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6, Nº X, 2024
DOI: XXX | APC 4 AUT/15 PG: R$ 799,90
ISSN: 1541-1389
RESUMO
A radioterapia é a abordagem mais utilizada no tratamento do câncer de cabeça e pescoço. A radiação
utilizada não atinge apenas as células malignas, mas afeta as células saudáveis, provocando diversas
sequelas aos pacientes irradiados, principalmente na mucosa oral. O objetivo desse trabalho é mostrar
através de uma revisão integrativa da literatura, realizado nas bases de dados PUBMED E SCIELO a
importância da atuação do cirurgião dentista no manejo de pacientes oncológicos. Os resultados obtidos
destacaram que a presença regular do cirurgião dentista na rotina de cuidados de pacientes oncológicos,
pode significativamente melhorar sua qualidade de vida, de modo que possa prevenir e tratar possíveis
complicações bucais antes, durante e pós tratamento oncologico.
Palavras-chave: Radioterapia; Câncer cabeça e pescoço; Tratamento odontológico;
ABSTRACT
Radiotherapy is the most commonly used approach in the treatment of head and neck cancer. The
radiation used does not only reach malignant cells, but also affects healthy cells, causing various
consequences for irradiated patients, especially in the oral mucosa. The objective of this work is to show,
through an integrative review of the literature, carried out in the PUBMED and SCIELO databases, the
importance of the role of the dental surgeon in the management of oncology patients. The results obtained
highlighted that the regular presence of the dentist in the routine care of cancer patients can significantly
improve their quality of life, so that they can prevent and treat possible oral complications before, during
and after cancer treatment.
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necessário, eliminar fontes de infecção. Além disso, é crucial substituir restaurações
inadequadas, melhorar os ajustes protéticos deficientes e abordar extrações prévias. Essa
temática requer um estudo detalhado para aprimorar a prática dos profissionais nesta
área.
METODOLOGIA
Para realização desse estudo foi realizada uma revisão integrativa da literatura
através de trabalhos científicos que abordassem temas relacionados sobre tratamento
odontológico em pacientes submetidos a radioterapia em região de cabeça e pescoço.
Uma revisão integrativa é um método de síntese de evidências que visa reunir,
analisar e interpretar estudos relevantes de diversas abordagens metodológicas sobre um
determinado tema de pesquisa. O processo de revisão integrativa geralmente envolve
etapas como formulação da pergunta de pesquisa, busca e seleção dos estudos, extração
e análise dos dados, e síntese dos resultados de forma integrada.
O presente trabalho teve como pergunta de pesquisa: “Qual a importância do
atendimento odontológico em pacientes submetidos a radioterapia em região de cabeça
e pescoço?”
Os artigos integrantes desse trabalho foram obtidos por meio de buscas
realizadas nas seguintes bases de dados: Scielo, PubMed E Google Scholar. A seleção
dos artigos foi efetuada através dos Descritores em Ciência da Saúde (DECS):
Radioterapia; Câncer cabeça e pescoço; Tratamento Odontológico.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Quadro 2: Características dos estudos incluídos na revisão.
AUTORES/ANO OBJETIVOS
E1 QUISPE, et al. 2018 Este estudo examina o estado de saúde bucal de indivíduos que foram
tratados com câncer em cabeça e pescoço e compara com pacientes
sem histórico de câncer, a fim de identificar possíveis alterações após o
tratamento antineoplásico.
E2 LOPES, et al 2018 Analisar o impacto da aplicação tópica de flúor durante a radioterapia
de cabeça e pescoço na prevenção da cárie relacionada a radiação,
focando na remineralizarão do esmalte dentário.
E3 SANTOS, 2024 Esse estudo foi avaliar os principais efeitos colaterais da radioterapia
em aduldos que fizeram tratamento do câncer em cabeça e pescoço.
E4 OLIVEIRA, et al. 2018 O objetivo desse estudo é ressaltar formas de prevenção e tratamento
a pacientes oncológicos que são acometidos com mucosite oral.
E5 BEUREN, et al. 2023 O propósito desse estudo foi avaliar medidas preventivas não
medicamentosas e controle da mucosite bucal em pacientes
submetidos ao tratamento de câncer de cabeça e pescoço por meio
da aplicação da laserterapia de baixa intensidade.
E6 BARBIERI. T. COSTA, O objetivo desse estudo foi revisar as estratégias existentes para
K.C. GUERRA L.F.C. prevenir e tratar a xerostomia, com cuidados bucais, evitando e
2020 controlando infecções decorrentes da falta de higiene oral,
principalmente de pacientes oncológicos e em unidade de terapia
intensiva.
E7 CONCEIÇÃO, P. O objetivo deste trabalho é descrever a alteração de paladar e sua
K. D. M. 2020 relevância para nutrição de pacientes oncológicos e identificar as
condutas do cirurgião dentista frente a isso.
E8 RIBEIRO et al. 2021 O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão da literatura sobre
diversas abordagens terapêuticas odontológicas para pacientes
submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço.
E9 CASTRO et al. 2021 Este estudo busca evidenciar quais as melhores formas de
tratamento da xerostomia para pacientes oncológicos, pós
radioterapia em região de cabeça e pescoço.
E1 QUIRINO, E. C. S. Examinar as alternativas de tratamento para a condição de trismo em
0 2022 pacientes submetidos à radioterapia como parte do tratamento do
câncer de cabeça e pescoço.
E1 NOGUEIRA et al. Mostrar a importância do cirurgião dentista diante de complicações
1 2022 bucais de pacientes oncológicos.
E1 SILVA, E.M. 2022 O objetivo desta revisão de literatura foi avaliar a eficácia do uso
2 do laser de baixa intensidade na prevenção e melhoria da condição
dos pacientes oncológicos.
E1 BEZERRA, M. R. Destacar o protocolo de atendimento a ser aplicado em pacientes
3 B.2022 submetidos à radioterapia na região da cabeça e pescoço,para diminuir
os efeitos colaterais.
E1 ANDRADE, et al. 2024 O objetivo deste estudo é mostrar o papel crucial da odontologia
5
4 preventiva no cuidado de pacientes oncológicos, submetidos a
quimioterapia e a radioterapia em região de cabeça e pescoço.
Fonte: Autores 2024.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê que entre 2023 à 2025, serão
diagnosticados 39.550 novos casos de câncer de cabeça e pescoço (CCP) no Brasil. Esse
tipo de câncer abrange uma variedade de tumores que afetam a laringe, cavidade nasal,
nasofaringe, orofaringe, cavidade oral e glândulas salivares (QUISPE et al., 2018;
MOURA E MAFIOLETI 2019; SANTOS 2024).
Cerca de 70% dos pacientes diagnosticados, já se encontra em estágios
avançados da doença, ressaltando a importância do diagnóstico precoce para aumentar
as chances de cura. Uma compreensão detalhada das características específicas do CCP
por uma equipe multidisciplinar é crucial para prevenir e intervir nessa condição,
principalmente em relação aos fatores de risco associados (OLIVEIRA et al., 2018;
FERNANDES, 2020).
Quanto mais agressivo for o tratamento do câncer de cabeça e pescoço, maior
será o risco de complicações bucais, o que tem um impacto direto na qualidade de vida
dos pacientes, segundo Santos (2024), Oliveira (2020), Lopes et al. (2018), Souza
(2023) e Andrade et al. (2024). Isso ocorre porque essas complicações podem afetar os
hábitos alimentares, a nutrição e questões emocionais e sociais dos indivíduos afetados
apontam os seguintes autores Oliveira (2020), Beuren et al. (2019). As alterações na
função e na estrutura dos órgãos do sistema estomatognático afetados pelo câncer
podem causar dor, desconforto, ansiedade e depressão, gerando um grande desequilíbrio
na vida do paciente conforme estudos de PEREIRA et al. 2020; MOURA e
MAFIOLETTI, (2019).
Diversos estudos, realizados por diferentes autores, validaram a recomendação
de um protocolo odontológico, recomendado para todo paciente diagnosticado com
CCP, antes de iniciar o tratamento, durante e pós a radioterapia. No tratamento pré-
radioterapia, conforme indicado em estudos, o protocolo envolve uma série de
procedimentos, tais como exame clínico detalhado do paciente, avaliação radiográfica,
realização de extrações dentárias utilizando técnicas cirúrgicas menos invasivas sempre
que possível, tratamento endodôntico com apicectomia quando necessário, restauração
de lesões de cárie, substituição de restaurações infiltradas, correção de próteses
dentárias mal ajustadas, além de fornecer orientações específicas para o período de
6
radioterapia, incluindo dieta, hábitos de fumo, consumo de bebidas alcoólicas ou ácidas,
e instruções sobre o uso de escovas de dentes macias, pastas com flúor, fio dental e
escovas interdentais (NOGUEIRA et al. 2022; DE BORBA E COELHO 2022;
BEZERRA 2022).
Durante o tratamento, é fundamental que o dentista acompanhe regularmente as
condições bucais do paciente ao longo de todo o período de radioterapia, intervindo de
forma não invasiva conforme necessário (Bezerra, 2022; Andrade, 2024). A aplicação
tópica de flúor desempenha um papel crucial nesse contexto, ajudando a prevenir a cárie
por radiação, conforme ressaltado por Lopes et al., (2018) e Aguiar et al., (2021). Além
disso, a terapia com laser de baixa intensidade emerge como uma opção terapêutica
alternativa capaz de minimizar os efeitos colaterais nessa fase do tratamento
(OLIVEIRA et al., 2018; PEREIRA et al., 2020, SILVA 2022). O manejo e
acompanhamento do paciente pós-radioterapia é muito importante principalmente na
prevenção de cáries por radiação e casos de osteorradionecrose. (QUISPE et al., 2018;
LOPES et al., 2018; FERNANDES et al., 2020).
Segundo Moura e Mafioletti (2019), Barbieri, et al., (2020) e Conceição (2020) a
xerostomia é uma das principais condições bucais observadas em pacientes que passam
pelo tratamento antineoplásico, especialmente aqueles com câncer de cabeça e pescoço.
A xerostomia é definida pela sensação de boca seca, causada pela diminuição na
produção de saliva (BARBIERI et al.; 2020). Entende-se que a radiação resulta na perda
e atrofia das células acinares e 34 dos grânulos secretórios (PEREIRA et al., 2020;
CASTRO et al.; 2021; MIRANDA, 2021).
O tratamento da xerostomia é abrangente e oferece novas perspectivas futuras,
conforme evidenciado pelo estudo de Castro et al. (2021). Os métodos terapêuticos mais
comuns incluem orientações sobre a redução do consumo de substâncias que diminuem
a produção de saliva, especialmente produtos derivados de álcool e tabaco, além do uso
de saliva artificial e agentes sialagogos, como gomas de mascar sem açúcar, géis
umidificadores e drogas colinérgicas.
A American Dental Association (2021) apoia essas abordagens terapêuticas e
também recomenda evitar bebidas com cafeína, alimentos condimentados, e incentiva o
consumo de líquidos para manter a mucosa e os lábios hidratados, o uso de umidificador
durante a noite, a prática diária de uso de fio dental e uma correta higienização oral. A
Multinacional Association of Suportive Care in Câncer (MASCC, 2021), recomendou o
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uso da pilocarpina e cevimelina, pós radioterapia, pois estudos baseados em evidências
de alta qualidade, mostram a melhora da hipofunção da glândula salivar com o uso
desses medicamentos. Porém o uso desses fármacos é contraindicado em pessoas com
asma, glaucoma, rinites, e condições pulmonares e cardiovasculares, pois podem
apresentar efeitos adversos (MIRANDA 2021, SOUZA 2023).
A mucosite oral é um efeito adverso significativo, comumente observado em
pacientes submetidos a radioterapia voltada para região de cabeça e pescoço. Esta
condição se apresenta clinicamente através de lesões erosivas e/ou ulcerativas, as quais
podem resultar em dor e desconforto para o paciente sendo de leve a intenso. Esta dor
pode se intensificar consideravelmente, afetando a nutrição e qualidade de vida do
paciente, e em certos casos, levando à modificação ou interrupção do tratamento,
reduzindo o controle do crescimento da doença (OLIVEIRA et al., 2018; PEREIRA et
al., 2020, SILVA E CARVALHO 2022).
A Associação Multinacional de Cuidados de Suporte em Câncer e a Sociedade
Internacional de Oncologia Oral (MASCC/ISOO) oferecem diretrizes e intervenções
que orientam o manejo da mucosite oral por meio de medidas profiláticas. Entre esses
cuidados estão: orientações de higiene oral, visando reduzir infecções, crioterapia e a
fotobiomodulação, ou seja, tratamento com o laser de baixa potência. O uso de laser de
baixa intensidade tem demonstrando resultados satisfatórios tanto do ponto de vista
clínico quanto funcional, por isso tem sido sugerido como uma opção de tratamento
para a mucosite oral. Ele tem a capacidade de acelerar a cicatrização das lesões e reduzir
a intensidade da dor associada (REIS, 2019; SOUZA, 2023; SILVA E CARVALHO,
2022).
Contudo, devido à falta de padronização nos métodos de investigação, tanto
subjetivos quanto objetivos, são necessárias mais pesquisas para confirmar os benefícios
dessa abordagem terapêutica (PEREIRA et al., 2020). Em seu estudo Marques et al.
(2022), realizou uma revisão integrativa para avaliar o uso do própolis no tratamento e
prevenção da mucosite em pacientes submetidos a radioterapia, porém não encontrou
um protocolo reconhecido e recomendado pela Associação Multinacional de Cuidados
de Suporte em Câncer, apesar de ter obtido resultados promissores com a aplicação do
própolis.
O trismo é caracterizado pela incapacidade do indivíduo de abrir a boca
normalmente, devido a contração tônica de um ou mais músculos da mastigação, e pode
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também afetar a articulação temporomandibular. Essa condição é comumente observada
em pacientes que passaram por tratamento radioterápico para cânceres malignos na
região da cabeça e pescoço. Clinicamente, o paciente pode manifestar restrição na
abertura da boca, desvio durante a abertura, dor de ouvido e de cabeça, estalidos, além
de dor ao mastigar, portanto, o cirurgião-dentista deve estar preparado para aliviar esses
sinais e sintomas ( LOPES et al., 2018, ANDRADE et al., 2024).
Em seu estudo Quirino (2022), realizou uma revisão de escopo sobre possíveis
tratamentos existentes para o trismo pós radioterapia e constatou que as formas mais
utilizadas atualmente são a fisioterapia, administração de medicamentos,
fotobiomodulação utilizando laser de baixa potência, acupuntura e confecção de placas
estabilizadoras, entretanto, não encontrou um consenso estabelecido para determinar
uma conduta padrão. Andrade et al. (2024), concorda que não há um consenso sobre
qual abordagem é mais eficaz, pois a resposta individual dos pacientes pode variar.
É importante estar ciente das opções terapêuticas disponíveis para encaminhar os
pacientes a profissionais qualificados. São necessários mais estudos com evidências de
maior qualidade para validar o uso desses tratamentos sugeridos.
A cárie de radiação é uma das complicações que podem ocorrer após a
radioterapia na região da cabeça e pescoço, levando a uma deterioração da saúde bucal.
Normalmente, ela se inicia entre 6 e 12 meses após o término do tratamento
radioterápico, afetando cerca de 25% dos pacientes. As primeiras alterações costumam
surgir rapidamente e podem incluir áreas não convencionais, como a ponta das cúspides
ou cavidades próximas à linha da gengiva (LOPES et al., 2018; SOUZA, 2023).
O tratamento radioterápico emite radiações ionizantes que provocam alterações
na estrutura prismática do esmalte, resultando em microfissuras nos minerais de
hidroxiapatita. Isso reduz a dureza e a elasticidade do esmalte e da dentina, tornando-os
quebradiços e com uma coloração escura. Essas alterações geralmente não causam dor
aguda. Radiograficamente, a lesão apresenta uma forma irregular com aspecto
radiolúcido. Se não tratada, a lesão tem uma progressão rápida e pode atingir a polpa
rapidamente. O risco de desenvolvimento da cárie de radiação persiste ao longo da vida
dos pacientes após o término do tratamento radioterápico, o que pode reduzir sua
qualidade de vida. Portanto, os pacientes são aconselhados a visitar o cirurgião-dentista
a cada 4 a 6 meses para monitoramento e cuidados preventivos (LOPES et al., 2018;
NOGUEIRA et al., 2022; BEZERRA, 2022).
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Os estudos de Oliveira et al. (2020) e Silva e Carvalho (2022), estão alinhados
ao enfatizar a importância da prevenção da cárie por radiação. Ambos concordam que o
paciente deve receber tratamentos odontológicos, incluindo aplicações tópicas de flúor,
avaliações regulares das condições bucais e orientações sobre saúde e higiene oral, tanto
antes, durante quanto após a radioterapia. Essas medidas são cruciais para evitar as
lesões na cavidade oral associadas ao tratamento.
Conforme indicado pela pesquisa de Dornelas e Oliveira (2022), é recomendado
um tratamento odontológico preferencialmente minimamente invasivo para os dentes
afetados pela cárie decorrente da radioterapia, visando evitar a extração e, por
conseguinte, a ocorrência de osteorradionecrose. Apesar dos desafios enfrentados, como
o difícil acesso e a remoção completa do tecido cariado, a abordagem preferencial deve
ser a realização de restaurações com materiais contendo flúor, como o ionômero de
vidro, para prevenir o desenvolvimento de cáries secundárias ou recidivas. A
osteorradionecrose (ORN) é uma das complicações mais significativas e graves
associadas a radioterapia, caracterizada como uma forma de necrose isquêmica do osso.
O tecido ósseo demonstra uma maior resistência à radiação em comparação com outros
tecidos. No entanto, devido à redução da circulação sanguínea na área irradiada, ainda é
suscetível a problemas associados à radiação (LOPES et al., 2018; ARAUJO et al.,
2021).
A maioria dos casos de osteorradionecrose ocorre na mandíbula, seguida pela
maxila, como locais anatômicos afetados. Os elementos que aumentam a probabilidade
de desenvolvimento da ORN englobam o tipo de tratamento recebido pelo paciente, a
quantidade de radiação aplicada, a extensão da área irradiada, a falta de higiene bucal
adequada, hábitos que irritam a mucosa, como o consumo de álcool e tabaco, extrações
dentárias realizadas pouco antes, durante ou após o tratamento radioterápico,
desconforto gerado pelo uso de próteses e a presença de doença periodontal
(OLIVEIRA, 2020, RIBEIRO et al., 2021, SOUZA 2023).
Os indícios e manifestações da ORN podem surgir, como fístulas, trismo,
halitose, dificuldade de mastigação e deglutição, impacção alimentar, dor local e
drenagem purulenta (ARAUJO et al., 2021). No entanto, em alguns casos, a condição
pode ser assintomática, sendo a suspeita baseada unicamente na presença de osso
desvitalizado na área afetada (BORGES et al., 2018, RIBEIRO et al., 2021). Tratar essa
condição é desafiador, pois a literatura descreve uma ampla gama de técnicas, que vão
10
desde abordagens conservadoras até procedimentos cirúrgicos ressectivos. Não há um
protocolo de tratamento definido que seja aplicável a todos os casos; portanto, cada
paciente e situação devem ser avaliados individualmente (RIBEIRO et al., 2021,
LOPES et al., 2018).
No entanto, a literatura sugere que, inicialmente, a osteorradionecrose (ORN)
seja abordada de forma mais conservadora, envolvendo desbridamento da lesão,
limpeza com soluções 38 antimicrobianas, bochechos com gluconato de clorexidina
0,12%, cessação do tabagismo e do consumo de álcool, higienização oral rigorosa, uso
de antibioticoterapia (local ou sistêmica), anti-inflamatórios, remoção de sequestros
ósseos e terapia fotodinâmica (PEREIRA et al., 2020; RIBEIRO et al., 2021. )Para as
variadas lesões bucais apresentadas por pacientes oncológicos, existem múltiplas opções
de tratamento, sendo papel do dentista determinar a melhor abordagem para cada
condição individual (NOGUEIRA et al., 2022; SILVA E CARVALHO, 2022,
ANDRADE et al., 2024).
CONCLUSÃO
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