Trabalho de Direitos Humanos

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FACULDADE DE DIREITO

Curso: Licenciatura em Psicologia Clínica

2º Ano

Turma: A2

Cadeira: Direitos Humanos

Tema:
O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTECÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Discentes: Docente:

Aissa Francisco João Ponta Dra. Chenzira Franquelim Cashanje

Deolinda Assane

Fátima Paulino Napaua

Fernando Víctor Cavalo

Hernanda Júlio Sitóe

João Simão

Rondino Armando

Nampula, Junho 2022


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UNIVERSIDADE MUSSA BIN BIQUE

FACULDADE DE DIREITO

Tema:
O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTECÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Discentes:

Aissa Francisco

Deolinda Assane

Fátima Paulino Napaua

Fernando Víctor Cavalo O presente trabalho de carácter avaliativo


da cadeira de Direitos Humanos onde de
Hernanda Francisco
forma minuciosa o sistema internacional
João Simão
de protecção dos direitos do homem.
Rondino Armando Docente: Dra. Chenzira Franquelim Cashanje

Nampula, Junho 2022

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ÍNDICE

Introdução……………………………………………………………………………………..…4

O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTECÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS……..5

1. Os antecedentes históricos……………………………………………………………………5

2. A internacionalização dos direitos humanos pós-guerra………………………………….6

Como surgiu a internacionalização dos direitos humanos?..................................................6

3. Tribunal militar internacional (tmi) de nuremberg 1945-1946…………………………..7

Os réus…………………………………………………………………………………………7

As acusações……………………………………………………………………...…………...8

O veredito…………………………………………………..…………………………….…....8

4. A carta das nações unidas…………………………………………………………………....9

Capítulo I –Propósitos e Princípios…………………………………………………………..11

Referências bibliográfica……………...………………………………………………….…12

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Introdução

O presente estudo, busca de forma concisa, instigar a reflexão sobre a importância do Sistema
Internacional de Protecção dos Direitos Humanos, esse sistema visa eminentemente à protecção
do ser humano independente de sua nacionalidade, escolaridade, raça ou crença. A formação de
um sistema internacional de protecção aos direitos humanos é relativamente recente,
considerando que o reconhecimento da tutela universal de tais direitos se deu após a 2ª Guerra
Mundial, com a aprovação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, através da ONU,
em 1948.

Não obstante, traz uma breve reflexão histórica sobre a necessidade da protecção de tais direitos,
considerando a ausência de normativa e as atrocidades cometidas devido a carência de
regulamentos internacionais.

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O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTECÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

O sistema internacional de protecção dos direitos humanos é um conjunto de normas, órgãos e


mecanismos internacionais que surgiu no contexto pós-guerras em 1945 com o intuito de
promover a protecção dos direitos humanos em todo o mundo, até então limitada a soberanias
dos Estados. Na actualidade, existem 3 sistemas regionais de protecção (interamericano, europeu
e africano) e um sistema universal (Nações Unidas).

Tais Sistemas Regionais fazem parte de sistemas de integração nacional, cujas atribuições vão
além de apenas a defesa dos direitos humanos.

Assim, por exemplo, no caso da Europa, a organização matriz é o Conselho da Europa (1949),
enquanto nas Américas tem-se a Organização dos Estados Americanos (1948) e, na África, a
Organização da Unidade Africana, substituída pela União Africana em 2002.

1. OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Os antecedentes históricos dos Direitos Humanos remontam ao Iluminismo Europeu, movimento


cultural e filosófico vigente nos séculos XVII e XVIII. Nesta época, Rousseau realizou estudos
em sociedades primitivas e nelas redescobriu valores perdidos pela civilização ocidental, tais
como liberdade, igualdade e fraternidade.

Originalmente, as pessoas só tinham direitos por causa de pertencerem a um grupo, tal como
uma família. Então, em 539 a.C., Ciro o Grande, depois de conquistar a cidade da Babilónia, fez
algo totalmente inesperado: ele libertou todos os escravos para que eles pudessem regressar aos
seus lares. Além disso, ele declarou que as pessoas deveriam escolher a sua própria religião. O
Cilindro de Ciro, uma peça de argila que contém as suas afirmações, é a primeira declaração dos
direitos humanos na história.

A ideia dos direitos humanos espalhou-se rapidamente à Índia, à Grécia e finalmente a Roma. Os
avanços mais importantes desde então incluem:

1215: A Magna Carta — que deu novos direitos às pessoas e tornou o rei sujeito à lei.

1628: A Petição de Direito — que definiu os direitos do povo.

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1776: A Declaração de Independência dos Estados Unidos — que proclamou o direito à vida,
liberdade e à busca da felicidade.

1789: A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão — um documento da França, que


afirmou que todos os cidadãos eram iguais perante a lei.

1948: A Declaração Universal dos Direitos do Homem — o primeiro documento que lista os
trinta direitos de que deve gozar cada ser humano.

2. A INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS PÓS-GUERRA

Como surgiu a internacionalização dos Direitos Humanos?

A internacionalização dos direitos humanos surgiu a partir do pós-guerra, como resposta às


atrocidades cometidas pelo nazismo. A Era de Hitler foi marcada pela destruição que resultou
no extermínio de mais de onze milhões de pessoas, onde o ser humano perde totalmente o seu
valor devido à barbárie do totalitarismo.

Em decorrência do Tribunal de Nuremberg (1945-1946) e a Segunda Guerra Mundial, surge, em


meados do século XX, a verdadeira consolidação Internacional dos Direitos Humanos.

No início do inverno de 1942, os governos das Forças Aliadas anunciaram sua intenção de punir
os criminosos de guerra nazistas.

Em 17 de dezembro de 1942, os líderes dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e União Soviética


emitiram a primeira declaração conjunta registrando oficialmente os assassinatos em massa de
judeus europeus, e decidindo processar os responsáveis por crimes contra populações civis.

Embora alguns líderes políticos defendessem execuções sumárias ao invéz de julgamentos,


eventualmente os Aliados decidiram criar um Tribunal Militar Internacional para efetuar o
processo legal adequado.

Nas palavras de Cordell Hull [ex-Secretário de Estado dos EUA], "a condenação após um
processo como este satisfará o julgamento da História, de modo tal que os alemães não poderão
reivindicar que a admissão de sua culpa na guerra foi deles extraída sob coação."

Em outubro de 1943, o Presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt, o Primeiro-Ministro britânico


Winston Churchill, e o líder soviético Josef Stalin assinaram a Declaração de Moscou. A

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declaração especificava que no momento do armistício as pessoas consideradas responsáveis por
crimes de guerra deveriam ser enviadas de volta aos países nos quais os crimes haviam sido
cometidos, e julgadas de acordo com as leis do país em questão.

Os principais criminosos de guerra, cujos crimes não poderiam ser circunscritos a uma região
geográfica específica, seriam punidos de acordo com decisões conjuntas dos governos dos países
Aliados.

3. TRIBUNAL MILITAR INTERNACIONAL (TMI) DE NUREMBERG 1945-1946

O julgamento dos principais oficiais alemães pelo Tribunal Militar Internacional (TMI), o mais
conhecido dos tribunais de crimes de guerra, foi iniciado formalmente na cidade de Nuremberg,
na Alemanha, no dia 20 de novembro de 1945, seis meses e meio após a rendição alemã. Em 18
de outubro de 1945, os principais promotores do TMI já tinham lido as acusações contra vinte e
quatro altos oficiais nazistas. As quatro acusações feitas contra eles eram:

1. Conspiração para cometer crimes de paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade

2. Crimes contra a paz

3. Crimes de guerra

4. Crimes contra a humanidade

Cada uma das quatro nações aliadas – Estados Unidos, Grã-Bretanha, União Soviética e França –
forneceu um juiz e uma equipe de promotores. Geoffrey Lawrence, Presidente do Supremo
Tribunal da Grã-Bretanha, foi o juiz que presidiu os trabalhos da corte. As regras do tribunal
foram o resultado de uma delicada reconciliação entre os sistemas judiciais [europeu] continental
e anglo-americano.

Uma equipe de tradutores fazia traduções simultâneas de todos os procedimentos nos quatro
idiomas do processo: inglês, francês, alemão e russo.

Os réus

Após longos debates, 24 réus foram selecionados como representantes da liderança diplomática,
econômica, política e militar nazista.

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Adolf Hitler, Heinrich Himmler e Joseph Goebbels nunca foram julgados porque cometeram
suicídio antes do final da Guerra. O TMI decidiu não julgá-los póstumamente para não dar a
impressão de que eles talvez ainda pudessem estar vivos.

Na verdade, apenas 21 réus compareceram ao tribunal. O industrial alemão Gustav Krupp foi
incluído na acusação original, mas era idoso e tinha a saúde debilitada, sendo decidido nas
audiências preliminares que ele seria excluído do processo. O secretário do Partido Nazista
Martin Bormann foi julgado e condenado à revelia. Robert Ley suicidou-se na véspera do
julgamento.

As acusações

O TMI indiciou os réus mediante acusações de crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes
contra a humanidade. O TMI definiu crimes contra a humanidade como "assassinato, extermínio,
escravidão, deportação... ou perseguições com bases políticas, raciais ou religiosas".

Uma quarta acusação de conspiração foi acrescentada (1) para cobrir os crimes cometidos sob a
lei doméstica nazista antes do início da Segunda Guerra Mundial, e (2) para que os tribunais
subsequentes tivessem jurisdição para processar quaisquer indivíduos pertencentes a
organizações criminosas comprovadas.

Os réus tiveram direito a um advogado-de-defesa de sua própria escolha.

O veredito
O promotor-chefe dos EUA Robert Jackson decidiu julgar o caso utilizando como base,
documentos escritos pelos próprios nazistas e não testemunhas oculares, para evitar acusações de
que o julgamento havia utilizado seletivamente testemunhos tendenciosos ou parciais. Os
testemunhos revelaram sobre o Holocausto, incluindo os detalhes da máquina da morte de
Auschwitz, a destruição do gueto de Varsóvia, e a estimativa de 6 milhões de vítimas entre os
judeus.

Os juízes proferiram seu veredito no dia 1º de outubro de 1946. Para efetuar uma condenação,
era necessária uma maioria de três quartos dos juízes.

Doze réus foram condenados à morte, entre eles Joachim von Ribbentrop, Hans Frank, Alfred
Rosenberg e Julius Streicher. Eles foram enforcados, cremados em Dachau, e suas cinzas
espalhadas no rio Isar. Hermann Goering escapou da forca cometendo suicídio na noite anterior.

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O TMI sentenciou três réus à prisão perpétua, e quatro deles a períodos de reclusão que variavam
entre 10 e 20 anos. O tribunal absolveu três réus.

4. A CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS

A Carta da ONU é o tratado que estabeleceu as Nações Unidas.

Em junho de 1941, Londres era a sede de nove governos exilados por ocasião da Segunda Guerra
Mundial. A capital britânica já havia experimentado 22 meses de guerra. No dia 12 de junho de
1941, por meio da Declaração do Palácio de St. James, diversos governos reafirmavam sua fé na
paz e esboçavam o futuro pós-guerra. No dia 14 agosto de 1941 foi publicada a Carta do
Atlântico, mais um passo para o estabelecimento de uma organização mundial.

No dia primeiro de janeiro de 1942, representantes de 26 países que lutavam contra o Eixo
Roma-Berlim-Tóquio decidiram apoiar a Declaração das Nações Unidas.

Em 1943, os marcos principais foram as conferências de Moscou e de Teerã. Neste ano, todas as
nações aliadas estavam comprometidas com a vitória e, posteriormente, com uma tentativa de
criar um mundo fundamentado na paz e na segurança internacionais.

Em 1944 e 1945, propostas foram elaboradas nos encontros de Dumbarton Oaks e Ialta.

A Carta das Nações Unidas foi elaborada pelos representantes de 50 países presentes à
Conferência sobre Organização Internacional, que se reuniu em São Francisco de 25 de abril a 26
de junho de 1945. No dia 26 de junho, último dia da Conferência, foi assinada pelos 50 países a
Carta, com a Polônia – também um membro original da ONU – a assinando dois meses depois.

As Nações Unidas, começaram a existir oficialmente em 24 de outubro de 1945, após a


ratificação da Carta por China, Estados Unidos, França, Reino Unido e a ex-União Soviética,
bem como pela maioria dos signatários. O 24 de outubro é comemorado em todo o mundo, por
este motivo, como o Dia das Nações Unidas.

A Carta da ONU é o documento mais importante da Organização, como registra seu artigo 103:

“No caso de conflito entre as obrigações dos membros das Nações Unidas, em virtude da

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presente Carta e as obrigações resultantes de qualquer outro acordo internacional, prevalecerão

as obrigações assumidas em virtude da presente Carta”.

Nota introdutória da carta

A Carta das Nações Unidas foi assinada em São Francisco, a 26 de junho de 1945, após o
término da Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional, entrando em vigor
a 24 de outubro daquele mesmo ano. O Estatuto da Corte Internacional de Justiça é parte
integrante da Carta.

A 17 de dezembro de 1963, a Assembleia Geral aprovou as emendas aos artigos 23, 27 e 61 da


Carta, as quais entraram em vigor a 31 de agosto de 1965. Uma posterior emenda ao artigo 61 foi
aprovada pela Assembleia Geral a 20 de dezembro de 1971 e entrou em vigor a 24 de setembro
de 1973. A emenda do artigo 109, aprovada pela Assembleia Geral a 20 de dezembro de 1965,
entrou em vigor a 12 de junho de 1968.

Preâmbulo da Carta

NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS a preservar as gerações vindouras


do flagelo da guerra que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à
humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do
ser humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes
e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações
decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos, e a
promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla

E PARA TAIS FINS, praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons
vizinhos, e unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela
aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser
no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso
econômico e social de todos os povos

RESOLVEMOS CONJUGAR NOSSOS ESFORÇOS PARA A CONSECUÇÃO DESSE


OBJETIVOS

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Em vista disso, nossos respectivos Governos, por intermédio de representantes reunidos na
cidade de São Francisco, depois de exibirem seus plenos poderes, que foram achados em boa e
devida forma, concordaram com a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio
dela, uma organização internacional que será conhecida pelo nome de Nações Unidas.

CAPÍTULO I

PROPÓSITOS E PRINCÍPIOS

ARTIGO 1 – Os propósitos das Nações unidas são:


1. Manter a paz e a segurança internacionais;

2. Desenvolver relações amistosas entre as nações;


3. Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de carácter
económico, social, cultural ou humanitário;

4. Ser um centro destinado a harmonizar a acção das nações para a consecução desses objectivos
comuns.

ARTIGO 4 – 1. A admissão como Membro das Nações Unidas fica aberta a todos os Estados
amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas na presente Carta.

CONCLUSÃO

Chegado a esta parte conclui-se que os sistemas regionais de protecção (interamericano, europeu
e africano) e o universal (Nações Unidas) têm objectivo comum na protecção dos direitos
fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos
homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, estabelecer condições para
que haja justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito
internacional.

Após a ratificação da Carta das Nações Unidas por China, Estados Unidos, França, Reino Unido
e a ex-União Soviética, bem como pela maioria dos signatários em 1945, cada ano é
comemorado em todo o mundo o 24 de outubro Dia das Nações Unidas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

SMITH, Bradley F. O Tribunal de Nuremberg. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1979.

GONÇALVES, Joanisval Brito. Tribunal de Nuremberg, 1945-1946: a gênese de uma nova


ordem no direito internacional. Belo Horizonte: Renovar, 2001.

https://www.unicef.org/brazil/carta-das-nacoes-unidas

https://trilhante.com.br/

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