Cariologia Resumo
Cariologia Resumo
Cariologia Resumo
Parte 1
A cárie é uma doença carboidrato-dependente que gera uma disbiose principalmente da
Streptococcus Mutans e Lactobacilus spp, sendo estas aciduricas (resistentes a ácido) e
acidogênicas (formam ácido), formando assim um meio propício para a sua proliferação.
Porém o hospedeiro deve ser suscetível a disbiose desses MO, por motivos diversos, podemos
dar o exemplo da xerostomia (salivação baixa e prolongada), que não permite que a saliva faça
sua função de tamponamento do pH que se tornou ácido pela alimentação, deixando assim o
pH da região bucal abaixo do limite de desmineralização fisiológico do esmalte (abaixo de 5,5
de pH se o esmalte for formado por cristais de hidroxiapatita e abaixo de 4,5 de pH se os
cristais tiveram formação majoritariamente por cristais de fluorapatita).
Quando falamos de dentes com lesões cariosas temos que saber o grau do dano feito pelo
acúmulo de biofilme da região bucal. Quando a formação de uma cavidade patológica na
estrutura dentária a primeira estrutura afetada é o esmalte, que devido ao ataque ácido feito
pelos substratos dos MOs presentes no biofilme desorganizam o esmalte subsuperficial e
formam a cavidade. A segunda estrutura do dente que é afetada pela lesão cariosa é a dentina,
que quando é atingida pode ter 2 prognósticos possíveis;
Cavidade patológica: Esta cavidade não é proposital (NÃO É FEITA PELO DENTISTA), sendo ela
a evolução da doença cárie no tecido dental, tem forma e dimensão irregulares e é oriunda do
processo de desmineralização do esmalte por causa do ataque ácido dos MO do biofilme.
Cavidade terapêutica: Esta cavidade é proposital (É FEITA PELO DENTISTA) e é feita para o
tratamento do tecido dentário após a formação da lesão cariosa. (CAVIDADE EM
TRATAMENTO). Tem forma e dimensão definidas, resultante do processo cirúrgico. ->
Preparo cavitário: Remoção do esmalte infectado. (QUANTO MENOS INVASIVO MELHOR!)
Obter formas precisas, impedir fratura do dente e do material restaurador e remover o esmalte
infetado.
Paredes de fundo: São paredes que tem possível comunicação com a cavidade pulpar!!!!!!!
(Estão mais perto da polpa!)
Parede axial: é a parede que está na proximal do preparo, “acima” da parede cervical.
. Meio sem umidade, ideal para trabalho com materiais que não podem sofrer embebição
em tempo de presa inicial.
Arcos de porta-lençol: Arcos utilizados para o posicionamento do lençol em boca, pode ser
o arco de Young, sendo ele em formato de U ou de Ostby, sendo ele em formato redondo. É
utilizado com a parte convexa VOLTADA para o CIRURGIÃO-DENTISTA. (Concavidade para o
mento.)
Menor furo (eu chamo de furo 1 ou para incisivos inferiores): Furo com menor diâmetro,
utilizado para furar os pontos dos dentes anteriores inferiores (Inc. Centrais e Laterais
inferiores (42, 41, 12, 32))
Segundo menor furo (eu chamo de furo 2 ou para incisivos superiores): Segundo menor
diâmetro, utilizado para furar os pontos dos dentes anteriores superiores (12, 11, 21, 22).
Furo mediando (eu chamo de furo 3 ou para caninos e pré-molares): Furo o diâmetro
mediano, sendo utilizado para furar os pontos dos caninos e pré-molares. (13, 14,15, 23, 24,
25, 33, 34, 35, 43, 44, 45)
Segundo maior furo (eu chamo de furo 4 ou para molares): Furo com segundo maior
diâmetro, utilizado para furar os pontos dos molares. (16, 17, 18, 26, 27, 28, 36, 37, 38, 46, 47,
48)
Maior furo (eu chamo de furo 5 ou para dentes que o grampo entra): Na minha experiência
no laboratório eu usei esse furo para conseguir inserir o grampo com asa no lençol ou para
encaixar o grampo sem asa (26) no lençol de borracha.
Grampos: Grampos que vão nos dentes logo “após” o dente de trabalho (Grampo no 48 para
remover tecido cariado no 47, por exemplo), estando com sua haste SEMPRE voltada para a
distal do dente inserido. Tem função de manter o lençol de borracha em posição.
- Tipos de grampos:
. Grampos 200 a 205: Grampos usados para inserir em molares, sendo que
estes grampos possuem asas.
. Grampos W8A (Sem asa) e 14A (Com asa): Grampos para molares
parcialmente erupcionados.
. Grampos 26 (Sem asa) e 28(Sem asa): Grampos usados para molares com
pouca retenção.
Pinça porta-grampo: Pinça utilizada para levar ou tirar o grampo da boca, permitindo a
abertura correta do mesmo para encaixar no elemento dentário. Existem 2 tipos de porta-
grampo; a reta ou a angulada.
Fio dental: O fio dental é utilizado no posicionamento correto do lençol de borracha nas
proximais dos dentes, permitindo que o isolamento entre no sulco gengival e tenhamos uma
boa visualização do terço coronário cervical dos dentes. Além disso, o fio dental é utilizado
para melhor adaptação do terço cervical em lingual/palatina e para a confecção de amarrias,
que permite maior estabilidade do lençol de borracha. Também podemos falar do uso do fio
para evitar que o paciente “engula” o grampo caso ele pule do dente em boca!
Lubrificante KY: Utilizado para evitar com que o lençol de borracha rasgue na colocação nos
dentes.
Sugador de Saliva: Utilizado abaixo do isolamento para evitar que o paciente salive muito.
Guardanapo para dique: Utilizado em caso de isolamento muito prolongado, sendo bom
para a proteção da face do paciente e para uso em caso de alergia a látex por parte do
paciente!
Instrumental auxiliar:
Espelho: Para conseguirmos checar se o isolamento está bem-posicionado na
lingual/palatina dos dentes.
Pinça clínica: Está presente na bandeja clínica básica e é útil para diversas ações.
Sonda exploradora: Também presente na bandeja clínica básica e é importante para o
exame pré isolamento para checar se há ou não a presença de bolsas periodontais, que podem
atrapalhar o isolamento.
Tesoura: Útil para cortar o isolamento no pós-operatório com segurança, além de cortar o fio
de proteção nos grampos após a colocação deles em boca.
Isolamento Absoluto: Métodos de marcação do lençol
para perfuração com perfurador.
Uso de quadrantes: Existe uma técnica que consiste na confecção de quadrantes na face
fosca do lençol, que possibilita juntamente com os conhecimentos de anatomia dentária, a
“prever” onde cada elemento dentária estará. Esse método é pouco invasivo para o paciente e
é uma forma viável de isolar.
Moldagem em cera: Me parece semelhante ao uso do carbono para checar pontos oclusais,
mas para o isolamento. Paciente leva a cera a boca e ela demarca onde os dentes estão, me
parece rápido e sem incomodo para o paciente.
Gabarito: Consiste no uso de um gabarito para marcar a posição dos dentes. Menos preciso
por não ser individualizado, porém bem prático.
Após fazer as devidas ações pré colocação do isolamento, seguimos para o teste do grampo
em boca, sempre com o fio dental como segurança para o paciente não aspirar ou degluti-lo.
Após isso, marcaremos os pontos dos dentes, com alguma das técnicas apresentadas nesse
material no lençol de borracha.
Depois dessa etapa vamos furar o lençol corretamente para cada dente, e em seguida
lubrificaremos o lado onde os dentes vão entrar (lado brilhoso do lençol) para evitar que a
borracha rasgue.
Conseguinte usaremos as mãos para posicionar o grampo com asas na borracha, com as asas
voltadas para a parte interna da boca e virados corretamente com relação a curvatura da
arcada do paciente.
Após colocaremos os dentes nos seus respectivos furos, tomando cuidado em não botar o
dente no furo errado ou 2 dentes no mesmo furo.
Conseguinte usaremos o fio dental para invaginarmos a borracha nas faces proximais, e depois
faremos isso para a face lingual/palatina e vestibular, com o auxílio da espátula 1 e “ventinho”.
Isolamento concluído!
OBS: Para técnicas com uso de grampos sem asa é necessário pôr o grampo em boca ANTES
de botar o lençol. Logo passaremos a borracha pelo grampo quando posicionamos o lençol em
boca.
Isolamento de dente único: Isolamento muito comum na endodontia, para tratamento dos
condutos de um dente específico.
Isolamento sobre prótese fixa, com perfurações nos dentes da ponte fixa.
Isolamento sobre prótese fixa, sem perfuração dos dentes de ponte fixa.
Isolamento absoluto com auxílio de cianocrilato.
Porém, quando falamos de uma cavidade terapêutica devemos falar das cavidades
patológicas primeiro, sendo elas as cavidades formadas pela dissolução do esmalte devido ao
ataque ácido dos MO presentes no biofilme dentário, sendo essas cavidades de formato
irregular, sem limites ou formato bem-definidos.
Passo 2: Tempo de contorno: É o tempo operatório que tem como objetivo delimitar a
superfície necessária do preparo cavitário, englobando todo o tecido cariado irreversível,
tentando não remover o máximo de tecido dentário integro (abordagem de preparo mais
conservadora (conservar o elemento dentário o máximo possível)).
1. Todo esmalte sem tecido subjacente (tecido de suporte, dentina) DEVE ser
removido!
2. O ângulo cavo-superficial NÃO pode pegar em áreas de contato oclusal, a
menos que o tecido cariado esteja em pontas de cúspides (classe VI, não é
de Black).
3. Devemos levar em consideração que lesões cariosas em áreas de má-
coalescência de esmalte e superfícies lisas tem progressões diferentes, por
exemplo quando levamos em consideração lesões em oclusal e em
proximais;
Lesão em área de má-coalescência de esmalte,
gerando um ”vazio” no tecido dentinário devido à disposição dos túbulos dentinários no
local. (+ dentina intertubular e - túbulos dentinários)
Passo 5: Forma de retenção: Tempo que consiste em dar forma para cavidade, para
evitar o deslocamento da restauração por traumas oclusais, mastigatórios e pela mastigação
de comidas pegajosas, assim evitando a formação de caries secundários nesses espaços que
ficaram na restauração.
- Cavidades com a ALTURA maior que a LARGURA são mais retentivas, precisando de retenção
friccional para evitar que a restauração saia do lugar (adesão micromecânica?) .
- Cavidades com a ALTURA menor que a LARGURA são menos retentivas, mas precisam de
retenção mecânica adicional, que nada mais é que fazer uma “travinha” para a restauração
nas paredes circundantes.
♦ Agentes desmineralizantes: Ácidos como o ácido fosfórico 15, 25, 35 ou 37% (acho que
usamos o 37%), EDMA 10% e ácido poliacrílico 25% (o ácido do líquido do CIV)
Agentes não desmineralizantes: Germicidas (principal sendo a clorexidina e a água
oxigenada 2%), detersivos (principal terginol) e alcalinizantes (principal PA de hydrocal
e produtos à base de hidróxido de cálcio).
DENTÍSTICA 2
Resumo rápido para o teste de clareamento!
OBS: Antes de qualquer procedimento clareador, remover todo biofilme ou cálculo presente!
Tipos de manchas;
Manchas extrínsecas: São manchas presentes na superfície dentária, podendo fazer a
remoção por profilaxia ou uso de pastas abrasivas, sendo assim manchas mais fáceis de
remover.
• Pigmentos alimentares ou drogas (tudo que pode manchar a roupa): Café, chocolate,
vinho tinto, refrigerante, fumo etc.
• Medicamentosos: Clorexidina, alguns antibióticos, multivitamínicos.
Manchas intrínsecas: São manchas presentes no interior do tecido dentário, podem ser
congênitas, medicamentosas, doenças sistêmicas etc. Essas manchas podem ser pré-
eruptivas (ou congênitas) ou pós-eruptivas (como o exemplo das medicamentosas)
*Icterícia grave: Icterícia é uma coloração amarela da pele e/ou olhos, causada por um
aumento da bilirrubina na corrente sanguínea. Sendo que a bilirrubina é formada quando há a
hemoglobina é decomposta.
OBS: Restaurações NÃO SÃO CLAREADAS pelo agente clareador!!!!!! Sempre avisar
ao paciente!
É utilizado dentro do canal principal, podendo ser conjugado com o clareador externo!
(Perborato de sódio + Peróxido de Hidrogênio, por exemplo).
Quando fazer?
Limitações:
❖ Não pode ser usado em dentes com histórico de reabsorção externa ou interna.
❖ Dentes com tratamento clareador falho previamente.
❖ Falta de estrutura dentária remanescente. (remove todo o material restaurador da
coroa, válido recomendar facetas ou coroas!)
❖ Tratamento endodôntico mal executado.
❖ Dentes traumatizados.
Alcalinização do meio: TEM QUE SER USADO associado com HYDROCAL para a
proteção do complexo dentino-pulpar, sendo que ele tem função de neutralizar a acidez
interna do clareador. Sem o uso de Hydrocal, o material clareador passasse os túbulos
dentinários em região cervical de dentro para fora causando uma reabsorção externa
cervical!!!!!!! Camadas: Hydrocal (forro) -> CiV -> Perborato de sódio -> OZE, Resina, CiV
(curativo)
Vantagens: Baixo custo, técnica simples, conservador (Géis de baixa concentração), pode
fazer vários dentes de uma vez, não promove efeitos deletérios em tecidos adjacentes (se
supervisionado por um CD).
Limitações: Menos controle do processo, alergia aos ácidos clareadores, gravidas, não
clareia restauração. (! Nenhum dos clareamentos)
Pré uso dos clareadores caseiros: Remoção de qualquer barreira presente para o
clareamento (cálculo, biofilme), identificar a razão do escurecimento dos dentes, necessidade
de trocas de restauração, restaurar cavidades abertas ou retrações gengivais com curativo
(OZE ou CIV), escolha do tipo, concentração e posologia (SEMPRE OBEDECER AO QUE O
FABRICANTE RECOMENDA) do agente e escolher se vai clarear as 2 arcadas de uma vez ou 1
de cada vez.
Fazer boa moldagem e modelo sempre (com corte em forma de sela), com uma boa seleção de
cores na escala Limun-Vacuumm.
Pode ser feito a confecção de alívios, mas atualmente os fabricantes dizem que ele é
dispensável.
Tiras adesivas Clareadoras: Vou passar rápido para não perder tempo.
Não recomendada para quem tem sorriso amplo.
Vantagens: Fácil uso, confortável, menor tempo de uso diário, volume predeterminado do
clareador, não altera a oclusão, melhor para quem tem ânsia de vomito.
Instruções: Deve ser usado por 30 minutos 2 vezes ao dia, depois da escovação deixar a
superfície dentária secar, aplicar fina camada do produto e não comer ou beber por 30
minutos.
Lasers em hipersensibilidade: Usa-se de baixa potência com luz infravermelho para ação
profunda em polpa, para ação neural direta, se for mais superficial, como um dano em tecido
gengival, pode ser conjugado o de luz vermelha com o laser de luz infravermelha. A aplicação é
usada no dente sensível, na coroa e no ápice da raiz.
DENTÍSTICA 2: Aula 1
Sistemas Adesivos: Anotações
É usado verniz como selamento em amálgama de prata por causa da oxidação do amálgama,
devido aos íons liberados pela restauração que entram nos túbulos dentinários, deixando o
dente azulado de maneira definitiva.
Os sistemas adesivos (SA) são capazes de unir materiais restauradores hidrofóbicos (ex:
Resina composta) no tecido dentário, possibilitando restaurações mais estéticas e cavidades
mais conservadoras (remover o mínimo de tecido sadio possível).
Antes dos SA era necessário fazer retenções adicionais para a restauração ficar na cavidade,
chamadas na literatura de Slots, podendo ser verticais ou horizontais.
Adesão: Força que mantem 2 substratos juntos, com diferentes composições.
No caso do Cimento de Ionômero de vidro, a adesão é mais forte que a coesão, fazendo com
que no caso de fratura o cimento quebra no meio, “protegendo” o material restaurador, na
maior parte dos casos.
A trama de fibras colágeno presente na dentina Intertubular e na dentina peritubular deve ser
exposta para possibilitar a formação da camada hibrida por parte do primer, sendo necessário
o uso do ácido fosfórico, responsável por expor essas fibras, possibilitando a adesão do
material restaurador no adesivo (Bond).
Dentina tem baixa energia de superfície quando em contato com o hibridizador (ácido
fosfórico), porém o esmalte quando em contato com o ácido fosfórico por 30 segundos tem
altíssima energia de superfície, devido a formação de microvilosidades na superfície dos
cristais de hidroxiapatita, que é subdividida em tipo 1 (Padrão de microvilosidades na periferia
dos cristais), tipo 2 (Padrão de microvilosidades no “pico” dos cristais) e tipo 3 (tipo 1 e 2
juntos).
Baixa viscosidade = Alto escoamento. (ex: água escoe bem porque é pouco viscosa, mel escoe
mal porque é muito viscoso).
Rugosidade: Amplia o potencial para a adesão, pois há mais sítios para a retenção do adesivo,
superfície fica mais irregular, rugosa (Adesão micromecânica entre o SA e o substrato).
O primer aumenta a energia de superfície da dentina, pois tem uma “parte” hidrofílica, que se
liga a estrutura dentária (mais próxima aos túbulos dentinários, que quando em contato com o
dente se ligam a trama de fibras colágenas e entra nos túbulos dentinários (Tags) se aderem ao
dente) e uma “parte” hidrofóbica, que se adere ao adesivo acima dela.]
Adesividade em dentina se dá pela ligação do primer nas fibras colágeno, sendo que elas estão
mais presentes na dentina intertubular (entre os túbulos dentinários), devido a isso, o quão
mais profunda for a cavidade, mais difícil é a adesão por parte do primer na estrutura dentária,
devido à natureza dos túbulos dentinários de aumentar de diâmetro de acordo a proximidade
da polpa, tendo cada vez menos dentina intertubular. Logo = Adesão em dentina profunda ->
RUIM; Adesão em dentina “rasa” -> BOM.
Tags: Camada de primer que fica retido dentro dos túbulos dentinários.
O fluido intratubular faz força contra as os Tags (empuxo) diminuindo gradativamente seu
comprimento.