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Trabalho de Gestão Fiscal Ii Mande

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UNIVERSIDADE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS

FACULDADE DE ECONOMIA - HUAMBO

O PLANEAMENTO FISCAL NO FECHO DE CONTAS DE UMA EMPRESA

UM ESTUDO TEÓRICO E PRÁTICO DE GESTÃO FISCAL II

HUAMBO, 2024
O PLANEAMENTO FISCAL NO FECHO DE CONTAS DE UMA EMPRESA

UM ESTUDO TEÓRICO E PRÁTICO DE GESTÃO FISCAL II

HUAMBO, 2024
FICHA TÉCNICA

CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA

CLASSE: 4º ANO

SALA: 1

TURMA: A

TURNO: TARDE

GRUPO Nº 10

INTEGRANTES DO GRUPO:

 GABRIEL MUSSOLOVELA MANDE


Sumário
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................4
PROBLEMA DE PESQUISA...............................................................................................5
Objectivos...............................................................................................................................5
Objetivo Geral....................................................................................................................5
Objectivos Específicos........................................................................................................5
CAPÍTULO 1: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................6
1.1. Benefícios Fiscais........................................................................................................6
1.1.1. Tipos de Benefícios fiscais..................................................................................7
1.1.2. Características e classificação dos benefícios fiscais........................................8
1.2 – Lei do Investimento Privado.........................................................................................9
1.3 – Método das Amortizações e reintegrações aceleradas.................................................9
1.4. Planeamento Fiscal Das Empresas...............................................................................10
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................12
INTRODUÇÃO
O planeamento fiscal é uma área crucial para as empresas, pois afeta diretamente
seus resultados financeiros e a carga tributária ou fiscal de qualquer empresa. No fecho
de contas, as decisões relacionadas à tributação podem ter um impacto significativo nos
lucros e na saúde financeira da organização. Nesta pesquisa, exploraremos como o
planeamento fiscal influência as demonstrações financeiras finais de uma empresa.

Começaremos revisando a legislação fiscal relevante e os conceitos de


planeamento fiscal. Em seguida, analisaremos as estratégias utilizadas pelas empresas
para optimizar sua carga tributária ou fiscal. Por fim, avaliaremos os efeitos dessas
estratégias nas demonstrações financeiras, incluindo o balanço patrimonial e a
demonstração de resultados.

Ao longo deste trabalho, buscaremos entender como as escolhas fiscais afetam a


posição financeira da empresa e como os gestores podem tomar decisões informadas
para maximizar os benefícios fiscais sem comprometer a integridade das informações
contabilísticas.

4
PROBLEMA DE PESQUISA
“O problema científico consiste em um enunciado explicitado de forma clara,
compreensível e operacional, cujo melhor modo de solução ou é uma pesquisa ou pode
ser resolvido por meio de processos científicos.” (Marconi & Lakatos, 2003, p. 127)

Neste contexto, o problema identificado sobre o Planeamento Fiscal no Fecho de Contas


de uma Empresa foi o seguinte:

 Como o planeamento fiscal afeta o resultado financeiro e a carga tributária de


uma empresa no fecho de contas?

Objectivos
Objetivo Geral
 Analisar o impacto do planeamento fiscal nas demonstrações financeiras finais
de uma empresa.

Objectivos Específicos
 Revisar a legislação fiscal relevante para o fecho de contas;
 Identificar estratégias de planeamento fiscal utilizadas pelas empresas;
 Avaliar os efeitos dessas estratégias nas demonstrações financeiras.

5
CAPÍTULO 1: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo, queremos simplesmente enfatizar os conceitos mais relevantes
para chegarmos ao nosso objectivo, visto que é um trabalho para consolidar os
conhecimentos aprendidos na aula de gestão fiscal para fazer um planeamento fiscal no
fecho de contas de uma empresa.

“A legislação fiscal angolana é um conjunto de leis e regulamentos que regem o


sistema tributário no país. Assim, dentre eles podemos encontrar a Código Geral
Tributário, que estabelece os princípios gerais do sistema tributário em Angola.”
(Sociedade de Advogados, RL, 2015).

1.1. Benefícios Fiscais

O sistema fiscal Angolano, apresenta diversos benefícios fiscais, que são


concebidos com o intuíto de incentivar o crescimento económico-social por meio do
investimento privado. Os benefícios fiscais em Angola têm fundamentos legais, mais
concretamente no n.º1 do artigo 102º da CRA, onde diz que os impostos só podem ser
criados por lei, que determina a sua incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as
garantias dos contribuintes. No artigo 16º do CGT Angolano, verifica-se também a
legalidade da criação dos benefícios fiscais.

Os benefícios fiscais foram aprovados pela Lei 8/22 de 14 de Abril. No artigo 4º,
b) da Lei nº 14/15, de 11 de Agosto, Lei do Investimento Privado, define os benefícios
fiscais como medidas que implicam uma redução ou isenção do montante a pagar dos
impostos em vigor, com fim de promover o desenvolvimento de factores a escala
macroeconómica para o país, bem como de favorecer actividades de conhecido interesse
público, social ou cultural.

Segundo Fernandes apud Mallard et al. (1994, p.18) “O benefício fiscal consiste
numa redução do lucro tributável conduzindo a uma redução do imposto. Deve ser
distinguido de crédito de imposto que é uma redução direta do próprio imposto e que é
reembolsável em alguns casos pela fração excedente do imposto devido inicialmente”.

Os benefícios fiscais são sempre instrumentos de política que visam certos


objectivos económico-sociais ou outras finalidades que justifiquem o seu carácter
excepcional em relação à normalidade (DIAS, CAINDA, NGOTA, 2022)

6
1.1.1. Tipos de Benefícios fiscais
 Isenção: pressupõe a incidência, porém, o contribuinte goza de favor, legal
ditado por considerações sócio-económicos ou políticas, que o dispensa do
pagamento do imposto
 Redução da taxa: Consiste na previsão por razões de política económica ou
social de uma taxa inferior a taxa normal, quer de uma forma geral e bem
determinada da possibilidade de fixação caso a caso de taxas reduzidas.

 Deduções a colecta: é o quarto tipo de benefício fiscal no sistema fiscal


angolano. Em matéria de tributação, regra geral o contribuinte normalmente é
considerado como agente passivo e o Estado agente activo, mas no caso do
crédito fiscal o assunto inverte-se, devido a diversos motivos. No primeiro
exemplo se o contribuinte tenha processado erradamente qualquer tipo de
imposto (mais do que devia ser na realidade), e em seguida também já tenha
pago efectivamente o mesmo imposto, mas se o contribuinte conseguir provar ao
Estado tal facto, então estamos diante de um crédito fiscal, porque a diferença
entre o processamento e o pagamento será um valor à favor do contribuinte, que
normalmente dever-se-á deduzir do próximo imposto a pagar. No segundo caso
é mais frequente ocorrer no imposto industrial, se durante o apuramento do
mesmo num determinado exercício N, o valor total das deduções à colecta for
superior a matéria colectável, então o imposto a pagar será devedor para o
contribuinte e credor para o Estado. O imposto a pagar neste exercício é um
crédito fiscal para os exercícios económicos seguintes, significa que aos
impostos sobre os lucros futuros dever-se-á deduzir este crédito fiscal
(CHICUMBI, 2018)

 Dedução a matéria colectável: que consiste em deduzir da matéria colectável


certos elementos. Por exemplo no apuramento do imposto industrial, o artigo 48º
do CII diz que os prejuízos verificados em determinado exercício são deduzidos
a matéria colectável, havendo-os, de um, ou mais, dos 5 (cinco) anos posteriores.

 Depreciações e amortizações aceleradas: é uma operação mediante a qual


reconhece-se o uso de um determinado bem durante a sua vida útil. Quando for
imobilizado corpóreo (reintegração), e quando for imobilizado incorpóreo

7
(amortização). Ou seja, a aquisição de imobilizados representam despesas para
as empresas, e serão custos durante o período de vida útil. Existem três tipos de
amortizações, são as normais, as extraordinárias e as aceleradas.

1.1.2. Características e classificação dos benefícios fiscais


A legislação fiscal de cada país atribui as classificações específicas dos seus
benefícios. Para a legislação fiscal angolana mais concretamente no n.º 1 do artigo 17º
do CGT classifica os benefícios fiscais em automáticos e não automáticos,
condicionados e não condicionados, reais ou pessoais.

1. Benefícios fiscais automáticos e não automáticos.


 Os benefícios fiscais automáticos: são aqueles que dependem directa e
imediatamente da Lei. Porque a mesma deverá fazer menção dos motivos
da sua criação. É o caso dos contribuintes que tenham adquirido
benefícios fiscais com base na Lei n.º14/15, de 11 de Agosto que aprova
a Lei do Investimento Privado (LIP) e na Lei n.º 30/11, de 13 de Agosto
que aprova a Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas (LMPME).
 Os benefícios fiscais não automáticos: são aqueles que dependem de
um ou mais actos administrativos de aplicação. Estes são diferentes dos
automáticos, porque os mesmos são adquiridos com base em acordos
entre o contribuinte e AGT.
2. Benefícios fiscais condicionados e não condicionados.

Os benefícios fiscais são condicionados quando são estabelecidos por Lei e os


não condicionados dependem de condições estabelecidas por contrato. Os benefícios
fiscais condicionados são criados por Lei, porque o Estado tem vários objectivos, para
os atingir, obriga que o contribuinte cumpra certos requisitos, se o contribuinte não
cumprir, então perde os benefícios fiscais.

3. Benefícios fiscais reais ou pessoais.

Os benefícios fiscais são reais ou pessoais, conforme concedidos em função das


características objectivas do facto tributário ou da pessoa dos seus titulares. Se os
impostos reais são aqueles em que a tributação se efectiva indiferentemente das suas
condições pessoais, económicas e familiares dos contribuintes (são exemplos disso
mesmo as rendas, os juros, os lucros e salários), então os benefícios fiscais reais
aplicam-se aos contribuintes nestas condições.

8
1.2 – Lei do Investimento Privado

Segundo o artigo 4º, e) da LIP, define Investimento Privado, como a utilização


no território nacional de capitais, tecnologias, e know-how, bens de equipamentos e
outros projectos económicos determinados ou a utilização de fundos que se destinam a
criação de novas empresas, agrupamento de empresas ou outra forma de apresentação
social de empresas privadas, nacionais, ou estrangeiras, bem como a aquisição da
totalidade ou parte de empresas de direito angolano já existente, com vista a
implementação ou continuidade de determinado exercício económico de acordo com o
seu objeto social.

A LIP no seu artigo 39º estabelece que os investidores privados que pretendam
beneficiar de incentivos fiscais nos termos da presente Lei devem preencher,
cumulativamente, os seguintes requisitos: a) Encontrarem-se em condições legais para o
exercício da sua actividade; b) Não serem devedores da Administração Geral Tributária
e da Segurança Social; c) Não terem dívidas de mora com junto do sistema financeiro;
d) Dispor de contabilidade organizada e adequada às exigências de apreciação e
acompanhamento do projecto de investimento, nos termos a regulamentar.

No artigo 3º da LIP, encontramos consagradas o limite monetário para gozar ou


não de um benefício fiscal, pelo critério do valor do Investimento:

Aplicação de benefícios e incentivos ao investimento:

1) Os benefícios e incentivos da presente Lei aplicam-se:

a) Aos investimentos externos, cujo montante global corresponda ao contra


valor em Kwanzas equivalente ou superior a USD 1 000 000,00(um milhão de dólares
dos Estados Unidos da América);

b) Aos investimentos internos, cujo montante global corresponda ao contra


valor em Kwanzas equivalente ou superior a USD 500 000,00(quinhentos mil dólares
dos Estados Unidos da América).

A empresa em estudo, tem um capital superior a USD 500 000,00 (881 419,87
USD), que goza de uma dedução a matéria colectável, com a taxa de 5%, pelo valor do
investimento.

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1.3 – Método das Amortizações e reintegrações aceleradas

As amortizações e reintegrações extraordinárias são aquelas em que o registo da


perda do valor dos elementos do activo imobilizado depende de causas anormais (tais
como sinistros, fenómenos naturais, convulsões políticas, inovações tecnológicas).
Deste modo, não se aplicam as taxas constantes do Decreto Presidencial nº 207/15 de 5
de Novembro, porque o valor da amortização será o valor contabilístico do activo
imobilizado.

Quando acontecem as causas anormais já enumeradas, o activo imobilizado


deixará de ser utilizado, e se o mesmo não estiver assegurado, ou se o Estado não puder
repor os danos, então nesta mesma data, dever-se-á reconhecer o valor contabilístico ou
valor líquido do activo imobilizado como custo.

De acordo o PGC estas amortizações são contabilizadas na conta 78.2 –


amortizações extraordinárias. As amortizações e reintegrações aceleradas são aquelas
em que as empresas estão autorizadas a usar taxas superiores em relação as taxas
normais, devido os benefícios fiscais concedidos. O facto de se usar taxas superiores em
relação as taxas normais como benefícios fiscais, porque as amortizações terão também
valores superiores, e deste modo, a matéria colectável é inferior em relação os
contribuintes que usam as taxas normais, e consequentemente pagam também menos
impostos (Ibidem).

1.4. Planeamento Fiscal Das Empresas

Assim começamos a dizer que “As empresas estão constantemente a tentar criar
valores para os seus stackholders, deste modo tentam reduzir ao máximo os custos
operacionais e também tentam que os impostos tenham um impacto mínimo nos
resultados líquidos.” (Fortes, 2014, p. 5)

A conciliação dos fatores de produção com outros fatores de modo a


criar valores (nomeadamente através do planeamento fiscal) faz com que
a expectativa de lucro aumenta e consequentemente atraia mais
stackholders. Para uma empresa num mercado global a criação de
valores e a capacidade de manter os stackholders satisfeitos são de
extrema importância. (Fortes, 2014, p. 5)

10
Antes de conceitua o planeamento fiscal, é necessário que se diga sobre a
Neutralidade Fiscal que “é um princípio da teoria fiscal que se verifica quando a carga
fiscal não é um fator de decisão num projeto, ou seja, implica igual carga fiscal
independentemente da decisão do contribuinte.” (Fortes, 2014, p. 57)

“A noção de planeamento evoca uma acção voluntária e programada, dirigida a


atingir determinados fins ou objectivos prefixados. O termo anda em regra associado à
acção das empresas (planeamento empresarial) ou do Estado (planeamento estatal)”
(Santos, 2010). Quando referida à fiscalidade, esta expressão aparece normalmente
ligada a uma acção dos contribuintes (normalmente, empresas) destinada a obter uma
economia ou poupança fiscal. Mas esta aproximação peca por excesso, pois nem todas
as formas de obtenção de uma economia ou poupança fiscal decorrem de actos de
planeamento fiscal.

Assim sendo, podemos dizer que o objetivo do planeamento fiscal é adoção de


medidas para reduzir o imposto final, é razoável qualificá-lo como um conjunto de
ações que objetivam o alcance à eficiência fiscal.

O planeamento fiscal em si não representa um fim, mas sim um meio para


atingir uma melhor eficiência fiscal. “A maximização eficiência fiscal poderá ser
definida como as decisões fiscais que criam valores para os acionistas após o imposto.
Para isso acontecer a administração terá que ter capacidade de utilizar todos os
instrumentos fiscais a sua disposição.” (Fortes, 2014, p. 59)

Assim,

O Planeamento Fiscal pode ser definido como um instrumento que tem


como objectivo a redução do imposto a pagar por via da aplicação de
benefícios concedidos pelo sistema fiscal de cada região ou País, ou seja,
permite a empresa ter conhecimento do impacto fiscal associado as
opções disponíveis e deste modo tomar decisões conscientes e mais
vantajosas em termos fiscais.

11
Capítulo II - Comparabilidade e interpretação de dados
Neste segundo capítulo, queremos focar as atenções nas demonstrações
financeiras em que vamos aplicar o planeamento fiscal empresarial. Portanto queremos
adiantar dizendo que as “demonstrações financeiras são relatórios contabilísticos que
fornecem informações fundamentais sobre a posição financeira, o desempenho e os
fluxos de caixa de uma empresa”. (Naveros, 2024)

Mas, em função do nosso trabalho, iremos nos focar simplesmente em dois


deste documento muito importante, que são: O balanço e a Demonstração de Resultado

Balanço antes do Planeamento Fiscal

12
Notas Exercícios
Designação 2022 2021 2020
Activo
Activo não Corrente
Imobilizações Corpóreas 4 24 802 950,09 16 457 904,26 953 395,21
Imobilizações incorpóreas 5 852 566,67 612 000,00 464 000,00
Investimento em subsidiárias e Associadas 6 - -
Outros Investimentos financeiros 7 6 188 000,00 2 450 000,00 -
Outros activos não correntes 9 - - -
Subtotal 31 843 516,76 19 519 904,26 1 417 395,21
Activo corrente
Existências 8 62 790 660,35 573 340,75 2 868 913,13
Contas a receber 9 62 447 233,10 38 053 373,46 1 524 799,12
Disponibilidades 10 147 121 253,08 53 125 644,18 5 365 625,26
Outros activos correntes 11 295 625,87 - 441 206,35
Subtotal 272 654 772,40 91 752 358,39 10 200 543,86
Total do Activo 304 498 289,16 111 272 262,65 11 617 939,07

Passivo e Capital Próprio


Capital próprio
Capital 12 5 000 000,00 950 000,00 700 000,00
Reservas 13 1 076 452,75 602 345,89 -
Resultados transitados 14 20 452 602,25 - -
Resultado Líquido do Exercício 110 098 540,70 21 548 500,00 99 256,94
Subtotal 136 627 595,70 23 100 845,89 799 256,94
Total do Capital Próprio

Passivo
Passivo não corrente
Empréstimos de médio e longo prazo 15 26 680 000,00 4 210 644,00 27 135 760,00
Impostos diferidos 16 - - -
Provisões para pensões 17 132 000,00 - -
Provisões para outros riscos e encargos 18 - 240 000,00 -
Outros passivos não correntes 19 -
Subtotal 26 812 000,00 4 450 644,00 27 135 760,00
Passivo corrente
Contas a pagar 19 134 371 296,49 98 480 160,16 11 482 017,13
Empréstimos de curto prazo 20 - - 2 118 090,00
Outros passivos correntes 21 6 819 396,97 426 300,00 2 551 375,00
Subtotal 141 190 693,46 98 906 460,16 16 151 482,13

Total do Capital Próprio e Passivo 304 630 289,16 126 457 950,05 44 086 499,07

Demonstração de Resultados antes do Planeamento fiscal

13
Designação Notas 2022 2021 2020
Vendas 22 311 488 154,06 102 252 177,77 15 517 055,82
Prestações de serviços 23 1 192 400,00 0,00 0
Outros Proveitos Operacionais 24 3 446 300,00 0,00 0
Variação nos Inv.de Ptos Acabados e de Producao25 em Curso 0,00 0,00 0
Trabalhos para a própria empresa 26 0,00 0,00 0
CMVMC 27 187 195 459,20 67 622 417,25 11 171 948,51
Custo com o pessoal 28 2 019 310,00 553 520,00 696 389,60
Amortizações do Exercício 29 410 970,91 188 825,74 67 254,79
Outros Custoa e Perdas Operacionais 30 1 515 080,62 2 958 980,00 2 694 562,49
Resultados Operacionais 124 986 033,33 30 928 434,78 886 900,43
Resultados Financeiros 31 17 848 594,85 -147 642,13 -720 104,80
Resultados Financeiros em filiais e associadas 32 0,00 0,00 0,00
Resultados não operacionais 33 24 845 441,80 -25 000,00 -25 000,00
Resultado antes de imposto 167 680 069,98 30 755 792,65 141 795,63
Imposto sobre rendimento 34 41 920 017,50 7 688 948,16 35 448,91
Resultados extraordinários 0,00 0,00 0,00
Imposto sobre rendimento 35 0,00 0,00 0.00
Resultado Líquido do Exercício 125 760 052,49 23 066 844,49 106 346,72

Demonstração de Resultados com o planeamento fiscal

14
Designação NOTAS 2022 2021 2020
Vendas 22 311 488 154,06 102 252 177,77 15 517 055,82
Prestações de serviços 23 1 192 400,00 0,00 0
Outros proveitos operacionais 24 3 446 300,00 0,00 0
Variação nos Inv.de Ptos Acabados e de 25 produção em curso
0,00 0,00 0
Trabalhos para a própria empresa 26 0,00 0,00 0
CMVMC 27 187 195 459,20 67 622 417,25 11 171 948,51
Custo com o pessoal 28 2 019 310,00 553 520,00 696 389,60
Amortizações 29 410 970,91 188 825,74 67 254,79
Outros Custos e Perdas Operacionais 30 1 515 080,62 2 958 980,00 2 694 562,49
Resultados Operacionais 124 986 033,33 30 928 434,78 886 900,43
Resultados Financeiros 31 17 848 594,85 -147 642,13 -720 104,80
Resultados Financeiros em filiais e associadas
32 0,00 0,00 0,00
Resultados não operacionais 33 24 845 441,80 -25 000,00 -25 000,00
Resultado antes da DMC 167 680 069,98 30 755 792,65 141 795,63
Dedução a Matéria Colectável 8 384 003,50 1 537 789,63 7 089,78
Resultado antes do Imposto 159 296 066,48 29 218 003,02 134 705,85
Imposto sobre rendimento 34 15 929 606,65 2 921 800,30 13 470,58
Imposto sobre Rendimento Actualizado 14 481 460,59 2 656 182,09 12 245,99
Resultados extraordinários 0,00 0,00 0,00
Resultado Líquido do Exercício 144 814 605,89 26 561 820,93 122 459,86

Interpretação de Resultados
Métodos Aplicados:

Método dos Benefícios Fiscais (Dedução a matéria colectável) – A aplicação


deste método consiste em usufruir de uma dedução a matéria coletável tal como
definido na Lei nº 14/15, de 11 de agosto, Lei do Investimento Privado no seu artigo 3º,
nº1, alinêa b). Pelo facto de a empresa possuir um valor de investimento superiro ao
equivalente a 5 milhões de kwanzas (500 000 USD) e como definido na tabela anexa a
mesma lei, a empresa beneficia de uma redução em 5% da sua matéria coletável,
reduzindo assim o valor tributável da empresa, o que impacta positivamente as
disponibilidades da empresa.

Pelo método dos Benefícios Fiscais (Redução da Taxa de Imposto) – Consiste


na aplicação da Lei n.º 7/22 de 14 de Abril, lei que aprova o código dos benefícios
fiscais no seu artigo 34º que retrata sobre os benefícios fiscais atribuídos ao
investimento privado do regime especial, na sua alínea c) que estabelece a taxa a ser
reduzida à taxa de imposto para as diferentes zonas de atuação de cada empresa, e uma

15
vez que a empresa esta inserida na Zona B, goza de uma redução da taxa do Imposto
Industrial em 60% por um período de 4 anos, o calculo do valor do imposto em cada
ano foi feito com uma taxa de imposto industrial de 25%-(25%*60%)= 10%, afetando
assim directamente a carga tributária que a empresa suporta, ou seja ou invés de
suportar 25% de imposto, suporta apenas 10%.

Pelo método das Amortizações Constantes – este método consiste em reportar


os custos suportados através das amortizações do exercício, o que faz com que haja
necessidade de se actualizar o imposto calculado, uma vez que os custos com as
amortizações são custos dedutíveis fiscalmente.

Analise geral:

A diferença entre as DF’s antes e depois é bem significativa, não só pela


diminuição dos custos (Imposto) da empresa mais também pelo aumento dos seus
lucros (Resultado Líquido do Exercício).

Análise específica

Em primeira instância verifica-se que antes da aplicação do planeamento fiscal,


ou seja, antes dos benefícios fiscais verificou-se que o resultado líquido do exercício do
Balanço é de 799 256,94 para 2020; 23 100 845,89, para 2021, e 136 627 595,70, para
2022. Olhando para a demonstração de resultados antes do planeamento fiscal observa-
se um resultado antes dos impostos de 141 795,63 para 2020, 30 755 792,65 para 2021,
e 167 680 069,98 para 2022.
O valor dos impostos a pagar para cada ano são 35 448,91; 7 688 948, 41
920 017,50 para os respectivos anos de 2020, 2021 e 2022. O resultado líquido do
exercício da demonstração de resultado é de 106 346,72; 23 066 844,49; 125
760 052,49.
Nota-se uma sucessão crescente dos resultados nos respectivos anos o que
influenciou aumento dos impostos a pagar. Já o ano de 2022 apesar de apresentar um
ótimo resultado, que é bom para a empresa automaticamente influenciou o pagamento
de uma elevada carga fiscal que corresponde a 41 920 017,50. Sabendo que há uma
relação directa entre o lucro e a colecta, ou seja, à medida que resultado líquido do
exercício aumentar, maior será o imposto a pagar. Por essa razão é que as empresas
utilizam o planeamento fiscal para a minimização dos impostos a pagar e obter um
ganho fiscal.

16
Após o Planeamento Fiscal, verificou-se na Demonstração de Resultados que:
O resultado antes da dedução da matéria colectável é 141 795,63 ; 30 755 792,65 e 167
680 069,98, para os anos de 2020 2021 e 2022 respectivamente. O normal seria aplicar-
se a taxa de imposto industrial de 25%, porém, com a aplicação como dos benefícios
fiscais contidos na lei do investimento privado(artigo 30º, nº1,2,3 da LIP) a empresa
gozou de uma dedução à matéria colectável de 5%, isto tendo em conta o critério do
valor do investimento. Assim, a empresa apresentou um RAI de 159 296 066,48 no ano
de 2022. Para o imposto sobre o rendimento incidiu a taxa de 10%, usufruindo da
redução da taxa em 60%, pelo critério da zona, de acordo com Lei dos Benefícios
Fiscais (artigo 34º), e apresentou uam colecta de 15 929 606,65, e esse valor foi
actualizado com base a amortização acelerada de acordo com a fórmula de actualização
(CF/(1+i)^n), que permitiu a redução para 14 481 460,59.
Com essas deduções nos permitiu atingir um resultado líquido do exercício de
144 814 605,89. Comparando com o resultado líquido antes da aplicação do
planeamento fiscal que corresponde a 125 769 052,49; observa-se que houve um
benefício de 19 045 553,4. E o mesmo processo ocorreu com os anos anteriores , tendo-
se observado os seguintes beneficios 3 494 976,44 ; 16 113,14, para 2020 e 2021
respectivamente.

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CONCLUSÃO
Assim, em função dos estudos e análises feitas podemos dizer que o
planeamento fiscal é uma ferramenta muito importante na vida empresarial porque, para
além de proporcionar a minimização da carga fiscal, permite a maximização dos lucros,
bem como o uso dos métodos permitidos na lei, ou seja, o planeamento intra legem de
forma a garantir o progresso positivo das empresas e evitar as sanções no caso do mau
uso do planeamento fiscal. Notou-se uma variação de 13,18% no Resultado Líquido do
exercício para cada ano, isto é, a evolução verificada ao longo dos três anos, foi devido
o planeamento fiscal. Portanto, é necessário que as empresas, em datas de balanço (e
não só) possam regularizar melhor as suas contas, de modo a verificar se toda
informação processada ao longo do período económico, está apresentada de forma
apropriada e verdadeira para que os utentes da informação financeira possam tomar
melhor as decisões.

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Material de Apoio às Aulas de Gestão Fiscal I

CHICUMBI, José Pedro Neiuva. Os Benefícios Fiscais do Imposto Industrial à Economia Angola:

estudo de caso dos municípios do Lobito e Catumbela, 2018.

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