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FACULDADE DE ENGENHARIA

Departamento de Engenharia Química


Curso de Engenharia do Ambiente

Projecto de produção de composto orgânico a partir dos


resíduos sólidos orgânicos domésticos

Autor:
Salomão José da Graça Langa
Supervisor:
Prof. Doutor Eng.º Jonas Valente Matsinhe

Maputo, Abril 2024


FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Química
Curso de Engenharia do Ambiente

Projecto de produção de composto orgânico a partir dos


resíduos sólidos orgânicos domésticos

Autor:
Salomão José da Graça Langa
Supervisor:
Prof. Doutor Eng.º Jonas Valente Matsinhe

Maputo, Abril 2024


TERMO DE ENTREGA

Declaro que o estudante finalista Salomão José da Graça Langa entregou no dia__
de_______de 2023 as_ cópias do relatório do seu intitulado “Projecto de produção de
composto orgânico a partir dos resíduos sólidos orgânicos domésticos”.

Maputo, de 2024

O Chefe do

departamento

(Prof. Eng.º Clemencio Nhantumbo)


DECLARAÇÃO SOB PALAVRA DE HONRA

Eu, Salomão José da Graça langa declaro por minha honra que o presente trabalho
nunca foi apresentado, e que o mesmo foi realizado por mim com base nos
conhecimentos adquiridos ao longo da minha formação, como resultado de pesquisa
bibliográfica e de discussões mantidas durante o estudo com o meu supervisor.

(Salomão José da Graça Langa)


DEDICATORIA

Dedico o presente trabalho em memória dos meus pais, José Isaías Zacarias Langa e
Maria Salomão Matusse.

I
AGRADECIMENTOS

A minha família em especial aos meus irmãos Alfredo Isaías Langa, Mabonane José
Langa, Zacarias Mabonane Langa, José Langa e ao meu sobrinho Bafana José Langa,
pelo apoio, paciência e Amor.

Ao meu Supervisor Prof. Doutor Jonas Valente Matsinhe Eng°, pelo apoio na realização
do trabalho.

A minha namorada Lízi Matimele pelo companheirismo, Amor, paciência e apoio.

Aos meus colegas de turma e amigos, em especial ao Rabil Mutupua, Jacinto Gibante,
Franca Cumbe, Iolanda Nhaucha, Jéssica Joana, Edson Calala, Marcelino Nivale,
Almeida Matias, José Ubisse e Domingos Mugabe pelo apoio, conhecimentos partilhados
e companheirismo ao longo do curso.

II
RESUMO
Nos últimos anos tem-se verificado um crescimento populacional nas cidades de
Moçambique e também um aumento na produção dos resíduos sólidos, de certa forma
tem prejudicado o meio Ambiente. Vários são os meios que são usados para a gestão
desses resíduos, um dos processos importantes da gestão e o tratamento a ser dado
aos resíduos. A compostagem surge como uma das soluções que podem ser usadas
para melhorar a gestão (tratamento) dos resíduos sólidos orgânicos, reciclando a matéria
orgânica.

O presente trabalho tem como objectivo geral a execução de um projecto de produção


de composto orgânico a partir dos resíduos sólidos orgânicos domésticos, identificando
os seus parâmetros que afectam o processo e a sua eficácia na produção do mesmo. A
metodologia de avaliação dos parâmetros medidos foi comparativa e dedutiva. Os dados
dos parâmetros (humidade, temperatura, pH) foram observados em 14 semanas.

Os resultados obtidos revelaram que nos sistemas os dados dos parâmetros medidos
foram totalmente diferentes dos esperados, as temperaturas atingidas não chegaram aos
50°C nos dois sistemas, mais foram observadas as três fases (mesofilo, termófilo e
mesofilo) somente num dos sistemas (Baldes), a humidade chegou a ficar abaixo dos 40
% o que é considerada uma faixa abaixo das condições necessárias para uma boa
compostagem e depois atingiu os valores necessários. Os valores do pH nos sistemas
iniciaram o processo no estado acido (4.5), com aumento das temperaturas chegaram a
atingir o estado alcalino. Apesar de terem sido observados valores diferentes dos
esperados no processo de compostagem, os sistemas mostraram se eficientes para
produção em pequena escala.

Palavras-chaves: Resíduos sólidos, Compostagem

III
Índice

RESUMO ....................................................................................................................... III


LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................... VI
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... VII
LISTA DE TABELAS .................................................................................................... VIII
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 1
1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 2
1.2 OBJECTIVO GERAL.............................................................................................. 2
1.2.1 Objectivo específico ......................................................................................... 2
1.3 METODOLOGIA ................................................................................................ 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 4
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS ......................................................................................... 4
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................................... 4
2.2.1 Classificação quanto a origem ......................................................................... 4
2.2.2 Quanto a periculosidade .................................................................................. 6
2.3 GESTÃO INTEGRADA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................. 7
2.3.1 Tratamento e Deposição final dos resíduos sólidos urbanos ........................ 11
2.4 COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS ................................................ 12
2.4.1 Etapas da compostagem ............................................................................... 15
2.4.2 Composto orgânico ........................................................................................ 17
2.4.3 Factores que afectam o processo de compostagem ..................................... 18
2.5 SISTEMAS DE COMPOSTAGEM ....................................................................... 22
2.5.1 Sistema de leiras estáticas com aeração forçada .......................................... 23
2.5.2 Sistema de leiras com revolvimento .............................................................. 23
2.5.3 Sistema fechado (reactor).............................................................................. 24
2.5.4 Sistema de Vermicompostagem .................................................................... 27
2.5.5 Sistema de Bokashi ....................................................................................... 28
2.5.6 Sistema de Compostagem Doméstica Ou Caseira ........................................ 29
3. MATERIAS E MÉTODOS ......................................................................................... 33
3.1 MATÉRIAS USADOS........................................................................................... 33
3.1.1. Matéria orgânica .......................................................................................... 34
3.1.2. Material usado para construção dos compostores ....................................... 35
IV
3.1.3. Montagem e operação do experimento ........................................................ 35
3.2. MONITORAMENTO DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM............................. 41
3.2.1 Tamanho das partículas ................................................................................ 41
3.2.2 Temperatura .................................................................................................. 41
3.2.3 Humidade ...................................................................................................... 42
3.2.4 Potencial de hidrogénio(pH) .......................................................................... 43
3.2.5 Maturação do composto ................................................................................ 43
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 44
4.1 FACTORES QUE AFECTAM O PROCESSO DE COMPOSTAGEM .................. 44
4.1.1 Humidade ...................................................................................................... 44
4.1.2 Temperatura .................................................................................................. 45
4.1.3 Potencial de hidrogénio(pH) .......................................................................... 47
4.1.4 Maturação do composto ................................................................................ 49
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 51
6. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 52

V
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS
A Ano
ABNT Associação brasileira de normas técnicas
CO2 Dióxido de carbono
O2 Oxigénio
DBO5 Demanda bioquímica de oxigénio
EDM Eletricidade de Moçambique
GEE Gases de efeito estufa
GIRS Gestão integrada dos resíduos sólidos
GRSU Gestão dos resíduos sólidos urbanos
Hab Habitantes
Kg Quilogramas
L Litros
LIPOR Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto
MICOA Ministério da terra e Ambiente
MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
MO Matéria orgânica
NBR Norma brasileira
PDUL Projecto de Desenvolvimento Urbano e Local
PGIRSU Plano de gestão integrada de resíduos sólidos urbanos
PH Partículas de hidrogénio
RSU Resíduos sólidos urbanos
SGRSU Sistema de gestão de resíduos sólidos urbanos
T Placas de porcelana
T Toneladas

VI
LISTA DE FIGURAS

FIGURA: 1 GRÁFICO DE COMPOSTAGEM QUE APRESENTA AS FASES DO PROCESSO DE


COMPOSTAGEM: MESÓFILICA, TERMÓFILICA E MATURAÇÃO (PROCESSO,2020). .............. 17

FIGURA: 2 SISTEMA DE CAIXAS USADAS NO PROCESSO DE VERMICOMPOSTAGEM DOMÉSTICA


(HTTP: WWW.MARFINITMARFINITEMOGI.COM.BR/IMAGE/CACHE/CATALOG/MOGI/M-
500X500.PNG) ......................................................................................................... 28
FIGURA: 3 COMPOSTEIRA DE CAIXA DE MADEIRA FEITAS COM PALETAS (CARVALHO,2020). .... 31
FIGURA: 4 COMPOSTEIRA DE REDE METÁLICA CILÍNDRICA (SILIA,2015) ................................ 31
FIGURA: 5 COMPOSTEIRA DE BARRIL ROTATIVO
(HTTPS://WWW.RESEARCHGATE.NET/PUBLICATION) ...................................................... 32
FIGURA: 6 COMPOSTEIRA DE TIJOLOS (SILIA,2015) ............................................................ 33
FIGURA: 7 FLUXOGRAMA DO PROCESSO (AUTOR,2023). ..................................................... 34
FIGURA: 8 DETALHES DO MATERIAL USADO PARA A CONSTRUÇÃO DAS COMPOSTEIRAS
(AUTOR,2023): BALDE 20 L(A), CAIXA DE PALETAS(B) ................................................. 36
FIGURA: 9 CAIXA DE PALETAS COM BASE COBERTA POR PLÁSTICO (AUTOR,2023). ................ 37
FIGURA: 10 BALDE DE 20L(AUTOR,2023). ........................................................................ 37
FIGURA: 11 MATÉRIA ORGÂNICA UTILIZADA NA EXPERIÊNCIA (AUTOR,2023). ........................ 38
FIGURA: 12 PASSO A PASSO NO PREENCHIMENTO DA COMPOSTEIRA (AUTOR,2023). ............ 39
FIGURA: 13 AMOSTRAS DA MATÉRIA ORGÂNICA USADA NA COMPOSTEIRA (AUTOR,2023). ...... 40
FIGURA: 14 SEQUENCIA (A ATÉ E) DO ENCHIMENTO DA COMPOSTEIRA (AUTOR,2023). .......... 40
FIGURA: 15 TERMÓMETRO DIGITAL (AUTOR,2023). ............................................................ 42
FIGURA: 16 GRÁFICOS DOS VALORES DE HUMIDADE EM FUNÇÃO DO TEMPO (AUTOR,2023). .. 44
FIGURA: 17 GRÁFICOS DA TEMPERATURA EM FUNÇÃO DO TEMPO (AUTOR,2023). ................. 46
FIGURA: 18 GRÁFICOS DAS VARIAÇÕES DO PH EM FUNÇÃO AS SEMANAS (AUTOR,2023). ...... 48
FIGURA: 19 AMOSTRAS DOS COMPOSTOS MATURADOS E A SUA COR(AUTOR,2023). ............. 49

VII
LISTA DE TABELAS

TABELA: 1 ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO DE RSU DOMÉSTICOS EM MOÇAMBIQUE EM 2017 ...... 10


TABELA: 2 TIPOS DE RESIDUOS QUE DEVEM OU NÃO SER USADOS NA COMPOSTAGEM ............ 14
TABELA: 3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS SISTEMAS DE COMPOSTAGEM ....................... 26
TABELA: 4 TIPOS DE MATERIAIS E PERCENTAGENS MEDIAS PARA PRODUÇÃO DE BOKASHI ...... 29

VIII
1. INTRODUÇÃO

Em Moçambique nos últimos anos vem se verificado um crescimento populacional e


urbanico nas principais cidades, ao mesmo tempo verifica se a produção em massa de
resíduos sólidos. A produção de resíduos vem aumentando gradativamente na mesma
medida que se obtém o desenvolvimento e crescimento das cidades. A tecnologia
avança na mesma velocidade em que a poluição aumenta, o que indica que a
sustentabilidade das cidades não esta sendo priorizada pelo desenvolvimento
tecnológico (SULAMITA,2015).

Lima (2002), define resíduos como sendo o conjunto de produtos não aproveitados de
actividades domésticas, comerciais, industriais ou de saúde, englobando a matéria
orgânica. Resíduos esses que são prejudiciais a saúde humana e ao meio ambiente,
muito pela sua incorreta gestão partindo da fonte de produção até ao seu descarte final
que tem ocorrido em lixeiras e aterros. Muitos países em desenvolvimento fazem o
despejo em lixeiras a céu aberto ou em aterros não controlados em suas práticas de
gestão de resíduos sólidos urbanos, porque é menos dispendioso construir e operar
locais adequados para deposição final. No entanto, a deposição direta de resíduos
orgânicos não tratados em lixeiras a céu aberto ou aterros tem impactos ambientais
negativos a nível local e global.

Desde o momento da geração até o destino final dos resíduos, uma serie de medidas
necessitam ser empreendidas para se evitar problemas de ordem ambientais, sociais,
de saúde pública e económica. Entre essas medidas destacam-se a colecta,
acondicionamento, o tratamento (Reciclagem, Biológico) e a deposição final.

Em Moçambique em particular na cidade de Maputo estima-se que sejam produzidos


mais de um milhão de toneladas de resíduos sólidos urbanos, o que corresponde a uma
produção média de 1.639 ton/dia, destes 60% em matéria orgânica, 25% material
reciclado e 15% de outros (MICOA,2012). Sendo que a matéria orgânica se apresenta
em maiores proporções e o seu descarte inadequado em lixeiras a céu aberto ou aterros
resulta na geração de emissões de GEE e lixiviados com alto teor de DBO, que poluem
lençóis freáticos e rios se não forem tratados, sendo necessário verificar um método de

1
tratamento adequado para a sua redução e se necessário o encaminhamento a
deposição final, sem causar problemas ambientais.

1.1 JUSTIFICATIVA

Dentre as alternativas de tratamento ambientalmente adequadas dos resíduos sólidos


(matéria orgânica) a compostagem e uma das formas de tratamento que se adequa para
resolver essa situação, visto que a compostagem e uma técnica de reciclagem do
material orgânico. Segundo Barrena et al. (2014), é uma tecnologia ecológica de suma
importância para a gestão da fração orgânica dos RS ou resíduos biológicos, permitindo
a valorização do material. Transformando os resíduos em insumos agrícolas contribuindo
assim para fechar o ciclo bioquímico dos nutrientes minerais, fornecendo matéria
orgânica ao solo, estocando assim o carbono na forma de compostos estáveis (BERGI,
2018).

O produto final da compostagem (Húmus) pode oferecer diversos nutrientes essenciais,


já que a compostagem retém grande parte dos nutrientes presentes na MO a ser
degradada, devendo apresentar características que forneçam benefícios ao uso para fins
agrícolas, como forma de melhorar a qualidade do solo.

Tendo em consideração os aspetos acima mencionados, pretende-se com o presente


trabalho desenvolver um projecto que visa garantir a produção do composto com
qualidade usando resíduos sólidos orgânicos.

1.2 OBJECTIVO GERAL

O presente trabalho tem como objectivo principal elaboração de um Projecto de produção


de composto a partir dos resíduos sólidos orgânicos

1.2.1 Objectivo específico

Para o alcance do objectivo principal ira se basear nos seguintes objectivos específicos:

• Caracterizar o processo de compostagem da matéria orgânica e identificar os


parâmetros que afectam o processo;

2
• Demonstrar a eficácia da produção do composto orgânico em pequena escala
(Doméstica);
• Demonstrar uma compostagem de qualidade de acordo com a literatura.

1.3 METODOLOGIA

Com vista a alcançar os objectivos definidos, a realização deste trabalho obedeceu a


seguinte metodologia:

➢ Pesquisa bibliográfica de modo a obter informações sobre os resíduos sólidos,


formas de tratamento (compostagem) dos resíduos orgânicos, factores que
interferem na compostagem doméstica;
➢ Parte experimental, que constitui em produzir um composto orgânico usando
composteiras domésticas;
➢ Fazer análise dos dados do processo, apresentar e discutir os resultados.

3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS


São várias as definições de RS usadas por diferentes autores, isso se deve pelo facto
de cada país apresentar a sua particularidade na obtenção, suas políticas de gestão,
condições climáticas e seus hábitos e costumes.
De acordo com o Decreto n.º 13/2006 de 15 de junho (MOÇAMBIQUE, 2006), define os
resíduos como sendo as Substâncias ou objectos que se eliminam, que se tem a intenção
de eliminar ou que se é obrigado por lei a eliminarmos, também designados por lixos.

Segundo Kreling (2006),usando da literatura técnica do termo resíduos sólidos para


designar o produto de descarte gerado pela actividades industrial, comercial e de
serviços da sociedade em geral, seja urbana, rural, privada ou pública, isto é a sua
transformação em resíduo se da pela obsolescência ou por não mais atender as funções
para as quais foi projectado, sendo assim os produtores e que definem quando e que se
tornam um resíduo baseado em critérios económicos, centrados na maximização de
lucros.

Assim, entende-se por resíduos sólidos o conjunto de produtos não aproveitados de


atividades domésticas, comerciais, industriais ou de saúde, englobando, portanto, restos
de alimentos, embalagens, papéis, plásticos.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Há vários tipos de classificação dos resíduos sólidos que se baseiam em determinadas


características ou propriedades identificadas. A classificação e relevante para a escolha
da estratégia de gerenciamento mais viável (ZANTA & FERREIRA, 2016). Os resíduos
são classificados quanto a sua origem e quanto periculosidade.

2.2.1 Classificação quanto a origem

Em Moçambique a classificação dos resíduos e baseados no Decreto n.º 13/2006 de 15


de junho, que os classifica quanto a origem como sendo: Sólidos domésticos, sólidos
comerciais, sólidos volumosos, sólidos de jardins ou particulares, sólidos industriais,
sólidos hospitalares e entulhos

4
Resíduos sólidos domésticos ou semelhantes – provenientes respectivamente das
habitações ou outros locais que se assemelhem, enquadram-se os resíduos sólidos
residenciais (em geral de sobras de alimentos, invólucros, papéis, papelões, plásticos,
vidros, trapos ou panos), comerciais, feiras livres, capinação e poda.

Resíduos sólidos comerciais – provenientes de estabelecimentos comerciais, escritórios,


hotéis, bancos onde na sua maioria os resíduos são papéis, papelões, plásticos, restos
de alimentos, embalagens de madeira, resíduos de lavagens e sabões.

Resíduos volumosos – provenientes das habitações, cuja remoção não se torne possível
pelos meios normais atendendo ao volume, forma ou dimensões que apresentam ou cuja
deposição nos contentores existentes seja considerada inconveniente pelo Município;
Resíduos de jardins – resultantes da conservação de jardins particulares e de limpeza
pública de jardins, parques, cemitérios e outros espaços públicos, tais como: ramos,
troncos ou folhas.

Resíduos sólidos industriais – resultantes de actividades acessórias e equiparadas a


resíduos sólidos urbanos nomeadamente os provenientes de refeitórios, cantinas e
escritórios e as embalagens de cartão ou matéria não contaminada;

Resíduos de Saúde – são os resíduos produzidos em hospitais, clínicas médicas e


veterinárias, laboratórios de análises clínicas, farmácias, centros de saúde, consultórios
odontológicos e outros estabelecimentos que compreendem os restos de alimentos,
papéis, invólucros;

Resíduos Agrícolas – correspondem aos resíduos das actividades da agricultura e da


pecuária, como embalagens de adubos, embalagens de inseticidas, ração, restos de
colheita, fezes de animais.
Entulho – constitui-se de resíduos da construção civil demolições, restos de obras, solos
de escavações etc.
Resíduos de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários – constituem os
resíduos sépticos, que podem conter organismos patogénicos, tais como: materiais de
higiene e de asseio pessoal, restos de alimentos.

5
2.2.2 Quanto a periculosidade

Segundo a Norma Brasileira ABNT NBR 10004 de 2004, resíduos são definidos como
aqueles que apresenta as suas características em função de suas propriedades físicas,
químicas ou infecto-contagiosa, apresentam.

Risco a saúde publica – caracterizado pelo aumento de mortalidade ou incidência de


doenças.

Risco ao meio ambiente – a produtos que quando manuseados de forma inadequada,


podem causar poluição dos meios físicos ou biológicos.
Ainda sobre a sua periculosidade os resíduos podem apresentar características de
inflamabilidade, corrosividade, reactividade, toxicidade e patogenicidade, são agrupados
em classe:

Resíduos de classe I – perigosos são aqueles que apresentam pelo menos uma
característica de perigosidade para a saúde ou para o ambiente.
Resíduos de classe II – não perigosos, não apresentam características de perigosidade
para o ambiente e para a saúde pública.

E segundo a norma os não perigosos podem se subdividir em:


Resíduos de classe II A – não inertes são os resíduos que não se enquadram em
nenhuma das outras classes, mas não são reativos e podem apresentar
combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água, estando incluídos a
matéria orgânica, papéis, papelão, matéria vegetal e outros.

Resíduos de classe II – inertes são os resíduos que não sofrem transformações físicas,
químicas ou biológicas importantes, não podem ser solúveis nem inflamáveis, nem terem
quaisquer outros tipos de reações físicas ou químicas. Também não podem ser
biodegradáveis, nem afectar negativamente outras substâncias com os quais entrem em
contacto e cujos lixiviados não poem em perigo a qualidade das águas superficiais ou
subterrâneas.
6
A classificação dos resíduos e de extrema importância para o gerenciamento dos
resíduos é necessário conhecer a origem e a sua perigosidade, facilitando distingui-los
em categorias que ajuda no processo de transporte e a forma de tratamento a ser
aplicado, saber a melhor e correcta forma de disposição final.

A inclusão de determinada fonte de resíduos nessas categorias e sempre de modo


elucidativo e não de modo exaustivo, ou seja, são listadas algumas fontes em dada
categoria, como forma de exemplificar o que cabe ali, mas a categoria não se fecha
apenas nas fontes citadas. A interpretação que se faz com relação ao tipo de resíduo
gerado em cada fonte e que possibilita a variação na classificação (GUNTHER, 2008).

2.3 GESTÃO INTEGRADA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos constituem uma forte problemática de carácter internacional, para reduzir os


seus efeitos sobre o ambiente e a saúde pública, é necessário garantir a sua gestão
adequada (VIEGAS, 2012). Nota-se ainda em alguns países, que o circuito dos resíduos
sólidos apresenta características muito semelhantes, da geração à disposição final,
envolvendo apenas as atividades de coleta regular, transporte e descarga final em locais
quase sempre selecionados pela disponibilidade de áreas e pela distância em relação
ao centro urbano e às vias de acesso, ocorrendo a céu aberto.

O manejo inadequado de resíduos sólidos de qualquer origem gera desperdícios,


contribui de forma importante à manutenção das desigualdades sociais, constitui ameaça
constante à saúde pública e agrava a degradação ambiental, comprometendo a
qualidade de vida das populações, especialmente nos centros urbanos de médio e
grande portes (SCHALCH et al., 2002).

Assim sendo, a GIRS define procedimentos que visam assegurar uma gestão
ambientalmente segura, sustentável e racional dos resíduos, priorizando a redução,
reciclagem, reutilização, separação na origem e de seguida a recolha, manuseamento,
transporte, armazenagem ou eliminação de resíduos bem como a posterior proteção dos
locais de eliminação, por forma a proteger a saúde humana e do ambiente contra os
efeitos nocivos que possam advir do mesmo (decreto n 94/2014 de 31 de Dezembro de
Moçambique).

7
Segundo Trankler (2003), a GIRS fornece uma estrutura para o desenvolvimento de um
serviço sustentável de RSU, que pode ocorrer com o uso de uma variedade de opções
de colecta, transporte e tratamento, com o envolvimento activo das partes interessadas,
do sistema de RSU e da indústria para apresentação do produto. Os aspectos que estão
envolvidos na gestão dos resíduos seriam:

• Aspectos económicos que levam em consideração os recursos adequados para


viabilizar um sistema de GRSU sustentável, que não entre em colapso por falta
de recursos e não seja um fardo económico para a sociedade. Devendo aplicar o
"Principio do Poluidor-Pagador" para os geradores de resíduos; prestar
assistência técnica e financeira para a participação privada e comunitária.

• Os aspectos ambientais devem considerar os aspectos técnicos com


armazenamento adequado, transporte e instalações de descarte para garantir que
um impacto negativo ao meio ambiente seja evitado, por meio da criação de
incómodos e problemas estéticos em curto prazo e emissão de gases de aterro e
descarga de chorume causando poluição do ar, da água e do solo em longo prazo.

• Os aspectos sociais conscientizam as pessoas sobre os benefícios da redução de


resíduos, reutilização e reciclagem, bem como os benefícios da limpeza para a
saúde ambiental e os impactos decorrentes da falta de um sistema de GIRSU.

• Os arranjos institucionais exigiriam a configuração administrativas e legais com


mecanismo de aplicação da lei para a implementação do programa para garantir
a eficácia. O governo deve fortalecer a capacidade dos órgãos RSU com a
educação, tratamento e apoio de infraestrutura.

O envolvimento de diferentes órgãos da administração e da sociedade civil vem fomentar


o planeamento integrado, com o propósito de realizar limpezas urbanas, a colecta, o
tratamento e a disposição final, garantindo assim qualidade de vida da população,
levando em consideração as características das fontes de produção, o volume e os tipos
de resíduos a ser dado tratamento diferenciado e disposição final, ambientalmente as

8
características sociais, culturais e económicas dos cidadãos, climáticas e urbanistas
locais (MONTEIRO, 2001).

Em Moçambique, os resíduos sólidos representam um problema que não só afecta os


grandes centros urbanos, mas também as vilas e distritos ao longo do território nacional.
A falta de recursos financeiros constitui um dos grandes desafios para os sistemas de
gestão local de resíduos sólidos, tornando-se necessário encontrar formas eficientes e
pouco dispendiosas para sua redução no meio ambiente.

Com base nas capitações (produção de resíduos por habitante por dia) de diferentes
referências, estima-se que em Moçambique sejam produzidas cerca de 10 500 toneladas
de RSU domésticos por dia (ou 3,8 milhões de toneladas por ano). O país apresente uma
das mais baixas capitações da Africa Subsariana, para sustentar essa afirmação a tabela
apresenta dados da produção de RSU domésticos das Províncias do Pais, espera-se um
aumento em função do desenvolvimento económico, o que somado ao crescimento
populacional, ira traduzir-se numa produção crescente de RSU, (PDUL,2020).

9
Tabela: 1 Estimativa de produção de RSU domésticos em Moçambique em 2017

Capitação
Província (Kg/hab/dia) Fonte (per capita da Província) Produção (t/a)

Niassa 0,33 Estimativa com base nas capitações ajustada ao PIB 244 757
Cabo Estimativa com base nas capitações ajustada ao PIB
Delgado 0,33 281 043
Nampula 0,34 Campanha de caracterização Nampula 757 366
Zambézia 0,3 Campanha de caracterização Quelimane 559 631
Tete 0,3 Estimativa com base nas capitações ajustada ao PIB 343 033
Manica 0,3 Estimativa com base nas capitações ajustada ao PIB 237 185
Sofala 0,44 PGIRSU Beira – Capitação rural 356 822
Estimativa com base nas capitações ajustada ao PIB
Inhambane 0,36 196 683
Estimativa com base nas capitações ajustada ao PIB
Gaza 0,34 179 530

Maputo
Província 0,47 PGIRSU Maputo – Média da capitação suburbana, Katembe e KaNhaka 430 093
Maputo
Cidade 0,62 PGIRSU Maputo 249 195

Moçambique 3 815 336


Fonte: PDUL,2020

10
A qualidade dos serviços de gestão dos resíduos sólidos varia muito de um Município
para o outro, isso devido aos meios financeiros disponíveis ou disponibilizados pelas
autoridades competentes, e de acordo com o consumo dos municípios, suas políticas de
gestão de resíduos. Mas em geral foi agregada uma taxa de lixo no consumo de energia
para poder garantir uma verba, que é usada para manter os serviços de recolha
operacionais.

Esta é uma tarefa complexa que depende tanto da organização e cooperação entre o
sector familiar, das comunidades, empresas privadas e autoridades municipais como da
aplicação e seleção de soluções técnicas apropriadas para a recolha, reciclagem e
deposição final de resíduos (MICOA, 2010).

2.3.1 Tratamento e Deposição final dos resíduos sólidos urbanos

As fases de tratamento e deposição final dos resíduos são as mais problemáticas do


SGRSU, devido ao custo que apresentam, a necessidade de área física para instalação
e aos impactos em termos de poluição ambiental e perigos a saúde que podem acarretar
(GUNTHER, 2008).

As tecnologias usadas para tratar os RSU, tem uma particularidade de nem todas se
revelarem eficazes se não forem bem aplicadas, mas de certo modo se enquadram
naquilo que e a definição do tratamento de resíduos sólidos urbanos, Segundo o Decreto
n.º 94/2014 de 31 de Dezembro (MOÇAMBIQUE,2014),o tratamento de resíduos e
qualquer operação de valorização ou eliminação de resíduos, incluindo a preparação
prévia e a valorização ou eliminação dos resíduos, compreendendo os processos físicos,
químicos, biológicos que alteram as suas características de forma a reduzir o volume e
periculosidade e a facilitar a sua movimentação.

Os processos de tratamento são a reciclagem (físico), compostagem e digestão


anaeróbica (Biológico) e por fim a incineração (Químico).

Para Jardim (1995), os benefícios económicos estão na redução dos custos de


deposição final, os factores que levam ao tratamento de resíduos são:
• Escassez de áreas para a destinação final dos resíduos;
• Disputa pelo uso das áreas remanescentes com a população de menor renda;
11
• Valorização dos componentes do lixo como forma de promover a conservação
de recursos;
• Economia de energia;
• Diminuição da poluição das águas e do ar;
• Geração de empregos, através da criação de indústrias recicladoras.

A deposição final é a última fase de um sistema de limpeza urbana, que ocorre depois
da recolha ou do tratamento dos resíduos. Existem três formas básicas de deposição
final dos resíduos sólidos, a saber, (MICOA, 2012).
1) A Lixeira a céu aberto que consiste na simples deposição dos resíduos sólidos
sobre o solo;
2) Aterro controlado é a técnica de deposição de resíduos sólidos no solo, sem
causar danos ou riscos à saúde pública e minimizando os impactos ambientais;
3) Aterro sanitário trata-se de uma técnica de deposição dos resíduos sólidos no solo
em forma de camadas ou lâminas obedecendo critérios de engenharia e normas
operacionais específicas permitindo a decomposição segura de resíduos, controle
de poluição ambiental e proteção à saúde pública.

2.4 COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS

Sem uma definição uniformizada a compostagem para alguns autores, se trata de um


processo natural de decomposição da matéria orgânica, que ocorre no sistema
anaeróbico ou aeróbio, podendo ser de origem vegetal e animal, que pode ser controlada
pelo Homem.

A compostagem pode ser definida como um processo controlador de decomposição


aeróbia e exotérmica de substâncias orgânicas biodegradáveis, por meio de acção de
microrganismos, com a produção de CO2 e água, resultando em um produto final estável
e rico em matéria orgânica (KIEHL, 2004). Na figura que segue é apresentado o diagrama
do processo da compostagem.

12
Figura:1 Diagrama do processo de compostagem (Rynk,1992)

Este processo pode ser considerado como um tipo particular de reciclagem,


transformando uma determinada matéria-prima em um produto que possa ter usos
determinados ou apresentar um interesse comercial (IZEDINE,2017).

A decomposição da matéria orgânica no processo de compostagem e realizado por uma


população de microrganismos diversificados, com destaque para bactérias e fungos, que
se sucedem ao longo do processo (PERREIRA NETO,2007).

Esses microrganismos são classificados de acordo com a sua disposição a


temperaturas, optimas para o seu desenvolvimento, ocorrendo em duas fases distintas
(mesófila e termófila).

Por se tratar de um processo biológico, a compostagem deve ser monitorada com a


utilização de alguns parâmetros indicativos do processo. Os principais parâmetros aqui
abordados influenciam diretamente na actividade microbiológica do processo, sendo eles
a Aeração, Microrganismos, Temperatura, Ph, Tamanho das partículas, Humidade e a
relação Carbono/Nitrogénio (PARAJARA,2020).

13
Para realizar a compostagem a matéria-prima usada deve ser composta de resíduos
orgânicos, constituídos basicamente por restos de animais ou vegetais ricos em
Nitrogénio e Carbono. Os compostos devem ser de materiais ricos em carbono,
geralmente de cor castanho (seco), com baixo teor de humidade e de decomposição
lenta, como por exemplo as serragens, podas de jardins como galhos e folhas.

E também com materiais ricos em nitrogênio como as cascas dos alimentos, que
obtém maior teor de humidade e uma decomposição mais rápida, como por exemplo
os restos de comida e frutas.

Tabela: 2 Tipos de resíduos que devem ou não ser usados na compostagem


Resíduos a compostar Resíduos a não compostar
Carne (cozinhada), peixe,
Resíduos castanhos Resíduos verdes mariscos, lacticínios e gorduras
Palha Resto de vegetais crus Fezes de alguns animais
Restos e cascas de Resíduos de jardins tratados com
Feno frutas pesticidas
Aparas de madeira e Casca de ovos
serradura esmagadas Ervas daninhas com semente
Aparas de relva seca e Produtos químicos,
erva seca Restos de café medicamentos
Revistas, jornais, papéis de
Folhas secas Sacos de chá impressão
Têxteis, tintas, pilhas, vidro,
Ramos pequenos Cereais metal
Resto de relva cortada
e flores
Fonte: https://sites.google.com/site/compostagempt/system/app/pages/recentChanges

O composto introduz nos solo organismos benéficos, como bactérias e fungos, que têm
a capacidade de passar os nutrientes da parte mineral do solo para as plantas,
melhorando ainda as características do solo, nomeadamente a estrutura e porosidade
de solos arenosos e calcários, melhora a retenção da água e de nutrientes, melhora o

14
arejamento, reduz a erosão, diminui a ocorrência de determinadas pragas das plantas e
pode ser utilizado em relvados e jardins (LIPOR, 2009).

A compostagem apresenta suas vantagens e limitações como se trata de um dos


sistemas de tratamento da fracção orgânica dos resíduos sólidos, entre as principais
vantagens e limitações dos sistemas de compostagem podemos citar (RUSSO,2003):
• Rápida decomposição microbiana e oxidação da MO tornando-a estável com
mínima produção de odores;
• A maior parte dos sistemas usa pouca quantidade de energia externa para
funcionar, comparando com outros sistemas de tratamento;
• Produção de fertilizantes naturais não contaminantes das águas subterrâneas ou
superficiais, como acontece com os fertilizantes minerais;
• Tratamento menos caro que os outros tipos de tratamento, quando se entra em
consideração com os ganhos ambientais resultantes.

Como limitações ou desvantagens são citadas a necessidade de maior área de terreno


disponível que outros processos de tratamento e maior utilização de mão-de-obra (em
certas circunstâncias poderá não ser uma desvantagem, mas exatamente o contrário,
por absorver mão-de-obra, quase sempre não especializada).

2.4.1 Etapas da compostagem

O processo de compostagem envolve transformações muito complexas de natureza


biológica e química, promovidas por uma grande variedade de microrganismos como
fungos e bactérias (MASSUKODA,2008). A duração de cada estágio depende da
composição inicial do material orgânico, teor de umidade, quantidade e composição da
comunidade microbiana.

O processo de compostagem ocorre em três fases: a fase mesófila, seguida pela fase
termófila e por último a faze de resfriamento ou maturação, na qual existe uma variedade
de microrganismos, como bactérias mesófilas, termófilas, fungos e actinomicetes que
estão presentes para converter e estabilizar os resíduos orgânicos em húmus (MORENO
et al.,2013).

15
Na qual a decomposição inicial da matéria orgânica e realizada pelos microrganismos
mesofilos devidas as fontes de carbono prontamente disponíveis no início do processo,
como resultado do calor gerado pelos microrganismos mesofilos através da sua
actividade metabólica, a primeira fase mesófila progride para a fase termófila.

As bactérias mesófilas são caracterizadas pelo rápido crescimento e curta duração, no


processo de biodegradação, os microrganismos que actuam nesta fase sobrevivem em
temperaturas mais amenas (dos 16°C aos 40°C),metabolizando principalmente os
nutrientes ou moléculas mais simples; com tudo haverá um aumento gradual da
temperatura no processo que ira fazer com que se diminua a população de mesofilos e
as bactérias termofilias se proliferem com maior intensidade no processo (FERNANDES
et al., 1996).

Na fase termófila, os microrganismos termófilos os, que são mais tolerantes ao calor,
assumirão a fase mesófila e se tornarão dominantes. A população termófila é
extremamente activa, provocando intensa e rápida biodegradação da matéria orgânica
e maior elevação da temperatura (podendo atingir 75 a 80ºC), eliminando os
microrganismos patogênicos (FERNANDES et al., 1996).

Neste processo haverá um grande consumo de O2 pelos microrganismos, elevação da


temperatura e mudanças visíveis na massa de resíduos em compostagem, pois ela se
torna escura e não apresenta odor forte (FERNANDES et al., 1996). A medida que há
aumento da temperatura, acelera a quebra de substâncias, portanto a exaustão de
nutrientes, isso faz com que a temperatura diminua gradualmente e entre na fase
mesófila novamente antes que o composto amadureça (YU, H. et al.,2019).

Durante a fase de resfriamento, esses mesofilos mais uma vez migram de volta para o
composto e trabalham na digestão da MO, e a temperatura nesta fase oscila em torno
dos 30 e 40 °C e depois decresce até a temperatura ambiente; a matéria previamente
oxidada sofre um processo de humificação, isto é forma um produto rico em nutrientes
provenientes de vegetais em decomposição denominado húmus, com odor de terra
vegetal que pode ser facilmente manuseado e armazenado, quando aplicado no solo
não causa danos a produção agrícola (SILVA et al.,2003).

16
Figura: 1 Gráfico de compostagem que apresenta as fases do processo de
compostagem: mesófila, termófila e maturação (Processo,2020).

2.4.2 Composto orgânico

E o produto final da compostagem, que apresenta cor escura, é rico em húmus e contém
de 50% a 70% de matéria orgânica (OLIVEIRA, 2004), o composto orgânico deve
apresentar características que forneçam benefícios ao uso para fins agrícolas, como
forma de melhoria na qualidade do solo. A composição do composto orgânico depende
da natureza da matéria-prima utilizada, facilmente degradável (carbohidratos e
proteínas).

O composto pode oferecer diversos nutrientes essenciais às plantas, já que a


compostagem retém grande parte dos nutrientes presentes na matéria orgânica a ser
degradada na matriz do composto imobilizado pela biomassa microbiana ou adsorvido
nas substâncias húmicas (MILLER, 2009).

Segundo Massukado (2008), para que o composto seja utilizado de maneira segura e
eficiente é necessário que seja estabilizado corretamente. A matéria orgânica original

17
deve ser convertida para uma forma que seja mais resistente a degradação, contenha
quantidades mínimas de componentes fitotóxicos e contaminantes, e seja livre de
patógenos de plantas e animais (BARREIRA, 2005, citado por MASSUKODA,2008).

2.4.3 Factores que afectam o processo de compostagem

Para que ocorra uma compostagem eficaz e necessário que se observem certos
parâmetros de controlo, tais como: Aeração, Temperatura, Teor de umidade, Relação
C/N, PH, Microrganismos e Tamanho das Partículas (CARVALHO et al.,1999).
Em seguida a descrição da importância de cada um dos factores durante o processo de
compostagem:

2.4.3.1 Microrganismos
A reciclagem dos resíduos orgânicos é processada pela ação dos microrganismos
presentes nos mesmos, onde as características físicas e químicas da MO são
completamente alteradas devido à intensa atividade microbiológica. Tais microrganismos
apresentam algumas peculiaridades permitindo que sejam específicos na decomposição
de alguns tipos de materiais em diferentes etapas do processo (PEREIRA NETO, 2014).
Segundo Ressetti (2012), diferentes tipos de microrganismos predominam no processo,
conforme as variações de temperatura da massa compostada, definindo as diferentes
etapas do processo de compostagem.

Bactérias, fungos e actinomicetes são os principais microrganismos que participam da


transformação da MO em um composto, durante o processo ocorre uma marcante e
continua mudança nas espécies de microrganismos envolvidos, dependendo de alguns
fatores que podem influenciar direta ou indiretamente, como relação C/N, pH, umidade,
temperatura, disponibilidade de oxigênio (aeração) e natureza do material que está
sendo decomposta no momento (KIEHL,2004) (VALENTE et al., 2009).

2.4.3.2 Aeração
O ar contido nos interstícios da massa do material em compostagem é importante para
o metabolismo para os microrganismos envolvidos no processo (RUSSO, 2003). Sendo

18
a compostagem um processo aeróbio, o fornecimento de ar é vital à actividade
microbiana, pois os microrganismos aeróbios têm necessidade de O2 para oxidar a
matéria orgânica que lhes serve de alimento (FERNANDES, 2013). A aeração também
influi na velocidade de oxidação do material orgânico e na diminuição da emanação de
odores, pois quando há falta de aeração o sistema torna-se anaeróbio (RUSSO, 2003),
ou gera subprodutos como o chorume e gases fétidos, atraindo insetos e animais
indesejáveis (CAOPMA, 2012).

Segundo Russo (2003), aeração da massa em compostagem deve ser constante para
que não se alterem as actividades metabólicas dos microrganismos e o processo de
degradação da MO seja mais rápida por via da oxidação de moléculas orgânicas
presentes na massa. A circulação de ar na massa do composto e de uma importância
primordial para a compostagem rápida e eficiente (FERNANDES, 2013).

2.4.3.3 Relação carbono/Nitrogénio


A relação (C/N) é um dos mais importantes factores que afecta a taxa de decomposição
de um material orgânico. Dentre os nutrientes utilizados pelos microrganismos, C e N
são de extrema importância, uma vez que a concentração e a disponibilidade biológica
de ambos afectam o desenvolvimento do processo.

Os microrganismos necessitam de carbono, como fonte de energia, e de nitrogênio para


síntese de proteínas, sendo por essa razão que a relação C/N é considerada como factor
que melhor caracteriza o equilíbrio dos substratos (FERNANDES, 2013).

Epstein (2011), refere que normalmente, os microrganismos utilizam uma parte de N para
cada 30 partes (em peso) de C, o que sugere que esta razão de C/N (30:1) seja a mais
desejável para uma compostagem eficiente, pois é desta forma que os organismos
absorvem estes elementos. Fernandes (2013), considerou que apesar da grande
diferença da demanda, a carência de N é limitante no processo, por ser essencial para
o crescimento e reprodução celular.

Diversos pesquisadores afirmaram que a relação C/N ideal para iniciar o processo de
compostagem entre 25/1 e 35/1 (BERTOLDI, 1986) (LOPEZ-REAL, 1994) (FONG et al.,

19
1999) (KIEHL, 2004), uma vez que durante a decomposição os microrganismos
absorvem C e N da matéria orgânica na relação 30/1, sendo que das 30 partes de C
assimiladas, 20 são eliminadas na atmosfera na forma de gás carbônico e 10 são
imobilizadas e incorporadas ao protoplasma celular (KIEHL,2004).

Quando o composto é incorporado ao solo, com relações C/N muito baixas ou muito
altas, pode causar problemas à qualidade do composto. Resíduos com relação C/N baixa
perdem nitrogênio na forma amoniacal durante o processo de compostagem,
prejudicando a qualidade do composto, já se a matéria-prima possuir relação C/N alta, o
processo torna-se demorado e o produto final apresentará baixos teores de matéria
orgânica (KIEHL, 2004).

2.4.3.4 Temperatura
Russo (2003), afirma que altas temperaturas têm sido consideradas necessárias para
uma boa compostagem, no entanto há limites a controlar, porque temperatura excessiva
(80ºC) por longos períodos é prejudicial ao processo devido à inibição do crescimento e
mesmo à morte de microrganismos não tolerantes, reduzindo deste modo a taxa de
decomposição.
A temperatura é um factor indicativo do equilíbrio biológico, de fácil monitoramento e que
reflete a eficiência do processo. Depois de iniciada a fase termófila (em torno de 40ºC),
o ideal é controlar a temperatura entre 55 °C e 75 °C, nesta faixa e possível observar a
máxima intensidade de atividade microbiológica. Acima de 65ºC a actividade
microbiológica cai e o ciclo de compostagem fica mais longo (FERNANDES, 2013).

Altas temperaturas, sob o ponto de vista sanitário, são vantajosas, pois eliminam
microrganismos patogênicos, larvas de insetos e sementes de ervas daninhas.

Muitos estudos continuam a ser feitos de modo a estabelecer a temperatura óptima para
a compostagem e a sua relação com os microrganismos envolvidos na degradação da
matéria orgânica (CLARK et al., 1983).

20
2.4.3.5 Teor de Humidade
A humidade desempenha um papel importante no processo de compostagem, sendo
necessária água para o transporte de nutrientes dissolvidos, imprescindíveis para manter
a vida microbiana. Na ausência de água, entram em estado de dormência e o processo
de compostagem é paralisado, o que pode ser observado pela redução da temperatura
da leira quando esta se resseca, indicando que o processo foi interrompido sem que o
material estivesse completamente degradado (CAOPMA, 2012).

A humidade é um factor que deve ser controlado desde o instante inicial do processo de
compostagem, bem como durante toda a operação, de forma a assegurar valores
próximos de humidade na casa dos 50-60% (m/m), de maneira a manter uma taxa
suficiente para o metabolismo dos microrganismos (MATOS et al, 2003).

Segundo Valente et al., (2009), teores de humidade inferiores a 40% também devem ser
evitados, uma vez que podem fazer com que a atividade biológica seja reduzida,
retardando o desenvolvimento do processo, enquanto teores elevados 65% causam
anaerobiose.

2.4.3.6 Potencial de hidrogénio (pH)


A faixa de PH considerada óptima para o desenvolvimento dos microrganismos
responsáveis pela compostagem situa-se entre (5,5 e 8,5), uma vez que a maior parte
das enzimas encontram-se activas nesta faixa de pH (RODRIGUES et al., 2006).

Pereira Neto (2007), afirma que a compostagem pode ser desenvolvida em uma faixa de
PH entre 4,5 e 9,5, sendo que os valores extremos são automaticamente regulados pelos
microrganismos, por meio da degradação dos compostos, que produzem subprodutos
ácidos ou básicos, conforme a necessidade do meio.

A degradação do material durante a compostagem é dependente da atividade microbiana


presente em cada fase. Quando são utilizadas misturas com PH próximo da neutralidade,
o início da compostagem (fase mesófila) é marcado por uma queda sensível de PH,
variando de (5,5 a 6,0), devido à produção de ácidos orgânicos, pH próximo de 5,0 ou

21
ligeiramente inferior ocorre uma diminuição drástica da atividade microbiológica e o
composto pode não passar para a fase termófila.

A passagem à fase termófila é acompanhada de rápida elevação do PH, que se explica


pela hidrólise das proteínas e liberação de amônia. Assim, normalmente o PH se mantém
alcalino (7,5-9,0), durante a fase termófila (FERNANDES et al., 1996).
Ao final do processo espera-se que o composto apresente PH entre 5 e 7, intervalo este
em que os macros e micronutrientes estão mais disponíveis para a aplicação do
composto no solo.

2.4.3.7 Tamanho das partículas


O tamanho da partícula interfere diretamente em vários aspectos de homogeneização
da matéria (PERREIRA NETO, 2007); na compactação; na porosidade; capacidade de
aeração; área superficial e tempo de compostagem. A decomposição da matéria
orgânica é um fenômeno microbiológico cuja intensidade está relacionada à superfície
específica do material a ser compostado, sendo que quanto menor a granulometria das
partículas, maior será a área que poderá ser atacada e digerida pelos microrganismos,
acelerando o processo de decomposição (KIEHL,1985).

2.5 SISTEMAS DE COMPOSTAGEM

A compostagem é um processo biológico de tratamento de resíduos por isso obedecem


princípios e factores que afectam no processo que não o permitem que a mesma seja
realizada sem que sejam observados. Segundo Queda (1999), a compostagem não pode
ser espontânea, tem de ser um processo controlado de forma a garantir; baixos custos
de operação, produto final higienizado, de constante e elevada qualidade, pelo que têm
sido desenvolvidos vários métodos de compostagem.

O interessante da compostagem é que um bom composto pode ser obtido tanto por
tecnologias simples como por tecnologias complexas, desde que os resíduos sejam
adequados e o processo biológico ocorra em boas condições (FERNANDES et al., 1996).

O sistema de compostagem é enquadrado em grupos, conforme o tipo de aeração, grau


de revolvimento das leiras, ou se realizado em reactores confinados. Podendo classificar
os sistemas de compostagem em:

22
2.5.1 Sistema de leiras estáticas com aeração forçada

O sistema de leiras estáticas forçadas consiste no empilhamento de RO sobre


tubulações perfuradas conectadas a sistemas de aeradores (sopradores ou exaustores)
que tem a função de insuflar ou aspirar o ar no interior da leira de compostagem
(VERAS,2018). Esta tecnologia resolve um dos típicos problemas da compostagem, a
falta de oxigênio no interior das leiras estáticas causado pela forte actividade microbiana
nos primeiros dias do processo (INÁCIO & MILLER,2009).

Segundo Massukado (2008), sistema de leiras de aeração forçada não e para qualquer
tipo de resíduo, restringindo-se a aqueles que tenham o material de entrada mais
homogénea, tanto em composição como em granulometria.

Mesmo com os equipamentos de aeração, deve ser dada especial atenção a seleção e
mistura dos resíduos que formam a leira, o fluxo de ar satisfatório só se dará se houver
porosidade suficiente (SOARES et al.,2021). Se isto não for observado, poderá ocorrer
uma distribuição não uniforme da aeração até a interrupção do processo de
compostagem (INÁCIO & MILLER,2009).

A leira deve ter boa estrutura a qual mantém a porosidade durante todo o processo de
compostagem (SILVA & SOARES, 2021).

Nesse sistema a aeração forçada tem o papel de satisfazer as demandas de oxigênio,


assim como de remover o excesso de humidade e o excesso de calor para manter a
temperatura em torno de 60ºC (BERGI, 2018).

Epstein (1997), considera que a aeração forçada e a maneira mais eficiente que o
revolvimento de leiras para a manutenção do processo de compostagem, via suprimento
de O2, principalmente na fase termófila, havendo por isso um satisfatório controlo na
emissão de odores e redução de geração de chorume.

2.5.2 Sistema de leiras com revolvimento


Para o sistema de leiras revolvidas a pilha de resíduos e montada sobre o solo
compactado ou impermeabilizado (MUSSOKADO,2008), a leira varia de retangular a
trapezoidal ou até mesmo triangular. A aeração e realizada por meio de revolvimento,

23
que pode ser manual ou mecânico, com o objectivo de aumentar a porosidade e melhorar
a homogeneidade dos resíduos (MUSSOKADO,2008), visto que neste método é comum
verificar se a uma frequente interrupção do processo de biodegradação aeróbia pelo
colapso da massa, isso e verificado através da queda brusca da temperatura das leiras
(INÁCIO & MILLER,2009).

No momento que é realizado o revolvimento toda a massa entra em contacto com o ar


atmosférico rico em O2, suprindo a necessidade de aeração para os processos
biológicos (Bergi,2018). No entanto o efeito dessa aeração é limitado, isso porque depois
de alguns minutos os níveis de oxigénio no interior das pilhas podem chegar a zero
(EPSTEIN, 1997).

O sistema de leiras revolvidas e também conhecida por sistema windrow é uma das
tecnologias mais usadas para a compostagem de resíduos sólidos domiciliares, sendo a
que apresenta baixos custos de empreendimento e manutenção (MASSUKADO, 2008).

2.5.3 Sistema fechado (reactor)


O sistema de reactor consiste em um sistema fechado, nos quais a MO misturada e
colocada dentro de reactores. Inácio & Miller (2009), referem que por se tratar de um
sistema fechado, este método sofre menor influência das variações climáticas,
principalmente chuva, ventos e neve, o que nas condições de países de clima temperado
é mais eficaz o uso desse método.

Os reactores biológicos oferecem a possibilidade de maior controle sobre todos os


parâmetros relevantes que interferem no processo como temperatura, humidade e
disponibilidade de oxigênio (VERAS,2018). Esse sistema é também conhecido como
método de compostagem acelerada, pois a fase termófila é reduzida a um período de 1
a 4 semanas, embora a maturação do composto possa levar até 60 dias (INÁCIO &
MILLER 2009).

A compostagem em sistemas de reactores biológicos é mais dependente de


equipamentos mecânicos e mão-de-obra qualificada que os sistemas de leiras (INÁCIO
& MILLER,2009). De modo geral, os reactores biológicos podem ser divididos em três
grupos (CARVALHO,2001): reactores de fluxo vertical, reactores de fluxo horizontal e

24
reactores de batelada. Nos dois primeiros, o resíduo passa pelo reactor em fluxo
contínuo, o tempo de detenção é definido pela velocidade em que o resíduo percorre e
o trajecto da entrada até a saída no reactor. Nos reactores de batelada, introduz-se uma
carga de resíduo, quando concluída a fase termófila, o reactor e descarregado e reinicia-
se o processo com resíduo fresco.

25
Tabela: 3 Vantagens e desvantagens dos sistemas de compostagem
Sistema de
compostagem Vantagens Desvantagens
Leiras de Médio investimento inicial; Maior controle do Custo de implantação com equipamentos de
aeração processo, temperatura e aeração; permite menor aeração específicos; Utiliza energia externa
forçada tempo de compostagem que as leiras revolvidas; (elétrica); Custo com manutenção de
melhor controlo de odores. equipamentos, aeradores e tubos perfurados

Leiras Baixo custo de implantação; Menor exigência de Elevada produção de chorume e difícil controlo
revolvidas ou acompanhamento técnico especializado em de odores; fica dependente do clima, em dias
sistema comparação com outros métodos; Flexibilidade de de chuva fica difícil realizar o revolvimento da
windrow processar grandes volumes de resíduos; Produção leira.
de composto homogéneo.
Aceleração da fase de degradação ativa Elevado investimento inicial; Maior custo de
(maturação mais prolongada); Melhor controlo do operação e manutenção com os equipamentos
Sistema processo de compostagem, aeração e temperatura; (sistemas mecânicos especializados); Maior
fechado Possibilidade de automação. Menor demanda por produção de chorume na fase de degradação
(Reactor) área; Possibilidade para controlar odores via ativa; Utiliza energia externa.
biofiltros; Independência de agentes climáticos.

Fonte: Soares et al.,2021

26
2.5.4 Sistema de Vermicompostagem

Se trata de um processo de reciclagem de resíduos orgânicos em produtos úteis e


ecológicos, que consiste em acelerar a decomposição e humificação desses resíduos
com auxílio de minhocas e microrganismos associados, em ambiente controlado
(COSTA et al.,2020).

O produto da Vermicompostagem constitui um excelente fertilizante orgânico (húmus)


que melhora significativamente as caracteriscas físico, químicas e biológicas do solo.
São várias as vantagens da Vermicompostagem, processo, agentes patogênicos
contidos nos resíduos orgânicos são eliminados. Sem falar que o processo
de humificação não apresenta nenhum odor, materiais instáveis são transformados em
materiais estáveis, na redução dos impactos ambientais no solo, na água e no ar.

O vermicomposto é produzido a temperatura ambiente usando frequentemente


minhocas das espécies vermelha da califórnia (Eisenia foetida) e noturna africana
(Eudrilus eugeniae), sendo que há uma grande preferência pela vermelha da califonia
por se mostrarem eficientes na decomposição de resíduos e adaptar se facilmente a
composteira (MONTEIRO,2016), diferente da noturna africana que na falta de alimento
busca outros ambientes.

Para realização deste processo são utilizadas algumas opções de matéria-prima, que
podem ser resíduos orgânicos domésticos, industriais, vegetais e fezes de animais. Nem
todos materiais são recomendados neste processo, como os que são de difícil e lenta
decomposição como e o caso de carnes, ossos, lipídeos de origem animal, lacticínios,
manteigas (COSTA et al.,2020).

Essas matérias tem a características de atrair vectores indesejáveis na produção do


vermicomposto, podem provocar doenças.

Segundo Costa et al.,2020, para se produzir o vermicomposto e necessário que seja feito
num local com mínima variação de temperatura e humidade, escolhendo matérias para
a construção do minhocário que permitam boas condições de ambiente para o
desenvolvimento das minhocas, deve ocorrer em ambiente escuro visto que a minhoca
27
tem aversão a luz, a sua exposição directa aos raios ultravioleta causa paralisia parcial
e completa, por longas horas causa a morte. Dependendo da escala o processo pode
ser caseiro ou industrial.

Figura: 2 Sistema de caixas usadas no processo de Vermicompostagem doméstica (http:


www.marfinitmarfinitemogi.com.br/image/cache/catalog/Mogi/m-500x500.png)

2.5.5 Sistema de Bokashi


Segundo Sequeira et al 2013, o Bokashi trata se duma mistura balanceada de matérias
orgânicas de origem vegetal e/ou animal, submetidas a processo de fermentação
controlada. Bokashi que é uma palavra de origem japonesa que significa matéria
orgânica fermentada, sendo que a fermentação láctica predomina no processo e
pequenas proporções ocorrem, como a fermentação acética, alcoólica, propiónica e
butírica.

Uma das principais funções do composto (Bokashi) é introduzir microrganismos


benéficos no solo, que desencadeiam um processo de fermentação na biomassa
disponível, proporcionando rapidamente condições favoráveis a multiplicação e atuação
da microbiota existente no solo, como fungos, bactérias, actinomicetes e fixadores de
nitrogénio, que fazem parte do processo complexo da nutrição vegetal equilibrada e da
construção da sanidade das plantas (SEQUEIRA et al.,2013).

28
O Bokashi é feito a partir da mistura de farelos (de trigo, de arroz) e tortas vegetais (de
mamonas), podendo ser enriquecido com farinha de animais (de carne e osso, de peixe)
e com alguns minerais naturais (fosfatos e calcários) mas em pequenas quantidades
para não interferir no processo de fermentação, a composição dependera muito da
matéria-prima disponível, na tabela são apresentadas as percentagens necessárias para
cada tipo de material.

A fermentação do Bokashi pode ocorrer de duas maneiras, de forma aeróbica (presença


de ar) e por forma anaeróbica (sem presença de ar). No processo aeróbico a sua
preparação leva menos tempo para atingir a sua maturação em relação ao processo
anaeróbico.

Tabela: 4 Tipos de materiais e percentagens médias para produção de Bokashi


Quantidades em
Tipos Exemplos percentagens

Farelos de cereais Farelos de arroz; de trigo; de cevada 50 % a 60 %


Torta de marmona; de soja; de
Tortas de oleaginosas girassol; de algodão 35 % a 40 %
Palhas e cascas trituradas; resíduos
Outros materiais de banana; capim e outros produtos
vegetais da agra indústria Máximo 15 %
Matérias de origem Farinha de carne e osso; farinha de
animal peixe Máximo 3 %
Calcário; fosfato natural; pó de
Minerais pedra Máximo 2 %
Fonte: Sequeira et al.,2013

2.5.6 Sistema de Compostagem Doméstica Ou Caseira


A compostagem doméstica e um processo que se desencadeia em pequena escala, que
não exige grandes custos de equipamento ou de manutenção e que pode ser promovido
em habitações, universidades, escolas, bairros e municípios (LIPOR,2009).

29
Tratando se de um processo em pequena escala proporciona uma economia significativa
de energia e custos de transporte, assim como uma redução na propagação de odores,
podendo receber uma destinação adequada no local onde e gerado (MARQUES,2002).

Segundo Freitas (2016), a compostagem doméstica não pode ser vista como uma
alternativa para o tratamento de todos os resíduos orgânicos da região, mas como uma
solução complementar que possa colaborar com a redução do envio destes resíduos
recicláveis para os aterros sanitários.

A compostagem doméstica pode ser realizada com a deposição dos resíduos orgânicos
em pilhas, leiras ou composteira (WAGEM,2010). A composteira pode ser comprada ou
construída pelo próprio utilizador.

Para composteiras de pequena escala em residências, universidades, escolas, bairros e


municípios existem diferentes e variados modelos de composteiras, de fabricação
artesanal ou industrial, com os processos sendo desenvolvidos em recipientes simples
ou mecanizados.

2.5.6.1 Composteira de caixa de madeira


A mais tradicional composteira é a caixa neozelandesa, que foi desenvolvida em
Auckland, na Nova Zelândia, no início da década de quarenta. A caixa se constitui de um
engradado sem fundo nem tampa e tem laterais removíveis, ou seja, as tábuas são
simplesmente encaixadas (CAMPBELL,1999).

Tem a vantagem de ser de fácil fabricação usando qualquer tipo de madeira até mesmo
paletas que facilita na aeração da matéria orgânica e apresenta a desvantagem de se
degradar rapidamente devido as condições climáticas (sol, chuva e vento).

30
Figura: 3 Composteira de caixa de madeira feitas com paletas (Carvalho,2020).

2.5.6.2 Composteira de rede metálica


Segundo Campbel (2005), a rede metálica de forma cilíndrica e sustentada por estacas
de madeira e apoiada sobre o solo. Composteiras de rede metálica são de fácil
construção, porem tem a tendência de perder mais calor do que a caixa com partes
laterais mais solidas. A vantagem deste tipo de composteira e que a pilha de
compostagem e facilmente acessível para o revolvimento garantindo uma maior aeração
do material.

Figura: 4 Composteira de rede metálica cilíndrica (Silia,2015)

31
2.5.6.3 Composteira em barril rotativo
Esse sistema de composteira rotativa foi desenvolvida como uma solução eficaz para a
decomposição da matéria orgânica, que acontece pela acção do microrganismo
(bactérias e fungos), sem que seja necessária uma grande área de acção, apresentam
uma independência das condições climáticas.

Segundo Gaspodine (2015), os reactores possuem meios para revolver e irrigar o


material, o que possibilita maior controle da aeração, temperatura e humidade, sem
geração de odores.
As composteiras geralmente são cilíndricas e contam com mecanismo manual ou com
motor, que permite o movimento para misturação do material.
Os resíduos são introduzidos conforme vão sendo gerados, até alcançar a capacidade
máxima, ou a sua decomposição completa. A extração é manual e a aeração do material
se realiza durante o movimento para misturação (CAMPBEL,2005).

Figura: 5 Composteira de Barril rotativo (https://www.researchgate.net/publication)

32
2.5.6.4 Composteira de tijolos
Neste sistema de composteira é possível processar grandes quantidades de matéria
orgânica ao mesmo tempo (CAMPBEL,1999). Os blocos são colocados de maneira a
criar um espaçamento entre eles, ou o uso de tijolos furados garantem um bom
arejamento.
Esse sistema e bastante resistente a intempéries climáticas, possui uma maior vedação,
permite o escalonamento dos resíduos nos seus compartimentos de forma fácil.

Figura: 6 Composteira de tijolos (Silia,2015)

3. MATERIAS E MÉTODOS

3.1 MATÉRIAS USADOS

Neste capítulo são apresentados os matérias, os equipamentos e os métodos utilizados


no trabalho experimental.
O experimento foi realizado na Faculdade de Engenharia (UEM), que se encontra
localizada na Avenida de Moçambique próximo ao terminal Rodoviário Interprovincial da
junta em Maputo. O local escolhido para realizar o experimento foi por detrás do
Departamento da Mecânica por apresentar uma área que não e muito transitável apesar
de ser num local aberto, sofrer influência de factores externos como ventos, chuvas e
incidências dos raios solares.

33
Para se realizar a experiência de compostagem foi necessário fazer duas composteiras
domésticas usando material que pode ser encontrado em residências ou mercados, mas
que obedeçam ou sejam observados todos parâmetros ambientais, e como produto para
a compostagem foi usado a matéria orgânica encontrada em algumas residências e
oficinas de carpintaria, os seus resíduos ou restos são descartados em lixeiras.

Segregação dos Resíduos sólidos


Resíduos sólidos orgânicos
resíduos sólidos

Lixeira
Montagem das
(residuos não composteiras
orgânicos) (Balde e Paletas

Húmus/composto Maturação do Monitoramento dos


orgânico composto processos

Figura: 7 Fluxograma do processo (Autor,2023).

3.1.1. Matéria orgânica

Se considera matéria orgânica a todo material de origem animal ou vegetal cujo seu
descarte no ambiente não é desejável.

Em relação às matérias provenientes de vegetais são classificados por secos e verdes


isto porque os secos são na sua maioria castanha e são ricos em carbono com baixo
teor de humidade e de decomposição lenta (serragens, podas de jardins, capim e
folhas), temos os verdes ricos em nitrogénio, com um elevado teor de humidade e uma
decomposição mais rápida (restos de verduras e frutas).

34
3.1.1.1 Capim seco

O capim seco usado no presente trabalho e proveniente da Faculdade de Engenharia


(FENG), situada no bairro Luís Cabral na cidade de Maputo. Foi colhido nas traseiras
das oficinas no departamento da Engenharia Mecânica.

3.1.1.2 Serradura

A serradura usada no presente trabalho e proveniente da carpintaria da Faculdade de


Engenharia (FENG), situada no bairro Luís Cabral na cidade de Maputo. Foi colhida
como resíduos da madeira usada pelos carpinteiros.

3.1.1.3 Resto de vegetais


Os restos de vegetais usados no presente trabalho e proveniente da casa onde minha e
mercados situados na Matola e vendedoras ao longo dos passeios que vendem verduras
e frutas, na sua maioria descartam em lugares impróprios.

3.1.2. Material usado para construção dos compositores


3.1.2.1 Balde plástico
O balde plástico de 20 L de PP-T105 foi adquirido numa das lojas que se encontram
perto do terminal da junta na Rua Carlos Morgado pelo valor de 250mt.
3.1.2.2 Paletas
As paletas usadas na construção do compostor de caixa de madeira foram adquiridas no
mercado da madeira que se encontra na Rua Carlos Morgado próximo a terminal da junta
pelo valor de 300mt.

3.1.3. Montagem e operação do experimento

Para se realizar a compostagem doméstica foram escolhidos dois sistemas que são de
fácil fabricação e aquisição, para além de ser de baixo custo. Foi utilizado um Balde
plástico de 20L do tipo PP-T105 e nele foram feitos 3 furos de 4 cm de distância em cada
lado e nela foi anexado uma torneira de plástico na parte inferior do balde.

35
Outro sistema que foi utilizado na experiência e a caixa feita com paletas de madeira,
com as seguintes dimensões 60 cm de comprimento, 43,5 cm de largura e 45,3cm de
altura, para construir a composteira de paletas foi necessário a ajuda dos funcionários
da carpintaria da Universidade. A figura 9 segue mostrando os sistemas usados na
experiência.

Figura: 8 Detalhes do material usado para a construção das composteiras (Autor,2023):


balde 20 L(a), Caixa de Paletas (b)

Antes de se encher o sistema de composteira da caixa de paletas foi necessário usar um


plástico preto “usado como saco de lixo”, este plástico foi colocado por baixo da
composteira cobrindo toda base da caixa de paletas (como ilustrado na figura 8), como
forma de evitar o escoamento de chorume pelo chão onde se encontra a caixa de paletas.
Para prender o saco plástico usei as pontas do mesmo fazendo nos entre os espaços
deixados entre as madeiras.

Para o sistema usando balde de plástico de 20L,foi preciso fazer buracos em algumas
laterais e na tampa do mesmo como forma de garantir que nele haja entrada de ar
(O2),isso como forma de evitar que o processo não acabe se tornando um biodigestor
por ausência do ar, os buracos foram separados por 4 cm de distancia entre eles e a 16

36
Figura: 9 Caixa de paletas com base coberta por plástico (Autor,2023).
cm da sua base, como forma de se obter o chorume produzido foi acoplado na parte
inferior do balde a 5mm da base uma torneira plástica (como ilustrado na figura 10).

Figura: 10 Balde de 20L (Autor,2023).

37
O preenchimento das composteiras de caixa de paletas e do balde ocorreram no mesmo
dia, a primeira a ser preenchida foi a composteira de caixa de madeira. As composteiras
foram montadas e enchidas no dia 15 de junho de 2023.

Antes de se realizar a experiência foi necessário primeiro quantificar a matéria orgânica


colectada, como forma de se verificar a quantidade que será compostada e o quanto do
produto final terá sido produzido no final da experiência.
Do material colectado foi possível quantificar 2,1kg de material seco (capim seco) e 6,7
kg de material húmido (vegetais) como ilustrados na figura 12, estas quantidades foram
todas elas usadas para o experimento da caixa de paletas.

Figura: 11 Matéria orgânica utilizada na experiência (Autor,2023).

Antes do preenchimento do compostor foi necessário cortar os vegetais e restos de


cascas de frutas em pedaços de 2cm como forma de diminuir o seu tamanho e manter
uniformidade entre eles.
No processo de realização da compostagem usando a caixa foi colocado primeiro o
material seco sobre a tela protetora (plástico), em seguida o material húmido. Assim foi
desposto as matérias até serem formadas 5 camadas uma sobre a outra, até que foram
atingidos 18cm de altura.

38
Figura: 12 Passo a passo no preenchimento da composteira (Autor,2023).

A realização do experimento usando balde plástico, logo de início foi necessário


quantificar o material usado (figura 14), sendo que nesse experimento foi adicionado um
novo material (Serradura) para ajudar no processo de compostagem.

Os passos seguidos no processo de enchimento do compostor não foram os mesmos


que os da caixa, tendo sido necessário usar pedras como forma de substituir uma tela

39
que faz com que o material usado para compostar não entre em contacto com a torneira,
fazendo com que somente seja filtrado o chorume.

Tendo sido colocado em seguida o capim por cima das pedras até uma altura de 5 cm,
posto isso foi introduzido a matéria húmida e material seco (serradura) um sobre o outro
até que se tenham formado 6 camadas.

Figura: 13 Amostras da matéria orgânica usada na composteira (Autor,2023).

Figura: 14 Sequência (a até e) do enchimento da composteira (Autor,2023).

40
Durante a operação de montagem da composteira do balde foram também adicionados
no sistema da caixa de madeira 2,5 kg de matéria orgânica (vegetais e serradura), isso
depois do revolvimento do sistema, por fim foram adicionados na parte superior uma
cobertura de 1,2kg de capim seco não cortado.

3.2. MONITORAMENTO DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM


3.2.1 Tamanho das partículas

Segundo Perreira e Neto (2007), o tamanho da partícula interfere diretamente em vários


aspectos de homogeneização da matéria como na compactação, na porosidade,
capacidade de aeração, área superficial e tempo de compostagem.

Como forma de acelerar o processo de compostagem procurou se manter um tamanho


uniforme das partículas dos resíduos usados na faixa de 2cm - 6cm.Sendo que no
processo da caixa de paletas o tamanho das partículas foi maior, em relação ao das
composteira de Balde plástico.

Tanto o capim como os vegetais foram cortados usando uma tesoura de corte de
alimentos. Enquanto os resíduos de madeira a serragem foi coletados já triturada com
partículas muito finas que se tornou impossível medir o seu tamanho.

3.2.2 Temperatura
A temperatura ao longo do processo foi colectada com auxílio de um termómetro digital
do tipo a lazer, Fluke 62mini in THERMOMETER (figura 15). A frequência da recolha dos
dados era de três vezes a semana, sempre no período da manhã isto no intervalo das
9horas as 11horas nas composteiras.

Foram escolhidos três pontos de colecta com o intuito de verificar se há diferença de


temperatura dentro das composteiras, durante a medição era mantido o termómetro por
um minuto isto como forma de verificar se não havia alteração dos dados colectados. A
temperatura do ambiente era medida sempre que havia o monitoramento das
temperaturas das leiras.

41
Figura: 15 Termómetro digital (Autor,2023).

3.2.3 Humidade

A medição da humidade decorreu no laboratório da faculdade de engenharia no


departamento de engenharia química.
Para a medição de húmida e a sua pesagem usou se uma balança de precisão de
0.0001g. Primeiramente foram pesadas três placas de porcelana, em seguida foram
pesadas três placas com amostras de 5g (PU), que foram levadas ao forno a uma
temperatura de 105ºC durante três horas, passado esse tempo foram colocadas a
arrefecer num dessecador durante 20 minutos. Depois desse tempo foi necessário pesar
de novo as amostras secas (PS).
A humidade das amostras foi calculada segundo a equação 1.1. fonte: (sequeira2019).
PS
U% = 100 X
PU
Onde:
U- Humidade da amostra em percentagem
PU- Peso da amostra húmida em gramas
PS- Peso da amostra seca em gramas

42
3.2.4 Potencial de hidrogénio (pH)
A medição do pH decorreu no laboratório da faculdade de engenharia no departamento
de engenharia química.
Para a determinação do pH foi utilizado um aparelho de medição Phmetro, obedecendo
os seguintes passos, foram coletados 5g de amostra (secas) de cada sistema. Em
seguida em dois copos de Becker foram adicionadas 40ml de água destilada e
adicionadas os 5g de cada amostra e misturados usando um bastão de vidro, por fim
extraído os dados usando phmetro.

3.2.5 Maturação do composto

Segundo Mendes (2011), o composto se encontra maturado quando a actividade


microbiológica decresce substancialmente, visto não existir tanta quantidade de matéria
disponível para decomposição, a temperatura da pilha diminui e o pH tende a estabilizar,
os odores causados pelo azoto amoniacal e pelos ácidos orgânicos voláteis não devem
estar presentes mesmo quando se revolve o material.

O tempo de maturação do composto varia muito para cada unidade de compostagem,


em razão da quantidade de seres vivos envolvidos no processo, quantidade, tamanho
dos resíduos orgânicos em biodigestão, temperatura, humidade. Uma das formas de
verificar a maturidade do composto é misturando uma porção dele em um copo com
água. Vai ocorrer um destes fenómenos: o líquido após ser revolvido fica escuro como
se de uma tinta preta se tratasse, fica com partículas em suspensão, mostrando que o
composto está curado e pronto para uso (KING,2005).

Quando o composto estiver pronto apresentara as seguintes características: Coloração


preta ou marron, cheiro agradável, temperatura ambiente mesmo se for revolvido.

43
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 FACTORES QUE AFECTAM O PROCESSO DE COMPOSTAGEM

4.1.1 Humidade

A humidade desempenha um papel importante no processo de compostagem, sendo


necessária água para o transporte de nutrientes dissolvidos, imprescindíveis para manter
a vida microbiana.

Segundo Oliveira (2010), a faixa de umidade adequada para a compostagem está entre
40% e 65%, abaixo dessa faixa o processo se torna bastante lento e acima disso a água
tende a ocupar os espaços vazios do meio, impedindo a livre passagem do oxigênio, o
que poderá provocar aparecimento de zonas de anaerobiose.

80%

70%

60%
Humidade %

50%

40%

30%

20%

10%

0%
3 10 20 30 40 50 60 70 80 95
Tempo (dias)
Composteira 1 Composteira 2

Figura: 16 Gráficos dos valores de Humidade em função do tempo (Autor,2023).

A figura 16 demostra os valores de humidade observados das composteiras 1 e 2, nos


3º,10º,20º,30º,40º,50º,60º,70º,80º e 95º dias do processo.

E possível verificar que a humidade das amostras nas duas composteiras, iniciaram nas
faixas dos limites considerados ideais (40% a 65%). No sistema da composteira 2 a faixa
de humidade rondou entre as faixas de percentagem (60% a 43%) no período de (20º a

44
60º) dias apos o início do processo, mantendo-se na faixa considerada ideal por Oliveira
(2010), tendo terminado o processo em 95º dias com 53% de humidade.

No sistema de composteira 1 e possível verificar, ao longo do processo uma queda dos


valores de humidade, chegando a baixar até passar os 40% de humidade limite mínimo
considerado ideal, no 60 º dia a humidade atingiu 38% faixa considerada abaixo da ideal
e só foi subir a partir do 70º dia, essa situação poderia ter prejudicado o processo de
compostagem, diminuindo a actividade microbiana e fazendo com que a temperatura
diminuía.

Isso deveu-se a falta de irrigação da composteira 1 nesse período, por temer irrigar e
ultrapassar a quantidade desejada de água, tendo em conta que o processo já se
encontrava numa fase avançada de decomposição da matéria orgânica e transformando
o sistema num processo anaeróbio.

No presente trabalho foi possível observar que os sistemas terminaram o processo na


faixa considerada ideal para a compostagem. Segundo King (2005), quando a humidade
se encontra no intervalo optimo, há maior actividade biológica, maior degradação dos
substratos orgânicos e ocorre um decréscimo da relação C/N.

4.1.2 Temperatura

Na figura 17 são apresentados os valores obtidas das medições das temperaturas dos
processos. Na compostagem a temperatura e o factor mais indicativo do equilíbrio
biológico, é o que reflete a eficiência do processo (PERREIRA NETO,1989).

O processo de compostagem ocorre em três fases: a primeira fase mesófila (25 a 40°C),
seguida pela fase termófila que esta acima dos 40 °C podendo atingir os 65 °C e por
último voltando a fase mesófila (maturação) em que a temperatura desce e se matem na
temperatura ambiente (Carvalho et al.,2013).

45
50

45

40

35
Temperatura ºC

30

25

20

15

10

0
1 3 10 20 30 40 50 60 70 80 95
Tempo (Dias)
Composteira 1 Composteira 2

Figura: 17 Gráficos da Temperatura em função do tempo (Autor,2023).

Durante o processo, a evolução da temperatura pode ser considerada como um reflexo


da actividade metabólica da população microbiana. Analisando o gráfico foi possível
verificar que os dois processos atingem valores relativamente diferentes de temperatura,
pode se dizer que na composteira 1 foram observadas optimas condições para o
processo de compostagem.

O sistema de composteira 1 iniciou a sua actividade com temperatura a 25º C,sendo que
houve um aumento da temperatura nos primeiros 9˚dias atingindo os 40˚C,fase
denominada pelos microrganismos mesofilos, com a elevação gradual da temperatura e
do processo de biodegradação a população de mesofilos diminui e os microrganismos
termófilos proliferam se com mais intensidade causando a morte de fungos, chegando a
atingir uma temperatura máxima de 45ºC passados 34˚ dias desde o início do processo,
esta fase durou 32˚ dias.
Passados os 32˚dias a temperatura do processo vai descendo e consequentemente a
dominação dos microrganismos mesofilos, o metabolismo dos microrganismos é
responsável pelo aumento e diminuição da temperatura, isto é quanto menor for a
quantidade de microrganismo menor será a temperatura no processo de compostagem
46
(Tang et.,al 2004). Nesta fase a uma elevação de fungos e uma intensa competição por
nutrientes, passando a fase de maturação do composto e tendo terminado o processo
em 95˚ dias com temperatura a rondar os 24ºC.

O sistema de composteira 2ª iniciou a sua actividade com temperatura a 25º C, havendo


um aumento de temperatura ate chegar a atingir uma máxima de 35ºc passados 20 dias
de compostagem.

No processo ocorre a degradação por microrganismos mesofilos que acabaram por


dominar todo o processo visto que não se atingiu as temperaturas necessárias para a
acção dos microrganismos termófilos, nos restantes dias houve um decrescimento da
temperatura ate atingir uma media de 24 ºC decorridos 95˚ dias de compostagem.

Segundo Kiehl (1998),desde que não falte água e o composto tenha perdido calor e a se
tenha atingido a temperatura ambiente, há indicações de que o produto esteja maturado.

Segundo Perreira (2016), o desequilíbrio apresentado no processo da composteira 2


deve-se:

• Falha na construção ou manutenção do sistema;


• Falta de água durante as primeiras semanas;
• As condições ambientais do local onde foi montado o processo (sol,
precipitações).

Na composteira 2 as temperaturas registadas foram baixas para início de um processo


normal e rápido de decomposição onde a biodegradação dos substratos ocorrem com
elevação da temperatura da massa em degradação (KING,2005). Entretanto mesmo a
temperatura não ter atingido a fase termófila no sistema, os resíduos orgânicos foram
degradados e transformados em composto orgânico através dos microrganismos
mesofilos.

4.1.3 Potencial de hidrogénio (pH)


No gráfico da figura 19 é apresentado a evolução dos valores de pH dos sistemas do
processo de compostagem. Foi observado que nesses sistemas o pH iniciou-se com
valores ácidos e durante o seu aquecimento foi aumentado os seus valores de pH.

47
Valores baixos de pH não inibem o início do processo, mais tornam mais lento o aumento
da temperatura, visto que inibem o desenvolvimento de microrganismos termófilos, a
compostagem aeróbica provoca a elevação do pH da massa em biodegradação
(Reis,2005).

E possível observar que a composteira 2 não atingem a fase alcalina, se mantendo na


fase neutra na faixa de pH (6 a 7.2), isso se deve ao facto de o processo não ter avançado
para a segunda fase termófila, mantendo se na fase mesófila. A temperatura nesse
processo registou uma Máxima de 35°C não tendo atingido o mínimo para passar desta
fase (mesófila).
A composteira 1 partiu de uma faixa de pH acido (4.5) e foi subindo conforme a
temperatura aumentava e manteve se na faixa de pH alcalino de (9.2), Perreira Neto
(2007), afirmou que a compostagem pode ser desenvolvida em uma faixa de pH entre
(4.5-9.5), sendo que os valores extremos são automaticamente regulados pelos
microrganismos, por meio da degradação dos compostos, que produzem subprodutos
ácidos ou básicos, conforme a necessidade do meio.

10
9
8
7
6
PH

5
4
3
2
1
0
2 4 6 8 10 12 14
Semanas
Balde Caixa de Paletas

Figura: 18 Gráficos das variações do pH em função as semanas (Autor,2023).

48
4.1.4 Maturação do composto
A qualidade do composto depende das características biológicas, químicas e físicas
dos substratos utilizados, assim como da evolução e condução do processo de
compostagem (FELICIA,2009).
As composteiras foram instaladas no dia 15 de junho de 2023, tendo sido iniciado o
processo nessa mesma data, se mantendo no local de compostagem por 95˚dias.
Passados esses dias foram observadas as seguintes características em relação a
dissolução em água, cheiro e a cor.
Na dissolução em água foi possível observar que no composto produzido na composteira
1 foi o que melhor se dissolveu e mais tingiu a água, e o composto produzido na
composteira 2 não se dissolveu por completo em água e menos tingiu a água.
Em relação ao cheiro os dois processos têm um cheiro agradável de terra.

Figura: 19 Amostras dos compostos maturados e a sua cor (Autor,2023).

49
Em relação a cor pode observar que a cor mais negra correspondeu a composteira 1, e
a cor menos negra correspondeu a composteira 2 como e possível verificar na figura 19.

Na montagem dos processos de compostagem, foi possível quantificar a matéria


orgânica que foi usada, que rondava em torno de 12,5kg (castanhos, verdes) por
composteira e no fim do processo, foi possível produzir 6,3kg de composto maduro.
Com isso foi possível observar que houve uma redução da matéria orgânica em cerca
de 50%.

50
5. CONCLUSÃO

O processo de compostagem de resíduos com uso de composteiras domésticas mostra-


se como uma prática que permite mitigar os problemas ambientais envolvidos com a
deposição e tratamento dos resíduos, ao mesmo tempo produzir um composto orgânico
em menos tempo e sem custos elevados. Segundo Wagen (2010), a compostagem
doméstica de resíduos sólidos orgânicos domiciliares, se devidamente conduzida,
considerando-se os factores básicos do processo, como aeração, umidade e
temperatura, atingira o produto final desejado.
Foi possível monitorar as temperaturas dos dois sistemas de composteira domésticas. O
sistema de composteira 1 proporcionou temperaturas altas atingindo uma máxima de
45°C, superando os 40°C estabelecidos por alguns autores (Rosa et.ai.,2019; Perreira
Neto,2014; Peixoto,2005) necessários para atingirem a fase termófila, isso em relação a
composteira 2, podendo atingir as três fases do processo (mesofilo, termófilo e mesofilo),
tendo atingido temperaturas optimas para o processo de compostagem.
Contudo a composteira 2 apesar de não ter atingido a fase termófila se mantendo na
fase mesófila (25 °C a 40°C), atingiu os objectivos, de degradar a MO, desde que não
falte água e o composto tenha perdido calor e a se tenha atingido a temperatura
ambiente, há indicações de que o produto esteja maturado (Muller,2009).
A humidade em ambos processos iniciou com as suas percentagens com médias 65% e
depois foi oscilando entre valores acima e abaixo dos 50%, contudo os dois sistemas
terminaram o processo com faixas optimas (49% e 53%) de maturação, considerando
que o processo foi realizado in loco e visto que nenhum dos sistemas passou para o
processo anaeróbio.
Foi possível quantificar a matéria orgânica que foi usada, que rondava em torno de 25
kg (castanhos, verdes), nas composteiras e no fim do processo foi possível produzir 12,9
kg de composto maduro tendo reduzido uma média de 50%.
Os resultados sugerem que os dois sistemas de compostagem atingiram os objectivos
desejados de produção de um composto orgânico maturado, usando sistemas
domésticos. Esses sistemas podem ser usados em vários locais de produção de baixa
escala de resíduos sólidos orgânicos, como casas, pequenos estabelecimentos
comerciais e escolas.
51
6. BIBLIOGRAFIA

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 10.004: Resíduos


Sólidos - Classificação, Rio de Janeiro, 2004.

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