Cariologia Resumo

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CARIOLOGIA

Parte 1
A cárie é uma doença carboidrato-dependente que gera uma disbiose principalmente da
Streptococcus Mutans e Lactobacilus spp, sendo estas aciduricas (resistentes a ácido) e
acidogênicas (formam ácido), formando assim um meio propício para a sua proliferação.
Porém o hospedeiro deve ser suscetível a disbiose desses MO, por motivos diversos, podemos
dar o exemplo da xerostomia (salivação baixa e prolongada), que não permite que a saliva faça
sua função de tamponamento do pH que se tornou ácido pela alimentação, deixando assim o
pH da região bucal abaixo do limite de desmineralização fisiológico do esmalte (abaixo de 5,5
de pH se o esmalte for formado por cristais de hidroxiapatita e abaixo de 4,5 de pH se os
cristais tiveram formação majoritariamente por cristais de fluorapatita).

Resumindo: Cárie = Alimentação alta em carboidratos (substrato) + hospedeiro suscetível +


Baixa salivação (pouco ou nenhum efeito tampão feito pela saliva) + Tempo

Quando falamos de dentes com lesões cariosas temos que saber o grau do dano feito pelo
acúmulo de biofilme da região bucal. Quando a formação de uma cavidade patológica na
estrutura dentária a primeira estrutura afetada é o esmalte, que devido ao ataque ácido feito
pelos substratos dos MOs presentes no biofilme desorganizam o esmalte subsuperficial e
formam a cavidade. A segunda estrutura do dente que é afetada pela lesão cariosa é a dentina,
que quando é atingida pode ter 2 prognósticos possíveis;

Dentina infectada: Dentina completamente desmineralizada e desorganizada, amolecida, não


resistente ao corte e DEVE ser removida, sendo assim irreversível.

Dentina afetada: Dentina não completamente desmineralizada e nem totalmente


desorganizada, mais endurecida que a dentina infectada tendo assim mais resistência ao corte
e PODE ser revertida com o isolamento da região, não deixando que a colônia de bactérias
tenha substrato se sacramentarmos essa porção do dente e usarmos CIV como curativo, pois
este libera flúor, auxiliando na remineralização do dente e aumentando o pH da região.

Nomenclatura e classificação das cavidades.


O que é uma cavidade?
Cavidade é um termo usado para definir a lesão ou a condição do dente, causada pela
destruição proposital ou não do tecido dentário. Podem ser classificadas de 2 formas;

Cavidade patológica: Esta cavidade não é proposital (NÃO É FEITA PELO DENTISTA), sendo ela
a evolução da doença cárie no tecido dental, tem forma e dimensão irregulares e é oriunda do
processo de desmineralização do esmalte por causa do ataque ácido dos MO do biofilme.

Cavidade terapêutica: Esta cavidade é proposital (É FEITA PELO DENTISTA) e é feita para o
tratamento do tecido dentário após a formação da lesão cariosa. (CAVIDADE EM
TRATAMENTO). Tem forma e dimensão definidas, resultante do processo cirúrgico. ->
Preparo cavitário: Remoção do esmalte infectado. (QUANTO MENOS INVASIVO MELHOR!)

Qual o objetivo do preparo cavitário?

Obter formas precisas, impedir fratura do dente e do material restaurador e remover o esmalte
infetado.

Classificações das cavidades

1. Quanto a finalidade do tratamento


- Terapêutica: Remoção da cárie para a aplicação do material restaurador.
- Protética: Serve de suporte para peça protética ou prótese adesiva.
2. Quanto ao número de faces envolvidas.
- Simples: Em apenas 1 face do dente (Ex: Oclusal [O])
- Composta: Em 2 faces do dente (Ex: Ocluso-mesial [MO])
- Complexa: Em 3 ou mais faces (Ex: Mesio-ocluso-distal [MOD])
3. Quanto as faces envolvidas.
- Oclusal (O)
- Ocluso-mesial (MO)
- Mesio-ocluso-distal (MOD)
4. Classificação de Black (OBS: se o dente tiver uma cavidade CERVICAL e uma cavidade
em BORDA INCISAL ele é de classe 5!!!! NÃO DE CLASSE 4 E 5!!!!!!!)
- Classe 1: Quando há um preparo cavitário em região de má-coalescência de
esmalte! (Sulcos, fissuras e cíngulos!) (Oclusal de molares e prés, segundo
terço oclusal de face vestibular de molares INFERIORES, segundo terço de face
palatina de molares superiores e cíngulos de incisivos.
- Classe 2: Quando há o envolvimento de alguma face proximal na cavidade.
- Classe 3: Quando há o envolvimento de proximais nos dentes anteriores SEM
comprometer os ângulos incisais mesiais ou distais!
- Classe 4: Quando há o envolvimento de proximais nos dentes anteriores
COMPROMETENDO os ângulos incisais mesiais ou distais!
- Classe 5: Lesões cervicais CARIOSAS OU NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Classe 1 de Sockwell (NÃO É DE BLACK): Falha no desenvolvimento de esmalte
em locais de não má-coalescência de esmalte (Por exemplo nas faces
vestibulares de incisivos)
5. Mount & Hume
- Classe 6: Quando há o envolvimento de bordas incisais ou pontas de cúspide
por hipocalcificação (BAIXA MINERALIZAÇÃO) nas cúspides.

Classificação das paredes e ângulos dos preparos.

Paredes circundantes: O nome já diz, elas circundam o preparo.


As paredes vestibular, distal, lingual e gengival/cervical são CIRCUNDANTES!

Paredes de fundo: São paredes que tem possível comunicação com a cavidade pulpar!!!!!!!
(Estão mais perto da polpa!)

As paredes axiais e pulpares são paredes de fundo!

Parede axial: é a parede que está na proximal do preparo, “acima” da parede cervical.

Parede pulpar: Está no fundo do preparo!

Ângulos: Temos algumas classificações de ângulos, sendo elas estando englobadas em


ângulos diedros (2 paredes envolvidas) e triedro (3 paredes envolvidas).

- Ângulos diedros de 1o grupo: São ângulos formados por 2 paredes circundantes.

Cervico-vestibular (gengivovestibular) e cervico-lingual (gengivolingual) são 2 ângulos diedros de 1o grupo!


- Ângulos diedros de 2o grupo: São ângulos formados por 1 parede circundante e uma
parede de fundo.
Cervico-axial (axiogengival), axiovestibular e axiolingual são ângulos diedros de 2o grupo!
- Ângulos diedros de 3o grupo: São ângulos formados por 2 paredes de fundo!

ângulo pulpoaxial não está na imagem!


- Ângulos triedros: São ângulos formados por 3 paredes, 2 circundantes e 1 de fundo ou
1 circundante e 2 de fundo!

Vestíbulo-cervico-axial e Cervico-axial-lingual são ângulos triedros

Isolamento Absoluto: o que é?


É o isolamento total do campo operatório, facilitando o trabalho do cirurgião-dentista em
visualizar o onde ele está trabalhando, possibilitar condições assépticas no tratamento,
eliminar a umidade na região das coroas dos dentes, proteção do paciente contra a aspiração
ou deglutição de algum instrumental, restos de materiais ou corpo estranho etc.

Isolamento Absoluto: Quais são as vantagens?


Existem diversas vantagens com o uso do isolamento absoluto;

. Retração e proteção dos tecidos moles, permitindo melhor visualização da parte


coronária do dente e protegendo a gengiva e periodonto.

. Melhor acesso e visibilidade na cavitação e inserção do material restaurador na


cavidade.

. Maior controle de infecções, devido a um meio asséptico.

. Meio sem umidade, ideal para trabalho com materiais que não podem sofrer embebição
em tempo de presa inicial.

. Proteção do paciente de se asfixiar ou deglutir algum instrumento ou material utilizado.


. Redução do tempo de trabalho após colocar o isolamento (treinar para fazer de maneira
mais precisa e rápida o isolamento).

Isolamento Absoluto: Instrumental necessário


Lençol de látex para isolamento absoluto (Dique de borracha) : Lençol azulado que faz
o isolamento do campo operatório, gerando mais facilidade para o trabalho do cirurgião-
dentista em remover o tecido cariado e fazer a restauração da cavidade terapêutica. É utilizado
com o lado FOSCO voltado para o cirurgião-dentista.

Arcos de porta-lençol: Arcos utilizados para o posicionamento do lençol em boca, pode ser
o arco de Young, sendo ele em formato de U ou de Ostby, sendo ele em formato redondo. É
utilizado com a parte convexa VOLTADA para o CIRURGIÃO-DENTISTA. (Concavidade para o
mento.)

Perfurador do lençol de borracha : Instrumento utilizado para furar o lençol de borracha


nos pontos marcados com a caneta permanente, tendo 5 furos diferentes para cada
grupamento dentário;

Menor furo (eu chamo de furo 1 ou para incisivos inferiores): Furo com menor diâmetro,
utilizado para furar os pontos dos dentes anteriores inferiores (Inc. Centrais e Laterais
inferiores (42, 41, 12, 32))

Segundo menor furo (eu chamo de furo 2 ou para incisivos superiores): Segundo menor
diâmetro, utilizado para furar os pontos dos dentes anteriores superiores (12, 11, 21, 22).

Furo mediando (eu chamo de furo 3 ou para caninos e pré-molares): Furo o diâmetro
mediano, sendo utilizado para furar os pontos dos caninos e pré-molares. (13, 14,15, 23, 24,
25, 33, 34, 35, 43, 44, 45)

Segundo maior furo (eu chamo de furo 4 ou para molares): Furo com segundo maior
diâmetro, utilizado para furar os pontos dos molares. (16, 17, 18, 26, 27, 28, 36, 37, 38, 46, 47,
48)

Maior furo (eu chamo de furo 5 ou para dentes que o grampo entra): Na minha experiência
no laboratório eu usei esse furo para conseguir inserir o grampo com asa no lençol ou para
encaixar o grampo sem asa (26) no lençol de borracha.

Grampos: Grampos que vão nos dentes logo “após” o dente de trabalho (Grampo no 48 para
remover tecido cariado no 47, por exemplo), estando com sua haste SEMPRE voltada para a
distal do dente inserido. Tem função de manter o lençol de borracha em posição.

- Tipos de grampos:

. Grampos 200 a 205: Grampos usados para inserir em molares, sendo que
estes grampos possuem asas.

. Grampos 206 a 209: Grampos usados para inserir em pré-molares, sendo


estes também grampos com asas.

. Grampos 210 e 211: Grampos utilizados para inserir em dentes anteriores.


Grampos especiais: Existem grampos específicos para dentes em situações
específicas;

. Grampos W8A (Sem asa) e 14A (Com asa): Grampos para molares
parcialmente erupcionados.

. Grampos 26 (Sem asa) e 28(Sem asa): Grampos usados para molares com
pouca retenção.

. Grampos 212R e 212L: Usados para retração gengival para possibilitar a


remoção de cavidades classe V (Lesão cervical). (Em anteriores?)

Pinça porta-grampo: Pinça utilizada para levar ou tirar o grampo da boca, permitindo a
abertura correta do mesmo para encaixar no elemento dentário. Existem 2 tipos de porta-
grampo; a reta ou a angulada.

Fio dental: O fio dental é utilizado no posicionamento correto do lençol de borracha nas
proximais dos dentes, permitindo que o isolamento entre no sulco gengival e tenhamos uma
boa visualização do terço coronário cervical dos dentes. Além disso, o fio dental é utilizado
para melhor adaptação do terço cervical em lingual/palatina e para a confecção de amarrias,
que permite maior estabilidade do lençol de borracha. Também podemos falar do uso do fio
para evitar que o paciente “engula” o grampo caso ele pule do dente em boca!

Espátula no 1: Utilizada para auxiliar o movimento de amaria e entrada do lençol no sulco


gengival, empurrando o fio dental em direção ao sulco, facilitando com que a borracha entre no
sulco gengival. (eu uso para passar o dente pelos buracos feitos pelo perfurador do porta-dique
também 😊). Tem a função importante de rebater a borracha que fica em cima da asa do
grampo.

Lubrificante KY: Utilizado para evitar com que o lençol de borracha rasgue na colocação nos
dentes.

Sugador de Saliva: Utilizado abaixo do isolamento para evitar que o paciente salive muito.
Guardanapo para dique: Utilizado em caso de isolamento muito prolongado, sendo bom
para a proteção da face do paciente e para uso em caso de alergia a látex por parte do
paciente!

Instrumental auxiliar:
Espelho: Para conseguirmos checar se o isolamento está bem-posicionado na
lingual/palatina dos dentes.

Pinça clínica: Está presente na bandeja clínica básica e é útil para diversas ações.
Sonda exploradora: Também presente na bandeja clínica básica e é importante para o
exame pré isolamento para checar se há ou não a presença de bolsas periodontais, que podem
atrapalhar o isolamento.

Tesoura: Útil para cortar o isolamento no pós-operatório com segurança, além de cortar o fio
de proteção nos grampos após a colocação deles em boca.
Isolamento Absoluto: Métodos de marcação do lençol
para perfuração com perfurador.
Uso de quadrantes: Existe uma técnica que consiste na confecção de quadrantes na face
fosca do lençol, que possibilita juntamente com os conhecimentos de anatomia dentária, a
“prever” onde cada elemento dentária estará. Esse método é pouco invasivo para o paciente e
é uma forma viável de isolar.

Marcação em boca: Método de marcação mais preciso e individualizado, porém com


execução complexa e invasiva para o paciente, consiste em levar o lençol em boca, com o arco
posicionado na face do paciente, e marcar dente a dente, sendo a marcação de molares e pré-
molares no centro de suas faces oclusais, de caninos nas pontas das cúspides e de incisivos
no centro da borda incisal.

Moldagem em cera: Me parece semelhante ao uso do carbono para checar pontos oclusais,
mas para o isolamento. Paciente leva a cera a boca e ela demarca onde os dentes estão, me
parece rápido e sem incomodo para o paciente.

Gabarito: Consiste no uso de um gabarito para marcar a posição dos dentes. Menos preciso
por não ser individualizado, porém bem prático.

Isolamento Absoluto: Regras de perfuração e técnicas


de colocação do dique em boca.
É comentado no livro a importância da estabilidade e visibilidade de um isolamento absoluto,
pois se não conseguirmos ver claramente nossa local de atuação podemos cometer erros ou
deixar algo passar, logo é importante mantermos em mente algumas regras para colocarmos o
isolamento;

• Para dentes posteriores é OBRIGATÓRIO o posicionamento do grampo pelo menos


1 dente distalmente a ele (se vamos trabalhar no 46, grampo vai no 47), e é
recomendado que façamos o isolamento até o canino do lado oposto (nesse caso
faríamos até o 33, por exemplo).
• Para isolamento de dentes anteriores, é recomendado que façamos o isolamento
de pré a pré (se quisermos cavitar e restaurar o 11 e o 12, é recomendado que
isolemos do 15 ao 25 ou do 14 ao 24, de 35 a 45 ou 34 a 44)!

As técnicas de colocação do dique de borracha são 3;

• Colocar todo o conjunto ao mesmo tempo (grampo + arco + lençol de borracha)


(Técnica da Parulla?) (a que fizemos em aula?)
• Colocar o grampo sem asas + lençol de borracha, depois o arco (conhecida como
técnica de Ingraham)
• Colocar o lençol de borracha e o arco, depois os grampos
• Colocar o grampo, depois o lençol e por último o arco.

Isolamento Absoluto: Sequência operatória


Prévio a colocação do isolamento absoluto devemos fazer a profilaxia da cavidade bucal com
consumíveis como a clorexidina, além de fazer a checagem dos contatos proximais com um fio
dental, remover as arestas cortantes (dos dentes?) e a lubrificação dos lábios.

Após fazer as devidas ações pré colocação do isolamento, seguimos para o teste do grampo
em boca, sempre com o fio dental como segurança para o paciente não aspirar ou degluti-lo.

Após isso, marcaremos os pontos dos dentes, com alguma das técnicas apresentadas nesse
material no lençol de borracha.

Depois dessa etapa vamos furar o lençol corretamente para cada dente, e em seguida
lubrificaremos o lado onde os dentes vão entrar (lado brilhoso do lençol) para evitar que a
borracha rasgue.

Conseguinte usaremos as mãos para posicionar o grampo com asas na borracha, com as asas
voltadas para a parte interna da boca e virados corretamente com relação a curvatura da
arcada do paciente.

Em seguida pegaremos a pinça porta-grampo e colocaremos os grampos aderidos no lençol na


boca do paciente.

Depois usando a espátula 1 tiraremos a borracha de cima da asa.

Após colocaremos os dentes nos seus respectivos furos, tomando cuidado em não botar o
dente no furo errado ou 2 dentes no mesmo furo.

Conseguinte usaremos o fio dental para invaginarmos a borracha nas faces proximais, e depois
faremos isso para a face lingual/palatina e vestibular, com o auxílio da espátula 1 e “ventinho”.

Confecção de amarias para maior estabilidade.

Isolamento concluído!

OBS: Para técnicas com uso de grampos sem asa é necessário pôr o grampo em boca ANTES
de botar o lençol. Logo passaremos a borracha pelo grampo quando posicionamos o lençol em
boca.

Isolamento Absoluto: Tipos específicos de isolamento


absoluto.
Existem alguns tipos específicos de isolamento absoluto, vou falar mais profundamente
apenas de 1;

Isolamento de dente único: Isolamento muito comum na endodontia, para tratamento dos
condutos de um dente específico.

Isolamento sobre prótese fixa, com perfurações nos dentes da ponte fixa.
Isolamento sobre prótese fixa, sem perfuração dos dentes de ponte fixa.
Isolamento absoluto com auxílio de cianocrilato.

Isolamento para cimentação de restaurações indiretas


Isolamento com dispositivo acrílico para facetas diretas e laminadas.

Isolamento Relativo: O que é?


Isolamento relativo é um tipo de isolamento que não total, comumente empregado para
restaurações provisórias ou em condições que impossibilitem o isolamento absoluto.

Isolamento Relativo: Indicações


• Para intervenções curtas
• Para aplicação de flúor tópico e selante
• Alguns tipos de moldagem
• Restaurações provisórias
• Colagem de brackets ortodônticos
• Cimentação de peças protéticas
• Erupção parcial dos dentes
• Pacientes alérgicos a borracha e derivados
• Pacientes com dificuldade respiratória

Isolamento Relativo: como é feito?


É utilizada uma gaze de algodão ou resina bloqueadora para impedir a passagem parcial da
umidade para o campo operatório, pode ser usado um equipamento chamado expander para
auxiliar, assim como o uso de um grampo sem asa ou dispositivo removível para a
estabilização do algodão em região posterior inferior. Para complementar o isolamento
relativo é utilizado o sugador de saliva para evitar a sialorreia.

O algodão é inserido no fundo de vestíbulo e na lingual/palatina do paciente com a pinça de


algodão.

O isolamento relativo pela literatura depende de atendimento a 4 mãos, além do uso


sistemático do sugador de saliva.

Drogas antissialagogos: O que são?


São medicamentos de uso sistêmico que diminuem o fluxo de saliva, gástrico, lacrimal e
sudoríparo.

Suas indicações; quando o paciente tem salivação muito intensa.

Contraindicações; pacientes com doenças cardíacas, glaucomas, com síndrome de Down e


lactantes.

Tempos operatórios: O que são?


É uma forma de padronizar o processo da remoção do tecido cariado até o fim da restauração,
gerando assim mais conforto e facilidade para o cirurgião-dentista, servindo como um guia
geral para a confecção de preparos cavitários.
Passo 1: Abertura da cavidade: É o tempo clínico que visa a abertura da cavidade
terapêutica, removendo o esmalte não suportado por dentina (dentina infectada), com a
finalidade de expor a lesão cariosa, sendo ela em fase incipiente ou com a presença de uma
lesão ampla. (independente do grau da lesão em atividade (opaca)).

Porém, quando falamos de uma cavidade terapêutica devemos falar das cavidades
patológicas primeiro, sendo elas as cavidades formadas pela dissolução do esmalte devido ao
ataque ácido dos MO presentes no biofilme dentário, sendo essas cavidades de formato
irregular, sem limites ou formato bem-definidos.

A cavidade terapêutica é o procedimento cirúrgico realizado pelo cirurgião-dentista para a


remoção do tecido cariado infectado do elemento dentário, com limites e forma bem-
definidos, tentando manter o máximo de tecido dentário.

O que é o preparo cavitário?


É o tratamento biomecânico da doença cárie, consistindo na remoção do tecido infectado e
desmineralizado, para assim poder aplicar o material restaurador e devolver forma, função e
estética de volta para o elemento dentário.

Como é feito a cavidade terapêutica?


A cavidade terapêutica é feita pela remoção do tecido cariado (dentina infectada) por parte das
brocas diamantadas esféricas (mais usadas) para desgaste e multilatinadas para corte, além
de colheres de dentina para remoção mais fina dos tecidos cariados. No caso de dentina
afetada (amarronzada e endurecida) é válido manter essa estrutura em dente pois com
sepultamento dessa dentina é possível salva-la sem remoção (conservar o máximo do tecido
dentário possível).

Passo 2: Tempo de contorno: É o tempo operatório que tem como objetivo delimitar a
superfície necessária do preparo cavitário, englobando todo o tecido cariado irreversível,
tentando não remover o máximo de tecido dentário integro (abordagem de preparo mais
conservadora (conservar o elemento dentário o máximo possível)).

Entretanto, precisamos levar em consideração algumas regras ou princípios básicos de


contorno;

1. Todo esmalte sem tecido subjacente (tecido de suporte, dentina) DEVE ser
removido!
2. O ângulo cavo-superficial NÃO pode pegar em áreas de contato oclusal, a
menos que o tecido cariado esteja em pontas de cúspides (classe VI, não é
de Black).
3. Devemos levar em consideração que lesões cariosas em áreas de má-
coalescência de esmalte e superfícies lisas tem progressões diferentes, por
exemplo quando levamos em consideração lesões em oclusal e em
proximais;
Lesão em área de má-coalescência de esmalte,
gerando um ”vazio” no tecido dentinário devido à disposição dos túbulos dentinários no
local. (+ dentina intertubular e - túbulos dentinários)

Lesão em área lisa do esmalte, gerando lesões em


formato de” funil”, devido à disposição dos túbulos dentinários.

4. Devemos considerar também a extensão preventiva no caso das lesões;


Em lesões em cicatrículas e fissuras: Se tiverem 2 cavidades diferentes em um
espaço de MENOS que 1mm, elas devem ser unidas (independente se há a
presença de alguma estrutura anatômica, como pontes de esmalte), se tiver MAIS
que 1mm de distância, fazer 2 cavidades, 1 para cada lesão. (conservar o máximo
de tecido sadio).
Em lesões em superfícies lisas: Parede vest., cervical e lingual de 0,2 a 0,5 mm do
dente do lado.

Passo 3: Remoção da dentina infectada: Tempo operatório que consiste na


remoção da dentina infectada desmineralizada, com ou sem a utilização de evidenciadores da
dentina cariada.

Passo 4: Tempo de Resistência: Tempo operatório com finalidade de conferir


resistência ao material restaurador para;

- Esforços mastigatórios e oclusais.

- Dilatação e constrição dos materiais restauradores (MR).

- Diferença no coeficiente de dilatação linear do dente e do MR.


Observações: O esmalte não suportado por dentina sadia deve ser removido no tempo 3, as
paredes do preparo devem estar paralelas e planas entre si (I I) -> (exemplo de algo plano e
paralelo) e perpendicular (fazendo 90 graus) com a parede pulpar (L) -> L como um exemplo de
90 graus. Também é bom dizer que a parede gengival deve estar paralela a parede pulpar e
perpendicular ao longo eixo do dente. O ângulo axio-pulpar DEVE estar arredondado.

Passo 5: Forma de retenção: Tempo que consiste em dar forma para cavidade, para
evitar o deslocamento da restauração por traumas oclusais, mastigatórios e pela mastigação
de comidas pegajosas, assim evitando a formação de caries secundários nesses espaços que
ficaram na restauração.

- Cavidades com a ALTURA maior que a LARGURA são mais retentivas, precisando de retenção
friccional para evitar que a restauração saia do lugar (adesão micromecânica?) .

- Cavidades com a ALTURA menor que a LARGURA são menos retentivas, mas precisam de
retenção mecânica adicional, que nada mais é que fazer uma “travinha” para a restauração
nas paredes circundantes.

Passo 6: Tempo de conveniência: Tempo consiste em fazer coisas que facilitem o


acesso, a conformação e a instrumentalização do preparo. (Isolamento entra aqui) O que
facilita a sua vida no preparo e restauração da cavidade.

Passo 7: Acabamento de paredes do esmalte: Alisar as irregularidades das


paredes de esmalte e o ângulo cavo-superficial, esse passo é feito com enxadas e
recortadores, com o intuito de;

▫ Melhorar adaptação dos materiais restauradores nas paredes do preparo.


▫ Melhorar o vedamento marginal das restaurações, evitando infiltração e cáries
secundárias.

Passo 8: Limpeza da cavidade com a remoção da Smear Layer: Fazer a


limpeza do fundo da cavidade dos detritos causados pela instrumentalização do preparo por
parte da alta rotação com a broca diamantada esférica (Smear Layer), ANTES da aplicação do
material restaurador, com agentes não desmineralizantes ou desmineralizantes;

♦ Agentes desmineralizantes: Ácidos como o ácido fosfórico 15, 25, 35 ou 37% (acho que
usamos o 37%), EDMA 10% e ácido poliacrílico 25% (o ácido do líquido do CIV)
 Agentes não desmineralizantes: Germicidas (principal sendo a clorexidina e a água
oxigenada 2%), detersivos (principal terginol) e alcalinizantes (principal PA de hydrocal
e produtos à base de hidróxido de cálcio).

Resumo muito resumido de carie ativa e inativa


Cárie ativa: Geralmente sem brilho, opaca e amolecida, independentemente da cor (existem
lesões ativas do branco ao marrom escuro), devido a desmineralização completa das
estruturas afetadas pela cárie, sendo que se a dentina está amolecida ela é irreversível.
Cárie inativa: Geralmente com brilho e dura, independentemente da cor (existem lesões
ativas do branco ao marrom escuro), devido a não desmineralização completa, vista pela
consistência rígida do tecido, sendo assim reversível com o vedamento dessa lesão.

Acabamento e polimento de resina;


Acabamento: É usada as brocas diamantadas 2135f (fina) e 2135ff (extrafinas) para fazer o
acabamento da resina composta, com intuito de devolver forma e função para o material
resinoso, aumentando a resistência do material restaurador para forças oclusais e
mastigatórias.

Polimento: É usado discos de polimento (disco de lixa), feltros e borrachas de polimento em


formato de chama e de taça, sendo esses últimos utilizados para o polimento dos sulcos e
fissuras do material, para deixar a restauração mais estética e com a lisura mais parecida com
a do esmalte.

DENTÍSTICA 2
Resumo rápido para o teste de clareamento!

Tipos de clareadores: São soluções ácidas que desmineralizam parcialmente o esmalte


do dente, deixando-o mais embranquecido. Por ser um ácido, temos que a proteção dos
tecidos moles adjacentes para evitar queimaduras ácidas em gengiva (o tipo de queimadura
mais comum). O clareamento acontece pela clivagem do esmalte a partir do OXIGÊNIO,
fazendo a lixiviação das porções pigmentadas do dente, clareando-os.

OBS: Antes de qualquer procedimento clareador, remover todo biofilme ou cálculo presente!

Tipos de manchas;
Manchas extrínsecas: São manchas presentes na superfície dentária, podendo fazer a
remoção por profilaxia ou uso de pastas abrasivas, sendo assim manchas mais fáceis de
remover.

• Pigmentos alimentares ou drogas (tudo que pode manchar a roupa): Café, chocolate,
vinho tinto, refrigerante, fumo etc.
• Medicamentosos: Clorexidina, alguns antibióticos, multivitamínicos.

Manchas intrínsecas: São manchas presentes no interior do tecido dentário, podem ser
congênitas, medicamentosas, doenças sistêmicas etc. Essas manchas podem ser pré-
eruptivas (ou congênitas) ou pós-eruptivas (como o exemplo das medicamentosas)

 Congênitas: Fluorose dental, dentigênese imperfeita, amelogênese imperfeita.


(Sendo comum a variação de prognóstico dependendo do grau de cada condição)
 Pré-eruptivas: Tetraciclina (sendo que esse tipo de mancha varia de tipo I a tipo IV,
sendo o I o grau mais leve e passível de remoção por clareamento de consultório e tipo
IV o mais severo, demandando um processo restaurador), icterícia grave* e
Eritroblastose fetal.
 Pós-eruptivas: Envelhecimento e calcificação distrófica da polpa (Os 2 tem bom
prognóstico!)

*Icterícia grave: Icterícia é uma coloração amarela da pele e/ou olhos, causada por um
aumento da bilirrubina na corrente sanguínea. Sendo que a bilirrubina é formada quando há a
hemoglobina é decomposta.

Ponto de saturação: Ponto onde o clareamento se torna ineficaz e que começa o


processo de desnaturação das proteínas na estrutura dentária, causando uma alteração da
rugosidade superficial do esmalte sem a ação clareadora, perdendo o sentido do tratamento.

OBS: Restaurações NÃO SÃO CLAREADAS pelo agente clareador!!!!!! Sempre avisar
ao paciente!

Clareamento de dentes vitais:


Peróxido de Hidrogênio 1,5% a 10% caseiro; 35 a 40% em consultório: Reação
acontece pela liberação do O2 na estrutura dentária, a partir da degradação do H2O2 em água e
oxigênio, permitindo a clivagem!

Peróxido de carbamida 10 a 22% caseiro; 35 a 37% em consultório (Tem Carbopol, que


aumenta a adesividade ao material clareador na moldeira, evitando com que o paciente o
degluta): Libera ureia, sendo uma tentativa de neutralizar o pH do meio, fazendo com que
as vezes o processo de clareamento seja mais longo (na maioria das vezes em pacientes mais
idosos). Reação ocorre da mesma forma que no Peróxido de Hidrogênio, porém ele possui
UREIA que tem papel de tentar neutralizar o pH do meio!

Clareamento de dentes não vitais:


Sucesso do clareamento de dentes não vitais depende do quão recente foi o
escurecimento do elemento dentário, o quão mais o paciente demorar para procurar um
profissional para o planejamento de um processo de clareamento, pior é o prognóstico do
clareamento do dente.

É utilizado dentro do canal principal, podendo ser conjugado com o clareador externo!
(Perborato de sódio + Peróxido de Hidrogênio, por exemplo).

Quando fazer?

Em casos de traumatismo ou dentes com sistema de canais radiculares tratado, que


naturalmente tendem a escurecer. O prognóstico varia com o tempo que houve a pigmentação
do dente, quão mais tempo pigmentado, mais difícil é de remover a pigmentação, as vezes
requirindo um procedimento restaurador.
Perborato de Sódio (Não tem concentração associada): Usada em clareamento de
dentes não vitais! (Traumatismo ou tratamento endodôntico recente!)

Limitações:
❖ Não pode ser usado em dentes com histórico de reabsorção externa ou interna.
❖ Dentes com tratamento clareador falho previamente.
❖ Falta de estrutura dentária remanescente. (remove todo o material restaurador da
coroa, válido recomendar facetas ou coroas!)
❖ Tratamento endodôntico mal executado.
❖ Dentes traumatizados.

Alcalinização do meio: TEM QUE SER USADO associado com HYDROCAL para a
proteção do complexo dentino-pulpar, sendo que ele tem função de neutralizar a acidez
interna do clareador. Sem o uso de Hydrocal, o material clareador passasse os túbulos
dentinários em região cervical de dentro para fora causando uma reabsorção externa
cervical!!!!!!! Camadas: Hydrocal (forro) -> CiV -> Perborato de sódio -> OZE, Resina, CiV
(curativo)

Clareamento caseiro X Clareamento de consultório: Quando fazer?


Clareamento caseiro supervisionado: É o clareamento feito em casa,
supervisionado por um CD, feito pelo uso de placas de silicone de +/- 1 mm, que cobre todo o
arco (!!!, porque os posteriores vão sofrer extrusão!). Os géis clareadores de clareamento
caseiro têm menor concentração que os utilizados em consultório! (NUNCA FAZER EM CASO
DE DENTES NÃO VITAIS!)

Indicações: SEMPRE DENTES VITAIS!


• Dentes vitais escurecidos pela idade.
• Dentes vitais naturalmente escurecidos.
• Dentes vitais escurecidos por corantes. (Manchas extrínsecas)
• Dentes vitais escurecidos por trauma.
• Dentes vitais escurecidos por fluorose, associada a microabrasão.
• Caninos vitais mais escuros que os demais (ocorre devido as guias e o fato dele ter que
dilacerar o alimento, tendo assim mais força aplicada sobre ele, naturalmente
escurecendo)

Vantagens: Baixo custo, técnica simples, conservador (Géis de baixa concentração), pode
fazer vários dentes de uma vez, não promove efeitos deletérios em tecidos adjacentes (se
supervisionado por um CD).

Limitações: Menos controle do processo, alergia aos ácidos clareadores, gravidas, não
clareia restauração. (! Nenhum dos clareamentos)
Pré uso dos clareadores caseiros: Remoção de qualquer barreira presente para o
clareamento (cálculo, biofilme), identificar a razão do escurecimento dos dentes, necessidade
de trocas de restauração, restaurar cavidades abertas ou retrações gengivais com curativo
(OZE ou CIV), escolha do tipo, concentração e posologia (SEMPRE OBEDECER AO QUE O
FABRICANTE RECOMENDA) do agente e escolher se vai clarear as 2 arcadas de uma vez ou 1
de cada vez.

Fazer boa moldagem e modelo sempre (com corte em forma de sela), com uma boa seleção de
cores na escala Limun-Vacuumm.

Pode ser feito a confecção de alívios, mas atualmente os fabricantes dizem que ele é
dispensável.

Tiras adesivas Clareadoras: Vou passar rápido para não perder tempo.
Não recomendada para quem tem sorriso amplo.

Vantagens: Fácil uso, confortável, menor tempo de uso diário, volume predeterminado do
clareador, não altera a oclusão, melhor para quem tem ânsia de vomito.

Desvantagens: Não clareia os posteriores, alta concentração de peróxido, pH ácido sem


dessensibilizante, podendo provocar sensibilidade e irritação gengival e pouca literatura.

Instruções: Deve ser usado por 30 minutos 2 vezes ao dia, depois da escovação deixar a
superfície dentária secar, aplicar fina camada do produto e não comer ou beber por 30
minutos.

Cremes dentários clareadores: É útil para manter o tratamento clareador a médio e


longo prazo, apresentando pH médio de 6,8.

Clareamento de consultório: Deve ser feito isolamento absoluto, deixando só os


tecidos protegidos e o agente clareador SÓ pode ser aplicado em ESMALTE, sendo um
tratamento altamente conservador. No total são 45 minutos de contato com o agente
clareador, 3 seções de 15 minutos em contato com o esmalte, sendo que ele é aspirado pelo
sugador (cânula) entre essas seções (NÃO JOGAR ÁGUA). É importante aplicar de forma
uniforme.

Vantagens: Maior controle da técnica (não dependente da colaboração do paciente), maior


controle dos locais de aplicação (principalmente nos locais de retração gengival que podem
levar a hipersensibilidade), tempo de tratamento menor comparado à técnica caseira,
tratamento conservador.

Limitações: Tempo clínico grande devido ao isolamento absoluto e a confecção de


barreiras de resina específicas, não agem em manchas escuras de tetraciclina, maior custo.

Visualizamos a ação do material por mudança de cor e formação de bolhas dentre os 15


minutos, sendo esses sinais que a seção está acabando.
Aumento de temperatura acelera o processo de clareamento, agitando o O2 e fazendo com
que a clivagem aconteça de forma mais rápida. Pode ser feito com foto catalização (Pode ser
usado o fotopolimerizador), fazendo que a aceleração térmica caísse por terra, mas não
necessariamente precisa do laser/foto!

Sensibilidade dentária: Pode acontecer durante o clareamento, caseiro ou de


consultório, sendo que ele ocorre devido a chegada do agente clareador a polpa, pelos túbulos
dentinários, provocando uma pulpite reversível temporária.

O que fazer no caso de Sensibilidade dentária: A ideia é obliterar os túbulos


dentinários ou diminuir sua sensibilidade a dor por meio de laser de baixa potência, que agem
na despolarização e repolarização da membrana dos neurônios (Bomba de sódio-potássio).

 Parar o tratamento por 2 a 3 dias.


 Diminuir a quantidade de gel clareador na moldeira.
 Diminuir o tempo de uso diário.
 Uso de agente dessensibilizante na moldeira por 15 minutos diários, como por exemplo
o nitrato de potássio.

Se ocorrer sensibilidade usar nitrato de potássio! Podemos usar pré ou pós-operatório, se


aplicado pré-op, pode diminuir a intensidade da sensibilidade sem perda da eficácia do
clareador.

Lasers em hipersensibilidade: Usa-se de baixa potência com luz infravermelho para ação
profunda em polpa, para ação neural direta, se for mais superficial, como um dano em tecido
gengival, pode ser conjugado o de luz vermelha com o laser de luz infravermelha. A aplicação é
usada no dente sensível, na coroa e no ápice da raiz.

Microabrasão: Remoção químico-mecânico na superfície do esmalte por abrasão, tendo


alteração de cor superficial, com o uso de substâncias abrasivas e ácidas, sendo que essas
soluções podem ser compradas prontas ou feitas. Precisa saber o que está sendo usado, para
não dar nenhum dano excessivo na estrutura do esmalte.

DENTÍSTICA 2: Aula 1
Sistemas Adesivos: Anotações
É usado verniz como selamento em amálgama de prata por causa da oxidação do amálgama,
devido aos íons liberados pela restauração que entram nos túbulos dentinários, deixando o
dente azulado de maneira definitiva.

Os sistemas adesivos (SA) são capazes de unir materiais restauradores hidrofóbicos (ex:
Resina composta) no tecido dentário, possibilitando restaurações mais estéticas e cavidades
mais conservadoras (remover o mínimo de tecido sadio possível).

Antes dos SA era necessário fazer retenções adicionais para a restauração ficar na cavidade,
chamadas na literatura de Slots, podendo ser verticais ou horizontais.
Adesão: Força que mantem 2 substratos juntos, com diferentes composições.

No caso do Cimento de Ionômero de vidro, a adesão é mais forte que a coesão, fazendo com
que no caso de fratura o cimento quebra no meio, “protegendo” o material restaurador, na
maior parte dos casos.

A trama de fibras colágeno presente na dentina Intertubular e na dentina peritubular deve ser
exposta para possibilitar a formação da camada hibrida por parte do primer, sendo necessário
o uso do ácido fosfórico, responsável por expor essas fibras, possibilitando a adesão do
material restaurador no adesivo (Bond).

Dentina tem baixa energia de superfície quando em contato com o hibridizador (ácido
fosfórico), porém o esmalte quando em contato com o ácido fosfórico por 30 segundos tem
altíssima energia de superfície, devido a formação de microvilosidades na superfície dos
cristais de hidroxiapatita, que é subdividida em tipo 1 (Padrão de microvilosidades na periferia
dos cristais), tipo 2 (Padrão de microvilosidades no “pico” dos cristais) e tipo 3 (tipo 1 e 2
juntos).

Potencial de umedecimento: quão maior a energia de superfície, menor a viscosidade (o


quanto um material é capaz de molhar uma superfície). (o quão o adesivo pode recobrir a
superfície).

Baixa viscosidade = Alto escoamento. (ex: água escoe bem porque é pouco viscosa, mel escoe
mal porque é muito viscoso).

Rugosidade: Amplia o potencial para a adesão, pois há mais sítios para a retenção do adesivo,
superfície fica mais irregular, rugosa (Adesão micromecânica entre o SA e o substrato).

O primer aumenta a energia de superfície da dentina, pois tem uma “parte” hidrofílica, que se
liga a estrutura dentária (mais próxima aos túbulos dentinários, que quando em contato com o
dente se ligam a trama de fibras colágenas e entra nos túbulos dentinários (Tags) se aderem ao
dente) e uma “parte” hidrofóbica, que se adere ao adesivo acima dela.]

Adesividade em dentina se dá pela ligação do primer nas fibras colágeno, sendo que elas estão
mais presentes na dentina intertubular (entre os túbulos dentinários), devido a isso, o quão
mais profunda for a cavidade, mais difícil é a adesão por parte do primer na estrutura dentária,
devido à natureza dos túbulos dentinários de aumentar de diâmetro de acordo a proximidade
da polpa, tendo cada vez menos dentina intertubular. Logo = Adesão em dentina profunda ->
RUIM; Adesão em dentina “rasa” -> BOM.

O ácido fosfórico além de formar microvilosidades na matéria orgânica da dentina e do


esmalte, faz a limpeza da smear-layer (camada de sujeira no fundo da cavidade, devido ao ato
de abrir a cavidade [na Dentina intertubular]) e da smear-plug (camada de sujeira na região
interna dos túbulos dentinários e na dentina peritubular, onde será os Tags quando em contato
com o primer) e expõe as fibras colágenas presentes na dentina intertubular e peritubular.

Tags: Camada de primer que fica retido dentro dos túbulos dentinários.

O fluido intratubular faz força contra as os Tags (empuxo) diminuindo gradativamente seu
comprimento.

Os sistemas adesivos são compostos principalmente de Bis-GMA, HEMA, UDMA e TEGDMA.

Solventes comuns dos SA são; Água, etanol e acetona.

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