Cartilha Enfrentamento A Violencia Contra A Mulher

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NÃO

SE CALE!

Você não
está sozinha!

Cartilha de Enfrentamento
à Violência Contra a Mulher
Cartilha de Enfrentamento à
Violência Contra a Mulher

Sumário

O que é violência contra as mulheres? ...........................................1

Os tipos de violências contra a mulher ...........................................2

Sinais de um relacionamento abusivo .............................................4

Ciclo da Violência Doméstica ...............................................................5

Será que estou em um relacionamento abusivo?........................7

Será que sou uma mulher vítima de violência doméstica? .....9

Porque muitas mulheres possuem dificuldade para saírem


de um relacionamento com violência doméstica?.....................10

Como ajudar uma mulher em situação de violência?...............11

Onde realizar a denúncia?................................................................12


O QUE É VIOLÊNCIA CONTRA
AS MULHERES?

TODA CONDUTA QUE CAUSE MORTE,


DANO OU SOFRIMENTO FÍSICO, SEXUAL OU
PSICOLÓGICO À MULHER, QUE ACONTEÇA
NO AMBIENTE DOMÉSTICO OU
EM LOCAIS PÚBLICOS

CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ, 1995

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OS TIPOS DE VIOLÊNCIAS
CONTRA A MULHER

Violência Sexual
Toques e carícias não desejadas, exibicionismo,
prostituição forçada, participação forçada em
pornografia, obrigar a mulher a ter relações sexuais ou
atos sexuais que causam desconforto ou repulsa,
impedir o uso de métodos contraceptivos.

Violência Física
São tapas, empurrões, chutes, bofetadas, tentativa de
homicídio, tentativa de asfixia, ameaça com faca,
puxões de cabelo, beliscões, mordidas, queimaduras,
atirar objetos, sacudir e apertar os braços e lesões com
objetos.

Violência Moral
Emitir juízos morais sobre a conduta, fazer críticas
mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a mulher por
meio de xingamentos. Por exemplo: Expor a vida íntima;
acusar a mulher de traição; fazer críticas mentirosas;
emitir juízos morais sobre a conduta; desvalorizar a
vítima pelo seu modo de se vestir; Rebaixar a mulher por
meio de xingamentos que incidem sobre sua índole.

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Violência Psicológica
São humilhações, ameaças de agressões, privação da
liberdade, manipulação, impedimento ao trabalho ou
estudo; danos propositais a objetos pessoais, danos em
animais de estimação, danos ou ameaças a pessoas
próximas da mulher, impedimento de contato com a
família e amigos (as); distorcer ou omitir fatos para
deixar a mulher em dúvida sobre sua sanidade.

Violência Patrimonial
Controlar o dinheiro, destruir documentos ou objetos
pessoais, furtar, privar de bens ou recursos econômicos.
Exemplo: Quebrar celular, rasgar fotos, rasgar roupas,
destruir documentos pessoais.

Violência Virtual
Divulgar/ compartilhar fotos e vídeos íntimos pela
internet e/ou redes sociais sem autorização da mulher
com o propósito de humilhá-la ou chantageá-la. Utilizar
redes sociais e celulares para propagar comentários
depreciativos em relação à mulher.

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SINAIS DE UM
RELACIONAMENTO ABUSIVO
Isolamento

A pessoa abusiva te afasta dos amigos e da família.


Só assim sua dependência emocional cresce e a
alternativa é investir na relação.

Ameaça Sentimental

A pessoa diz que ninguém vai te querer ou será


capaz de amá-la, que só ela faz esse sacrifício
por você, diminuindo sua autoestima.

Ciúme Excessivo

Quem é abusivo sente ciúmes de forma descontrolada


e desperta esse sentimento em você também,
causando insegurança de propósito.

Amor e Ódio

Relacionamentos abusivos começam com promessas


e a pessoa faz de tudo para lhe agradar. Mas, depois
de te conquistar, ela alterna constantemente entre
amor e ódio. Esse jogo emocional é complexo e faz com
que você se sinta culpada pelas humilhações sofridas.

Promessas

Após fazer algo que te deixou triste, ele promete


que vai mudar que nunca mais vai fazer aquilo
e até chora, mas não muda de verdade.

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Ciclo da Violência Doméstica

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Fase 2 - Explosão / Incidente de Agressão:

Atitude do agressor: comete agressões físicas e verbais e


apresenta comportamento descontrolado. A cada novo
ciclo as agressões se tornam mais violentas.
Atitude da vítima: sente-se fragilizada, em choque. Acredita
que não tem controle da situação.

Fase 3 - Lua de Mel / Comportamento Gentil e Amoroso

Atitude do agressor: diz que se arrepende e promete mudar


de comportamento. Temporariamente torna-se atencioso e
carinhoso.
Atitude da vítima: acredita na mudança de comportamento
do agressor e que a violência não se repetirá até que o casal
retorna à fase 1.

A repetição do “Ciclo da Violência Doméstica",


frequentemente, leva a mulher a acreditar que não pode
controlar as agressões praticadas por seu companheiro ou
ex-companheiro. Isto pode gerar um intenso sentimento de
desamparo e o pensamento de que “não há saída”. Por
estas razões, a mulher pode permanecer muito tempo em
uma relação violenta e enfrentar dificuldades para procurar
ajuda.

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É preciso compreender que a
dificuldade de agir ou reagir não é
culpa da mulher, mas decorre de um
aprendizado emocional criado pela
própria situação de violência.
A violência não se rompe sozinha.

Será que estou em um relacionamento abusivo?

Relacionamentos são considerados abusivos


quando um dos parceiros (homem ou mulher) estabelece
uma relação de poder sobre o outro, controlando sua vida e
limitando seus pensamentos e ações. Nesse contexto, as
vítimas têm dificuldade de perceber ou admitir que vivem
um relacionamento abusivo, negando ou prorrogando a
possibilidade de término.

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Assinale as alternativas abaixo que correspondem ao
que você vivencia para saber se está em um
relacionamento abusivo:
Na maior parte do tempo, eu tenho medo de errar e me culpo pelas minhas
atitudes;
A pessoa com a qual eu me relaciono faz comentários desagradáveis
sobre o meu corpo ou sobre o que eu penso, deixando-me constrangida
(o), triste ou com sensação de ser inferior;
Constantemente, sinto-me insegura (o) e com medo de ser abandonada
(o);
Ele/Ela tenta controlar minhas roupas/maquiagem e com quem, como e
quando posso sair;
Quando eu tento dizer que ele/ela está errado/a ou que algo me magoou,
escuto que sou “louca (o)”, “exagerada (o)”, “dramática (o)”;
Os pensamentos dele/dela são sempre considerados mais importantes
que os meus;
Ele/ela já me obrigou ou me chantageou para beija-lo (a), abraçá-lo(a) ou
manter relações sexuais;
Ele/ela disse que se eu não realizasse determinada pratica sexual, seria
trocada (o) por outra pessoa ou abandonada (o);
Eu já ouvi “ninguém nunca vai te amar”, “você não vai achar outra pessoa
que te agüente”;
Ele/ela nunca me bateu, mas bate ou quebra objetos que estão por perto;

Estas são as principais características de um relacionamento


abusivo e se você ao menos duas alternativas, é indicado
reavaliar, com honestidade, o que você está vivenciando.
Relacionamentos abusivos não tendem a mudar e a melhor forma
de acabar com o sofrimento é finalizando a relação.

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Será que sou mulher vítima de violência doméstica?

Eu já fiz sexo ou determinada prática sexual com meu parceiro por


chantagem, pressão ou medo;
Sinto medo, insegurança e desespero constantemente;
Ele já ameaçou bater ou me matar (ou fazer isso com algum parente ou
amigo), caso nos separássemos;
Ele me compara com outras mulheres a modo de me diminuir ou faz
comentários desagradáveis sobre meus pensamentos e/ou ações;
Ele já me bateu, empurrou, apertou, segurou com força, chacoalhou,
cortou, queimou;
Várias vezes eu digo algo que não penso, somente para evitar uma
discussão;
Aceito situações que me deixam triste, constrangida, magoada,
angustiada para evitar brigas;
Sou obrigada a dar meu dinheiro a ele ou deixar com que ele decida como
será usado;
Ele já quebrou ou estragou propositalmente alguns objetos meus;
Sinto-me, constantemente, culpada pelo meu relacionamento estar ruim;
Minto ou diminuo as violências que sofro;
Admito que sofro maus tratos, mas não considero isso abuso ou crime;
Eu gostaria de terminar o relacionamento, mas não o faço para preservar
meus filhos;
Eu gostaria de terminar o relacionamento, mas não o faço porque não
tenho como me sustentar financeiramente.

Se você marcou uma ou mais alternativas, é provável que


você seja vitima de violência domestica. Você não deve se sentir
culpada por estar nessa situação. Nada do que você tenha feito
justifica esses tipos de agressões.

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Porque muitas mulheres possuem dificuldade para
saírem de um relacionamento com violência doméstica?

1.Esperança de que o parceiro mude o comportamento.

2.Medo de romper o relacionamento.

3.Vergonha de procurar ajuda e de ser criticada.

4.Sentimento de estar sozinha e de não contar com pessoas


que a apoiem.

5.Pressão social para preservar a família.

6.Medo de sofrer discriminação por estar “sem marido”.

7.Dependência econômica do parceiro para o sustento da


família.

8.Dependência emocional do parceiro, não conseguindo se


ver sem o relacionamento do agressor.

9.Dificuldades para vivenciar um processo de separação.

10.Baixa autoestima, não conseguindo se ver como


merecedora de amor e não possuir valor.

“Romper uma relação violenta é um processo: cada


mulher tem seu tempo”

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Como ajudar uma mulher em
situação de violência doméstica?

ESCUTE SEM JULGAMENTOS

Para uma mulher em situação de violência, procurar ajuda e


decidir contar sobre sua situação pode ser um passo muito difícil.
Por isso, escute sem julgamentos o que a mulher quiser te contar
da violência que sofreu e esteja aberta(o) para entender sua
situação e acolher a sua história. E cuidado: pedir para ela repetir
diversas vezes a história irá fazê-la reviver a violência e deixará à
mulher mais abalada, uma só vez é o suficiente.

ACREDITE NA PALAVRA DELA

Não é seu papel questionar se o relato dela é verdadeiro. Se for


necessário algum tipo de investigação, cabe às autoridades
responsáveis fazerem isso. Infelizmente é muito comum que
relatos de violência por parte de mulheres sejam recebidos com
descrença. A constante desconfiança na palavra da mulher faz
com que ela desista de seguir com a denúncia e procurar ajuda.
Muitas vezes, após uma agressão, as mulheres se confundem
com a ordem dos acontecimentos, o que não torna sua denúncia
menos verdadeira. Esteja atenta(o) para os tipos de violência
sofrida, isso facilitará na hora de indicar o serviço que ela deverá
procurar.

Lembre-se:
nem todas as violências são visíveis ou deixam marcas no corpo!

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ACOLHA

Nesses momentos a mulher precisa de muito apoio de pessoas


próximas. Procure saber se ela tem a quem contar para pedir ajuda
e/ou um local para ir se precisar sair de casa. Caso a mulher tenha
filhos, sugira que ela procure alguém que possa ficar com eles no
dia que for realizar o atendimento nos serviços públicos. Se ela
estiver sob ameaça, ajude-a a pensar em um local seguro para si e
seus filhos, e alerte-a para que leve documentos importantes,
como identidade, certidão de nascimento dos filhos e telefones e
endereços importantes anotados em papel.
Se ela estiver ferida, ajude-a a encontrar o hospital mais próximo!

ONDE REALIZAR A DENÚNCIA?

Disque 190 – Polícia Militar


Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher
Disque 181 – ou www.181.pr.gov.br
Disque 100 – Denúncia de Direitos Humanos

Ligue ou mande mensagem via whatsapp:


(45) 3565-3057 | CREAS de São Miguel do Iguaçu

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Realização

Município de São Miguel do Iguaçu

Secretaria de Assistência Social

Centro de Referência Especializado de Assistência Social


CREAS

GOVERNO MUNICIPAL

O PROGRESSO EM NOSSAS MÃOS

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