Capacitação A Obreiro, Dácono e Presbítero REVIVER
Capacitação A Obreiro, Dácono e Presbítero REVIVER
Capacitação A Obreiro, Dácono e Presbítero REVIVER
Adaptado por:
Pra. Nívia Mª Freire
2024
O CARGO DO DIÁCONO
Há muitos “ministérios” na Igreja. Os cinco dons ministeriais formam o fundamento sobre o qual
a Igreja é edificada. Antes de estudarmos estes ministérios, no entanto, precisamos examinar os
dois cargos básicos que sustentam a vida da igreja local.
Um cargo é uma função específica ou dever que é dado formalmente a alguém. É uma
posição de confiança e de autoridade. Ele nos dá o direito de governarmos e a
responsabilidade de servimos numa dada situação.
Muitos estudantes da Bíblia crêem que há dois cargos básicos do “diácono” e do “presbítero”.
Falaremos sobre o cargo do diácono. Num certo sentido, é o ministério prático sobre o qual todos os
outros se fundamentam.
A - O SIGNIFICADO DA PALAVRA
Há quatro palavras gregas nas Escrituras que nos ajudarão a compreender o cargo do
diácono. Elas são: diakoneo, diakonia, diakonas e diako. Estudá-las-emos separadamente.
1 - Diakoneo - Esta palavra significa servir, atender ou ministrar. No Novo Testamento, ela
é usada com relação ao servir alguém numa mesa (Lc. 22.24-27). Também refere-se a servir as
pessoas de qualquer forma (Mt. 4.11; 27.55; At. 19.22; II Co. 8.19). Em geral ela retrata a ajuda e
apoio aos outros (Lc. 8.3; Rm. 15.25).
4 - Diako - Esta palavra se refere a um “moço de recados”. Esta palavra não se encontra no
Novo Testamento, mas é a raiz de onde surgem as outras três palavras. Uma vez mais, é usada
com relação a alguém que serve aos outros.
Pelo uso destas palavras nas Escrituras, observamos que estão intimamente relacionadas.
Todas elas retratam o serviço ou ministério aos outros.
Às vezes são usadas sob uma forma geral e sob uma forma não-oficial. No tocante a isto, todos os
cristãos deveriam ter a atitude e o coração de um servo. O Senhor Jesus é o nosso exemplo (Fp.
2.7).
No entanto, essas palavras são usadas também de uma forma específica e oficial. Nestas
ocasiões, referem-se a uma classe especial de pessoas chamadas de diáconos.
Os diáconos são pessoas que foram aprovadas no serviço cristão na igreja local. Portanto,
receberam certas áreas de autoridade e de responsabilidade. Muitos estudantes da Bíblia creem
que este ministério especial de serviço tornou-se um cargo com padrões especiais na igreja.
Observem a referência que Paulo faz a este cargo em sua carta aos filipenses: “De Paulo e
Timóteo, servos de Jesus Cristo. A todos os cristãos de Filipos. E aos seus bispos e diáconos” (Fp.
1.1).
B - A ORIGEM DO CARGO
A seguinte narrativa é proveniente dos registros da Igreja Primitiva. É considerada por muitos
estudantes como sendo a origem do cargo para os diáconos: (At. 6.1-6) simplificado)
“Mais e mais pessoas estavam se tornando seguidores de Jesus. Nesta época surgiu um grave
problema entre os judeus que falavam grego e os que não falavam. Os judeus que falavam grego
diziam que as suas viúvas não estavam recebendo a parte delas da comida que estava sendo
distribuída diariamente. Os doze apóstolos convocaram uma reunião geral. Disseram-lhes que não
seria correto para eles pararem de ensinar a Palavra de Deus a fim de servirem as mesas. Os
apóstolos pediram-lhes que escolhessem sete homens bons, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria. Os apóstolos disseram que colocariam estes homens a cargo desta tarefa. Desta
maneira, poderiam usar o seu tempo para orarem e ensinarem a Palavra de Deus.
As pessoas ficaram satisfeitas com esta idéia. Um dos homens escolhidos por eles foi Estêvão
- um homem cheio de fé e do Espírito Santo. Também escolheram a Felipe, Prócoro, Nicanor,
Simão, Parmenas e Nicolau (um convertido de Antioquia). Aí então, colocaram esses homens diante
dos apóstolos, os quais oraram e impuseram as suas mãos sobre eles para abençoá-los”.
Três lições podem ser aprendidas com esta interessante narrativa:
1 - Os diáconos foram escolhidos para suprirem uma necessidade especial que surgiu
porque a igreja havia aumentado de tamanho.
O povo trouxe a sua necessidade aos apóstolos. Os apóstolos viram estas necessidades e a
resposta de Deus para elas. Aí então pediram ao povo que ajudassem na solução do problema. O
povo teve direito de opinar na questão da escolha de quem os serviria. Os apóstolos estabeleceram
os padrões para o ministério, mas o povo fez a escolha dos ministros. A aprovação final veio dos
próprios apóstolos. Os resultados trouxeram grandes bênçãos a todos - aos apóstolos, aos novos
diáconos, e ao povo!
Já vimos que a Igreja de Filipos tinha diáconos (Fp. 1.1). O mesmo se aplica a Éfeso.
Observamos isto pela carta de Paulo a Timóteo. Enquanto Timóteo estava servindo no ministério em
Éfeso, Paulo lhe escreveu com relação aos cargos de presbítero, e também de diácono (I Tm.
3.1,8).
A história da Igreja também nos diz que o ministério dos diáconos nos anos subsequentes
encontrou um importante lugar a nível local em muitas tradições de igrejas.
C - O CARGO DE DIACONISA
“Semelhante, as mulheres devem ser dignas de respeito. Não podem ser dadas à
maledicência, porém devem ter controle próprio e devem ser fiéis em todas as coisas” (I Tm. 3.11).
A palavra referente a “mulheres” na passagem acima pode também ser traduzida como
“esposas”. A escolha entre as duas depende do sentido da passagem. Há várias razões para
crermos que este termo se refira a “mulheres” neste versículo:
1. Não há nenhum pronome possessivo (deles), nem artigo (as) no texto grego. Portanto,
não há nenhuma razão com base na gramática grega para se associá-las aos diáconos na
qualidade de esposas deles.
3. Nenhum padrão é dado para a esposa do presbítero. Parece improvável que Paulo
desses esses padrões aos diáconos e não aos presbíteros. Portanto, o termo “mulheres”
provavelmente não se refere às esposas, e sim a uma classe diferente de servas - as diaconisas.
Uma fundamentação adicional para o cargo da diaconisa vem de outras passagens bíblicas.
Várias mulheres são vistas com uma função de serviço cristão no início da Igreja Neo -
Testamentária. Na maioria dos casos, a palavra grega “diakoneo” é usada de alguma forma.
Observe o seguinte:
“Apresento-lhes a nossa irmã Febe. Ela é uma serva (diaconisa) da Igreja de Cencréia.
Recebam-na com calorosas boas-vindas. Ajudem-na com qualquer necessidade que tiver, pois ela
tem sido de ajuda para comigo e para com muitos outros também” (simplificado).
Febe é uma mulher, uma serva (diákonos) e alguém que ajuda outras pessoas. Paulo
recomenda o seu fiel ministério de servir aos outros. Verdadeiramente, esta é uma ilustração perfeita
de uma “diaconisa”.
“Depois disto, Jesus foi com os Seus discípulos de cidade em cidade, pregando as boas novas
do Reino. Várias mulheres que haviam sido curadas e libertas de demônios foram com eles... Estas
mulheres ministravam (diakoneo) a eles usando os seus próprios recursos pessoais” (simplificado).
De vez em quando, havia, um grupo de mulheres agradecidas e fiéis que viajavam com Jesus
e os discípulos. Elas serviam ao Senhor de uma maneira prática e material. Poderiam ser
consideradas como as primeiras diaconisas do ministério cristão.
“Na cidade de Jope havia uma crente chamada Dorcas. Ela era uma mulher que sempre fazia
boas obras e gentileza aos outros... No entanto, ficou enferma e morreu... Todas as viúvas estavam
chorando enquanto mostravam a Pedro as túnicas e vestidos que Dorcas havia feito para elas”
(simplificado).
Dorcas era uma mulher que fielmente servia às necessidades dos pobres. Ela não era
oficialmente chamada de “diaconisa”, mas certamente fazia a obra de uma diaconisa.
Obviamente, no início da Igreja Neo-Testamentária havia muitas mulheres que ministravam
como “servas da Igreja”. Os registros do Segundo Século revelam que havia uma ordem de
diaconisas na Igreja naquela época. Certamente há uma necessidade de um ministério tão
importante assim. As “sevas” do Senhor têm um importante papel a cumprir na Casa de Deus.
Deus considera muito o Seu povo. Portanto, Ele tem elevados padrões para os que Ele chama
ao ministério para a Sua Igreja. Vocês se lembram que certos padrões ou qualidades eram exigidos
dos diáconos na Igreja Primitiva de Jerusalém. Eles deviam ser homens “de bom caráter, cheios do
Espírito Santo e sabedoria” (At. 6.3).
Como veremos adiante, os padrões para o diácono são bem semelhantes aos do presbítero.
Há uma diferença, no entanto, em seus papéis. Nada foi falado sobre os diáconos ensinando ou
governando na Casa de Deus (Compare I Tm. 3.2,5 - presbíteros - com o versículo 12 - diáconos).
O Apóstolo Paulo tinha muita experiência - e revelação espiritual - com relação à estrutura e
função da igreja local. Seria sábio de nossa parte estudarmos os padrões que ele descreveu para o
cargo do diácono:
“Semelhantemente aos presbíteros, os diáconos precisam ser homens dignos de respeito. Não
devem ter língua dobre - que dizem coisas diferentes a pessoas diferentes. Não podem ser muito
dados ao vinho. Não podem ser enganadores, nem cobiçosos. Precisam ser fiéis a fé e viver
retamente.
Suas vidas deveriam ser testadas e aprovadas primeiramente. Caso seja constatado que não têm
nenhuma falha, aí então poderão servir na qualidade de diáconos.
A mesma coisa deveria ser aplicada com relação às suas esposas - e para todas as mulheres
que desejarem o cargo de diaconisa. Não deveriam ser dadas a maledicências, porém deveriam
ser fiéis e ter auto-controle em todas as coisas.
Os diáconos precisam ter apenas uma esposa e precisam ser bons líderes em seus lares -
governar seus filhos e famílias bem. Os que servem bem na qualidade de diácono ganham um lugar
de honra para si próprios. Eles podem falar correta e ousadamente sobre sua fé em Cristo Jesus” (I
Tm. 3.8-13 simplificado).
Todos estes padrões podem ser citados em três subtítulos:padrões morais, familiares e
espirituais.
PADRÕES MORAIS
Isto se refere a alguém que diz uma coisa a uma pessoa, porém diz algo diferente a outras.
Também poderia se referir a alguém que não fala realmente sério. O diácono precisa ser honesto
com todos e falar clara e francamente.
O diácono precisa estar sempre em controle de si próprio. A pessoa que bebe perde este
controle, tornando-se um fraco modelo ou padrão a ser seguido pelos outros.
O diácono precisa ter um elevado caráter moral em todos os aspectos de sua vida. Ele precisa
ter um estilo de vida consagrado a Deus e ser um cristão exemplar para que os outros possam
segui-lo.
O diácono precisa já ter alcançado os padrões estabelecidos para o seu cargo. Estas
qualidades precisam ser vistas e aprovadas em sua vida. Não são padrões que ele espera algum dia
alcançar, e sim características atuais do seu crescimento e maturidade no Senhor.
PADRÕES FAMILIARES
O diácono precisa ser um marido exemplar. Ele precisa ser fiel aos seus votos matrimoniais. A
sua vida precisa ser irrepreensível e inquestionável em seu serviço ao povo de Deus. Os líderes que
quebram as leis morais de Deus prejudicam muito a si próprios, aos outros, e à Igreja.
O diácono precisa ser não somente um marido exemplar, mas também um pai fiel. ele deveria
servir a sua família com amor, sabedoria, e com uma autoridade bondosa. em certo sentido, ele
deveria saber como ser um “diácono” em seu próprio lar, antes de tentar servir na família de Deus.
PADRÕES ESPIRITUAIS
Todos os ministérios da família de Deus requerem o Espírito Santo de Deus. Até mesmo os
serviços práticos requerem poder espiritual. Somente o Espírito de Deus pode unir as nossas
capacidades naturais com os Seus dons e graças espirituais. Ambos são necessários - e ambos
foram dados - para que cada um dos Seus servos pudesse ser totalmente equipado. Não
conseguirmos fazer nada de valor espiritual independentemente do Espírito Santo de Deus.
Os serviços práticos necessitam não somente do poder de Deus, como também da sabedoria
de Deus. O ministério do diácono requer não somente muito conhecimento, mas também sabedoria
para usá-lo bem. Deus tem um propósito para a Sua Igreja. Nas ocasiões em que as emoções se
excedem, precisamos da sabedoria de Deus para mantermos um equilíbrio entre estes dois
aspectos.
3 - DIGNO DE RESPEITO (I Tm. 3.8)
Os diáconos devem portar-se com a dignidade merecedora do seu chamado. A sua obra e o
seu serviço deveriam estar de acordo com o santo propósito de Deus para o Seu povo. Desta forma,
ganharão o respeito daqueles que servem.
Os diáconos precisam conhecer a santa vontade e o propósito de Deus para a Igreja. Precisam
viver vidas retas de acordo com a sua santa fé. O que dizem e fazem precisam de fato ser coerente
com o que crêem. Precisam saber que estão certos com Deus e com os seus semelhantes.
Estes padrões nos mostram a importância que Deus dá a todas as formas de serviço na
Casa do Senhor.
E - A OBRA DO DIÁCONO
Com base nas Escrituras, é óbvio que o chamado principal dos diáconos é o do serviço
prático. Desta forma, os presbíteros são liberados para o seu trabalho de “supervisão espiritual”.
Os diáconos receberam a responsabilidade da supervisão prática. Em outras palavras, foram
estabelecidas nas atividades de negócios ou físicas (At. 6.3).
Em sua carta à Igreja de Filipos, Paulo cumprimenta tanto os presbíteros (bispos) quanto os
diáconos (Fp. 1.1). Esta é a única carta em que os diáconos são incluídos na saudação.
O propósito da carta talvez explique o motivo. A Igreja dos Filipenses havia enviado a Paulo
uma oferta de amor enquanto ele se encontrava na prisão em Roma. Paulo respondeu com uma
carta agradecendo-lhes pela oferta deles e encorajando-os no Senhor.
Se Atos 6 servir como modelo, é provável que os presbíteros tenham tido a idéia de uma oferta
- e os diáconos colocaram-na em prática. Foram eles que organizaram a coleta e se certificaram de
que fosse adequadamente entregue.
A única outra passagem bíblica que se refere aos diáconos é a que estudamos acima - I Tm.
3.8-13. Nenhuma “função” para o cargo do diácono é dada nesta passagem. No entanto, todos os
padrões estabelecidos são bem adequados para o serviço prático. Uma vez mais poderíamos
observar que não exige dos diáconos o governo nem o ensino. Aparentemente isto é
responsabilidade dos presbíteros.
. É óbvio que os diáconos não são as autoridades principais na Casa de Deus. Tampouco são
mestres que ministram a Palavra. O ministério principal deles é o de servir aos outros.
Deste fundamento de serviço, no entanto, outros ministérios podem desenvolver-se. Estêvão e
Felipe são bons exemplos da Igreja de Jerusalém (Compare At. 6.5 com At. 6.8-10; 8.5-8).
Certamente há muitos serviços práticos que são necessários na Casa do Senhor. Quando uma
igreja é pequena, o pastor ou pastores geralmente fazem o trabalho todo. À medida que a igreja
cresce, no entanto, isto não é mais possível.
A esta altura, o pastor e os outros presbíteros deveriam ser liberados para o objetivo da
oração, pregação, e supervisão espiritual. É necessário algum tempo para se conhecer a vontade de
Deus e para relacioná-la com a Igreja local.
Deus supriu através do ministério dos diáconos uma forma pela qual todas estas coisas
pudessem ser feitas - e feitas bem. Talvez seja um ministério de serviço prático, mas é com um
propósito celestial e espiritual!
F - A DESIGNAÇÃO E PERÍODO DE GESTÃO
A Bíblia não nos diz nada diretamente sobre a extensão ou período de gestão. Aparentemente
serviam por tanto tempo quanto necessário - e enquanto cumpriam os padrões para o cargo.
A REVIVER reconhece o membro que se destaca. Daí então, sendo observado na fé, no
caráter, na fidelidade, na constância e submissão é indicado ao conselho para ser consagrado.
Como foi dito acima, alguns dos primeiros diáconos passaram a outros tipos de ministério.
Muitos podem ter se tornado presbíteros mais tarde. Um bom fundamento e cuidado para com os
outros seria um importante treinamento para posições de maior responsabilidade.
“Os que servem bem na qualidade de diáconos ganham um lugar de honra para si próprios.
Eles podem falar correta e ousadamente sobre a sua fé em Cristo Jesus” (I Tm. 3.13 simplificado).
Paulo nos diz que para aqueles que servirem bem, haverá uma grande honra e galardões. Há
um significado muito grande envolto na pequena frase: “Os que servirem bem”. Ela somente pode se
referir aos que foram fiéis, sensíveis, responsáveis, dedicados, responsáveis e confiáveis.
Estêvão e Felipe foram pessoas assim. Estavam dispostos a irem além do chamado do dever e
aproveitam todas as oportunidades possíveis para ministrarem o amor de Deus em ocasiões de
necessidades práticas e naturais. Tudo o que faziam para os outros era como se fosse para o
Senhor.
A “honra” que um diácono recebe certamente vem do povo a quem serve. Também poderia se
referir aos galardões - tanto celestiais quanto terrenos - das mãos de Deus. Um galardão terreno
poderia ser em termos de um ministério maior e com mais responsabilidades.
O grego neste versículo inclui a idéia de um “degrau” - uma posição para se seguir adiante.
Poderia significar que o cargo do diácono poderia muito bem preparar a pessoa para a posição de
presbítero.
Muitos líderes das Escrituras começaram os seus ministérios no papel de servos. No Antigo
Testamento, pensamos em Josué servindo a Moisés e a Eliseu servindo a Elias. Ambos
movimentaram-se em seus próprios e poderosos ministérios.
No Novo Testamento, lembramo-nos de Timóteo que servia Paulo (At. 19.22), e João Marcos
que servia tanto a Paulo quanto a Barnabé (At. 13.5). Já mencionamos Felipe, o qual iniciou o seu
ministério na qualidade de diácono ao lado de Estêvão (At. 6.5).
A segunda coisa que Paulo diz é que os que servem bem recebem uma grande ousadia na fé.
Um bom exemplo disto é Estevão. Na qualidade de diácono ele teve muitas oportunidades de
compartilhar a sua fé e de orar com aqueles que estavam necessitados.
Deus respondeu às suas orações e correspondeu à sua fidelidade dando-lhe um poderoso
ministério de sinais e milagres (At. 6.8). Ele se tornou uma corajosa testemunha para Cristo e teve a
honra de ser o primeiro cristão a morrer pela sua fé. Além disso, sem Estevão, talvez nunca tivesse
havido um apóstolo Paulo.
Nem todo líder, porém, precisa iniciar o seu ministério como diácono. Contudo, todos os líderes
precisam começar com o coração e o ministério de um servo!
O CARGO DO PRESBÍTERO
Um estudo cuidadoso das Escrituras nos ensina que os termos “bispo” e “presbítero” referem-se
ao mesmo cargo. Observe como estes termos estão associados nas seguintes passagens bíblicas:
“De Mileto Paulo enviou a Éfeso e convocou os presbíteros (presbutero) da Igreja... E disse-
lhes... Tenham cuidado com suas próprias vidas e com o rebanho. O Espírito Santo os constituiu
como bispos deles (episkopos)” (At. 20.17,28 simplificado).
“Ordene presbíteros (presbuteros) em todas as cidades como já te ordenei... E precisam ser
homens irrepreensíveis... O bispo (episkopo) tem a tarefa de tomar conta da obra de Deus. Portanto,
ele precisa ser irrepreensível” (Tt. 1.5-7 simplificado).
“Rogo aos presbíteros (presbuteros) que estão em seu meio... supervisionem (episkopeo) e
apascentem o rebanho de Deus” (I pe. 5.1 simplificado).
Bispos e presbíteros são diferentes títulos que podem ser dados à mesma pessoa. O termo
“bispo” refere-se à sua função na qualidade de supervisor. O termo “presbítero” refere-se à
dignidade do homem e ao seu cargo. Ele é um homem maduro e respeitado e que foi chamado a
uma posição oficial de responsabilidade.
Em resumo, o título, de “bispo” refere-se à sua função; o título de “presbítero” refere-se à sua
posição.
Como veremos mais tarde neste artigo, os presbíteros e bispos (supervisores) eram líderes
das igrejas locais. Eram os pastores, profetas, mestres e pregadores.
B. A ORIGEM DO CARGO
O Novo Testamento não revela como começou o cargo do presbítero. O primeiro registro
encontra-se em Atos 11.30.
“Todos os discípulos... enviaram o seu fundo de assistência aos presbíteros através de Barnabé
e Saulo” (simplificado).
Aparentemente, nesta época, a posição e a função dos presbíteros eram compreendidas por
todos. O motivo talvez seja simples. O cargo do ancião não era algo novo às pessoas. Era um
aspecto normal da vida da sinagoga - e havia sido assim por centenas de anos.
O primeiro registro do ministério dos anciãos encontra-se sob a liderança de Moisés. Ele estava
encarregado de mais pessoas do que poderia dar conta. Era um problema muito sério tanto para
ele como para o povo.
A solução foi simples. Moisés foi direcionado a compartilhar esta tarefa com outros homens
capazes e devotados a Deus. Moisés ainda se encontrava numa posição de liderança primária.
Contudo, à medida em que outros níveis de liderança se desenvolveram, o seu fardo foi
compartilhado com eles.
“E o Senhor disse a Moisés: Traga diante de mim setenta homens, os anciãos de Israel... E
tomarei do Espírito que está sobre ti e colocá-lo- ei sobre eles. Eles suportarão o fardo do povo
contigo. Tu não terás que sustentá-lo sozinho” (Nm. 11.16,17 simplificado). Veja também Êxodo 18.
Um estudo dos anciãos do Antigo Testamento revela alguns princípios importantes:
PADRÕES MORAIS
3. O presbítero precisa ter uma mente sã e ser justo em seus julgamentos (I Tm. 3.2; Tt. 1.8)
Ele precisa ser um homem sábio e sério.
5. O presbítero não pode ser dado ao vinho (I Tm. 3.3; Tt. 1.7; Dt. 10:8-11)
Ele deve se abster de qualquer coisa (álcool, drogas, etc.) que limite a sua capacidade de
pensar, falar, ou agir de acordo com o seu chamado, assim como manchar seu testemunho.
“Falou também o Senhor a Arão, dizendo: Vinho ou bebida forte tu e teus filhos não bebereis
quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre
as vossas gerações, para fazerdes diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo e
para ensinardes aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado por intermédio
de Moisés”. Dt. 10:8-11
6. O presbítero não deve ser um homem que goste de brigar ou discutir (I Tm. 3.3; Tt. 1.7)
Ele precisa ser um homem de paz e paciência, ao invés de ser um brigão - alguém que goste de
discutir e brigar. Ele não deve ser “esquentado” nem iracundo.
PADRÕES FAMILIARES
1. O presbítero deve ser marido de uma só esposa (I Tm. 3.2; Tt. 1.6)
Ele precisa ser um marido leal e fiel e que esteja vivendo num relacionamento matrimonial puro.
Ele não deve estar envolvido em pecados sexuais, quer sejam em atitudes, ou em ações.
2. O presbítero deve abrir o seu lar a convidados (I Tm. 3.2; Tt. 1.8)
Ele abre não somente o seu lar, como também o seu coração aos que precisam de amor e
amizade. Ele precisa conhecer pessoalmente aos que Deus o chamou para servir.
3. O presbítero deve governar bem a sua própria casa (I Tm. 2.4,5; Tt. 1.6)
Ele deve ter sob controle não somente a si próprio, mas também a sua família. Os seus filhos
devem amá-lo e respeitá-lo, e também ao Senhor. Se não conseguir governar a sua própria família,
como conseguirá tomar conta da Igreja de Deus?
PADRÕES ESPIRITUAIS
6. O presbítero, através da sã doutrina deveria ser apto a consolar e também evidenciar prova
de culpabilidade aos que não são retos (Tt. 1.9)
Ele precisa ser capaz de evidenciar a verdade em situações cotidianas. Deveria também ser
capaz de ajudar aos que estão realmente machucados - e a refutar os que somente buscam
discussões. Nenhum limite de idade é estabelecido para o cargo de presbítero. Aparentemente,
qualquer pessoa que satisfaça os padrões acima tem idade suficiente para servir na qualidade de
presbítero na Casa do Senhor.
D. O NÚMERO DE PRESBÍTEROS
O Novo Testamento não apresenta um número ideal de presbíteros para uma igreja local.
Aparentemente, como foi afirmado anteriormente, este número seria decidido pela necessidade - e
pelo número de pessoas que satisfazem os padrões para este cargo.
Aparentemente, todas as igrejas locais tinham uma pluralidade de presbíteros. Com a exceção
de novas comunidades, nenhuma das igrejas era governada por somente uma pessoa (At. 21.18;
Fp. 1.1; I Tm. 5.17; Tg. 5.14; I Pe. 5.1).
“Eu (Paulo) te deixei (Tito) em Creta com um propósito especial. Quero que você coloque as
coisas em ordem e ordene presbíteros em todas as cidades como já te instruí” (Tt. 1.5 simplificado).
Portanto, as igrejas geralmente têm vários presbíteros. Isto não significa que todos tenham o
mesmo papel, responsabilidade, ou respeito do povo:
“Os presbíteros, que governam bem deveriam ser bem pagos e deveriam ser altamente
honrados. Isto é especialmente aplicável aos que trabalham arduamente na pregação e também no
ensino da Palavra” (I Tm. 5.17).
E. O PRESBÍTERO PRINCIPAL
F. O TRABALHO DO PRESBÍTERO
1. Governar - os presbíteros são os governantes da assembleia (Rm. 12.8; I Ts. 5.12-14; I Tm.
5.17; Hb. 13.17,24)
“Obedeçam aos seus líderes espirituais e submetam-se a eles; pois estão zelando por suas
almas. Eles precisam prestar contas diante de Deus por seus ministérios. Permitam que eles os
sirvam com alegria e não com tristeza. Se vocês não fizerem isto, as coisas não funcionarão bem
para vocês tampouco” (Hb. 13.17 simplificado).
A palavra “governar” significa “liderar, dirigir, zelar por, e tomar conta de”. É o mesmo papel que
os pais desempenham no lar. Os presbíteros são servos do povo de Deus e não senhores feudais (I
Pe. 5.,2,3). Eles devem liderar com amor e sabedoria. Há ocasiões em que precisam corrigir e
disciplinar. Mas é sempre para o bem-estar espiritual da pessoa - e para o bem da igreja (I Ts.
5.12,13; I Tm. 3.5).
Os presbíteros do Novo Testamento não eram eleitos pelo voto do povo. Os presbíteros eram
chamados pelo Espírito Santo:
“Tenham cuidado consigo próprios e com todo o rebanho para o qual o Espírito Santo os
chamou como presbíteros...” (At. 20.28).
O chamado deles era observado pela liderança. Estes líderes, então, os estabeleciam em seus
lugares de responsabilidade na igreja.
Quando um apóstolo fundava uma nova igreja, ele ordenava presbíteros para serem os líderes
espirituais do povo. Em seguida, parece provável que os presbíteros mais idosos ordenavam novos
presbíteros à medida em que fossem necessários.
“Paulo e Barnabé ordenaram presbíteros em todas as igrejas com oração e jejum. Confiaram no
Senhor e os encomendaram aos cuidados de Deus” (At. 14.23 simplificado).
“Ordenar” significa designar ou estabelecer alguém numa posição de responsabilidade. Duas
palavras gregas nos ajudam a compreender melhor este processo.
A primeira palavra é “cheirotoneo”. Significa na verdade estender a mão (At. 14.23; II Co. 8.19).
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, os líderes eram ordenados através da “imposição de
mãos.”
A segunda palavra é “Kathistemi”. Esta palavra significa designar ou estabelecer alguém num
cargo - uma posição de autoridade e responsabilidade (At. 6.3; Tt. 1.5).
Em todas as Escrituras, eram líderes devotos a Deus que estabeleciam os outros em posição de
autoridade espiritual. O povo nunca ordenava os seus próprios líderes. Todo governo ou autoridade
descia de Deus - nunca subia do povo (Mt. 24.45; At. 6.6; 7.35; 13.1-3; I Tm. 1.18; 4.14).
Não há nenhuma palavra nas Escrituras no tangente à duração do cargo do presbítero.
Aparentemente, ele permaneceria no cargo enquanto fosse capaz, necessário, e satisfizesse os
padrões para o ministério. Os presbíteros mais idosos talvez não sejam ativos quanto os homens
mais jovens. Contudo, as suas recomendações, conselho, e sabedoria, seriam muito respeitados e
recebidos com gratidão.
Os presbíteros têm um dever e função muito sérios para cumprirem. São responsáveis diante de
Deus por seus ministérios para com o povo. Se fracassarem, o próprio Senhor lidará com eles.
Não somente os presbíteros têm um dever para com o povo, mas o povo também tem uma
responsabilidade para com os presbíteros:
1. O povo deve conhecer e honrar os que estão acima dele (I Ts. 5.12,13)
Eles devem ser muito estimados devido ao cargo deles. Isto não se deve basear em
sentimentos pessoais, e sim no respeito por aqueles a quem Deus chamou.
2. O povo deve submeter-se aos líderes ungidos e designados por Deus (Hb. 13.17)
Eles foram escolhidos pelo Senhor para o bem estar do povo. Isto não significa que “nos
submetemos” sem considerarmos o Senhor e a Sua Palavra com relação aos nossos próprios
assuntos. Cada pessoa precisa prestar contas diante de Deus também. Contudo, há uma grande
segurança no conselho de líderes devotos a Deus (Pv. 11.14).
3. O povo deve manter os seus líderes com as suas finanças (I Co. 9.11-14; II Co. 11.7; Gl. 6.6;
Fp. 4.10; 1 Ts. 2.6,9; I Tm. 5.17)
Este sustento deveria ser suficiente para permitir aos líderes a liberdade necessária para
cumprirem os seus ministérios. O sustento financeiro é uma maneira pela qual demonstramos o
nosso amor e respeito para com os nossos líderes - e para com os seus ministérios no Senhor