Metodologia ESI

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Metodologia ESI

de Entrega de
Projetos de BI

Leonardo Karpinski
XPERIUN
Introdução

Durante os últimos anos trabalhei intensivamente lado a lado com gestores de


negócios de diversos tamanhos e segmentos entendendo as necessidades dessas
empresas e desenvolvendo soluções que os ajudasse a tomar decisões assertivas
com base em dados.

A partir dessa experiência resolvi organizar um método que garantiu a execução e


entrega com excelência de dezenas de projetos.

A metodologia que você está prestes a conhecer em detalhes condensa diversas


etapas que fazem parte de um projeto de consultoria em BI e que, com certeza, será
um grande apoio no seu dia a dia atendendo negócios como especialista da área.

Estou seguro de que você tem em mãos um guia que auxiliará você a ter uma visão
ampla de ponta a ponta de um projeto. Este material, juntamente com todo o
conteúdo disponível na Plataforma Xperiun, contribuirá para que você seja um
profissional de BI de excelência.

Espero que aproveite este conhecimento. Sucesso!

Visão Geral de Projetos

Todo projeto de análise de dados é uma nova jornada que se inicia junto com o
cliente. Como toda jornada, sua execução pressupõe um objetivo: sair do ponto A
para o B.

Entender o que para o cliente é este sair do Ponto A e ir para o Ponto B é a chave do
sucesso na execução do projeto. Basicamente, responda a pergunta: "o que o cliente
quer ver na conclusão do projeto?".

A pergunta acima pode ainda ter desmembramentos ou ser substituída por outras
como:

• Qual resultado o cliente espera após a conclusão do projeto?


• O que ele quer poder fazer com o entregável do projeto?
• Quais decisões ele quer tomar a partir do que foi entregue?

Perguntas como essas ajudam a definir o ponto base de todo projeto: o seu objetivo.

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Portanto, entender as necessidades do cliente é mais crucial do que nunca, sendo
fundamental que nenhum projeto de consultoria de BI seja iniciado sem a clareza do
que se busque, pois isso define o caminho a ser trilhado.

Se você está buscando maneiras de aprimorar seus projetos, especialmente no


contexto de Business Intelligence, é essencial conhecer e aplicar metodologias
eficazes.

Metodologia ESI

A ESI é uma metodologia de entrega de projetos composta por três grandes fases:

1. Entendimento:
- Aqui, o foco é compreender profundamente o negócio do cliente. Isso envolve
pesquisas, entrevistas e análises de documentos. O objetivo é identificar os desafios e
necessidades do cliente, criando uma base sólida para as etapas subsequentes.

2. Solução:
- Com base no entendimento adquirido, esta fase é dedicada ao desenvolvimento
da solução. Aqui, você definirá a arquitetura de BI, escolherá as ferramentas e
tecnologias adequadas para realizar os processos de ETL, cálculo e criação dos
Dashboards.

3. Implantação:
- Esta é a fase em que a solução é finalmente implantada. Além disso, é essencial
garantir que a solução seja adotada pelos usuários finais e realmente atenda às suas
necessidades.

Por excelência, esses são os três grandes pilares de um projeto de BI e um pressupõe


o outro. Dificilmente você conseguirá desenhar uma solução para determinadas
dores de um cliente sem que antes você tenha entendido sobre o negócio, as
necessidades e o objetivo que se espera alcançar. Da mesma forma, não há
implementação se antes não for desenvolvida uma solução.

Cada grande fase da metodologia é subdividida em etapas que visam trazer


eficiência e qualidade no desenvolvimento e entrega dos dashboards.

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ETAPAS DA METODOLOGIA ESI

ENTENDIMENTO SOLUÇÃO IMPLANTAÇÃO


Negócio Extração Automatização
Requisitos Transformação Compartilhamento
Dados Modelagem Entrega
Cálculos Acompanhamento
Visualização

Neste documento iremos detalhar a primeira fase da Metodologia, ou seja, tudo que
envolve o Entendimento do Projeto.

Porém, antes de entrar no detalhe de como concluir esta etapa, é primordial você
conduzi-la da melhor maneira possível. Trata-se de uma fase cujo foco é a
comunicação e a troca de informações entre as partes interessadas. Por isso,
apresento a você o nosso método RIIT.

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Comunicação Eficaz com a Metodologia RIIT

Enquanto a ESI é orientada para projetos, a RIIT foca na comunicação e na


identificação precisa das necessidades durante as interações com os clientes. Ela é
composta por:

1. Rapport:
- Antes de tudo, é fundamental estabelecer uma conexão genuína com o cliente.
Isso cria um ambiente de confiança, facilitando a comunicação aberta.

2. Investigação:
- Esta etapa envolve uma exploração profunda dos problemas e desafios do
cliente. As perguntas certas podem revelar insights valiosos e direcionar o projeto
para o sucesso.

3. Implicação:
- Aqui, o objetivo é entender as consequências dos problemas identificados. Qual é
o impacto real desses desafios no negócio do cliente?

4. Técnico:
- Finalmente, com base nas informações coletadas, discutem-se soluções técnicas
específicas. Esta é a fase de brainstorming e planejamento detalhado.

Mapear requisitos é uma arte e uma ciência. É o processo de identificar, documentar


e analisar as necessidades e expectativas do cliente para um projeto específico. Com
as metodologias ESI e RIIT em mãos, você possui ferramentas poderosas para realizar
esse mapeamento de forma eficaz. Vamos explorar como integrar essas duas
abordagens para obter os melhores resultados.

1. Início com Rapport

O rapport é um conceito fundamental nas relações humanas e, particularmente, no


mundo dos negócios. Refere-se à capacidade de criar uma relação de confiança e
harmonia com outra pessoa, facilitando a comunicação aberta e sincera. É uma
combinação de empatia, entendimento e conexão genuína que permite que ambas
as partes se sintam valorizadas e compreendidas.

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Por que o Rapport é Importante?
O rapport é essencial porque, quando estabelecido, cria um ambiente onde o cliente
se sente seguro e confortável para se abrir, compartilhar preocupações, desafios e
visões sem reservas. Isso é particularmente crucial em projetos de consultoria, onde
entender as necessidades e desafios do cliente é a chave para o sucesso.

Como Estabelecer Rapport

a. Preparação Antecipada:
Seu trabalho começa antes da reunião. Antes de interagir com o cliente, dedique
tempo para pesquisar sobre a empresa. Analise as informações gerais, como o site
da empresa, notícias relacionadas, vídeos e depoimentos de clientes. Isso lhe dará
uma visão preliminar do ambiente de negócios do cliente e permitirá que você faça
perguntas mais informadas e relevantes.

b. Escuta Ativa:
Durante as interações, é crucial ouvir atentamente. Permita que o cliente fale,
compartilhe suas dores, desafios e visões para o futuro. A escuta ativa não só ajuda a
coletar informações valiosas, mas também demonstra respeito e empatia,
fortalecendo a relação de confiança.

c. Comunicação Aberta:
Estabeleça um canal de comunicação aberto desde o início. Seja transparente sobre
o que você pode oferecer e quais são as limitações. Isso evita mal-entendidos e
estabelece expectativas claras para ambas as partes.

d. Entendimento Cultural e Empresarial:


Cada empresa tem sua própria cultura e valores. Dedique tempo para entender isso.
Isso não apenas facilita a comunicação, mas também ajuda a identificar nuances e
detalhes que podem ser cruciais para o projeto.

e. Validação Contínua:
Ao longo das discussões, valide continuamente seu entendimento com o cliente. Isso
garante que você esteja no caminho certo e também reforça o sentimento de que o
cliente está sendo ouvido e compreendido.

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f. Flexibilidade:
Esteja preparado para adaptar-se conforme a conversa avança. O cliente pode
trazer novas informações ou mudar de ideia sobre certos aspectos. A flexibilidade
não só ajuda a acomodar essas mudanças, mas também mostra ao cliente que
você está verdadeiramente comprometido em atender às suas necessidades.

g. Empatia:
Coloque-se no lugar do cliente. Tente entender suas emoções, preocupações e
perspectivas. A empatia é a chave para estabelecer uma conexão profunda e
genuína.

Portanto o rapport é mais do que uma técnica; é uma abordagem centrada no ser
humano que reconhece a importância da conexão e da compreensão mútua. Ao
estabelecer rapport, você não apenas facilita a comunicação, mas também cria
uma base sólida para um relacionamento de trabalho produtivo e bem-sucedido.

2. Entendimento do Negócio

Esta é uma etapa para o profissional entender com profundidade como funciona a
operação do cliente que ele irá entender. O processo de entendimento do negócio
pode ser feito de três maneiras, através de:

a. Análise de informações gerais:


Consideramos site da empresa, notícias relacionadas, vídeos, depoimentos de
clientes do cliente, etc…

b. Reunião de diagnóstico:
Preferencialmente que este bate papo seja presencial, porém em alguns casos pode
acontecer de modo online, porém buscando coletar o máximo de informações
possível.

Este momento geralmente é um pouco mais longo e serve para:

a) validar as informações coletadas;


b) colher mais dados do cliente levando em consideração os contextos que o
cliente vai apresentando ao longo da conversa.

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Exemplos de perguntas:

• Como você descreveria a missão e visão da sua empresa?


• Como funciona hoje o dia a dia da sua área?
• Quais são os principais desafios que sua empresa enfrenta atualmente?
• Quais são os principais objetivos de negócios para este ano/trimestre?

c. Análise de documentos fornecidos pelo cliente:


Geralmente após a reunião de diagnóstico com o cliente ele costuma disponibilizar
alguns documentos, planilhas e/ou materiais para serem analisados posteriormente.

3. Entendimento dos Requisitos

Identificação dos Desafios


O primeiro passo para você planejar uma solução de BI, após entender o negócio, é
identificar as dores e necessidades atuais dos usuários (tomadores de decisão). Sua
solução tem como objetivo resolver essas dores.

Portanto, seja muito curioso e deixe o cliente falar a respeito do negócio e dos seus
problemas. Algumas perguntas que podem te ajudar a instigar o cliente a falar mais:

• Como é o processo atual de análise de dados e tomada de decisão?


• Quais são os desafios e problemas atuais no processo de geração de
relatórios e análise de dados?
• O quanto esses problemas te incomodam diariamente?
• Como é um dia normal de trabalho seu, desde quando chega até quando sai?
• Onde você identifica oportunidades de melhoria?
• Qual foi a última vez que você usou dados para tomar uma decisão?
• Como você atualmente rastreia e analisa suas métricas de negócios?
• Como seria a solução de BI perfeita para você? O que ela precisa resolver?
• Quando precisa fazer fechamentos, quantas pessoas são envolvidas e quanto
tempo leva?
• Existem processos ou áreas que você sente que poderiam ser mais eficientes?
• Se esses desafios não forem abordados, qual você acredita que será o
impacto no negócio a curto e longo prazo?

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• Você já tentou resolver esses problemas anteriormente? Se sim, quais foram os
resultados?
• Quais são as principais barreiras ou obstáculos que você prevê ao tentar
abordar esses desafios?

O mais importante aqui é identificar as dores que o cliente possui, para que você
possa resolver esses problemas através da sua solução.

Definição dos Requisitos Funcionais


Entendendo o negócio e as dores/necessidades do projeto, é preciso agora definir os
requisitos funcionais da solução, ou seja, o que de fato ela precisa responder para
que funcione corretamente.

Mais uma vez isso é conseguido através de reuniões com os usuários. Nesta etapa é
recomendado que todas as partes envolvidas estejam presentes nessas seções (TI e
Negócios), para evitar qualquer tipo de conflito futuro.

Durante a reunião você pode usar uma metodologia bem conhecida da


Administração que é a 5W2H:

1. What (o que)
2. When (quando)
3. Where (onde)
4. Who (quem)
5. Why (por que)
6. How (como)
7. How many (quanto).

Ou seja, seria basicamente perguntar qual fato ocorreu, ou seja, quais eventos ele
deseja acompanhar e de que forma ele deseja acompanhar esse fato (como
aconteceu, onde aconteceu, quando aconteceu, quem fez, etc).

Portanto seguem algumas perguntas fundamentais que você pode fazer na reunião:

● Quais eventos e indicadores importantes você precisa acompanhar?


• Essa pergunta ajuda a identificar quais tabelas fato você terá.
● Quais as regras de negócio desses indicadores?
• Essa pergunta ajuda a definir como calcular os indicadores.

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● Existem números de referência para dar significado a esses indicadores?
• Essa pergunta ajuda a saber se existem metas para balizar os
indicadores.
● Como você deseja analisar esses indicadores? Por quais visões?
• Essa pergunta ajuda a identificar quais tabelas dimensão você terá e
quais colunas precisará ter nessas tabelas para descrever os fatos.
● Quais ações devem ser geradas a partir das respostas?
• Essa pergunta ajuda a identificar planos de ação e também dá insights
de como cruzar as informações para obter as respostas necessárias.

Note que algumas dessas perguntas podem já ter sido respondidas antes durante a
primeira rodada de reuniões, porém é importante você validar novamente com o
cliente para consolidar o entendimento e documentar as informações corretamente.

Então com essas respostas conseguimos definir as perguntas que o Dashboard


deverá responder.

4. Entendimento dos Dados

Chegou a hora de entender os dados e definir os requisitos técnicos e os não


funcionais para que seja possível implementar os requisitos funcionais descritos
anteriormente. O grande objetivo é mapear as fontes de dados e definir como a
solução deve ser comportar em relação à governança, segurança, disponibilidade,
manutenção, etc.

Seguem alguns pontos importantes para se definir:

Fontes de dados e acesso (conversa com TI)


• Quais os sistemas e ERPs utilizados?
• Quais as fontes de dados no projeto?
• Qual é o banco de dados transacional?
• Já possui algum Data Warehouse?
• Quem controla o servidor do banco de dados?
• Podemos ter acesso a um backup do banco ou a um ambiente de
desenvolvimento?

Veja um exemplo de Workflow executado em um projeto real:

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Segurança dos dados (conversa com TI e Negócios)
• Quem vai utilizar o Dashboard?
• Os painéis devem ser filtrados de acordo com o usuário que acessar?

Em um cliente podemos ter que aplicar segurança a nível de linha para o usuário que
acessar o painel, pois podemos ter diferentes perfis de acesso. Por isso é necessário
atenção redobrada na hora de compartilhar os relatórios com os usuários, para que
ninguém acesse os dados sem permissão.

Consumo do Dashboard (conversa com TI e Negócios)


• Onde os usuários irão acessar o Dashboard?
• Já possui licenciamento? Qual? Quem administra e quem paga?
• Qual a frequência de atualização?

5. Mapa de Requisitos

Ao mapear requisitos, é essencial ter ferramentas que proporcionem uma visão clara
e organizada do projeto. Neste contexto, apresentamos duas ferramentas visuais
poderosas: a Bus Matrix e o Canvas do Mapa de Requisitos.

Bus Matrix
Após o entendimento dos dados, uma ferramenta valiosa que pode ser utilizada para
otimizar o processo de mapeamento de requisitos é a Bus Matrix. A Bus Matrix é uma

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matriz que relaciona os processos de negócios com os dados, ajudando a identificar
as interações e dependências entre eles, o que nos permite também definir o modelo
de dados do Data Warehouse. Com ela temos clareza absoluta sobre quais tabelas
Fato e quais tabelas Dimensão precisaremos tem em um nosso DW, e como elas se
cruzam.

A Bus Matrix é frequentemente referida na literatura como uma ferramenta para


mapear requisitos funcionais. No entanto, é importante notar que, embora a matriz se
concentre nos requisitos funcionais, ter uma compreensão clara dos dados
disponíveis é crucial para sua eficácia. Sem essa compreensão, a matriz pode se
tornar intangível e menos útil.

• Fatos (Processos de Negócios): Nas linhas, liste os principais indicadores ou


eventos do negócio que você identificou nas conversas iniciais.
• Dimensões (Atributos): Nas colunas, coloque as informações descritivas ou
categorias relacionadas aos fatos.
• Marque as Conexões: Para cada combinação de fato e dimensão, marque se
eles estão relacionados. Use símbolos ou cores para isso.

Pense na Bus Matrix como um mapa visual que mostra como os indicadores (fatos)
se relacionam com as informações descritivas (dimensões). Ela ajuda a ver onde
pode haver falhas ou sobreposições no seu projeto. Usar essa matriz torna o processo
de planejamento mais claro e organizado.

Veja um exemplo de Bus Matrix:

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Canvas do Mapa de Requisitos

O Canvas do Mapa de Requisitos é uma ferramenta visual inspirada no Business


Model Canvas. Ele proporciona uma visão consolidada dos principais pontos de um
projeto em um único documento, garantindo que todos os aspectos cruciais sejam
contemplados desde o início. Com ele, você pode visualizar:

• Objetivos do Projeto: O que se espera alcançar.


• Fontes de Dados: De onde os dados serão extraídos.
• Meta: O alvo ou padrão a ser alcançado.
• Indicadores e Métricas: Medidas quantitativas para avaliar o progresso.
• Análises: Exames detalhados dos dados.
• Stakeholders: Partes interessadas no projeto.
• Informações de Usabilidade: Detalhes sobre como o projeto será usado.

Veja como é o Canvas:

Utilizar o Canvas facilita a comunicação entre as partes interessadas,


proporcionando uma visão clara e concisa do escopo e das expectativas do projeto.

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6. Fases do Projeto e Cronograma

Em qualquer projeto de BI sempre quebre o mesmo em etapas, para entregar o mais


importante primeiro para o cliente e para ter certeza que o projeto está indo na
direção correta. Portanto, adote alguma metodologia ágil de entrega com o Scrum
ou Kanban.

Veja um exemplo de Cronograma:

7. Documentação e Validação

Finalmente, documente todos os requisitos mapeados. Isso serve como um guia para
as fases de solução e implementação. Valide a documentação com o cliente para
garantir que todas as necessidades e expectativas sejam atendidas.

Ao combinar as abordagens estruturadas da ESI com a comunicação focada e a


identificação de necessidades da RIIT, você estará bem equipado para mapear
requisitos de forma abrangente e precisa.

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