Recorrente: Criart Serviços de Terceirização de Mão de Obra Ltda Recorrido: Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Custos Legis: Ministério Público Estadual
EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO
ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO. ATRASO NO PAGAMENTO DE SALÁRIOS. FALTA LEVE. RECONHECIMENTO DO FATO PELA EMPRESA RECORRENTE. APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE ADVERTÊNCIA. TEOR EDUCATIVO E PREVENTIVO. RAZOABILIDADE. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. I. Trata-se de Recurso Administrativo, em trâmite perante o egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, interposto pela empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão-de-Obra LTDA., por intermédio do qual requesta seja reformada a decisão prolatada pela Presidência do Poder Judiciário Estadual que aplicou em seu desfavor a penalidade de advertência pelo descumprimento do disposto na Cláusula Terceira, "a", do Contrato nº 33/2013 (decisão à fl. 48). II. Compulsando os autos, especificamente o Memorando 041/2015, o pagamento do salário não foi efetuado pela empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão-de-Obra LTDA. para os terceirizados vinculados ao Contrato CT Nº 33/2013. III. Conforme se verifica do Memorando 041/2015 e a Informação nº 58/2015/DIVPES, a conduta omissiva da empresa em atrasar o pagamento dos salários de seus colaboradores, descumprindo assim obrigações assumidas, tem previsão contratual e decorre de sua inteira responsabilidade, uma vez que a responsabilidade primária pelo pagamento bem como fiscalização de sua efetivação recai sobre a empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão-de-Obra LTDA. IV. Ponha-se em friso, por pertinente, que a penalidade de advertência, imposta no caso concreto, encontra baliza tanto no art. 87, inc. I, da Lei n.º 8.666/93, não havendo, portanto, a meu sentir, violação a qualquer dos princípios administrativos, ou à razoabilidade ou proporcionalidade, não sendo demasiado lembrar ainda aqui que dentre as sanções previstas, a advertência é a mais tênue, pois utilizada para infrações leves. V. Recurso conhecido e não provido. ACÓRDÃO: ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda o Órgão Especial do
Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade dos votos, em conhecer do recurso interposto para negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Fortaleza, 28 de abril de 2022. FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO Desembargador-Relator ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO
RELATÓRIO
Trata-se de Recurso Administrativo, em trâmite perante o
egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, interposto pela empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão-de-Obra LTDA., por intermédio do qual requesta seja reformada a decisão prolatada pela Presidência do Poder Judiciário Estadual que aplicou em seu desfavor a penalidade de advertência pelo descumprimento do disposto na Cláusula Terceira, "a", do Contrato nº 33/2013 (decisão à fl. 48). Em suas razões (fls. 50/57), a empresa requerente aduz, em suma, a ausência de justa causa e ao final pugna pelo arquivamento do feito que aplicou a penalidade de advertência à recorrente. Decisão de fl. 76 confirmando a punição e recebendo a medida recursal em questão, nos termos do art. 178 do Regimento Interno do TJ/CE. Parecer Ministerial às fls. 100/101, em que aduz não caber ao Ministério Público atuar em decisões afetas a competência interna corporis do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. É o relatório. VOTO Tudo visto e examinado. Não se vislumbra vício capaz de inquinar nenhuma nulidade processual. Estão atendidos os requisitos próprios de admissibilidade, motivo de conhecer do presente recurso, a teor do art. 65 da Lei 9.784/99. O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará e a empresa Criart Serviços de Terceirização de mão de obra LTDA. celebraram entre si contrato de prestação de serviços de assistência médica preventiva e curativa, aos servidores do Poder Judiciário Cearense, por meio de médicos, enfermeiros, odontólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e auxiliares de saúde bucal. Compulsando os autos, especificamente o Memorando 041/2015 o pagamento do salário não foi pago pela empresa Criart Serviços de ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO
Terceirização de Mão-de-Obra LTDA. para os terceirizados vinculados ao Contrato CT Nº
33/2013. A empresa, então, foi notificada para se manifestar acerca do descumprimento da avença (fl. 12), sob pena de incorrer nas sanções contratuais. Em suas razões, a empresa Criart aduz ter ocorrido um hiato com a instituição Bradesco, ocasionando, assim, o atraso no pagamento dos profissionais. Todavia, verifica-se que a responsabilidade primária pelo pagamento bem como fiscalização de sua efetivação é da empresa Criart Serviços de Terceirização de Mão-de-Obra LTDA, razão pela qual em aprovação ao Parecer (fls. 45/48), foi aplicada a sanção de advertência, com amparo na Cláusula Terceira, "a", do Contrato nº 33/2013. A Cláusula Décima Terceira dispõe acerca das sanções administrativas a serem aplicadas à Contratada em caso de descumprimento contratual. Vejamos:
Cláusula Décima Terceira - Das Sanções Administrativas
Independentes das sanções cíveis e penais previstas na Lei Federal
8.666/93 e suas alterações, serão aplicadas à contratada as seguintes sanções administrativas:
a) ADVERTÊNCIA, quando do descumprimento das obrigações assumidas,
desde que não acarreta grande prejuízo à execução do contrato e à administração, ou não aceitação de defsa da empresa na primeira notificação; g. n.
Conforme se verifica do Memorando 041/2015 e a Informação
nº 58/2015/DIVPES, a conduta omissiva da empresa em atrasar o pagamento dos salários de seus colaboradores, descumprindo assim obrigações assumidas, tem previsão contratual e decorre de sua inteira responsabilidade, representando uma ilegalidade ao que dispõem expressamente as regras contratuais e como qualquer descumprimento deve ser penalizado. É o entendimento desta Corte de Justiça (destaquei): RECURSO ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO TERCEIRIZADO. RECEPCIONISTA. ATRASO NO PAGAMENTO ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO
DO VALE-ALIMENTAÇÃO. VIOLAÇÃO CLÁUSULA TERCEIRA DO
CONTRATO. SANÇÃO DE ADVERTÊNCIA. PROPORCIONAL A INEXECUÇÃO PARCIAL DO AJUSTE. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. OBSERVADO. PRECEDENTES DO TJCE. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Cinge-se o recurso administrativo em saber se a sanção de advertência observou o princípio da proporcionalidade em razão do descumprimento parcial do pacto pela contratada, consistente no atraso de repasse dos vales-alimentação. 2. Antes de adentrar no mérito do recurso administrativo, lembra-se do postulado básico de toda licitação o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, o qual vincula a Administração e o licitante a observarem as normas e condições estabelecidas no pacto, logo nada poderá ser criado ou feito sem que haja previsão no contrato. Sob o escólio de Hely Lopes Meirelles diz-se que: "A vinculação ao edital é princípio básico de toda licitação. Nem se compreenderia que a Administração fixasse no edital a forma e o modo de participação dos licitantes e no decorrer do procedimento ou na realização do julgamento se afastasse do estabelecido, ou admitisse a documentação e propostas em desacordo com o solicitado. O edital é a lei interna da licitação, e, como tal, vincula aos seus termos tanto os licitantes como a Administração que o expediu"(MEIRELLES, Hely Lopes, in"Direito Administrativo Brasileiro", 26a edição atualizada por AZEVEDO, Eurico de Andrade; ALEIXO, Délcio Balestero; FILHO, José Emmanuel Burle. São Paulo: Malheiros Editores, 2006. p. 275). 3. Considerando as provas colacionadas aos autos e a ausência de justificativa plausível da contratada para o não cumprimento das obrigações contratuais assumidas, não existem elementos novos capazes de elidir a decisão combatida, sendo, portanto, adequada a sanção de advertência imposta. 4. Afinal, denota-se que a empresa recorrente celebrou o contrato com o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, iniciando a execução do contrato com a contratação de 10 (dez) recepcionistas com início das atividades para o dia 21/11/2019, ficando previamente acordado que o preenchimento das outras 23 (vinte e três) vagas seriam preenchidas para início em 02/12/2019, tempo reputado como suficiente para operacionalização das contratações, consoante o disposto no contrato 95/2019. 5. Ocorre que a cláusula terceira, a qual dispõe acerca das obrigações das partes, estabelece que a contratada, além da execução dos serviços pactuados, obriga-se a entregar até o último dia útil do mês anterior da prestação dos serviços a todos os vale-alimentação referentes ao mês subsequente, obrigação esta não observada pela recorrente, conforme se infere da Informação nº 014/2020/SAGC. 6. O parecer da Consultoria Jurídica foi categórico ao não tolerar o desatendimento da cláusula terceira, vez que a contratada venceu o certame licitatório, assinou o respectivo instrumento contratual, assentindo com todos os termos do pacto, logo detinha ciência de todo o ônus quando optou por participar do Pregão Eletrônico nº 38/2018. 7. Assim, infere-se que a sanção de advertência foi devidamente aplicada a recorrente, já que o ente público apenas exerceu a sua prerrogativa de fiscalizar a execução e aplicar a sanção em razão da inexecução parcial do ajuste, isto tudo após o regular trâmite do processo administrativo, consoante dispõem os art. 58, III e IV e 87, I, ambos da Lei nº 8.666/93. Precedentes do TJCE. 8. A Cláusula Terceira do contrato é expressa e clara ao exigir o pagamento do vale-alimentação de seus empregados até o último dia útil do mês anterior ao da prestação dos serviços, não sendo admissível, portanto, o argumento da ausência de ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO
tempo hábil para operacionalizar a contratação de 10 (dez) recepcionistas,
pois quando assinou o pacto detinha ciência de todas as suas obrigações. Assim, resta comprovada à infração quando a recorrente afirma no item 15 de sua defesa que "as cargas foram realizadas no dia 17/12/2019, conforme comprovantes já apresentados e novamente anexados a este recurso", fl. 42, quando tal "carga" deveria ter ocorrido até o dia 29 de novembro de 2019. 9. Diante de tal quadro fático, impõe-se a manutenção da sanção administrativa de advertência, ante a evidente inobservância da Cláusula Terceira do Contrato nº 95/2019. 10. Recurso conhecido e improvido. ACÓRDÃO: Acordam os Desembargadores integrantes do Órgão Especial do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, nos autos do Recurso Administrativo, Processo nº 8525455-62.2019.8.6.0000, por unanimidade, em conhecer do recurso, mas para negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Fortaleza, 3 de setembro de 2020 PRESIDENTE TJCE Presidente do Órgão Julgador DESEMBARGADOR CARLOS ALBERTO MENDES FORTE Relator (TJ-CE - Recurso Administrativo: 85254556220198060000 CE 8525455-62.2019.8.06.0000, Relator: CARLOS ALBERTO MENDES FORTE, Data de Julgamento: 03/09/2020, Órgão Especial, Data de Publicação: 08/09/2020)
A Lei nº 8.666/93, a qual dispõe sobre os contratos coma
Administração Pública, prevê expressamente a aplicação de advertência, na forma disposta no contrato ou instrumento convocatório, nos casos em que houver atraso injustificado na execução do contrato ou, ainda, em caso de inexecução total ou parcial do contrato, como ocorreu no caso em análise. Vejamos: Tais prerrogativas vêm dispostas expressamente na norma geral de licitações e contratos – Lei nº 8.666/93 – confira-se: Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de
interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art.
79 desta Lei;
III – fiscalizar-lhes a execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO
contratado.
§2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras
do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual. Na mesma linha, reverbera o art. 87 do mencionado diploma, verbis: Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: I – advertência; II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; III – suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. §1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente. §2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. §3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (GN)
Por força do permissivo legal, o contrato em questão trouxe,
em sua cláusula décima, alínea "a", a previsão para aplicação da pena de advertência, possibilitando, é claro, a sua respectiva aplicação. A previsão do Contrato nº 33/2014 entre o Tribunal de Justiça e a empresa Criart Serviços de Terceirização de mão de obra LTDA., na sua Cláusula Terceira, “a” do Contrato nº 33/2013, estabelece a sanção de advertência quando do descumprimento das obrigações assumidas, desde que não acarreta grande prejuízo à execução do contrato e à administração, ou não aceitação de defsa da empresa na primeira notificação. Conforme estabelece a legislação reguladora dos contratos administrativos, “o regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO
confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de fiscalizar-lhes a execução e
aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste” (art. 58, incisos III e IV, da Lei nº 8.666/93). Dessa forma, percebe-se que é incontroverso o descumprimento do ajuste por parte da contratada, uma vez que incorreu em atraso do pagamento salarial dos colaboradores terceirizados vinculados ao Contrato nº 33/2013. Como visto, o contrato firmado com a Administração Público deve ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas da Lei nº 8.666/93, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução total ou parcial. No caso, restando comprovado o descumprimento de obrigação contratual e ensejado à contratada, ora recorrente, prévia defesa, não há que se falar em revogação das penalidades, posto que aplicadas na forma prevista no contrato, em plena observância aos princípios da legalidade, razoabilidade e proporcionalidade. Ponha-se em friso, por pertinente, que a penalidade de advertência, imposta no caso concreto, encontra baliza tanto no art. 87, inc. I, da Lei n.º 8.666/93, não havendo, portanto, a meu sentir, violação a qualquer dos princípios administrativos, ou à razoabilidade ou proporcionalidade, não sendo demasiado lembrar ainda aqui que dentre as sanções previstas, a advertência é a mais tênue, pois utilizada para infrações leves. Diferente do que defende a suplicante, a situação de inadimplência, evidenciada pelo não cumprimento do prazo previsto no contrato, revela- se suficiente para ensejar a aplicação da penalidade de advertência. Há que se dizer que a Administração Pública, pautada, que é, no princípio da legalidade, percebida a violação ao contrato administrativo, não pode se furtar em aplicar as cláusulas nele previstas, em face do que dispõe o princípio da vinculação do instrumento convocatório (art. 41 da Lei nº 8666/93), exceto se, o que não é o caso dos autos, bom que se diga, demonstrado escusa justificável para tanto. ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO
Destarte, com amparo nas disposições legais e contratuais,
percebe-se que a sanção aplicada é plenamente razoável e atende ao interesse público, posto que aplicou-se sanção de advertência (Cláusula Terceira, “a” do Contrato nº 33/2013). Diante do exposto, conheço do Recurso Administrativo para negar-lhe provimento, devendo ser mantida a sanção aplicada em virtude da inexecução unilateral das obrigações contratadas por parte da empresa recorrente relativamente ao Contrato nº 33/2013. É como voto. Fortaleza, 28 de abril de 2022.