ATB e ATF
ATB e ATF
ATB e ATF
BETA LACTÂMICOS
→ Mecanismo: impede a síntese da parede bacteriana, inibindo a enzima PBP dos peptideoglicanos, são bactericidas
- agem em G+ e G-
- as típicas respondem a ele
Representantes:
→ Penicilina - foi o primeiro a ser descoberto, depois vão aumentando o espectro
- Naturais: Penicilina G Benzatina e Penicilina G Cristalina → G+, uso E.V / I.M
- Benzatina - Benzetacil: escolha contra S. Pyogenes e Sífilis
- I.M, é uma molécula de depósito (fica no corpo por 21 dias)
- deixar o pct em observação por 30 min após injetar pois pode ter reação alérgica
- NÃO pode massagear a área após a aplicação
- Aminopenicilinas: Amoxicilina (8/8h ou até +) e Ampicilina (4/4h) → G -, S. Pyogenes, uso oral ou E.V
- Usa mais a Amoxicilina pois ela é melhor absorvida no intestino, mais resistente ao ácido gástrico, o
esquema posológico é mais confortável, o espectro de ação é maior pegando S. Pneumoniae e H.
Influenzae
- Antipseudomonas: Piperacilina
- para pneumonia hospitalar
- usar associada ao Tazobactam que é o inibidor da betalactamase = Pipetazo
→ Cefalosporinas - surgiram como alternativa para as bactérias resistentes a penicilina
(conforme vai da 1° pra 3° perde efetividade para G+ e ganha para G-, da 3° pra 5° mantém o G- e volta a ganhar
potência para G+)
- 1° Geração - tem “FA” = CeFAzolina, CeFAlexina - bom contra germes de pele
- 2° Geração - Cefuroxima, CeFAclor (única que tem o FA), CefoTetan (única que tem o T) - usar como segunda
opção quando não pode usar outra
- 3° Geração - tem letra “T” (terceira) = CefTriaxona,
CefoTaxima, CefTazidima
- 4° Geração - tem “PI” = CefePime - cobre
Pseudomonas
- 5° Geração - tem “ROL” = CeftaROLine - cobre MRSA
@KarlaScorsatto - 1
→ Carbapenêmicos
- usado contra ESBL+
- Imipenem-Cilastatina, Meropenem, Ertapenem e Doripenem → EV ou IM
- a cilastatina protege o imipenem da ação de peptidases, evita a degradação renal
- Meropenem é considerado superior ao imipenem, penetra melhor nos G-
- Ertapenem é o único que não tem ação anti pseudomonas
→ Monobactâmicos
- Aztreonam - indicado para quando precisa de um betalactâmico mas o pct tem alergia a penicilina e
carbapenêmicos
MACROLÍDEOS
→ para tratar atípicos, conseguem penetrar no intracelular humano
→ Mecanismo: agem nos ribossomos, se conectam no tubo de saída, inibindo a síntese proteica bacteriana, pegando
típicos e atípicos. Podem ser bacteriostático ou bactericida.
- em G- tem mais dificuldade de entrar, pois tem que atravessar as 3 camadas dela, são melhores contra G+
→ Efeitos Adversos: desconforto gastrointestinal, diarréia, náusea e vômitos, cardiotoxicidade (alarga o intervalo QT -
predispõe a torsades de pointes, podendo levar a parada, CUIDAR para não receitar em pcts que já tenha doença
cardíaca), hepatite medicamentosa (icterícia)
→ Em gestante “pode” usar Azitromicina
QUINOLONAS
→Mecanismo: inibe a replicação do DNA bacteriano (topoisomerase e DNA girase). São bactericidas.
- foi criada para matar as G-, por isso é uma moleca pequena e lipofílica, mas nada impede que ela consiga matar
G+ e atípicas
- 1, 2 e 3° só pegam G- (não adianta prescrever para PAC, não pegam os cocos)
Representantes (todos terminam com Floxacino), são classificadas por gerações (não usa na prática)
→ 1° Geração: Ácido Nalidíxico - usado para ITU em criança
→ 2° Geração: Norfloxacino - ITU
→ 3° Geração: Ciprofloxacino -
→ 4° Geração: Levofloxacino e Gatifloxacino - PAC
→ 5° Geração: Moxifloxacino e Gemifloxacino - PAC
→ Efeitos Adversos: osteomusculares - tendinite (em qualquer tendão do corpo), ruptura do tendão de aquiles e
artralgia. Cardiovasculares - alargamento do QT, torsades de pointes, induzir a aneurisma e dissecção de aorta.
Neurológico - confusão mental, tontura e delírios. Metabólicos - hiperglicemia.
NITROFURANTOÍNA
→ Mecanismo: inativação de várias enzimas bacterianas, inibe a síntese proteica e do PG,“congela” o mecanismo
bacteriano, bacteriostática.
- principalmente para G-, pode usar para G+
- ela não age no parênquima renal, apenas ao longo do trato, NÃO usa ela para Pielonefrite, apenas para bexiga,
cistite
→ Posologia: 100 mg VO, 12/12h por 5 dias
SULFAMETOXAZOL-TRIMETOPRIM (Bactrim)
→ Mecanismo: inibem o metabolismo do DNA, sendo antagonista do ácido fólico inibe a sua ação (matéria prima para
produção de DNA), bacteriostático
- age contra G- e G+, pode ser usado contra fungos também
- sua concentração é no parênquima urinário e bexiga, podendo ser utilizado em pielonefrite
→ Posologia: 400 mg(sulfametoxazol) para 80 mg(trimetoprim) → 400/80 mg VO, 12/12h, por 3 dias
@KarlaScorsatto - 2
FOSFOMICINA
→ Mecanismo: inibição da síntese da parede celular, inibindo a MurA
- age contra G- e G+, consegue cobrir alguns enterococos
- EV contra germes G- multidrogas resistentes
- não concentra bem no parênquima renal, usar apenas para cistite
→ Posologia: 3g VO, dose única
GLICOPEPTÍDEOS
→ Mecanismos: inibem a síntese de peptidoglicano, ou seja, a parede celular. Bactericidas, muito parecido com os
betalactâmicos.
- Usado apenas para G+
- para cada pct a vanco se distribui de uma maneira diferente, não consegue prever o que vai acontecer, então
tem que calcular a dose específica
- concentração ideal entre 15 a 20 mg/L - faz a dosagem por Vancocinemia
- a faixa terapêutica dela é muito estreita, então tem que controlar por ser tóxica
→ Efeitos adversos:
- Nefrotóxica, faz necrose tubular aguda (NTA)
- Vancomycin Flushing Syndrome, antigamente era a síndrome do homem vermelho, uma reação anafilactoide
(parece alergia, mas não é, não depende de IgE)
- quando acontece isso, diminuir pela metade a velocidade de infusão + anti-histamínicos
- alergia a Vanco é muito rara
Representantes
→ Vancomicina - VO ou EV, é a mais usada
- VO é para colite intramembranosa
- EV para pneumonia
- tem que fazer vancocinemia, manter entre 15 - 20 mg/l
→ Teicoplanina - IM ou EV, menos usada no Br
OXAZOLIDINONAS
→ Mecanismo: inibe a síntese proteica bacteriana, agem nos ribossomos se ligando a subunidade 50s, é bacteriostático
- principalmente para G+
Representantes
→ Linezolida: VO ou EV
- VO é para tuberculose resistente
AMINOGLICOSÍDEOS
→ Mecanismo: age no ribossomo na subunidade 30S, inibindo a síntese proteica, bactericidas contra G-
- tem carga elétrica +, então não adianta usar V.O
→ Posologia: ideal fazer em dose única diária, para diminuir o risco de toxicidade
Representantes
→ Amicacina - uso oftálmico e EV - melhor para pseudomonas
→ Gentamicina - uso otológico, tópico, oftálmico e EV
→ Efeitos Adversos - tem faixa terapêutica estreita, tendo que monitorar com amicacinemia
- Renal: IRA por necrose tubular aguda (K baixo)
- Ototoxicidade: surdez e vertigem
METRONIDAZOL
→ Mecanismo: inibe a síntese do DNA bacteriano, para tratar anaeróbios do TGI e SNC
→ Efeitos Adversos - Reação de Dissulfiram-like (se ingerir álcool: tontura, vômitos, cefaleia, sensação de morte)
- se usado por longos períodos pode causar neuropatia periférica
→ Posologia: 500mg de 8/8h
CLINDAMICINA
→ contra anaeróbios, preferir para infecções ginecológicas ou do trato respiratório
@KarlaScorsatto - 3
IVAS
FARINGITE BACTERIANA
→ processo inflamatório agudo da tonsila palatina por Streptococcus Pyogenes (b-hemo
grupo A) G+
→ Clínica: criança (5 - 15 a), garganta inflamada, febre alta + dor, oroscopia com tosila
edemaciada com placas de pus (faringite exsudativa), pode ter petéquias na região,
aumento dos linfonodos cervicais
→ TTO: Penicilina G Benzatina (I.M, dose única) ou Amoxicilina (V.O, por 10 dias)
- na prática:
- pct -27kg = 600.000 U.I em dose única
- pct +27kg = 1.200.000 U.I em dose única
- 50 mg/kg/dia em até 3 doses a cada 8h, podendo fazer em dose única diária
→ Complicação mais importante é e Febre Reumática, se começar o tto da faringite em até 9 dias diminui muito o risco
da complicação, e manter o ATB circulando por pelo menos 10 dias no organismo
RINOSSINUSITE AGUDA
→ na maioria das vezes é complicação de um resfriado comum (Rhinovirus) e as bactérias que já vivem nos seios
paranasais aproveitam a bagunça que o vírus faz, para causarem doença
→ Streptococcus Pneumoniae (G+), Haemophilus Influenzae não-tipável (G-) e Moraxella Catarrhalis (G-)
→ Clínica: 3 critérios: melhora inicial e depois piora; febre ≥ 39°C por ≥ 3 dias, duração ≥ 10 dias
@KarlaScorsatto - 4
PNEUMONIAS COMUNITÁRIAS (PAC)
→ Infecção pulmonar iniciada fora do hospital ou com < 48h de internação, a partir do
momento que a bactéria entra no alvéolo que começam as manifestações clínicas
→ Clínica: Febre, tosse, expectoração purulenta
- diagnóstico é clínico, RX só pra confirmar (opacidade), só faz cultura em casos
mais graves e refratários
- RX normal NÃO exclui PAC
→ Etiologia: na maior parte dos casos tto que cubra os dois
- típicos: Streptococcus Pneumoniae (G+, é o principal), Haemophilus influenzae
(G-), Moraxella catarrhalis (G-), Staphylococcus aureus (G+, é comum em
hospitalar, porém se a pessoa tem quadro gripal por influenza antes, pode ser
causa da PAC grave)
- atípicos: Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae, Legionella
pneumophila (+ grave)
→TTO: A Santa Trindade das PAC, combinando 2 deles trata qualquer caso de PAC
- Beta Lactâmicos, Macrolídeos e Quinolonas respiratórias
→ Cefalosporinas
- 2° Geração - Cefuroxima, pode ser usada na PAC, mas como 2° opção
- 3° Geração - CefTriaxona (casos graves), CefoTaxima (alternativa em casos graves) - para pct internado, EV
- CefTazidima, apenas se risco para Pseudomonas
→ Efeitos adversos
- reação anafilática mediada por IgE: prurido, urticária, angioedema
- neurotoxicidade - crise convulsiva, encefalopatia
- p. cristalina em altas doses, cefepime, imipenem
→ as bactérias acendem pelo trato e colonizam a bexiga, convivendo harmonicamente com o paciente = BACTERIÚRIA
ASSINTOMÁTICA
- coleta em jato médio ≥ 10⁵ ou através de cateter ≥ 10² UFC/ml, esses dados vem na urocultura
- tratar apenas: se procedimento no trato urinário ou em gestantes
- relativo: tto neutropênicos e transplantados renais
- tratamento guiado pelo antibiograma
@KarlaScorsatto - 6
→ algumas vezes essas bactérias causam a inflamação da parede vesical (bexiga) = CISTITE
- tem sintomas, irritação da mucosa vesical, com liberação de citocinas locais, gerando sintomas locais
- disúria, dor suprapúbica, polaciúria, urgência urinária, geralmente NÃO TEM FEBRE
- pode ter hematúria macroscópic, NÃO tem corrimento
- o diagnóstico é clínico, quando solicitar exames (EQU + urocultura):
- para homens; dúvida diagnóstica; germes resistentes (infecções de repetição); gestação
- para o TTO de Cistite a Fosfomicina é inferior ao Sulfametoxazol-TMP e a Nitrofurantoína, e não tem porque
usar ela, ela é usada para germes multirresistentes
- TTO
- Nitrofurantoína por 5 dias ou Sulfametoxazol-TMP por 3 dias (cuidar o bactrim que em algumas
regiões ele já tem resistência contra ele)
- 2° linha: beta lactâmicos por 5 dias: Amoxiclav, Cefalexina e Cefuroxima
- quinolonas: Cipro e Norfloxacino
- 3° linha: Fosfomicina em dose única
- Em gestante: evitar bactrim (interfere na síntese de DNA e induz encefalopatia no neonato) e
quinolonas (interferem no crescimento ósseo do bebê)
- opções: Amoxi, Ampi, Cefalexina e Fosfomicina
- Em homens o tratamento tem que ser mais longo, de 7 a 14 dias, pois a uretra é maior
→ quando elas conseguem sair da parede da bexiga e sobem para os rins = PIELONEFRITE
- manifestações: FEBRE, toxemia, disúria, polaciúria, dor lombar (rim inchado, cápsula em volta dele distende, ela
é inervada), sinal de Giordano
- o diagnóstico é clínico, mas tem que fazer EQU com antibiograma (não dá pra errar o tto)
- classificação
- Complicada: tem que internar, que já complicou ou tem alto risco de complicar
- vai complicar: alteração anatômica ou funcional do trato
- gestantes (pq a progesterona deixa o trato urinário mais lento)
- crianças, homens, uso recente de ATB
- já complicou: abscesso, sepse, obstrução, disfunção orgânica
- Não complicada: quando o trato urinário é normal
- se estiver vomitando muito tem que internar para ATB EV
- TTO Ambulatorial, em geral por 7 dias
- Ciprofloxacino, Levo, Ceftriaxone (IM), Amicacina (IM)
- Ciprofloxacino 500 mg de 12h/12h ou Cipro Xr 1g 1x/dia
- TTO Hospital
- Sem gravidade: Ciprofloxacino, Levo, Ceftriaxone - EV por 7 dias
- Com grave: Pipe-tazo, Cefepime, Meropenem, Imipenem
- ESBL+: Imipenem-Cilastina, Meropenem, Ertapenem e Doripenem
- se caso estiver tratando com outro ATB antes de vir a cultura e o pct está melhorando, não tem
necessidade de trocar o esquema
@KarlaScorsatto - 7
PAC HOSPITALAR
→ a bactéria hospitalar é a que estava anteriormente no intestino de algum pct que estava usando algum ATB, ex. em
uso de Vanco, esse germe então pode apresentar genes de resistência a vancomicina, se tornando resistente
→ pneumonia que aparece após 48h de hospitalização
→ pneumonia associada à VM (PAVM): após 48h de intubação e VM
→ Diagnóstico: Infiltrado pulmonar (RX) + 2 sinais de infecção
- infiltrado pulmonar novo ou em piora
- sinais de infecção: febre, leucocitose ou leucopenia, secreção purulenta, piora da oxigenação
→ agentes: consultar a CCIH local (controle de infecção)
- G-: Pseudomonas Aeruginosa (grande vilão, tem o pior perfil de resistência)
- G+: Staphylococcus Aureus
→ Sempre fazer cultura
TTO G-:
→ Beta Lactâmicos
- Piperacilina-Tazobactam (cobre pseudomonas e S. aureus MSSA) - pode usar ela em monoterapia
- Cefalosporina
- 3°G: Ceftazidima (é a melhor contra a pseudomonas, mas não cobre S. aureus MSSA), então não pode
fazer em monoterapia
- 4°G: Cefepime (cobre pseudomonas e S. aureus MSSA), pode usar em monoterapia
- Carbapenem - cobrem S. aureus MSSA
- Imipenem associado à Cilastatina
- Meropenem é melhor
- Monobactâmicos
- Aztreonam - não pode usar em monoterapia pois não cobre S. Aureus, pode ser usado em associação
quando tem fatores de risco para MDR (multidroga resistente)
→ Quinolonas: para risco de MDR
- Ciprofloxacino - de escolha para associações
- Levofloxacino - espectro amplo demais, induz mais resistência que cipro
- Usar quando suspeita de G- MDR - associar com betalactâmicos
→ Aminoglicosídeos
- Amicacina ou Gentamicina - EV
- uso clínico é em terapia combinada em suspeita de MDR, em associação com betalactamicos
TTO G+:
→ MSSA
- Beta Lactâmicos
- Penicilinas
- Oxacilina EV - grande fármaco contra infecções S. Aureus graves - é a melhor pra isso
- Pipetazo - cobre ele, mas é usada mais para pseudomonas
- Cefalosporinas
- 1°G - Cefalexina VO e Cefazolina EV (usada mais pra piodermite), em geral não usa pra PAC
H
→ MRSA
- Glicopeptídeos
- Vancomicina EV - é a primeira opção quando precisa cobrir MRSA
- Teicoplanina é uma alternativa
- Oxazolidinonas - para pct renal crônico
- Linezolida
* Dapto não dá pro pulmão, é desativada pelo surfactante - Daptomicina
@KarlaScorsatto - 8
Organizando o TTO empírico (quem organiza isso no hospital é a CCIH)
→ tem que estar atento em 3 riscos
- óbito - já está em ventilação mecânica + 1 FR
- FR: uso de ATB EV ≤ 90 dias; Diálise; Choque séptico; SDRA (síndrome do desconforto respiratório
agudo); > 5 dias de internação
- risco de multidroga resistente (MDR) - G-
- risco de MRSA
→ Pct sem riscos - cobrir pseudomonas e MSSA = Terapia Padrão
- Pipe-tazobactam ou Cefepime ou Mero/Imipenem → em monoterapia
→ Pct com risco de MDR - Terapia Padrão + 1 fármaco contra G-
- Amica/gentamicina ou Cipro/levofloxacina ou Aztreonam (para alérgicos a betalactamicos)
→ Pct com risco de MRSA - Terapia Padrão + 1 fármaco contra G+
- Vanco/Teicoplanina ou Linezolida (se doente renal)
→ Pct com risco de óbito - Associar um agente de cada grupo acima
* Quando usar Meropenem, Cefepime e Pipetazo em pcts graves, colocar a infusão prolongada, para manter a
concentração estável
* não fazer imipenem, cefepime e meropenem em pct com histórico de epilepsia, pois reduzem o limiar convulsivo
- TTO: em todos os casos a cobertura tem que ser para as duas - de 7 a 10 dias
- Tópico
- Mupirocina (3x/dia) OU Ácido Fusídico (2-3x/dia)
- ambos inibem a síntese proteica
- Sistêmico - se febre, muitas lesões, lesões no couro cabeludo e boca, linfonodomegalia
- Cefalexina V.O de 6/6h por 7 dias
- se alérgico: Clindamicina V.O de 8/8h
@KarlaScorsatto - 9
CELULITE E ERISIPELA - ambas acontecem na derme, são estados
inflamatório, ambas vão ter eritema
→ Celulite - infecção da derme profunda, pega o tecido celular subcutâneo
- lesão rosa, sem tanto edema e mal delimitada
- causada por Staphylococcus Aureus
- TTO de 7 a 14 dias
- Ambulatorial: Cefalexina OU Cefazolina
- Hospital: Oxacilina, pode fazer Vanco, mas não tem o pq
- em algumas situações esse Staphylo pode ser do mal - MRSA
- hospitalização ≤ 12 meses; pcts em instituições de longa
permanência; cx ≤ 12 meses; pct em hemodiálise
- já teve contato prévio ou próximo de MRSA; HIV; drogas; HSH, uso de ATB ≤ 6 meses
- na presença de qualquer um desses, tem que cobrir CA-MRSA (ambulatorial): Clindamicina OU
Bactrim
- se hospitalar: Vancomicina OU Linezolida OU Cefalosporina 5°G
-
→ se não diferenciar pela clínica, ataca o mais forte Staphylococcus Aureus
FURÚNCULO
- infecção por Staphylococcus aureus do folículo piloso
- carbúnculo ou antraz são vários furúnculos juntos
- nódulo inflamatório em áreas com pelos, eritematoso e doloroso
- TTO: fazer compressa de calor na área, para vasodilatação até
que ela rompa sozinha = drenagem espontânea → não
espremer, pode causar bacteremia
- se carbúnculo, celulite na região e/ou febre = ATB sistêmico
- Cefalexina OU Cefazolina, se hospitalar Oxacilina
@KarlaScorsatto - 10
INFECÇÕES INTRA ABDOMINAIS
COLANGITE AGUDA - inflamação dos vasos biliares, a obstrução é na via de saída do colédoco, pode ser por cálculo
ou tumor
→ 2 tipos:
- Não Grave
- tríade de charcot: febre + dor em hipocôndrio direito + icterícia
- TTO: ATB + em um segundo momento faz a drenagem eletiva das vias
- Cefalosporina de 1° a 3° geração OU Quinolona (Ciprofloxacino OU Levofloxacino)
- + Metronidazol
- OU Pipetazo em monoterapia, em geral usar em casos mais graves
- Grave / Supurativa - tem muito pus dentro da árvore biliar, vai para corrente sanguínea, sepse
- pêntade de reynolds: febre + dor em hipocôndrio direito + icterícia + rebaixamento de consciência +
instabilidade
- TTO: drenagem de urgência + ATB
- Cefalosporina de 3° ou 4° geração (Ceftazidima, Cefepime) + Metronidazol
- OU Pipetazo em monoterapia
- OU Carbapenêmicos em monoterapia
DIVERTICULITE AGUDA - na maioria das vezes são os divertículos do cólon no intestino grosso, quando passa o
fecalito por ali ele pode ficar preso, resultando em uma pressão contrária na parede do divertículo até que o sangue que
perfunde ele não consegue mais entrar gerando isquemia. Isso pode resultar em microperfurações para cavidade
abdominal, em um primeiro momento o peritônio tampona, mas quando não consegue mais acabam indo fezes e pus
para cavidade
- clínica similar a do apêndice mas do lado esquerdo
- diagnóstico é pela TC
- TTO na maior parte das vezes é apenas ATB
- quando vai algo para cavidade abdominal tem que operar na hora
- quando tem um abscesso grande porém contido, dá pra fazer um drenagem guiada por TC
@KarlaScorsatto - 11
INFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
-
- os polimorfonucleares / neutrófilos são os principais contra infecções bacterianas
- glicose < ⅔ da plasmática ou < 40, baixa pois bactéria consome glicose
- Líquor viral: a maioria é linfócitos e monócitos, com glicose normal
→ Etiologia
- em geral no Br: Streptococcus Pneumoniae (G+), Neisseria Meningitidis (G-), Haemophilus Influenzae (G-, tipo
A, B e não tipável, tem vacina pro tipo B)
- em bebês (até 3m): infecção por germes do trato genital da mãe, Streptococcus do grupo B (G+), E. Coli (G-),
Listeria (G+)
- em idosos (+55a) : = o geral + Listeria (G+)
@KarlaScorsatto - 12
TTO Definitivo
→ Neisseria Meningitidis
- se resistente às penicilinas é por mutação na PBP
- TTO por 7 dias
- se sensível à penicilinas: Penicilina Cristalina, Ceftriaxona ou Ampicilina
- se resistente à penicilinas: Ceftriaxona ou Cefotaxima
→ Streptococcus Pneumoniae - principal no Br
- mutação na PBP
- TTO por 10 a 14 dias, em geral EV
- sensível à penicilina: Penicilina Cristalina
- resistência intermediária à penicilina: Ceftriaxona ou Cefotaxima
- resistência alta à penicilina: Ceftriaxona ou Cefotaxima + Vanco +/- Rifampicina
- associar rifampicina se não tiver boa resposta entre 48-72h
→ Staphylococcus Aureus - pensar nele pós TCE aberto, neurocirurgia ou pós punção lombar
- por mutação da PBP-2a
- TTO por 7 dias
- sensível à oxacilina: Oxacilina ou Vancomicina (penetra pior no SNC)
- resistente à oxacilina: Vancomicina ou Linezolida
ENDOCARDITE INFECCIOSA
→ Inflamação do endocárdio (camada interna), para que se desenvolva é necessário lesão endocárdica prévia (ex.
sequela de febre reumática) + bacteremia
→ Etiologia para valvas nativas:
- Staphylococcus Aureus: F.R uso de drogas EV, pq essa bactéria fica na pele
- pode causar mesmo sem lesão endocárdica prévia
- é a principal causa no Brasil
- toda vez que tiver um pct com bacteremia persistente tem que fazer um Ecocardio Transesofágico
- Streptococcus Viridans: vivem na cavidade oral
- Enterococcus: vive no intestino, mas também pode ter acesso ao ITU
- todas são G+ e tem acesso a corrente sanguínea de maneira mais rápida
- Streptococcus Gallolyticus (antigamente chamado de Bovis) G+: vive no intestino grosso, só consegue chegar
na corrente sanguínea se o pct tiver receptores específicos pra ele na parede do cólon, sempre que tiver
endocardite por ele tem que fazer colonoscopia pois pode ter cancer de colon
- Bactérias do grupo Hacek: crescimento lento e incluem germes G-, pensar neles quando depois de 3 a 4 dias
não cresce nada nas culturas
- H: Haemophilus aphrophilus
- A: Actinobacillus actinomycetemcomitans
- C: Cardiobacterium hominis
- E: Eikenella corrodens
- K: Kingella kingii
→ Etiologia para valvas protéticas:
- 1 ano após a Cx: Staphylococcus Epidermidis (90% são resistentes a oxacilina), G- hospitalares e S. Aureus
- + 1 ano: igual a nativa
→ Clínica: depende da virulência
- Febre + Sopro (pela vegetação na valva, impedindo que ela funcione direito)
- Quadro agudo: febre alta, grave - causado por S. Aureus
- Quadro subagudo: menos grave, febre e fadiga - causado principalmente por Streptococcus Viridans, depois
Enterococcus (é de difícil tto), Streptococcus Gallolyticus e Bactérias do grupo Hacek
→ Diagnóstico: Critérios de Duke
→ TTO Específico - fazer tto em monoterapia é perigoso, tem que fazer associações por causa do biofilme
- G+ associar betalactâmico/vanco + aminoglicosídeo (gentamicina) com o objetivo de aumentar a potência do
esquema
- betalactâmicos e a vanco “abrem as portas” para os aminoglicosídeos
- quando usar a associação: tto empírico contra a endocardite aguda, endocardite por S. aureus em
prótese e endocardite por Enterococcus
- sempre na endocardite tem que manter a gentamicina em altas concentrações o dia todo, então a
posologia tem que ser diferente do tradicional, sendo feita de 8/8h
- tem que monitorar os níveis séricos
@KarlaScorsatto - 13
- Staphylococcus Aureus - em valva nativa ou protética tto por 6 semanas
- nativa: pode ser em monoterapia
- sensível à oxacilina: Oxacilina ou Cefazolina ou Vanco (apenas se alérgicos)
- resistente à oxacilina: Vancomicina ou Daptomicina
- prótese: sempre em tríplice
- sensível à oxacilina: Oxacilina + Gentamicina + Rifampicina
- resistente à oxacilina: Vancomicina + Gentamicina + Rifampicina
- Enterococcus - 4 a 6 semanas, sempre em associação
- 1° escolha: Penicilina cristalina + Gentamicina
- alternativa: Ampicilina + Gentamicina
- Streptococcus - em valva nativa por 4 semanas e protética por 6 semanas
- (nativa) sensível à penicilina: Penicilina cristalina ou Ceftriaxona
- Penicilina cristalina em alta doses aumenta o risco de crises epilépticas, em pcts com mais risco
de toxicidade (> 65 anos, insuficiência renal) optar pelo ceftriaxona
- (nativa) resistência intermediária-alta à penicilina: Penicilina cristalina ou Ceftriaxona + Gentamicina
- (protética) sempre em terapia dupla: Penicilina cristalina ou Ceftriaxona + Gentamicina
- Bactérias do grupo Hacek - 4 semanas
- 1° escolha: Ceftriaxona
- alternativa: Ampicilina + Gentamicina
→ TTO Empírico
- Valva nativa em quadro subagudo
- se estável: coletar cultura
- se comorbidade: tto empírico para
Streptococcus + Enterococcus
- Ceftriaxona + Gentamicina
- Valva nativa em quadro agudo
- cobrir MRSA e G-: Vanco + Gentamicina
- Valva protética < 1 ano
- terapia tripla que cubra MRSA e G- MDR:
Vanco + Gentamicina + Cefepime
- Valva protética > 1 ano: Vanco + Gentamicina +
Ceftriaxona
@KarlaScorsatto - 14
OSTEOMIELITE - inflamação infecciosa do osso
→ alguma bactéria tem acesso ao tecido ósseo que começa a causar lesão tecidual e o sistema imune começa agir e
potencializar o estrago
- aguda: inflamação, osteólise (destruição) e aumento da pressão intra-óssea
- crônica: necrose isquêmica do osso, acontece pelo edema e aumento da pressão óssea impedindo que o
sangue perfunda de maneira correta o osso
→ Etiologia: Staphylococcus Aureus, ele entra por via hematogênica ou contiguidade
- Hematogênica - 20% dos casos, mais em crianças na área metafisária (placa de crescimento) pois é onde tem
mais sangue, já no adulto ocorre na diáfise
- febre, calafrio, dor, restrição de movimento
- na maioria das vezes não consegue encontrar a fonte de origem, pensar em ITU, endocardite, cateteres,
pele…
- Contiguidade - quando tem contato entre duas estruturas
- 80% dos casos, mais em adultos, quebra de barreira cutânea que permite a entrada da bactéria
- é comum que o pct tenha insuficiência vascular e presença de corpo estranho, que facilitame esse
processo
- diagnóstico tardio
- Lesão penetrante nos pés, tem que pensar em Pseudomonas, ela pode estar envolvida
→ Diagnóstico:
- clínica: dor óssea, febre e calafrios
- Probe to bone test: pegar uma pinça estéril e tentar introduzir na lesão, se ela chegar até o osso, a
bactéria também chegou
- Labs: elevação de VHS e PCR (marcadores de inflamação, em 98% são aumentadas)
- Imagem: RM e RX pode demorar até duas semanas para aparecer
- Cultura: hemocultura em 30% dos casos
- Bx do osso, pois nem sempre o bicho da hemocultura vai ser o mesmo do osso
→ TTO
- Debridamento Cx + cultura
- Antibioticoterapia inicialmente EV de 6 a 8 semanas
- Cobrir S. Aureus +/- G-
- Cefalosporina 1°G Cefazolina, Cefalexina
- Se mais grave: Oxacilina
- Se FR pra MRSA: Vancomicina
- +/- cobertura para G-: cefa 3°G, aminoglicosídeos ou quinolona
- Se lesão penetrante nos pés, cobrir Pseudomonas: Amicacina, Ceftazidima, Cipro ou Levofloxacino
- Se úlceras em pé diabéticos ou de decúbito, cubrir anaerobios: Metronidazol ou Clindamicina
@KarlaScorsatto - 15
ANTIFÚNGICOS
→ Inibem a síntese de ergosterol, componente exclusivo da membrana fúngica, impedindo que o fungo se replique, eles
não matam os fungos e sim impedem sua replicação
- todos terminam com “NAZOL”, e são divididos em
- Uso Tópico: Imidazóis - Cetoconazol, isoconazol e tioconazol
- Cetoconazol também pode ser VO, porém é hepatotóxico
- Uso Oral: Fluconazol, itraconazol e voriconazol
- efeitos adversos: hepatotoxicidade, pode aumentar AST e ALT, hepatite (raro)
- alterações gastrointestinais, náuseas, vômitos e diarreia
- alterações endócrinas inibindo a produção de alguns esteróides, ex. cortisol, ou seja,
pode ser usado no tto de cushing
- alargamento do QT
- Interações medicamentosas, sempre checar pois ele interagem bastante
- varfarina, tricíclicos, benzodiazepínicos…
→ Equinocandinas - fungicidas, pois inibem a síntese da parede celular dos fungos pela inibição da beta-1, 3-D-glucano.
Geralmente usado em UTI
- todos terminam com “Fungina”: Caspofungina, Micafungina e Anidulafungina
- efeitos adversos: rara hepatotoxicidade, irritação no local da injeção
- espectro de ação: Candida e Aspergillus
MICOSES CUTÂNEAS
→ Pitiríase Versicolor - Ocorre na camada mais superficial da epiderme, na camada córnea.
- Etiologia: Malassezia Furfur
- Local: principalmente em áreas sebáceas - couro cabeludo, face, tronco superior
- Lesão: Múltiplos padrões de cores, hipocrômicas, hipercrômicas, eritema, descamação
furfurácea
- no exame físico se fizer atrito na lesão, provoca descamação, sinal de Zileri
(esticando a pele descama) ou Besnier (raspando a unha ela descama)
- TTO: Cetoconazol, isoconazol OU tioconazol uso tópico por 10 a 14 dias
MICOSES PULMONARES
→ Paracoccidioidomicose
- Etiologia: Paracoccidioides brasiliensis, entra pelos pulmões é inalado do solo
- Clínica: Tosse seca por semanas + lesão cutâneo mucosa (o que diferencia de TB)
- Diagnóstico: cultura do escarro em roda de leme (patognomônico)
- TTO: Itraconazol VO por 18 meses OU como alternativa o Sulfametoxazol-trimetoprim (bactrim) pois ele inibe
a síntese de DNA
*** Lembrar de checar as interações medicamentosas