5-Estrutura de Capital (DL)
5-Estrutura de Capital (DL)
5-Estrutura de Capital (DL)
Estrutura de Capital
Exemplo:
Se uma empresa deseja gastar R$ 1.000 milhões para lançar um novo produto,
ela precisa encontrar uma maneira de pagar por isso. Existem duas fontes
principais pelas quais as empresas podem levantar capital: (A) dívida ou (B)
patrimônio líquido.
Risco-retorno
O risco-retorno pode ser considerado um fundamento básico para qualquer
investidor, tanto pessoa física quanto grandes empresas, pois parte do princípio
de que não se pode esperar grandes retornos sem entrar em um ambiente de
risco.
Custo de capital
O custo de capital, que tem por base o binômio risco-retorno, abrange uma
teoria financeira de precificação de ativos bastante referenciada nos meios
corporativos, conhecida pela sigla inglesa CAPM (capital asset princing model)
e o custo médio ponderado de capital, quando a estrutura de capital da
empresa inclui capital de terceiros.
Risco e retorno
FIGURA 1 | CARTAZ DO FILME “COM O DINHEIRO DOS OUTROS"
Retorno
Quando se fala de retorno de ativos sem risco como renda fixa, por exemplo,
um título público prefixado como o Tesouro Prefixado (LTN), não há
discrepância entre o retorno esperado e o retorno efetivamente obtido. Por
isso, podemos dizer que não há risco, isto é, taxa livre de risco.
No entanto, para a maioria dos demais ativos, existirá risco, ou seja, o retorno
esperado e o efetivamente obtido serão diferentes na maioria das vezes.
Portanto, é preciso trabalhar com duas variáveis diferente: o retorno esperado
e o retorno efetivo. O período considerado deverá ser um período do passado
recente em que o comportamento do retorno do ativo mais se assemelhe ao
presente.
Note que o retorno esperado, por ser uma média, é uma constante. Já o
retorno efetivo é desconhecido até o término do período em estudo.
Note que, diante desses cenários, o retorno esperado desta ação é 12,5%.
Entretanto, é importante analisarmos em conjunto o desvio padrão.
Desvio padrão
Exemplo
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Para finalizar, lembre-se de que fazer a escolha da ação D não significa que
você terá um retorno maior, apenas que obterá um retorno maior, em média. Se
você sempre obtivesse um retorno maior da ação D, não seria mais arriscado.
Correlação
Risco
O risco refere-se à possibilidade de ocorrência de um evento desfavorável.
Quanto maior o risco, maior a probabilidade de um evento desfavorável
acontecer
Exemplo
Imagine que você vai participar de um cara ou coroa, que irá custar R$ 1,00
para participar. Se você virar a coroa, receberá R$ 1,01, mas se você virar a
cara, receberá R$ 0,99.
Observe que os fatores acima são uma amostra de fatores amplos e não uma
lista específica. Por exemplo, considere o que acontece quando temos um
grande aumento nos preços do petróleo e da gasolina: um impacto imediato é a
inflação. Os preços mais altos da energia são, por definição, a inflação da
energia, mas vai além disso. Agora, custará mais para as empresas
distribuírem seus produtos aos fornecedores, o que provavelmente fará com
que a inflação se espalhe para outras áreas. À medida que buscamos fontes
alternativas de energia (como o etanol de milho), podemos ver os preços do
milho subindo. Como o milho é usado para alimentar o gado, isso também
poderia levar a um aumento nos custos da carne. Além disso, se os
consumidores agora estão gastando mais para encher seus tanques de
gasolina e mais para comprar uma variedade de produtos alimentícios, haveria
menos dinheiro disponível para gastar em entretenimento e outros bens e
serviços. Isso pode levar a um ambiente recessivo (pode, mas não vai, porque
sempre há tantas influências na economia que esse é apenas um dos muitos
fatores que impactam o crescimento econômico). O ponto aqui não são os
impactos específicos dos preços mais altos do petróleo ou da gasolina, mas
que muitos fatores de risco econômico podem ter interações mais complexas
do que são aparentemente.
Exemplo
Um exemplo do risco não sistêmico ou não diversificado.
Isso significa que eliminamos todo o nosso risco quando temos uma carteira de
50 ações de empresas e setores diferentes (ou até 500 ações)? Não, ainda
estamos sujeitos ao risco econômico, que afeta todos os ativos. Esse risco é
referido como risco não diversificável (ou risco de mercado ou sistemático).
Beta (β)
Além de servir como uma medida de risco de mercado, o Beta nos diz como
uma determinada ação se move em relação ao resto do mercado de ações
como um todo.
Aqui temos que entender dois conceitos importante: Qual é o mercado? e
Como interpretar o Beta?
Quanto à segunda questão, a maioria dos betas varia entre 0,35 e 2,0 (há
muitos fora dessa faixa, mas a maioria das ações cai nessa janela). Portanto, o
beta é uma medida de risco relativo, que gira em torno de um. Ações com
beta acima de um estão mais expostas ao risco de mercado e ações com
beta abaixo de um estão menos expostas ao risco de mercado.
Volte ao nosso exemplo anterior, cujo beta (β) foi 0,72. Por si só, a ação A é
muito mais arriscada do que o mercado geral, conforme determinado por seu
desvio padrão. No entanto, quando a consideramos como parte de uma
carteira geral, seu risco é muito menor (menor do que a média do mercado),
devido ao fato de ter uma correlação relativamente baixa com o mercado geral.
O risco da ação A depende da variante se planejamos usá-la como um
investimento independente ou como parte de uma carteira.
Exemplo
A ação da empresa Y apresenta um beta de 1,4, ou seja, seu risco
sistemático é 40% maior que o risco do mercado como um todo. A taxa livre
de risco é 5% (taxa dos títulos do Tesouro) e a expectativa dos
investidores é de que a carteira de marcado atinja 11% (rentabilidade
esperada no mercado). Com base nisso, podemos calcular o retorno
necessário para a ação da empresa Y da seguinte forma:
E(R) = 5% + (1,4) (11% - 5%)
E(R) = 5% + 8,4%
E(R) = 13,4%
O retorno esperado dessa ação deve ser, no mínimo, igual a 13,4%, que
representa a taxa mínima de atratividade para o investimento nela.
Diante disso, o CAPM pode servir para determinar a taxa de retorno exigida
das decisões do investimento (E(R)), ou seja, para definir a taxa mínima de
atratividade do capital próprio (TMA), a qual tem por base a remuneração de
um ativo livre de risco (Rf) mais um prêmio pelo risco identificado na decisão
em avalição e calculado como diferença entre o retorno esperado pela carteira
de mercado (Rm) e a taxa livre de risco, conforme apresentado no exemplo
anterior.
Portanto, é importante entender que a taxa esperada de retorno (E(R)) exigida
pelo investidor para compensá-lo pelo risco que carrega com o ativo, calculada
pelo CAPM, pode ser utilizada como a TMA do capital próprio nas avaliações
econômicas de projetos de investimentos para os cálculos dos indicadores
econômicos do valor presente liquido (VPL) e do payback descontado, e como
referência para a taxa interna de retorno (TIR).
Poderíamos ganhar mais, uma vez que o retorno esperado está acima
do retorno mínimo exigido de 13,4%. Desta forma, o binômio risco-
retorno está a seu “favor”.
Tendências do CAPM
Embora o CAPM/SML tenha tido muito sucesso inicial e se tornado o padrão
para estimar os retornos exigidos no campo das finanças muito rapidamente,
ele teve problemas na década de 1990 e é considerado menos confiável no
momento. Existem alguns modelos alternativos (modelo Fama-French 3-
Factor, modelo Carhart 4-Factor, modelo Fama-French 5-Factor e modelo
q-Factor) introduzidos desde então, no entanto, não houve um novo modelo
que realmente fosse utilizado para ocupar o seu lugar.
Novamente, as falhas acima não significam que o CAPM/SML são inúteis. Eles
fornecem uma estrutura simplificada para entender como o risco de mercado
se relaciona com os retornos. No entanto, é fato que eles não são modelos
perfeitos e que o processo de compreensão dos retornos das ações é mais
complexo do que indica o SML. Conforme nosso conhecimento aumenta,
modelos melhores provavelmente irão surgir.
É indiscutível que todos esses modelos são falhos, seja por partirem de
premissas irrealistas, seja por não ser possível estimar com exatidão seus
parâmetros. Entretanto, pode-se não aceitar os modelos existentes, mas é
preciso definir uma maneira de medir e incorporar o risco nas decisões sobre
investimentos.
Custo de capital
"Se queres saber o valor do dinheiro, tenta pedi-lo emprestado."
(Benjamin Franklin)
Risco econômico
Risco financeiro
Exemplo
Uma empresa toma um empréstimo de R$ 100 mil para pagar, dentro de um
ano, R$ 120 mil. Sem IR, a taxa de retorno é de 20%a.a., que é o custo da
dívida. Com uma alíquota de 30% para IR, a situação pode se alterar. A
entrada do principal da dívida não tem influência no lucro tributável,
tampouco sua amortização, mas o pagamento de R$ 20 mil de juros é
dedutível e reduz em R$ 6 mil o IR a pagar. A taxa efetiva paga pela
empresa é de 14% a.a.
Kd = 0.20 X (1 - 0.30)
Exemplo
A empresa Y está avaliando sua estrutura de capital para determinar o custo
médio ponderado de capital. A empresa utiliza atualmente uma estrutura de
capital de 60% de capital de terceiros, que envolve empréstimos bancários e
emissão de dívidas. O capital próprio (patrimônio líquido) corresponde a
40% da estrutura. Então, neste exemplo, iremos calcular qual o CMPC,
considerando as seguintes informações:
As ponderações podem ser calculadas com base no valor contábil através das
informações do balanço patrimonial ou no valor de mercado através dos preços
corrente das ações e títulos. É importante lembrar que o risco para o acionista
aumenta quando a empresa está muito alavancada (ou seja, com dívidas).
Evidentemente, o CMPC tem forte relação, tanto com os custos das fontes,
como com o tipo de estrutura de capital da empresa, ou seja, a composição de
capitais próprios e de terceiros.
Estrutura de capital
É importante observar que a empresa pode influenciar seu custo de capital
alterando os pesos de seu mix de financiamento. Especificamente, a empresa
pode utilizar mais financiamento de dívida (empréstimos ou emissão de dívida)
ou usar mais financiamento de capital próprio (pagar menos dividendos para
aumentar internamente o capital). Mudar essa combinação (conhecida como
estrutura de capital) mudará o custo de capital da empresa. À primeira vista,
podemos pensar que usar mais financiamento por dívida é sempre melhor. Isso
ocorre porque o financiamento da dívida (devido ao benefício fiscal da dívida) é
uma fonte de financiamento mais barata do que o financiamento com capital
próprio.
Observe, no quadro acima, que, nas opções com maior proporção de capital de
terceiros, o CMPC torna-se menor.
Uma observação final aqui é que a estrutura ótima de capital é mais uma faixa
do que um ponto preciso. Como é difícil estimar a combinação ótima exata para
cada empresa e porque os pesos (com base nos valores de mercado) estão
constantemente flutuando, a maioria das empresas tenta identificar uma faixa
em que o custo de capital está próximo do ponto mínimo, o que, por sua vez,
significa que o valor da empresa está perto do ponto máximo.