2° Ano Transferencia Da Corte
2° Ano Transferencia Da Corte
2° Ano Transferencia Da Corte
Vida cultural
A arte, contudo, está entre os setores que mais recebeu impacto da transferência da
corte. A Real Biblioteca de Portugal foi transferida integralmente de Lisboa para o Rio de
Janeiro, em 1810.
O acervo inicial, de 60 mil volumes, era composto por livros, mapas, manuscritos,
estampas e medalhas e foi a origem da atual Biblioteca Nacional.
Para o entretenimento dos integrantes da corte, foi fundado, em 1813, o Real Teatro São João,
onde atualmente se encontra o Teatro João Caetano.
Na música, o compositor português Marcos Portugal e o brasileiro padre José Maurício,
escreveram na época, as mais belas melodias das Américas.
Com o fim das guerras napoleônicas, vários artistas franceses se viram sem trabalho e
recorrem a Dom João para seguir suas carreiras. Tem início, assim, a chamada Missão
Francesa que possibilitou a abertura da Escola Real de Artes Ciências e Oficios.
Independência do Brasil
A principal consequência da vinda da família real para o Brasil foi a aceleração do processo de
independência do país.
Em 1815, com fim das guerras napoleônicas, o Brasil foi declarado parte do Reino Unido de
Portugal e Algarves, deixando de ser uma colônia.
Isso foi necessário, pois os dirigentes europeus reunidos no Congresso de Viena não
reconheciam a autoridade de Dom João numa simples possessão ultramarina.
A permanência da família real foi decisiva para manter a unificação territorial do Brasil, pois
reuniu parte da elite e da população em torno à figura do soberano.
As medidas político-administrativas de Dom João fizeram com que a Inglaterra acentuasse o
interesse no comércio com o Brasil. Essa condição fica clara com a abertura dos portos às
nações amigas.
O processo fez com que Portugal perdesse o monopólio sobre o comércio com o Brasil e a elite
agrária passa a sonhar com a Independência. Em contrapartida, o Brasil passa a ser para a
Inglaterra um promissor mercado consumidor e fornecedor.
Quando D. João VI precisou retornar a Portugal, por causa da Revolução Liberal do Porto, o filho
Dom Pedro, aproxima-se da elite agrária. Esta estava preocupada com a possibilidade de
recolonização e as guerras em curso na América Espanhola.
A Independência do Brasil é declarada no dia 7 de setembro de 1822 por Dom Pedro I que se
torna o primeiro imperador do Brasil.
Independente, o país promulga a primeira Constituição em 1824 que mantém o regime
monárquico, a escravidão e reconhece a religião católica como oficial.
a Guerra da Cisplatina;
o contexto de crise econômica;
as disputas pela sucessão da Coroa Portuguesa;
as manifestações populares contra o imperador.
Guerra da Cisplatina
A Guerra da Cisplatina (1825-1828) foi uma disputa pela Província da Cisplatina entre o
Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata.
D. Pedro I alegava que aqueles territórios pertenciam a sua mãe, Carlota Joaquina, irmã do
rei Fernando VII da Espanha. Além disso, parte da prata andina era escoada pelo estuário do
Rio da Prata. Para além dos interesses econômicos, o controle da região fortaleceria a
autoridade do imperador do Brasil.
Derrotado militarmente, o Brasil, porém, não reconhecia que este território pudesse fazer
parte da atual Argentina. A solução foi criar um Estado independente, o Uruguai.
Os gastos financeiros com a Guerra da Cisplatina somados à perda definitiva do território
cooperaram para prejudicar a imagem do imperador D. Pedro I.
Crise econômica
A situação econômica brasileira durante o Primeiro Reinado era muito ruim. O Brasil
comercializava produtos cujos preços de exportação estavam caindo no mercado internacional,
tais como algodão, açúcar e tabaco.
A produção de café começava a se expandir. Contudo, o desenvolvimento do “ouro verde”,
como era chamado, não era ainda suficiente para evitar a crise econômica.
Havia ainda o aumento da dívida pública, incluindo os empréstimos feitos com os ingleses
para pagar a indenização requerida por Portugal para reconhecer a Independência (o que
ocorreu em 1825).
Os gastos com conflitos internos, especialmente com a Guerra da Cisplatina, também foram
elevados, obrigando o governo a recorrer a empréstimos com a Inglaterra.
Sucessão da Coroa Portuguesa
A popularidade de D. Pedro I ficou ainda mais abalada devido ao seu envolvimento com a
questão sucessória em Portugal.
Mesmo tendo proclamado a independência do Brasil, D. Pedro I ainda se considerava
herdeiro do trono português. Com a morte de D. João VI, em 1826, cresceram os temores de
que o imperador abandonasse o Brasil para ser aclamado rei em Portugal.
D. Pedro I chegou a ser aclamado como rei de Portugal (com o título de D. Pedro IV), entre
março e maio de 1826, abdicando do título em favor de sua filha, Dona Maria da Glória.
Pressionado, D. Pedro I envia sua filha D. Maria da Glória (de apenas sete anos de idade) a
Portugal para assumir o poder, com seu tio D. Miguel, assumindo a regência de Portugal até a
menina alcançar a maioridade.
Contudo, D. Miguel se proclama rei de Portugal, provocando a reação de D. Pedro I, que
declara guerra contra seu irmão. Para tanto, foram necessários ainda mais gastos, com o
financiamento e envio de tropas, aumentando ainda mais a perda de apoio ao seu governo.
Manifestações populares contra D. Pedro I
Além dos fatos citados acima, no Brasil, o descontentamento com o Imperador chegava às
ruas sob formas de protestos.
Também houve a suspeita de que o assassinato do jornalista crítico do governo Líbero
Badaró, ocorrido em 1830, crítico do governo, teria sido ordenado pelo Imperador, trazendo mais
revolta às ruas.
Um destes protestos ficou conhecido como a Noite das Garrafadas, ocorrida em 13 de
março de 1831. Portugueses, que não apoiavam a separação de Brasil e Portugal, e brasileiros
se enfrentaram nas ruas do Rio de Janeiro.
D. Pedro I tinha ido à província de Minas Gerais a fim de angariar apoios para sua causa. Na
volta, vários portugueses organizaram uma grande festa para recebê-lo, mas que acabou em
confusão entre os brasileiros que reclamavam contra o governo de D. Pedro I.
Assustado com a violência das ruas, D. Pedro I decide formar um ministério constituído
somente por brasileiros, o "Ministério dos Marqueses". Porém, isto não foi suficiente para
acalmar os ânimos.
Abdicação de D. Pedro I
Dividido entre o trono português e o brasileiro, enfrentando protestos na rua e com parte do
Exército contra a sua figura, D. Pedro I abdica do trono em favor de seu filho e herdeiro, D.
Pedro II.
Em seguida, parte para a Europa a fim de reunir recursos e exércitos para lutar contra seu
irmão D. Miguel e restaurar o trono a sua filha, D. Maria da Glória. Uma vez vencida a guerra,
ela subirá ao trono português como D. Maria II.
No Brasil, no entanto, D. Pedro II tinha apenas cinco anos de idade e não podia governar. A
solução, prevista na Constituição, foi formar uma Regência até sua maioridade.
Esta época será conhecida como Período Regencial.