oliveira (2013),
entretanto, não reduz o tráfego de dados na rede que é um fator importante em junções
espaciais com geometrias grandes.
A técnica proposta no nosso trabalho foi avaliada para definir em quais cenários é
mais indicada. Para tal, foram realizados experimentos utilizando bases de dados com
características diferentes e com cluster de tamanho variado com o objetivo de avaliar a
junção espacial distribuída com cada técnica de distribuição de dados.
Metodologia
3058
objetos necessários para processar a junção espacial.
O algoritmo Grid Proximity Area busca manter os objetos de bases de dados
diferentes espacialmente próximos na mesma máquina utilizando uma grid espacial. Esta grid
é formada a partir da divisão do espaço do mundo, como apresentado na Figura 1. Cada
quadrado na grid é denominado tile e cada tile é associado a uma máquina do cluster.
O algoritmo Grid Proximity Area tem ideia similar a PATEL (2000), mas PATEL
(2000) propõe uma técnica de distribuição de dados estática, onde o espaço universal deve
ser previamente conhecido. O nosso algoritmo é dinâmico e utiliza o mundo como espaço
universal.
Quando um novo objeto O é inserido na base de dados, verifica-se quais tiles
apresentam intersecção com O e este é inserido nas máquinas associadas a cada tile. Se um
tile escolhido não estiver associado a nenhuma máquina, é escolhida aquela máquina com
menor número de objetos. Dado que um objeto O da base de dados pode intersectar com
vários tiles, o objeto é replicado nos vários servidores responsáveis pelo tile (Grid Clone)
ou o objeto inserido no servidor associado ao tile com maior área de intersecção com o
objeto O e nos outros servidores associados aos tiles, será armazenada uma sombra (Grid
Shadow) de O, ou seja, apenas uma aproximação da geometria de O para economizar espaço
de armazenamento.
3059
Resultados / Discussões
3060
Conclusões
Neste trabalho, foi implementada uma nova técnica de distribuição de dados para
otimizar o desempenho da junção espacial distribuída: Grid Proximity Area. Esta técnica
busca manter os objetos das bases de dados espaciais colocalizados e balanceados pelo
cluster de computadores.
A técnica Grid Proximity Area foi comparada com a técnica Proximity Area e teve
desempenho melhor quando existe um número maior de máquinas no cluster e,
consequentemente, o tráfego de dados na rede é dominante sobre o processamento na junção
espacial distribuída.
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3061
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3062 - 3068
INATIVAÇÃOFOTODINÂMICADOHERPESVÍRUSBOVINOTIPO1P
OR FTALOCIANINAZINCO
Taise Maria dos Anjos OLIVEIRA1; Amanda Vargas TELES2; Fábio de Castro
IINTRODUÇÃO
castrobezerra@yahoo.com.br
4 Docente do Programa de Pós-graduação do Instituto de Física da Universidade Federal de Goiás – UFG. E-
mail: pablaojg@yahoo.com.br
5 Docente do Programa de Pós-graduação da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de
3062
Muitas aplicações dessa técnica têm sido discutidas em diferentes áreas médicas, como a
dermatologia, gastroenterologia, odontologia, urologia, neurologia e principalmente na
oncologia (Sieron e Kwiatek, 2009; Wolun-Cholewa et al., 2011; Ahmad et al., 2012; Cheung
et al., 2013; Borroni et al., 2015; Yamamoto et al., 2015).
3063
O experimento foi realizado em quadruplicata, em quatro ocasiões distintas. Para
onde foram realizadas diluições decimais até 10-6, sendo que cada diluição foi colocada em
quatro orifícios de uma placa de microtitulação de 96 poços, onde foi adicionada previamente
a suspensão de células MDBK. As placas foram incubadas a 37ºC e 5% de CO2 durante 72h.
Decorrido este tempo, foi avaliado o efeito citopático (CEP) nas células, utilizando o
microscópio invertido.
Como controle, utilizou-se grupos que não foram submetidos a nenhum
tratamento (controle), grupos tratados apenas com a irradiação (controle da luz) e grupos
tratados com o fotossensibilizador na ausência da luz (controle do PS).
Todos os dados foram apresentados como média ± desvio padrão (SD). A análise da
variação entre os grupos foi realizada utilizando o teste de Análise de variância (ANOVA
- two-way) seguido de teste de Tukey. Valores de p<0,05 foram considerados
estatisticamente significativos.
3064
RESULTADOS E DISCUSSÃO
3065
Na concentração de 5 µM observamos que a FCZn inativou o BoHV-1 em 45
minutos, enquanto, na concentração de 10 µM houve a completa inativação do vírus com 30
minutos de irradiação. Nos tempos de 15 e 30 min as ftalocianinas apresentaram diferença
significativa entre suas concentrações (p<0,05), sendo a FCZn 10 µM considerada a melhor.
Nos tempos de 60, 75 e 90 min não houve diferença (p>0,05) entre as concentrações, uma
vez que o vírus já havia sido inativado.
As ftalocianinas zinco nas concentrações de 5 e 10 μM que foram incubadas com o vírus
na ausência da luz durante 90 minutos, não apresentaram diferença significativa (p>0,05) no
título viral quando comparadas ao controle que não foi submetido a nenhum tratamento. Não
houve redução de título viral no grupo tratado apenas com a irradiação do vírus por 90
minutos, caracterizando assim, que o emprego da luz sem a presença do fotossensibilizador
não possuiu efeito fototóxico.
O tempo de incubação do fotossensibilizador com o vírus é fundamental para o êxito da
técnica, uma vez que é necessária a adsorção do fotossensibilizador pelo patógeno
(Wainwright, 1998). Os PS interagem com os receptores de lipoproteína de baixa densidade
(LDL), sendo assim, vírus envelopados, como o utilizado em nosso trabalho, são mais
facilmente inativados, devido à presença de uma camada lipídica que recobre a partícula viral
(Costa et al., 2012).
A eficácia da inativação do BoHV-1 pode ser atribuída ao maior rendimento de
geração de estado tripleto que a FCZn possui, como comprovou Frackowiak et al., 2002, esse
maior rendimento pode ser atribuído ao chamado efeito de átomo pesado, que ocorre
quando interações spin-orbital são perturbadas por átomos pesados e induzem alterações
nos campos elétrico e magnético das moléculas, induzindo alterações no comportamento
dos elétrons, fazendo oscilar a sua multiplicidade de spin, ocasionando uma maior geração
de estado excitado tripleto.
Conclusão
3066
na conjugação entre anticorpos e fotossensibilizadores para a fotoinativação do BoHV-1 em
sêmen.
Referências
3067
photodynamic therapy of tumors. Photochem Photobiol, v. 43, n. 6, p. 691-9, Jun 1986. ISSN
0031-8655.
3068
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3069 - 3074
3069
comum na prática dos professores colocarem os alunos para resolver atividades depois da
exposição do conteúdo, o que de acordo com Davydov, deve ocorrer durante o ensino para
que o aluno investigue o conhecimento, pois requer ações mentais específicas.
Dentre essas e outras questões da realidade educacional brasileira é que se constitui a
necessidade dessa investigação, pois as ações dos professores estão direcionadas mais
para o cumprimento das normas, do que as discussões sobre o modo de organizar o ensino
que realmente promova o desenvolvimento dos alunos. Assim, o que se questiona é: qual a
concepção dos professores da escola pública a cerca do modelo mercantil contemporâneo? É
possível formar o pensamento teórico nesse contexto? E como se dá a organização de ensino
desses professores?
Desta forma, a pesquisa em questão fundamenta-se na teoria do ensino
desenvolvimental de V. V. Davydov, que em um contexto russo representa desdobramento e
aplicação pedagógica da teoria histórico-cultural formulada por Vygotsky (LIBÂNEO;
FREITAS, 2013), como parte de um projeto mais amplo de transformação da escola e da
qualidade do ensino. “Davydov não apenas aprimorou a teoria pedagógica dentro da teoria
histórico-cultural como levou a consequências práticas a relação entre educação e
desenvolvimento formulado por Vygotsky” (LIBÂNEO; FREITAS, 2013, p.323).
Objetivos
3070
Metodologia
Resultados / Discussão
3071
compreensão e explicação, o descobrimento de sua essência”. Entendendo a essência, o
nuclear; o conceito é formado.
A partir desse princípio geral, “o professor estrutura e organiza a atividade de
estudo do aluno, de modo que ele realize abstrações e generalizações conceituais”
(LIBÂNEO; FREIRAS, 2013, p.332). Nesse sentido, base do pensamento teórico, de acordo
com Davydov (1988), é analisar a abstração, a generalização e o conceito, os quais no
pensamento empírico se firmam nos traços externos, e no pensamento teórico, nas conexões
internas. Os conhecimentos empíricos são expressos por palavras, os conhecimentos teóricos
se expressam nos planos das ações mentais.
A teoria de Davydov possibilita uma organização de ensino que se atenta ao
desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos, e não a quantidade de conteúdos, visto
que, para chegar ao conhecimento teórico, é necessário analisar, generalizar, investigar a
origem dos conceitos para interiorizar todo o seu processo histórico. Assim, o professor
estrutura antes uma atividade em que além de aprender o conceito teórico, os alunos possam
utilizá-lo como princípio geral para outros contextos particulares.
A teoria do ensino desenvolvimental, como escreve Libâneo (2002, p.9) “sustenta a
tese que o bom ensino é o que promove o desenvolvimento mental, isto é, as capacidades e
habilidades de pensamento”. Conforme Davydov (1988, p.93) “a base do ensino
desenvolvimental é o seu conteúdo e dele originam os métodos (ou modelos) de organização
de ensino”. Assim, “ao iniciar o domínio de qualquer matéria curricular os alunos, com a
ajuda dos professores, analisam o conteúdo do material curricular e identificam nele a relação
geral principal” (idem, p.94).
Nesse processo, Davydov defende uma forma de organização de ensino que supera os
métodos tradicionais, enfatizando o pensamento teórico do aluno pelo movimento de
ascenção do abstrato a concreto. Diferenciando assim dos direcionamentos via instâncias
superiores em que o foco não está no desenvolvimento de novas formações mentais, mas na
melhoria da qualidade da educação, a qual é mensurada por índices quantitativos.
Conclusões
O que se espera desta pesquisa é produzir uma análise crítica acerca das
possibilidades e desafios de se organizar o ensino em uma sociedade neoliberal no
3072
contexto da escola pública estadual. Compreendendo assim, que a teoria do ensino
desenvolvimental permite aprofundar nas ações didáticas capazes de promover o
desenvolvimento dos sujeitos. Este estudo pode fornecer elementos que podem contribuir para
os professores, e ao mesmo tempo, ampliar a reflexão didática sobre a teoria do ensino
desenvolvimental.
Referências Bibliográficas
BOGDAN, Robert & BIKLEN. Nove questões freqüentes sobre a investigação Qualitativa.
In: Investigação Qualitativa em Educação: uma Introdução à Introdução à teoria e aos
métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.
FREITAS, Raquel Aparecida Marra da Madeira; ROSA, Sandra Valéria Limonta. Ensino
Desenvolvimental: contribuições à superação do dilema da didática. Educação & Realidade,
Porto Alegre, v. 40, nº 2, p. 613-627, abr./jun. 2015.
KOSIK, K.; TORÍBIO, A. Dialética do concreto. 2ª edição. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra,
1995.
3073
LIBÂNEO, José Carlos. Didática Velhos e Novos Temas. Edição do Autor, 2002.
3074
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3075 - 3080
Nontrivial solutions for some fourth order superlinear elliptic problems under Navier
conditions
Introduction
.
α∆2u +β∆u = f (x,u) in Ω,
u = ∆u = 0 on ∂Ω, (1)
Fourth elliptic problems are modeled in the working space H = H01(Ω)∩H2(Ω). This space
is an Hilbert space endowed with the inner product
(u,v)= ¸
α∆u∆v−β∇u∇vdx,u,v ∈ H . (2)
Ω
The weak solutions for problem (1) are precisely the critical points for the functional of C1 class
I : H → R given by
3075
¸u
where the primitive for f is denoted by F(x,u) = 0f(x,t)dt x ∈ Ω, t ∈ R. For further results
on fourth elliptic problem we refer the reader to [?], [?], [?] and[?].
f (x,t) = ∞ uniformly in Ω;
( f1) lim
t
|t|→
∞
f (x,t)
( f2) lim = f0 < λ1(αλ1 − β) uniformly in Ω; λ1 ∈ (−∆, H1(Ω))
t
|t|→
0
0
In this work is not required that f satisfy the Ambrosetti-Rabinowitz conditionin (AR) condi-
tion, says that: There are θ > 2 and R > 0 such that
In theory there are several examples of functions that do not meet such condition,for example
we cite the function f (t) = tln(1 +|t|) which does not satisfy (AR).
At this moment we shall consider the following condition nonquadraticity condition at infi-
nity introduced by Costa and Magalha˜es given in the following way
3076
Now we shall consider the Mountain Pass Theorem, under the Cerami condition, writing
our main first result in the followingform
Teorema 0.1. Suppose that f satisfies ( f0), ( f1), ( f2) and (NQ). Then problem (1) admits at
least one nontrivial solution.
Now, using a truncation technique adapted for fourth elliptic problems, taking into account
the Strong Maximum Principle for elliptic equations we can be written our second result in the
following form
Teorema 0.2. Suppose that f satisfies ( f0), ( f1), ( f2) and (NQ). Then problem (1) admits at
least two nontrivial solutions u,w ∈ H satisfying u >0 and w <0 in Ω.
Using hypotheses (f0)−(f2) and the fact that f ∈C(Ω ×R,R),we deduce the following growth
(ε +f0) 2 p
|F(x,t)|≤ |t | +C |t | , ∀(x,t) ∈ Ω×R, (5)
2
holds true for any ε > 0 and for some C = C(ε) > 0.
Noticing the definition of I given in (3), it follows from (5) and Sobolev inequality that
. .
1 (ε+l 0 ) 2 p
I(u) ≥ − ||u ||H −C ||u ||H .
2
2µ . .
. ε0
1 ε0
.1/p−2
hods for some positive constant C > 0. Now we define r = and ρ =r 2
4µ1 4µ1
µ1 −f0
C
2
where ε0 = > 0. Under theses conditions, for any ε ∈ (0,ε0), we infer that
3077
This shows the first statement in the mountain pass geometry.
From now on, using condition ( f1) and the continuity of F, there exist R > 0 and CR < ∞ in
such way that
As a consequence there exists t0 > 0 large enough in such way that, considering R > µ1, we
obtain ||e||H = ||t0ϕ1||H > r and I(e) ¡ 0 for any t ≥ t0. These facts shows that I admitsthe
mountain pass geometry proving the existence of a Cerami condition (un) at the mountainpass
level c given by (Ce)c condition, therefore exist u ∈ H in such way that un → u in H . As a
consequence u is a critical point for I and I(u) ≥ ρ > 0. Hence u is a weak solution to the
elliptic problem (1). Here was used the fact that u = 0 and ∆u = 0 on ∂Ω which we prove in the
Appendix ahead. This ends the proof.
As a first step we shall consider v = −∆u in problem (1), i.e, we reduce problem (1) into the
following elliptic system
−∆u = v in Ω,
−α∆v− βv = f (x, u) in Ω,
u= v = 0 on ∂Ω. (7)
3079
Here we emphasize that u, v ∈ H1(Ω). Putting v− ∈ H1(Ω) as test function in the problem (7)
0 0
we observe that
¸ ¸ ¸ f (x,u)v−dx. (8)
α∇v∇v−dx−β vv− dx =
Ω Ω
Ω
Using the variational inequality for λ1 and the identity (8) we obtain
. .¸ ¸ ¸ ¸
β 2 2 2
At this moment we shall consider the function f +, i.e, we define the following truncation
.
f (x,t), if t ≥0
f +(x,t) = 0, if t <0.
Using the same ideas discussed above and changing the function f by f + we get the following
estimate . .¸ ¸
β 2 + −
0≤ α− λ |∇v−| dx ≤ f (x,u)v dx. (9)
1 Ω [v<0
]
.
−∆u = v <0 in [v<0]
(10)
u= 0 on ∂[v < 0],
where we define [v <0]={x ∈Ω: v(x)<0}. Using the strong maximum principle , we mention
3080
also that (10) says that u < 0 in [v < 0]. As a consequence, using the last assertion, we know
that
¸ ¸ ¸
f +(x,u)v−dx + f +(x,u)v−dx
f +(x,u)v−dx =
[v≥0
Ω
[v<
]
0]
¸
= f +(x,u)v−dx = 0
[v<0]
Therefore, the estimate (9) together with the variational inequality for λ1 imply that
. .¸
β 2
0≤ α− λ |∇v−| dx ≤0.
1 Ω
Using one more time the strong maximum principle we easily seen that u > 0 in Ω, i.e, we
guarantee that problem (1) admits at least one positive solution. Analogously, using the strong
principle strong maximum twice we obtain a second solution w ∈ H01(Ω) to the elliptic problem
(1) satisfying w < 0 in Ω. Here was used the fact that f − is also a continuous function. This
ends the proof.
3081
Referências
[1] Filippo Gazzola and Raffaella Pavani, Wide oscillation finite time blow up for solutions to
nonlinear fourth order differential equations, Archive for Rational Mechanics and Analysis
207 (2013), no. 2, 717–752.
[2] JVA Goncalves, Edcarlos D Silva, and Maxwell L Silva, On positive solutions for a fourth
order asymptotically linear elliptic equation under navier boundary conditions, Journal of
Mathematical Analysis and Applications 384 (2011), no. 2, 387–399.
[3] Anna Maria Micheletti and Angela Pistoia, Nontrivial solutions for some fourth order semi-
linear elliptic problems, Nonlinear Analysis: Theory, Methods & Applications 34 (1998),
no. 4, 509–523.
[4] Yang Pu, Xing-Ping Wu, and Chun-Lei Tang, Fourth-order navier boundary value pro-
blem with combined nonlinearities, Journal of Mathematical Analysis and Applications
398 (2013), no. 2, 798–813.
3082
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3084 - 3088
JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS
Objetivou-se, com este trabalho, relatar as diferenças entre os aspectos clínicos que
rebanhos taurinos e zebuínos demonstram durante surto de tripanossomose bovina.
METODOLOGIA
3084
ocorrência ao Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e ao Hospital Veterinário
da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Realizou-se visitas
técnicas à estas propriedades onde foram observados aspectos clínicos dos bovinos
afetados pela doença, bem como colheita sangue venoso para confirmação da enfermidade
por meio de diagnóstico laboratorial.
Todas as amostras sanguíneas foram analisadas por método de diagnóstico
parasitológico direto através da confecção de extensão sanguínea corada com Giemsa. A
identificação do parasito foi realizada a partir de observação morfológica (HOARE, 1972
).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre maio de 2015 e janeiro de 2016, foram realizadas cinco visitas técnicas para
confirmação do surto de tripanossomose bovina e observação dos aspectos clínicos dos
animais afetados por Trypanosoma vivax.
Dentre os surtos observados, a maior parte dos casos (4/5) ocorreu em rebanho
formado por animais da raça Girolando, que possuem características predominante de
3085
taurinos. Apenas uma propriedade com gado zebuíno Gir foi detectada com a doença entre
o período estudado. doença em animais Nelore (PAIVA et al., 2009) e Brahman
(LINHARES et al., 2006). Contudo, este é o primeiro registro que relata a doença em
animais da raça Gir em Goiás.
Com relação aos aspectos clínicos observados, lacrimejamento, perda de apetite,
decúbito, andar cambaleante, queda na produção de leite, anemia e morte já foram reportados
por outros autores durante investigação da doença em animais Girolando (ABRÃO et al.,
2009). Mas, apesar de alguns sinais serem semelhantes em zebuínos Gir, a severidade dos
sinais clínicos foi inferior.
Animais da raça Gir apenas apresentaram lacrimejamento e queda na produção de
leite. Este ultimo fator foi o que levou o proprietário a suspeitar da doença. Ainda, não
houve morte dentre os animais Gir, por outro lado, em todas as propriedades com animais
Girolando registrou-se morte antes da confirmação diagnóstica.
3086
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
6- PAIVA, F.; LEMOS, R.A.A.D.; NAKASATO, L.; MORI, A.E.; BRUM, K.B.;
BERNARDO, K.C. Trypanosoma vivax em bovinos no Pantanal do Estado do Mato Grosso
do Sul, Brasil: Acompanhamento clínico, laboratorial e anatomopatológico de rebanhos
infectados. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v. 9, n. 2, p. 135-
41, 2000.
3087
7- SILVA, A.S.D.; COSTA, M.M.; POLENZ, M.F.; POLENZ, C.H.; TEIXEIRA, M.M.G.;
LOPES, S.T.D.A.; MONTEIRO, S.G. Primeiro registro de Trypanosoma vivax em
bovinos no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência rural, Santa Maria, v. 38, n. 8, p.
2550-4, 2009.
3088
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3089 - 3094
Resumo: Este trabalho prop˜oe metodologia baseada nas conex˜oes do sistema para calcular sua
complexidade. É proposto o estudo de caso do centro de distribuição, simulado como sistema
a eventos discretos. Os resultados obtidos apresentam o comportamento da complexidade e da medida de
desempenho para diversas combina¸c˜oes de recursos. As oscila¸c˜oes nas medidas de complexidade referem-
se `asvaria¸c˜oes no nu´mero do recurso mais sens´ıvel.
1 Introdu¸c˜ao
O comportamento dos sistemas no tempo pode ser investigado a fim de verificar regularidades, relac¸o˜es,
hierarquia. Em muitos sistemas, verifica-se alta variabilidade em seus paraˆmetros, caracter´ıstica esta que os
define como complexos para Per Bak [1]. Este tipo de sistema ´ena˜o-linear, hiera´rquico, emergente e auto-
organiza´vel [3], ou seja, possui varia´veis que po- dem emergir a qualquer momento e assumir diferentes
n´ıveis de importaˆncia na dinaˆmica do sistema, produzindo comportamento de dif´ıcil previsa˜o.
3sgmoliveira92@gmail.com,
4gcruzjr@gmail.com, 5bernardoaraujor@gmail.com,
6wpcalixto@gmail.com
3089
Em sistemas complexos, considera-se que o todo ´e mais que a soma da partes, pois as
propriedades do conjunto n˜ao s˜ao facilmente inferidas a partir das propriedades das partes e das leis
de suas interações [8]. Assim, diversas métricas tem sido criadas para quantificar a complexidade.
Para Lloyd [5], estas métricas são desenvolvidas para expressar: i) dificuldade de descrição, ii)
dificuldade de criação ou iii) grau de organização do sistema em análise.
A proposta deste trabalho é apresentar métrica de complexidade de sistemas baseada nas conexões.
A Seção 2 e Seção 3 apresentam o problema e metodologia empregada para medir complexidade,
respectivamente, e os resultados obtidos, na Seção 4.
2 Problema
3 Metodologia
Com base em estudos de Mecˆanica Estat´ıstica, Shannon [7] define a entropia na troca de in- forma¸c˜ao.
Lemes [4] adapta a modelagem de Shannon para medir a complexidade das conexo˜es dos sistemas. A
3090
metodologia do presente trabalho baseia-se na modelagem de Lemes [4] para mensurar a complexidade
de sistemas reais, por´emdesconsidera a troca de informac¸a˜oentre os seus elementos. A m´etrica proposta
mapeia as conex˜oes ativas no sistema em determinado momento t, expressas por meio da matriz M de
relacionamento entre recursos, entidades e fila [6]. Desta forma, pode-se mensurar a complexidade de
qualquersistemarealutilizando as expresso˜es (1) e (2).
p(c)i = (2)
e · (nr + nf
)
onde: e e´ o número de entidades que cada recurso pode atender, nr é o número de recursos, nf é o
número de filas, p(c)i é a probabilidade de que a conexão i ocorra e ρ, o número de conexões ativas
no instante t, expresso em (3).
k · ne
. nc (3)
ρ= j
j
j=1
3091
onde: k é o número de estados das entidades, ncj é o número de conexões ativas por entidade no
estado j e nej é o número de entidades no estado j.
Para este estudo de caso, considera-se como medida de desempenho o tempo de entrega te dos pedidos,
que corresponde ao tempo gasto desde a chegada do pedido ao Centro de Distribuic¸a˜o at´eo momento em
que ´eentregue ao destinata´rio, compreendendo o tempo de espera em fila, de carregamento do pedido e
de transporte.
A medida de complexidade ´ecalculada pela express˜ao (1). As conex˜oes ativas ρ s˜ao mape- adas com
base nos estados pf , pc e pt, que correspondem aos pedidos em fila, em carregamento e sendo
transportados, respectivamente. O nu´mero de conexo˜es ativas ´e determinado por (3), sendo que cada
pedido no estado pf acrescenta uma conex˜ao ao sistema (com o pedido a`sua frente), o pedido no estado
pc acrescenta trˆesconex˜oes (uma com a doca, uma com o caminh˜ao e uma com a equipe de carregadores)
e cada pedido no estado pt contribui com uma conex˜aono sistema (com o caminh˜ao).
A probabilidade de ocorrência de conexão no Problema do Centro de Distribuição é dada pela
expressão (2), sendo que o número de entidades e que cada recurso pode atender é igual ao número
total de pedidos no sistema no instante t, considerando que cada entidade (pedido) pode ser atendida
por qualquer recurso do sistema. Portanto e é a soma de npf , npc e npt .
Neste modelo, nr ´e igual a soma do n´umero de docas, caminh˜oes e equipes de carregadores.
O valor de nf corresponde ao nu´mero de filas adotado na modelagem do sistema, neste caso, uma fila.
Considerando configurac¸˜ao de 6 pedidos com 1 doca, 2 caminh˜oes e 1 grupo de carregadores, pode-se em
algum instante t deste sistema, montar a seguinte matriz de relacio- namento M expressa em (4), na
qual as colunas representam os pedidos, de P1 a P6, e as linhas representam a fila (Q) e os recursos: doca
(D), caminho˜es (C1 e C2) e grupo de carregadores (G), nessa ordem.
0 0 1 1 1 1
0 1 0 0 0 0
0 1 0 0 0 0
M = 1 0 0 0 0 0
0 1 0 0 0 0
3092
Em (4), verifica-se que o pedido P1 esta´ sendo transportado no caminha˜o C2, o pedido P2 esta´ sendo
carregado pelo grupo de carregadores G no caminha˜o C1 estacionado na doca D e os pedidos P3, P4,
P5 e P6 esta˜oaguardando em fila. O nu´merode conexo˜es ativas pode ser computado a partir da matriz M.
4 Resultados
O modelo do Centro de Distribuição, apresentado na Seção 3.2, foi simulado com a seguinte dinâmica
de operação: 1) a chegada dos pedidos ocorre em intervalos de tempo t1 com taxa mé dia de 120
minutos, seguindo distribuição exponencial; 2) o carregamento de cada caminhão dura certo tempo t2 ,
conforme distribuição normal com média de 100 minutos e desvio-padrão de 30 minutos; 3) quando um
caminhão sai para realizar a entrega, a doca e a equipe de carregadores são liberados para novo
carregamento; 4) o transporte de cada pedido até o destinatário realiza-se em perı́odo de tempo t3 ,
distribuı́do uniformemente no intervalo de 120 a 240 minutos; 5) após a entrega, o caminhão vazio
retorna ao Centro de Distribuição durante perı́odo de tempo t4 , que segue a mesma distribuição
probabil´ıstica de t3.
A quantidade de docas, de caminh˜oes e de grupos de carregadores utilizada na simulac¸˜ao variou de
1 a 10, de 1 a 15 e de 1 a 10, respectivamente, caracterizando, portanto, 1500 cen´arios diferentes. A
simula¸c˜ao foi realizada por 180 dias para cada cena´rio, considerando 24 horas de opera¸c˜ao dia´rias e que
cada caminha˜o ´e carregado com apenas um pedido por vez. Nos 1500 cena´rios simulados, foram
calculados o tempo de entrega te, em minutos, e a complexidade γ(d) dosistema.
Os valores normalizados de te e γ(d) para todos os cena´rios simulados s˜ao apresentados na Fig. 1.
Como a simulac¸a˜o ´ea combinac¸a˜o dos recursos, docas, caminho˜es e grupos de carre- gadores, nesta ordem,
na Fig. 1, os picos de te (em azul) e γ(d) (em vermelho) correspondem a`s combinac¸˜oes em que havia
mudanc¸a no nu´mero de docas e apenas um caminha˜o sendo utilizado. Entre os valores 0.1 e 0.3 de γ(d), as
oscilac¸o˜esreferem-se `asvariac¸˜oes no nu´mero de caminh˜oes, indicando maior sensibilidade neste paraˆmetro do
sistema.
3094
Figura 1: Relação entre Tempo de Entrega e Complexidade
A menor complexidade encontrada nos 1500 cen´arios ´e γ(d) = 0.2697, que corresponde ao
terceiro menor tempo de entrega e ao cenário com o número máximo de recursos disponı́veis. O pior
tempo de entrega, te ≈ 340 vezes maior que o menor tempo, ocorreu em 100 cenários
diferentes, como ilustrado na Fig. 1, nos picos, visto que cada pico refere-se a 10 cenários, com
apenas um caminhão na configuração. A maior complexidade obtida γ(d) = 2.7906 corresponde
ao pior tempo, uma vez que o c´alculo tanto do tempo de entrega quanto da com- plexidade considera a
permanˆencia dos pedidos na fila. Como cada pedido em fila corresponde a uma conex˜ao, quanto maior
a fila, maior ser´a o tempo te e maior ser´a a complexidade γ(d).
5 Conclusõ es
3095
Referˆencias
[1] BAK, P. How Nature Works: the science of self-organized criticality. Springer New York,
1996. [2] CHWIF, L., MEDINA, A. C. Modelagem e Simulac¸a˜o de Eventos Discretos:
Teoria & Aplica¸c˜oes. Campus-Elsevier, 4 ed., 2014.
[3] HOLLAND, J. H. Complexity: A very short introduction. Oxford University Press, 2014.
[6] SANTOS, L. et al. A methodology for calculation of complexity in systems: Case study.
IEEE Congreso Chileno de Ingenier´ıa El´ectrica, Electrˆonica, Tecnolog´ıas de la
Informaci´on y Comu- nicaciones, pp. 213–218, 2015.
3096
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3097 - 3107
Energia Eólica∗
Resumo: Considerando o atual apelo ambiental devido ao excessivo consumo de com- bust´ıveis fo´
sseis, torna-se relevante a pesquisa e o desenvovlimento de fontes limpas de energia (green power
sources) de forma a melhorar a preservac¸a˜ o ambiental. A energia eo´ lica tem se destacado e
tornado alvo de pesquisas neste cena´ rio de energias limpas. Ma´quinas ele´ tricas possuem suas
caracter´ısticas de reversibilidade e, operando como ge- radores, podem ser u´teis para aplicac¸a˜o em
energia eo´lica. O gerador a relutaˆncia chave- ado (GRC) possui uma se´rie de vantagens para esta
aplicac¸a˜o. Neste artigo, sa˜o apresen- tados resultados de simulac¸a˜o para um SRG considerando seu
acionamento. Me´todos de otimizac¸a˜o sa˜o aplicados com o objetivo de maximizar a poteˆncia gerada
elevando tambe´m o rendimento da ma´quina.
1 Introdução
A constante busca por fonte limpas de energia atualmente traz a necessidade de estudos e testes
relacionados a fontes como solar e eo´lica. Ale´ m disso, as mudanc¸as clima´ ticas sa˜o fenoˆ menos
contemporaˆneos, o que torna a reduc¸a˜o de emissa˜o de gases um fator ne- cessa´ rio. De acordo com
[1], as pesquisas existentes mostram que nas de´cadas passadas a energia eo´ lica tem se tornado um
dos to´ picos mais discutidos ao redor do mundo.
3097
Este tipo de fonte de energia possui va´ rias vantagens, tais como[8]:
• os danos ambientais sa˜o m´ınimos quando comparados aos danos gerados por outras fontes de
energia;
Contudo, existem pontos de investigação associados às máquinas elétricas empregadas nos
sistemas de geração eólica. As máquinas mais comumente utilizadas são o gerador
a ı́mã permanente [2] e o gerador de indução duplamente excitado [3]. Neste artigo os
resultados de simulac¸a˜ o sera˜ o apresentados considerando um gerador a relutaˆ ncia cha- veado
operando com controle de poteˆ ncia e otimizac¸a˜ o dos aˆngulo de chaveamento de seu conversor de
rorma a proporcionar melhor desempenho em um sistema de energia eo´lica.
As ma´ quinas de relutaˆ ncia chaveadas possuem rotor com auseˆ ncia de enrolamentos. Os
enrolamentos das fases sa˜ o concentrados apenas no estator. Tanto o rotor quanto o es- tator sa˜ o
constitu´ıdos de material ferromagne´ tico e possuem po´ los salientes. Assim, a ma´quina torna-se
adequada para a operac¸a˜ o em uma ampla faixa de velocidade. Existem va´ rias configurac¸o˜ es e
topologias para este tipo de ma´ quina [4]. Como exposto anterior- mente, os enrolamentos das fases
esta˜ o concentrados apenas no estator. Assim, para um GRC 6x4, existem treˆ s fases. Esses
enrolamentos devem ser energizados individualmente. A aplicac¸a˜ o de energia em cada fase e´
proporcionada por um conversor de poteˆncia, como ilustrado na Fig. 1 [4].
3098
Figura 1: Exemplo de conversor de potência para o GRC.
tor e do estator quando uma fase é energizada. Esta condição estabelece um circuito
magné tico de má xima indutâ ncia (e mı́nima relutâ ncia. Por outro lado, se energia mecâ nica é aplicada
ao eixo da má quinas, a energizaçã o das bobinas proporciona um conjugado res- taurativo resultando
em uma forç a contra-eletromotiz, possibilitando a geraçã o de energia. Dessa forma, é necessá rio
conhecer a posiç ã o instantâ nea do rotor de forma a acionar o conversor da Fig. 2 no momento
adequado para motorização ou para geração de energia. O perfil de indutâ ncia por fase é ilustrado an
Fig. 2.
3099
O eixo do GRC normalmente possui sensores ó pticos acoplados para indicar a posiçã o instantâ
nea do rotor, possibilitando a má quina operar em ambas as condiç õ es ilustradas na 3. O conjugado
produzido pela máquina na operação como motor é dado por (1) [5].
1 2 dL
T= i (1)
2 dγ
a posição angular do rotor. Assim, 1 indica que a produção de conjugado ocorre quando
a bobina de uma fase é energizada durante o aumento de sua indutância com a posição
angular. Contudo, se uma má quina primá ria proporciona conjugado ao eixo do GRC, a aplicação
de corrente, via conversor de potê ncia (Fig. 2), durante o decrescimento da indutâ ncia da
respectiva fase com a posiçã o angular, o conjugado restaurativo é convertido em energia elé trica, a
qual pode ser direcionada para uma carga pelo pró prio conversor. Neste caso, a má quina opera
como gerador. Alé m disso, o GRC proporciona energia na forma CC, eliminando a necessidade de
um conversor CA-CC para posterior regulação de frequência e conexão à rede.
3 Metodologia
3100
(γoff ) foi estabelecido como sendo de 30 graus mecânicos. Este valor para (γoff ) é
adequado para ma´ quinas de configurac¸a˜ o 6x4, conforme indicado em [6]. Para todas as
simulac¸o˜ es deste trabalho, a carga aplicada ao gerador possui caracter´ıstica puramente resistiva e de
valor 269 Ω. O teste inicial da simulac¸a˜ o aplica uma tensa˜ o de excitac¸a˜ o de 140 V , em malha
aberta, proporcionando uma poteˆ ncia gerada de 1056,93 W . para esta caso, o rendimento da ma´
quina e´ de 0,82, considerando a raza˜ o entre a poteˆ ncia ele´trica de sa´ıda e a soma das poteˆncias ele´
trica e mecaˆnica de entrada. Este resultado e´ilustrado na Fig. 3.
3101
4 Resultados de Simulação
f(γon ,γoff ) = 1 −
n (2)
n é o rendimento do GRC. Com o objetivo de melhorar o rendimento do GRC, foi aplicado um mé
todo heurı́stico de otimização, mais especificamente o algoritmo genético. Este
método foi aplicado com o objetivo de encontrar os melhores valores para os ângulos
de chaveamento γ0n e γoff para cada fase. O algoritmo genético foi simulado com uma população inicial
de 20 indivı́duos. Esses valores iniciais são os mesmos apresentados anteriormente, com um ângulo de
condução de 30◦ : i) γonC = 30◦ e γoffC = 60◦ , ii) γonB = 60◦ e γoffB = 90◦ e iii) γonA = 90◦ e γoffA =
120◦ . A taxa de mutação empre- gada foi de 1% para a geração inicial e 80% para a população final. Taxa de
cruzamento foi definida como 80% e 15% para as gerações inicial e final, respectivamente.
3102
A geraçã o ma´ xima foi definida como 100 e o operador de mutac¸a˜ o foi ajustado como na˜ o-
uniforma [7]. Um controlador PI foi implementado de forma que a sa´ıda do GRC pudesse ser man-
tida constante em 1000W atrave´ s do controle da tensa˜ o de excitac¸a˜ o. A Fig. 5 ilustra a evoluc¸a˜o do
algoritmo para esta otimização.
aproximadamente 18%. Os aˆngulos de chaveamento encontrados foram: i) γonC = 29, 22◦ e γoffC =
54, 46◦, ii) γonB = 58, 01◦ e γoff B = 83, 50◦ e iii) γonA = 86, 00◦ e γoff A = 113, 62◦. A poteˆncia
me´dia gerada e´ilustrada na Fig. 6.
3103
A Fig. 6 apresenta a tensã o gerada considerando a atuaçã o do controlador PI de excitação e
os â ngulos de chaveamento convencionais, apresentados anteriormente. Com o controle, a tensã o de
excitaçã o foi ajustada para 519V e com a otimizaçã o dos â ngulos de chaveamento nã o houve
mudança significativa neste valor. A potência média de saı́da é ilustrada na Fig. 7.
Como ilustrado na Fig. 7, a poteˆncia de sa´ıda alcanc¸a o setpoint estabelecido para o controlador
PI proporcionando 100W na sa´ıda do GRC. Comparando as figuras 6 e 8 observa-se uma mudanc¸a
no comportamento transito´ rio com a alterac¸a˜ o dos aˆngulos de chaveamento, obtidos pós otimizaçã
o. A Fig. 8 ilustra a potência de entrada (potência de excitação) do requerida pelo GRC.
3104
A potência de entrada (excitação) é maior quando os ângulos de chaveamento otimi-
É necessário uma potência elétrica de entrada de PEXC = 590,49W com os ângulos oti-
mizados, enquanto que com os â ngulos convencionais a potê ncia elé trica necessá ria para excitaçã o é
de PEXC = 561, 49W . Testes valores correspondem a um aumento de 5%. Este aumenta impacta
diretamente o rendimento da má quina. Poré m, a potê ncia mecâ nica re- querida para geraç ã o dos
1000W na sa´ıda ´emenor, conforme ilustra a Fig. 9.
Como apresentado na Fig. 9, a potência mecânica necessária para geração dos 1000W
3105
Figura 10: Rendimento do GRC.
5 Conclusão
A otimizac¸a˜ o foi aplicada nos aˆ ngulos de chaveamento de seu conversor de poteˆ ncia de forma a
manter constantea poteˆncia ele´trica gerada. Com a otimizac¸a˜ o, muito embora haja um aumento na
poteˆncia ele´trica necessa´ria para excitac¸a˜o da ma´quina, ha´ uma reduc¸a˜o maior na poteˆncia mecaˆnica
no eixo do GRC, proporcionando uma elevac¸a˜o do rendimento global do gerador de n = 0,809 para n
= 0,868.
3106
Referências
[1] Z. Qixue. A small single-phase switched reluctance generator for wind power generation.
ICEMS 2001 proceeding of the fifth international conference electrical machines and
systems. 2001. VOL 2. Aug 2001 pages 1003-1006.
[2] M. Nassereddine, J. Rizk, and M. Nagrial. Switched Reluctance Generator for Wind Power
Applications. World Academy of Science, Engineering and Technology International Journal
of Mechanical, Aerospace, Industrial, Mechatronic and Manufacturing Engineering Vol:2,
No:5, 2008.
[4] Juha Pyrhonen. Electrical Drives. LUT (Lappeenranta University of Technology), Department
of Electrical Engineering. Finland.
[5] Araujo, W. R. H.; Ganzaroli, Cleber A. ; Calixto, Wesley P. ; Alves, Aylton J. ; Viajante,
Ghun- ter P. ; Reis, Marcio R. C. ; Silveira, Augusto F. V. Firing angles optimization for
Switched Reluctance Generator using Genetic Algorithms. In: 2013 13th International
Conference on Environment and Electrical Engineering (EEEIC), 2013, Wroclaw.
[6] T. J. E. Miller. Switched Reluctance Motors and Their Control. Oxford, U.K.: Clarendon,
1993. [7] Michalewicz, Zbigniew. genetic algorithms + data structures = evolution programs.
Springer,
(1996).
[8] G. Sindoni, C. Paris, C. Vendittozzi, E. C. Pavlis, I. Ciufolini, A., Paolozzi, ?The contribution
of LARES to global climate change studies with geodetic satellites,? Proceedings of the
ASME 2015 Conference on Smart Materials, Adaptive Structures and Intelligent Systems
SMASIS, September 21?23, 2015, Colorado Springs, Colorado, USA, Paper No.
SMASIS2015-8924, pp. V002T04A010; 7 pages,doi:10.1115/SMASIS2015-8924
3107
Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2016) 3107 - 3112
RESUMO: Este trabalho resulta de um dos estágios da etapa final da pesquisa de mestrado
desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de
Goiás (PPGEO/IESA/UFG), defendida em 2015. Neste são apresentados os resultados
referentes às analises físico-química da água de duas bacias hidrográficas localizadas no
município de Aparecida de Goiânia/GO, a saber, a bacia hidrográfica do córrego Almeida e a
do córrego Santa Rita. Para isso foram escolhidos três pontos de amostragem: um na bacia
do córrego Almeida, outro na bacia do córrego Santa Rita e o terceiro na confluência das
duas bacias de drenagem. Esta análise considerou a avaliação dos seguintes parâmetros:
turbidez, cor, pH, ferro, dureza, cloretos, alcalinidade, oxigênio consumido, CO2 livre,
condutividade elétrica e sólidos totais dissolvidos. A partir disso, foi possível verificar o nível
de poluição e contaminação da água e identificar os principais usos que contribuem para
alteração do ambiente e, consequentemente, da qualidade da água nessas bacias de drenagem.
1. INTRODUÇÃO
3108
na Região Metropolitana de Goiânia em termos populacionais e econômicos. Em 2010
dispunha de um total de 455.657 habitantes (IBGE, 2010). Atualmente, a população está
estimada em 521.910 habitantes, com uma densidade demográfica de aproximadamente
2. METODOLOGIA
3109
Os resultados de laboratório foram comparados com as normas estabelecidas pela
resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação
dos corpos de água e dá as diretrizes ambientais para o seu enquadramento (BRASIL, 2005), e
com as normas instituídas pela portaria 2.914 do Ministério da Saúde de 12 de dezembro de
2011, que dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para o
consumo humano e seu padrão de potabilidade (BRASIL, 2011), tendo em vista que as águas
das bacias são usadas para diversos usos, inclusive o uso direto e indireto para o consumo
humano.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3110
carro), além de chácaras, condomínios residenciais, ocupações irregulares, entre outros.
No período seco estiveram fora da legislação os parâmetros turbidez, cor e ferro
(Portaria 2.914). No tocante à CONAMA 357, houve incompatibilidade legal nos parâmetros
cor, ferro e condutividade. No período chuvoso não atenderam às normatizações os
parâmetros turbidez, cor e ferro (Portaria 2.914). No que diz respeito à resolução CONAMA
357, os valores que ficaram acima do permitido foram os parâmetros condutividade e ferro.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
3111
cargas orgânicas e inorgânicas de fontes pontuais e difusas, seguido das águas do ponto 3 e
por último, com águas menos poluídas e contaminadas, as do ponto2.
Apesar de em alguns parâmetros nenhum dos pontos ter excedido os valores
estabelecidos pela legislação ambiental, eles foram correlacionados a fim de verificar qual se
encontra mais alterado. Mesmos nestes, chegou-se à conclusão de que foi o ponto 1. Somente
no parâmetro ferro total que o ponto 2 aparece com mais concentração do que os outros dois.
Diante disso, com base nos parâmetros físico-químicos e ambientais verificou-se que
as águas das bacias hidrográficas dos córregos Almeida e Santa Rita estão poluídas, porém
em níveis em que ainda é possível recuperação se forem tomadas as devidas providências de
fiscalização, controle egestão.
Portanto, há, indubitavelmente, relevante necessidade de se repensar a forma como se
dá o uso e a ocupação do espaço urbano do município de Aparecida de Goiânia, bem
como a gestão do meio ambiente urbano e de seus recursos naturais, a fim de dirimir
problemas socioambientais e, consequentemente, melhorar a qualidade e quantidade das
águas dos rios e córregos urbanos na perspectiva de manter o sistema hídrico em
funcionamento e, assim, elevar a qualidade socioambiental do espaço citadino (BELIZÁRIO,
2015).
REFERÊNCIAS
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