Margulis, L. - o Q É Vida (Introdutorio)
Margulis, L. - o Q É Vida (Introdutorio)
Margulis, L. - o Q É Vida (Introdutorio)
20900038601
Título original:
What is Life?
Projeto gráfico, diagramação e capa: Morte: agrande fonte de perplexidade Osopro da vida Alicença carte
STUDIO CREAMCRACKERS
siana Entrando no reino proibido Meneios cósmicos · O significado da
evolução A biosfera de Vernadsky AGaia de Lovelock
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, R). 3 ERA UMA VEZ UM PLANETA 62
Margulis, Lynn, 1938 Os primórdios "Inferno na Terra " Geração espontânea Aorigem da vida
M2840
O que é vida? / Lynn Margulis e Dorian Sagan; "Avançando aos tropeços" Janelas metabólicas A supermolécula de RNA
tradução, Vera Ribeiro; revisão técnica [e apresentação] Primeiro, as células
Francisco M. Salzano, - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2002
6 OS ASSOMBROSOS ANIMAIS
155 Lâminas (entre p.l28 e 129)
Os pássaros (do caramanchão) eas abelhas (do mel)· Queé um animal? .
Nosso bisavô, oTrichoplax Sexualidade e morteO chauvinismo cambriano
"Aexuberåncia evolutiva" Mensageiros JA.A Terra no espaço
IB. Micoplasma
7 ACARNE DA TERRA
181 2. Intestino de larva de besouro (Pachnoda)
Omundo subterrâneo Bolores que se beijam e anjos destrutivos Aliancas 3. Fotografia do Sol em raio X
entre reinos O baixo-ventre da bioslera Fungos que viajam de carona, 4.Cilindros de fosfolipídios formando lipossomas
flores falsas e afrodisíacos Cogumelos alucinógenose deleites dionisíacos " 5A. Padrões de crescimento, bactéria Proteus mirgbilis
Transnigradores da matéria 5B. Estrutura dissipativa de uma reação de Belousov-Zhabotinsky
6."¤VOres'" multicelulares de Myxococcus
8 ATRANSMUTAÇÃO DA LUZ SOLAR 203 7.Chromotium vinosum, bactéria sulfurosa roxa
O fogo verde Aparte maldita Antigas raízes Arvores primevas 8. Fischerella, uma cianobactéria
Apersuasão floralA economia solar 9. Estromatólitos na Baía dos Tubarões, Austrália
I0A el0B. Estromatólito fóssil petrificado, comparado a um tapete microbiano Vivo
9 SINFONIA SENCIENTE 223 I.Mesodinium rubrum (Myrionecta rubra), um ciliado
Uma vida dupla Escolha Pequenos objetivos A blasfêmia de Butler Hábitos 12. Telófase nas células mitóticas de Haemanthus sp., líirio-africano rubro
ememória "Acelebração da existência "Superhumanidade "A expansão da I3A. Chlamydomonas nivalis, algas da neve, Antártida
vida Rtmos eciclos 13B. Chlorornonas sp.,algas da neve, e fungos filamentosos
I3C. Chlamnydomonas nivlis, visão microscópica
epÍLOG0 253 14. Colônias de Volvox
O presente livro éum hino de amor às bactérias, fungos e outras formas (especi
distorcida,
Figuras almente as microscópicas) de vida. Procura incessantemente corrigir a visão
perspectiva
bastante comum, que avalia todo 0 processo evolucionário sob uma
antropocêntrica, com ênfase nos seres "grandes"
I. Erwin Schrödinger naturalmen
A pergunta-títulotem sido feita por muita gente. Para os religiosos,
2. Comparação entre as atmosferas da Terra, Vênus e Marte mentes inquiridoras
34 te, a resposta pode ser facilmente encontrada na Biblia, mas para as
3. Flutuações de dióxido de carbono no hemisfério norte Margulis e
37 e que buscam uma explicação científica o problema émais complicado.
4. Cristal de ácido oxálico extraído de uma ascídia
indicam que o seu ponto de partida foi o livro clássico de Erwin Schrödinger.
30 Sagan
portugues foi
5. Emiliano huxleyi, um cocolitoforídio 64 publicado em 1944, que tem o mesmo título e cuja tradução para o
6. Troca genética por três vias entre bactérias publicada, em 1997.
108
7.Comparaço entre células procarióticas e eucarióticas 128 Naturalmente, a resposta àindagação sobre a o que é vida difere, às vezes de ma
8. Trichonympha, um protista 135 neira marcante, dependendo de quem aestá apresentando. Os próprios autores conside
constituem este livro.
9.Espiroquetas transformados em undulipódios 136 raram a questão repetidamente em oito dos nove capítulos que
I0. Fases da mitose
137 Oanatomista e fisiologista francs Xavier Bichat (1771-1802) situou a resposta
|L.Naegleria, um protista 149 noseio da relação dialética vida/não-vida. Segundo ele, vida seria "'o conjuntode fun
12. Stephanodiscus, uma diatomácea 153 Ções que resistem àmorte". Voltando àBiblia, a morte teria surgido pela transgresso
13. História de vida sexual de um animal
158 de Adão e Eva, ao quereremn provar o fruto da Arvore do Conhecimento. Mais prosai
medida
14. Eschiniscus blumi, um 'urso dágua" 179 camente, ela decorre em última análise do fenòmeno da multicelularidade. À
15.História de vida sexual de um fungo que as células se agruparam, muitas vezes pelo processo de simbiose, anmplamente dis
185
l6. Galha num ramo de Quercus, o carvalho cutido por Margulis e Sagan, foi necessário estabelecer-se uma especialização de fun
191
últimas,
17.História de vida sexual de uma planta
209 ções que resultou no soma mortal, protetor das células reprodutoras, e dessas
18. Magnetossomas numa bactéria magnetotática imortais. Outra transição fundamental noprocesso evolucionário foi aquela origina
231
da pela reprodução sexuada, que permitiuo desenvolvimento de unma enorme gama
prefácio
Este livro éum banquete de diversidade biológica eintelectual..
mos micróbios -organismos microscópicos para Aqui encontra-
osquais oOxigènio éum ven. que
no, eoutros que"respiram"` compostos de enxofre. E mais dos nas patas dianteiras dos primeiros vertebrados terrestres (os "tetrapodes").
outros que se evoluíram há cerca de 370 milhões de anos.
mamíferos não apenas descenderam de células. Mas isso está longe de ser tudo, pois a mente de Margulis, sempre irrequicta.
antigas bactérias como são, literalmente, amálgamas de
rentes. Incrível! Mais estranho doque a ficção! E várias cepas bacterianas dife continuou procurando romper barreiras. Este livronos expöe a históriade umafusäo
inimaginável nas filosofias biológicas evolutiva ainda mais antiga de espécies bacterianas. Margulis convenceu-se de que
tradicionais - até Lynn Margulis iniciar sua pesquisa, háum quarto
Lynn Margulis conseguiu aquilo com que sonha
de século. essas origens simbióticas de formas inéditas de vida (a "simbiognese") tinham sido
todo cientista, mas que poucos muito mais comuns do que jamais sonharam os biólogos evolucionistas calcados na
estão fadados a realizar: reescreveu os
manuais básicos. Ela concebeu uma explicação tradição darwiniana- uma tradição que enfatiza muito mais a competição do que a
lógica, mas audaciosa, de um fato
extraordinário. As células humanas, como as de \cooperaço no processo evolutivo. Asimbiogènese éacontribuiço central de Margulis
todos os animais, do eucalipto e do
cogumelo, têm a maior parte de seu DNA, mas
não todo ele, encerrado num núcleo celular para o diálogo evolucionista, que se enriqueceu,através dos esforços dela, para ver as
que é claramente isolado das implicações grandiosas que estão latentes na história do mundo microbiano.
organelas que pontilham as planícies do típico citoplasma celular. Foi o diversas
não todo No c£none de Margulis-Sagan, entretanto, há mais ainda do que essas tilosotias
12 que lhe chamou a atenção: sabia-se que
algumas dessas organelas extranucleares profundamente novas e nunca sonhadas. Defensores incansáveis do mundo 13
especificamente, as usinas de força de todas as células microbiano, os autores fizeram um trabalho portentoso, quase que de relaçöes publi
"mitocôndrias". -tinhamseu próprio DNA. Nas plantas, tanto animais as
e vegetais, as
cas, no esforço de revelar a gama inmensamente diversificada dos microrganismos. E
os cloroplastos, sede da mitocôndrias quanto
fotossíntese, têm seus complementos de DNA. A pergunta quenão apenas os micribios herdarào a Terra (caso nós, por exemplo, complexas
simples com que Margulis se deparou foi: por quê? Por que háum conjunto indepen criaturas multicelulares, venhannos anos tornar vitimas do provimo espasnmo da
dente de genes nessas organelas
citoplasmáticas,
mal", afora elas, organiza-se como um
quando todo o material genético "nor extinção em massa), comochegaranm aqui muito antes de nós e, num sentido muito
conjunto duplo de cromossomos dentro dos real, já"possuem" ecertamente dirigenm osistema global. Eles tixam e reciclamoni
limites das paredes nucleares?
Asestruturas biológicas são sinais de
trogênio e ocarbono, benm como outros elenmentos cssenciais que, de outro modo,
antigos acontecimentos evolutivos. Deve no ficariam àdisposiço de nosso corpo; produzem oxigènio, gás natural (metano) e
mos os cinco dedos de nossas mãos
não a eventos evolutivos inéditos ocorridos nas assim por diante. Sem omundo microbiano, a vida, tal como nós mesnnos a
savanas africanas háum milhão de anos, mas ao
complemento original de cinco de vivencianos, simplesnnente nào poderia existir.
0Que éVIDa ? CapÍTULO I
Niles Eldredge
MuseuAmericano de História Natural
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