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TJBA

PJe - Processo Judicial Eletrônico

23/06/2024

Número: 8008315-57.2024.8.05.0022
Classe: AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
Órgão julgador: PLANTÃO JUDICIÁRIO
Última distribuição : 22/06/2024
Assuntos: Crimes de Trânsito
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
11º COORPIN - BARREIRAS (AUTORIDADE)
ROSANE MARCHEWICZ (FLAGRANTEADO) RAFAEL MIGUEL SOUZA DOS SANTOS registrado(a)
civilmente como RAFAEL MIGUEL SOUZA DOS SANTOS
(ADVOGADO)
Ministério Público do Estado da Bahia (TERCEIRO
INTERESSADO)
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA (TERCEIRO
INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
45036 23/06/2024 09:35 Decisão Decisão
6008
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA

PLANTÃO JUDICIÁRIO

Processo: AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE n. 8008315-57.2024.8.05.0022


Órgão Julgador: PLANTÃO JUDICIÁRIO
AUTORIDADE: 11º COORPIN - BARREIRAS
Advogado(s):
FLAGRANTEADO: ROSANE MARCHEWICZ
Advogado(s): RAFAEL MIGUEL SOUZA DOS SANTOS registrado(a) civilmente como RAFAEL MIGUEL SOUZA DOS SANTOS
(OAB:BA75076)

DECISÃO

Trata-se de comunicação de prisão em flagrante da Sra. ROSANE MARCHEWICZ, ocorrida em


21/06/2024, em virtude da suposta prática do delito previsto nos arts. 306, § 2°, DA LEI
9.503/1997 e ART. 333 do Código Penal.

Consta do Auto de Prisão em Flagrante, em síntese, que a conduzida estava dirigindo um veículo
automotor com sinais de embriaguez, tendo sido parada por Policiais Militares que a convidaram
a realizar o teste do Etilômetro, momento em que a flagranteada teria oferecida quantia em
dinheiro para que os policiais a liberassem.

Em apertado resumo, a Defesa pleiteou o relaxamento do flagrante c/c a concessão da liberdade


provisória sem fiança e, caso necessário, aplicação de medida cautelar diversa da prisão. O
Ministério Público, por sua vez, mão se manifestou.

É o breve relatório. Fundamento e decido.

Inicialmente, convém pontuar que não se desconhece a Resolução CNJ nº 213/2015, que
determina que toda pessoa presa em flagrante delito seja obrigatoriamente apresentada, em até
24 (vinte e quatro) horas da comunicação do flagrante, à autoridade judicial competente. Tal
imposição foi recentemente confirmada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal nos autos da
Reclamação nº 29.303/RJ, Relator Min. Edson Fachin, j. 6/3/2023. Ocorre que a sistemática do
Plantão Unificado de 1º Grau impede a realização a realização da audiência de custódia, sendo
oportuno registrar que o Provimento CGJ Nº 08/2021-GSEC é expresso ao dispor que a
Secretaria do Plantão Unificado deve proceder à abertura de vista aos representantes do
Ministério Público e da Defesa, com a posterior remessa à conclusão para apreciação do Juiz
Plantonista em atuação (arts. 3º e 4º).

Em recente julgamento, o STF atribuiu interpretação conforme ao § 4º do art. 310 do CPP, para
assentar que a autoridade judiciária deverá avaliar se estão presentes os requisitos para a
prorrogação excepcional do prazo ou para sua realização por videoconferência, sem prejuízo da

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Número do documento: 24062309352102000000434568299
possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. Logo, se houver impossibilidade fática,
a audiência de custódia poderá ser realizada para além do prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
sem que isso implique ilegalidade apta a provocar o relaxamento da prisão ou a imediata
colocação do preso em liberdade (ADI 6.298/DF, ADI 6.299/DF, ADI 6.300/DF e ADI 6.305/DF,
Relator Min. Luiz Fux, j. 24/08/2023).

Assim, resta justificada a ausência de audiência de custódia por esta Magistrada, sem prejuízo de
sua designação pelo Juízo de Direito da Comarca competente.

Analisando o feito, verifica-se, ao menos em uma primeira análise, estarem preenchidos os


requisitos materiais e formais da prisão em flagrante previstos nos arts. 304 e 306 do Código de
Processo Penal, bem como foram atendidas as exigências constitucionais esposadas no art. 5º,
incisos LXII, LXIII e LXIV, da Constituição Federal de 1988.

Foram ouvidos os condutores e a conduzida, estando o APF assinado e contendo as


advertências legais em relação aos direitos constitucionais do preso.

Em outras palavras, pelo que nos autos consta, a prisão da flagranteada foi realizada em
conformidade com as normas legais pertinentes, em especial ao disposto no art. 302, II, do CPP.

Assim, por não vislumbrar vícios ou nulidades verificadas no auto de prisão, homologa-se a
prisão em flagrante.

Na lição do insigne jurista Julio Fabbrini Mirabete, “A prisão preventiva, em sentido estrito, é
medida cautelar, constituída de privação de liberdade do acusado e decretada pelo juiz durante o
inquérito ou instrução criminal, diante da existência dos pressupostos legais para assegurar os
interesses sociais de segurança” (in Código de Processo Penal Interpretado, Ed. Atlas, 6ª Edição,
p. 409).

Trata-se, pois, de medida excepcional, cuja decretação é condicionada ao efetivo cumprimento


dos requisitos e pressupostos previstos legais.

Com efeito, conforme previsão constante da parte final do caput do art. 312, do CPP, a prisão
preventiva somente pode ser decretada se existirem provas da materialidade delitiva e indícios da
autoria do delito, o que se denomina de fumus comissi delicti.

Também devem estar presentes os demais pressupostos da segregação cautelar, isto é, a


necessidade da prisão preventiva para a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, bem como o
perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, chamados de periculum libertatis.

Ademais, nos termos do art. 313 do CPP, somente se admite a decretação da prisão preventiva
se for verificada ao menos uma das situações a seguir: (i) no caso de crime doloso punido com
pena privativa de liberdade máxima superior a 4 anos; (ii) se se tratar de reincidente em crime
doloso; (iii) se o crime for cometido no âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência; (iv) quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa,
quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la.

No caso em concreto, quanto à necessidade de se resguardar a ordem pública, a ordem


econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal,
não se verifica a ocorrência de nenhuma dessas hipóteses.

Pelo que consta nos autos, a conduzida não é reincidente em crime doloso, nem foi o delito
cometido no âmbito de violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,

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idoso, enfermo ou pessoa com deficiência ou ainda para garantir a execução das medidas
protetivas de urgência; não havendo dúvida sobre a identidade civil da pessoa.

No entanto, considerando a presença da materialidade e de indícios suficientes de autoria


delitiva, faz-se possível analisar a adequação e a suficiência de algumas medidas cautelares
diversas da prisão.

Nesse diapasão, tenho que se fazem necessárias, adequadas e suficientes as seguintes


cautelares:

1. obrigação de comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for


intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento;

2. comparecimento periódico mensal na vara crime da comarca de


Barreiras/BA para informar e justificar suas atividades;

3. proibição de se ausentar da cidade, por mais de 08 (oito) dias, sem


prévia comunicação e autorização do Juízo;

4. comunicar ao Juízo competente, previamente, qualquer mudança de


endereço;

Por fim, cientifique-se a custodiada de que, caso seja descumprida alguma das medidas
cautelares anteriormente especificadas, poderá restar configurada situação que autorize a
decretação de sua prisão preventiva.

Diante de tudo o que foi exposto, ACOLHO os pedidos da Defesa e, ato contínuo, HOMOLOGO
a prisão em flagrante, ao mesmo tempo em que CONCEDO A LIBERDADE PROVISÓRIA à
conduzida ROSANE MARCHEWICZ com a aplicação das seguintes medidas cautelares
diversas da prisão:

1. obrigação de comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for


intimada para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento;

2. comparecimento periódico mensal na vara crime da comarca de


Barreiras/BA para informar e justificar suas atividades;

3. proibição de se ausentar da cidade, por mais de 08 (oito) dias, sem


prévia comunicação e autorização do Juízo;

4. comunicar ao Juízo competente, previamente, qualquer mudança de


endereço;

Expeça-se imediatamente o competente alvará de soltura no BNMP, fazendo nele constar as


demais medidas cautelares fixadas nesta oportunidade.

Intimações necessárias.

Após o cumprimento das diligências de praxe, proceda-se à redistribuição ao Juízo de


Direito da Comarca competente.

Em prestígio aos princípios da celeridade e economia processual, concedo à presente


decisão força de mandado / ofício, acautelando-se das advertências legais, prescindindo
da expedição de qualquer outro para a mesma finalidade.

Cumpra-se.

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Oliveira dos Brejinhos/BA, datado e assinado eletronicamente.

MARIANA ALVARIÑO BRITTO

Juíza Plantonista

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