Md-Aula05 Conjuntos

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 31

Conjuntos

Área de Teoria DCC/UFMG

Matemática Discreta

2019/01

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 1 / 31


Conjuntos: Introdução

Conjuntos são as estruturas discretas fundamentais sobre as quais todas as


demais estruturas discretas podem ser construı́das.

A Teoria dos Conjuntos é capaz de representar toda a Matemática.


Conceitos básicos como conjunto, pertinência de elementos a um conjunto, o
conjunto vazio, operações sobre conjuntos (união, interseção, complemento,
...) podem capturar conceitos como aritmética, lógica, etc.

Os conceitos que estudaremos aqui são essenciais para diversas áreas,


incluindo algumas que estudaremos neste curso:

funções, análise combinatória,


sequências, relações.
somatórios e produtórios, ...

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 2 / 31


Conjuntos

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 3 / 31


Conjuntos

Um conjunto é coleção não-ordenada de objetos bem definidos,


denominados elementos ou membros do conjunto.
Escrevemos
a∈A
para denotar que o elemento a pertence ao conjunto A.
Escrevemos
a 6∈ A
para denotar que o elemento a não pertence ao conjunto A.

Usamos normalmente letras maiúsculas para denotar conjuntos, e minúsculas


para denotar elementos destes conjuntos.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 4 / 31


Formas de definir um conjunto

Listar seus elementos entre chaves:

1 {Ana, Bia, Carlos} 2 {Júpiter, 2, π, Ana} 3 {1, 2, 3, . . . , 100}

Especificar uma propriedade que define um conjunto, como em


S = {x | P(x)}:

1 {x ∈ R | −2 ≤ x ≤ 5} 2 {x ∈ N | x é primo e x > 431}

Usar uma definição recursiva:


(
1 ∈ A,
1
se x ∈ A e x + 2 < 10, então x + 2 ∈ A.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 5 / 31


Formas de definir um conjunto

Especificar uma função caracterı́stica:


( (
1, se x = 1, 3, 5, 7, 9, 1, se x ∈ N é primo,
1 µA (x) = 2 µA (x) =
0, caso contrário. 0, caso contrário.

Nem sempre é possı́vel utilizar todos os tipos de definição:


1 Não é possı́vel definir o conjunto S = {x ∈ R | 0 ≤ x ≤ 1} listando todos os
seus elementos.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 6 / 31


Alguns conjuntos importantes

Alguns conjuntos importantes são:


1 N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, . . .} é o conjunto dos números naturais.
2 Z = {. . . , −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, . . .} é o conjunto dos números inteiros.
3 Z+ = {1, 2, 3, 4, 5 . . .} é o conjunto dos números inteiros positivos.
4 Q = {p/q | p ∈ Z, q ∈ Z, e q 6= 0} é o conjunto dos números racionais.
5 R é o conjunto dos números reais.
6 R+ é o conjunto dos números reais positivos.
7 C é o conjunto dos números complexos.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 7 / 31


Igualdade de conjuntos

Dois conjuntos são iguais sse eles possuem os mesmos elementos.


Formalmente, para todos conjuntos A e B,

A=B ↔ ∀x : (x ∈ A ↔ x ∈ B).

A definição de igualdade de conjuntos implica que:

A ordem na qual os elementos são listados é irrelevante:

1 {a, b, c, d} = {d, c, b, a} = {c, a, d, b}

Elementos podem aparecer mais de uma vez no conjunto:

1 {a, a, a, a, b, b, b, c, c, d} = {a, b, c, d}

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 8 / 31


Subconjuntos

Um conjunto A é chamado subconjunto de um conjunto B sse cada


elemento de A também é um elemento de B.
Usamos A ⊆ B para denotar que A é subconjunto de B.

Formalmente:
A⊆B ↔ ∀x : (x ∈ A → x ∈ B).

As frases “A está contido em B” e “B contém A” são formas alternativas


de dizer que A é um subconjunto de B.

1 O conjunto dos naturais é um subconjunto dos inteiros.

2 O conjunto de brasileiros é um subconjunto do conjunto de brasileiros. (Nada


impede que um conjunto seja um subconjunto de si próprio!)

3 O conjunto dos números complexos não é um subconjunto dos números reais.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 9 / 31


Subconjuntos próprios

Um conjunto A é subconjunto próprio de um conjunto B sse cada elemento


de A está em B e existe pelo menos um elemento de B que não está em A.

Formalmente:

A⊂B ↔ ∀x : (x ∈ A → x ∈ B) ∧ ∃x : (x ∈ B ∧ x 6∈ A)
↔ A⊆B ∧ A 6= B.

1 O conjunto dos naturais é um subconjunto próprio do conjunto dos inteiros.

2 O conjunto dos brasileiros não é um subconjunto próprio dos brasileiros.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 10 / 31


Diagramas de Venn
Se os conjuntos A e B forem representados por regiões no plano, relações
entre A e B podem ser representadas por desenhos chamados de Diagramas
de Venn.

Exemplo 1: A ⊆ B.

Exemplo 2: A 6⊆ B.


Diagramas de Venn não podem ser usados como demonstração!
Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 11 / 31
O conjunto vazio

O conjunto vazio ou conjunto nulo não contém elementos.


Denotamos o conjunto vazio por {} ou ∅.

Note que {∅} não denota o conjunto vazio, mas o conjunto cujo único
elemento é o conjunto vazio.

Teorema: O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto.

Prova. Seja A um conjunto qualquer. Então

∀x : (x ∈ ∅ → x ∈ A)

é verdade por vacuidade, já que a premissa da implicação é sempre falsa.


Logo ∅ ⊆ A.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 12 / 31


Conjunto potência

Dado um conjunto A, o conjunto potência de A é o conjunto de todos os


subconjuntos de A.
Denotamos por P(A) o conjunto potência de A.

Exemplos:
1 Dado o conjunto S = {x, y , z}, seu conjunto potência é

P(S) = {∅, {x}, {y }, {z}, {x, y }, {x, z}, {y , z}, {x, y , z}}.

2 Dado o conjunto vazio ∅, seu conjunto potência é

P(∅) = {∅}.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 13 / 31


Conjunto potência

Teorema: Se um conjunto finito A tem n elementos, então P(A) tem 2n


elementos.

Prova. Para formar um subconjunto S qualquer de A, podemos percorrer


cada elemento ai ∈ A (1 ≤ i ≤ n), decidindo se ai ∈ S ou se ai 6∈ S.
Como para cada elemento há duas opções (pertence ou não pertence), e há
um total de n elementos em A, há 2n maneiras de se formar um subconjunto
S de A.
Logo, |P(A)| = 2n .

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 14 / 31


Tuplas ordenadas

Uma n-tupla ordenada (a1 , a2 , . . . , an ) é uma coleção ordenada de n


elementos, em que a1 é o primeiro elemento, a2 é o segundo elemento, . . ., e
an é o n-ésimo elemento.

Algumas n-tuplas ordenadas recebem nomes especiais:

Uma 2-tupla ordenada é chamada de par ordenado.


Uma 3-tupla ordenada é chamada de tripla ordenada.
Uma 4-tupla ordenada é chamada de quádrupla ordenada.
...

Duas n-tuplas ordenadas (x1 , x2 , . . ., xn ) e (y1 , y2 , . . ., yn ) são iguais sse

xi = yi , para i = 1, . . . n.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 15 / 31


Produto Cartesiano

Sejam A e B conjuntos. O produto cartesiano de A e B, denotado A × B, é


o conjunto de todos os pares ordenados (a, b), onde a ∈ A e b ∈ B.
Formalmente:
A × B = {(a, b) | a ∈ A e b ∈ B}.

Exemplo 3: Sejam A = {1, 2} e B = {a, b, c}.

A × B = {(1, a), (1, b), (1, c), (2, a), (2, b), (2, c)}

B × A = {(a, 1), (a, 2), (b, 1), (b, 2), (c, 1), (c, 2)}

A × A = A2 = {(1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 2)}

Note, em geral, que A × B 6= B × A. 

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 16 / 31


Produto Cartesiano
Produtos cartesianos podem ser generalizados para mais de dois conjuntos.
Sejam A1 , A2 , . . . , An conjuntos.
O produto cartesiano de A1 , A2 , . . . , An , denotado

A1 × A2 × . . . × An ,
é o conjunto de todas n-tuplas ordenadas (a1 , a2 , . . . , an ), onde ai ∈ Ai para
i = 1 . . . n.
Formalmente:

A1 × A2 × . . . × An = {(a1 , a2 , . . . , an ) | ai ∈ Ai para i = 1 . . . n}

Exemplo 4: Sejam A = {0, 1}, B = {a, b}, C = {γ, δ}.

A × B × C = {(0, a, γ), (0, a, δ), (0, b, γ), (0, b, δ),


(1, a, γ), (1, a, δ), (1, b, γ), (1, b, δ)}

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 17 / 31
O tamanho de conjuntos finitos

Seja A um conjunto finito contendo exatamente n elementos distintos.


Dizemos que a cardinalidade (ou tamanho) de A é n.
A notação |A| = n indica que o tamanho de A é n elementos.

Estudaremos a cardinalidade de conjuntos infinitos mais adiante.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 18 / 31


Operações em conjuntos

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 19 / 31


Operações em conjuntos: Introdução

Dois ou mais conjuntos podem ser combinados de diferentes maneiras.


Por exemplo, dados o conjunto de estudantes de Matemática Discreta e o
conjunto de pessoas nascidas em Minas Gerais, podemos definir:
1 o conjunto de mineiros que estudam Matemática Discreta,
2 o conjunto de pessoas que são mineiras ou estudam Matemática Discreta,
3 o conjunto de estudantes de Matemática Discreta que não são mineiros,
4 ...

Aqui estudaremos operações em conjuntos que permitem a criação de


conjuntos mais complexos a partir de conjuntos mais simples.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 20 / 31


Operações em conjuntos
Sejam A e B subconjuntos do conjunto universal U:

União: A∪B = {x ∈ U | x ∈ A ∨ x ∈ B}

Alternativamente: x ∈A∪B ↔ x ∈A ∨ x ∈B
Sn
Notação: i=1 Ai = A1 ∪ A2 ∪ . . . ∪ An

Interseção: A∩B = {x ∈ U | x ∈ A ∧ x ∈ B}

Alternativamente: x ∈A∩B ↔ x ∈A ∧ x ∈B
Tn
Notação: i=1 Ai = A1 ∩ A2 ∩ . . . ∩ An

Diferença: A−B = {x ∈ U | x ∈ A ∧ x 6∈ B}

Alternativamente: x ∈A−B ↔ x ∈ A ∧ x 6∈ B

Complemento: A = {x ∈ U | x 6∈ A}

Alternativamente: x ∈A ↔ x 6∈ A

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 21 / 31


Operações em conjuntos

Exemplo 5: Sejam os conjuntos A = {1, 3, 4, 5} e B = {1, 2, 5, 6}.


Considere como conjunto universo U = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}.

A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5, 6} B − A = {2, 6}

A ∩ B = {1, 5} A = {0, 2, 6, 7}

A − B = {3, 4} B = {0, 3, 4, 7}

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 22 / 31


Igualdade de conjuntos
Dois conjuntos A e B são iguais se, e somente se, cada elemento de A está
em B, e cada elemento de B está em A.

Uma maneira conveniente de se mostrar que dois conjuntos são iguais é


mostrando que cada conjunto é subconjunto do outro.
Formalmente:
A=B sse ∀x : (x ∈ A ↔ x ∈ B).

Teorema: A = B sse A ⊆ B e B ⊆ A.

Prova. Escrevendo A ⊆ B e B ⊆ A formalmente:


A=B
≡ ∀x : (x ∈ A ↔ x ∈ B) (definição de igualdade)
≡ ∀x : ((x ∈ A → x ∈ B) ∧ (x ∈ B → x ∈ A)) (definição de ↔)
≡ (∀x : (x ∈ A → x ∈ B)) ∧ (∀x : (x ∈ B → x ∈ A)) (distributividade de ∀ sobre ∧)
≡ A⊆B ∧B ⊆A (definição de ⊆)

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 23 / 31


Igualdade de conjuntos

Exemplo 6: Mostre que (A ∩ B) = A ∪ B.

Solução.

Médodo 1: Manipulando a definição dos operadores em conjuntos.


Vamos mostrar que x ∈ (A ∩ B) sse x ∈ (A ∪ B):

x ∈ (A ∩ B) ↔ x 6∈ (A ∩ B) (definição de complemento)
↔ ¬(x ∈ (A ∩ B)) (definição de 6∈)
↔ ¬((x ∈ A) ∧ (x ∈ ∩B)) (definição de interseção)
↔ ¬(x ∈ A) ∨ ¬(x ∈ B) (de Morgan)
↔ (x 6∈ A) ∨ (x 6∈ B) (definição de 6∈)
↔ (x ∈ A) ∨ (x ∈ B) (definição de complemento)
↔ x ∈ (A ∪ B) (definição de união)

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 24 / 31


Igualdade de conjuntos

Exemplo 6: (Continuação)

Médodo 2: Usando uma tabela de pertinência, em que usamos o sı́mbolo 1


para indicar que um elemento pertence a um conjunto, e o sı́mbolo 0 para
indicar que ele não pertence.
A tabela abaixo demonstra que um elemento pertence a (A ∩ B) (quarta
coluna) sse ele pertence a A ∪ B (sexta coluna):

A B A∩B (A ∩ B) A B A∪B

1 1 1 0 0 0 0
1 0 0 1 0 1 1
0 1 0 1 1 0 1
0 0 0 1 1 1 1

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 25 / 31


Igualdade de conjuntos
Sejam todos os conjuntos abaixo subconjuntos do conjunto universal U.

Comutatividade A∩B = B ∩A A∪B = B ∪A


(A ∩ B) ∩ C = (A ∪ B) ∪ C =
Associatividade
A ∩ (B ∩ C ) A ∪ (B ∪ C )
A ∪ (B ∩ C ) = A ∩ (B ∪ C ) =
Distributividade
(A ∪ B) ∩ (A ∪ C ) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C )
União e interseção com U A∩U = A A∪U = U
Complemento duplo A = A
Idempotência A∩A = A A∪A = A
De Morgan (A ∩ B) = A ∪ B (A ∪ B) = A ∩ B
Absorção A ∩ (A ∪ B) = A A ∪ (A ∩ B) = A
Diferença de conjuntos A−B = A∩B
União e interseção com ∅ A∪∅ = A A∩∅ = ∅
União e interseção com o
A∪A = U A∩A = ∅
complemento
Complementos de U e ∅ U = ∅ ∅ = U
Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 26 / 31
Conjuntos disjuntos

Dois conjuntos são chamados disjuntos sse eles não têm nenhum elemento
em comum.
Formalmente:
A e B são disjuntos ↔ A ∩ B = ∅.

Proposição: Dados dois conjuntos A e B, (A − B) e B são disjuntos.

Prova. Por contradição. Suponha que a afirmação seja falsa, ou seja, que
existem conjuntos A e B tais que (A − B) ∩ B 6= ∅. Neste caso existe um
elemento x tal que x ∈ (A − B) ∧ x ∈ B. Note que, em particular, isso
significa que x ∈ B.
Por outro lado, também teremos x ∈ (A − B), o que, pela definição de
diferença, significa que x ∈ A ∧ x 6∈ B. Em particular, isso implica que x 6∈ B.
Logo chegamos a uma contradição, uma vez que x ∈ B e x 6∈ B. Portanto, a
proposição deve ser verdadeira.

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 27 / 31


Partições de um conjunto

Os conjuntos A1 , A2 , . . . , An são chamados mutuamente disjuntos (ou


disjuntos par-a-par, ou sem sobreposição) sse Ai ∩ Aj = ∅ para todos
i, j = 1, 2, . . . , n e i 6= j.

Uma coleção de conjuntos não vazios {A1 , A2 , . . ., An } é uma partição do


conjunto A sse

(i) A = A1 ∪ A2 ∪ . . . ∪ An , e
(ii) A1 , A2 , . . . , An são mutuamente disjuntos.

Exemplo 7: {{1, 2, 5}, {3}, {4}} é uma partição de {1, 2, 3, 4, 5}.




Exemplo 8: N pode ser particionado entre o conjunto dos números pares e


o conjunto dos números ı́mpares.


Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 28 / 31


O Paradoxo de Russell e a
Teoria de Conjuntos
“Ingênua”

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 29 / 31


O Paradoxo do Barbeiro

Vimos que um conjunto pode ser especificado através de uma propriedade


que define um conjunto, como em S = {x | P(x)}:

1 {x ∈ R | −2 ≤ x ≤ 5} 2 {x ∈ N | x é primo e x > 431}

Entretanto, a propriedade P(x) não pode ser uma propriedade qualquer.

Paradoxo do Barbeiro: “O barbeiro é alguém que barbeia todos aqueles, e


apenas aqueles, homens que não se barbeiam sozinhos.”
A pergunta é: o barbeiro barbeia a si mesmo?
Equivalentemente, seja b o barbeiro e seja B o conjunto de todas as pessoas
que o barbeiro b barbeia. Então:

b ∈ B?

Paradoxo: b ∈ B ↔ b 6∈ B!

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 30 / 31


O Paradoxo de Russell e a Teoria de Conjuntos “Ingênua”

O Paradoxo do Barbeiro é um caso especial do problema identificado por


Bertrand Russell:
Paradoxo de Russell: Se definirmos S como “o conjunto de todos os
conjuntos que não têm a si mesmo como elemento”, ou seja,

S = {A | A é um conjunto e A 6∈ A},

como decidir se S ∈ S?
Paradoxo: S ∈ S ↔ S 6∈ S!

Lições:

Teoria de Conjuntos “Ingênua” (“Naı̈ve set theory”) não pode ser usada sem
cuidado.
Para isso existem abordagens axiomáticas, como a de Zermelo-Fraenkel (“ZF
Set Theory”).

Matemática Discreta Conjuntos Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01 31 / 31

Você também pode gostar