Aula 67 - Resposta Escrita A Acusação

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Resposta Escrita a Acusação


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RESPOSTA ESCRITA A ACUSAÇÃO

Resposta Escrita à Acusação


- Quais são os efeitos e/ou consequências da revelia no processo penal?

(i) Desnecessidade de intimação do acusado para a prática dos demais atos processuais!
– art. 367 CPP
– a intimação da defesa permanece

CUIDADO. Reconhecida a revelia, ocorre a desnecessidade de intimação do acu-


sado, mas há exceção. Exceção: Sentença condenatória ou absolutória imprópria (com
aplicação de medida de segurança) – nesse caso, mesmo diante da revelia, faz-se neces-
sária a intimação do acusado. Trata-se de sentença condenatória ou absolutória imprópria,
que reconhece a ausência de culpabilidade.
A medida de segurança é pautada na periculosidade.

 Obs.: Medida de segurança não é pena, mas é sanção penal.

Qual a justificativa dessa exceção? (Importante)! A ampla defesa.

 Obs.: provas da Magistratura, MP, Defensoria e Delegado – tema: Princípios do Processo


Penal – é um dos temas mais cobrados nas provas dessas carreiras. Dentre esses
princípios, os mais cobrados são “ampla defesa” e “nemo tenetur se detegere”.

A autodefesa (um dos aspectos da ampla defesa) envolve o direito ao confronto, direito
de presença, direito de audiência e a capacidade postulatória autônoma (possibilidade de,
concorrentemente, o próprio acusado interpor recurso – mesmo sem capacidade postulatória
tradicional).
5m
– Além da intimação do acusado revel, a defesa será intimada e poderá apresentar
recurso a despeito do desinteresse da parte em recorrer – o recurso prevalece (ver
Súmula do STF sobre esse assunto).

Em caso de sentença condenatória ou absolutória imprópria, que potencialmente ense-


jam recurso, o réu deverá ser intimado pessoalmente, independentemente da revelia.
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Controvérsia: nos processos originários dos Tribunais essa intimação deve ser aplicada?
– Entendimento prevalecente: a capacidade postulatória envolve os recursos para os
Tribunais, mas não para os Tribunais Superiores, contudo, há um precedente do
STF admitindo essa intimação.

(ii) Acusado Afiançado – Quebramento de Fiança (Vide art. 341 e 343 do CPP). Preso
com liberdade provisória e fiança. Sendo decretada a revelia, ocorre a quebra da fiança. Na
prática, enseja a perda de ½ do valor da fiança.
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3.4. RESPOSTA DA DEFESA À IMPUTAÇÃO (Resposta Escrita à Acusação, art.


396-A do CPP) no procedimento comum ordinário
- Momento/ Finalidade.

Momento: Inicial – recebimento – citação – resposta à acusação


Finalidade: primeira manifestação de defesa técnica

Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua
defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemu-
nhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.

A resposta à acusação é a primeira oportunidade de manifestação de defesa técnica.


Apesar de ser uma peça obrigatória, substancialmente, não precisa ser esgotada. A maior
parte dessas peças apenas delega para um momento posterior (alegações finais) a arguição
da matéria defensiva – a tendência é que a defesa se limite a afirmar que as considerações
defensivas serão apresentadas em momento posterior.
Na resposta escrita, o advogado do réu pode traçar a estratégia de defesa, arrolar teste-
munhas. Esse é o momento probatório idôneo e preclusivo para o ato.
15m
Há um debate se para a defensoria seria possível arrolar testemunhas posteriormente
a essa fase – Fauzi Hassan Choukr e Nereu Giacomolli defendem essa possibilidade. Eles
flexibilizam essa preclusão – quando a defensoria demonstrar que não houve contato satisfa-
tório com o réu seria possível justificar o atraso e arrolar testemunhas em momento posterior.
Nesse caso, em homenagem à ampla defesa, o juízo deveria aceitar esse pedido.
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STJ: se a defesa justificar a não indicação de testemunhas, é possível que o faça em


momento posterior, entretanto, o juiz não está obrigado a admitir, mas poderá fazê-lo e se o
fizer, não há que se falar em nulidade.

§ 1º A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.
§ 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor,
o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.

Houve citação, mas o acusado quedou-se inerte. O juiz nomeará defensor público ou
advogado dativo. Se for advogado dativo, apresentará a Resposta em 10 dias. Se for defen-
sor, o prazo será de 20 dias, pois apenas a Defensoria tem prazo em dobro no processo penal.
- Prazo (10 dias, em dobro para a Defensoria Pública). “Monopólio” do prazo em
dobro no processo penal é da defensoria, nem o MP, nem o advogado dativo têm
esse direito.
20m
- Esses dez dias são contados a partir de qual data quando o réu é citado por man-
dado ou por edital? NÃO CONFUNDIR COM O PROCESSO CIVIL! ATENÇÃO!

A teoria geral do processo civil não se confunde com a teoria geral do processo penal. No
processo civil, o prazo é contado a partir da juntada do mandado de citação aos autos. No
processo penal, o prazo é contado da intimação, conforme súmula 710 do STF.
Súmula 710 do STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e
não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.
- Quem pode apresentar resposta à acusação? Capacidade postulatória. Nesse
caso, não se trata de capacidade postulatória autônoma.

É uma peça obrigatória, que será apresentada por pessoas com capacidade postulatória
ordinária: advogados ou defensor público. Não é necessário ao defensor público inscrição na
ordem dos advogados.

ATENÇÃO
ao art. 394, parágrafo 4º do CPP: § 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Có-
digo aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não
regulados neste Código.
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As disposições delineadas para o procedimento comum ordinário serão aplicadas a todos


os procedimentos especiais do CPP e da legislação especial subsidiariamente, especifica-
mente a disposição dos artigos 395 a 398.

 Obs.: o artigo 398 foi revogado


25m

Art. 395: rejeição da inicial acusatória


Art. 396: recebimento e citação no procedimento comum, resposta à acusação
Art. 397: absolvição sumária

Importante:(a) Rejeição da peça acusatória (art. 395), (b) Recebimento e Citação (art.
396), (c) Resposta à acusação (art. 396-A) e (d) Absolvição Sumária (art. 397).
- E como fica a resposta à acusação nos procedimentos que preveem defesa
preliminar?

Em alguns procedimentos (por exemplo: lei de drogas ou lei 8038) ocorre: inicial + noti-
ficação para defesa prévia/preliminar (fase em contraditório). Após essa fase, o juiz recebe
ou rejeita a peça inicial acusatória. Se recebe, ocorre a citação. O art. 396 e art. 394 § 4º se
aplicam. Assim, ato contínuo, o réu será citado para apresentar resposta à acusação. Dessa
forma, em tese, a defesa se manifesta duas vezes: na defesa preliminar (arguindo matérias
do art. 395) e na resposta à acusação (arguindo as matérias do art. 397 + provas).
- Defesa Preliminar X Resposta à Acusação e o art. 394, § 4º.
- Agora, ao menos em tese, a defesa irá se manifestar 2 vezes! - Solução doutriná-
ria e jurisprudencial (STJ, Corte Especial no AgRg APN 697/RJ e STF, Pleno, na
AP 630 AgR/MG)

O sistema de justiça, em regra, é moroso e lento do ponto de vista da razoabilidade da


persecução e da apuração. Assim, colocar fases próximas de dupla manifestação defensiva,
apesar de parecer interessante, complica o andamento da marcha procedimental. Isso é
apontado por grande parte da doutrina e dos Tribunais.
Apesar da literalidade do art. 394, § 4º, a corte Especial do STJ apresentou a seguinte solu-
ção: na prática, o advogado deve apresentar a defesa preliminar, cindindo-a em duas partes:
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1. Teses que indicam que o recebimento da inicial acusatória é equivocado (hipóteses do


art. 395);
2. Teses que redundam na absolvição sumária do art. 397 (indicação das provas a serem
produzidas e rol de testemunhas)
30m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Pedro Coelho.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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