NOTA DA AUTORA

Em 1999, aos meus 64 anos de idade, estava

cansada de procurar emprego, mas ninguém me
dava oportunidade por causa de minha idade.
Foi quando ouvi falar do Bento do Portão. Fui
até seu túmulo rezar e pedir para que me ajudas-
se a conseguir um emprego. Comecei a participar
da corrente de orações às segundas-feiras, junta-
mente com milhares de fiéis. Pouco tempo depois,
me ofereceram a oportunidade de zelar pelo seu
túmulo. Eu aceitei muito agradecida pela graça
alcançada.

A cada dia que passava, eu ficava mais impres-

sionada com o número de pessoas que pediam e
alcançavam graças e iam até lá agradecer; isso
me emocionava muito. Senti então a necessidade
de fazer algo mais, além de zelar, limpar, cuidar do
seu túmulo: gostaria de divulgar para o Brasil intei-
ro, através deste livro, sua vida, suas graças, para
que cada vez mais as pessoas tivessem acesso
às suas graças, à sua bondade, à sua luz, pois
“tudo que pedires com fé, com certeza alcança-
rás”, como disse Jesus.
Quero agradecer a todos os que colaboraram
comigo, dando seus depoimentos, para que esse
meu sonho se realizasse.

Quero agradecer especialmente ao Sr. José G.

Mendonça que tornou este sonho viável, por ter
sido mais uma pessoa agraciada pelo Bento do
Portão.

Maria Guerra Feitosa

FIÉIS ORAM POR MENDIGO MILAGREIRO
Túmulo do pedinte virou ponto de peregrina-
ção no Cemitério de Santo Amaro
por MARCOS SÉRGIO SILVA

Não é à toa a boa vida dos mendigos que moram nos

túmulos do Cemitério de Santo Amaro (zona sul de São Pau-
lo). No começo do século, um pedinte fez fama curando pes-
soas na região.

Antônio Bento, o “Bento do Portão”, atrai muitos pedidos.

Nas segundas-feiras, um grupo de fiéis costuma fazer cor-
rentes de oração por ele.

Na quarta-feira, o NP - Notícias Populares - flagrou três

pessoas dormindo, comendo e bebendo na tumba do cemité-
rio em que Bento está enterrado.

A fama de milagreiro começou 5 anos após a morte de

Bento, em 1922. Uma mulher pediu para que suas pernas não
fossem amputadas. Teria alcançado a graça.
De lá pra cá, o Cemitério de Santo Amaro virou local de
peregrinação de fiéis e mendigos. E gente especial, como Maria
Feitosa, 65.
Todos os dias, ela cuida do túmulo, limpando os vasos e
lavando o corredor, sem receber nada por isso. Ela ainda cos-
tuma entregar santinhos de Bento.

A maioria conheceu o túmulo do mendigo através de pa-

rentes. Foi uma tia, por exemplo, quem indicou Bento para a
arrumadeira Cidarra Santos Souza, 35. “Eu não conseguia ter
filhos e pedi para o Bento. Hoje, estou grávida de um mês e
meio”.

A aposentada Leontina Rodrigues Moura, 64, fez a promes-

sa para a neta. Ela não gostava das más companhias da me-
nina. “Durante meses vinha todo dia colocar flores para o Bento.
Hoje, tenho um bisneto de 10 anos, filho dela”, contou dona
Leontina.

As promessas estão ajudando a preservação da sepultura

do mendigo. A placa de barro que cobria o túmulo foi trocada
por uma de mármore. Coisa de um policial que teve graça
alcançada.

Carregava água

Bento do Portão passou parte de seus 42 anos em Santo

Amaro, cortando lenha e carregando água para moradores.
Quando sentia fome, sentava na porta da casa das pessoas
e pedia comida.

O costume lhe rendeu o nome de “Bento do Portão”. Em 29

de junho de 1917, ele foi encontrado morto na entrada do ce-
mitério. Bento foi enterrado na quadra 8 da rua Carlos Gomes,
no Cemitério de Santo Amaro.

em “Notícias Populares”
Sexta-feira, 9 de julho de 1999
BENTO DO PORTÃO

Antônio Bento nasceu no Estado da Bahia, no dia 29 de

janeiro de 1875.

Viveu no Bairro de Santo Amaro, São Paulo, como mendigo

e curandeiro; nas horas vagas cortava lenha, carregava água
para os moradores da região que lhe pagavam com um prato
de comida, um cigarro de palha ou até com uma simples bala.

Era uma pessoa simples, bondosa e muito admirada pelas

crianças e adultos. Às vezes era mal compreendido por algu-
mas pessoas que o maltratavam por não compreendê-lo.

É conhecido pelo nome de Bento do Portão, porque, quando

tinha fome, sentava-se nos degraus dos portões das residênci-
as, e os moradores sempre lhe forneciam um prato de comida.

Antônio Bento morreu no dia 29 de junho de 1917, com 42

anos, próximo à entrada principal do Cemitério de Santo Amaro,
e quem o encontrou foi a senhora Isabel Schmidt que vinha,
todas as manhãs, trazer-lhe café com pão.

Sete anos após sua morte, ao ser feita a exumação de seu corpo,
este se encontrava intacto: não havia sido decomposto pelo tempo.

A ele são atribuídos vários milagres, sendo o primeiro no dia 2

de fevereiro de 1922 a certa pessoa que, necessitando amputar
as duas pernas, pediu-lhe ajuda, alcançando a graça solicitada.

Antônio Bento tornou-se conhecido em Santo Amaro e em

outros bairros da capital, em quase todo o Estado de São Pau-
lo, em alguns estados do Brasil e até no exterior, como Bento
do Portão, tendo muitos devotos que, às segundas-feiras, vão
ao cemitério de Santo Amaro, à rua Carlos Gomes, quadra 8,
onde está sepultado, para reverenciar sua memória, fazer pedi-
dos, súplicas e render-lhe as mais justas homenagens.
ORAÇÃO AO GLORIOSO BENTO DO PORTÃO
Meu glorioso Bento do Portão,
alma caridosa,
que tantas graças tens alcançado!
Pelo sofrimento que passaste,
mereceste de Deus
o prêmio de prestar ajuda
àqueles que te invocam.

Neste momento de angústia,

de desespero e sofrimento,
me dirijo a ti,
como meu protetor,
meu consolo e benfeitor.
Bento do Portão,
em nome do Criador,
de seu Santo Filho, Jesus,
e do Espírito Santo,
rogo a graça...
(faz-se o pedido)

Sei que sou pecador,

mas neste momento sagrado,
quero pedir perdão
para, com minha alma limpa,
poder merecer esta graça...
(faz-se o pedido, e lembra-se a promessa a ser cumprida, ob-
tida a graça)

Prometendo também que,

se eu obtiver esta graça,
serei para sempre
devoto desta alma milagrosa
que é Bento do Portão.

(Rezar 3 Pai-Nossos, 3 Ave-Marias, 3 Glórias. Durante a novena,

acender uma vela por dia em louvor a Deus).
DEPOIMENTOS
SOBRE GRAÇAS ALCANÇADAS

Nome: Rosely Yoshie Suzuhi

Estava há dois anos desempregada. Pediu ao Bento do

Portão que lhe aparecesse uma chance de emprego, e
apareceram então três oportunidades. Além disso, ele
curou seu filho Kleber que sofria de bronquite asmática.
Seu marido, que estava desempregado, também conse-
guiu emprego.
Desde já agradeço. Que Deus abençoe esta alma tão
milagrosa que é Bento do Portão.

Nome: Francisca Marinho da Rocha

Tem uma filha que se encontrava em estado de coma,

desenganada por uma equipe médica. Desesperada, ia
todos os dias ao túmulo de Bento do Portão pedir pela
saúde de sua filha. Hoje sua filha está com 26 anos, to-
talmente curada e cursando faculdade.
Agradeço a Bento do Portão por mais esta graça
alcançada.
Em outra ocasião pedi a Bento do Portão que me aju-
dasse a arrumar uma casa para morar com meus cinco
filhos que eram ainda pequenos, pois eu tinha sido tocada
da casa da minha família. Dentro de 15 dias, mais ou
menos, eu consegui. Vivo nessa casa há quase 10 anos.
Peço graças a Bento do Portão há quase 30 anos. Agra-
deço todos os dias pelas graças alcançadas.

Nome: Carlos Alberto Minas Rosa

Carlos Alberto, pela primeira vez veio ao túmulo de Ben-

to do Portão para acender três velas. Ele as acendeu,
mas se surpreendeu, pois quando olhou havia quatro
velas acesas e não três, como ele havia acendido. Cha-
 mou D. Maria que cuida do túmulo de Bento do Portão e
contou o que havia ocorrido.
Ela falou para que ele não ficasse assustado, porque os
seus pedidos iriam ser atendidos, pois ela está acostu-
mada a ver todos os dias as pessoas serem surpreen-
didas pelas graças alcançadas e pelas coisas
inacreditáveis que acontecem naquele local.

Nome: Valdirene Silva

Agradeço a Bento do Portão por ajudar a minha avó a

sair do hospital, pois ela estava doente e muito fraca,
perto de nos deixar. Mas graças a Deus, o pedido feito a
Bento do Portão mudou tudo, e hoje ela está conosco e
bem de saúde.

Nome: Célia Reginalda Guimarães

Tem uma filha chamada Aparecida Elena Guimarães, que

sofria de ataque epiléptico. Após rezar e pedir a Bento
do Portão sua filha está curada. Hoje agradece por mais
esta graça alcançada.

Nome: Marina Antão Moreira

Rezou e pediu a Bento do Portão que a ajudasse a com-

prar uma casa. Ela já conseguiu comprá-la. E pediu pelo
seu filho que era cobrador de ônibus e que era assalta-
do toda semana; hoje ele não é mais cobrador, foi pro-
movido a motorista de ônibus e nunca mais foi assalta-
do.

Nome: Carlos José dos Anjos

Estava desempregado há vários meses; desesperado,

não sabia mais o que fazer. Foi até o túmulo de Bento do
Portão e pediu que ele o ajudasse a arrumar um empre-
go. Uma semana depois ele estava empregado. Hoje
 agradece ao Bento do Portão por essa graça alcançada.

Nome: Maria Aparecida Bento da Fonseca

Minha filha estava desempregada há mais de 3 anos.

Vim ao túmulo do Bento do Portão pedir por ela, para que
encontrasse um emprego. Hoje ela está empregada, tra-
balhando. Graças dou ao Bento do Portão por essa gra-
ça.

Nome: Sebastião Felix da Silva

Venho através deste depoimento agradecer a Bento do

Portão por uma graça alcançada com sua ajuda. Hoje
estou trabalhando novamente no mesmo lugar.

Nome: Irmecílio Roger

Estava desempregado há cinco meses, não conseguia

emprego porque estava com 53 anos de idade e me acha-
vam velho. Pedi ao Bento do Portão que me ajudasse a
conseguir um emprego. Hoje sou motorista da Viação
Santo Amaro. Há seis anos. Agradeço ao Bento do Portão
por essa graça.

Nome: Cláudia de Jesus Teixeira

Obtive do Bento do Portão a graça de vender um carro.

Assim que fiz o pedido, chegando a casa recebi a notí-
cia de que uma pessoa havia me procurado pois queria
comprar meu carro. Estava desempregada e pedi a Bento
do Portão para me ajudar a conseguir um emprego. Nove
dias depois eu estava empregada. Agradeço todos os
dias por essas duas graças alcançadas: uma foi no ano
de 98 e a outra foi no ano de 99.

Nome: Raimunda