Tema 1 - Redes de Acesso
Tema 1 - Redes de Acesso
Tema 1 - Redes de Acesso
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Atualmente diversos tipos de serviços/aplicações utilizam a Internet. Estas
aplicações implementam recursos multimídia cada vez mais elaborados.
Podemos citar como exemplo os servidores Web que hospedam páginas com
recursos elaborados de áudio e vídeo, serviços de Voz sobre IP (VoIP), servidores
de vídeo sob demanda (VoD) e a transmissão de sinais de TV (IPTV). Isso exige
uma maior taxa de transmissão na rede de acesso do usuário, de maneira que estes
serviços/aplicações possam ser oferecidos com qualidade apropriada.
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A figura acima ilustra a evolução das velocidades de transmissão de dados das
principais tecnologias de acesso. Os modems analógicos, também denominados de
voice band modems, foram a primeira opção de acesso para transmissão de dados
dos usuários utilizando a rede de telefonia pública comutada (Public Switched
Telephone Network – PSTN). Esta tecnologia possibilitou a utilização da
infraestrutura da rede telefônica convencional para a comunicação de dados. Este
tipo de acesso é chamado de acesso discado (Dial-Up).
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assinantes. Sem dúvida, uma rede de acesso baseada apenas em fibra ótica
possibilitaria as maiores taxas de transmissão. Esta estratégia ainda não é
implementada em larga escala para usuários domésticos por questões de custo e
de legislação.
O
diagrama ilustra os diferentes tipos de meios físicos usados na rede de acesso, bem
como alguns exemplos de tecnologias que são utilizadas em cada situação. As
tecnologias da família de padrões xDSL operam utilizando como meio físico o par
trançado convencional da rede telefônica. Podemos citar como exemplo os padrões
ADSL, HDSL, SDSL, VDSL, entre outros.
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As arquiteturas que utilizam tecnologia sem fio (wireless) na rede de acesso
implementam em geral sistemas de comunicação ponto-multiponto (P2MP) usando
transmissões terrestres de rádio, como por exemplo os serviços de acesso via rede
celular, WiMAX, etc. O acesso via satélite é um serviço com ampla cobertura,
contudo as taxas de transmissão e os custos são fatores limitantes.
A fotografia ilustra diferentes meios físicos usados nas redes de acesso, que
podemos observar facilmente nos postes de distribuição de energia elétrica.
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Em contraste, as redes de comunicação de dados tradicionais, como por exemplo a
Internet, são redes que operam com comutação por pacotes.
Não é estabelecido um caminho dedicado entre origem e destino. Os pacotes dos
diferentes usuários compartilham o meio de transmissão. Neste caso temos uma
rede denominada rede estatística.
As novas tecnologias de redes visam integrar a rede telefônica (determinística) e a
rede de dados (estatística) em uma única rede com comutação por pacote
(estatística), utilizando mecanismos de qualidade de serviço (QoS). Estas redes são
denominadas de redes convergentes.
Para entendermos a evolução das tecnologias de acesso que utilizam par trançado,
é importante saber como foi concebida a rede de telefonia convencional.
Conhecendo as características e o funcionamento básico da rede telefônica
podemos estudar como funciona o processo de comunicação de dados através
destas redes.
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O sinal de voz é transmitido de forma analógica até a central telefônica da
operadora, onde é então digitalizado para transmissão. A voz capturada pelo
microfone é transformada em um sinal elétrico analógico. Ele é denominado sinal
analógico pois a sua amplitude pode assumir qualquer valor dentro de uma faixa
pré-estabelecida de tensão (voltagem).
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O sinal analógico de voz que chega na central telefônica passa pelo processo
denominado de digitalização ou conversão Analógica-Digital (Conversão A/D). A
digitalização consiste em transformar o sinal analógico em sinal digital. A
digitalização consiste basicamente de 3 etapas: amostragem, quantização e
codificação.
O processo de amostragem que é ilustrado na figura, consiste em se pegar
amostras dos valores de tensão do sinal analógico, em instantes de tempo
periódicos pré-definidos, que representa o período de amostragem. O inverso do
período de amostragem representa a freqüência de amostragem usada no processo
de digitalização. A freqüência de amostragem no sistema telefônico é de 8000
amostras por segundo, ou seja, uma freqüência de amostragem de 8kHz.
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Na conversão A/D, após o sinal analógico ser amostrado (processo de
amostragem), as amostras são quantizadas. O processo de quantização significa
arredondar os valores de tensão (amplitude) obtidos na amostragem para valores
(níveis) pré-definidos no sistema de digitalização.
O conjunto de níveis pré-definidos, denominados níveis de quantização, são então
representados por palavras binárias (bits). Este mapeamento do nível quantizado
em bits é a terceira etapa do processo de digitalização, denominada codificação. No
sistema telefônico são utilizados 256 níveis de quantização, sendo portanto cada
nível representado por 8 bits (1 byte). O resultado do processo de digitalização ou
conversão analógica-digital (A/D) é um fluxo de bits (taxa de bits). Esse bits são
então armazenados ou transmitidos utilizando-se um sinal digital. No sistema
telefônico a taxa de bits resultante do processo de digitalização de um sinal de voz
(chamada telefônica) é de 64000 bits/s ou 64kbps. Esta taxa é obtida multiplicando-
se o número de bits de quantização (8 bits) pela freqüência de amostragem (8kHz).
O processo de amostragem, quantização e codificação também é denominado de
modulação por código de pulso (Pulse Code Modulation – PCM).