Trabalho de Gestão Fiscal Ii Mande
Trabalho de Gestão Fiscal Ii Mande
Trabalho de Gestão Fiscal Ii Mande
HUAMBO, 2024
O PLANEAMENTO FISCAL NO FECHO DE CONTAS DE UMA EMPRESA
HUAMBO, 2024
FICHA TÉCNICA
CLASSE: 4º ANO
SALA: 1
TURMA: A
TURNO: TARDE
GRUPO Nº 10
INTEGRANTES DO GRUPO:
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PROBLEMA DE PESQUISA
“O problema científico consiste em um enunciado explicitado de forma clara,
compreensível e operacional, cujo melhor modo de solução ou é uma pesquisa ou pode
ser resolvido por meio de processos científicos.” (Marconi & Lakatos, 2003, p. 127)
Objectivos
Objetivo Geral
Analisar o impacto do planeamento fiscal nas demonstrações financeiras finais
de uma empresa.
Objectivos Específicos
Revisar a legislação fiscal relevante para o fecho de contas;
Identificar estratégias de planeamento fiscal utilizadas pelas empresas;
Avaliar os efeitos dessas estratégias nas demonstrações financeiras.
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CAPÍTULO 1: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo, queremos simplesmente enfatizar os conceitos mais relevantes
para chegarmos ao nosso objectivo, visto que é um trabalho para consolidar os
conhecimentos aprendidos na aula de gestão fiscal para fazer um planeamento fiscal no
fecho de contas de uma empresa.
Os benefícios fiscais foram aprovados pela Lei 8/22 de 14 de Abril. No artigo 4º,
b) da Lei nº 14/15, de 11 de Agosto, Lei do Investimento Privado, define os benefícios
fiscais como medidas que implicam uma redução ou isenção do montante a pagar dos
impostos em vigor, com fim de promover o desenvolvimento de factores a escala
macroeconómica para o país, bem como de favorecer actividades de conhecido interesse
público, social ou cultural.
Segundo Fernandes apud Mallard et al. (1994, p.18) “O benefício fiscal consiste
numa redução do lucro tributável conduzindo a uma redução do imposto. Deve ser
distinguido de crédito de imposto que é uma redução direta do próprio imposto e que é
reembolsável em alguns casos pela fração excedente do imposto devido inicialmente”.
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1.1.1. Tipos de Benefícios fiscais
Isenção: pressupõe a incidência, porém, o contribuinte goza de favor, legal
ditado por considerações sócio-económicos ou políticas, que o dispensa do
pagamento do imposto
Redução da taxa: Consiste na previsão por razões de política económica ou
social de uma taxa inferior a taxa normal, quer de uma forma geral e bem
determinada da possibilidade de fixação caso a caso de taxas reduzidas.
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(amortização). Ou seja, a aquisição de imobilizados representam despesas para
as empresas, e serão custos durante o período de vida útil. Existem três tipos de
amortizações, são as normais, as extraordinárias e as aceleradas.
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1.2 – Lei do Investimento Privado
A LIP no seu artigo 39º estabelece que os investidores privados que pretendam
beneficiar de incentivos fiscais nos termos da presente Lei devem preencher,
cumulativamente, os seguintes requisitos: a) Encontrarem-se em condições legais para o
exercício da sua actividade; b) Não serem devedores da Administração Geral Tributária
e da Segurança Social; c) Não terem dívidas de mora com junto do sistema financeiro;
d) Dispor de contabilidade organizada e adequada às exigências de apreciação e
acompanhamento do projecto de investimento, nos termos a regulamentar.
A empresa em estudo, tem um capital superior a USD 500 000,00 (881 419,87
USD), que goza de uma dedução a matéria colectável, com a taxa de 5%, pelo valor do
investimento.
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1.3 – Método das Amortizações e reintegrações aceleradas
Assim começamos a dizer que “As empresas estão constantemente a tentar criar
valores para os seus stackholders, deste modo tentam reduzir ao máximo os custos
operacionais e também tentam que os impostos tenham um impacto mínimo nos
resultados líquidos.” (Fortes, 2014, p. 5)
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Antes de conceitua o planeamento fiscal, é necessário que se diga sobre a
Neutralidade Fiscal que “é um princípio da teoria fiscal que se verifica quando a carga
fiscal não é um fator de decisão num projeto, ou seja, implica igual carga fiscal
independentemente da decisão do contribuinte.” (Fortes, 2014, p. 57)
Assim,
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Capítulo II - Comparabilidade e interpretação de dados
Neste segundo capítulo, queremos focar as atenções nas demonstrações
financeiras em que vamos aplicar o planeamento fiscal empresarial. Portanto queremos
adiantar dizendo que as “demonstrações financeiras são relatórios contabilísticos que
fornecem informações fundamentais sobre a posição financeira, o desempenho e os
fluxos de caixa de uma empresa”. (Naveros, 2024)
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Notas Exercícios
Designação 2022 2021 2020
Activo
Activo não Corrente
Imobilizações Corpóreas 4 24 802 950,09 16 457 904,26 953 395,21
Imobilizações incorpóreas 5 852 566,67 612 000,00 464 000,00
Investimento em subsidiárias e Associadas 6 - -
Outros Investimentos financeiros 7 6 188 000,00 2 450 000,00 -
Outros activos não correntes 9 - - -
Subtotal 31 843 516,76 19 519 904,26 1 417 395,21
Activo corrente
Existências 8 62 790 660,35 573 340,75 2 868 913,13
Contas a receber 9 62 447 233,10 38 053 373,46 1 524 799,12
Disponibilidades 10 147 121 253,08 53 125 644,18 5 365 625,26
Outros activos correntes 11 295 625,87 - 441 206,35
Subtotal 272 654 772,40 91 752 358,39 10 200 543,86
Total do Activo 304 498 289,16 111 272 262,65 11 617 939,07
Passivo
Passivo não corrente
Empréstimos de médio e longo prazo 15 26 680 000,00 4 210 644,00 27 135 760,00
Impostos diferidos 16 - - -
Provisões para pensões 17 132 000,00 - -
Provisões para outros riscos e encargos 18 - 240 000,00 -
Outros passivos não correntes 19 -
Subtotal 26 812 000,00 4 450 644,00 27 135 760,00
Passivo corrente
Contas a pagar 19 134 371 296,49 98 480 160,16 11 482 017,13
Empréstimos de curto prazo 20 - - 2 118 090,00
Outros passivos correntes 21 6 819 396,97 426 300,00 2 551 375,00
Subtotal 141 190 693,46 98 906 460,16 16 151 482,13
Total do Capital Próprio e Passivo 304 630 289,16 126 457 950,05 44 086 499,07
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Designação Notas 2022 2021 2020
Vendas 22 311 488 154,06 102 252 177,77 15 517 055,82
Prestações de serviços 23 1 192 400,00 0,00 0
Outros Proveitos Operacionais 24 3 446 300,00 0,00 0
Variação nos Inv.de Ptos Acabados e de Producao25 em Curso 0,00 0,00 0
Trabalhos para a própria empresa 26 0,00 0,00 0
CMVMC 27 187 195 459,20 67 622 417,25 11 171 948,51
Custo com o pessoal 28 2 019 310,00 553 520,00 696 389,60
Amortizações do Exercício 29 410 970,91 188 825,74 67 254,79
Outros Custoa e Perdas Operacionais 30 1 515 080,62 2 958 980,00 2 694 562,49
Resultados Operacionais 124 986 033,33 30 928 434,78 886 900,43
Resultados Financeiros 31 17 848 594,85 -147 642,13 -720 104,80
Resultados Financeiros em filiais e associadas 32 0,00 0,00 0,00
Resultados não operacionais 33 24 845 441,80 -25 000,00 -25 000,00
Resultado antes de imposto 167 680 069,98 30 755 792,65 141 795,63
Imposto sobre rendimento 34 41 920 017,50 7 688 948,16 35 448,91
Resultados extraordinários 0,00 0,00 0,00
Imposto sobre rendimento 35 0,00 0,00 0.00
Resultado Líquido do Exercício 125 760 052,49 23 066 844,49 106 346,72
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Designação NOTAS 2022 2021 2020
Vendas 22 311 488 154,06 102 252 177,77 15 517 055,82
Prestações de serviços 23 1 192 400,00 0,00 0
Outros proveitos operacionais 24 3 446 300,00 0,00 0
Variação nos Inv.de Ptos Acabados e de 25 produção em curso
0,00 0,00 0
Trabalhos para a própria empresa 26 0,00 0,00 0
CMVMC 27 187 195 459,20 67 622 417,25 11 171 948,51
Custo com o pessoal 28 2 019 310,00 553 520,00 696 389,60
Amortizações 29 410 970,91 188 825,74 67 254,79
Outros Custos e Perdas Operacionais 30 1 515 080,62 2 958 980,00 2 694 562,49
Resultados Operacionais 124 986 033,33 30 928 434,78 886 900,43
Resultados Financeiros 31 17 848 594,85 -147 642,13 -720 104,80
Resultados Financeiros em filiais e associadas
32 0,00 0,00 0,00
Resultados não operacionais 33 24 845 441,80 -25 000,00 -25 000,00
Resultado antes da DMC 167 680 069,98 30 755 792,65 141 795,63
Dedução a Matéria Colectável 8 384 003,50 1 537 789,63 7 089,78
Resultado antes do Imposto 159 296 066,48 29 218 003,02 134 705,85
Imposto sobre rendimento 34 15 929 606,65 2 921 800,30 13 470,58
Imposto sobre Rendimento Actualizado 14 481 460,59 2 656 182,09 12 245,99
Resultados extraordinários 0,00 0,00 0,00
Resultado Líquido do Exercício 144 814 605,89 26 561 820,93 122 459,86
Interpretação de Resultados
Métodos Aplicados:
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vez que a empresa esta inserida na Zona B, goza de uma redução da taxa do Imposto
Industrial em 60% por um período de 4 anos, o calculo do valor do imposto em cada
ano foi feito com uma taxa de imposto industrial de 25%-(25%*60%)= 10%, afetando
assim directamente a carga tributária que a empresa suporta, ou seja ou invés de
suportar 25% de imposto, suporta apenas 10%.
Analise geral:
Análise específica
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Após o Planeamento Fiscal, verificou-se na Demonstração de Resultados que:
O resultado antes da dedução da matéria colectável é 141 795,63 ; 30 755 792,65 e 167
680 069,98, para os anos de 2020 2021 e 2022 respectivamente. O normal seria aplicar-
se a taxa de imposto industrial de 25%, porém, com a aplicação como dos benefícios
fiscais contidos na lei do investimento privado(artigo 30º, nº1,2,3 da LIP) a empresa
gozou de uma dedução à matéria colectável de 5%, isto tendo em conta o critério do
valor do investimento. Assim, a empresa apresentou um RAI de 159 296 066,48 no ano
de 2022. Para o imposto sobre o rendimento incidiu a taxa de 10%, usufruindo da
redução da taxa em 60%, pelo critério da zona, de acordo com Lei dos Benefícios
Fiscais (artigo 34º), e apresentou uam colecta de 15 929 606,65, e esse valor foi
actualizado com base a amortização acelerada de acordo com a fórmula de actualização
(CF/(1+i)^n), que permitiu a redução para 14 481 460,59.
Com essas deduções nos permitiu atingir um resultado líquido do exercício de
144 814 605,89. Comparando com o resultado líquido antes da aplicação do
planeamento fiscal que corresponde a 125 769 052,49; observa-se que houve um
benefício de 19 045 553,4. E o mesmo processo ocorreu com os anos anteriores , tendo-
se observado os seguintes beneficios 3 494 976,44 ; 16 113,14, para 2020 e 2021
respectivamente.
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CONCLUSÃO
Assim, em função dos estudos e análises feitas podemos dizer que o
planeamento fiscal é uma ferramenta muito importante na vida empresarial porque, para
além de proporcionar a minimização da carga fiscal, permite a maximização dos lucros,
bem como o uso dos métodos permitidos na lei, ou seja, o planeamento intra legem de
forma a garantir o progresso positivo das empresas e evitar as sanções no caso do mau
uso do planeamento fiscal. Notou-se uma variação de 13,18% no Resultado Líquido do
exercício para cada ano, isto é, a evolução verificada ao longo dos três anos, foi devido
o planeamento fiscal. Portanto, é necessário que as empresas, em datas de balanço (e
não só) possam regularizar melhor as suas contas, de modo a verificar se toda
informação processada ao longo do período económico, está apresentada de forma
apropriada e verdadeira para que os utentes da informação financeira possam tomar
melhor as decisões.
BIBLIOGRAFIA
18
Marconi, M. d., & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica.
Santos, A. C. (2010). PLANEAMENTO FISCAL, EVASÃO FISCAL, ELISÃO FISCAL: O Fiscalista no seu
Labirinto. From
https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/12001/1/2010_art_acsantos.pdf
CHICUMBI, José Pedro Neiuva. Os Benefícios Fiscais do Imposto Industrial à Economia Angola:
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